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LÍNGUAPORTUGUESA III

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Prévia do material em texto

LÍNGUA 
PORTUGUESA III
Professora Me. Fátima Christina Calicchio
Professora Me. Raquel de Freitas Arcine
Professora Me. Valéria Adriana Maceis
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; ARCINE, Raquel de Freitas; CALICCHIO, Fátima Chris-
tina; MACEIS, Valéria Adriana. 
Língua Portuguesa III. Raquel de Freitas Arcine; Fátima Christina 
Calicchio; Valéria Adriana Maceis. 
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Reimpresso em 2021.
137 p.
“Graduação - EaD”.
1. Língua. 2. Portuguesa. 3. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0956-9
CDD - 22 ed. 469
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação
Kátia Coelho
Diretoria de Pós-graduação 
Bruno do Val Jorge
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Gerência de de Contratos e Operações
Jislaine Cristina da Silva
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisora de Projetos Especiais
Yasminn Talyta Tavares Zagonel
Coordenador de Conteúdo
Fabiane Carniel
Designer Educacional
Amanda Peçanha dos Santos
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Kleber Ribeiro da Silva
Qualidade Textual 
Ludiane Aparecida de Souza
Cintia Prezoto Ferreira
Ilustração
Marta Kakitani
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha-
mos com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualida-
de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo-
cional e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cur-
sos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais 
de 100 mil estudantes espalhados em todo o 
Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, 
Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 
300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de 
graduação e pós-graduação. Produzimos e revi-
samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil 
exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo 
MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferen-
tes áreas do conhecimento, formando profissio-
nais cidadãos que contribuam para o desenvolvi-
mento de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
A
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TO
RE
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Professora Me. Raquel de Freitas Arcine
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade 
Estadual de Maringá (UEM). Possui Mestrado em Letras, com ênfase em 
Linguística - Estudos do Texto e do Discurso - pela mesma instituição. É 
membro do Grupo de Estudos Político-Midiáticos da UEM (GEPOMI/Cnpq). 
Atua principalmente nos seguintes temas: análise do discurso, política e 
mídia.
Para maiores informações, acesse o link disponível em: <http://lattes.cnpq.
br/3557860478350410>. 
Professora Me. Fátima Christina Calicchio
Mestra em Letras, na área de Estudos Linguísticos pela Universidade Estadual 
de Maringá (2014). Especialista em Língua Portuguesa pelo Instituto 
Paranaense de Ensino e Faculdades Maringá (2010). Graduada em Letras, com 
habilitações Português/Inglês e respectivas literaturas, pela Universidade 
Estadual de Maringá (2009). Professora mediadora do curso de Letras 
(Unicesumar) e desenvolve trabalhos, também, como professora conteudista 
e formadora nesta mesma instituição. Tutora a distância do curso de Letras 
Português/Inglês da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e professora 
de língua inglesa para o ensino fundamental I, pela rede municipal de 
ensino em Maringá, PR. Possui experiência na área de Linguística, atuando 
principalmente nos seguintes temas: ensino de produção textual e análise 
linguística. Interessa-se em estudos da língua pelo viés da Sociolinguística 
Educacional e pela perspectiva Funcionalista.
Para maiores informações, acesse o link disponível em: <http://lattes.cnpq.
br/2351396382686006>. 
Professora Me. Valéria Adriana Maceis
Mestra em Letras, tendo “Descrição Linguística” como linha de pesquisa, 
pela Universidade Estadual de Maringá. Graduada em Letras, pela mesma 
instituição. Professora de Língua Portuguesa na Educação Básica e também no 
Ensino Superior. Na Educação a Distância tem experiência com a elaboração 
de materiais e aulas.
Para maiores informações, acesse o link disponível em: <http://buscatextual.
cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4257582H9>. 
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, prezado(a) aluno(a), primeiramente queremos parabenizá-lo(a) pelo fato de ter 
perseverado em seus estudos e chegado até aqui. Evidentemente, esforços e renúncias 
fizeram parte de seu percurso, mas acreditamos que isso foi imprescindível para a sua 
formação docente.
Neste livro trataremos da análise do período composto. Apresentaremos uma investiga-
ção do modo como as Gramáticas Tradicionais em geral expõem esse período; avaliare-
mos quais critérios os gramáticos tradicionais, em geral,levam em conta para explorar 
os processos de articulação de orações.
Nesse sentido, organizamos o material da seguinte maneira:
 ■ Na Unidade I, você terá a oportunidade de ler sobre o processo de articulação de 
orações, começando pela coordenação. Assim, apresentaremos, a partir da visão da 
Gramática Tradicional, o período composto, buscando compreender, inicialmente 
as chamadas Orações Coordenadas Assindéticas e Sindéticas.
 ■ Na Unidade II, buscaremos compreender, ainda, sobre o período composto por 
meio da Gramática Tradicional, o processo de articulação de orações que ocorre por 
meio da Subordinação. Exemplificaremos a diferença entre as orações principais e 
subordinadas – um ponto fundamental para todo o estudo que virá na sequên-
cia. Ainda nesta unidade, apresentaremos o primeiro tipo de oração subordinada: 
a substantiva.
 ■ Na Unidade III, você verá que subdividimos o estudo das Orações Subordinadas em 
partes. Sendo assim, nesta unidade trataremos da parte II, ou seja, apresentaremos 
as Orações Subordinadas Adjetivas.
 ■ Na Unidade IV, ainda dando sequência ao estudo do período composto, parte III 
do estudo das orações subordinadas, iremos expor e discriminar as características 
das Orações Subordinadas Adverbiais. Como você verá, as Gramáticas Tradicionais 
apresentam nove tipos de orações adverbiais, que são classificadas de acordo com 
o valor semântico que cada uma apresenta.
 ■ Por fim, na Unidade V, última unidade do livro, teremos a satisfação de estudar a Sin-
taxe de Regência. Procuraremos compreender as relações de dependência que as 
palavras mantêm na frase - e aí teremos a Regência Nominal -; e entender a ligação 
de um verbo com seu complemento - e teremos a Regência Verbal.
De antemão, fica aqui o nosso agradecimento a você, leitor(a) deste material. Espero 
que, com ele você possa interagir e agir, ou seja, que você possa acrescentar cada estu-
do aqui realizado, a sua experiência como docente ou futuro(a) docente, pois, assim, o 
processo de ensino-aprendizagem ganhará e, de fato, sentirão que os conhecimentos 
apresentados, organizados e sistematizados neste material poderão ser uma “sementi-
nha” para uma prática educacional que busque a emancipação dos alunos em sujeitos. 
Enfim, desejamos que este material proporcione a você um estudo bastante produtivo!
Abraços.
APRESENTAÇÃO
LÍNGUA PORTUGUESA III
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
O PROCESSO DE ARTICULAÇÃO DE ORAÇÕES: A COORDENAÇÃO
15 Introdução
16 O Período Composto por Coordenação sob o Olhar Tradicional
24 Orações Coordenadas Assindéticas
26 Orações Coordenadas Sindéticas 
31 Considerações Finais 
37 Referências 
38 Gabarito 
UNIDADE II
O PROCESSO DE ARTICULAÇÃO DE ORAÇÕES: A SUBORDINAÇÃO, 
PARTE I
41 Introdução 
42 O Período Composto por Subordinação sob o Olhar Tradicional 
45 As Orações Principais e Subordinadas 
50 As Orações Subordinadas Substantivas 
56 Considerações Finais 
60 Referências 
61 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
AS ORAÇÕES SUBORDINADAS – PARTE II
65 Introdução 
66 As Orações Subordinadas Adjetivas 
71 Classificação das Orações Adjetivas 
79 Considerações Finais 
84 Referências 
85 Gabarito 
UNIDADE IV
AS ORAÇÕES SUBORDINADAS – PARTE III
89 Introdução 
90 As Orações Subordinadas Adverbiais 
102 Considerações Finais 
108 Referências 
109 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
SINTAXE DE REGÊNCIA
113 Introdução 
114 Sintaxe de Regência - Conceito 
116 Regência Verbal 
122 Regência Nominal 
125 Estudo da Crase 
129 Considerações Finais 
136 Gabarito 
137 CONCLUSÃO
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Professora Me. Fátima Christina Calicchio
Professora Me. Raquel de Freitas Arcine
Professora Me. Valéria Adriana Maceis
O PROCESSO DE 
ARTICULAÇÃO DE ORAÇÕES: 
A COORDENAÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar a visão tradicional a respeito do período composto e o 
processo de articulação de orações.
 ■ Compreender as chamadas Orações Coordenadas Assindéticas.
 ■ Explicar e especificar cada uma das orações conhecidas como 
Coordenadas Sindéticas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ O período composto por coordenação sob o olhar tradicional.
 ■ Orações Coordenadas Assindéticas.
 ■ Orações Coordenadas Sindéticas.
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo à Unidade I. Nela, você irá encontrar um apa-
nhado teórico aprofundado sobre o processo de articulação de orações sob o 
viés da Gramática Tradicional (doravante GT), mais especificamente, sobre o 
período composto.
