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CÉLULAS-TRONCO
As células-tronco apresentam grande capacidade de diferenciação, ou seja, podem tornar-se outros tipos celulares. Além disso, são capazes de se dividir (autorrenovação), gerando outras células-tronco, permitindo, assim, a formação do organismo. 
Elas podem ser programadas para desenvolver funções específicas, uma vez que se encontram em um estágio em que ainda não estão totalmente especializadas. 
São três os principais tipos de células-tronco. As células-tronco embrionárias e as adultas (encontradas principalmente na medula óssea e no cordão umbilical), que têm fontes naturais, pois é o próprio corpo humano que as fabrica. E as células pluripotentes induzidas, que foram obtidas por cientistas em laboratório em 2007.
1. Células-tronco embrionárias: São as células chamadas de pluripotentes, pois têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula adulta. São encontradas no interior do embrião, quando ele está no estágio conhecido como blastocisto (4 a 5 dias após a fecundação). Na Figura, a região circulada em vermelho é chamada Massa Celular Interna e é esta massa de células que chamamos de células-tronco embrionárias.
Células da Massa Celular Interna sendo extraída do blastocisto para obtenção das células-tronco embrionárias.
Embora o estágio embrionário tenha duração de várias semanas, só são consideradas células-tronco embrionárias estas com 4 a 5 dias de gestação. Em uma fase posterior ao embrião de 5 dias, já apresenta estruturas mais complexas como coração e sistema nervoso em desenvolvimento, ou seja, as suas células já se especializaram.
O corpo humano possui, aproximadamente, 216 tipos diferentes de células e as células-tronco embrionárias podem se transformar em todas elas! 
2. Células-tronco não embrionárias ou adultas: São células obtidas, principalmente, na medula óssea e no sangue do cordão umbilical, mas cada órgão do nosso corpo possui uma quantidade de células-tronco que é responsável pela renovação das nossas células ao longo da vida. Elas têm capacidade de se dividir e gerar tanto uma nova célula idêntica e com o mesmo potencial, como outra diferenciada. São chamadas de multipotentes por serem menos versáteis que as células-tronco embrionárias.
As células-tronco adultas podem ser retiradas de vários órgãos.
As células-tronco adultas podem ser diferenciadas em dois grandes grupos: as células tronco hematopoiéticas, que são responsáveis por dar origem às células do sangue, e as mesenquimais, que dá origem às cartilagens, músculos e tendões, por exemplo.
3. Células-tronco induzidas: Inicialmente foram produzidas em laboratório em 2006 por um pesquisador japonês chamado Shynia Yamanaka. Na ocasião, foram reprogramadas células da cauda de um camundongo e estas voltaram a se comportar como células-tronco embrionárias. Posteriormente, em 2007, foram produzidas as primeiras células induzidas humanas, a partir da pele. Esta tem sido até então a principal fonte de células para reprogramação, mas teoricamente, qualquer tecido do corpo pode ser reprogramado.
O processo de reprogramação se dá através da inserção de vírus contendo 4 genes (oct-4, sox-2, Klf-4 e c-Myc). Estes genes se inserem no DNA da célula adulta (ex.: pele) e reprogramam o código genético. Como este novo programa, as células voltam ao estágio de uma célula-tronco embrionária e possuem características de autorrenovação e a capacidade de se diferenciarem em qualquer tecido.
Estas células são chamadas de células-tronco de pluripotência induzida ou pela sigla iPS (do inglês induced pluripotent stem cells).
Esquema mostrando como é feita a reprogramação das células da pele através da inserção dos vetores virais.
Tipos de células-tronco:
· Totipotentes: essas células apresentam a capacidade de se transformar em qualquer tipo celular encontrado no corpo do indivíduo. De uma maneira simplificada, podemos dizer que esse tipo de célula-tronco é capaz de originar um ser por completo. Elas são encontradas no zigoto e no início do desenvolvimento embrionário (até a fase de 16 células-aproximadamente três dias de vida).
· Pluripotentes: essas células-tronco diferenciam-se das totipotentes por serem menos versáteis, ou seja, não são capazes de dar origem a um ser vivo por completo, uma vez que não são capazes de originar tecidos extraembrionários. Como exemplo dessas células, podemos citar as células-tronco embrionárias encontradas na fase de blastocisto. 
· Induzidas: essas células-tronco são produzidas pelo homem, principalmente a partir de células da pele, mas também podem ser fabricadas a partir de outros tipos celulares. Nesse caso, as células recebem vírus que injetam genes capazes de reprogramar a célula para que ela volte a seu estágio embrionário. Essas células apresentam características muito semelhantes às das células-tronco embrionárias.
· Multipotentes: essas células-tronco diferenciam-se em poucos tipos celulares. São responsáveis, principalmente, pela renovação celular, sendo encontradas basicamente em todos os tecidos do corpo, principalmente na medula óssea e no cordão umbilical. 
· Unipotentes: essas células-tronco, diferentemente das demais, não apresentam grande capacidade de diferenciação, sendo capazes apenas de formar células do tecido ao qual pertencem. 
Importância das pesquisas com células-tronco:
As pesquisas com células-tronco buscam, principalmente, encontrar maneiras de reverter algumas doenças e\ou desenvolver terapias que retardem alguns processos. Com essas células, em razão da capacidade de diferenciação, espera-se conseguir, por exemplo, recuperar pessoas paralisadas, criar tecidos para transplantes e deter o avanço de doenças degenerativas ou até mesmo encontrar a sua cura.
