Buscar

Planejamento no SUS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PLANEJAMENTO NO SUS 
PLANEJAMENTO SITUACIONAL ESTRATÉGICO 
- Segundo Carlos Matus – idealizador do Planejamento Estratégico Situacional – planejar é pensar antes de agir, 
sistematicamente e com método; explicar cada uma das possibilidades e analisar suas respectivas vantagens e 
desvantagens; propor objetivos. 
- O SUS tem uma infinidade de problemas, cabe a gestão decidir como driblar esses problemas e quais parceiros podem 
ajudar; quais as vantagens de investir um recurso – que é escasso – para resolver o problema? → Planejar é pensar nas 
várias vertentes do SUS. 
- Planejar é pactuar com um grupo de pessoas o que se pretende fazer – uma pessoa, sozinha, não consegue entender 
a dimensão total de um problema/situação. 
- Carlos Matos relaciona o planejamento e o governo enquanto comando de um processo. 
- O planejamento é uma ferramenta vital que pode pensar e criar o futuro, mesmo não tendo controle total sobre os 
resultados de sua ação. Nem sempre no futuro os planos ocorrem como queremos, por isso, é necessário que haja uma 
reavaliação recorrente dos planos e resultados para tentar fazer com que o planejado ocorra. 
- Para uma mesma situação problema, podemos construir diferentes explicações em que cada ator social tem sua visão 
social da realidade, das ações e dos resultados que se pode alcançar. Pessoas possuem prioridades diferentes, por isso 
visões diferentes ajudam a ter um planejamento mais adequado para cada situação. Portanto, é necessário saber 
interagir com outros atores para ganhar sua colaboração ou vencer suas resistências. A arte do planejamento é tentar 
unir os grupos para criar um único denominador comum. 
- Planejamento propicia o levantamento das causas dos problemas produzindo um fluxograma explicativo situacional, 
que dá início ao trabalho de análise e planejamento. 
- Este método pode ser dividido em 4 momentos, que indicam circunstâncias de um processo continuo (constantemente 
deve ser atualizado) em que nenhum momento está isolado dos demais: 
 M1 Momento explicativo – a partir do problema definido, 
tenta-se explicar o problema 
 M2 Momento normativo-prescritivo – pensa-se como 
deve ser a partir da solução do problema 
 M3 Momento estratégico – calcula-se estratégias para que 
se consiga solucionar os problemas definidos 
 M4 Momento tático-operacional – faz-se o planejado e 
recalcula-se se o que está sendo feito realmente tem 
surtido resultados. 
- Envolver os mais diversos atores e ampliar o cenário para não ficar 
limitado a um problema 
INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO DO SUS: 
- Dentro do SUS, tanto nos instrumentos legais quanto na administração pública, é obrigatório ter Plano Municipal de 
Saúde (feito para 4 anos; planejamento a longo prazo), Programação Anual de Saúde (traduz o plano municipal de saúde 
anualmente) e Relatório Anual de Gestão (o que a programação anual fez, se de fato foi executado e, caso contrário, 
porque não foi executado) – são instrumentos que conversam entre si. 
OBS.: a cada 4 meses, é feito um relatório de gestão. 
planejamento no sus 
- Em paralelo, temos os instrumentos de planejamento governamental: o Plano Plurianual (plano estratégico), a Lei de 
Diretrizes Orçamentarias (plano tático) e a Lei Orçamentária Anual (plano operacional; a partir das metas compactuadas 
nos outros dois, reserva-se recursos para sua execução – previsão). 
 Plano Plurianual – PPA: é um plano de médio prazo, que estabelece as diretrizes, os objetivos e as metas a 
serem seguidos pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal, ao longo do período de quatro anos. Entra em 
vigor a partir do 2º ano da gestão que se inicia e abrange o 1º ano da gestão seguinte. 
 Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO: responsável por explicitar as metas para cada ano. 
 Lei Orçamentária anual – LOA: responsável por reservar recursos para a execução do plano. 
- São instrumentos de planejamento do SUS: Plano de Saúde, Programação Anual de Saúde, Relatórios de Gestão e 
Pactuação Interfederativa de Indicadores (SISPACTO). 