Você ainda deve se lembrar que, em Língua Portuguesa II, estudamos o que 
a Gramática Tradicional denomina de período simples, ou seja, dedicamo-nos 
à apresentação e à compreensão dos elementos presentes em períodos que apre-
sentam apenas uma oração - apenas um verbo ou uma locação verbal.
Assim, para esta unidade e para todo este material, trataremos das orações 
que compõem o chamado período composto. Tal período é assim conhecido 
por apresentar duas ou mais orações, ou seja, dois ou mais verbos e/ou locuções.
As GTs dividem as orações que formam o período composto em orações 
coordenadas (orações independentes sintaticamente) e orações subordinadas 
(orações que dependem sintaticamente uma da outra).
Nesse sentido, apresentaremos um levantamento do modo como as GTs, em 
geral trazem o período composto e critérios os gramáticos tradicionais costu-
mam utilizar para explicar os tipos de orações presentes em tais períodos. 
A seguir, trataremos das orações tradicionalmente conhecidas como coor-
denadas assindéticas e sindéticas. Coordenação diz respeito à independência 
sintática, com isto, tem-se que as orações chamadas de coordenadas são aque-
las consideradas independentes sintaticamente, isto é, não exercem nenhuma 
função sintática em outras dentro do período.
O “a” que acompanha o nome “assindética” indica “negação”, e síndeto lem-
bra conectivo, conjunção, pois vem do grego “syndeto”, que significa laço, união 
e junção. Portanto, uma oração assindética é aquela que não apresenta síndeto, 
ou seja, não apresenta conectivos que unem as orações.
As sindéticas, por sua vez, apresentam síndetos, isto é, são introduzidas por 
elementos de conexão (conectivos, conjunções, como: “mas”, “porque”, “portanto” 
etc.) e se dividem em aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e expli-
cativas, conforme explicaremos no decorrer da unidade. Boa leitura!
Introdução
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O PROCESSO DE ARTICULAÇÃO DE ORAÇÕES: A COORDENAÇÃO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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O PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO SOB O 
OLHAR TRADICIONAL
As GTs, de maneira, geralmente, restrita, dividem as orações em subordinadas 
(orações que dependem sintaticamente uma da outra) e coordenadas (orações 
independentes sintaticamente). Um levantamento dessa classificação nas gra-
máticas de Cunha e Cintra (2001), Luft (1981), Rocha Lima (1999) e Bechara 
(2009) nos levam a constatar que os autores ora fazem uso somente do critério 
semântico, ora somente do sintático ou, então, adotam ambos os critérios, con-
forme demonstraremos no decorrer desta seção. 
Dentre os gramáticos citados, com exceção de Cunha e Cintra (2001) que, 
por vezes, valem-se também do critério semântico, os demais se pautam apenas 
no critério sintático para distinguir estruturas coordenadas de subordinadas.
As sentenças, segundo a GT, via de regra, são classificadas da seguinte forma:
O Período Composto por Coordenação sob o Olhar Tradicional
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Quadro 1 -Levantamento geral das orações no âmbito da tradição gramatical
SUBORDINAÇÃO COORDENAÇÃO
Substantivas Adjetivas Adverbiais AssindéticasSindéticas
Apositiva Explicativa Causal - Aditiva
Completiva Nominal Restritiva Comparativa - Adversativa
Objetiva Direta - Concessiva - Alternativa
Objetiva Indireta - Condicional - Conclusiva
Predicativa - Conformativa - Explicativa
Subjetiva - Consecutiva - -
- - Final - -
- - Temporal - -
- - Proporcional - -
Fonte: Cunha e Cintra (2001), Luft (1981), Rocha Lima (1999) e Bechara (2009).
Cunha e Cintra (2001) ainda acrescentam às substantivas a oração agente da 
passiva, e Rocha Lima (1999) classifica as objetivas indiretas como completi-
vas relativas.
Luft (1981) e outros gramáticos inserem na classificação das adverbiais as 
orações locativas e modais.
A nosso ver, Luft (1981), em relação aos outros gramáticos analisados, apre-
senta uma concepção mais ampla acerca dos processos sintáticos de combinação 
O conhecimento das orações coordenadas facilita o trabalho de produção 
e interpretação de textos, principalmente narrativos e dissertativos. Possibi-
lita ao produtor do texto a adoção de eficientes estratégias argumentativas 
de forma simples e direta. Servem, portanto, para o estabelecimento de re-
lações lógicas entre palavras, orações, parágrafos e textos inteiros, consti-
tuindo-se como fator indispensável pela coesão e coerência textual.
Fonte: Oliveira (2010, on-line)1.
O PROCESSO DE ARTICULAÇÃO DE ORAÇÕES: A COORDENAÇÃO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
de orações, pois além de apresentar a coordenação e a subordinação, também 
acrescenta que há, quem considere as chamadas correlação e justaposição como 
possibilidade de mecanismos de articulação de orações. Segundo o autor, subor-
dinação e coordenação são dois processos de estruturação sintática, o que em 
termos gregos, são chamados, respectivamente, de hipotaxe e parataxe. No pri-
meiro, um elemento está anexo ao outro, dependente dele, e, no segundo, os 
elementos estão dispostos lado a lado – sem dependência. Se houver construções 
em que são utilizadas lado a lado orações independentes, principais e subordina-
das, tem-se um período misto – composto por coordenação e por subordinação 
simultaneamente. O gramático, conforme exposto, afirma também que
Alguns autores apresentam dois outros processos: correlação e justa-
posição, somando quatro processos de estruturação sintática. Assim, 
orações correlatas: (a) aditivas (não só... mas também); (b) compa-
rativas (tal... tal/mais/menos... (do) que); (c) consecutivas (tanto/tão/
tal... que); - orações justapostas: (a) intercalada (... – disse ele -); (b) 
apositivas; (c) objetiva direta; (d) adverbial. [...] Segundo a NGB, as 
orações se classificam como: absoluta, principal, coordenada e subor-
dinada (LUFT, 1981, p. 46-47).
Cunha e Cintra (2001), ao apresentarem o período composto, também expõem 
exemplos, definições e formas desenvolvidas e reduzidas das orações, conside-
rando, também, a questão semântica: 
As orações autônomas, independentes, isto é, cada uma tem sentido 
próprio não funcionam como termos de outra oração, nem a eles se re-
ferem: apenas, uma pode enriquecer com o seu sentido a totalidade da 
outra. A tais orações autônomas dá-se o nome de coordenadas, e o pe-
ríodo por elas formado diz-se composto por coordenação. As orações 
sem autonomia gramatical, isto é, as orações que funcionam como ter-
mos essenciais, integrantes ou acessórios de outra oração chamam-se 
subordinadas. O período constituído de orações subordinadas e uma 
oração principal denomina-se composto por subordinação (CUNHA; 
CINTRA, 2001, p. 593-594, GRIFO NOSSO).
Rocha Lima (1999, p. 230) afirma que a “comunicação de um pensamento em 
sua integridade, pela sucessão de orações gramaticalmente independentes”, cons-
titui um período composto por coordenação. E, ao expor definições acerca do 
período composto por subordinação, propõe dois parâmetros de classificação 
das orações: (I) quanto à função que desempenham na oração principal (função 
O Período Composto por Coordenação sob o Olhar Tradicional
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de substantivo, adjetivo e advérbio) e (II) quanto à forma e ao modo como se 
articulam com a oração principal (forma desenvolvida, reduzida ou justaposta) 
(ROCHA LIMA, 1999, p. 232).
A exemplo de Cunha e Cintra (2001), Bechara (2009) também faz menção ao 
critério semântico. Entretanto, ele traz uma informação importante, à qual Cunha 
e Cintra (2001), Luft (1981) e Rocha Lima (1999) não fazem menção. Ele disserta 
a respeito de parataxe (ou coordenação) e expõe que a coordenação é como “sin-
taticamente independentes entre si e que se podem combinar para formar grupos 
oracionais ou períodos compostos[...]” (BECHARA, 2009, p. 476). Isto é, o autor 
também associa a coordenação à independência assim como os outros, mas, com 
o uso do advérbio “sintaticamente”, entende-se que a independência é estritamente 
sintática. Com isso, no que tange à semântica, por exemplo, pode haver dependência.
Vejamos um exemplo de Bechara (2009): 
I. “Trabalhava de dia e estudava de noite.”
Neste caso, observamos que a primeira oração não desempenha nenhuma função 
sintática na última, iniciada por “e”, e vice-versa. Além disso, se invertêssemos 
a ordem das cláusulas no enunciado, a coerência da informação seria mantida: 
“Estudava de noite e trabalhava de dia”. 
Veja no exemplo a seguir:
II. “Ficou noivo em fevereiro e casou-se em junho.” 
Vemos que apesar de uma oração não funcionar como termo sintático da outra, 
bem como no exemplo anterior, nesse caso, a ordem das orações é fixa, não pode 
sofrer alterações, pois, deste modo, tornar-se-ia agramatical, como na paráfrase 
a seguir: “Casou-se em junho e ficou noivo em fevereiro”. A hipotaxe (ou subor-
dinação), por seu turno, é explicitada por Bechara (2009), de modo geral, como 
o fenômeno em que uma oração tem um de seus termos representados sob a 
forma de outra oração.
