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DISTÚRBIO DA AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
2 
 
Sumário 
 
Distúrbio da Aquisição da Linguagem ............................................................ 4 
Linguagem .................................................................................................. 6 
Desenvolvimento da linguagem ............................................................... 6 
Bases biológicas da linguagem ............................................................... 8 
Etiologia dos distúrbios da linguagem oral e escrita ................................ 9 
Linguagem e epilepsia ........................................................................... 10 
Aprendizagem ....................................................................................... 11 
Definição dos Transtornos de Linguagem ................................................. 14 
Tipos de Transtornos de Linguagem ......................................................... 19 
Dislexia.................................................................................................. 19 
Dislalia................................................................................................... 24 
Disfemia ................................................................................................ 25 
Afasia .................................................................................................... 26 
Disfonias ............................................................................................... 27 
Intervenção na criança com distúrbio da linguagem .................................. 28 
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
3 
 
 
FACUMINAS 
 
A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
4 
Distúrbio da Aquisição da Linguagem 
 
A aquisição e o desenvolvimento da linguagem são determinados tanto 
neurobiologicamente (genética e neuroanatomia) quanto socialmente (interação 
com o ambiente) e estão estreitamente relacionados ao desenvolvimento da 
aprendizagem, sendo assim um adequado desenvolvimento da linguagem é 
fundamental para que haja um desenvolvimento da aprendizagem de forma 
harmônica e satisfatória. 
A linguagem pode ser entendida 
como um conjunto de símbolos com 
significado usados socialmente com o 
intuito de veicular a comunicação, 
portanto toda criança na fase de 
aquisição da linguagem precisa 
aprender esse conjunto de símbolos 
comunicativos que foram estabelecidos e convencionados a fim de se relacionarem 
e interagirem com o meio a sua volta. 
O desenvolvimento da linguagem ocorre de maneira hierárquica e 
estruturada, respeitando as fases do desenvolvimento neuropsicomotor e possui 
algumas estruturas ou sistemas, como o pragmático ( uso), fonológico ( forma dos 
sons), semântico ( significado ) e gramatical ( regras). Alterações em qualquer uma 
dessas estruturas ou sistemas configuram algumas formas de distúrbios de 
linguagem que variam entre atraso ( ritmo lento de aquisição, porém seque a ordem 
normal do desenvolvimento), dissociação ( discrepância entre linguagem e outras 
áreas) ou desvio (padrão de desenvolvimento alterado). 
A linguagem compreende duas fases, a fase pré-linguistica, onde a criança 
usa fonemas e vocalizações geralmente chamados de balbucio, até mais ou menos 
o 1º ano e a fase linguística onde a partir disto começa a usar palavras isoladas com 
compreensão evoluindo para um nível maior de complexidade expressiva. 
Comunicamo-nos e pensamos através da linguagem (verbal, gestual, escrita 
e pictórica), estruturamos e organizamos nossos pensamentos e nosso raciocínio 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
5 
através dela, por esse motivo não podemos pensar em linguagem sem pensar em 
comunicação e cognição, o que reforça o fato de que a aquisição e o 
desenvolvimento satisfatório da linguagem são um dos fatores que contribuem 
positivamente para o desenvolvimento infantil de uma forma global e principalmente 
na aprendizagem da leitura e escrita, pois há comprovações da influencia das 
alterações linguísticas e fonológicas no processo de alfabetização. 
Os fatores etiológicos são diversos (orgânicos, cognitivos e emocionais), 
outros distúrbios podem ocorrer concomitantemente como retardo mental, distúrbios 
emocionais, desordens sensório-motoras além de fatores ambientais como privação 
e diferenças culturais e instrução ineficiente. 
Os distúrbios da comunicação constituem algumas das doenças infantis mais 
prevalentes, manifestando-se como atraso ou desenvolvimento atípico envolvendo 
componentes funcionais da audição, fala e/ou linguagem em níveis variados de 
gravidade. Na maioria das vezes esses distúrbios são percebidos pelos pais, que 
referem que a criança tem dificuldade para falar ou que não fala, é dificilmente 
compreendida, incapaz de dizer alguns sons corretamente ou que gagueja. Sabe-
se, por exemplo, que crianças com atraso no desenvolvimento da linguagem irão 
apresentar, na idade escolar, importantes e persistentes anormalidades 
neuropsicológicas, entre elas os transtornos específicos de aprendizagem. 
As alterações da linguagem são os mais frequentes problemas do 
desenvolvimento das crianças e a principal queixa nos ambulatórios pediátricos, por 
esse motivo os profissionais que atuam direta ou indiretamente com crianças 
precisam conhecer cada etapa do desenvolvimento infantil, como se dá a aquisição 
e o desenvolvimento da linguagem para detectar os possíveis percalços que 
ocorram nesse processo a fim de minimizar, com adequada intervenção, transtornos 
do desenvolvimento, contribuindo para um harmônico desenvolvimento linguístico, 
cognitivo, neuropsicomotor e escolar, visto que são fatores indissociáveis. É preciso 
instrumentalização por parte desses profissionais tanto para fins avaliativos quanto 
para reabilitação e estimulação o quanto antes para aproveitarmos o período onde o 
cérebro da criança é altamente receptível nos primeiros anos de vida, o chamado 
período critica do desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
6 
Linguagem 
 
A linguagem é um exemplo de função 
cortical superior, e seu desenvolvimento se 
sustenta, por um lado, em uma estrutura 
anatomofuncional geneticamente determinada e, 
por outro, em um estímulo verbal que depende 
do ambiente. 
Serve de veículo para a comunicação, ou 
seja, constitui um instrumento social usado em interações visando à comunicação. 
Desta forma, deve ser considerada mais como uma força dinâmica ou processo do 
que como um produto. Pode ser definida como um sistema convencional de 
símbolos arbitrários que são combinados de modo sistemático e orientado para 
armazenar e trocar informações. 
 