 Plano de Saúde: é o instrumento central de planejamento para definição e implementação de todas as 
iniciativas no âmbito da saúde para o período de 4 anos. Explicita os compromissos do governo a partir da 
Análise Situacional de Saúde da população; 
o É expresso em diretrizes, objetivos e metas. 
o É vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos Planos de 
Saúde. 
o Deve ser submetido à apreciação e à aprovação do respectivo Conselho de Saúde (CES). 
 Programa Anual de Saúde – PAS: operacionaliza as intenções expressas no Plano de Saúde e tem por objetivo 
anualizar as metas do Plano de Saúde e prever a alocação dos recursos orçamentários a serem executados. 
o Precisa da aprovação dos respectivos Conselhos de Saúde. 
 Relatório de Gestão: apresenta os resultados alcançados com a execução da Programação Anual de Saúde. 
o Os gestores apresentam os Relatórios de Gestão quadrimestralmente e anualmente. 
o Deve ser submetido à aprovação do respectivo Conselho de Saúde e encaminhado para o Legislativo 
(audiência pública nos relatórios quadrimestrais) e ao Tribunal de Contas do Estado. 
o Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão (DIGISUS) – é uma ferramenta de apoio online para os 
estados e municípios elaborarem os Relatórios de Gestão. 
 Acórdão nº 1.459 de 2011 do Tribunal de Contas da União: 
- Instituiu a obrigatoriedade da alimentação do sistema nos estados e municípios; e 
- Permitiu o acesso aos relatórios de gestão registrados no sistema por qualquer cidadão via 
rede mundial de computadores. 
 Pactuação Interfederativa de Indicadores: consiste no processo anual de pactuação interfederativa (estados e 
municípios) de metas para os indicadores estabelecidos em âmbito nacional – SISPACTO. É um acordo firmado 
entre os representantes dos três entes federados e torna-se um compromisso de importância nacional. 
o Prioriza o monitoramento de determinados aspectos da saúde em âmbito nacional, de modo a 
retratar a realidade e também fomentar a alteração da situação de saúde nos estados e municípios. 
Linha do tempo: 
Programação Anual de 
Saúde e Relatórios de Gestão 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE 
APROFUNDAR OS ESTUDOS SOBRE O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL E SUAS FASES: MOMENTO 
EXPLICATIVO, MOMENTO NORMATIVO, MOMENTO ESTRATÉGICO E MOMENTO TÁTICO-OPERACIONAL; 
- O Planejamento Estratégico Situacional - PES foi idealizado por Matus, autor chileno, a partir de sua vivência como 
ministro da Economia do governo Allende, no período de 1970-73, e da análise de outras experiências de planejamento 
normativo ou tradicional na América Latina cujos fracassos e limites instigaram um profundo questionamento sobre os 
enfoques e métodos utilizados. 
- Ele concebeu o planejamento como um processo dinâmico e contínuo que precede e preside a ação, e que envolve 
aprendizagem-correção-aprendizagem. Sua contribuição consistiu em elaborar um método de planejamento em que 
ação, situação e ator social formam um todo complexo, centrado em problemas e em operações que deverão ser 
efetuadas para saná-los. 
- A proposta conceitual e metodológica de Matus (1993) toma como ponto de partida a noção de situação, entendida 
como um conjunto de problemas identificados, descritos e analisados na perspectiva de um determinado ator social. 
Problema é definido por esse autor como algo considerado fora dos padrões de normalidade para um ator social. Esses 
padrões são definidos a partir do conhecimento, do interesse e da capacidade de agir do ator sobre uma dada situação. 
Por sua vez, ator social é uma pessoa, um grupamento humano ou uma instituição que, de forma transitória ou 
permanente, é capaz de agir, produzindo fatos na situação. 
- A concepção situacional do planejamento, reconhece a 
existência de múltiplos atores, sugerindo a adoção de uma 
visão policêntrica, que supõe a combinação de ações 
estratégicase comunicativas entre os atores, visando à 
construção de consensos acerca dos problemas a enfrentar, 
dos objetivos a alcançar e das alternativas de ação a 
desenvolver para alcançá-los. Para o autor, governar exige 
articular constantemente três variáveis: projeto de governo, 
capacidade de governo e governabilidade do sistema, cuja 
articulação compõe o triângulo de governo. 