Segue um exemplo do autor: 
 ■ “Os comerciantes desconhecem que a mercadoria terá mais saída no pró-
ximo verão.”
O PROCESSO DE ARTICULAÇÃO DE ORAÇÕES: A COORDENAÇÃO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Vemos, em tal período, que a primeira oração possui o sujeito “Os comerciantes”, 
o verbo “desconhecem” e o objeto deste verbo é estruturado por meio de outra 
oração, iniciada pelo, denominado por Bechara (2009), transpositor “que”. Em 
outras palavras, a oração “que a mercadoria terá mais saída no próximo verão” 
funciona como objeto direto para o verbo “desconhecer”, presente na primeira 
oração do período. Portanto, diferentemente da parataxe (ou coordenação), 
neste processo de constituição de enunciados, para Bechara (2009), as orações 
não têm independência sintática. 
O autor também menciona a justaposição ou assindetismo, processo de cons-
tituição de enunciados no qual as orações podem encadear-se sem que venham 
entrelaçadas por unidades especiais; basta-lhes a sequência. Para o autor, essas 
cláusulas são, em geral, proferidas com contorno melódico descendente e com 
pausa demarcadora, assinalada, quase sempre, na escrita, por vírgulas, ponto e 
vírgula e, ainda, por dois pontos, como no trecho destacado a seguir: 
 ■ “O moço que dizia Símiles costumava zombar de mim com barulho. 
Qualquer dito nem o excitava: mordia os beiços, avermelhava-se como 
um peru, lacrimejava, enfim não se continha, caía num riso convulso, 
rolava sobre o balcão, meio sufocado.”
(Fonte: Graciliano Ramos. Infância. Rio de Janeiro: Record, 2008)
Ademais, Bechara (2009) apresenta também outras particularidades referentes 
às orações, às quais não reproduziremos, pois se trata de um assunto que trans-
cende os objetivos deste trabalho.
Concluímos que os autores mencionados ora associam a coordenação à inde-
pendência sintática e semântica, ora a associam apenas à independência sintática,ao passo que as subordinadas são sintaticamente dependentes da oração prin-
cipal à qual estão ligadas. Vejamos alguns exemplos de orações coordenadas e 
orações subordinadas encontrados nas gramáticas pesquisadas:
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Quadro 2 - Exemplos de orações coordenadas e subordinadas em GTs
GTS ORAÇÕES COORDENADAS ORAÇÕES SUBORDINADAS
Luft (1981, p. 48-49) Leia, escreva e reflita. Diz a ciência que a Terra é 
um planeta que gira em 
torno do Sol.
Cunha e Cintra 
(2001, p. 593-594)
 “As horas passam, os ho-
mens caem, a poesia fica” (E. 
Moura, IP, 169). 
“O meu André não lhe 
disse que temos aí um 
holandês que trouxe ma-
terial novo...?”(V. Nemésio, 
MTC, 363). 
Rocha Lima (1999, p. 
231-233)
“- Deus fez a luz; depois criou 
a natureza; e finalmente 
formou o homem” (João 
Ribeiro).
É certo que o trem já 
partiu.
Bechara (2009, p. 
462; 476)
Mário lê muitos livros e au-
menta sua cultura.
O caçador percebeu que a 
noite chegou.
Fonte: as autoras.
Segundo Cunha e Cintra (2001, p. 33), o exemplo de período com orações 
coordenadas, exposto na Figura 1, apresenta três orações de “mesma natureza”, 
enquanto que o período com orações subordinadas apresenta estrutura diferente. 
Para os autores, a primeira oração do período composto por subordinação: “O 
meu André não lhe disse”, diz respeito à declaração principal do período, nas 
palavras dos autores, “rege-se por si” (CUNHA; CINTRA, 2001, p. 33). Além 
disso, não desempenha nenhuma função sintática em outra oração do período, 
sendo, por tal razão, classificada como ORAÇÃO PRINCIPAL. A segunda ora-
ção: “que temos aí um holandês”, apresenta-se como dependente da primeira; ela 
funciona como objeto direto da primeira; é, portanto, TERMO INTEGRANTE 
dela. No que tange à terceira oração: “que trouxe material novo...?”, vemos que 
também trata-se de um caso de oração dependente; ela depende da segunda; 
é ADJUNTO ADNOMINAL da segunda; funciona, por conseguinte, como 
TERMO ACESSÓRIO dela.
Para Rocha Lima (1999), o período “Deus fez a luz; depois criou a natureza; 
e finalmente formou o homem” tem fatos de ordem histórica e a narração deve 
também seguir em lugares sucessivos os momentos sucessivos do tempo, ou 
seja, ainda que sejam orações de mesmo valor sintático não admitem inversão 
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Reprodução proibida. A
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de ordem1. Além disso, percebemos, nesse exemplo, um processo de grada-
ção com ponto e vírgula, sendo que o “e” indica o último elemento mais alto 
em uma escala argumentativa e vem acompanhado por advérbio. Tratando-se 
do exemplo de Rocha Lima (1999) com orações subordinadas – “É certo que o 
trem partiu”, vemos que há duas orações. A primeira delas “É certo”, nos mol-
des tradicionais, é classificada como oração principal, que traz presa a si, como 
dependente, a segunda “que o trem partiu”. Esta última seria dependente por ter 
seu papel como termo essencial da oração principal, ou seja, a segunda oração 
está funcionando como sujeito da principal.
Com relação aos exemplos de Bechara (2009), segundo o autor, no período 
referente à subordinação, a unidade sintática “que a noite chegou” é uma ora-
ção subordinada que funciona como complemento ou objeto direto na relação 
predicativa da oração “O caçador percebeu”, chamada de oração principal, que 
dispõe do núcleo verbal “percebeu”.
Já no período referente à coordenação, para Bechara (2009), é fácil observar 
que as orações do primeiro exemplo são sintaticamente independentes porque, ao 
se analisar a primeira “Mário lê muitos livros”, verifica-se que esta possui todos 
os termos sintáticos previstos na relação predicativa: sujeito (Mário); predicado 
(lê muitos livros); objeto direto (muitos livros). O gramático acrescenta ainda 
que, entretanto, é também fácil verificar-se que a segunda oração “e aumenta sua 
cultura” manifesta o resultado, uma consequência do fato de “Mário ler muito”. 
Ele afirma que:
Esta interpretação, aliás correta, não interfere na relação sintática que 
as suas orações mantêm entre si no grupo oracional. Esta interpretação 
adicional não resulta da relação sintática existente nas duas orações, 
mas sim da nossa experiência de mundo, porque sabemos que a leitu-
ra é uma das nossas fontes de cultura. E muito menos a manifestação 
nasce do emprego da conjunção “e” que, por ser mero conector das 
orações, tem por missão semântica apenas adicionar um conteúdo de 
pensamento a outro. Por isso, é denominada conjunção (=conector) 
aditiva (BECHARA, 2009, p. 476).
1 Bechara (2009) também ressalta esta questão relativa à ordem das sentenças em enunciado que, muitas 
vezes, deve ser mantida, mesmo tratando-se de um período formado por coordenação.
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Luft (1981) usa triângulos para simbolizar a estrutura de cada oração. Os símbolos 
utilizados nos exemplos constantes nas figuras a seguir são estes: PCC (período com-
posto por coordenação); PCS (período composto por subordinação); OC (oração 
coordenada); C (coordenador – “conjunção coordenativa”); OP (oração principal); 
e OS (oração subordinada). Vejamos as seguintes representações gráficas:
Figura 1 - Representação gráfica – orações coordenadas
Fonte: Luft (1981, p. 48).
Figura 2 - Representação gráfica – orações subordinadas
Fonte: Luft (1981, p. 49).
Antes de prosseguir para o próximo tópico da unidade, é importante relembrar 
você, aluno(a), que a visão dos gramáticos aqui apresentada não encerra toda 
a teoria sobre a articulação de orações. Isto é, existem outras postulações sobre 
este conteúdo, como, por exemplo, a visão funcionalista da linguagem.
A seguir, confira a seção que preparamos para você sobre as tradicional-
mente chamadas orações coordenadas assindéticas.
(2) Orações coordenadas independentes:
CC
OC1 OC2(C) OC3
P
(C)
Leia escreva re�itae,
(3) Período composto por subordinação: oração principal e
subordinada:
PCS
OP
Diz a ciência 
que a Terra é um planeta OS1
que gira em torno do Sol OS2
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ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS
Agora, discorremos um pouco acerca de como as orações do período composto 
são abordadas pela GT. Vamos apresentar o modo como, em geral, elas são apre-
sentadas aos alunos de ensino fundamental e médio. 
Como já foi mencionado, as orações consideradas coordenadas são tidas como 
independentes sintaticamente por, diferentemente das subordinadas - que serão 
apresentadas nas unidades seguintes -, não desempenharem nenhuma função sin-
tática em qualquer outra oração presente no período. Nesta seção, estudaremos 
com maior atenção as coordenadas assindéticas, que não apresentam síndeto, 
ou seja, relacionam-se umas com as outras sem o intermédio de conectivos.