Desenvolvimento dalinguagem 
 
Muito antes de começar a falar, a criança está habilitada a usar o olhar, a 
expressão facial e o gesto para comunicar-se com os outros. Tem também 
capacidade para discriminar precocemente os sons da fala. A aprendizagem do 
código linguístico se baseia no conhecimento adquirido em relação a objetos, ações, 
locais, propriedades, etc. Resulta da interação complexa entre as capacidades 
biológicas inatas e a estimulação ambiental e evolui de acordo com a progressão do 
desenvolvimento neuropsicomotor. 
Apesar de não estar completamente esclarecido o grau de eficácia com que a 
linguagem é adquirida, sabe-se que as crianças de diferentes culturas parecem 
seguir o mesmo percurso global de desenvolvimento da linguagem. Ainda antes de 
nascer, elas iniciam a aprendizagem dos sons da sua língua nativa e desde os 
primeiros meses distinguem-na de línguas estrangeiras 
No desenvolvimento da linguagem, duas fases distintas podem ser 
reconhecidas: a pré-linguística, em que são vocalizados apenas fonemas (sem 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
7 
palavras) e que persiste até aos 11-12 meses; e, logo a seguir, a fase linguística, 
quando a criança começa a falar palavras isoladas com compreensão. 
Posteriormente, a criança progride na escalada de complexidade da expressão. 
Este processo é contínuo e ocorre de forma ordenada e sequencial, com 
sobreposição considerável entre as diferentes etapas deste desenvolvimento 
(Tabela 1). 
 
O processo de aquisição da linguagem envolve o desenvolvimento de quatro 
sistemas interdependentes: o pragmático, que se refere ao uso comunicativo da 
linguagem num contexto social; o fonológico, envolvendo a percepção e a produção 
de sons para formar palavras; o semântico, respeitando as palavras e seu 
significado; e o gramatical, compreendendo as regras sintáticas e morfológicas para 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
8 
combinar palavras em frases compreensíveis. Os sistemas fonológico e gramatical 
conferem à linguagem a sua forma. 
O sistema pragmático descreve o modo como a linguagem deve ser 
adaptada a situações sociais específicas, transmitindo emoções e enfatizando 
significados. A intenção de comunicar-se pode ser demonstrada de forma não 
verbal através da expressão facial, sinais, e também quando a criança começa a 
responder, esperar pela vez, questionar e argumentar. Essa competência 
comunicativa reflete a noção de que o conhecimento da adequação da linguagem a 
determinada situação e a aprendizagem das regras sociais de comunicação é tão 
importante quanto o conhecimento semântico e gramatical. 
Bases biológicas da linguagem 
 
O processo da linguagem é bastante complexo e envolve uma rede de 
neurônios distribuída entre diferentes regiões cerebrais. Em contato com os sons do 
ambiente, a fala engloba múltiplos sons que ocorrem simultaneamente, em várias 
frequências e com rápidas transições entre estas. O ouvido tem de sintonizar este 
sinal auditivo complexo, decodificá-lo e transformá-lo em impulsos elétricos, os 
quais são conduzidos por células nervosas à área auditiva do córtex cerebral, no 
lobo temporal. O logo, então, reprocessa os impulsos, transmite-os às áreas da 
linguagem e provavelmente 
armazena a versão do sinal acústico 
por um certo período de tempo. 
A área de Wernicke, situada 
no lobo temporal, reconhece o 
padrão de sinais auditivos e 
interpreta-os até obter conceitos ou pensamentos, ativando um grupo distinto de 
neurônios para diferentes sinais. Ao mesmo tempo, são ativados neurônios na 
porção inferior do lobo temporal, os quais formam uma imagem do que se ouviu, e 
outros no lobo parietal, que armazenam conceitos relacionados. De acordo com 
este modelo, a rede neuronal envolvida forma uma complexa central de 
processamento. 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
9 
Para verbalizar um pensamento, acontece o inverso. Inicialmente, é ativada 
uma representação interna do assunto, que é canalizada para a área de Broca, na 
porção inferior do lobo frontal, e convertida nos padrões de ativação neuronal 
necessários à produção da fala. Também estão envolvidas na linguagem áreas de 
controle motor e as responsáveis pela memória. 
O cérebro é um órgão dinâmico que se adapta constantemente a novas 
informações. Como resultado, as áreas envolvidas na linguagem de um adulto 
podem não ser as mesmas envolvidas na criança, e é possível que algumas zonas 
do cérebro sejam usadas apenas durante o período de desenvolvimento da 
linguagem. Acredita-se que o hemisfério esquerdo seja dominante para a linguagem 
em cerca de 90% da população; contudo, o hemisfério direito participa do 
processamento, principalmente nos aspectos da pragmática. 
 
Etiologia dos distúrbios da linguagem oral e escrita 
 
A fala caracteriza-se habitualmente quanto à articulação, ressonância, voz, 
fluência/ritmo e prosódia. As alterações da linguagem situam-se entre os mais 
frequentes problemas do desenvolvimento, atingindo 3 a 15% das crianças, e 
podem ser classificadas em atraso, dissociação e desvio (Tabela 2). 
 
 
 
 
 
 
 
A etiologia das dificuldades de linguagem e aprendizagem é diversa e pode 
envolver fatores orgânicos, intelectuais/cognitivos e emocionais (estrutura familiar 
relacional), ocorrendo, na maioria das vezes, uma inter-relação entre todos esses 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
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fatores. Sabe-se que as dificuldades de aprendizagem também podem ocorrer em 
concomitância com outras condições desfavoráveis (retardo mental, distúrbio 
emocional, problemas sensório-motores) ou, ainda, ser acentuadas por influências 
externas, como, por exemplo, diferenças culturais, instrução insuficiente ou 
inapropriada (Tabela 3). 
 