- O PES, proposta geral complementada posteriormente com outros métodos que constituem, portanto, a chamada 
“trilogia matusiana”, fundamenta-se em um arcabouço teórico que enfatiza o conceito de situação e contempla um 
conjunto de métodos a serem utilizados nos diversos momentos do processo de planejamento, quais sejam, o 
“explicativo”, o “normativo”, o “estratégico” e o “tático-operacional”. 
- O primeiro (explicativo) implica a análise da situação inicial, que inclui a identificação, descrição e análise dos 
problemas e oportunidades de ação do ator em situação. O segundo (normativo) contempla a elaboração da situação-
objetivo, construída a partir da decisão acerca do que fazer no tempo político de que dispõe o ator para o enfrentamento 
dos problemas selecionados. O momento estratégico supõe a definição das operações a serem realizadas, com o 
desenho dos Módulos Operação-Problema contemplando a análise de viabilidade de cada uma das operações 
propostas. O momento tático-operacional, por sua vez, corresponde à execução das ações sob a gerência, 
monitoramento e avaliação das operações que compõem o plano. Cabe destacar que a noção de momento rompe com 
a ideia de etapas sequenciais do planejamento, em que, a partir do conhecimento estruturado sob uma dada realidade, 
são definidas as ações e as estratégias para torna-las viáveis, finalizando com a identificação de indicadores capazes de 
medir o desenvolvimento das propostas no limite temporal previsto para tal processo. 
- A noção de momento indica que essas etapas se desenvolvem, na realidade, de modo simultâneo, em que apenas há 
o predomínio de um momento sobre o outro. A construção da análise da situação, por exemplo, faz parte do momento 
explicativo, porém está fundamentada numa ideia de futuro que se pretende alcançar (momento normativo), e, ao 
mesmo tempo, é uma forma de avaliar o momento presente (momento tático-operacional), a partir de determinadas 
normas consideradas adequadas (momento normativo) para enfrentar os problemas priorizados. 
INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA RELACIONANDO CADA INSTRUMENTO E 
DEFININDO CONCEITUALMENTE, LEGISLAÇÃO VIGENTE, BEM COMO SUA VIGÊNCIA/PRAZOS, INSTÂNCIAS DE 
PACTUAÇÃO/APROVAÇÃO E IMPORTÂNCIA PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ; 
- A Constituição Federal de 1988 estabeleceu que as políticas de saúde, previdência e assistência devem estar articuladas 
no âmbito da Seguridade Social, criando sincronia entre os programas e ações voltados para a inclusão social. Essa 
articulação, do ponto de vista operacional, deve ocorrer nos processos de planejamento e orçamento, sendo necessário 
que os planos e os orçamentos do SUS estejam integrados com os das áreas de previdência e assistência. O orçamento 
da Seguridade Social é o instrumento de planejamento e orçamentação que articula e integra os programas dessas três 
áreas de política social e junto com o Orçamento Fiscal compõe o Orçamento Geral de cada ente da Federação. 
- Além disso, os instrumentos de planejamento da saúde — o Plano de Saúde e suas respectivas Programações Anuais 
e o Relatório de Gestão — devem orientar, no que se refere à política de saúde, a elaboração dos instrumentos de 
planejamento de governo — Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual 
(LOA), definidos a partir do art. 165 da CF. 
- No Plano Plurianual (PPA), que envolve um planejamento para o período de quatro anos, o projeto é encaminhado 
pelo Executivo ao Congresso até 31 de agosto do primeiro ano de cada governo, mas só começa a valer no ano seguinte. 
Dessa forma, sua vigência vai até o final do primeiro ano do próximo governo. O motivo dessa estratégia é promover a 
continuidade administrativa. Com base no PPA aprovado, o governo federal envia anualmente ao Congresso o projeto 
de uma outra lei: a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Esse projeto, que também precisa ser aprovado pelos 
parlamentares, define as prioridades que irão nortear a Lei Orçamentária da União (LOA), conhecida como Orçamento 
da União. A LDO é apresentada e votada no início do ano, e a LOA, no segundo semestre. Isso ocorre porque o 
planejamento deve ser feito com antecedência. 
- Todos os projetos das leis orçamentárias - PPA, LDO e LOA - têm autoria do presidente da República. No Congresso 
Nacional, eles são alterados e votados, primeiramente, na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e 
Fiscalização (CMO), que é composta por deputados e senadores. Em seguida, os projetos seguem para serem votados 
em sessão plenária conjunta do Congresso. Depois de aprovado, o projeto do Orçamento volta ao Executivo para a 
sanção pelo presidente da República, transformando-se em lei. A partir desse momento, inicia-se a fase de execução, 
que é a liberação das verbas. 