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Vejamos alguns exemplos de orações coordenadas assindéticas:
“A treva chega de repente, entra pelas janelas, vence a luz da lâmpada.” 
(Graciliano Ramos)
“Os moços apaixonam-se pelo bonito e lindo, os homens experientes e 
maduros pelo belo.”
(Marquês de Maricá)
“Desculpe o transtorno, estamos mudando o país.”
(Frase presente em cartazes utilizados em protestos ocorridos por todo o país)
 Observemos, com atenção, o primeiro caso: é um período composto por três 
orações, com os verbos, “chegar”, “entrar” e “vencer”,respectivamente. Primeira 
oração: a treva chega de repente; segunda oração: entra pelas janelas; terceira 
oração: vence a luz da lâmpada. Uma oração não exerce a função de sujeito, 
objeto direto, predicativo, entre outros, em qualquer outra oração do período, 
sendo, com isto, tidas como coordenadas. É possível verificar, também que tais 
orações se relacionam perfeitamente sem a presença de conectivos ligando-as; 
sendo, portanto, assindéticas.
O segundo exemplo refere-se a um período composto por apenas duas ora-
ções; primeira: “Os moços apaixonam-se pelo bonito e lindo”; e a segunda, que 
apresenta o verbo oculto: “os homens experientes e maduros (apaixonam-se) pelo 
belo”. Ambas, também, consideradas coordenadas assindéticas por não serem 
dependentes sintaticamente uma da outra e por não serem iniciadas por conectivos.
Por último, temos um exemplo de período composto também formado por 
duas orações, com os verbos: “desculpar” e “estar”, respectivamente. Tal período 
refere-se a uma das frases utilizadas em cartazes durante as manifestações que 
ocorreram por todo o país nos anos anteriores. As orações que compõem tal perí-
odo – primeira: Desculpe o transtorno; e segunda: estamos mudando o país – no 
que tange à sintaxe, também são independentes uma da outra. Separadas por 
vírgula, não apresentam conjunções e/ou pronomes relativos fazendo a junção 
entre elas. Neste exemplo, a impressão que temos é a de que a última “estamos 
mudando o país”, aparentemente explica, justifica a anterior, isto é, explica o 
motivo do “transtorno”, citado na primeira oração. Não há, porém, nenhum 
conectivo para tecer essa suposta explicação. 
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Como você pôde observar de maneira simples, as orações coordenadas assin-
déticas são desprovidas de conectivos, sendo simplesmente justapostas, isto é, 
colocadas uma ao lado da outra sem qualquer conectivo que as enlace. Na maio-
ria das vezes, são separadas por sinais de pontuação, tais como a vírgula e o ponto 
final, como o exemplo a seguir que encerra este tópico:
Será uma vida nova, começará hoje, não haverá nada do passado.
Vejamos agora, de modo mais abrangente, as orações coordenadas sindéticas. 
Vamos lá!
ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS
Conforme mencionamos, tradicionalmente, há cinco tipos de orações coordena-
das: aditivas, alternativas, adversativas, conclusivas e explicativas e, para cada 
uma delas, um grupo de conjunções coordenativas. Quando essas 
conjunções estão presentes nas sentenças coordenadas, 
dizemos que se tratam de orações coor-
denadas sindéticas. 
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Quando as conjunções não se fazem presentes, as orações são denominadas de 
coordenadas assindéticas (ou justapostas), conforme mencionamos há pouco. Às 
vezes, a relação estabelecida entre as orações justapostas é realizada por inferência:
I. O trem chegou; podemos pegá-lo.
II. A chuva parou. O asfalto secou;
Em (I), entendemos que se trata de relação de conclusão: “O trem chegou”; (por-
tanto) “podemos pegá-lo”, contudo, uma relação de explicação não pode ser 
inferida: “O trem chegou”; (porque) “podemos pegá-lo”, nem de adversidade 
(ideia de contraste): “O trem chegou”; (mas) “podemos pegá-lo”. 
O mesmo se pode afirmar de “A chuva parou”; “O asfalto secou”, podemos 
inferir uma relação de conclusão: A chuva parou, portanto o asfalto secou; mas 
não podemos inferir uma relação de explicação ou de contraste: A chuva parou, 
porque o asfalto secou ou A chuva parou, mas o asfalto secou. Note que há uma 
agramaticalidade dessas construções. 
Quando são sindéticas, ou seja, quando apresentam marca formal explí-
cita, geralmente uma conjunção, é prática muito comum à memorização delas 
conforme o grupo a qual pertencem, mas essa prática nem sempre corresponde 
às relações de sentido estabelecidas por esses elementos em determinados con-
textos. Além disso, não se pode pensar que basta substituir uma conjunção por 
outra do mesmo grupo para termos uma construção sintaticamente aceitável. 
Desse modo, apresentaremos cada um desses cinco tipos de conjunções 
coordenativas:
A expressão “polissíndeto” (do grego polyz’ndeton “que contém muitas con-
junções”), um dos processos expressivos das figuras da sintaxe, advém des-
sa mesma ideia das orações coordenadas sindéticas, ou seja, é o emprego 
reiterado de uma conjunção em um maior número de vezes do que o exige 
a ordem gramatical:
E corria e chorava e gritava e corria e chorava…
Veja que, no exemplo anterior, tem-se a repetição da conjunção coordenati-
va aditiva “e” para sugerir movimentos ininterruptos. 
Fonte: as autoras.
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 ■ Aditivas: pelo nome já podemos supor que sua função é adicionar, ou 
seja, acrescentar fatos ao período anteriormente expresso. Os síndetos, ou 
conjunções que introduzem orações aditivas, são, em geral: “e” e “nem”, 
além da estrutura correlativa “não só/mas também”. Exemplos:
Ele não trabalha nem estuda.
“Me chama de copa e investe em mim”. 
(Frase presente em cartazes utilizados em protestos ocorridos por todo 
o país)
“FIA questiona não só Mercedes, mas também Ferrari, por teste com Pirelli”. 
(Frase título de notícia do globo esporte)
Tratando-se do primeiro exemplo, podemos verificar que a oração: “nem estuda”, 
introduzida pela conjunção “nem”, adiciona acrescenta uma informação à pri-
meira oração: “Ele não trabalha”, ou seja, há, assim, duas ações que o sujeito não 
executa: não trabalha e não estuda.
No segundo exemplo, vemos que a oração que se inicia em “e investe em 
mim” adiciona uma informação ao trecho “Me chama de copa”.
E, no terceiro exemplo, a estrutura correlativa “não só/mas também” informa 
que são duas e não apenas uma empresa que será questionada, são elas: Mercedes 
e Ferrari. Com isto, fica clara, também, a ideia de adição. 
 ■ Alternativas: a função de tais orações também tem bastante a ver com 
o nome que as representa, uma vez que “alternativa” lembra alternância 
de ações, opções; e alternar, oferecer opções, de fato, são funções desse 
tipo de coordenadas. Além disso, elas também podem indicar ausência 
de alternativas. São conjunções comuns desse tipo de oração: “ou” e os 
pares “ora/ora”; “quer/quer”; “seja/seja”. Exemplos:
Ora estamos nas ruas, ora estamos nas redes sociais.
“Ou para a roubalheira ou paramos o Brasil.” 
(Frase presente em cartazes utilizados em protestos ocorridos por todo 
o país)
Vamos continuar com as manifestações, quer vocês queiram, quer não 
queiram.
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No primeiro exemplo, vemos que há uma alternância de ações, destacada por 
meio da presença do par de conjunções “ora/ora”.
Já no segundo exemplo, o falante parece, ainda que em certo tom de ame-
aça, dar uma opção ao ouvinte – a opção de parar com a roubalheira.
 No último exemplo, o falante parece deixar o ouvinte sem alternativas e/ou 
escolha – as manifestações continuarão e ponto final!
 ■ Adversativas: essas orações indicam fatos ou conceitos que se opõem ao 
que se declara na oração anterior. Daí o nome adversativa, que lembra 
adversário, opositor; tais orações indicam oposição, ideias contrárias. As 
conjunções clássicas dessas orações são: “mas”, “porém”, “contudo”, “entre-
tanto”, “todavia”, “no entanto”, além da conjunção “e” que também tem 
sido usada com ideia de oposição. Veja os exemplos:
“Não estamos em ordem, mas estamos em progresso.”
(Frase presente em cartazes utilizados em protestos ocorridospor todo 
o país)
Aquele vereador é corrupto e não foi cassado.
Vemos que tanto no primeiro exemplo quanto no segundo, as orações iniciadas 
por “mas” e “e”, respectivamente, indicam algo oposto ao esperado: se não se está 
em ordem, o esperado é “também não estar em progresso”; se o vereador é cor-
rupto, espera-se que ele seja cassado, e a oração com “e” indica o oposto a isso.
O “e” pode indicar, também, consequência: “Faça o que lhe digo e será bem 
sucedido”. Assim, é relevante que entendamos o funcionamento da Língua, 
já que ela pode mudar de sentido conforme o contexto. 
