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Aula 7 – Melhoramento de Espécies Autógamas Prof. Dr. Isaias Olívio Geraldi LGN0313 – Melhoramento Genético Piracicaba, 2011 LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi • Espécies autógamas são aquelas que se reproduzem por autofecundação. – Exemplos principais têm-se as seguintes espécies: • arroz, soja, feijão e trigo. • Consequências da Autogamia: – A autofecundação é um processo que leva à produção de indivíduos homozigóticos. LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi 1 - Introdução LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi F1 Aa ⊗⊗⊗⊗ F2 (1/4)AA (1/2)Aa (1/4)aa ⊗⊗⊗⊗ ⊗⊗⊗⊗ ⊗⊗⊗⊗ F3 (3/8)AA (1/4)Aa (3/8)aa ⊗⊗⊗⊗ ⊗⊗⊗⊗ ⊗⊗⊗⊗ . . . . . . . . . Fn (1/2)AA 0 (1/2)aa • Partindo-se da geração F1 do cruzamento de dois homozigotos (AA e aa), tem-se: 1.1. Estrutura genética das espécies autógamas • Na prática, 5 a 6 gerações (n) de autofecundação são suficientes para promover a homozigose. Isso acontece para todos os locos (A, B, C, ...). • Desse modo, as espécies autógamas são naturalmente constituídas por uma mistura de genótipos homozigóticos. • Para três locos, seriam possíveis oito genótipos diferentes: AABBCC AABBcc AAbbCC AAbbcc aaBBCC aaBBcc aabbCC aabbcc LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi 1.1. Estrutura Genética das Espécies Autógamas LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi 1.1. Estrutura Genética das Espécies Autógamas • No quadro anterior, a frequência do primeiro genótipo é: f(AABBCC) = (1/2)(1/2)(1/2) = 1/8. O mesmo é válido para os demais genótipos. • Para um caráter controlado por m locos com dois alelos por loco, temos 2m genótipos homozigóticos diferentes. Exemplos: m = 10 →→→→ 1.024 genótipos diferentes m = 15 →→→→ 32.768 genótipos diferentes m = 100 →→→→ 1.26765 x 1030 genótipos diferentes • Estes números de genótipos ocorrem, evidentemente, se a população contiver toda a variabilidade disponível na espécie, isto é os dois alelos de cada loco. LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi 1.2. Constituição Genética de um Cultivar Um cultivar de uma espécie autógama é constituído por apenas uma linha pura, que se auto-reproduz geração após geração. Em um cultivar formado por apenas uma linha pura (AABBCC, por exemplo), tem-se: f(AA) = f(A) = 1 f(BB) = f(B) = 1 f(CC) = f(C) = 1 e, portanto, f(AABBCC) = 1x1x1 = 1 ou 100% • A variabilidade genética pode ser obtida através de hibridações artificiais. • Conforme já foi discutido em aulas anteriores, apesar da ocorrência da CLEISTOGAMIA, é sempre possível realizar cruzamentos controlados em espécies autógamas, com maior ou menor dificuldade, dependendo da espécie. LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi 1.3. Obtenção de Variabilidade Genética • O procedimento básico é o seguinte, partindo-se de dois linhagens L1 e L2 a. Cruzamentos entre dois genitores L1 x L2 ↓↓↓↓ F1 →→→→ Altamente heterozigótico, mas homogêneo ⊗⊗⊗⊗ ↓↓↓↓ F2 →→→→ Segregação, isto é, variabilidade genética (locos homozigóticos e heterozigóticos) ⊗⊗⊗⊗ . . . ⊗⊗⊗⊗ ↓↓↓↓ Fn →→→→ Mistura de linhas puras (genótipos homozigóticos) LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi 1.3. Obtenção de Variabilidade Genética • O processo de endogamia (natural) de F2 a Fn (na prática em torno de cinco a seis gerações) expõe a variabilidade genética dos heterozigotos e a libera em variabilidade genética no estado homozigótico. • Nesse processo, portanto, criam-se genótipos novos. LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi 1.3. Obtenção de Variabilidade Genética LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi b. Cruzamentos entre quatro genitores 1.3. Obtenção de Variabilidade Genética L1 x L2 L3 x L4 ↓↓↓↓ ↓↓↓↓ F1 x F1 ↓↓↓↓ F1 ⊗⊗⊗⊗ ↓↓↓↓ F2 →→→→ : Segregação ⊗⊗⊗⊗ ⊗⊗⊗⊗ ... ⊗⊗⊗⊗ (5 a 6 gerações) Fn →→→→ : Mistura de genótipos homozigóticos • A seleção pode ter início em F2 ou somente após a obtenção de endogamia (genótipos homozigóticos). Os métodos de melhoramento diferem em relação a isso, como será visto adiante. LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi 1.3. Obtenção de Variabilidade Genética • Esta alternativa é utilizada no