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CULTURA AFRO-INDIGENA BRASILEIRA- ARTIGO- AULA 11

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HISTORIA E CULTURA AFRO-BRASILEIR INDIGENA: ORIENTAÇÕES PEDAGOGICAS NA 
ANTROPOLOGIA. 
ADAPTAÇÃO DO TEXTO: Professora Maria de Lourdes. 
 
 
1 
 
CULTURA AFRO/INDIGENA BRASILEIRA 
 
1- CULTURA AFRO-BRASILEIRA 
Denomina-se cultura afro-brasileira o conjunto de manifestações culturais 
do Brasil que sofreram algum grau de influência da cultura africana desde os tempos do 
Brasil Colônia até a atualidade. A cultura da África chegou ao país, em sua maior parte, 
trazida pela escravidão africana na época do tráfico transatlântico de escravos. No Brasil 
a cultura africana sofreu também a influência das culturas europeia e indígena, de forma 
que características de origem africana na cultura brasileira encontram-se em geral 
mescladas a outras referências culturais. 
Traços fortes da cultura africana podem ser encontrados hoje em variados aspectos 
da cultura brasileira, como a música popular, a religião, a culinária, o folclore e as 
festividades populares. Os estados do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas 
Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais 
influenciados pela cultura de origem africana, tanto pela quantidade de escravos recebidos 
durante a época do tráfico como pela migração interna dos escravos após o fim do ciclo 
da cana-de-açúcar na região Nordeste. 
Ainda que tradicionalmente desvalorizados na época colonial e no século XIX, os 
aspectos da cultura brasileira de origem africana passaram por um processo de 
revalorização a partir do século XX que continua até os dias de hoje. 
De maneira geral, tanto na época colonial como durante o século XIX a matriz 
cultural de origem europeia foi a mais valorizada no Brasil, enquanto que as 
manifestações culturais afro-brasileiras foram muitas vezes desprezadas, desestimuladas 
e até proibidas. Assim, as religiões afro-brasileiras e a arte marcial da capoeira foram 
frequentemente perseguidas pelas autoridades. Por outro lado, algumas manifestações 
folclóricas, como as congadas e o maracatu, assim como expressões musicais como 
o lundu, foram toleradas e até estimuladas. 
Entretanto, a partir de meados do século XX, as expressões culturais afro-
brasileiras começaram a ser gradualmente mais aceitas e admiradas pelas elites brasileiras 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_marcial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capoeira
https://pt.wikipedia.org/wiki/Congadas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maracatu
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lundu
HISTORIA E CULTURA AFRO-BRASILEIR INDIGENA: ORIENTAÇÕES PEDAGOGICAS NA 
ANTROPOLOGIA. 
ADAPTAÇÃO DO TEXTO: Professora Maria de Lourdes. 
 
 
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como expressões artísticas genuinamente nacionais. Nem todas as manifestações culturais 
foram aceitas ao mesmo tempo. O samba foi uma das primeiras expressões da cultura 
afro-brasileira a ser admirada quando ocupou posição de destaque na música popular, no 
início do século XX. 
Posteriormente, o governo da ditadura do Estado Novo de Getúlio 
Vargas desenvolveu políticas de incentivo do nacionalismo nas quais a cultura afro-
brasileira encontrou caminhos de aceitação oficial. Por exemplo, os desfiles de escolas de 
samba ganharam nesta época aprovação governamental através da União Geral das 
Escolas de Samba do Brasil, fundada em 1934. 
Outras expressões culturais seguiram o mesmo caminho. A capoeira, que era 
considerada própria de bandidos e marginais, foi apresentada, em 1953, por mestre 
Bimba ao presidente Vargas, que então a chamou de "único esporte verdadeiramente 
nacional". 
A partir da década de 1950 as perseguições às religiões afro-
brasileiras diminuíram e a Umbanda passou a ser seguida por parte da classe média 
carioca. Na década seguinte, as religiões afro-brasileiras passaram a ser celebradas pela 
elite intelectual branca. 
Em 2003, foi promulgada a lei nº 10.639 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação (LDB), passando-se a exigir que as escolas brasileiras de ensino 
fundamental e médio incluam no currículo o ensino da história e cultura afro-brasileira. 
Os negros trazidos da África como escravos geralmente eram imediatamente 
batizados e obrigados a seguir o Catolicismo. A conversão era apenas superficial e as 
religiões de origem africana conseguiram permanecer através de prática secreta ou 
o sincretismo com o catolicismo. 
Algumas religiões afro-brasileiras ainda mantém quase que totalmente suas raízes 
africanas, como é o caso das casas tradicionais de Candomblé e do Xangô do Nordeste; 
outras formaram-se através do sincretismo religioso, como o Batuque, o Tambor de Mina, 
o Xambá e a Umbanda. Em maior ou menor grau, as religiões afro-brasileiras mostram 
influências do Catolicismo e da encantaria e da pajelança ameríndias. O sincretismo 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Samba
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ditadura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Novo_(Brasil)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Get%C3%BAlio_Vargas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Get%C3%BAlio_Vargas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escolas_de_samba
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escolas_de_samba
https://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Geral_das_Escolas_de_Samba_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Geral_das_Escolas_de_Samba_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/1934
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capoeira
https://pt.wikipedia.org/wiki/1953
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Bimba
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Bimba
https://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1950
https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%B5es_afro-brasileiras
https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%B5es_afro-brasileiras
https://pt.wikipedia.org/wiki/Umbanda
https://pt.wikipedia.org/wiki/2003
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Diretrizes_e_Bases_da_Educa%C3%A7%C3%A3o_Nacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Diretrizes_e_Bases_da_Educa%C3%A7%C3%A3o_Nacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ensino_fundamental
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ensino_fundamental
HISTORIA E CULTURA AFRO-BRASILEIR INDIGENA: ORIENTAÇÕES PEDAGOGICAS NA 
ANTROPOLOGIA. 
ADAPTAÇÃO DO TEXTO: Professora Maria de Lourdes. 
 