O PROCESSO DE ARTICULAÇÃO DE ORAÇÕES: A COORDENAÇÃO
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 ■ Explicativa: explica, justifica; apresenta a justificativa de uma ordem, 
pedido, sugestão ou suposição. Indica o que levou alguém a fazer uma 
declaração anterior. As conjunções mais comuns nessas orações são: “por-
que”, “que”, “pois” (usado antes do verbo da oração). Exemplos:
Era chamado de vadio, pois trabalhava pouco. 
Leve blusa, que vai esfriar. 
Conseguiu notar o tom de justificativa presente nas orações iniciadas pela con-
junção “pois” e “que”, respectivamente? Na primeira, justifica-se pelo fato de 
alguém ser chamado de vadio; na segunda, percebe-se a justificativa para o con-
selho de se levar a blusa, constante na oração anterior. 
 ■ Conclusiva: as orações coordenadas conclusivas exprimem uma con-
clusão, como o próprio nome já diz. Indicam conclusões lógicas obtidas 
a partir do que está expresso na oração anterior. As conjunções mais 
comuns nessas orações são: “portanto”, “por isso”, “logo” e “pois” (usado 
após o verbo da oração).
Ele trabalha muito; devia, portanto, lucrar mais. 
Vemos que a oração iniciada pela conjunção “portanto” apresenta uma conclu-
são lógica para o fato exposto na oração anterior, ou seja, é lógico pensarmos 
que alguém que trabalha muito, na teoria, deve ganhar mais que alguém que 
trabalha menos. 
Considerações Finais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, dedicamo-nos ao estudo do período composto, ou seja, aquele 
formado por mais de um verbo, mais de uma oração. Conferimos o modo 
como as orações que formam tal período são apresentadas, de modo geral, pelas 
Gramáticas Tradicionais e trouxemos exemplos da aplicação das orações coor-
denadas assindéticas e sindéticas.
Ao aprofundarmos o estudo dessas orações - uma vez que, sem dúvidas, seja 
durante seu percurso acadêmico ou em seu futuro profissional, você se depa-
rará com tais orações também em sala de aula -, verificamos que o processo de 
coordenação refere-se à independência sintática das orações em um determi-
nado período e que elas são tidas como assindéticas quando não dispõem de 
conjunções, isto é, quando não apresentam o síndeto; e as orações sindéticas pos-
suem essa denominação, porque são encabeçadas quando apresentam o síndeto. 
Vimos exemplos de cada uma delas e conferimos as conjunções que, normal-
mente, introduzem cada tipo de oração coordenada sindética.
Sabemos que os conceitos gramaticais pertinentes à tradição são muito 
importantes, sobretudo, para aqueles que, como você, dedicar-se-ão aos estu-
dos linguísticos e serão professores de Língua Portuguesa. No entanto, como já 
dito em outro momento desta unidade, não há apenas o estudo tradicional, mas 
outras teorias, outros pesquisadores, tais como os de cunho mais funcionalista, 
por exemplo, que analisam as orações coordenadas por meio de outros critérios, 
como análises dos elementos linguísticos em contexto de uso real.
Esperamos ter auxiliado para a ampliação de seu conhecimento sobre o 
período composto, especificamente sobre as orações sindéticas e assindéticas 
tratadas aqui, não só na sua condição de graduando, mas também em sua futura 
demanda pedagógica. Seguiremos agora para a segunda Unidade. Prossiga estu-
dando e pesquisando... sempre!
32 
1. Identifique as orações coordenadas assindéticas e sindéticas presentes nos pe-
ríodos abaixo:
a) No vestibular, fui bem em Física, no entanto, não acertei nada em Química.
b) Hoje revimos o conteúdo para a prova e respondemos aos exercícios.
c) Mauro não estudou nada para a prova e foi aprovado.
d) As circunstâncias fazem ou descobrem os grandes homens.
e) Estude, pois a prova está difícil. 
2. Analise os períodos que seguem:
I. Simone passou no concurso do Estado e ficou em 1º, lugar na classificação 
geral. 
II. Simone não só passou no concurso do Estado, como também ficou em 1º, 
lugar na classificação geral.
Levando em conta o uso das conjunções aditivas “e” e “não só...como também”, 
explique a diferença discursiva entre esses períodos. 
3. Leia os períodos a seguir e diga quais são períodos compostos. Justifique sua 
resposta.
a. Ora vinha ele pela esquerda, ora surgia à direita do observador.
b. É agradável a vida nos campos.
c. Os pais e os filhos representam o futuro da pátria.
d. Saiu tarde, porque chovia.
e. Não só ficou em casa, mas também dormiu a valer. 
4. Conforme vimos nesta unidade, cada tipo de oração coordenada sindética é 
marcada por um conjunto de conjunções. No entanto, dependendo da oração 
em que são empregadas, podem mudar sua classificação. Imaginemos a seguin-
te situação: o hospital em que uma vítima em estado gravíssimo foi operada é de 
ótima qualidade. Qual conjunção substituiria o “mas” no texto a seguir divul-
gado pelos jornais? Além disso, explique a crítica abordada pelos jornais.
“Foi operado no hospital público, mas saiu com vida”. 
33 
5. Assinale o período cujas orações são todas coordenadas assindéticas:
a) Teria o avião caído na selva ou estaria pousado em local desconhecido?
b) Leve-lhe uma lembrança, que amanhã é o aniversário dela.
c) Não dançou; entrou, conversou, riu um pouco; saiu.
d) A doença vem a cavalo e volta a pé.
e) Ele vive mentindo, logo não merece confiança.
34 
VOCÊ SABIA QUE AS ORAÇÕES COM A PRESENÇA DE “NÃO SÓ/MAS 
TAMBÉM” SÃO CONSIDERADAS MAIS ENFÁTICAS SE COMPARADAS COM 
ORAÇÕES EM QUE O “E” É UTILIZADO?
Muitos pesquisadores acreditam que tais 
construções que dispõem do par corre-
lativo aditivo “não só... mas também” e 
similares possuem uma função persuasi-
vo-argumentativa. 
Módulo (1999) define a correlação como 
um tipo de conexão sintática de uso rela-
tivamente frequente, particularmente 
útil para emprestar vigor a um raciocínio, 
aparecendo principalmente nos textos apo-
logéticos e enfáticos, que se destacam mais 
por expressarem opiniões, defenderem 
posições, angariarem apoio, do que por 
informarem com objetividade os aconte-
cimentos (MÓDULO, 1999, s.p).
A nosso ver, essa afirmação parece encai-
xar-se, em especial, nas construções 
consideradas correlativas aditivas que 
apresentam o par “não só... mas também” 
e similares, uma vez que tais construções 
apresentam alto teor enfático.
Assim, pode-se afirmar que, quando um 
locutor utiliza o par correlativo “não (só)... 
mas também”, ele está intentando acres-
centar, como é próprio desse operador, um 
outro elemento que vai na contra-expecta-
tiva da ideia de exclusividade, antes aceita 
pelo interlocutor (ROSÁRIO; RODRIGUES, 
2010, p. 42).
Para Pauliukonis (2001), essa construção 
relaciona-se ao que hoje se entende por 
análise polifônica de dois atos de fala ins-
tituídos no mesmo enunciado, já que se 
tem, ao mesmo tempo, um ato de restri-
ção e outro de inclusão, correlacionados 
pelos operadores “não só...mas também”.
Além disso, Pauliukonis (2001) defende 
ainda que elementos linguísticos não 
transmitem apenas informações sobre a 
realidade, mas funcionam, sobretudo, como 
instrumentos de pressão persuasiva sobre 
o receptor interpretante e que, portanto, 
na análise da linguagem como veículo 
interativo, as intenções argumentativas 
sobrepõem-se às funções expositivo-in-
formativas.
Vejamosum outro exemplo de Rosário e 
Rodrigues (2010, p. 43), apresentado por 
nós de duas maneiras:
a) A entidade representativa do país denun-
cia não só reajustes acima dos limites 
permitidos como o uso de editais que indu-
zem as pessoas a acreditar num reajuste 
menor do que o efetivamente praticado.
a1) A entidade representativa do país 
denuncia reajustes acima dos limites per-
mitidos e o uso de editais que induzem as 
pessoas a acreditar num reajuste menor do 
que o efetivamente praticado. 
Percebemos que em a) o uso de “não só... 
como” é muito mais sobressalente e enfá-
tico do que em a1), em que foi utilizado o 
conectivo “e”.
Segundo os autores da GT, tal ênfase 
35 
pode ser explicada da seguinte maneira: 
a enunciação do primeiro elemento cor-
relato do exemplo a) (reajustes acima dos 
limites permitidos) provavelmente é uma 
informação já conhecida ou mesmo já pres-
suposta pelos ouvintes e pelo enunciador, 
o qual pode ter a intenção de surpreen-
der quem o está ouvindo com o elemento 
novo (o uso de editais que induzem as pes-
soas a acreditar num reajuste menor do que 
o efetivamente praticado). Com isso, tal 
construção, pelo viés semântico-pragmá-
tico-enunciativo, seria bem menos neutra 
se comparada à outra em que o conectivo 
prototípico de adição fora utilizado. “Enfim, 
pode-se dizer que as vicissitudes do dis-
curso é que determinam em grande parte 
o uso de uma construção ou outra” (ROSÁ-
RIO; RODRIGUES, 2010, p. 44).
