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INDICADORES DE SAÚDE INTRODUÇÃO Hierarquia de conceitos: - O indicador sempre tem início pelo dado (ou uma variável absoluta ou um número quantitativo). No indicador, geralmente utilizamos numerador e denominador e, dependendo do tipo deste indicador, ele irá nos revelar uma informação, que será avaliada e resultará em conhecimento (o que gera evidência científica). - Somente o dado não consegue expressar/refletir a análise da situação de saúde ou do processo de adoecimento de uma população. É necessário que haja essa hierarquia em que um (1) dado é trabalhado para se constituir num (2) indicador e, a partir da análise desse indicador, de fato ocorrer a (3) informação em saúde e essa informação gerar um (4) conhecimento, uma evidência científica. INDICADORES - RIPSA (Rede Interagencial de Informações de Saúde): são medidas-síntese que contêm informações relevantes sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde → É vinculada ao MS e é onde conseguimos encontrar materiais de maior qualidade em relação a todos os indicadores, não somente os da saúde, mas também aqueles que possuem relação com o setor saúde. - Os indicadores são instrumentos utilizados para medir uma realidade, como parâmetro norteador, instrumento de gerenciamento, avaliação e planejamento das ações na saúde, de modo a permitir mudanças nos processos e resultados → Ou seja, a partir do indicador, é possível ocorrer uma série de desdobramentos de várias ações. - São atributos de um indicador: Integridade ou completude (dados completos) – fonte de dados alimentada pelas informações de saúde, que devem conter todos os dados necessários sobre um agravo, por exemplo; isso inclui identificação do paciente, sexo, idade, escolaridade e outras informações, que são as variáveis que compõe um conjunto de indicadores e que podem trazer um perfil dos indivíduos que foram acometidos por tal doença Consistência interna (valores coerentes e não contraditórios) – os dados realmente conseguem refletir a realidade? Validade (capacidade de medir o que se pretende) Confiabilidade (reproduzir os mesmos resultados quando aplicado em condições similares) Sensibilidade (capacidade de detectar o fenômeno analisado) Especificidade (capacidade de detectar somente o fenômeno analisado) Mensurabilidade (basear-se em dados disponíveis ou fáceis de conseguir) – é possível medir esses dados? Relevância (responder a prioridades de saúde) e Custo-efetividade (os resultados justificam o investimento de tempo e recursos) Pactuação Interfederativa: - É o processo de negociação e pactuação entre os municípios e estados, que envolve um rol de indicadores relacionados a prioridades nacionais em saúde, cabendo aos entes federativos discutir e pactuar. Esses dados são levantados a partir da análise de situação de saúde e também dos planos nacionais de saúde. foco na gestao publica em saude Valdir Realce Valdir Realce Valdir Realce Valdir Realce Valdir Realce Valdir Realce Valdir Realce Valdir Realce Valdir Realce Valdir Realce Valdir Realce Valdir Realce - O fluxo de pactuação ocorre da seguinte maneira: 1. Os municípios distribuídos numa região de saúde se reúnem na CIR (Comissão Intergestores Regionais) para discutir e pactuar as metas e ações municipais e regionais para cada indicador; 2. Após, ocorre uma pactuação municipal, que deve ser submetida ao respectivo Conselho Municipal de Saúde para aprovação; 3. Com a aprovação dessa pactuação, há formalização do registro das metas e ações municipais e regionais. - A Pactuação Interfederativa é um instrumento composto geralmente por 6 diretrizes nacionais, 8 objetivos nacionais e 22 indicadores. Para que seja possível medir se as metas estão sendo cumpridas, estão disponíveis 22 indicadores que poderão expressar e de fato medir se os três entes federados têm conseguido efetivar os objetivos repassados. - Alguns indicadores pactuados: Proporção de acesso hospitalar dos óbitos por acidente; Proporção de óbitos nas internações por IAM; Razão de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres de 25-64 anos e a população da mesma faixa etária; Número de casos de sífilis congênita em menores de 1 ano; Taxa de mortalidade infantil; Proporção de contatos examinados de casos novos de hanseníase; Proporção de imóveis visitados em, pelo menos, quatro ciclos de visitas domiciliares para controle da dengue. No indicador acima, é possível observar que o denominador será composto por essa população de 30 a 69 anos e o numerador será a quantidade de pessoas que morreram por essas quatro doenças. Ao olhar a tabela, pode-se perceber uma série histórica que vem desde 2015 a 2020: (1) em 2015, esse município teve uma taxa de 236 mortes a cada 100 mil habitantes; (2) em 2016, houve uma redução dessa taxa; (3) em 2017, houve um novo aumento; (4) em 2018, houve redução e (5) em 2020, um novo acréscimo que, inclusive, ultrapassou a taxa de todos os anos anteriormente citados. Sempre que se faz uma análise de indicador, é necessário – dependendo do tipo de indicador – analisar pelo menos por uma série de 5 anos para perceber o comportamento do indicador. No exemplo acima, podemos destacar o ano de 2016, em que houve uma grande redução na taxa de óbitos: o que foi feito de ações/intervenções