 
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manifesta-se igualmente na tradição do batismo dos filhos e o casamento na Igreja 
Católica, mesmo quando os fiéis seguem abertamente uma religião afro-brasileira. 
Enquanto o Catolicismo nega a existência de orixás e guias, as igrejas 
pentecostais acreditam na sua existência, mas como demônios. 
Segundo o IBGE, 0,3% dos brasileiros declaram seguir religiões de origem 
africana, embora um número maior de pessoas sigam essas religiões de forma reservada. 
Inicialmente desprezadas, as religiões afro-brasileiras foram ou são praticadas 
abertamente por muitos brasileiros. 
Os dois grupos de maior destaque e influência no Brasil são: 
 Os Bantos, trazidos de Angola, Congo e Moçambique; 
 Os Sudaneses, oriundos da África ocidental, Sudão e da Costa da Guiné. 
 
Devemos ressaltar que as regiões mais povoadas com a mão de obra africana foram: 
Bahia, Pernambuco, Maranhão, Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São 
Paulo e Rio Grande do Sul. Isso devido à grande quantidade de escravos recebidos (região 
Nordeste) ou pela migração dos escravos após o término do ciclo da cana-de-açúcar (região 
Sudeste). 
 
 
CULINÁRIA 
A feijoada brasileira, considerada o prato nacional do Brasil, é frequentemente 
citada como tendo sido criada nas senzalas e ter servido de alimento para os escravos na 
época colonial. Atualmente, porém, considera-se a feijoada brasileira uma adaptação 
tropical da feijoada portuguesa que não foi servida normalmente aos escravos. Apesar 
disso, a cozinha brasileira regional foi muito influenciada pela cozinha africana, mesclada 
com elementos culinários europeus e indígenas. 
A culinária baiana é a que mais demonstra a influência africana nos seus pratos 
típicos como acarajé, caruru, vatapá e moqueca. Estes pratos são preparados com o azeite-
HISTORIA E CULTURA AFRO-BRASILEIR INDIGENA: ORIENTAÇÕES PEDAGOGICAS NA 
ANTROPOLOGIA.ADAPTAÇÃO DO TEXTO: Professora Maria de Lourdes. 
 
 
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de-dendê, extraído de uma palmeira africana trazida ao Brasil em tempos coloniais. Na 
Bahia existem duas maneiras de se preparar estes pratos "afros". Numa, mais simples, as 
comidas não levam muito tempero e são feitas nos terreiros de candomblé para serem 
oferecidas aos orixás. Na outra maneira, empregada fora dos terreiros, as comidas são 
preparadas com muito tempero e são mais saborosas, sendo vendidas pelas baianas do 
acarajé e degustadas em restaurantes e residências. 
 
A culinária é outro elemento típico da cultura afro-brasileira. Ela introduziu as 
panelas de barro, o leite de coco, o feijão preto, o quiabo, dentre muitos outros.Entretanto, 
os alimentos mais conhecidos são aqueles da culinária baiana, preparados com azeite 
dendê e pimentas. 
Destacam-se Abará, Vatapá e o Acarajé, bem como o Quibebe nordestino, 
preparado com carne-de-sol ou charque; além dos doces de pamonha e cocada. 
 