Os autores acreditam também que deter-
minados gêneros textuais de teor mais 
argumentativo, como editoriais, por 
exemplo, parecem propiciar o uso dessas 
construções correlatas.
Por fim, tem-se que o falante, consciente ou 
inconscientemente, ao optar por determi-
nados elementos linguísticos, pode estar, 
na verdade, querendo enfatizar sua infor-
mação; persuadir, convencer de algum 
modo o ouvinte/receptor. 
Fonte: as autoras. 
MATERIAL COMPLEMENTAR
Subordinação e Coordenação: confrontos e 
contrastes
Flávia de Barros Carone
Editora: Ática
Sinopse: a autora Flávia de Barros Carone discute, neste livro, 
alguns pontos considerados “obscuros” nos processos sintáticos 
de coordenação e subordinação. Acreditamos que o objetivo da 
autora seja abrir novas possibilidades de análise para tais processos de articulação de orações da 
Língua Portuguesa. 
Morfossintaxe
Flávia de Barros Carone
Editora: Ática
Sinopse: outra obra de Flávia de Barros Carone, tal livro 
também se volta à inovação nos estudos gramaticais, neste 
caso, envolvendo não só a sintaxe, mas também a morfologia 
do Português. Para tanto, a autora faz uso de modelos teóricos 
estruturalistas. Vale a pena ler!
Indico a você a leitura de dois artigos. No primeiro (I), você terá acesso a maiores 
informações acerca dos processos sintáticos de articulação de orações em geral. No 
segundo (II), as autoras Jaqueline de Souza e Maria Jaceni Soares pretendem discutir a 
característica de “independência” atribuída às orações coordenadas. Não deixe de lê-
los, para enriquecer seu conhecimento acerca das orações coordenadas.
I. Disponível em: <http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2009/12/cap01.pdf>.
II. Disponível em: <http://www.artigos.etc.br/oracoes-coordenadas.html>.
REFERÊNCIAS
BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fron-
teira, 2009.
CUNHA, C. F.; CINTRA, L. F. L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 3. 
ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
LUFT, C. P. Moderna Gramática Brasileira. 4. ed. Rio de Janeiro: Globo, 1981.
MÓDULO, M. Correlação: Estruturalismo Versus Funcionalismo. (Pré) publications: 
forskning og undervisning. nº. 168, februar. Romansk Institut: Aarhus Universitet, 
Danmark, 1999. 
PAULIUKONIS, M. A. L. A estrutura correlativa como operador discursivo na articu-
lação de cláusulas. SCRIPTA, Belo Horizonte, v. 5, n. 9, p. 119-125, 2001. Disponível 
em: <http://www.ich.pucminas.br/cespuc/Revistas_Scripta/Scripta09/Conteudo/
N09_Parte01_art10.pdf>. Acesso em: 08 jun. 2017.
ROCHA LIMA, C. H. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 37. ed. Rio de 
Janeiro: José Olympio, 1999. 
ROSÁRIO, I. C.; RODRIGUES, V. V. Correlação na perspectiva funcionalista. In: RODRI-
GUES, V. V. (org.). Articulação de Orações: Pesquisa e Ensino. Rio de Janeiro: UFRJ, 
2010.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1Em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=18993>. 
Acesso em: 08 jun. 2017.
37
GABARITO
1. 
a) No vestibular, fui bem em Física,: coordenada assindética; no entanto não 
acertei nada em Química.: coordenada sindética adversativa.
b) Hoje revimos o conteúdo para a prova: coordenada assindética; e responde-
mos aos exercícios.: coordenada sindética aditiva.
c) Mauro não estudou nada para a prova: coordenada assindética; e foi apro-
vado.: coordenada sindética adversativa.
d) As circunstâncias fazem (grandes homens): coordenada assindética; ou des-
cobrem os grandes homens.: coordenada sindética alternativa.
e) Estude: coordenada assindética; pois a prova estará difícil.: coordenada 
sindética explicativa.
2. Segundo o conteúdo visto na unidade, as orações que apresentam a estrutu-
ra aditiva “não só/mas também” e similares são consideradas mais enfáticas se 
comparadas com aquelas nas quais se usa a conjunção “e”. Acredita-se que o par 
“não só/mas também” e similares tem função persuasivo-argumentativa, garan-
tindo, assim, maior destaque; neste caso especificamente, aos feitos realizados 
por Simone, sobretudo, à ação de ter ficado em 1º lugar no concurso.
3. Constituem períodos compostos as letras “a”, “d”, “e” apenas, pois são constituídos 
de duas orações, apresentando conjunções em cada uma delas, sendo, por isso, 
períodos compostos por coordenação. 
4. O “mas” pode ser substituído por “logo”: “Foi operado no hospital público, logo 
saiu com vida”, já que se tratava de hospital público, mas de ótima qualidade. A 
crítica dos jornais com o uso da conjunção “mas” é de que o hospital é ruim e o 
paciente correu risco. 
5. c).
U
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E II
Professora Me. Fátima Christina Calicchio
Professora Me. Raquel de Freitas Arcine
Professora Me. Valéria Adriana Maceis
O PROCESSO DE 
ARTICULAÇÃO DE ORAÇÕES: 
A SUBORDINAÇÃO, PARTE I
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar a visão tradicional a respeito do período composto por 
subordinação.
 ■ Exemplificar a diferença entre as orações principais e as orações 
subordinadas.
 ■ Determinar e exemplificar as Orações Subordinadas Substantivas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ O período composto por subordinação sob o olhar tradicional
 ■ As orações principais e subordinadas
 ■ As Orações Subordinadas Substantivas
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), na Unidade I, iniciamos o estudo do período composto. 
Assim, primeiramente, tratamos das orações consideradas independentes sinta-
ticamente, ou seja, tratamos das orações coordenadas: sindéticas e assindéticas.
Nesta Unidade II, continuaremos estudando o período formado por mais de 
uma oração, mas voltaremos a nossa atenção para as orações consideradas depen-
dentes sintaticamente, mais especificamente sobre as sentenças subordinadas.
De agora em diante, nesta unidade e nas unidades subsequentes, veremos 
que as orações subordinadas dividem-se em três grupos: subordinadas subs-
tantivas, subordinadas adjetivas e subordinadas adverbiais - estas cumprem a 
função de expressarem as circunstâncias em que se dá o fato expresso pela ora-
ção nuclear, isto é, pela oração principal.
As adjetivas desempenham a função de adjetivo, uma vez que cumprem o 
papel de retomar um nome ou pronome mencionado anteriormente em uma 
oração, por assim dizermos. Por esse domínio, estudaremos as orações subor-
dinadas adjetivas e as explicativas. Você, aluno(a), observará que essas orações 
são, sempre, encabeçadas pelos pronomes relativos como: que, quem, onde, o 
qual (a qual, os quais, as quais), cujo, (cuja, cujos, cujas).
Importante alertá-lo(a) que, sobre as orações adjetivase as adverbiais, ocu-
par-nos-emos nas próximas unidades. Dessa forma, nesta Unidade II, o foco do 
nosso estudo recai nas orações subordinadas substantivas, com as quais conhe-
ceremos melhor as orações que exercem funções próprias de substantivos e que, 
por essa razão, são denominadas de orações subordinadas substantivas, tais como: 
oração subordinada substantiva com função de sujeito, de objeto direto, de objeto 
indireto, de predicativo, de complemento nominal e de aposto.
Concentre-se agora nas orações substantivas. Boa leitura!
Introdução
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O PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO SOB 
O OLHAR TRADICIONAL
Na Unidade I, discorremos, de maneira breve, juntamente às orações coordenadas, 
sobre o período composto por subordinação. A partir deste momento, prezado(a) 
aluno(a), você verá de modo mais explicativo a visão da Gramática Tradicional 
(GT) sobre esse processo de articulação sintática. No entanto, é preciso ficar 
claro que essa não é a única visão, mas a basilar para um primeiro estudo sobre o 
período composto e também necessária ao futuro profissional de Letras.
Como sabemos - e de acordo com os conceitos da GT -, as palavras são 
organizadas em enunciados. Dessa organização decorrem relações de igualdade 
sintática ou de dependência sintática. Uma dessas relações já foi estudada, pois 
a igualdade sintática refere-se às relações de coordenação. Já as de dependência 
sintática indicam as relações de subordinação.
Assim é que ocorrem os processos sintáticos de coordenação e subordina-
ção analisados dentro do período composto. Nesse período, podem ocorrer três 
tipos básicos de orações: a principal, a subordinada e a coordenada. Por isso, 
quando analisamos um período composto, é necessário que saibamos a função 
que cada uma dessas orações possui em um enunciado.
O Período Composto por Subordinação sob o Olhar Tradicional
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Desse modo, o período composto por subordinação apresenta dois tipos de 
oração: a oração principal e a oração subordinada:
I. Oração principal: rege-se por si e não exerce função sintática em rela-
ção à subordinada.
II. Oração subordinada: exerce função sintática em relação à principal, pois 
é a oração dependente dela.