Muitos estudos estão sendo realizados ao redor do mundo. O interesse científico maior está em células-tronco embrionárias, que apresentam maior capacidade de diferenciação. O problema nesse ponto é que, ao extrair as células-tronco do embrião, este acaba sendo destruído. Por essa razão, em muitos países, a pesquisa é proibida, por ser considerada um atentado à vida. 
A lei nº 11.105, de 24 de março de 2015, garante as pesquisas com células-tronco embrionárias no Brasil. Segundo essa lei: “É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições: sejam embriões inviáveis; ou sejam embriões congelados há três anos ou mais, na data da publicação desta lei, ou que, já congelados na data da publicação desta lei, depois de completarem três anos, contados a partir da data de congelamento”. 
Tratamento: 
Podem ser utilizadas para tratar diversas doenças, sendo as principais: 
· Doença de Hodgkin, Mielo fibrose ou alguns tipos de Leucemia
· Beta talassemia
· Anemia falciforme
· Doença de Krabbe, Doença de Günther ou Doença de Gaucher, que são doenças relacionadas com o metabolismo
· Imunodeficiências como a Doença Granulomatosa Crônica
· Deficiências relacionadas com a medula como alguns tipos de anemia, neutropenia ou síndrome de Evans
· Osteopetrose 
Além disso, algumas pesquisas indicam que as células-tronco apresentam potencial para serem utilizadas no tratamento de doenças que ainda não tem cura ou tratamentos eficazes, como Alzheimer, Parkinson, Paralisia Cerebral, AIDS, Artrite Reumatoide e Diabetes tipo 1.
Por que guardar as células-tronco?
Devido à possibilidade de ser utilizada no tratamento de diversas doenças, as células-tronco podem ser coletadas e preservadas em temperaturas muito baixas para que possam ser utilizadas pelo bebê ou pela família quando houver necessidade.
O processo de recolha e armazenamento das células-tronco recebe o nome de criopreservação e deve ser informado antes do parto o desejo da coleta e preservação dessas células. Após o parto, as células-tronco do bebê podem ser obtidas a partir do sangue, cordão umbilical ou medula óssea. Após a coleta, as células-tronco são armazenadas em temperaturasnegativas muito baixas, permitindo que fiquem disponíveis a qualquer momento por cerca de 20 a 25 anos.
As células criopreservadas normalmente ficam armazenadas em laboratórios especializados em histocompatibilidade e criopreservação, que geralmente fornecem planos pagos para a preservação das células por 25 anos, ou em banco público através do programa da Rede BrasilCord, em que as células são doadas para a sociedade, podendo ser usadas para o tratamento de doenças ou investigação.
Vantagens de guardar as células-tronco:
· Protege o bebê e a família: no caso de haver a necessidade de fazer um transplante destas células, a sua conservação reduz as chances de rejeição para o bebê, existindo também a possibilidade de estas poderem ser usadas para tratar algum familiar direto que possa precisar, como irmão ou primo, por exemplo.
· Permite a disponibilidade imediata de células para transplante em caso de necessidade
· Método de recolha simples e sem dor, sendo efetuado logo a seguir ao parto e não causa dor à mãe ou ao bebê
As mesmas células podem ser obtidas através da medula óssea, porém as chances de encontrar um doador compatível são menores, além do procedimento para recolher as células ter riscos, sendo necessário realizar uma cirurgia. 
A criopreservação de células-tronco durante o parto é um serviço que pode ter um elevado custo e a decisão de utilizar ou não este serviço deve ser discutida com o médico, para que os recentes pais possam tomar a melhor decisão para o seu bebê.
CÉLULAS-TRONCO E LEUCEMIA como estão ligadas?
Como dito anteriormente, as células-tronco hematopoiéticas são responsáveis pela fabricação das células sanguíneas: glóbulos vermelhos, responsáveis pela oxigenação do corpo; glóbulos brancos, que defendem o organismo contra bactérias, vírus, dentre outros perigos; e as plaquetas, encarregadas por conter as hemorragias.
Quando os glóbulos brancos perdem sua função de defesa e passam a se reproduzir descontroladamente, ocorrem as leucemias. 
“A formação de um clone, em qualquer etapa da divisão celular das células-tronco hematopoiéticas, pode levar às leucemias. Hoje, sabe-se que elas são causadas por mutações genéticas somáticas (mutações não transmitidas hereditariamente) ”, explica o Dr. Hamerschlak.
No caso das leucemias agudas, há um rápido crescimento de células imaturas, os blastos. Explicando: o correto seria que a célula-tronco hematopoiética passasse pelo processo de maturação e se transformasse em uma célula sanguínea saudável, tornando-se adulta. Porém, durante esse processo, ocorre algum erro e a célula não consegue alcançar a maturação total, e fica como uma célula adolescente, já que não se desenvolveu completamente.
Já no caso das leucemias crônicas, a célula consegue alcançar a fase adulta, porém elas são anormais devido a um erro durante o mesmo processo de maturação.
Qual a aplicação das células-tronco na medicina?
O Dr. Hamershlak conta que “há muitos anos o transplante de medula óssea é um exemplo de terapia com células-tronco. Isso porque a quimio e/ou a radioterapia destroem completamente a medula de um indivíduo para dar espaço para a infusão, enxertia e diferenciação de um novo tecido”, conta ele.
E complementa: “estas mesmas células podem também ser utilizadas para tratamento geneticamente modificado, fabricação de células T para controlar infecções virais, células natural killer (NK)”.
Já as células mesenquimais estão sendo utilizadas na reparação de tecidos e na imunomodulação em doenças autoimunes e na doença enxerto vs hospedeiro.

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