Buscar

projecto de pesquisa da cadeira de MIC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Marcelina Mário Manuel
Dificuldades na Classificação das Orações Subordinadas Relativas Restritivas: caso dos alunos da 12a classe turma A do grupo A, curso Diurno da Escola Secundária Amor de Deus
Licenciatura Em Ensino de Português 
Universidade Licungo
Quelimane
28
2021
Marcelina Mário Manuel
Dificuldades na Classificação das Orações Subordinadas Relativas Restritivas: caso dos alunos da 12a classe turma A do grupo A, curso Diurno da Escola Secundária Amor de Deus
Projecto de pesquisa a ser apresentado ao Departamento de Ciências e Humanidade, na cadeira de metodologia de investigação científica, leccionado pelo Docente
Dr. Enisio Cuamba 
Universidade Licungo
Quelimane
2021 
Índice
CAPÍTULO I: Notas Previas	3
1.1. INTRODUÇÃO	3
1.2. Delimitação do Tema	4
1.3. Problematização	4
1.4. Objectivos	5
1.4.1. Geral	5
1.4.2. Específicos	5
1.5. Questões norteadoras para a pesquisa	5
1.6. Justificativa	6
CAPÍTULO II: ENQUADRAMENTO TEÓRICO	8
2.1. Conceitos básicos	8
2.1.1. Orações	8
2.1.2. Oração verso frase	8
2.2. Tipos de frases	8
2.2.1. Tipos de orações	9
2.2.1. Orações Coordenadas	9
2.2.2. Orações subordinadas	10
2.3. Definição das orações relativas	12
2.3.1. Características das orações relativas	13
2.3.2. Orações relativas restritivas ou determinativas	15
Orações relativas apositivas explicativas ou não – restritivas	16
2.4. Características do antecedente da relativa restritiva	17
2.4.1. Estratégias de relativização em Português Europeu	17
2.5. Orações relativas sem antecedente expresso ou relativas livres	18
CAPÍTULO III: METODOLOGIA	20
3.1. Quanto ao método da pesquisa	20
3.2. Quanto ao tipo de pesquisa	20
3.3. Quanto aos procedimentos técnicos	21
3.4. Quanto as técnicas de colecta de dados	21
3.4.1. Observação directa	22
3.4.2. Entrevista	22
3.4.3. Questionário	22
3.5. Universo	23
3.6. Amostra	23
3.7. Proposta de Plano de Acção/Cronograma	24
2.8. Pressupostos Orçamentais	24
Referências bibliográficas	26
CAPÍTULO I: Notas Previas 
1.1. INTRODUÇÃO 
O ensino de Língua Portuguesa baseia-se tradicionalmente na repetição das regras e normas encontradas nos compêndios gramaticais, estabelecendo no falante a ideia de que a língua que se fala é a mesma que se escreve e vice-versa, disseminando assim a falsa imagem de homogeneidade linguística. As orações relativas são definidas, segundo a gramática tradicional, somente como orações que modificam o sintagma nominal presente na oração principal.
Nesta ordem de ideias o projecto de pesquisa que é apresentado, objectiva fazer um estudo em torno da dificuldade na classificação das orações subordinadas relativas restritivas, tendo como foco os alunos da 12a classe turma A, curso Diurno da Escola Secundária Amor de Deus – Quelimane, tendo a autora em seus estudos exploratório sobre o tema em análise, constatado que existe uma certa confusão no que tange a classificação das orações subordinadas relativas restritivas por parte dos sujeitos da pesquisa, carecendo desta forma uma certa análise com vista a descobrir as causas de tal fenómeno e a devida tomada de medidas/estratégias de minimização de tal fenómeno.
Com isso, o objectivo deste projecto de pesquisa é de analisar as causas da dificuldade na classificação das orações subordinadas relativas restritivas por parte dos alunos da Escola Secundária Amor de Deus – Quelimane, numa perspectiva de sugerir acções que devem ser levadas a cabo como forma de mitigar tal dificuldade de classificar as orações subordinadas relativas restritivas.
No que tange a organização do trabalho de pesquisa, importa referir que o trabalho está dividido em três capítulos. Portanto, o primeiro capítulo é constituído por: introdução, que, por sua vez abarca a delimitação do tema, a problematização, perguntas de pesquisa, justificativa e os objectivos do trabalho. O segundo capítulo pertence a revisão bibliográfica, onde se confrontam as ideias de diferentes autores em relação ao objecto de pesquisa. Ao passo que o terceiro capítulo é referente aos procedimentos metodológicos que por fim vêm acompanhadas das referências bibliográficas.
1.2. Delimitação do Tema 
O presente trabalho de pesquisa faz menção sobre a “Dificuldades na Classificação das Orações Subordinadas Relativas Restritivas: caso dos alunos da 12a classe turma A do grupo A, curso Diurno da Escola Secundária Amor de Deus”. 
1.3. Problematização 
A situação em torno das dificuldades na classificação das orações subordinadas relativas restritivas é uma realidade em diversas escolas públicas assim como privadas do nosso país. Os livros didácticos e as gramáticas pedagógicas de Língua Portuguesa contribuem de forma significativa para o ensino distorcido da Língua Portuguesa, já que a metodologia desse material pedagógico tem como fonte a gramática tradicional. (Bechara, 2006, p.65).
Sendo assim, a abordagem feita sobre as orações relativas nos materiais pedagógicos de Língua Portuguesa excluem de sua metodologia e análise a variação da construção relativa, de forma que a única estratégia de relativização mencionada na gramática tradicional e, consequentemente, nos livros didácticos de língua portuguesa é a estratégia padrão (especialmente a preposicionada).
Nesta ordem de ideias Souza (2014, p.23), nos seus estudos sobre a variação na estrutura relativa do PE: o que a gramática pedagógica não mostra, constatou que mesmo uma gramática pedagógica de Língua Portuguesa com metodologia menos tradicional omite, assim como a gramática tradicional, os fenómenos relacionados às orações relativas restritivas.
Concomitantemente a abordagem acima supracitada, Almeida (2015, p.36), em seu relatório de estágio de mestrado em ensino de língua portuguesa e de línguas clássicas no 3o ciclo do ensino básico e ensino secundário, sobre o conhecimento explícito da língua: 
A oração relativa restritiva na aula do português, constatou que os alunos da Escola Secundária José Gomes Ferreira (ESJGF), deparam-se com certas dificuldades de classificação das orações subordinadas relativas restritivas, causados por diversas aspectos ligados principalmente pela metodologia usada pelos professores de língua portuguesa no ensino deste conteúdo, não só pela falta de atenção dos alunos no que concerne a classificação de orações subordinadas relativas restritivas.