As orações subordinadas podem ser desenvolvidas – com conjunção ou pro-
nome relativo; ou reduzidas – sem conectivo, com verbo no infinitivo, gerúndio 
ou particípio. As conjunções e os pronomes relativos funcionam como operado-
res de encaixe, isto é, encaixam a subordinada à principal. Vejamos:
Quadro 1 - Relação de subordinação estabelecida pelo pronome relativo “que”
O finlandês afirmou / que aproveitará o vácuo do carro de Ricardo Zonta.
Oração principal conjunção Oração Subordinada desenvolvida 
Fonte: adaptado de Honorório (2011, on-line)1.
A seguir, no Quadro 2, observe, aluno(a), um exemplo de oração subordinada 
reduzida de infinitivo.
Quadro 2 - Relação de subordinação reduzida de infinitivo
O finlandês afirmou / ter aproveitado o vácuo do carro de Ricardo Zonta.
Oração principal Verbo no infinitivo Oração Subordinada reduzida 
Fonte: adaptado de Honorório (2011, on-line)1.
Algumas gramáticas apontam, ainda, um terceiro tipo de oração: as orações jus-
tapostas. Essa oração liga-se a uma principal sem uso de conectivo, mas com o 
verbo na forma finita, como as desenvolvidas. Por exemplo, na frase “O finlandês 
disse: Aproveitei o vácuo do carro de Ricardo Zonta”, temos a oração principal 
(“O finlandês disse”) e a oração subordinada justaposta, chamada também de 
substantiva objetiva direta, que veremos nesta unidade.
O PROCESSO DE ARTICULAÇÃO DE ORAÇÕES: A SUBORDINAÇÃO, PARTE I
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E44
Fique atento(a), aluno(a)! Até aqui, classificamos as orações subordinadas 
quanto à forma, podendo ser desenvolvida, reduzida ou justaposta. É impor-
tante dizer que podemos, também, classificá-las quanto à função que podem 
desempenhar. Assim temos:
O papel de substantivo, e teremos as orações subordinadas substantivas:
Meu medo era a chuva (substantivo).
Meu medo era que chovesse (oração subordinada substantiva).
O papel de adjetivo, e teremos as orações subordinadas adjetivas:
A substância era um líquido incolor (adjetivo).
A substância era um líquido que não tinha cor (oração subordinada 
adjetiva).
O papel de advérbio, e teremos as orações subordinadas adverbiais:
Na morte (locução adverbial), confessou o crime.
Quando morreu (oração subordinada adverbial), confessou o crime.
Ainda nesta unidade, trataremos das Orações Subordinadas Substantivas e, como 
já havíamos alertado, as outras orações serão discutidas nas próximas unidades. 
Contudo, antes de nos aprofundarmos nas Subordinadas (orações subordinadas 
substantivas, adjetivas e adverbiais), vamos saber um pouco mais sobre os dois 
tipos de orações que compõem o período composto por subordinação.
Para evitar repetições e explicitar as ligações entre as ideias nas frases, pode-
mos subordinar orações, empregando conjunções e pronomes. Dessa for-
ma, é possível construir textos coesos, expressivos e econômicos.
(William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães)
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AS ORAÇÕES PRINCIPAIS E SUBORDINADAS
Você já deve ter observado que subordinada é a oração que mantém uma rela-
ção de dependência com uma outra, denominada oração principal. Entre as 
orações, há o chamado paralelismo sintático, ou seja, as orações que se apresen-
tam com a mesma estrutura sintática. Desse modo, a ausência de uma dessas 
orações promove uma quebra de paralelismo, ocasionando um texto sem coe-
são. Imaginemos um texto assim:
Quando os militares chegaram.
O texto parece incompleto, mas se tivéssemos uma oração na sequência (a oração 
principal, a que não apresenta conjunção), não haveria quebra do paralelismo. 
Para um melhor entendimento sobre essa relação, observe o quadro a seguir.
Quadro 3: Relação entre a oração subordinada e a principal estabelecida pela conjunção “quando”
Quando os militares chegaram, os bandidos já haviam partido.
Conjunção Oração Subordinada Oração Principal 
Fonte: as autoras.
O PROCESSO DE ARTICULAÇÃO DE ORAÇÕES: A SUBORDINAÇÃO, PARTE I
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As subordinadas também podem ser reduzidas, isto é, sem conjunção (lembre-se 
que a desenvolvida apresenta conjunção, como vimos pelo quadro 3). Compare:
Quadro 4 - Oração subordinada reduzida de infinitivo
Ao saírem, os estranhos deixaram um suspeito objeto lumi-noso.
Oração subordinada 
reduzida Oração principal 
Fonte: as autoras.
O Quadro 5 ilustra um exemplo de uma oração desenvolvida encabeçada pelo 
conectivo “quando”. Veja! 
Quadro 5 - Oração subordinada desenvolvida
Quando saíram, os estranhos deixaram um suspeito objeto lumi-noso.
Oração subordinada 
desenvolvida Oração principal 
Fonte: as autoras.
Observe, agora, o seguinte período:
Um velhinho afirmou que o objeto era uma nave redonda que emitia 
luzes coloridas.
Neste único período, temos três orações (não se esqueça que a oração é uma 
frase que possui verbo ou locução verbal). As orações citadas estão ligadas por 
operadores linguísticos que permitem a subordinação de ideias, havendo uma 
relação de dependência. Se usássemos um “diagrama-árvore”, poderíamos repre-
sentar o período citado daseguinte forma:
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Quadro 6 - Diagrama-árvore de um período composto por subordinação
PCS
OP
O velhinho afimou OS1
que o objeto era uma nave redonda
conjunção OS 2
que emitia luzes coloridas
pronome relativo
Fonte: as autoras.
A sigla “PCS” significa “Período Composto por Subordinação”; a sigla “OS1” 
indica a Oração Subordinada número 1, que nasce da Oração Principal (OP); 
já a sigla “OS2” significa Oração Subordinada número 2, que é criada a par-
tir da Oração número 1 (OS1). O primeiro operador “que” é uma conjunção 
(liga a OS1 a OP); como se sabe, a conjunção não substitui palavras, apenas as 
conecta; o segundo operador “que” é um pronome relativo, esse conceito – além 
de ligar orações (liga OS2 a OS1) – substitui a palavra ou expressão anterior-
mente expressa (no caso, “nave redonda”). 
As conjunções ligam não só orações coordenadas (conjunções coorde-
nativas), mas também orações subordinadas (conjunções subordinativas). As 
subordinadas conectadas por conjunção subordinativa podem ser substanti-
vas ou adverbiais. Os pronomes relativos introduzem Orações Subordinadas 
Adjetivas. Assim, podemos classificar as três orações:
 ■ O velhinho afirmou: Oração Principal;
 ■ que o objeto era uma nave redonda: Oração Subordinada Substantiva 
(que = conjunção integrante);
 ■ que emitia luzes coloridas: Oração Subordinada Adjetiva (que = pro-
nome relativo).
Enfim, como foi possível observar, a Oração Principal é a que não exerce, no 
período, nenhuma função sintática e vem acompanhada de oração dependente, 
O PROCESSO DE ARTICULAÇÃO DE ORAÇÕES: A SUBORDINAÇÃO, PARTE I
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IIU N I D A D E48
que lhe completa ou amplia o sentido. Já a Oração Subordinada é a que depende 
de outra, serve-lhe de termo e completa-lhe ou amplia-lhe o sentido.
Assim, conforme vimos, quando uma oração apresenta-se desenvolvida, 
vem, geralmente, ligada por um conectivo subordinativo, como podemos con-
firmar nestes exemplos:
Eu não esperava que ele concordasse.
Tínhamos certeza de que seríamos mal recebidos.
O tambor soa porque é oco.
A cobra é um animal que se arrasta. [= rastejante]
A oração subordinada exerce função sintática de um termo de outra oração, sendo, 
por isso, necessária a perfeita realização do enunciado. Nos exemplos dados, as 
orações em destaque são, respectivamente, objeto direto, complemento nomi-
nal, adjunto adverbial de causa e adjunto adnominal.
Contudo, atenção, prezado(a) aluno(a): uma oração subordinada pode depen-
der de outra subordinada e não da oração principal que inicia o período. Observe!
Quero que saibam quanto o sucesso me custou.
Nesta oração temos: [Quero] exerce a função de oração principal; [que saibam] 
desempenha a função de oração subordinada à principal; e [quanto o sucesso 
me custou] funciona como a oração subordinada à segunda oração.
Para finalizar esse tópico, gostaríamos de apresentar a você como a oração 
principal e a oração subordinada são definidas pelos mais renomados estudio-
sos da Gramática Tradicional.
De maneira semelhante ao que apresentamos na Unidade I, ao discorrermos 
sobre o Período Composto, Bechara (2004) inicia sua definição com as subor-
dinadas explicando que estas são orações que, independentemente do ponto de 
vista sintático, sozinhas têm um sentido completo, ou seja, constituem um texto. 