melhoramento de espécies autógamas quando se quer criar variabilidade genética. • O princípio envolvido é o seguinte: Supondo um caráter quantitativo controlado por quatro pares de gene (locos) e que os dois genitores (linhas puras: 1 e 2) são totalmente contrastantes: LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi 1.4. Hibridação em Espécies Autógamas LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi 1.4. Hibridação em Espécies Autógamas L1 x L2 AAbbccDD aaBBCCdd F1 : AaBbCcDd ⊗⊗⊗⊗ AABBCCDD (tipo transgressivo) . . F2: Segregação . (81 genótipos) AaBbCcDd . . . aabbccdd (tipo transgresssivo) LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi • Em F2 surgem todos os genótipos possíveis (3 m = 81 genótipos diferentes), onde m é o número de locos controlando o caráter. • Os genótipos transgressivos favoráveis podem ser selecionados e liberados como cultivares. Esse raciocínio é válido, obviamente, para qualquer caráter de interesse: produção de grãos, porte da planta, resistência a doença, teor de proteína, etc... 1.4. Hibridação em Espécies Autógamas LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi 1.5. Escolha dos Genitores • Como já foi visto anteriormente, a escolha dos genitores para os cruzamentos é uma fase muito importante de qualquer programa e deve ser feita com bastante cuidado, pois todo o sucesso do programa depende do cruzamento inicial. • Os seguintes fatores devem ser considerados: - Performances dos genitores - Divergência genética - Complementação de caracteres 2. Métodos de Melhoramento Os métodos de melhoramento de espécies autógamas têm como objetivo a produção de um cultivar que é uma linha pura. A seguir serão descritos os procedimentos utilizados. 2.1. Obtenção das gerações F1 e F2 Obtenção do F1. Aspectos a considerar: ⇒ Depende da espécie ⇒ Como os genitores são homozigotos, uma semente F1 já representa o cruzamento ⇒ O número de sementes F1 depende do número de sementes F2 que se deseja obter ⇒ Os genitores são plantados em condições especiais, como casa de vegetação Obtenção do F2 : ⇒ As plantas F1 devem ser semeadas com bom espaçamento, para facilitar a inspeção do campo e aumentar a produção de sementes ⇒ O nº de sementes F2 deve ser grande, pois é nessa geração que surge a variação (segregação) ⇒ Geralmente são necessárias pelo menos 1.000 a 2.000 sementes 2.1. Obtenção das gerações F1 e F2 Exemplo: ⇒ Supondo que se deseja obter 2.000 sementes F2 e que o número médio de sementes de cada planta F1 é 50. ⇒ São necessárias, portanto, 40 sementes F1 ou um pouco mais, para compensar falhas na germinação. 2.1. Obtenção das gerações F1 e F2 A população F2 é segregante, isto é: ⇒ contêm variabilidade genética ⇒ os genótipos são uma mistura de genótipos homozigotos e heterozigotos ⇒ como conseqüência a população não está em equilíbrio ⇒ o equilíbrio será atingido após “n” gerações de autofecundação (5 ou 6) 2.1. Obtenção das gerações F1 e F2 Considerando dois locos com dois alelos tem-se: L1 : AAbb x L2 : aaBB ⇓⇓⇓⇓ F1 : AaBb 2.1. Obtenção das gerações F1 e F2 Em F2 e F6 tem-se: F2 AABB AABb AaBB AaBb AAbb aaBB Aabb aaBb aabb F6 AABB AAbb aaBB aabb ⊗⊗⊗⊗ ⊗⊗⊗⊗ ⊗⊗⊗⊗ ⊗⊗⊗⊗ 2.1. Obtenção das gerações F1 e F2 ⇒ Em F2 a população está em desequilíbrio. ⇒ Este se dissipa com as gerações de autofecundação (F3, F4, etc.) até atingir o equilíbrio (em Fn). ⇒ Um genótipo AaBb pode ser, fenotipicamente, semelhante a um genótipo AABB,devido à dominância. Os descendentes, porém, serão diferentes: AaBb ⇒⇒⇒⇒ dá origem a nove genótipos (AABB, ... AaBb, ... aabb) AABB ⇒⇒⇒⇒ dá origem a uma descendência homogênea (AABB) 2.1. Obtenção das gerações F1 e F2 F3 F6 F5 F4 F2 Equilíbrio 2.1. Obtenção das gerações F1 e F2 Há três procedimentos para condução da população segregante (métodos de melhoramento) e, consequentemente, a seleção de genótipos superiores: ⇒ 1. Método Genealógico (pedigree) ⇒ 2. Método da População (bulk) ⇒ 3. Método SSD (Single-seed descent: descendência de uma semente) No primeiro a seleção inicia em F2, enquanto que nos demais esta inicia somente após a obtenção da homozigose (em torno de F6). ⇒ 4. Além desses, existe o Método do Retrocruzamento, como será visto adiante 2.2. Métodos