Em conformidade com o que foi descrito pelos autores acima supracitados, coaduna com o cenário dos alunos da Escola Secundária Amor de Deus – Quelimane. Alunos estes que apresentam serias dificuldades em classificar orações subordinadas relativas restritivas. Aliado a isto, presume-se que os professores pouco fazem de modo a encontrar estratégias que lhes levem a solucionar as dificuldades enfrentadas pelos alunos na classificação das orações subordinadas relativas restritivas. Não só pelo facto dos professores terem estratégias limitadas no ensino das orações relativas restritivas. Carecendo desta forma, uma certa analise com vista a apurar as reais causas deste fenómeno. 
Em função a estas constatações coloca -se a seguinte questão: Quais factores estão por detrás das dificuldades enfrentadas pelos alunos da Escola Secundária Amor de Deus da turma A, no acto da classificação das orações subordinadas relativas restritivas?
1.4. Objectivos 
O presente trabalho apresenta os seguintes objectivos a saber: 
1.4.1. Geral 
· Analisar as dificuldades na classificação das orações subordinadas relativas restritivas, pelos alunos da Escola Secundária Amor de Deus, 12a classe, turma A, curso – diurno. 
1.4.2. Específicos 
· Identificar o nível de compreensão dos alunos acerca das orações subordinadas relativas restritivas;
· Descrever os factores por de trás das dificuldades de classificação das orações subordinadas relativas restritivas;
· Propor estratégias que podem ser adoptadas pelos professores e alunos da Escola Secundária Amor de Deus, com vista a minimizar o problema da dificuldade de classificação das orações subordinadas relativas restritivas.
1.5. Questões norteadoras para a pesquisa 
A hipótese ou perguntas de pesquisasé uma proposição que pode ser colocada a prova para determinar sua validade. “É uma suposição que antecede a constatação dos factos e tem como característica numa formulação provisória que deve ser testada para determinar a sua validade e sempre conduz a verificação empírica”. (Marconi e Lakatos, 2001) 
Desta feita, em função do tema da pesquisa levante-se as seguintes questões norteadoras:
· Será que os alunos da Escola Secundária Amor de Deus têm conhecimento adequado acerca das orações subordinadas relativas restritivas?
· Que factores contribuem para que haja dificuldades na classificação das orações subordinadas relativas restritivas?
· Quais as estratégias a adoptar, com vista a minimizar o problema da dificuldade de classificação das orações subordinadas relativas restritivas?
1.6. Justificativa 
A consciência da qual levou a autora a produzir este projecto de pesquisa intitulado “Dificuldade na Classificação das Orações Subordinadas Relativas Restritivas”, com foco na Escola Secundária Amor de Deus – Quelimane, está baseada em diversos argumentos que contemplam a questão de aprofundar o que foi aprendido durante o curso, como forma de estabelecer a ponte entre a teoria e a prática.
De igual forma, pela relevância do tema, comoveu a autora a realizar a pesquisa como forma de despertar os profissionais da educação (professores) e alunos, o interesse em discutir a problemática da dificuldade de classificação das orações subordinadas relativas restritivas no ensino secundário geral. A autora pretende com este projecto de pesquisa, de maneira objectiva, suscitar, desenvolver e apresentar conhecimentos sobre a importância das orações subordinadas relativas restritivas.
Não só, a razão da escolha da escola em estudo, é pelo facto de se notar que esta faz parte de uma das várias escolas, a nível do Distrito de Quelimane, que apresenta alunos com dificuldades em classificar orações subordinadas relativas restritivas, estando ainda no ensino secundário. Diante disto, será uma mais-valia para a instituição, na medida em que o tema vai despertar os professores em relação a importância de ensinar as orações subordinadas relativas restritivas e as estratégias a usar no acto de ensino.
Para a academia constitui uma modesta forma de aprofundar conhecimentos, pois a pesquisa que será realizada, viabilizará o entendimento da realidade em torno das dificuldades na classificação das orações subordinadas relativas restritivas na escola em estudo. É importante destacar que as informações contidas neste trabalho, oferecerão à sociedade modesta, fonte de informação actualizada e perspectivas de tratamento desta matéria por vários autores, o que viabilizará o entendimento da realidade dos alunos perante a classificação das orações subordinadas relativas restritivas na Escola Secundária Amor de Deus, bem como tornará mais fácil à busca de possíveis soluções.
A universidade beneficiar-se-á com a realização deste trabalho, pois através deste estudo, disponibilizará conhecimentos científicos na área das orações subordinadas relativas restritivas, o que constitui uma modesta contribuição no enriquecimento do acervo sobre o tema, que poderá vir a servir de consulta e/ou arcabouço para os próximos estudos, enlaçados na mesma área de pesquisa.
CAPÍTULO II: ENQUADRAMENTO TEÓRICO 
Neste ponto apresentam-se, alguns conceitos e estudos feitos por diferentes autores na área de estudo do trabalho, que servirá para conduzir o raciocínio e a apresentação do texto dos resultados da pesquisa e o alcance dos objectivos pretendidos com a pesquisa.
2.1. Conceitos básicos 
2.1.1. Orações 
De acordo com Soares (1998, p.34) orações são conjuntos linguísticos estruturados em torno de um verbo ou locução verbal. A existência de um sujeito é opcional, no entanto, é mandatário que em uma oração exista o predicado. Isso porque o que caracteriza uma oração é, justamente, o verbo ou uma acção. Uma oração pode ser simples ou composta, o que vai depender da quantidade de verbos que apresentar.
2.1.2. Oração verso frase
A oração, como descrito acima, precisa apresentar um verbo para que tenha um predicado. Sua composição pode trazer ainda o sujeito, termos essenciais, integrantes ou acessórios. Vamos aos exemplos de oração “Esse bolo parece muito gostoso”, “Saia daí!” ou “Corra!”. (Soares 1998, p.34)
Segundo Mateus (2003, p.89) frase é 