Apesar disso, o gramático afirma que nada é estático, pois, por meio do fenômeno 
de estruturação das camadas gramaticais, chamadas de “hipotaxe” ou “subordi-
nação”, a relação das orações subordinadas sofre alteração, em que a oração passa 
a uma camada inferior e funciona como componente sintático de outra unidade. 
Sobre a oração principal, não encontramos nenhuma definição dada pelo autor.
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Garcia (2003) explica que as orações se interligam por dois processos sintá-
ticos: a coordenação, em que a “justaposição” é sua variante, e a subordinação, 
tendo como variante a “correlação”. Esse gramático define a coordenação pelo 
paralelismo de funções ou de valores sintáticos, em que as orações devem pos-
suir a mesma estrutura sintático-gramatical. Já na subordinação, para o autor, 
não há paralelismo, mas desigualdade de funções e de valores sintáticos. Na 
subordinação, as orações são sempre dependentes de outra, tanto semântica 
quanto sintaticamente.
Cunha e Cintra (2001) nos apresentam a oração principal como aquela que 
não exerce nenhuma função sintática em outra oração do período. Enquanto a 
oração subordinada, para o autor, sempre irá exercer uma função sintática, que 
pode ser de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento 
nominal, agente da passiva, adjunto adnominal, adjunto adverbial ou aposto. 
Isso ocorre devido à oração subordinada ser um termo ou parte de um termo 
ligado à oração principal.
Para Savioli (1999), de modo sucinto, a oração principal é aquela na qual 
se encaixa uma subordinada. Já a oração subordinada, o autor esclarece que é a 
que se encaixa uma outra oração, desempenhando alguma função sintática em 
relação à principal.
Como foi possível observar, os gramáticos compartilham, de forma seme-
lhante, a definição de oração principal e oração subordinada. A partir de agora, 
caro(a) aluno(a), você já está bem capacitado(a) para estudarmos a classificação 
das orações subordinadas. Essas são classificadas de acordo com o valor ou fun-
ção que desempenham como: substantivas, adjetivas e adverbiais. Começaremos 
pelas Orações Subordinadas Substantivas. Vamos lá!
O PROCESSO DE ARTICULAÇÃO DE ORAÇÕES: A SUBORDINAÇÃO, PARTE I
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AS ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
Para iniciar nosso estudo, observe este exemplo:
“Lembre-se sempre de que grandes amores e grandes conquistas envol-
vem riscos.”
(Dalai Lama)
Você sabe identificar quantas orações há nesse período? Os verbos utilizados 
foram: “lembrar” e “envolver”, logo, concluímos que há duas orações – trata-se 
também de um período composto. A primeira delas: “Lembre-se sempre” é con-
siderada uma oração principal, e a segunda: “de que grandes amores e grandes 
conquistas envolvem riscos” uma oração subordinada substantiva.
É possível observar que a oração principal (doravante “OP”), neste caso, é 
dependente da segunda oração, ou seja, a segunda completa a primeira; atribui uma 
função sintática para ela. Que função sintática é essa? Como a oração subordinada 
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completa o verbo “lembrar-se” - presente na OP - e apresenta a preposição “de”, 
podemos afirmar que a tal oração exerce a função sintática de objeto indireto, 
sendo, por isso, denominada oração subordinada substantiva objetiva indireta.
Essas orações subordinadas substantivas são assim nomeadas por exerce-
rem, em relação à OP, funções sintáticas próprias de substantivos, isto é, funções 
que, em geral, têm como núcleo um substantivo. Veja!
 ■ É importante o seu apoio.
 ↑ (substantivo)
 ■ É importante que você me apoie.
 ↑ (oração subordinada substantiva)
São estas as funções que tais orações podem exercer: função de sujeito, função 
de objeto direto, função de objeto indireto, função de predicativo, função de 
complemento nominal e função de aposto.
Desta forma, como já fora exposto no levantamento do modo como as GTs, 
em geral, apresentamo período composto, podemos compreender que tais ora-
ções substantivas dividem-se em: substantiva subjetiva, substantiva objetiva 
direta, substantiva objetiva indireta, substantiva predicativa, substantiva 
completiva nominal e substantiva apositiva.
Bechara (2010), ao tratar de qualquer oração subordinada, atribui a ela a 
denominação de oração complexa e, quando disserta, especificamente, sobre as 
orações substantivas, assim as denomina: “orações complexas de transposição 
substantiva”. Ele acrescenta:
A oração subordinada transposta substantiva aparece inserida na ora-
ção complexa exercendo funções próprias do substantivo, ressaltando-
-se que ‘a conjunção’ que pode vir precedida de preposição, conforme 
exerça função que necessite desse índice funcional [...] (BECHARA, 
2010, p. 342).
Vamos, agora, conhecer um pouco mais sobre cada uma dessas orações substantivas.
Primeiramente, trataremos das orações com função de sujeito, isto é, as sub-
jetivas. Geralmente, são as orações que desempenham função de sujeito, pois 
podem completar ou se encaixar às OPs que apresentam estruturas sintáticas 
bem marcadas. Podem completar OPs, por exemplo, que apresentam verbos 
O PROCESSO DE ARTICULAÇÃO DE ORAÇÕES: A SUBORDINAÇÃO, PARTE I
Reprodução proibida. A
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unipessoais, tais como: acontecer, constar, convir, importar, parecer, urgir, suce-
der. Veja:
 ■ “Acontece que sou baiano.” (João Gilberto)
 ↑ (OP / subordinada substantiva subjetiva)
Neste exemplo, a OP - formada pelo verbo unipessoal “acontece” - não apresenta 
sujeito, necessitando, assim, de um complemento para ser compreendida. Tal 
complemento aparece em forma de oração: “que sou baiano” - observe, aluno(a), 
que essa oração está introduzida pela conjunção “que”, e que essa conjunção fun-
ciona como sujeito para a OP, sendo, portanto, tradicionalmente, classificada 
como subordinada substantiva subjetiva.
As substantivas subjetivas integram-se também às OPs que apresentam um verbo 
de ligação, seguido de um predicativo do sujeito. Exemplo:
 ■ É bom que o homem, vez por outra, reflita sobre sua vida.
 ↑ (OP) ↑ (subordinada substantiva subjetiva)
Neste caso, a oração “que o homem, vez por outra, reflita sobre sua vida” fun-
ciona como sujeito da OP: “É bom”, constituída pelo verbo de ligação “É” e pelo 
predicativo “bom”.
Este tipo de substantiva também pode completar OPs as quais têm o verbo 
na voz passiva ou analítica ou sintética. Veja:
 ■ Foi dito que nenhum crime ficará impune.
 ↑ (OP) ↑ (subordinada substantiva subjetiva)
 ■ “Em Brasília, comenta-se que Carlinhos pode levar muita gente ‘cacho-
eira abaixo’ com seu depoimento.” 
Verbos unipessoais são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas 
terceiras pessoas, do singular e do plural.
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As Orações Subordinadas Substantivas
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(OP: “Em Brasília, comenta-se”; subordinada substantiva subjetiva: “que Carlinhos 
pode levar muita gente ‘cachoeira abaixo’ com seu depoimento”).
Note que, em ambos os casos, não há sujeito nas OPs: “Foi dito” e “Em Brasília, 
comenta-se”. Com isso, as orações seguintes “que nenhum crime ficará impune” 
e “que Carlinhos pode levar muita gente ‘cachoeira abaixo’ com seu depoimento” 
completam as OPs e funcionam como sujeitos delas.
Observe que a primeira OP, formada pelo verbo ser + verbo transitivo 
direto no particípio: “Foi dito” está na voz passiva analítica - o sujeito oracional: 
“que nenhum crime ficará impune”, de certa forma, recebe a ação de ser dito. Já 
a segunda OP constitui-se com o verbo transitivo direto “comentar” na 3ª pes-
soa do singular e na voz passiva sintética: “[...], comenta-se”. 
Voltemo-nos agora a um outro tipo de substantivas, as objetivas diretas. 
Tais orações são assim denominadas por encaixarem-se às OPs funcionando 
como complemento do verbo principal delas, sem o intermédio de uma prepo-
sição. Exemplo:
 ■ “Descobri que a inteligência é afrodisíaca.” (Paulo André, zagueiro do 
Corinthians)
(OP / subordinada substantiva objetiva direta)
Observe que, neste caso, a OP: “Descobri” já apresenta sujeito - trata-se do sujeito 
oculto “eu”, (Eu) descobri. Portanto, aqui, a OP não necessita de um sujeito, mas 
sim de um objeto, um complemento para o verbo “descobrir”. A subordinada 
“que a inteligência é afrodisíaca”, por sua vez, integra-se, então, à OP servindo 
de objeto direto a ela, já que não apresenta preposição antes da conjunção “que”, 
justamente pelo verbo “descobrir” ser transitivo direto.
Tratando-se de subordinadas substantivas objetivas indiretas, podemos afir-
mar que estas também encaixam-se às OPs, funcionando como complemento 
do verbo principal dessas orações principais, mas que diferem-se das objetivas 
diretas por apresentarem preposição. Veja o exemplo:
 ■ Necessita-se de que haja maiores medidas de prevenção contra a dengue 
por parte da população.
(OP / subordinada substantiva objetiva indireta)
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