de Melhoramento 2.2.1 Método Genealógico Procedimentos a Plantio da geração F2 e colheita das sementes de plantas individualmente, com pouca seleção Plantas F2 ⇓⇓⇓⇓ b Plantio das progênies F3 em linhas e seleção das °°°° • °°°° °°°° °°°° °°°° • °°°° melhores plantas dentro das melhores progênies • °°°° • °°°° • °°°° °°°° ... • °°°° • °°°° °°°° °°°° °°°° • °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° c Plantio das progênies F4 (plantas selecionadas) °°°° • °°°° °°°° • °°°° • °°°° em linhas, com seleção das melhores plantas • °°°° °°°° • • °°°° °°°° ... °°°° dentro das melhores progênies °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° • °°°° °°°° • °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° d Plantio das progênies F5 (plantas selecionadas) °°°° • °°°° °°°° °°°° • °°°° °°°° em linhas, com seleção das melhores plantas °°°° °°°° • °°°° °°°° • °°°° ... °°°° dentro das melhores progênies (linhas puras) °°°° • °°°° °°°° °°°° • °°°° • °°°° °°°° °°°° • °°°° °°°° °°°° °°°° e Plantio das linhas puras F6 em parcelas com °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° repetições, com seleção das melhores (sele- °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° ... °°°° ção somente entre linhas puras) °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ f Avaliação das linhas puras selecionadas (F7 °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° em diante) em experimentos com repetições °°°° °°°° °°°° °°°° ... °°°° e seleção das melhores (seleção entre). O °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° processo continua nas gerações seguintes °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° (F8, F9, ...), aumentando gradativamente o ↓ ↓ número de locais e anos de avaliação, até a obtenção de genótipos superiores, que pode- °°°° °°°° rão se tornar cultivares °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° °°°° ↓↓↓↓ Nova cultivar a. Plantio da geração F2 em espaçamento apropriado para permitir uma produção adequada de sementes. Colheita individual das plantas; b. Plantio das progênies F3 em linhas, com seleção das melhores plantas dentro das melhores progênies; c. Plantio das progênies F4 em linhas, com seleção das melhores plantas dentro das melhores progênies; 2.2.1 Método Genealógico d. Plantio das progênies F5 em linhas e colheita das melhores plantas dentro das melhores progênies; e. Plantio das progênies F6 em linhas, com repetições e seleção das melhores progênies (linhas puras). Seleção somente entre progênies; f. F7 em diante: Avaliação das linhas selecionadas utilizando experimentos com repetições, em vários locais e anos, incluindo testemunhas (melhores cultivares). Seleção das linhas puras superiores que poderão ser liberadas como cultivares. 2.2.1 Método Genealógico Justificativas ⇒ No início (F3 e F4) pratica-se seleção entre e dentro de progênies, pois existe variabilidade genética entre e dentro. ⇒ Após F5 a ênfase da seleção é entre progênies, pois não existe variabilidade dentro de progênies, pois já se tornaram linhas puras. ⇒ Nas gerações iniciais a ênfase da seleção é para caracteres de alta herdabilidade. ⇒ Nas gerações mais avançadas, com o aumento da precisão experimental (uso de repetições), selecionam-se os caracteres de baixa herdabilidade, como produtividade. 2.2.1 Método Genealógico 2.2.1 Método Genealógico O princípio envolvido nesse método é o seguinte: Em espécies autógamas o equilíbrio só é atingido com a homozigose completa. Portanto, ⇒ Inicialmente obtém-se a homozigose (≅≅≅≅ F6), quando a população entra em equilíbrio (só contém genótipos homozigóticos) ⇒ Em seguida se inicia seleção, que é uma seleção entre linhas puras ⇒ Portanto, é um método menos trabalhoso e mais barato que o genealógico, pois as gerações iniciais requerem pouca mão de obra (plantio e colheita), podendo ser realizadas em quaisquer ambientes. 