Plano Plurianual Com vigência de quatro anos, tem como função estabelecer as diretrizes, objetivos e metas de 
médio prazo da administração pública. 
LDO Cabe à LDO, anualmente, enunciar as políticas públicas e respectivas prioridades para o exercício 
seguinte. A LDO ao identificar no PPA as ações que receberão prioridade no exercício seguinte 
torna-se o elo entre o PPA, que funciona como um plano de médio-prazo do governo 
LOA Tem como principais objetivos estimar a receita e fixar a programação das despesas para o 
exercício financeiro. 
INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO DO SUS RELACIONANDO CADA INSTRUMENTO E DEFININDO CONCEITUALMENTE, 
COM A LEGISLAÇÃO VIGENTE, BEM COMO SUA V IGÊNCIA/PRAZOS, INSTÂNCIAS DE PACTUAÇÃO/APROVAÇÃO E 
IMPORTÂNCIA PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DO SUS; 
- Lei n° 8.080, de 19/09/90 – os artigos 36 e 37 dessa Lei definem que o processo de planejamento e orçamento do SUS 
será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da 
política de saúde com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal 
e da União. 
- No que se refere aos instrumentos de planejamento, existem distintos modelos e métodos que variam desde aqueles 
que só contemplam a simples projeção de tendências, até modelos complexos, com fundamento em diferentes marcos 
teóricos e conceituais, que propõem uma visão mais elaborada da situação problematizada, levando em consideração 
as variáveis externas ao problema, as visões e proposições dos diferentes atores sociais envolvidos e do planejamento 
em particular. Seja qual for a opção feita — e, no âmbito do PlanejaSUS, esta opção foi a da construção coletiva —, o 
importante é ter em mente que planejar implica mobilizar recursos e vontades para que as propostas se concretizem e 
os objetivos sejam atingidos. 
- O funcionamento do Sistema de Planejamento do SUS tem por base a formulação e/ou revisão periódica dos seguintes 
instrumentos: 
 o Plano de Saúde e as respectivas Programações Anuais de Saúde; e 
 os Relatórios Anuais de Gestão. Esses instrumentos compõem, assim, o elenco básico dos produtos a serem 
promovidos pelo PlanejaSUS. 
- Nesse sentido, estão estabelecidos como instrumentos inerentes a todo o Sistema de Planejamento do SUS e, 
portanto, às três esferas de gestão. 
Plano de Saúde: 
- O processo de formulação participativo e ascendente do Plano de Saúde, além de requisito legal, é um dos mecanismos 
relevantes para se assegurar o princípio de unicidade do SUS e a participação social. Para o cumprimento da orientação 
legal, verifica-se, todavia, a dificuldade de se indicar um modelo único aplicável a todas as instâncias, especialmenteconsiderando as peculiaridades e necessidades próprias de cada município, estado e região do País. Dessa forma, o 
Plano de Saúde – como instrumento referencial básico – deve refletir essas diferentes realidades. 
- Assim, na organização e implementação do PlanejaSUS, é importante observar o conceito básico do que é o Plano de 
Saúde, definido no Art. 2º da Portaria Nº 3.332/2006 (BRASIL, 2006d), e que comporta, logicamente, a incorporação das 
adaptações que se fizerem necessárias, em cada esfera de gestão, em consonância com a política nacional de saúde 
expressa nos respectivos atos normativos. 
- No âmbito do Sistema de Planejamento do SUS, define-se como Plano de Saúde o instrumento que, a partir de uma 
análise situacional, apresenta as intenções e os resultados a serem buscados no período de quatro anos, expressos em 
objetivos, diretrizes e metas. As ações, os recursos financeiros e outros elementos que dão consequência prática ao 
Plano não são objeto de explicitação no Plano de Saúde. 
- Em síntese, o Plano de Saúde deve ser a expressão das políticas e dos compromissos de saúde numa determinada 
esfera de gestão. É a base para a execução, o monitoramento, a avaliação e a gestão do sistema de saúde. 