Linguagem e epilepsia 
 
Os efeitos da epilepsia, das crises convulsivas e das descargas 
eletroencefalográficas sobre a linguagem têm sido discutidos em diversos estudos. 
Pode-se dizer que três são os distúrbios mais relatados em pacientes epilépticos: as 
disfasias do desenvolvimento associadas a epilepsia; as afasias críticas (agudas), 
onde ocorre uma alteração transitória da função cognitiva; e a afasia epiléptica 
adquirida (síndrome de Landau-Kleffner). 
A afasia epiléptica adquirida é caracterizada pela deteriorização da linguagem 
na infância associada a crises ou atividade eletroencefalográfica epileptiforme 
anormal. Esse tipo de afasia muitas vezes é confundido com síndrome autística ou 
deficiência auditiva. Além da deteriorização da linguagem e da agnosia auditiva, 
observam-se alterações de comportamento, incluindo traços autistas. Por isso, 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
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devemos estar atentos a qualquer criança que apresente regressão de linguagem, 
devendo esta ser avaliada cuidadosamente (para que seja feito um diagnóstico 
diferencial) e encaminhada para o tratamento adequado. 
 Linguagem e autismo A regressão da linguagem é observada na síndrome 
de Landau-Kleffner e na regressão autística. Recentes estudos focados na 
linguagem verbal de crianças com espectro autista enfatizam traços anômalos da 
fala, como a escolha de palavras pouco usuais, inversão pronominal, ecolalia, 
discurso incoerente, crianças não-
responsivas a questionamentos, 
prosódia aberrante e falta de 
comunicação. 
Muitos estudos atribuem a 
ausência de fala em alguns indivíduos ao 
grau de severidade do autismo, à 
tendência a retardo mental ou a uma inabilidade de decodificação auditiva da 
linguagem. No autismo, a compreensão e a pragmática estão invariavelmente 
afetadas, e os achados incluem prosódia aberrante, ecolalia imediata e/ou tardia e 
perseveração (persistência inapropriada no mesmo tema). 
Outros sintomas estão também presentes, distinguindo essas crianças 
daquelas com apenas atraso de linguagem; esses sintomas incluem, 
particularmente, perturbações da comunicação não-verbal, comportamentos 
estereotipados e perseverantes, interesses restritos e/ou inusuais e alteraçãodas 
capacidades sociais23. Concluímos, com isso, que a regressão de linguagem na 
infância se caracteriza por um distúrbio grave, com morbidades significativas a 
longo prazo. 
 
Aprendizagem 
 
Do ponto de vista do construtivismo, aprendizagem é construção, ação e 
tomada de consciência da coordenação das ações. O aluno irá construir seu 
conhecimento através de uma história individual já percorrida, tendo uma estrutura, 
 
 
 
 
 
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ou com base em condições prévias 
de todo o aprender, além de ser 
exposto ao conteúdo necessário 
para seu aprendizado. 
Em relação ao aprendizado 
específico da leitura e da escrita, 
este está vinculado a um conjunto de fatores que adota como princípios o domínio 
da linguagem e a capacidade de simbolização, devendo haver condições internas e 
externas necessárias ao seu desenvolvimento. 
 
Desenvolvimento normal 
 
A habilidade de leitura é verificada através da capacidade de decodificação, 
fluência e compreensão da escrita29. O processo normal de leitura ocorre em duas 
etapas. Inicialmente, é realizada a análise visual, através do processamento vísuo-
perceptivo do estímulo gráfico. Em seguida, ocorre o processamento lingüístico da 
leitura, onde, através da via não-lexical, é feita a conversão grafema-fonema e, pela 
via lexical, é feita a leitura global da palavra com acesso ao significado. 
A criança tem que descobrir que há letras que não representam o som da 
fala, visto que a leitura alfabética associa um componente auditivo fonêmico a um 
componente visual gráfico, o que é denominado de correspondência grafofonêmica. 
É necessária a conscientização da estrutura fonêmica da linguagem (decomposição 
das palavras) e das unidades auditivas que são representadas por diferentes 
grafemas. 
O processo de aquisição da linguagem escrita, assim como o da linguagem 
oral, envolve diversas regiões cerebrais, entre elas a área parieto-occipital. Na 
região occipital, o córtex visual primário é o responsável pelo processamento dos 
símbolos gráficos, e as áreas do lobo parietal são responsáveis pelas questões 
vísuo-espaciais da grafia. 
Essas informações processadas são reconhecidas e decodificadas na área 
de Wernicke, responsável pela compreensão da linguagem, e a expressão da 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
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linguagem escrita necessita da ativação do córtex motor primário e da área de 
Broca. Para todo este processo ocorrer, é importante que as fibras de associação 
intra-hemisféricas estejam intactas. 
Em uma pesquisa, observou-se ativação cerebral de pessoas normais 
durante a leitura de pseudopalavras nas seguintes regiões: região frontal inferior 
esquerda; região parietotemporal, envolvendo os giros angular, supramarginal e a 
porção posterior de giro temporal superior; e regiões occipitotemporais, envolvendo 
porções mesiais e inferiores do giro temporal e giro occipital. 
O mesmo estudo foi realizado em 
disléxicos, sendo constatado um aumento de 
ativação no giro frontal inferior e pouca 
ativação em regiões posteriores. 
Pesquisadores relatam que, em relação aos 
mecanismos neurológicos das dificuldades de 
leitura, alterações referentes à assimetria 
hemisférica geram uma organização atípica do 
hemisfério direito em crianças e adolescentes 
com dislexia. 
Disléxicos apresentam uma desconexão temporo-parieto-occipital e uma 
desconexão com o córtex frontal esquerdo, assim como anormalidades do córtex 
têmporo-parietal e do cerebelo em relação a outras regiões do cérebro33. 
Dificuldades de aprendizagem da linguagem escrita na infância Dificuldades de 
aprendizagem referem-se a alterações no processo de desenvolvimento do 
aprendizado da leitura, escrita e raciocínio lógico-matemático, podendo estar 
associadas a comprometimento da linguagem oral. 
Ao se estudar alterações no processo de aprendizagem da linguagem oral, 
frequentemente verifica-se a ocorrência de posteriores dificuldades de 
aprendizagem da leitura e escrita. Da mesma forma, ao se investigar os fatores que 
antecedem as dificuldades de leitura e escrita, surgem questionamentos a respeito 
das dificuldades de aprendizado da linguagem. Ressalta-se que, entre as alterações 
de linguagem oral existentes na infância, são as dificuldades fonológicas, e não as 
 
 
 
 
 
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articulatórias, que podem ocasionar prejuízos no aprendizado posterior da leitura e 
da escrita. 
 