2.2.2 Método da População 2.2.2 Método da População Procedimentos a Plantio da geração F2 e colheita de todo o lo- F2 te. Obtenção de uma amostra de sementes. ⇓ b Plantio da geração F3 e colheita de todo o lo- F3 te. Obtenção de uma amostra de sementes. ⇓ c Plantio da geração F4 e colheita de todo o lo- F4 te. Obtenção de uma amostra de sementes. ⇓ d Plantio da geração F5 e colheita de semen- F5 tes de plantas individuais (linhas puras) para iniciar os experimentos de avaliação ⇓ e Plantio das linhas puras F6 em parcelas com • • • • • • • • repetições e seleção das melhores (seleção • • • • • • • • somente entre linhas puras) • • • • • • • . . . • • • • • • • • • ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ f Avaliação das linhas puras selecionadas (F7 • • • • • em diante) em experimentos com repetições • • • • • e seleção das melhores (seleção entre). O • • • • • processo continua nas gerações seguintes • • • • • (F8, F9, ...), aumentando gradativamente o número de locais e anos de avaliação, até a ↓ ↓ ↓ obtenção de genótipos superiores, que pode- rão se tornar cultivares • • • • • • • • • • • • ↓↓↓↓ Nova cultivar Etapas: a a d. Nas gerações F2 a F5 é feito somente plantio e colheita, sem seleção. Em cada geração toma-se uma amostra de sementes para plantar na geração seguinte. Em F5 colhem-se sementes de plantas individuais; e. Plantio das progênies F6 em linhas, em experimentos com repetições e com seleção das progênies (linhas puras) superiores. A seleção é feita somente entre progênies; 2.2.2 Método da População 2.2.2 Método da População f. F7 em diante. Avaliação extensiva das linhas selecionadas, em experimentos com repetições, em vários locais e anos, e utilizando cultivares comerciais como testemunhas. Seleção das linhas puras superiores, que poderão ser liberadas como novos cultivares. O princípio envolvido com este método (S.S.D.) é o mesmo do método anterior (Método da População), isto é, a seleção se inicia após a população atingir a homozigose (≅≅≅≅ F6). ⇒ A principal diferença é no processo de amostragem de sementes das gerações F2 a F4. ⇒ As demais etapas são idênticas, isto é, a seleção inicia-se somente após atingir da homozigose. 2.2.3. Método S.S.D: “Single-seed descent” 2.2.3. Método S.S.D Procedimentos a Plantio da geração F2 e colheita de uma F2 semente por planta para formar a amostra ⇓ b Plantio da geração F3 e colheita de uma F3 semente por planta para formar a amostra ⇓ c Plantio da geração F4 e colheita de uma F4 semente por planta para formara amostra ⇓ d Plantio da geração F5 e colheita de semen- F5 tes de plantas individuais (linhas puras) para iniciar os experimentos de avaliação ⇓ e Plantio das linhas puras F6 em parcelas com • • • • • • • • repetições e seleção das melhores (seleção • • • • • • • • somente entre linhas puras) • • • • • • • . . . • • • • • • • • • ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ f Avaliação das linhas puras selecionadas (F7 • • • • • em diante) em experimentos com repetições • • • • • e seleção das melhores (seleção entre). O • • • • • processo continua nas gerações seguintes • • • • • (F8, F9, ...), aumentando gradativamente o número de locais e anos de avaliação, até a ↓ ↓ ↓ obtenção de genótipos superiores, que pode- rão se tornar cultivares • • • • • • • • • • • • ↓↓↓↓ Nova cultivar Etapas: a a d. Nas gerações F2 a F5 é feito somente plantio e colheita, sem seleção. Colhe-se sempre uma semente por planta para formar a amostra da geração seguinte. Em F5 colhem-se plantas individuais; e. Plantio das progênies F6 em linhas, em experimentos com repetições, com seleção das progênies superiores (linhas puras). A seleção é praticada somente entre linhas; 2.2.3. Método S.S.D f. F7 em diante. Avaliação extensiva das linhas selecionadas e experimentos com repetições, em vários locais e anos, utilizando testemunhas (melhores cultivares). Seleção das linhas puras superiores que poderão ser liberadas como novos cultivares. 2.2.3. Método S.S.D Vantagens: A grande vantagem do método SSD é a rapidez. Razões: ⇒ As etapas iniciais (F2 a F4) podem ser feitas em quaisquer ambientes (pois é necessário apenas uma semente por planta). Pode-se fazer o plantio fora de época e também em casa de vegetação ⇒ Devido a isso, é possível conduzir duas ou até três gerações por ano (espécies de ciclo curto). 