SUS: Sistema Único de Saúde

Prévia do material em texto

O que é o SUS?
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um sistema público de saúde 
brasileiro que garante acesso gratuito e universal a todos os cidadãos. 
Estabelecido pela Constituição de 1988, o SUS é um dos maiores 
sistemas de saúde pública do mundo, atendendo desde consultas simples 
até transplantes de órgãos complexos. Ele abrange desde a atenção 
básica até a alta complexidade, incluindo ações de promoção, prevenção 
e reabilitação da saúde.
O SUS é financiado por recursos públicos e gerido de forma 
descentralizada, com a participação de governos federais, estaduais e 
municipais. Além disso, conta com a participação da sociedade civil 
através de conselhos de saúde em todas as esferas de governo. Seu 
objetivo é oferecer atenção integral à saúde, com foco na equidade e no 
acesso universal aos serviços de saúde.
by Leonardo Diogo
https://gamma.app
Histórico do SUS
1 Origens da Saúde Pública no Brasil
As raízes do Sistema Único de Saúde (SUS) remontam ao início do 
século XX, quando surgiram as primeiras iniciativas de saúde pública 
no país. Nessa época, campanhas de vacinação e combate a epidemias 
se fortaleceram, impulsionadas pela necessidade de conter doenças 
infecciosas e melhorar as condições sanitárias da população. Esse 
movimento lançou as bases para a construção de uma estrutura de 
saúde pública que posteriormente evoluiria para o SUS.
2 A Reforma Sanitária Brasileira
Na década de 1970, um amplo movimento social pela democratização da 
saúde, conhecido como Reforma Sanitária Brasileira, ganhou força. 
Esse movimento reivindicava a criação de um sistema de saúde 
universal, equitativo e de acesso gratuito a toda a população. Liderado 
por profissionais de saúde, acadêmicos e ativistas, a Reforma Sanitária 
foi crucial para a construção das bases políticas e ideológicas que 
culminariam na criação do SUS.
3 A Constituição de 1988 e o Nascimento do SUS
O reconhecimento da saúde como um direito de todos e dever do Estado 
foi consagrado na Constituição Federal de 1988, que estabeleceu as 
diretrizes para a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Após 
intensos debates e negociações, o SUS foi oficialmente instituído pelas 
Leis Orgânicas da Saúde (8.080/90 e 8.142/90), consolidando-se como 
um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo.
https://gamma.app
Princípios e diretrizes do SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) é regido por princípios e diretrizes que estabelecem as bases 
fundamentais para seu funcionamento e organização. Esses princípios e diretrizes são norteados pelos 
valores de universalidade, equidade e integralidade, buscando garantir o acesso à saúde como um direito de 
todos os cidadãos brasileiros.
Alguns dos principais princípios do SUS são:
Universalidade: O acesso aos serviços de saúde deve ser garantido a todas as pessoas, 
independentemente de sua condição social, econômica ou de saúde.
1.
Equidade: Significa tratar de maneira diferenciada os grupos sociais mais vulneráveis, a fim de 
reduzir as desigualdades e promover a justiça social.
2.
Integralidade: O atendimento deve considerar a pessoa em sua totalidade, com ações de promoção, 
prevenção, tratamento e reabilitação da saúde.
3.
Além disso, o SUS também se baseia em diretrizes organizacionais que orientam sua estrutura e 
funcionamento, como a descentralização, a participação social e a hierarquização dos serviços. Essas 
diretrizes visam garantir a eficiência, a transparência e o controle social no sistema de saúde.
https://gamma.app
Estrutura e organização do 
SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) é estruturado em níveis de atenção, 
com a Atenção Primária à Saúde (APS) como a principal porta de 
entrada, seguida pela Atenção Secundária e Terciária. A APS é 
coordenada pelos municípios, que organizam a rede de unidades básicas 
de saúde, equipes de saúde da família e programas voltados para a 
prevenção e promoção da saúde. A Atenção Secundária é composta por 
clínicas, ambulatórios especializados e policlínicas, enquanto a Atenção 
Terciária engloba os hospitais de alta complexidade.
A gestão do SUS é descentralizada, com responsabilidades 
compartilhadas entre União, estados e municípios. Cada ente federativo 
possui suas atribuições e competências, atuando de forma integrada 
para garantir a oferta de serviços de saúde à população. O 
financiamento do sistema provém de recursos públicos, provenientes 
dos orçamentos da União, estados e municípios, sendo complementado 
por investimentos privados.
https://gamma.app
Financiamento do SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) é financiado por recursos provenientes de diferentes fontes, sendo a 
principal delas os impostos arrecadados pelo governo federal, estadual e municipal. O financiamento do 
SUS é estabelecido pela Constituição Federal e regulamentado pela Lei Complementar nº 141/2012.
$230B
Orçamento Anual
O orçamento anual do SUS é de 
aproximadamente R$ 230 
bilhões, o que representa cerca 
de 3,8% do Produto Interno 
Bruto (PIB) do Brasil.