todo o enunciado linguístico capaz de transmitir uma ideia. Pode ser uma palavra ou todo um conjunto de palavras. O mais importante é o propósito da sua transmissão e não a sua extensão, constituindo um enunciado de sentido completo. O conceito de frase, portanto, abrange várias formas: desde as estruturas linguísticas muito simples até enunciados bastante complexos. Na frase pode, muitas vezes, ser omitido o verbo. Na linguagem oral, cada frase possui uma melodia, um ritmo, uma entoação peculiar que a escrita procura sugerir por meio dos sinais de pontuação, que lhe emprestam um sentido completo.
Para Cunha e Cintra (1987, p.57) o tipo mais comum da frase é a oração que é formada por sujeito e predicado e como tal, estrutura-se em torno de um verbo ou locução verbal. O que caracteriza a oração é o verbo, não sendo relevante se tal oração tem um sentido pleno.
2.2. Tipos de frases 
Para Mateus (2003, p.134) Existem vários tipos de frases: do ponto de vista da entoação, a frase é classificada em tipos primários:
· Frase exclamativa, a qual possui uma exclamação: “Que dia tão bonito!”; 
· Frase imperativa, a qual expressa ordens, proibições ou conselhos: “Saia!”; 
· Frase interrogativa, a qual transmite perguntas: “Vais connosco ao cinema?”; 
· Frase declarativa, a qual anuncia qualquer facto: “Estou no Brasil.”;
2.2.1. Tipos de orações 
Segundo Cunha e Cintra (1987, p.58-99) existem dois tipos de orações na Língua Portuguesa, as orações coordenadas e as orações subordinadas. Cada uma delas tem um grupo de classificações que veremos adiante:
2.2.1. Orações Coordenadas
As orações coordenadas são definidas por Soares (1998, p.55) como aquelas que não dependem uma da outra do ponto de vista sintáctico e ligam-se uma à outra apenas pelo sentido. Normalmente, as orações coordenadas são conectadas por meio de conjunções, como o “e”, ou pela vírgula. As orações coordenadas só aparecem quando há um período composto. As orações coordenadas são classificadas em sindéticas e assindéticas.
Oração coordenada sindética: são aquelas conectadas por meio de uma conjunção. As orações sindéticas, por sua vez, podem ser:
· Aditivas: transmitem uma ideia de adição à oração anterior usando conjunções ou locuções (e, nem, também, bem como, não só, tanto). Exemplo: Eu e Roberto fomos almoçar e encontramos Nádia.
· Adversativas: transmitem uma ideia de oposição à oração anterior e precisam apresentar vírgulas antes de seu início. Podem ser usadas conjunções ou locuções (mas, porém, todavia, entretanto). Exemplo: Carolina queria sair, mas começou a chover muito forte.
· Alternativas: transmitem uma ideia de alternância em relação à oração anterior sendo obrigatório o uso de vírgulas, conjunções ou locuções (ou, já, ora, quer, seja). Exemplo: Faça o que eu mandei ou sofrerá as consequências.
· Conclusivas: transmitem a conclusão de uma ideia da oração anterior e, também, requerem uso de vírgula, conjunções e locuções (logo, pois, portanto, assim, por isso). Exemplo: Rogério formou-se em Direito, portanto poderá fazer a prova da OAB.
· Explicativas: transmitem a explicação de uma ideia expressa na oração anterior, sendo obrigatório o uso de vírgula. As locuções ou conjunções usadas nesse tipo de frase são que, porque, porquanto, pois, ou seja, entre outras. Exemplo: Não consegui acordar mais cedo, pois acabei estudando até mais tarde ontem. (Cunha e Cintra, 1987, p.58-99)
Oração coordenada assindética: são aquelas introduzidas por uma vírgula.
2.2.2. Orações subordinadas
Segundo Cunha e Cintra (1987, p.58-99) as orações subordinadas, ao contrário das coordenadas, apresentam dependência sintáctica com relação à oração principal.Elas surgem quando um período é composto por duas ou mais orações. Existem diversas classificações inseridas no conceito de oração subordinada.
A primeira delas vem com relação à sua introdução no período. Quando a isso, elas podem ser:
Desenvolvidas: quando introduzidas por pronomes, conjunções ou locuções conjuntivas apresentando o verbo nos modos indicativo ou subjuntivo.
Reduzidas: não são introduzidas por pronomes, conjunções ou locuções conjuntivas apresentando o verbo nos modos particípio, gerúndio ou infinitivo.
Segundo a sua função, as orações subordinadas podem ser classificadas em:
Subordinadas substantivas: as orações subordinadas substantivas podem fazer o papel do substantivo em uma oração. Elas também ganham classificações diferentes, sendo elas:
· Subjectiva: exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. Exemplo: Foi informado que Luana passou na sua prova de doutorado. (Cunha e Cintra, 1987, p.58-99)
· Completiva nominal: completa o sentido de um nome pertencente à oração principal. Exemplo: Todos temos a esperança de que os brasileiros saibam votar nas próximas eleições.
· Predicativa: exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal. Exemplo: O bom é que ela sempre finge que não faz nada de errado.
· Apositiva: exerce a função de aposto em uma oração principal. Exemplo: Lucas desejava apenas uma coisa: que conseguisse um bom emprego.
· Objectiva indirecta: iniciada por uma preposição exercendo a função de objecto indirecto. Exemplo: O dono do comércio necessita que de que todos os fornecedores entreguem seus produtos na segunda-feira pela manhã.
· Objectiva directa: exerce a função de objecto directo do verbo na oração principal. Exemplo: Quero que você adopte aquele gato. (Cunha e Cintra, 1987, p.58-99)
Subordinadas adjectivas: as orações subordinadas adjectivas exercem a mesma função do adjectivo por modificar o substantivo. Elas podem ser:
· Explicativas: amplia ou esclarece um detalhe através da adição de uma informação acessória aparecendo separadas por vírgula. Pode ser retirada da frase sem que haja alteração de sentido. Exemplo: O cachorro, que é da raça poodle, desapareceu do pet shop.
· Restritivas: restringe o significado do nome a que se refere por ser único e definido por ele. Não pode ser retirado da frase e se apresenta sem a marca de pausas ou vírgulas. Exemplo: Igor é um dos poucos namorados que é respeitado pelos pais de Natália. (Cunha e Cintra, 1987, p.58-99)
Subordinadas adverbiais: as orações subordinadas adverbiais exercem a função do adjunto adverbial em relação ao verbo da oração principal. Suas classificações são:
