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Areias de Fundição Nas areias utilizadas como molde, um fator essencial é o pH que sempre tem de ser monitorado. A granulometria média é de 0,05 mm a 2 mm (peneiras 10 a 270). Os tipos de areia existentes são: sílica, cromita, zirconita, olivina, chamote e cerabeads. 1. Tipos de areias: Sílica (óxido de silício – SiO2) Cromita (FeOCr2O3) – alta condutividade térmica (ideal para peças pequenas) Zirconita (silicato de zircônio – ZrO2SiO2) densidade: 4,7 o Baixa molhabilidade no Fe Areia base olivina o Forsterita (2MgO. SiO2) e faialita (2FeO. SiO2). Areia base Chamote Quadro Geral das características da Areia Composição Química/características Sílica Cromita Zirconita Olivina Chamote SiO2 (%) 99,02 1 a 2 30 a 34 40 a 43 52 a 60 Al2O3 (%) 0,049 12 a 25 0,5 a 1 1 a 2 43 a 45 Cr2O3 (%) 36 a 50 - - - MgO (%) 0,031 13 a 18 - - - ZrO3 (%) 64 a 68 - - FeO3 (%) 0,019 15 a 25 1 a 2 - - FeO (%) - - - 5 a 7 - Características físicas Densidade real (g/cm3) 2,2 a 2,65 4,45 a 4,65 4,6 a 4,7 3,25 a 3,4 2,6 a 2,7 Densidade aparente (g/cm3) 1,7 2,7 a 2,9 3 a 3,1 2,1 a 2,3 1,35 Dilatação média até 1000ºC (%) 1,5 0,9 0,4 1,1 0,6 Tf (ºC) 1750 2200 2550 1800 1840 Ts (ºC) 1350 a 1450 1350 a 1500 140 1250 a 1600 - Dureza (Mohs) 6 a 6,5 5,5 a 7 7 a 7,5 6,5 a 7 - Expansão Térmica a 871ºC(mm/mm) 0,457 0,127 0,076 0,203 - Faixa de módulo (AFS) 25 – 180 50 – 90 95 – 160 40 – 160 - Reação química à alta temperatura Ácida – Neutra Básica - Neutra Ácida - Neutra Básica - Areia-base cereabeads – sinterização da mulita (3Al2O3-2SiO2) + alumina e Kaolin (61% de Al2O3 e 37% de SiO2) - Ts – 1650ºC - módulo de finura: 15 – 130 AFS - Alta refratariedade -Ligas Ferro fundido Alumínio Aços Quadro comparativo entre cerabeads e outras areia Cerabeads Zirconita Cromita Sílica Densidade (g/cm3) 1,69 2,99 2,81 1,58 Refratariedade (ºC) 1825 1825 1880 1730 Expansão Térmica (%) Traços 0,18 0,47 1,39 Vantagens Desvantagens - elevada fluidez; - alta temperatura de sinterização; - alta dureza do grão; - boa resistência ao choque térmico; - composição química estável; - boa resistência à abrasão; - alta estabilidade térmica a elevadas temperaturas. - elevado preço; - baixa condutividade térmica; - alto calor específico, que significa a dificuldade que a areia tem de se aquecer e maior ainda em se resfriar. 2. Aglomerantes – resinas: Sistema aglomerante: 2 resinas e 1 agente de cura Aglomerante é composto de 2 partes Resina parte 1 – tipo fenólica Resina parte 2 – tipo orgânico A mistura de parte 1 com parte 2 origina um sistema uretânico Resina parte 1 é a parte reativa, baixa viscosidade que facilita o recobrimento dos grãos de areia e a mistura com parte 2 do sistema aglorante (poliisocianato). Na cura grupos hidroxilas de P1 reagem com grupos isocianatos de P2 na presença de amina. 3. Agente de cura O agente de cura utilizado para a catálise do processo são as aminas terciárias com alto grau de vaporização (voláteis). Os principais usados para caixa-fria são: TEA (trietilamina); DMEA (dimetiletilamina); TMA (trimetilamina); DMIA (dimetil-isopropilamina). A utilização do TEA requer sete a oito vezes mais gás inerte ou ar que o DMEA para a cura. Comparação TEA e DMEA TEA DMEA - mais utilizado no Brasil; - menor custo; - menor odor; - pode ser aquecido até 75ºC, no máximo. - utilizado na Europa; - maior custo; - maior odor; - menor tempo de cura; - dispensa aquecimento; - maior produtividade. O DMEA requer maior pressão de vapor e maior solubilidade no gás de transporte, mas é mais caro e irritante que o TEA. HO–R1–OH + OH + OCN–R2–NCO => OR1–OOCNH–R2–NH Parte 1 Parte 2 TEA Os teores de parte 1 e parte 2 variam entre 0,5% e 1% de cada, normalmente em teores iguais, ou uma diferença de 10%. O agente de cura varia de 5% a 7% sobre o peso das duas partes juntas. Dado prático: utilizar de 1 a 1,5 cm3 de agente de cura gaseificado para cada quilo de areia misturada. Adensamento da areia Método Características Pontos Limitantes Sopro - elevada produtividade - necessita maquinário - projeto especial de vents e tubulação de sopro Adensamento Manual - pequenos lotes de produção - elevada densidade de compactação - dificuldade em obter adensamento uniforme - baixa produtividade - dificuldade em adensar areia em cavidades profundas Adensamento mecânico - moldes e machos grandes - possibilidade de adensamento não uniforme temperatura de gasagem pode estar correlacionado com: o utilização de areia muito fina; o pressão de sopro alta; o teores elevados em parte 1 e 2; o teores elevados de parte 2 em relação à parte 1; o