$15B
Investimento Federal
O governo federal é responsável 
por aportar cerca de R$ 15 
bilhões anuais para o 
financiamento do SUS, 
provenientes principalmente de 
impostos e contribuições 
sociais.
40%
Participação Estadual e 
Municipal
Estados e municípios são 
responsáveis por complementar 
o financiamento do SUS, 
contribuindo com pelo menos 
12% e 15% de seus orçamentos, 
respectivamente.
Além dos recursos públicos, o SUS também recebe financiamento de outras fontes, como os recursos 
arrecadados pela Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e a Contribuição para o Financiamento 
da Seguridade Social (COFINS). Esse modelo de financiamento tripartite, com participação da União, 
estados e municípios, busca garantir a sustentabilidade e a universalidade do sistema de saúde.
Apesar dos avanços no financiamento do SUS, ainda existem desafios relacionados à insuficiência de 
recursos, à necessidade de maior eficiência na alocação dos recursos e à busca por fontes de 
financiamento mais estáveis e previsíveis. O debate sobre o financiamento do SUS é constante na agenda 
política e envolve discussões sobre a necessidade de maior investimento público na saúde, a melhoria da 
gestão dos recursos e a regulamentação de novas fontes de financiamento.
https://gamma.app
Atenção Primária à Saúde no SUS
O que é a 
Atenção 
Primária à 
Saúde?
A Atenção Primária à 
Saúde (APS) é a 
porta de entrada do 
Sistema Único de 
Saúde (SUS) e a 
principal 
responsável por 
cuidar da saúde da 
população de forma 
integral e contínua. 
A APS é 
caracterizada pela 
descentralização dos 
serviços de saúde, 
proximidade com as 
comunidades e foco 
na prevenção e 
promoção da saúde, 
além de ser a 
coordenadora do 
cuidado ao longo de 
toda a rede de 
atenção à saúde.
Estratégia Saúde 
da Família (ESF)
A Estratégia Saúde 
da Família (ESF) é a 
principal forma de 
organização da APS 
no SUS. Ela se baseia 
na formação de 
equipes 
multidisciplinares 
que atuam de forma 
territorializada, 
responsabilizando-se 
pelo 
acompanhamento de 
uma população 
adscrita em uma 
determinada área. 
Essa abordagem 
permite uma atenção 
mais próxima e 
personalizada, com 
ações de promoção, 
prevenção e 
recuperação da 
saúde.
Ações da APS no 
SUS
Algumas das 
principais ações 
desenvolvidas pela 
APS no âmbito do 
SUS incluem: 
consultas médicas e 
de enfermagem, 
vacinação, 
acompanhamento 
pré-natal e 
puericultura, visitas 
domiciliares, ações 
de vigilância em 
saúde, promoção de 
hábitos saudáveis, 
educação em saúde e 
articulação com 
outros serviços da 
rede de atenção.
Importância da 
APS
A APS é fundamental 
para a efetividade do 
SUS, pois permite o 
acesso universal e 
equânime aos 
serviços de saúde, a 
longitudinalidade do 
cuidado e a 
coordenação da 
atenção. Além disso, 
a APS é a base para a 
reorganização do 
modelo de atenção à 
saúde no Brasil, com 
foco na promoção da 
saúde e na prevenção 
de agravos, de forma 
a reduzir a demanda 
por serviços 
especializados e 
hospitalares.https://gamma.app
Programas e políticas do SUS
Programa Mais 
Médicos
O Programa Mais 
Médicos foi 
implementado em 2013 
com o objetivo de 
melhorar a assistência 
médica em regiões 
carentes do país. Ele 
atrai médicos, 
inclusive estrangeiros, 
para atuarem em áreas 
com escassez de 
profissionais, 
ampliando o acesso da 
população aos serviços 
de saúde. O programa 
oferece incentivos 
financeiros, formação 
complementar e 
melhores condições de 
trabalho para atrair e 
fixar os médicos 
nessas localidades.
Programa 
Nacional de 
Imunizações
O Programa Nacional 
de Imunizações (PNI) é 
um dos principais 
pilares do SUS, 
responsável pela 
oferta gratuita de um 
calendário de vacinação 
abrangente para a 
população brasileira. 
Com décadas de 
atuação, o PNI tem 
conseguido erradicar 
doenças, reduzir a 
incidência de outras e 
manter altas 
coberturas vacinais, 
contribuindo 
significativamente 
para a melhoria da 
saúde pública no país.
Programa Saúde 
da Família
O Programa Saúde da 
Família (PSF) é uma 
estratégia 
fundamental do SUS 
para a organização da 
Atenção Primária à 
Saúde. Ele visa a 
aproximação dos 
serviços de saúde com 
as comunidades, por 
meio de equipes 
multidisciplinares que 
atuam em território 
definido, prestando 
cuidados integrais e 
contínuos à população. 