Para a elaboração do Plano de Saúde, é necessário: 
 identificar problemas e situações que requerem a implementação de soluções; 
 identificar os fatores que, direta ou indiretamente, determinam a situação considerada insatisfatória; 
 estabelecer as linhas que poderão ser seguidas para solucionar os problemas; 
 definir os procedimentos de monitoramento e avaliação que permitirão saber se as linhas seguidas são 
adequadas para os fins perseguidos e se os resultados obtidos estão dentro do esperado; 
 utilizar instrumentos pactuados anteriormente, tais como Plano de Saúde, Planos Diretores, Relatórios 
Anuais de Gestão, relatórios de Conferências, Termo de Compromisso de Gestão, entre outros. 
- No âmbito do Sistema de Planejamento do SUS, o atendimento desses requisitos compreende dois momentos, a 
saber: (1) análise situacional; e (2) formulação dos objetivos, diretrizes e metas. 
- Na conformidade do Art. 5º da Portaria Nº 3.332/2006 (BRASIL, 2006d), são indicados como eixos orientadores 
para a análise situacional e para a formulação dos objetivos, diretrizes e metas dos Planos de Saúde: 
 as condições de saúde da população (este eixo concentra os compromissos e responsabilidades exclusivas 
do setor saúde); 
 os determinantes e condicionantes de saúde (este eixo concentra medidas compartilhadas ou sob a 
coordenação de outros setores – intersetorialidade); e 
 a gestão em saúde (este eixo concentra, entre outras, medidas que se configuram essenciais à melhoria 
e/ou ao aperfeiçoamento da gestão na respectiva esfera, tais como recursos humanos, participação social, 
infra-estrutura, descentralização etc). 
Programação Anual de Saúde: 
- A Programação Anual de Saúde é o instrumento que operacionaliza as intenções expressas no Plano de Saúde. 
- Na Programação, são detalhadas – a partir dos objetivos, das diretrizes e das metas do Plano de Saúde – as ações, as 
metas anuais e os recursos financeiros que operacionalizam o respectivo Plano. É importante identificar também as 
áreas responsáveis e as parcerias necessárias para a execução das ações, as quais representam o que se pretende fazer 
para o alcance dos objetivos. 
- Cabe assinalar que a Programação Anual de Saúde reúne o conjunto das iniciativas a serem implementadas pela 
respectiva esfera de gestão em determinado ano. A elaboração da Programação deve ser coordenada pela área de 
planejamento ou, no caso de não existir, por uma equipe designada para tal. Em outras palavras, isso significa que a 
Programação Anual de Saúde contém – de forma sistematizada, agregada e segundo a sua estrutura básica – as 
programações de áreas específicas. Os resultados decorrentes da implementação da Programação compõem o 
Relatório Anual de Gestão. 
- O horizonte temporal da Programação Anual de Saúde coincide com o período definido para o exercício 
orçamentário, ou seja, um ano calendário. Portanto, as bases legais para sua elaboração são a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual. Nesse sentido, cabe assinalar que o Plano de Saúde constitui um 
importante instrumento político para a negociação do gestor, visto que nele são apresentadas as intenções e os 
resultados a serem buscados no período de quatro anos. 
- O propósito da Programação é determinar o conjunto de ações que permitam concretizar os objetivos definidos 
no Plano de Saúde. Assim sendo, a Programação pode ser entendida como um processo instituído no âmbito do 
SUS, resultante da definição, negociação e formalização dos pactos entre os gestores. 
- São objetivos da Programação Anual de Saúde: 
 integrar o processo geral de planejamento das três esferas de governo de forma ascendente, coerente com 
os respectivos planos municipal, estadual e nacional de saúde, para o ano correspondente; 
 consolidar o papel do gestor na coordenação da política de saúde; 
 viabilizar a regulação, o controle e a avaliação do sistema de saúde; • definir a macro-alocação dos recursos 
do SUS para o financiamento do sistema; 
 promover a integração dos sistemas municipais de saúde; 
 explicitar o pacto de gestão e o comando único em cada esfera de governo; 
 contribuir no desenvolvimento de processos e métodos de avaliação de resultado e controle das ações e 
serviços de saúde. 