Definição dos Transtornos de Linguagem 
 
Entende-se por Transtornos de Linguagem os quadros que apresentam 
desvios nos padrões normais de aquisição da linguagem desde suas etapas iniciais. 
Entretanto, crianças normais variam amplamente na idade na qual elas iniciam a 
aquisição da linguagem falada e no ritmo no qual as habilidades de linguagem se 
tornam firmemente estabelecidas. 
Existem diferentes tipos de Transtornos de Linguagem, embora seja 
frequente a presença de comorbidades, tanto entre si, como entre transtornos 
psicológicos. Sendo assim, muitas crianças que apresentam atrasos na aquisição 
da linguagem, possuem dificuldades de leitura e escrita, e também problemas nos 
relacionamentos interpessoais, que levam respectivamente, a um rendimento 
escolar deficiente e a possíveis transtornos da esfera emocional e de 
comportamento. 
Embora a criança que apresenta algum 
quadro de Transtorno de Linguagem seja capaz 
de se comunicar melhor em situações que lhe 
sejam familiares, o comprometimento da 
linguagem existe em qualquer situação. 
As etiologias das alterações da 
linguagem e da fala podem envolver aspectos 
genéticos, degenerativos, lesionais, ambientais 
e/ou emocionais. Alguns autores classificam os 
transtornos com base em dois tipos de fatores que podem alterar e incidir 
desfavoravelmente na evolução da comunicação e da linguagem: fatores orgânicos, 
sejam eles genéticos, neurológicos ou anatômicos e fatores emocionais. Entretanto, 
outros autores consideram que a diferenciação entre os transtornos de etiologia 
orgânica e psicológica pode resultar mais útil no adulto, embora ambos os tipos de 
 
 
 
 
 
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fatores devam ser considerados de forma integrada. Na criança essa diferenciação 
está ultrapassada, já que o efeito de qualquer fator orgânico ou psicológico tem 
repercussões sobre o conjunto de processos de ordem psicológica que constituem a 
aquisição e o desenvolvimento da linguagem. 
De acordo com a “American Speech, Language and Hearing Association”, os 
distúrbios da comunicação podem ser conceituados como impedimentos na 
habilidade para receber e/ou processar um sistema simbólico, observáveis em nível 
de audição (sensibilidade, função, processamento e fisiologia); linguagem (forma, 
conteúdo e função comunicativa); e processos de fala (articulação, voz e fluência). 
Esses distúrbios podem variar em gravidade; ser de origem desenvolvimental 
ou adquirida; resultar numa condição de déficit primário (doenças de manifestação 
primária ou idiopáticas) ou secundário (doenças 
de manifestação secundária, decorrentes de 
manifestação maior) e, ainda, ocorrer isolados 
ou combinados. 
Os distúrbios de desenvolvimento da fala 
e da linguagem (oral e escrita) de causa 
idiopática em crianças e adolescentes são 
aqueles que não ocorrem em conjunto com 
outras anormalidades, tais como: deficiência 
mental, paralisia cerebral, deficiências auditivas 
e outras. Tais distúrbios, idiopáticos ou secundários, podem ser acentuados por 
influências externas, como, por exemplo, diferenças culturais, instrução insuficiente 
ou inapropriada. 
 
 
 
 
 
 
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De maneira geral, os estudos epidemiológicos em distúrbios da comunicação 
apresentam os valores de prevalência e incidência quanto à idade, sexo, nível 
socioeconômico e diagnóstico do distúrbio da comunicação. Desta forma, observa-
se que, a partir dos três anos, a prevalência de distúrbios idiopáticosda 
comunicação eleva-se até os oito anos de idade, sendo que a fase crítica vai dos 
quatro aos seis anos decrescendo a partir dos sete anos; mais alta prevalência no 
sexo masculino; predomínio geral dos distúrbios articulatórios e/ou fonológicos; 
predomínio de alteração do desenvolvimento da linguagem em crianças menores de 
três a quatro anos, transtorno fonológico dos quatro aos oito anos e alteração na 
linguagem escrita a partir dos nove anos. Em relação aos fatores socioeconômicos, 
os estudos revelam que pais com baixo nível educacional têm mais chances de ter 
filhos com problemas de linguagem e podem ter mais dificuldades para perceber e 
relatar tais problemas. 
As alterações no desenvolvimento da fala e da linguagem podem causar 
sérios problemas no desenvolvimento cognitivo e socioemocional na idade escolar 
 
 
 
 
 