· Causais: podem ser iniciadas por conjunções e locuções causais apresentando a causa do acontecimento da oração principal. Exemplo: Meire desmaiou no banheiro porque estava muito fraca com a gripe.
· Consecutivas: podem ser iniciadas por conjunções e locuções consecutivas apresentando a consequência do acontecimento da oração principal. Exemplo: Eles pegaram tanta chuva no estádio que ficaram ensopados.
· Comparativas: podem ser iniciadas por conjunções e locuções comparativas apresentando uma comparação com o acontecimento da oração principal. Exemplo: Madalena cozinha como cozinhava sua mãe.
· Condicionais: podem ser iniciadas por conjunções e locuções condicionais apresentando uma condição para a realização do acontecimento da oração principal. Exemplo: Se você me der licença, consigo sair da mesa para você se sentar.
· Conformativas: podem ser iniciadas por conjunções e locuções conformativas apresentando ideia de conformidade, concordância e regra relacionada ao acontecimento da oração principal. Exemplo: As solicitações devem ser encaminhadas conforme orientado no regulamento.
· Concessivas: podem ser iniciadas por conjunções e locuções concessivas apresentando uma ideia de contraste e contradição, ou seja, uma concessão ao ocorrido na oração principal. Exemplo: Embora ainda não tenham se casado, Juliana e Alex compraram o apartamento.
· Finais: podem ser iniciadas por conjunções e locuções finais apresentando finalidade do acontecimento da oração principal. Exemplo: A equipe trabalhou para que os resultados fossem obtidos.
· Proporcionais: podem ser iniciadas por conjunções e locuções proporcionais apresentando ideia de proporcionalidade com o acontecimento. Exemplo: Quanto mais velha Maria ficava, mais rabugenta se tornava.
· Temporais: podem ser iniciadas por conjunções e locuções temporais apresentando circunstância de tempo ao acontecimento da oração principal. Exemplo: Mal cheguei em casa, minha mãe me ligou para buscá-la. (Cunha e Cintra, 1987, p.58-99)
2.3. Definição das orações relativas 
Uma oração relativa é definida como uma oração subordinada, ligada à frase matriz por morfemas-wh, designados tradicionalmente por “pronomes”, “advérbios” ou “adjectivos relativos”. Segundo Mateus et al. (2003, p.655), as orações relativas são formas de modificação de uma expressão nominal antecedente ou de uma outra oração, como se ilustra, respectivamente, nos exemplos (1 a.) e (1 b.):
(1) a. O homem [com quem tu falaste] é meu irmão. 
b. Tem estado sempre a chover, [o que me desagrada]
Ainda a autora salienta que as orações relativas como “orações subordinadas iniciadas pelos tradicionalmente designados ‘pronomes’, ‘advérbios’ ou ‘adjectivos relativos’, que modificam um termo nominal antecedente ou também uma oração”. (Mateus et al 2003, p. 655)
De acordo com a autora, as orações relativas que possuem um antecedente nominal se classificam em duas formas: orações relativas restritivas ou determinativas e relativas apositivas, explicativas ou não restritivas. Há, ainda, as orações relativas livres, aquelas que não possuem antecedente expresso.
2.3.1. Características das orações relativas 
Uma construção relativa assenta pois numa relação entre um constituinte nominal (morfofonologicamente realizado ou não) ou frásico e uma oração que o modifica, ou seja, verifica-se numa construção relativa a relação entre um morfema-wh e um antecedente. As orações relativas com antecedente nominal expresso podem ser restritivas (também chamadas determinativas) ou apositivas (também chamadas explicativas). 
As primeiras restringem o domínio de referência da expressão nominal antecedente, enquanto as segundas acrescentam conteúdo informacional a uma proposição anterior. Registam-se em seguida duas definições que, tradicionalmente, distinguem as orações relativas restritivas das relativas apositivas.
Chamamos restritivas as que servem para delimitar ou definir melhor o seu antecedente e explicativa quando encerra uma simples explicação ou pormenor do antecedente, uma informação adicional de um ser que se acha suficientemente definido, podendo ser omitida sem prejuízo. […] a primeira (relativa restritiva) empresta ao antecedente um sentido particular (trata-se de um dentro de uma série) e a segunda um sentido universal (trata-se de um só). (Bechara, 1983, p.228) 
As restritivas, como o nome indica, restringem, limitam, precisam a significação do substantivo antecedente. São, por conseguinte, indispensáveis ao sentido da frase; e, como se ligam ao antecedente sem pausa, dele não se separam, na escrita, por vírgula. 
As explicativas acrescentam ao antecedente uma qualidade acessória, isto é, esclarecem melhor a sua significação […]. Mas, por isso mesmo, não são indispensáveis ao sentido essencial da frase. Na fala, separam-se do antecedente por uma pausa, indicada na escrita por vírgula. (Cunha e Cintra, 1999, pp.405-406) 
Tal como em Alexiadou et al. (2000, p.2), consideramos que as construções relativas com antecedente apresentam duas propriedades que as distinguem de outras construções complexas: i) uma relativa não é um argumento, ou seja, não é seleccionada por um item lexical; ii) uma relativa apresenta uma relação de dependência, marcada pela presença de um morfema-wh, que não tem traços interrogativos e que serve para ligar uma posição dentro da oração a uma outra posição fora da oração. 
A maior parte dos trabalhos desenvolvidoscorrobora a propriedade definida em i), considerando que as relativas são instâncias de adjunção que se distinguem de outros tipos de adjunção, ou seja, são formas de modificação de um constituinte nominal ou frásico antecedente. De acordo com a argumentação de Vasconcelos (1991, p.46), e segundo Radford (1988), um dos critérios que permite a distinção entre um complemento e um adjunto é a possibilidade de extra posição do segundo. 
Acrescenta-se, contudo, que há complementos que podem ser movidos, embora a aceitabilidade desses enunciados dependa também de factores prosódicos. A questão é que em Português Europeu, e em geral nas restantes línguas românicas, ao contrário de outras línguas, como o Inglês, a extra posição não é admitida nas orações relativas restritivas, como se verifica em (6): 
 (6) *O rapaz é meu amigo [que tu encontraste].