- Como já assinalado, atualmente, existem no SUS distintos instrumentos e sistemas informatizados de 
programação, como a Programação Pactuada Integrada da Assistência (PPI/Assistência) e a Programação das Ações 
de Vigilância em Saúde (PVS). Esses instrumentos apresentam aberturas programáticas específicas de acordo com o 
objeto da pactuação. Assim sendo, na PPI estão pactuados os procedimentos e recursos financeiros relativos à 
assistência à saúde. 
- Essas considerações são importantes para subsidiar a elaboração do instrumento de Programação Anual de Saúde 
que, no contexto do PlanejaSUS, deve assegurar o desenvolvimento do Plano e contemplar o conjunto das ações de 
promoção, proteção e recuperação da saúde. 
- Em síntese, do ponto de vista da estrutura, a Programação Anual de Saúde conterá, minimamente, o seguinte 
formato: 
 definição das ações que, no ano específico, irão garantir o alcance dos objetivos e o cumprimento das metas 
do Plano de Saúde; 
 estabelecimento das metas anuais; 
 definição dos recursos orçamentários necessários ao cumprimento da Programação. 
Relatório Anual de Gestão: 
- O Relatório Anual de Gestão é o instrumento que apresenta os resultados alcançados com a execução da Programação 
Anual de Saúde (BRASIL, 2006d). Os resultados alcançados são apurados com base no conjunto de ações e metas que 
foi definido na Programação Anual de Saúde. 
- Cabe destacar que, ao final do período de vigência do Plano de Saúde, é necessário que seja feita a sua avaliação, 
retratando os resultados efetivamente alcançados, de modo a subsidiar a elaboração do novo Plano, com as correções 
de rumos que se fizerem necessárias e a inserção de novos desafios ou inovações. Para tanto, os Relatórios Anuais de 
Gestão configuram-se insumos privilegiados. Essa avaliação, além de contemplar aspectos qualitativos e quantitativos, 
envolve também uma análise acerca do processo geral de desenvolvimento do Plano, registrando os avanços obtidos, 
os obstáculos que dificultaram o trabalho, bem como as iniciativas ou medidas que devem ser desencadeadas. 
- A estrutura do Relatório Detalhado do Quadrimestre deve guardar similaridade com a do Relatório de Gestão, visto 
que o conteúdo dos itens I, II e III do art. 36 está presente na estrutura atual do RAG. 
 O conteúdo do item I – montante e fonte dos recursos aplicados no período: informações oriundas dos 
relatórios gerenciais doSIOPS, que versam sobre o tema. 
 O conteúdo do item II – auditorias realizadas ou em fase de execução no período e suas recomendações e 
determinações expressa informações sobre: UF / Município / Demandante / Órgão responsável pela auditoria 
/ Nº auditoria / Finalidade / Unidade auditada / Encaminhamentos (recomendações e determinações). 
 O conteúdo do item III referente à oferta e produção de serviços públicos na rede assistencial própria, 
contratada e conveniada observa: 
o dados de oferta de serviços oriundos do SCNES, evidenciando quantitativo, tipo de estabelecimento 
esfera administrativa; 
o dados de produção de serviços, oriundos do SIA e SIH/SUS, contemplando aspectos relativos à 
Atenção Básica, Urgência e Emergência, Atenção Psicossocial, Atenção Ambulatorial Especializada e 
Hospitalar, Assistência Farmacêutica e Vigilância em Saúde; 
o o conteúdo do item III, referente aos indicadores de saúde da população, considera indicadores de 
oferta, cobertura, produção de serviços e de saúde, passíveis de apuração quadrimestral, que 
possibilitem o monitoramento das ações da Programação Anual de Saúde. 
- O RDQ está estruturado em quatro itens: 
 Introdução; 
- O Relatório Anual de Gestão deverá ser elaborado na conformidade da Programação e indicar, inclusive, as 
eventuais necessidades de ajustes no Plano de Saúde. Esse relatório é também instrumento das ações de auditoria 
e de controle. Em síntese, do ponto de vista da estrutura, o Relatório Anual de Gestão conterá, minimamente: 
 o resultado da apuração do cumprimento do conjunto das ações e metas contido na Programação Anual; 
 a análise da execução da programação (física e orçamentária/financeira); 
 as recomendações (por exemplo, revisão dos indicadores, reprogramação). 