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ou adolescência. Estudos demonstram que a detecção de tais alterações aos dois a 
três anos reduz 30% a necessidade de acompanhamento terapêutico 
(fonoaudiologia, psicologia, educação especial, entre outros) aos oito anos de idade. 
Da mesma forma, reduz 33% o número de crianças com problemas na linguagem 
escrita. 
 Tais dados reforçam a importância do pediatra na detecção precoce dos 
atrasos e desvios no desenvolvimento da fala e da linguagem. Muitos distúrbios da 
comunicação que ocorrem na infância poderiam ser evitados ou minimizados por 
meio de medidas simples de estimulação de linguagem, orientação aos familiares e 
identificação precoce. Sabe-se que as dificuldades de aprendizagem estão 
intimamente relacionadas à história prévia de alteração no desenvolvimento da 
linguagem. 
Desta forma, a identificação precoce dessas alterações no curso normal do 
desenvolvimento pode prevenir posteriores consequências educacionais e sociais 
desfavoráveis. Alguns sinais de possíveis alterações podem ser detectados na 
criança ainda muito pequena, como ausência de contato de olhos; não reação a 
sons como telefone e campainha; não reação quando chamada pelo nome; volume 
de televisão muito alto; ausência de fala ou fala incompreensível; vocabulário 
restrito; dificuldade de interação social e agressividade. 
Aneja indicou alguns sinais de alerta para desordens da linguagem na 
criança, tais como: nenhuma palavra emitida até os 18 meses; não colocação de 
duas palavras juntas aos dois anos; ausência de desempenho imitativo e simbólico 
aos dois anos; não formação de sentenças aos três anos; discurso incompreensível 
aos três anos). 
Para Oller et al., o balbuciar que normalmente é produzido por volta dos 10 
meses de idade, quando atrasado, pode prognosticar desordens da fala. Sabe-se 
que o input linguístico que a criança recebe antes dos três anos de idade está 
fortemente relacionado com o subsequente desenvolvimento cognitivo e de 
linguagem. Estudo recente mostra a importância da conversa entre adulto e criança 
para o desenvolvimento inicial da linguagem. 
 
 
 
 
 
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Tal estudo ressalta que a conversa entre adultos e crianças é determinante 
para o adequado desenvolvimento de fala e linguagem, pois, interagindo com 
adultos, a criança tem oportunidade de errar e ser corrigida, além de praticar e 
consolidar o conteúdo recém-adquirido. De maneira oposta, a grande exposição da 
criança à televisão está relacionada a atrasos no desenvolvimento da linguagem, 
pois contribui para a redução das oportunidades de interação entre ela e o adulto. 
Ela precisa de oportunidades para vivenciar o aprendizado da linguagem, 
com interações ricas com adultos e outras crianças, em que o adulto é responsável 
por fornecer o modelo adequado de fala. Assim, orienta-se que pais e educadores 
conversem com as crianças de maneira simples, porém correta e adequada em 
forma e conteúdo para a idade. 
É importante, nessa interação, que a criança tenha oportunidade de 
expressar e manifestar seus desejos. Assim, o adulto deve deixá-la falar e perguntar 
o que quer em vez de tentar adivinhar. Além disso, como forma de estimulação da 
linguagem, a família e educadores devem ser orientados a brincar com as crianças 
utilizando músicas, livros, desenhos de colorir, faz-de-conta, etc. A criança aprende 
brincando e suas atividades de vida diária, como tomar banho e comer, podem ser 
momentos de interação prazerosos e ricos em aprendizagem. 
Para avaliar se a criança encontra-se dentro do esperado para o 
desenvolvimento da fala e da linguagem, é fundamental que o pediatra 
complemente sua observação com as informações e/ou queixas da família e/ou da 
escola, uma vez que estudos recentes salientam que a detecção inicial dos 
distúrbios da comunicação em crianças é realizada principalmente por pais e 
educadores. 
Assim, o pediatra, ao deparar 
com queixas de familiares referentes ao 
desenvolvimento da comunicação da 
criança, como atraso na aquisição da 
fala, vocabulário pobre, trocas 
articulatórias ou dificuldades escolares, 
deve imediatamente investigar o 
 
 
 
 
 
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19 
desenvolvimento global da criança, bem como o histórico familiar para tais 
alterações e o ambiente comunicativo em que a mesma está inserida. 
Em muitos casos, é necessário investigar fatores orgânicos como alterações 
auditivas e neuropsicológicas. O pediatra deve estar atento aos sinais de risco de 
deficiências auditivas na infância, como história de prematuridade, complicações 
pré, peri e pós- -natais, hereditariedade, otites médias recorrentes, hospitalizações, 
traumatismos cranianos, entre outros. Após tais investigações, que deverão ser 
realizadas em curto espaço de tempo, é fundamental encaminhar a criança para 
avaliação completa de linguagem, realizada pelo fonoaudiólogo e equipe 
interdisciplinar, quando for o caso. 
 
Tipos de Transtornos de Linguagem 
 
Os transtornos que interferem na comunicação do indivíduo podem estar 
relacionados à fala, à linguagem, à audição ou à voz. 
Dislexia 
 
A leitura e a escrita envolvem habilidades cognitivas complexas, além de 
capacidade de reflexão sobre a linguagem no que se refere aos aspectos 
fonológicos, sintáticos, semânticos e pragmáticos. As crianças, ao iniciar a 
alfabetização, já dominam a linguagem oral, sendo capazes de iniciar o aprendizado 
da escrita. Porém, sabe-se que existem 
regras mais específicas e próprias da 
escrita, havendo, então, maiores 
dificuldades no seu aprendizado. 
No Brasil, cerca de 40% das crianças 
em séries iniciais de alfabetização 
apresentam dificuldades escolares, e, em 
países mais desenvolvidos, a porcentagem diminui 20% em relação ao número total 
de crianças também em séries iniciais38,39. Sabe-se que se um aluno com 
dificuldades de aprendizagem for bem conduzido pelos profissionais de saúde e 
educação, em conjunto com a família, poderá obter êxito nos resultados escolares. 
 