O facto de não se poder separar a relativa do antecedente poderia remeter para uma relação de complementação, contudo não é o que se defende. Considera-se que as construções relativas são adjunções com uma relação de dependência entre dois constituintes. O PE fixa o parâmetro do núcleo com o valor “núcleo à esquerda”, logo as construções relativas ocorrem à direita do núcleo, como uma estrutura de adjunção. 
A comparação entre relativas (cf. (4)) e completivas (cf. (5)) permite clarificar o tipo de relação estabelecida entre modificador e complemento. 
(4) A ideia [que me apresentaste] é muito interessante. 
(5) A ideia [de que todos somos iguais] é uma utopia.
Como se observa em (4), o pronome relativo que, além de funcionar como elemento conectivo, é o complemento objecto directo do verbo apresentar, cuja interpretação depende da existência de um antecedente na frase matriz. Além disso, a oração relativa apresenta uma posição vazia, o argumento do verbo apresentar, correspondente ao constituinte relativo que retoma anaforicamente a expressão nominal antecedente, A ideia. 
Contrariamente, em (5), o constituinte que não desempenha uma função argumental ou adjunta e não se relaciona com qualquer posição vazia interna à oração, nem com um antecedente externo. Conclui-se pois que toda a frase introduzida pelo constituinte que exerce a função de argumento do nome ideia. Em (4), a oração entre parêntesis é uma forma de modificação ou adjunção, e trata-se de uma relativa, ao passo que em (5) é uma forma de complementação, logo é um argumento de outro constituinte, e constitui uma oração completiva.
Segundo Mateus et al. (2003, p. 667), 
as orações relativas com antecedente designam-se também adjectivas por ocuparem posições típicas de adjectivos e por desempenharem uma função de modificador nominal paralelamente aos adjectivos. No entanto, por se tratar de orações, têm propriedades específicas de uma proposição (como predicação própria, tempo e modo), e como tal são diferentes do adjectivo. Podemos inclusive conjugar na mesma construção um adjectivo e uma oração relativa, o que significa que a ocorrência de uma estrutura não inviabiliza ou substitui a outra, o que é esperável, já que é possível concatenar modificadores, ao contrário do que acontece com os complementos dos nomes.
2.3.2. Orações relativas restritivas ou determinativas 
Segundo Mateus et al (2003), a oração relativa restritiva desempenha o papel de contribuir para a construção do valor referencial da expressão nominal que a antecede, sendo fundamental para a significação da frase em seu sentido completo (cf. (1) e (2)). O antecedente das relativas restritivas é um Sintagma Nominal (SN) determinado ou quantificado, que tem como núcleo um nome comum.
(1) Os chapéus que estavam no armário desapareceram. 
(2) O homem de que tu me falaste está a chorar. 
As restritivas não podem modificar nomes próprios e pronomes pessoais que estejam na função de núcleo (cf. (3)). Se um nome próprio ou pronome estiver nessa função, a oração relativa terá valor explicativo (cf. (4)), podendo ser interpretada como restritiva quando seu antecedente não estiver sendo usado na função identificadora habitual do nome próprio e designar uma fase ou um estado do termo referido (cf. (5)). 
(3) Lisboa que é capital do país fica na Estremadura. 
(4) Lisboa, que é capital do país, fica na Estremadura. 
(5) A Lisboa que eu prefiro é a Lapa.
Orações relativas apositivas explicativas ou não – restritivas 
Diferentemente das relativas restritivas, as relativas apositivas não possuem valor referencial para a construção da denotação da expressão nominal que as antecede. Como explica Mateus et al (2003, p. 671), a relação é de carácter parentético, pois a relativa explicativa funciona como uma extensão do antecedente nominal (cf. (7) a (10)). Tal carácter é dado por pausas (na fala) e por vírgulas (na escrita): 
(7) Lisboa, que é a capital de Portugal, é uma cidade com uma luz especial. 
(8) O António, que faz anos amanhã, regressou do estrangeiro. 
(9) Os teus primos, que vivem na Califórnia, chegam hoje. 
(10) Eu, que tanto me esforcei, cheguei em último lugar.
Observando esses exemplos, é possível notar que o antecedente de uma oração relativa apositiva pode ser um nome próprio – cf. (6) e (7) – ou pronome pessoal – cf. (8) – ou SNs com pronomes demonstrativos ou possessivos – cf. (9). O antecedente da relativa apositiva não pode ser um adjectivo nominalizado, caso em que a oração é uma relativa restritiva – cf. (11) versus (12). 
(11) *O meu amigo deixou de ser o distraído, que era antigamente. 
(12) O meu amigo deixou de ser o distraído que era antigamente. 
Outra particularidade é a impossibilidade de associação das apositivas com certas expressões idiomáticas como tirar partido, tomar parte em, fazer caso de. Segundo Mateus et al (2003), tais expressões só podem surgir em restritivas: 
(12) *O partido, que Mitterrand tirou da política energética de Giscard, contribuiu para a sua eleição. 
(13) O partido que Mitterrand tirou da política energética de Giscard contribuiu para a sua eleição. 
2.4. Características do antecedente da relativa restritiva 
O antecedente da oração relativa restritiva, em termos semânticos, é a entidade sobre a qual o conteúdo da oração relativa predica. Brito (1991) defende que nas construções relativas a relação estabelecida entre constituintes relativos e antecedente é uma relação de regência por coindexação, que opera quer a posição Spec/CP seja ocupada pelos constituintes-wh que, quem, o qual, precedidos de preposição, quer por um operador relativo nulo (nas relativas de SU e OD). 
O NP antecedente de uma relativa restritiva é sempre um NP determinado ou quantificado, não sendo admitidas construções com NP com unicidade referencial (i.e. nomes próprios e pronomes pessoais). Além disso, o antecedente pode ser constituído por um N sem um D explícito, por uma expressão nominal quantificada (i.e. tudo, nada) ou demonstrativa (i.e. aquilo) ou por determinantes não seguidos de N (i.e. os, aqueles) (Mateus et al., 2003).
2.4.1. Estratégias de relativização em Português Europeu