nesse ano que pode ter contribuído para a redução importante desse indicador? - É importante ter conhecimento sobre a ficha de qualificação desse indicador, a exemplo: Tipo de indicador Universal Diretriz nacional Reduzir e prevenir riscos e agravos à saúde da população por meio das ações de vigilância, promoção e proteção, com foco na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis Objetivo nacional Reduzir e prevenir os riscos e agravos à saúde da população, considerando os determinantes sociais, por meio das ações de vigilância, promoção e proteção, com foco na prevenção das doenças crônicas não transmissíveis Valdir Realce Meta Reduzir a taxa de mortalidade prematura (de 30 a 69 anos) por doenças crônicas não transmissíveis Relevância do indicador Contribui para o monitoramento do impacto das políticas públicas na prevenção e no controle das DCNT e em seus fatores de risco Método de cálculo Para município/estado/região com 100 mil ou mais habitantes, deverá ser calculada a taxa bruta: Numerador: número de óbitos prematuros (de 30 a 69 anos) por DCNT em determinado ano e local Denominador: população residente (de 30 a 69 anos), em determinado ano e local. Fator de multiplicação: 100.000 Polaridade Menor – melhor Fontes Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). População – site do DATASUS Periodicidade dos dados para monitoramento e avaliação Anual - A maior parte dos indicadores é universal, ou seja, todos os municípios e estados DEVEM pactuar esses indicadores. E outros são específicos, remetendo a agravos específicos de um município por exemplo. Previne Brasil: novo modelo de financiamento da APS (Portaria nº 2.979 de 12 de novembro de 2019 - É um programa que veio para adequar e modificar o financiamento da atenção primária. Em relação à APS, dentro do programa, ela foi dividida em quatro blocos: Captação ponderada – reflete a população cadastrada nas Equipes de Saúde da Família ou EAP, com relação à vulnerabilidade da população; Desempenho – bloco em que se avaliam os indicadores de processo e os resultados desses indicadores; Incentivo para ações estratégicas – onde estão incluídos os programas e estratégias que o MS oferta e o município decide ofertar ou não (Saúde na Hora, Saúde Bucal, PSE, Consultório na Rua...); e Provimento – relacionado aos ACS, onde o MS financia parte do custo desses profissionais. - Indicadores de desempenho (foram traçados considerando a análise da situação de saúde do país): Proporção de gestantes compelo menor 6 consultas pré-natal realizadas, sendo a 1ª até a 20ª semana de gestação; Proporção de gestantes com realização de exames para sífilis e HIV; Proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado; Cobertura de exame citopatológico; Cobertura vacinal de poliomielite inativada e de pentavalente; Percentual de pessoas hipertensas com pressão arterial aferida em cada semestre; Percentual de diabéticos com solicitação de hemoglobina glicada. Os indicadores de desempenho compõem um Indicador Sintético Final (ISF) do município. Esse bloco de desempenho pode ser avaliado tanto por equipe de saúde como por unidade de saúde ou um município como um todo. O ISF é o que vai definir o percentual de recursos a ser recebido referente ao bloco de desempenho. Valdir Realce COVID-19: - Os boletins epidemiológicos não podem estabelecer uma análise do cenário epidemiológico quanto ao enfrentamento da COVID-19, porque são dados que estão em mudança praticamente diária. Para verificar se realmente está aumentando ou diminuindo, é preciso olhar essas informações/dados que estão inseridos no boletim de outra forma. Para isso, pressupõe que a análise dos indicadores inclua: Série histórica dos dados e/ou indicadores; Análise de tendência, aumento, estabilização, diminuição ou alteração abrupta; Verificar se o conjunto de indicadores, dados, informações conseguem expressar o fenômeno analisado (COVID-10; sensibilidade); Confiabilidade dos dados; Período de análise; Melhor representação do indicador, descritiva ou gráfica (nº absoluto, taxa, percentual...) Desagregação do dado - No gráfico da distribuição de novos casos, em uma avaliação diária, claramente pode-se observar que Palmas teve dois picos (duas ondas) de incidência da infecção, tendo uma diminuição no segundo pico. - Na avaliação semanal, considerando a duração média da doença, os dados tendem a não distorcer muito - CORONÔMETRO: trata-se de uma ferramenta construída com o objetivo de (1) acompanhar a evolução do cenário epidemiológico e capacidade instalada para o enfrentamento da COVID-19, (2) auxiliar a gestão municipal na tomada de decisões, no contexto da saúde e (3) contribuir na avaliação para as progressões ou regressões de fases, bem como nortear as intervenções necessárias. - Foi construído a partir de 2 eixos: Capacidade instalada: o Média da taxa diária de casos confirmados e/ou suspeitos internados em leitos de UTI dos últimos 7 dias; o Média da taxa diária de casos confirmados e/ou suspeitos internados em leitos clínicos dos últimos 7 dias. Cenário epidemiológico: o Média do nº médio de reprodução (R zero) dos últimos 7 dias; o Média da taxa de recuperação dos últimos 7 dias; o Média móvel do número de casos novos dos últimos 7 dias.
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