 
 
 
 
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É importante ressaltar que existe uma combinação dos fenômenos biológicos 
e ambientais no aprendizado da linguagem escrita, envolvendo a integridade 
motora, a integridade sensório-perceptual e a integridade socioemocional 
(possibilidades reais que o meio oferece em termos de quantidade, qualidade e 
freqüência de estímulos). Além disso, o domínio da linguagem e a capacidade de 
simbolização também são princípios importantes no desenvolvimento do 
aprendizado da leitura e da escrita. 
Sendo considerada uma alteração de aprendizagem, a dislexia caracteriza-se 
por dificuldades específicas na realização da leitura e da escrita, havendo, de 
maneira geral, dois tipos de dislexia: a dislexia de desenvolvimento e a dislexia 
adquirida. 
A primeira refere-se a alterações no aprendizado da leitura e escrita com 
origem institucional, ou seja, ambiental, referente à forma de aprendizado escolar. 
Nesses casos, ocorre diminuição da capacidade de leitura associada a disfunção 
cerebral, havendo uma alteração específicana aquisição das habilidades de leitura 
e conseqüente dificuldade no aprendizado da leitura. 
Existem autores que consideram fatores genéticos como uma das causas de 
dislexia de desenvolvimento. Já na dislexia adquirida, o aprendizado da leitura e da 
escrita, que foi adquirido normalmente, é perdido como resultado de uma lesão 
cerebral. 
Vários são os fatores ainda em estudo que descrevem as causas da dislexia 
de desenvolvimento entre eles, déficits cognitivos, fatores neurológicos 
(neuroanatômicos e neurofisiológicos), prematuridade e baixo peso ao nascimento, 
As dislexias podem ser divididas em dois tipos: central e periférica. 
 
 
 
 
 
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Na primeira, ocorre o comprometimento do processamento lingüístico dos 
estímulos, ou seja, alterações no processo de conversão da ortografia para 
fonologia. Na segunda, ocorre o comprometimento do sistema de análise vísuo-
perceptiva para leitura, havendo prejuízos na compreensão do material lido. 
Entre as dislexias centrais, ressaltam-se a fonológica, a de superfície e a 
profunda; já as dislexias periféricas incluem a dislexia atencional, a por negligência 
e a literal (pura). Em relação às dislexias de desenvolvimento, as mais comuns são 
a dislexia fonológica e a de superfície, já mencionadas anteriormente, e a dislexia 
semântica. Esta se caracteriza pela preservação da leitura em voz alta, sem erros 
de decodificação (fonema-grafema), porém com pobreza na compreensão da 
escrita. 
Várias pesquisas vêm fornecendo evidências de déficits fonológicos em 
dislexias de desenvolvimento. No entanto, recentes estudos demonstraram a 
 
 
 
 
 
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existência de múltiplos déficits de processamento temporal nas dislexias. De fato, 
disléxicos mostram anormalidades visuais e auditivas que podem resultar de 
problemas generalizados na percepção e na seleção de estímulos. Crianças com 
dislexia apresentam alterações auditivas e visuais referentes à orientação espacial. 
Esses achados sugerem que déficits na atenção da seleção espacial podem 
desorganizar o desenvolvimento de representações fonológicas e ortográficas que 
são essenciais para o aprendizado da leitura. 
Em uma pesquisa realizada pelo Institute of Cognitive Neuroscience 
(Londres), foram investigados 16 disléxicos adultos e 16 controles através de uma 
bateria de testes psicométricos, fonológicos, auditivos, visuais e cerebelares. Dados 
individuais revelaram que todos os disléxicos apresentaram déficits fonológicos, 10 
mostraram déficits auditivos, quatro tinham déficits motores, e dois tinham déficits 
visuais. Esses achados sugerem que déficits fonológicos podem aparecer na 
ausência de qualquer outra alteração motora ou sensorial e são suficientes para 
causar um prejuízo significativo, como foi demonstrado em cinco dos 16 disléxicos. 
 
Dislexia e distúrbio da atenção/hiperatividade 
 
A grande maioria das crianças com déficit de atenção/ hiperatividade 
apresenta dificuldades escolares, podendo haver a concomitância dessas 
alterações com dislexia do desenvolvimento. Realizou-se um estudo comparando 
grupos de crianças com dificuldades de leitura sem déficit de 
atenção/hiperatividade, crianças somente com déficit de atenção e hiperatividade, 
crianças com dificuldade de leitura e déficit de atenção e hiperatividade, e crianças 
sem nenhum prejuízo. 
Foram investigados aspectos referentes ao processamento auditivo do lobo 
temporal dessas crianças. Os resultados da pesquisa não indicaram um déficit nas 
funções temporais auditivas em crianças com dificuldades de leitura, mas sugeriram 
que a presença de déficit de atenção e hiperatividade é um fator significante na 
performance de crianças com dificuldades de leitura. 
 
 
 
 
 
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Outra pesquisa realizada na Holanda (Department of Special Education, Vrije 
Universiteit, Amsterdã) mostrou que os déficit inibitórios em disléxicos lexicais 
podem ser atribuídos a disfunções em estruturas cerebrais fronto-centrais 
envolvidas em inibições motoras, sugerindo que possa haver uma associação entre 
dislexia lexical e déficit de 
atenção/hiperatividade, já que os dois 
grupos apresentam disfunção executiva. 
 
Dislexia e baixo peso ao nascimento 
 
Em relação às crianças que nascem 
com baixo peso, existe uma associação 
entre a presença de doença cerebral periventricular e baixa performance em 
testagens de leitura e habilidades de soletração. Em um estudo realizado nos 
Estados Unidos, pesquisadores buscaram encontrar associações entre dificuldades 
de leitura e seus potenciais fatores de risco em meninos e meninas. 
Os resultados indicaram que meninas com baixo peso ao nascimento 
apresentam duas vezes mais probabilidade de desenvolver alterações de leitura50. 
Salienta-se que existem diferenças na utilização cortical durante a leitura em 
crianças com baixo peso ao nascimento. 
Influências genéticas na dislexia Sabendo-se que existem alguns indivíduos 
que têm predisposição genética para dificuldades de leitura, as dislexias vêm sendo 
estudadas em função de seus aspectos genéticos. A leitura está sendo relacionada 
a cromossomos específicos (6, 1, 2 e 15), apesar de, até recentemente, não haver 
evidências de genes específicos responsáveis pela capacidade ou incapacidade de 
leitura. 
Achados mais recentes, pesquisados através do Projeto Genoma Humano, 
evidenciaram quatro genes de suscetibilidade à dislexia: DYX1, DYX2, DYX3 e 
DYX4. São genes em diferentes posições, suspeitando-se do caráter heterogêneo 
dos transtornos de leitura52. Uma outra pesquisa, que está sendo realizada pelo 
neuropsicólogo Frank Wood, da Universidade de Forest Wake, revela que outros 
 