A estratégia de relativização padrão, em que o pronome relativo introduz a oração e uma categoriza vazia encontra-se na posição do elemento relativizado nas orações subordinada, é a única reconhecida pela gramática normativa. Nessa estratégia, quando o verbo da oração subordinada rege preposição, tem-se o pronome relativo antecedido pela preposição e o termo relativizado não preenche posição dentro da oração relativa (cf. (2), repetida abaixo como (13)). 
 (13) O homem de que tu me falaste está a chorar. 
Mateus et al (2003) consideram, além da relativização padrão, duas estratégias de relativização da fala espontânea: estratégia cortadora e estratégia resumptiva. Na estratégia cortadora, o falante elimina o Sintagma Preposicional (SP) que ocupa a posição inicial na oração relativa, e passa a apresentar na fala somente o que, sem antecedente preposicionado: 
 (14) O livro que te falei é o mais bonito (em vez de que te falei…)
Na estratégia resumptiva, o falante faz uma repetição, na oração relativa, do antecedente da oração anterior, utilizandopronomes pessoais, demonstrativos e advérbios locativos. Segundo as autoras, essa estratégia é mais utilizada em construções complexas, embora não se possa afastá-la de forma completa das relativas simples: 
(15) “Temos lá, no meu ano rapazes que eles parecem atrasados mentais, quer dizer...” 
(16) “[...] fui eu e mais uma irmã minha que também ela sabe muito bem de bolos [...]” 
Tais estratégias são consideradas “marginais” perante a norma padrão; a primeira, no entanto (estratégia cortadora), faz parte do registo oral dos falantes que possuem escolaridade alta, o que, para as autoras, é um dado que aponta para uma tendência de mudança: 
Embora numa perspectiva purista ambas as estratégias sejam consideradas marginais, o que é certo é que a primeira (estratégia cortadora) faz actualmente parte do registo oral de falantes altamente escolarizados, o que permite supor que estamos perante uma tendência de mudança, mesmo no português europeu. (Mateus et al, 2003, p. 667)
2.5. Orações relativas sem antecedente expresso ou relativas livres 
As relativas livres são frases complexas, sem antecedente expresso, caracterizadas por uma estrutura de subordinação, que funcionam como uma oração encaixe da oração superior. Seus constituintes são constituintes da oração matriz e possuem uma função sintáctica própria (cf. (26) e (27)). 
(26) Quem vai ao mar perde o lugar. 
(27) Recebi quem tu recomendaste. 
Em relação à estrutura, as relativas livres apresentam algumas especificidades quanto aos morfemas relativos cujo e o qual e o pronome quem:
i. Em relação aos morfemas relativos cujo e o qual, não podem ser utilizados nas orações relativas livres, por estas não serem orações relativas com antecedente expresso; 
ii. O pronome quem é usado como sujeito ou objecto directo quando estiver se referindo a humanos.
Algumas relativas livres têm como antecedente do morfema-Q, uma preposição e, nesse caso, ou a preposição pode pertencer somente à oração superior ou a preposição pertence à oração encaixada e à superior, de forma simultânea. Quando a preposição pertencer somente à oração superior, a exigência de sua ocorrência é dada pelo verbo dessa mesma oração. No caso do exemplo em (28), a selecção da preposição a é feita pelo verbo dar, da oração matriz, pois não há nenhuma justificativa estrutural para o verbo precisava, da oração de encaixe, seleccionar a preposição. 
 (28) Dei o subsídio a quem precisava/ a quantos precisaram
CAPÍTULO III: METODOLOGIA
Neste capítulo, apresentamos as metodologias de investigação. A escolha da metodologia está relacionada com os objectivos definidos para este estudo, uma vez que todo procedimento metodológico tem como objectivo delinear o caminho a ser percorrido pelo pesquisador na tentativa de relacionar a teoria com a prática. 
Diante disto, começamos por apresentar:
3.1. Quanto ao método da pesquisa
Para esta pesquisa será utilizado o método indutivo, pois atendendo que falar de orações subordinadas relativas restritivas, constitui uma temática de grande escala, pretende-se a partir das concepções particulares da Escola Secundária Amor de Deus, tender-se a uma generalidade de factos à todas escolas da província da Zambézia, ao país ou mesmo no mundo.
Conforme Gil (1999) apud Silva (2004, p.26), no raciocínio indutivo a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. As constatações particulares levam à elaboração de generalizações. 
Tendo em conta a natureza deste método, usaremos como forma de se chegar ao conhecimento ou demonstração da verdade, partindo de factos particulares e comprovados da Escola Secundária Amor de Deus, turma A, 12ª Classe, C/D, o que nos levará a chegar a uma conclusão genérica, isto é, com base as conclusões tiradas nesta escola, em relação ao problema que se levanta neste trabalho, acreditamos ser um problema que se vive não apenas na escola em estudo, senão, nas outras escolas locais ou até do país, encarregues em leccionar as aulas de Português.
3.2. Quanto ao tipo de pesquisa 
Sob o ponto de vista da abordagem/natureza, será utilizada a pesquisa qualitativa, pois, esta pesquisa ajudará a compreender a situação do tema em estudo, buscando entrar em contacto com os sujeitos da pesquisa.
Conforme Godoy (1995, p.58):
A pesquisa qualitativa não procura enumerar e/ou medir os eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na análise dos dados. Parte de questões ‘como’ e ‘porquê’, que vão se definindo a medida que o estudo se desenvolve. Envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interactivos pelo contacto directo do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenómenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo.
Conforme as ideias acima descritas, a preocupação primordial não será de conhecer quantos alunos têm ou não dificuldades na classificação das orações subordinadas relativas restritivas, mas sim, saber por que é que os alunos têm dificuldades em classificar as orações subordinadas restritivas e como são encaradas essas dificuldades.
Portanto, cabe-nos afirmar que a pesquisa qualitativa será a mais indicada para a investigação que será efectuada, visto que, permitirá um estudo exaustivo e profundo, tendo como fonte de análise uma gama de fenómenos linguísticos que decorrem em contextos de enunciação.
3.3. Quanto aos procedimentos técnicos 