- Portanto, além de apresentar o desempenho da execução das ações e o grau de cumprimento das metas da 
Programação Anual de Saúde, o Relatório Anual de Gestão fornece as bases para o ajuste do Plano e indica os rumos 
para a programação do ano seguinte. 
- As ações são as medidas ou iniciativas concretas a serem desenvolvidas e que deverão contribuir para o alcance 
dos objetivos e das metas propostas no Plano de Saúde. São exemplos de ações: 
 contratar profissionais para compor as equipes de saúde bucal; 
 realizar cursos para as equipes de saúde bucal. 
- As metas anuais da Programação são expressões quantitativas das ações definidas. O estabelecimento das metas 
anuais deve ter em conta as metas definidas no Plano de Saúde. 
 Demonstrativo do montante e fonte dos recursos aplicados no período; 
 Informações sobre auditorias; 
 Rede física de serviços públicos de saúde – próprios e privados contratados – e indicadores de saúde. 
Pactuação Interfederativa de Indicadores: 
- É o processo de negociação entre os entes federados (Municípios, Estados e Distrito Federal), que envolvem um rol de 
indicadores relacionados a prioridades nacionais em saúde, cabendo aos entes federados discutir e pactuar tais 
indicadores que compreendem os interesses regionais. 
- É responsável pelo monitoramento e avaliação das respectivas metas pactuadas, de modo que os resultados 
retroalimentem o planejamento em saúde. Entre as responsabilidades, está a de calcular os resultados alcançados, 
utilizando informações disponibilizadas nas bases nacionais e locais. A definição de metas para os indicadores deverá 
ser finalizada até o dia 31 de março de cada ano. O sistema informatizado utilizado para registro das metas pactuadas 
é o SISPACTO. 
- O processo de pactuação interfederativa das metas e ações para o ano de 2021 ocorrerá de forma ascendente, 
partindo do nível local até o estadual, conforme o fluxo descrito a seguir: 
 Pactuação municipal e regional: 
o Os municípios se reunirão na Comissão Intergestores Regional (CIR) para discutir e pactuar as metas 
municipais e regionais (por Região de Saúde), para o ano de 2021, bem como elencar as respectivas 
ações para o alcance das metas; 
o A pactuação municipal deverá ser submetida ao respetivo Conselho Municipal de Saúde para 
aprovação; 
o A pactuação regional deverá ser aprovada pela Comissão Intergestores Regional (CIR); 
o As pactuações municipais e regionais de 2021 deverão ser encerradas impreterivelmente até o dia 15 
de março de 2021. 
o O registro das metas municipais deverá ser realizado no sistema DIGISUS – Módulo Planejamento, e 
encaminhado ao Conselho Municipal de Saúde via sistema para apreciação; 
o Após a aprovação da pactuação municipal pelo Conselho de Saúde, a pactuação deverá ser 
homologada pelo técnico indicado pelos Departamentos Regionais de Saúde (DRS) que possui acesso 
ao DIGISUS com o perfil técnico estadual. 
o Em virtude da ausência de sistema nacional para o registro das metas e ações das regiões de saúde, 
será encaminhado via e-mail aos Departamentos Regionais de Saúde (DRS) link de formulário on-line 
para o registro da pactuação regional. 
 Pactuação estadual: 
o A pactuação estadual terá como base as pactuações dos municípios e das Regiões de Saúde e será 
discutida na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e no Conselho Estadual de Saúde (CES); 
o A pactuação estadual de metas e ações deverá ser encerrada até 30 de março de 2021. 
o A pactuação estadual deverá ser registrada no sistema DIGISUS – Módulo Planejamento e 
encaminhada ao CES via sistema para apreciação. 
- As ações e metas pactuadas deverão ser consideradas na Programação Anual de Saúde dos entes federados. 
COMO SE DÁ O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO E A COMPATIBILIDADE ENTRE OS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO? 
- A Constituição Federal de 1988 define a integração entre as funções de planejamento estatal e as de orçamentação 
como sendo o fundamento do modelo orçamentário brasileiro, definido pela necessidade do estabelecimento de uma 
conexão coerente entre os respectivos instrumentos adotados. Do mesmo modo, tal conexão institui uma relação 
intrínseca entre os planos de curto e médio prazo e as programações anuais de gastos governamentais. Dada esta forma 
de estruturação orçamentária, o PPA consiste no ponto de partida que define as diretrizes gerais de ação do Estado nas 
três esferas de governo da Federação. 