 
 
 
 
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cromossomos (6, 1, 2 e 15) têm relações com a incapacidade de algumas crianças 
no processamento do texto. 
Mais especificamente, sabe-se que existe um lócus nos cromossomos 6 e 18 
que tem mostrado fortes e replicáveis efeitos nas habilidades de leitura53. É 
importante ressaltar que o progresso no entendimento do papel da genética na 
dislexia pode ajudar a diagnosticar e tratar crianças suscetíveis a tais dificuldades 
com maior efetividade e rapidez. Outras alterações da linguagem escrita - disgrafia 
e disortografia Devendo ser analisada através de diferentes tarefas (cópia, ditado e 
escrita espontânea), a expressão da escrita também pode evidenciar alterações 
como a disgrafia, ou seja, alterações no traçado das letras, e a disortografia, que se 
refere a alterações ortográficas na escrita das palavras não esperadas para 
determinada faixa etária e escolaridade. A disgrafia e a disortografia podem estar 
associadas ou não às dislexias. 
 
Dislalia 
 
Normalmente até os 6 anos de idade, a maioria dos sons da fala já está 
adquirida. A dislalia ou transtorno específico de articulação da fala ocorre quando a 
aquisição dos sons da fala pala criança está atrasada ou desviada, levando a: 
 má articulação e conseqüente dificuldade para que os outros a 
entendam; 
 omissões, distorções ou substituições dos sons da fala; 
 inconsistência na coocorrência de sons (isto é, a criança pode produzir 
fonemas corretamente em algumas posições nas palavras, mas não em outras). 
A gravidade do distúrbio articulatório varia de pouco ou nenhum efeito sobre 
a inteligibilidade da fala até uma fala completamente ininteligível, embora mesmo 
nestes casos, as pessoas da família compreendam o que a criança quer expressar. 
Existem vários fatores etiológicos, além dos aspectos que favorecem 
indiretamente a existência e manutenção da alteração, como: 
 permanência de esquemas de articulação infantis; 
 
 
 
 
 
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 déficit na discriminação auditiva; 
 déficit na orientação do ato motor da língua. 
Alterações na respiração, inadequação da 
mastigação e deglutição, hábitos orais 
inadequados (uso prolongado da chupeta emamadeira, onicofagia e sucção de dedo), podem 
causar prejuízos anatômicos e funcionais no 
sistema orofacial da criança, alterando os 
movimentos adequados e necessários para a 
produção correta dos fonemas. 
Diversas classificações são encontradas para o distúrbio articulatório, 
entretanto, a classificação abaixo é bastante esclarecedora: 
 Dislalias fonológicas: os mecanismos de conceitualização dos sons e 
as relações entre significantes e significados estão afetados, os sons não se 
organizam em sistemas e não existe uma forma apropriada de usá-los em um 
contexto; 
 Dislalias fonéticas: determinadas por processos fisiológicos, de 
realização articulatória com traços característicos de incoordenação motora e/ou 
insensibilidade orgânica. 
Existem alterações articulatórias nos casos de disartrias, entretanto estas são 
ocasionadas por danos cerebrais. 
 
Disfemia 
 
A disfemia é conhecida pela dificuldade em manter a fluência da expressão 
verbal, é um transtorno de fluência da palavra, que se caracteriza por uma 
expressão verbal interrompida em seu ritmo, de maneira mais ou menos brusca. O 
tipo mais comum de disfemia é a gagueira, também chamada de tartamudez. 
 
 
 
 
 
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A tartamudez se caracteriza pela interrupção 
da fluência verbal, por meio de repetições ou 
prolongamento dos sons, sílabas ou palavras. 
Frequentemente, ela vem acompanhada de 
movimentos corporais, como balançar os braços e 
as mãos, piscar os olhos ou tremor labial, na 
tentativa de superar o bloqueio da fala. Observa-se 
que a frequência e a intensidade da gagueira estão 
associadas ao estado emocional do indivíduo. 
Muitas crianças apresentam uma disfluência, também chamada gagueira 
fisiológica, entre os dois e cinco anos de idade, o que é considerado normal, visto 
que o desenvolvimento e a aquisição da linguagem se dão de forma intensa nesse 
período. A criança apresenta uma fala vacilante, repetições de vocábulos, 
semelhantes ao gaguejar, mas assim como a disfluência aparece, com o 
desenvolvimento da criança ela cessa. Recomenda-se não chamar a atenção da 
criança a respeito desse comportamento, nem corrigi-la ou completar frases e 
palavras por ela. Nessa fase pais e professores necessitam paciência e a espera 
para que a criança possa voltar a falar com ritmo normal. A procura por um 
tratamento só deve ser feita se a disfluência permanecer após essa fase. 
Não se reconhece uma etiologia única para a gagueira, e as formas 
terapêuticas e abordagens de tratamento são variadas, visando em alguns casos 
uma melhor adaptação social e emocional, passando pelo enfrentamento de 
situações de exposição verbal, pela diminuição da ansiedade e o aumento da 
autoestima. 
 
Afasia 
 
As afasias compreendem os transtornos de linguagem causados por uma 
lesão cerebral, ocorrida após a aquisição total da linguagem ou durante seu 
processo. Existem diferentes tipo de afasias, porém elas são definidas de acordo 
com o local lesionado. 
 
 
 
 
 
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Independente do local da lesão, a 
afasia é vista como um transtorno de 
linguagem no qual existe uma perda parcial 
ou total da capacidade de expressão dos 
pensamentos por sinais e da compreensão 
dos mesmos. Assim, entende-se que a 
afasia é a incapacidade de compreender a palavra falada, de leitura e escrita, 
embora essas últimas se apresentem em graus variáveis. 
 