O PSF tem se 
destacado por 
promover a prevenção 
de doenças, a promoção 
da saúde e a integração 
da rede de serviços, 
contribuindo para a 
melhoria dos 
indicadores de saúde 
nos municípios.
Programa 
Farmácia Popular
O Programa Farmácia 
Popular é outra 
importante iniciativa 
do SUS que visa 
ampliar o acesso da 
população a 
medicamentos 
essenciais. Por meio de 
parcerias com redes 
privadas de farmácias 
e drogarias, o 
programa oferece 
medicamentos com 
preços subsidiados ou 
até mesmo gratuitos 
para doenças crônicas 
como hipertensão, 
diabetes e asma. Essa 
política busca reduzir 
as barreiras 
econômicas no acesso 
aos tratamentos, 
melhorando a adesão e 
os resultados em 
saúde.
https://gamma.app
Desafios e perspectivas do SUS
1
Financiamento insuficiente
Recursos limitados para atender a demanda crescente
2
Desigualdades regionais
Acesso desigual aos serviços de saúde
3
Gestão eficiente
Necessidade de melhorar a eficiência administrativa
4
Integração dos serviços
Articulação entre os diferentes níveis de atenção
5
Qualificação dos profissionais
Aprimoramento contínuo da formação e 
capacitação
O Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta diversos desafios que precisam ser enfrentados para garantir 
a sua sustentabilidade e a melhoria contínua dos serviços prestados à população. Um dos principais 
obstáculos é o financiamento insuficiente, com recursos limitados para atender a demanda crescente por 
assistência médica e hospitalar. Além disso, existem desigualdades regionais significativas, com algumas 
regiões tendo acesso mais restrito aos serviços de saúde em comparação a outras. A gestão eficiente dos 
recursos também é um desafio, sendo necessário aprimorar os processos administrativos e gerenciais 
para otimizar o uso dos recursos disponíveis.
Outro ponto crucial é a integração dos serviços de saúde, garantindo a articulação entre os diferentes 
níveis de atenção (primária, secundária e terciária) e a continuidade do cuidado. Por fim, a qualificação 
dos profissionais de saúde é fundamental, exigindo investimentos contínuos na formação e capacitação 
desses profissionais, de modo a oferecer serviços de alta qualidade e resolutivos. Superar esses desafios 
é essencial para consolidar o SUS como um sistema de saúde universal, equitativo e de excelência.
https://gamma.app
Participação social no SUS
1
Conselhos de Saúde
A participação social é fundamental no SUS e acontece por meio dos 
Conselhos de Saúde em nível municipal, estadual e federal. Esses 
conselhos são instâncias colegiadas, compostas por representantes do 
governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, que 
atuam na formulação de estratégias e no controle da execução da 
política de saúde, incluindo os aspectos econômicos e financeiros.
2
Conferências de Saúde
As Conferências de Saúde são eventos que acontecem a cada 4 anos, com 
o objetivo de avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a 
formulação da política de saúde nos níveis correspondentes. Elas são 
precedidas por conferências municipais e estaduais, que subsidiam a 
Conferência Nacional de Saúde, o maior evento de participação social do 
SUS.
3
Ouvidoria do SUS
Outra forma de participação social no SUS é por meio da Ouvidoria, que 
recebe e processa manifestações (reclamações, denúncias, elogios e 
sugestões) dos cidadãos sobre os serviços e ações de saúde. Essas 
informações são utilizadas para a melhoria contínua do sistema de saúde 
e o fortalecimento do controle social.
https://gamma.app
O papel do cidadão no SUS
Participação ativa
O SUS é construído e mantido por 
todos os cidadãos brasileiros. 
Portanto, é fundamental que cada 
indivíduo assuma um papel ativo no 
sistema, exercendo seus direitos e 
responsabilidades. Isso significa não 
apenas utilizar os serviços de saúde 
quando necessário, mas também se 
envolver nas discussões e decisões 
sobre as políticas de saúde pública, 
participar de conselhos e 
conferências de saúde, e fiscalizar a 
gestão e aplicação dos recursos 
destinados à saúde.
Autocuidado e 
corresponsabilidade
Além de acompanhar e contribuir 
para a melhoria do SUS, os cidadãos 
também têm um papel fundamental 
no cuidado com a própria saúde. 
Adotar hábitos saudáveis, seguir as 
orientações médicas, e participar 
ativamente do próprio tratamento são 
atitudes que ajudam a fortalecer o 
sistema e a melhorar os resultados 
em saúde. Cada pessoa é 
corresponsável pelo seu bem-estar e 
pela sustentabilidade do SUS.
Promoção da saúde
Além de cuidar da própria saúde, os cidadãos também podem contribuir para a 
promoção da saúde em suas comunidades. Isso pode envolver ações de educação em 
saúde, mobilização social, e advocacy para melhorias nas condições de vida e nos 
determinantes sociais da saúde. Quanto mais engajada a população, maior a chance 
de se alcançar uma sociedade mais saudável e equitativa.
https://gamma.app