 
MUSICA 
A música criada pelos afro-brasileiros é uma mistura de influências de toda 
a África subsaariana com elementos da música portuguesa e, em menor grau, ameríndia, 
que produziu uma grande variedades de estilos. 
A música popular brasileira é fortemente influenciada pelos ritmos africanos. As 
expressões de música afro-brasileira mais conhecidas são 
o samba, maracatu, ijexá, coco, jongo, carimbó, lambada, maxixe, maculelê. 
Como aconteceu em toda parte do continente americano onde houve escravos 
africanos, a música feita pelos afrodescendentes foi inicialmente desprezada e mantida na 
marginalidade, até que ganhou notoriedade no início do século XX e se tornou a mais 
popular nos dias atuais. 
Instrumentos usados por afro-brasileiros 
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_subsaariana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amer%C3%ADndio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Samba
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maracatu_(ritmo)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ijex%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coco_(dan%C3%A7a)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jongo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carimb%C3%B3
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lambada
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maxixe
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maculel%C3%AA
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX
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ANTROPOLOGIA. 
ADAPTAÇÃO DO TEXTO: Professora Maria de Lourdes. 
 
 
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 Afoxé 
 Agogô 
 Alfaia 
 Atabaque 
 Berimbau 
 Tambor... 
 
 
Aspectos da Cultura Afro-Brasileira 
 
Para alguns autores, a cultura afro-brasileira é parte constituinte da memória e da 
história brasileira e que seus aspectos transbordam as margens desse texto. Ela compõe 
os costumes e as tradições: a mitologia, o folclore, a língua (falada e escrita), a culinária, 
a música, a dança, a religião, enfim, o imaginário cultural brasileiro. 
 
As Festividades Populares 
O Carnaval, a maior festa popular brasileira, celebrada no início do ano e mobilizando a 
nação. A Festa de São Benedito, principal festa do Congado (expressão da cultura afro-
brasileira), comemorada no final de semana após a Páscoa. E, por fim, a Festa de 
Yemanjá, realizada no dia 2 de fevereiro. 
A Música e a Dança 
A influência afro-brasileira está patente em expressões como Samba, 
Jongo, Carimbó, Maxixe, Maculelê, Maracatu. Eles utilizam instrumentos variados, com 
destaque para Afoxé, Atabaque, Berimbau e Tambor. 
Não podemos perder de vista que estas expressões musicais são também corporais. 
Elas refletem nas formas de dançar, como no caso do Maculelê, uma dança folclórica 
brasileira, e do samba de roda, uma variação musical do samba. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Afox%C3%A9_(instrumento)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Agog%C3%B4
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alfaia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Atabaque
https://pt.wikipedia.org/wiki/Berimbau
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tambor
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ANTROPOLOGIA. 
ADAPTAÇÃO DO TEXTO: Professora Maria de Lourdes. 
 
 
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Temos outras expressões de música e dança como as danças rituais, o tambor de 
crioula, e os estilos mais contemporâneos, como o samba-reggae e o axé baiano. 
Finalmente, merece destaque especial a Capoeira. Ela é uma mistura de dança, 
música e artes marciais proibida no Brasil durante muitos anos e declarada Patrimônio 
Cultural Imaterial da Humanidade em 2014. 
 
A Religião 
A religião afro-brasileira se caracterizou pelo sincretismo com o catolicismo, 
donde unia aspectos do cristianismo às suas tradições religiosas. Isso ocorreu para que 
eles pudessem realizar as práticas religiosas africanas secretamente (associação de santos 
com orixás), uma vez que a conversão era apenas aparente. Assim, nasceram do 
sincretismo Batuque, Xambá, Macumba e Umbanda, enquanto se preservaram algumas 
variações africanas da Quimbanda, Cabula e o Candomblé. 
 
 
2-POVO INDÍGENA NO BRASIL 
 
CULTURA INDIGENA BRASILEIRA 
 A cultura indígena abarca a produção material e imaterial de inúmeros e 
distintos povos em todo o mundo. É importante destacar que não há uma cultura indígena, 
mas várias, e cada povo desenvolveu suas próprias tradições religiosas, musicais, de 
festas, artesanatos, dentre outras. 
Os povos indígenas do Brasil compreendem um grande número de 
diferentes grupos étnicos que habitam o país desde milênios antes do início 
da colonização portuguesa, que principiou no século XVI, fazendo parte do grupo maior 
dos povos ameríndios. No momento da Descoberta do Brasil, os povos nativos eram 
compostos por tribos seminômades que subsistiam da caça, pesca, coleta e 
da agricultura itinerante, desenvolvendo culturas diferenciadas. Apesar de protegida por 
HISTORIA E CULTURA AFRO-BRASILEIR INDIGENA: ORIENTAÇÕES PEDAGOGICAS NA 
ANTROPOLOGIA. 
ADAPTAÇÃO DO TEXTO: Professora Maria de Lourdes. 
 