2.2.3. Método S.S.D 2.2.4. Método do Retrocruzamento • É um método de transferência de alelos • Envolve hibridação, mas não visando criar variabilidade genética • É um método de substituição alélica • É adequado para a transferência de caracteres qualitativos LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi • O método do retrocruzamento é utilizado quando se dispõe de um cultivar de boa aceitação, mas que apresenta um defeito, como por exemplo: – suscetibilidade a uma doença; – hábito de crescimento inadequado – porte inadequado da planta. 2.2.4. Método do Retrocruzamento • Tais caracteres muitas vezes são controlados por um ou poucos locos; • O ideal é corrigir este defeito do cultivar, isto é, transferir de um outro genitor um alelo que corrija o defeito; e • Será considerado que o caráter em questão (que acarreta o defeito) é controlado por um loco. LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi 2.2.4. Método do Retrocruzamento • Neste caso tem-se: – Cultivar: Apresenta o genótipo aa para o alelo em questão – Doador: Apresenta o genótipo AA para o alelo em questão • O cultivar é denominado de genitor recorrente. Apresenta todos os demais alelos favoráveis, com exceção do alelo (a). • O doador pode ser um genótipo qualquer, que tenha o alelo (A) de interesse. É portanto fonte do alelo (A). O procedimento básico está esquematizado a seguir: LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi a. Transferência de um Alelo Dominante LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi a. Transferência de um Alelo Dominante LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi b. Transferência de um Alelo Recessivo • Neste caso tem-se: – Cultivar: Apresenta o genótipo AA para o alelo em questão – Doador: Apresenta o genótipo aa para o alelo em questão A situação é idêntica à anterior. O alelo indesejável, porém, é o alelo dominante (A) e deseja-se transferir o alelo recessivo (a) para o cultivar, isto é, substituir o alelo (A) pelo alelo (a). LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi b. Transferência de um Alelo Recessivo a. Disponibilidade de um genitor recorrente – Deve-se dispor de um cultivar realmente muito bom, isto é, bem aceito pelos produtores. Caso contrário não vale a pena gastar recursos e tempo com a transferência do alelo. b. Expressão do caráter a ser transferido – Viabiliza a seleção. O alelo a ser transferido deve produzir um fenótipo que se expresse bem e possibilite a seleção. Portanto, não pode ser muito influenciado pelo ambiente. LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi c. Situações Favoráveis para o Uso de Retrocruzamentos a. O cultivar obtido pode ser imediatamente multiplicado e distribuído aos produtores; b. O cultivar já é aceito pelos produtores e consumidores; c. As recomendações para cultivo são as mesmas, com exceção daquelas relacionadas com o alelo transferido; d. O programa pode ser conduzido em quaisquer ambientes (mesmo em casas de vegetação), pois não são necessários experimentos de competição (o cultivar já é conhecido). LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi d. Vantagens do Método do Retrocruzamento 3. Uso de Cultivares Híbridos • Vantagens • Condições ideais para o desenvolvimento de híbridos • Exemplos: tomate, berinjela, fumo. Mais recentemente: arroz Este procedimento já foi discutido com detalhes na Aula 5 LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi Seleção Recorrente significa processos cíclicos de seleção, onde , tem-se quatro fases: 1. Obtenção das progênies 2. Avaliação experimental das progênies 3. Seleção das progênies superiores 4. Recombinação das progênies selecionadas Este procedimento já foi discutido com detalhes na Aula 5 LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi 4. Seleção Recorrente LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi 4. Seleção Recorrente LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Isaias Olívio Geraldi 4. Seleção Recorrente Tipo de progênies mais comumente utilizado: ⇒⇒⇒⇒ Progênies de Autofecundação (S1) Razões: É o tipo de progênie obtido naturalmente neste grupo de espécies Razões da menor utilização de SR em espécies autógamas ⇒⇒⇒⇒ A principal razão é a estrutura floral, que dificulta a realização de recombinação, uma das etapas mais importantes.
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