Do ponto de vista de procedimentos técnicos, será utilizado a pesquisa bibliográfica, pois o autor terá a oportunidade de se colocar em contacto com o material já publicado que abordam sobre o tema em menção, como por exemplo o uso de alguns livros, manuais, artigos científicos, monografias, dissertações e teses doutoral.
Com base nisso, partindo do pressuposto que toda a investigação necessita de uma bibliografia de consulta. Apoiamo-nos a este método para obtenção de bases teóricas e científicas, que justificam os factos e fenómenos por nós observados, através de consultas de uma gama de livros e documentos com bases científicas. Com este procedimento, portanto, obteremos várias informações que constituíram o corpo teórico da pesquisa, assim como, a elaboração de instrumentos e sua aplicação durante a realização do trabalho de campo.
3.4. Quanto as técnicas de colecta de dados 
Para a colecta de dados numa pesquisa é necessária a definição de técnicas a serem usadas para o efeito. A técnica representa a maneira através da qual serão colectados os dados da pesquisa. Conforme Barbetta (1999, p.19), “técnica é a parte material que fornece a operacionalidade ao método. A definição do instrumento de colecta de dados dependerá dos objectivos que se pretendem alcançar com a pesquisa e do universo a ser investigado”.
Não obstante, como instrumento de recolha de dados, será utilizado a entrevista, questionário e a observação directa ou participante e quanto ao local de realização da pesquisa, esta é uma pesquisa de campo.
3.4.1. Observação directa 
De acordo com Alcarão (2008, p.93), observação é o conjunto de actividades reservado a conseguir dados e informações sobre o que se passa no processo de análise em causa, com finalidade mais tarde proceder a tomada das decisões dos mesmos. Igualmente pode-se perceber como um processo, quer dizer, pode recair num ou no outro aspecto, no gestor, no seu meio envolvente e nas características da instituição.
Nisso, efectuaremos uma observação acerca do tema em questão na escola em estudo, com vista a familiarizar o autor do trabalho em relação ao problema, como forma de adquirir dados concretos da problemática em estudo.
3.4.2. Entrevista 
Já a entrevista consiste num contacto entre o investigador (entrevistador) e o investigado (entrevistado) durante o qual aquele formula perguntas sobre um determinado assunto que lhe interessa conhecer. Esta técnica nos permitirá obter informações precisas que satisfaçam o tema em estudo, quanto aos estímulos e experiências a que estão expostos os alunos e professores, conhecer o seu comportamento através de um diálogoplanificado entre nós investigadores e os entrevistados, onde a técnica será aplicada simplesmente aos professores e órgão de direcção da escola. Assim serão elaborados dois guiões de entrevista com vista a facilitar os processos de entrevista com os professores e a directora da escola, como forma de obter informações que satisfaçam os objectivos da pesquisa. 
3.4.3. Questionário 
Finalmente em relação ao questionário, Chizzott (2001, p.55), considera como “um conjunto de questões pré-elaboradas, sistemáticas e sequencialmente dispostas em itens que constituem os temas de pesquisa com objectivos de suscitar dos informantes respostas por escrito ou verbalmente sobre o assunto que os informantes saibam opinar”.
O outro instrumento de investigação que será utilizado nesta pesquisa é o questionário estruturado. Optámos esta técnica pelo facto da sua administração ser de pouco custo, leva menos tempo e permite obter informações sobre o objecto de investigação em pouco tempo. Desta forma, será utilizado o questionário padronizado (aberto e fechado) de forma combinada, o primeiro proporcionou respostas mais espontâneas e livres, enquanto o segundo permitiu ao inquirido economizar o tempo. Este procedimento ajudará a obter informações quanto à caracterização da amostra, estando basicamente focado aos alunos.
Assim, elaboramos um (01) questionário, para os alunos. Este instrumento será aplicado a um pequeno grupo dentro da amostra, isto é, os alunos, com o objectivo de verificar o entendimento das questões aplicadas e a validade dos mesmos. Esta prévia aplicação permitirá ajustar algumas questões em termos de compreensão e de objectividade.
3.5. Universo
A pesquisa envolvera a comunidade da Escola Secundária Amor de Deus – Quelimane estimados em 935, dentre eles homens e mulheres. Nesse caso, constitui o universo da pesquisa a turma A do grupo A da 12ª classe do ensino secundário, que é constituída por trinta e duas pessoas. Portanto, será possível com este grupo alvo colher as informações concretas sobre as razões que levam os alunos a terem dificuldades na classificação das orações subordinadas relativas restritivas, bem como as limitações encontradas pelos professores em sugerir estratégias que visem a solucionar as dificuldades, uma vez que, presume-se que os professores não adoptam estratégias apropriadas para o ensino das orações, em particular as orações subordinadas relativas restritivas.
3.6. Amostra 
Para a realização da pesquisa, a amostra será de catorze (14) pessoas, uma vez que o universo será constituído por trinta e duas (32) pessoas, sendo para este caso dez (10) alunos, dois (2) professores da disciplina de português da 12a classe da Escola Secundária Amor de Deus e dois (2) membros de direcção a directora da escola e a adjunta pedagógica. Conforme os dados fornecidos pela Direcção da escola indica que o número total dos alunos que frequentam a turma em estudo é de vinte e oito (28) alunos, dos quais onze (11) são Homens e dezassete (17) são Mulheres.
Nesta ordem de ideia, para a selecção da amostra será em usada, para o caso dos alunos, o método probabilístico aleatório simples, e a técnica que será usada é a de jogos, onde colocamos num recipiente fechado, um total de vinte e oito papéis, sendo dez papéis enumerados e os restantes não enumerados, e, os que rifaram o certo, foram os que constituíram a amostra da nossa pesquisa. 
E quanto aos professores, a técnica que usaremos será a de selecção em função da disciplina em questão. Onde optámos em trabalhar apenas com dois professores das 12a classe da disciplina de Português, onde um deles lecciona na turma em estudo e finalmente os membros de direcção da escola.
3.7. Proposta de Plano de Acção/Cronograma
	