 
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muitas leis, a população indígena foi amplamente exterminada pelos conquistadores 
diretamente e pelas doenças que eles trouxeram, caindo de uma população de milhões 
para cerca de 150 mil em meados do século XX, quando continuava caindo. Apenas na 
década de 1980 ela inverteu a tendência e passou a crescer em um ritmo sólido. No censo 
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010, 817 963 brasileiros se 
autodeclararam indígenas, embora milhões de outros tenham algum sangue índio em suas 
veias. Ainda sobrevivem diversos povos isolados, sem contato com a civilização. 
Os povos indígenas brasileiros deram contribuições significativas para a 
sociedade mundial, como a domesticação da mandioca e o aproveitamento de várias 
plantas nativas, como o milho, a batata-doce, a pimenta, o caju, o abacaxi, o amendoim, 
o mamão, a abóbora e o feijão. Além disso, difundiram o uso da rede de dormir e o 
costume do banho diário, desconhecido pelos europeus do século XVI. Para a língua 
portuguesa legaram uma multidão de nomes de lugares, pessoas, plantas e animais (cerca 
de 20 mil palavras), e muitas de suas lendas foram incorporadas ao folclore brasileiro, 
tornando-se conhecidas em todo o país. Também foram importantes aliados dos 
portugueses, mesmo que involuntários, na consolidação da conquista territorial, 
defendendo e fixando cada vez mais distantes fronteiras, e deram grande contribuição à 
composição da atual população nacional através da mestiçagem. 
Suas culturas diversificadas compunham originalmente um rico mosaico de 
tradições, línguas e visões de mundo que, depois de serem longamente desprezadas como 
típicas de sociedades bárbaras, ingênuas e atrasadas, ou no máximo apreciadas como 
exotismos e curiosidades, hoje já começam a ser vistas em larga escala como culturas 
complexas, sofisticadas em muitos aspectos, interessantes por si mesmas e portadoras de 
valores importantes para o mundo moderno, como o respeito pela Natureza e um modo 
de vida sustentável, merecendo consideração como qualquer outra. Mesmo assim,a 
degradação das culturas tradicionais pelo contato assíduo com a civilização tem sido 
rápida mesmo dentro das reservas, acarretando penosas repercussões sociais. 
Para muitos observadores, o destino dos povos indígenas do Brasil ainda é incerto, 
e esperam muitas lutas pela frente. Os conflitos que os envolvem continuam a se 
multiplicar; mortes, abusos, violência e disrupção interna continuam a afligir muitas 
comunidades, mesmo com todos os avanços e toda proteção jurídica, com toda a 
HISTORIA E CULTURA AFRO-BRASILEIR INDIGENA: ORIENTAÇÕES PEDAGOGICAS NA 
ANTROPOLOGIA. 
ADAPTAÇÃO DO TEXTO: Professora Maria de Lourdes. 
 
 
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conscientização política das comunidades e sua mobilização conjunta, e mesmo com o 
apoio de expressiva parcela da população brasileira não índia e organismos 
internacionais. 
Há poderosos interesses políticos e econômicos em jogo, e mesmo interesses 
culturais. Ainda falta muito para que eles consigam garantir suas terras e uma 
sobrevivência digna e independente da tutela do governo, que historicamente os entendeu 
como incapazes e chamou a si a responsabilidade de "administrá-los", mas tem sido 
também incapaz de assegurar-lhes os direitos que já foram definidos constitucionalmente, 
e vem sendo acusado até de promover profundos retrocessos de maneira deliberada, que 
dão continuidade a um secular genocídio, atraindo com isso pesadas e incessantes críticas 
em casa e no estrangeiro. 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
FERNANDES, Florestan (1978) A integração do negro na sociedade de classes. São 
Paulo: Ática. 
FERNANDES, Florestan. O negro no mundo dos brancos. São Paulo: Global, 2007. 
 FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São 
Paulo: Paz e Terra, 2006. 
 FREIRE, Madalena. A Formação Permanente. In: Freire, Paulo: Trabalho, Comentário, 
Reflexão. Petrópolis, RJ: Vozes, 1991. 
 FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala. Rio de Janeiro: José Olympio, 1933. 
HENRIQUES, Ricardo et. al. (Orgs.). Educação escolar indígena: diversidade 
sociocultural indígena ressignificando a escola. Brasília: SECAD/MEC, 2007. (Cadernos 
SECAD). Disponível em: HENRIQUES, Ricardo. Raça e gênero nos sistemas de ensino: 
os limites das políticas universalistas na educação. Brasília: UNESCO, 2002. 
JONES, James M. Racismo e preconceito. São Paulo: Edusp, 1973.

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