- De acordo com o texto constitucional, cabe ao PPA a definição das diretrizes, objetivos e metas da Administração 
Pública relativas às despesas de capital e aos gastos correntes delas derivados, ou seja, o PPA sintetiza as estratégias de 
médio prazo e as operacionaliza por meio dos programas que o constituem. 
- O PPA se estrutura em duas partes fundamentais que são a base estratégica e os programas. A base estratégica consiste 
no conjunto de análises de cenário e de prospecção estratégica que orientará o planejamento governamental. A base 
estratégica deve contemplar a análise da situação econômica e social, as diretrizes, objetivos e metas estabelecidas pelo 
chefe do Poder Executivo, a previsão dos recursos orçamentários e sua distribuição entre os setores ou entre os 
programas e diretrizes, objetivos e metas dos demais órgãos compatíveis com a orientação estratégica do chefe do 
Poder Executivo. Os programas consistem na sistematização das ações que serão implementadas de acordo com as 
orientações definidas na base estratégica. 
- O detalhamento anual dos gastos relativos a cada etapa das estratégias adotadas é realizado pela LOA, cujo conteúdo 
deve guardar plena compatibilidade com as diretrizes expressas nos programas definidos no PPA. Enquanto o PPA 
compreende o planejamento governamental de médio prazo, para quatro anos, a LOA contém o detalhamento anual 
desse planejamento na forma das ações que deverão ser implementadas e dos recursos orçamentários que estarão 
disponíveis para o financiamento das políticas. Assim sendo, a LOA consiste na expressão anual do planejamento 
governamental, quando são previstos com maior detalhamento o volume de recursos arrecadados e como esses serãoalocados ao longo do conjunto de programas e projetos que serão executados no exercício fiscal correspondente. 
- A integração entre o PPA e a LOA é função da LDO, consistindo no instrumento inovador instituído pela Constituição 
Federal de 1988 em matéria de organização orçamentária. Segundo esta última, cabe à LDO estabelecer, para cada 
exercício fiscal, as metas e as prioridades da Administração Pública e os parâmetros de elaboração da LOA, além de 
dispor sobre um amplo conjunto de questões adicionais consideradas essenciais para que o planejamento de médio 
prazo, expresso no PPA, possa se traduzir em ação eficiente e eficaz de curto prazo. Esse conjunto abrange disposições 
relativas a possíveis alterações na legislação tributária e na política de pessoal da Administração Pública, a fixação de 
limites de gastos para os três poderes, as condições para que o equilíbrio fiscal seja obtido, o estabelecimento de 
critérios para limitação de empenho, a definição de medidas a serem adotadas em caso de redução dos montantes de 
endividamento, definição das condições e exigências específicas para transferências de recursos a entidades públicas e 
privadas, entre outras. 
- O ciclo de planejamento e orçamento de médio e curto prazos definido pela Constituição Federal de 1988 estabelece 
os prazos conforme apresentado no Quadro 9 para que as peças de planejamento e de orçamentação sejam enviadas 
pelo Poder Executivo ao Legislativo, em cada esfera da federação, e esse faça a apreciação das mesmas e as devolva 
para sanção até o limite dos prazos estabelecidos. 
- Portanto, o ciclo de elaboração do planejamento no SUS, em cada esfera, precisa estar harmonizado com essa lógica 
para permitir que haja sincronia das políticas de saúde com as demais políticas governamentais, no tempo. De forma 
mais específica, a Lei n° 141, de 2012, em seu art. 36, § 2°, estabelece que a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios deverão encaminhar para aprovação do respectivo conselho de saúde a Programação Anual de Saúde, antes 
da data de encaminhamento da LDO do exercício correspondente ao Legislativo, de forma a garantir que o setor saúde 
esteja contemplado nas regras dispostas na LDO aplicáveis ao ano subsequente. 
- Nesse sentido, destaca-se a Nota Técnica do CONASS n° 05, de 2013, a respeito do art. 36, que orienta a elaboração e 
encaminhamento da Programação Anual de Saúde em duas etapas distintas, dentre as quais a primeira se refere à PAS 
para orientar a LDO e a segunda se refere ao detalhamento da PAS após aprovação da LDO. No Quadro 10, os 
procedimentos principais estão resumidos.

Continue navegando