Acções a Realizar
	Tempo/Período
	
	Fev. -Abril
	Maio- julho
	Ago.- Set.
	Out. - Nov.
	Dezembro.
	Revisão de literatura
	
	
	
	
	
	Trabalho de Campo
	
	
	
	
	
	Revisão de Literatura 
	
	
	
	
	
	Trabalho de Campo
	
	
	
	
	
	Análise e Apuramento
	
	
	
	
	
	Materialização do Trabalho
	
	
	
	
	
	Submissão
	
	
	
	
	
	Avaliação
	
	
	
	
	
	Apresentação
	
	
	
	
	
2.8. Pressupostos Orçamentais
	#
	Descrição do Material
	Qt.
	Preço/Unit.
	Preço Total
	
	
	
	
	
	1
	Resma de Papel
	08
	360,00 mts.
	2.880,00 mts.
	2
	Esferográficas
	30
	15,00 mts.
	450,00 mts.
	3
	Bloco de Notas
	10
	85,00 mts.
	850,00 mts.
	4
	Bost its
	15
	35,00 mts.
	525,00 mts.
	5
	Embalagens de Mascaras faciais
	20
	350,00 mts.
	7.000,00 mts.
	6
	Frascos de Álcool em gel
	50
	95,00 mts.
	4.750,00 mts.
	7
	Garrafas de Água Mineral
	60
	50,00 mts.
	3.000,00 mts.
	8
	Lanches/Pequenas refeições diárias
	-------
	-----------------
	7.000,00 mts.
	9
	Adicionais e Diversos
	-------
	----------------
	23.545,00 mts.
	-
	----------------------
	-------
	Total =
	50.000,00 mts.
Referências bibliográficas
Alcarão, I. (2008). Formação reflexiva de Professores. Estratégia de Supervisão. Maputo: Textos Editores. 
Alexandre, Nélia Maria Pedro (2000). A Estratégia Resumptiva em Relativas Restritivas do Português Europeu. Dissertação de Mestrado em Linguística Teórica (Sintaxe) apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Azeredo, J. C (2002). Fundamentos da gramática do português. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Bechara, E (2006). Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Lucerna.
Bechara, Evanildo (1983). Moderna Gramática Portuguesa. 28.ª ed.. São Paulo: Companhia Editora Nacional.
Bispo, Edvaldo Balduino (2009). Estratégias de relativização no Português Brasileiro e implicações para o ensino: o caso das cortadoras. 2009. (Tese de doutorado) UFRN, Rio Grande do Norte.
Brito, Ana Maria Barros de (1985). “Aspectos Sintácticos das Relativas em Português. Contribuição para uma Teoria Sintáctica Geral da Relativização”. Actas do I Encontro da Associação Portuguesa de Linguística. Lisboa.
Brito, Ana Maria Barros de (1991). A Sintaxe das Orações Relativas em Português. Porto: Instituto Nacional de Investigação Científica.
Câmara Jr., J. M (2011). Estrutura da língua portuguesa. 44. ed. Petrópolis: Vozes.
Corrêa, Vilma Rêche (1998). Oração Relativa: o que se fala e o que se aprende no Português do Brasil. 1998. (Tese de doutorado) Unicamp, Campinas, 
Costa, Ana Luísa (2003). “Aspectos das construções de relativização no português do século XV”. In Actas do XIX Encontro da Associação Portuguesa de Linguística. Lisboa, 409-420.
Cunha, C.; Cintra, L. F. L (2001). Nova gramática do português contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 
Cunha, Celso & Cintra, L. F. Lindley (1987). Nova Gramática do Português Contemporâneo. 4.ª ed. Lisboa: Edições Sá da Costa. 
Duarte, M. E (2007). Termos da oração. In: Brandão, S. F.; VIEIRA, S. R. Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto.
Gil, A.C. (2002). Como elaborar Projecto de pesquisa. 4ª Ed. São Paulo.
Godoy. A. S. (1995). Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de Administração de Empresas. São-Paulo.
Hauy, A. B (1983). Da necessidade de uma gramática-padrão da língua portuguesa. São Paulo: Ática.
Lakatos, E. M. Marconi, M. A. (2001). Metodologia do Trabalho Científico, 4ª ed. São Paulo.
Mateus, Maria Helena Mira et al (2003). Gramática da Língua Portuguesa. 5 ed (p. 655- 683). Lisboa: Editorial Caminho.
Mateus, Maria Helena Mira. Ensino da língua e desenvolvimento educativo. Perspectiva, Florianópolis, v. 20, n. 01, p. 13 – 22, 
Mioto, C. et al (2005). Novo manual de sintaxe. 2. ed. Florianópolis: Insular.
Perini, M. A (1995). Para uma nova gramática do português. São Paulo: Ática.
Perini, M. A (2005). Gramática descritiva do português. 4. ed. São Paulo: Ática.
Rocha Lima, C. H. Gramática normativa da língua portuguesa. 49. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011. 
Soares, Carla (1998). As Categorias Funcionais no Processo de Aquisição do Português Europeu. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Travaglia, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 13. ed.São Paulo: Cortez, 2009. 
Vasconcelos, Manuela (1991). Compreensão e Produção de Frases com Orações Relativas. Dissertação de Mestrado em Linguística Portuguesa Descritiva apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Vieira, S. R (2007). Concordância verbal. In: Brandão, S. F.; Vieira, S. R. Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto.
.
 
Marcelina Mário Manuel
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dificuldades na Classificação das Orações Subordinadas Relativas Restritivas: 
caso dos alunos da 12
a
 
classe turma 
A do grupo A,
 
curso Diurno da Escola 
Secundária Amor de Deus
 
Licenciatura Em Ensino de Português 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Licungo
 
Quelimane
 
2021

Continue navegando