insuficiência de vents; o mistura insuficiente de ar (transporte) e agente de cura; o mistura cm temperatura muito baixa. Após mistura a areia possui vida útil de 4 h, mas é recomendado 2 h. Não utilizar antes de 10 a 15 min. Vantagens Desvantagens - elevada resistência mecânica dos moldes e machos logo após a gasagem; - baixa evolução de gases; - excelente colapsabilidade; - elevada precisão dimensional; - elevada produtividade; - elevada fluidez da mistura; - excelente acabamento superficial; - baixa pressão de compactação; - ferramental em vários materiais; - dispensa armações metálicas; - não utiliza estufagem; - utilização imediata após a extração o ferramental; - possibilidade de obter machos de geometrias complexas; - formação de carbono vítreo, podendo dispensar pinturas. - custo elevado das resinas e agentes de cura; - necessidade de uma areia de elevada qualidade; - controle necessário da temperatura de areia; - ambiente de trabalho necessita ser arejado e com exaustão; - tempo de estocagem de machos moldes pela elevada higroscopicidade; - sistema de gasagem caro; - a baixa viscosidade de aglomerante pode ocasionar colagem de partes do macho ferramental. Compactação muito favorece o aparecimento de trincas ou veiamentos. 4. Confecção do Ferramental para baixas séries:plástico, cujo problema é ser atacado por agentes de limpeza e de desmoldagem, que diminuem a sua vida útil, e resina epóxi ou madeira; para médias séries: ligas de alumínio, ligas de cobre; para grandes séries: ferro fundido, aço e alumínio. 5. Pintura melhorar acabamento superficial dos machos confeccionados e das peças fundidas; prevenção de defeitos de reação entre liga vazada e a areia do macho ou sinterização; para caixa fria é recomendado revestimento a base de álcool ou água. o base de água: pode utilizar cargas refratarias de zirconita, grafita, sílica, cromita, chamote ou alumina; o base de álcool: pode utilizar cargas refratarias de magnezita, grafita, sílica, cromita, zirconita, chamote ou alumina. sua utilização é recomendada na possibilidade de: o defeitos provenientes da expansão da sílica; o friabilidade do macho; o acabamento superficial ruim. alguns cuidados para serem tomados durante a utilização de tintas: o escolher a carga refratária compatível com partes do macho pintadas antes da secagem; o manter uma camada fina e uniforme de tinta; o tintas à base de água devem ser aplicadas respeitando-se um intervalo de dez minutos após a confecção do macho; o tintas à base de álcool devem esperar 30 min após a confecção do macho para a aplicação; o controlar a densidade da tinta o a secagem pode ocorrer através de chama, maçarico ou estufa; o só é empregada quando não há mais possibilidades de evitar defeitos, pois enfraquece superfície do macho ou molde. 6. Defeitos característicos do processo Veiamento - Causas possíveis: o alta densidade de compactação devido à fluidez da mistura; o dilatação da sílica; o amolecimentoda ligação uretânica. - Soluções: o uso de aditivos (oxido de ferro Fe3O4 em teores de até 6%) e tintas; o redução do tempo e da temperatura de vazamento; o modificação no sistema de canais; o uso de areia mais grossa. Inclusões de carbono vítreo - Causas possíveis: o teor elevado em aglomerantes e decomposição dos mesmos; o tempo de vazamento longo e temperatura de vazamento baixa; o turbulência do metal. - Soluções: o reduzir o teor total de aglomerantes; o elevar a temperatura e aumentar a velocidade de vazamento; o utilizar aditivos, óxidos de ferro em teores de 1% a 3% e tintas; o modificar sistema de canais. Escamas (chagas) - Causas possíveis: o redução da resistência superficial do molde ou macho; o exposição de partes do molde a elevadas temperaturas (irradiação de calor); o macho – molde danificado. - Soluções: o aumentar o teor de aglomerante; o reduzir o tempo e a temperatura de vazamento; o não utilizar machos recuperados; o controlar tempo de mistura. Pinholes (cavidades profundas na superfície da peça) +Fe ligas H2O + 2 R–N=C=O => R–NH–C - Causa possível: o presença de água no sistema. - Soluções: o utilizar aditivos (Fe3O4 em teores de até 6%); o reduzir o teor em parte 2; o diminuir o teor de água no sistema. Aderência no ferramental - Causas possíveis: o falta de desmoldante; o elevado teor em aglomerante; o falhas de projeto; o superfície irregular do ferramental; o pressão elevada do sopro. - Soluções: o utilizar desmoldante adequado; o reduzir o teor em aglomerante; o verificar a superfície do ferramental; o controlar a pressão de gasagem.
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