Disfonias 
 
Embora não estejam incluídas nos transtornos de linguagem, as disfonias 
implicam as alterações na qualidade da voz ou em sua emissão, conseqüente de 
distúrbios orgânicos ou funcionais das cordas vocais ou ainda por uma respiração 
incorreta. A disfonia pode se apresentar através da rouquidão, soprosidade ou 
aspereza da voz. 
As circunstâncias afetivas, emocionais, os 
fatores culturais e estéticos, a idade, o sexo, as 
exigências e autovalorização da própria voz são 
fatores que influem diretamente na avaliação da 
patologia da vocal. 
As disfonias podem ser causadas por alterações 
orgânicas, desarmonia ou incoordenação dos 
músculos respiratórios, laríngeos e das cavidades de 
ressonância, principalmente geradas pelo mau uso ou abuso vocal. O 
otorrinolaringologista deve ser o médico que fará exames clínicos para diagnóstico 
juntamente com o fonoaudiólogo que atuará na reabilitação vocal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Intervenção na criança com distúrbio da linguagem 
 
São princípios básicos do trabalho em linguagem escrita com a criança: 
estimular a descoberta e utilização da lógica de seu pensamento na construção de 
palavras e textos e na representação de fonemas; oferecer oportunidades para a 
escrita e leitura espontâneas; explorar constantemente as diversas funções da 
escrita (não apenas produção textual mas também cartas e bilhetes); e explicitar as 
diferenças entre língua falada e língua escrita. É importante que a criança tenha 
adequada consciência de que a fala e a escrita são formas diferentes de expressão 
da linguagem. 
Alterações nos processos perceptivos da 
leitura ou nos processos psicolinguísticos 
(lexicais, visuais, fonológicos, sintáticos ou 
semânticos) podem acarretar dificuldades de 
leitura, estando a elaboração do programa de 
reabilitação diretamente relacionada com a avaliação dos processos deficitários na 
criança35. Em pacientes com dislexia de superfície, geralmente se utiliza uma 
estratégia lexical, e em disléxicos fonológicos, a intervenção mais apropriada é a 
estimulação da conversão grafema-fonema (não-lexical). Salienta-se a importância 
da estimulação da consciência fonológica em pré-leitores, visto que muitos estudos 
demonstram sua eficiência no aprendizado da leitura. 
A principal indicação atual para o tratamento de crianças com dificuldades de 
linguagem escrita é a intervenção direta nas habilidades de leitura, associada a 
atividades relacionadas ao processamento fonológico da linguagem. Práticas 
anteriores buscavam estimular habilidades consideradas pré-requisitos para o 
aprendizado da leitura, como percepção vísuo-espacial, habilidades psicomotoras, 
etc.. 
Todas as atividades de estimulação da linguagem escrita devem ser 
realizadas de forma lúdica, através de jogos e brincadeiras, para que a criança sinta 
prazer em ler e escrever. Em casa, o estímulo deve ser iniciado com a leitura de 
histórias infantis pelos pais para os filhos, a estimulação de jogos de rimas, que 
ajudam na consciência fonológica, jogos com letras e desenhos, para a criança já ir 
 
 
 
 
 
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se familiarizando com a escrita, leitura de rótulos e propagandas enfim, nunca se 
deve obrigar uma criança a ler um livro, e sim fazê-la ter vontade de ler e conhecer 
a sua história. 
A produção da fala e linguagem pode ser considerada adequada ou não de 
acordo com a idade cronológica. Para avaliá-la, é necessário levar em conta os 
aspectos cognitivos e emocionais do desenvolvimento, que poderão indicar ou não 
a severidade do caso, bem como a 
necessidade de orientação especializada à 
família e/ou terapia fonaudiológica. 
Sabe-se que a estimulação precoce da 
linguagem pode prevenir distúrbios de 
aprendizagem, dislexia e problemas de 
desenvolvimento. Pesquisas vêm 
demonstrando a importância dos 3 primeiros anos de vida no desenvolvimento do 
cérebro humano. 
São princípios básicos da intervenção na criança a avaliação do 
desenvolvimento da linguagem em todos os seus níveis, a orientação à família e 
escola e a terapia propriamente dita. 
Esta pode ser dividida em terapia da fala (onde serão abordados objetivos 
como desvios fonéticos e fonológicos), terapia de voz (disfonias), terapia de 
motricidade oral (distúrbios de alimentação, respiração e mobilidade de órgãos 
fonoarticulatórios), terapia de linguagem oral (onde o enfoque pode estar centrado 
na expressão e/ou recepção de linguagem) e terapia de linguagem escrita 
(dislexias,disortografias e disgrafias). 
Todas as atividades de estimulação dentro da terapia fonoaudiológica infantil 
devem ser realizadas de forma lúdica, através de jogos e brincadeiras, para que a 
criança sinta prazer nas técnicas propostas. Também é recomendável envolver a 
família e, quando necessário, a escola. A estimulação através de canto, conversa, 
brincadeiras e leitura propicia a aquisição de habilidades que favorecem o 
desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
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Para que comece a ocorrer um processo de comunicação, a criança deverá 
se sentir motivada. Deverá existir o que se chama de intenção comunicativa 
(através da fala serão conseguidos objetos de interesse da criança). Este aspecto 
surge através do contato diário com as pessoas e da estimulação que essa 
interação propicia. Também devemos considerar a importância da amamentação 
materna, alimentação com textura e consistência adequadas nas diferentes fases e 
a não existência de hábito de sucção de dedo ou chupeta além dos 2 anos. Todos 
esses fatores contribuem para uma musculatura orofacial adequada à produção da 
fala. A família tem papel fundamental na estimulação da linguagem, e cabe ao 
médico e/ou terapeuta envolvê-la ou permitir envolver-se pela família. 
 
 
 
 
 
 
 
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31 
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