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Livro-Texto Unidade I Economia Gestao Farmaceutica

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Autor: Prof. Juliano Rodrigo Guerreiro 
Economia e Gestão 
Farmacêutica
Professor conteudista: Juliano Rodrigo Guerreiro
Juliano Rodrigo Guerreiro é formado em Farmácia-Bioquímica pela Universidade de São Paulo (2004) e Doutor em 
Bioquímica pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo (2009). Desenvolve o pós-doutorado com ênfase 
em Bioquímica de Plantas pela ESALQ/USP (2009-2012).
Atualmente é coordenador do curso de Farmácia (desde 2008) e professor titular da Universidade Paulista 
(desde 2009), tendo sido professor auxiliar da mesma universidade de 2005 a 2009. Tem experiência nas áreas de 
Bioquímica, Fisiologia e Química, além de gerenciamento de drogarias, atuando principalmente nos seguintes temas: 
Estrutura de Biomoléculas, Bioquímica Estrutural, Metabólica e Clínica, Bioquímica e Fisiologia de Plantas, Interação 
Ligante-Receptor e Venenos Animais. É autor e coautor de 13 artigos científicos sobre Venenos Animais, Fisiologia e 
Bioquímica, além de três patentes e um capítulo de livro.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
G934e Guerreiro, Juliano Rodrigo 
Economia e Gestão Farmacêutica / Juliano Rodrigo Guerreiro. – 
São Paulo: Editora Sol, 2019.
88 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXV, n. 2-026/19, ISSN 1517-9230.
1. Gestão farmacêutica. 2. Farmacoeconomia. 3. Políticas 
farmacêuticas. I.Título.
CDU 615
U500.80 – 19
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Virgínia Bilatto
 Andréia Andrade
Sumário
Economia e Gestão Farmacêutica
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 ECONOMIA FARMACÊUTICA ..........................................................................................................................9
1.1 Economia da saúde.................................................................................................................................9
1.2 Formas de financiamento dos gastos com saúde .................................................................. 10
1.3 Gastos com saúde x expectativa de vida .................................................................................. 11
1.4 Saúde complementar no Brasil....................................................................................................... 12
2 ECONOMIA SETORIAL FARMACÊUTICA ................................................................................................. 15
2.1 Indústria farmacêutica – relevância ............................................................................................. 15
2.2 Indústria farmacêutica – competitividade ................................................................................ 15
2.3 A importância das patentes para a indústria farmacêutica de inovação ..................... 16
2.4 Regulação do mercado farmacêutico .......................................................................................... 17
2.5 Agentes econômicos do segmento farmacêutico ................................................................. 19
2.5.1 Indústrias farmacêuticas ..................................................................................................................... 19
2.5.2 Comércio farmacêutico....................................................................................................................... 19
3 POLÍTICAS NA ÁREA FARMACÊUTICA ..................................................................................................... 21
3.1 Política Nacional de Medicamentos ............................................................................................. 22
3.2 Política Nacional de Assistência Farmacêutica ........................................................................ 24
3.3 Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos ...................................................... 26
4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................................................................................... 27
4.1 Organograma ......................................................................................................................................... 28
4.2 Fluxograma ............................................................................................................................................. 29
4.3 Layout ....................................................................................................................................................... 30
Unidade II
5 FARMACOECONOMIA .................................................................................................................................... 36
5.1 Métodos em farmacoeconomia ..................................................................................................... 36
5.1.1 Análise de custo x benefício ............................................................................................................... 36
5.1.2 Análise de minimização de custos ................................................................................................... 37
5.1.3 Análise de custo x efetividade ........................................................................................................... 38
5.1.4 Análise de custo x utilidade................................................................................................................ 39
6 NORMAS INTERNACIONAIS ISO ................................................................................................................ 42
6.1 ISO 9000 – garantia da qualidade ................................................................................................. 43
6.1.1 ISO 9001:1994 .......................................................................................................................................... 44
6.1.2 ISO 9001:2000 .......................................................................................................................................... 45
6.1.3 ISO 9000:2005 ......................................................................................................................................... 46
6.1.4 ISO 9001:2008 .......................................................................................................................................... 46
6.2 ISO 14000 – meio ambiente ........................................................................................................... 46
6.3 ISO 26000 – responsabilidadesocial ............................................................................................ 49
6.4 Saúde e segurança do trabalhador ............................................................................................... 50
7 CONTABILIDADE ............................................................................................................................................... 52
7.1 Balanço Patrimonial ............................................................................................................................ 53
7.2 Abertura de empresa ........................................................................................................................... 55
7.3 Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) .................................................................. 56
7.4 Análise de demonstrações financeiras......................................................................................... 61
7.4.1 Análise horizontal ................................................................................................................................... 62
7.4.2 Índices financeiros .................................................................................................................................. 63
7.4.3 Análise vertical ......................................................................................................................................... 64
7.5 Índices de balanço ............................................................................................................................... 64
7.6 Retorno sobre o investimento ........................................................................................................ 66
7.7 Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP) ........................................... 68
8 MARKETING FARMACÊUTICO .................................................................................................................... 69
8.1 Conhecendo os principais clientes ............................................................................................... 71
8.1.1 Pacientes .................................................................................................................................................... 71
8.1.2 Médicos ....................................................................................................................................................... 71
8.2 Conhecendo o cliente de farmácias e drogarias ..................................................................... 71
8.3 Ações de fidelização ............................................................................................................................ 76
8.3.1 Cartão fidelidade ..................................................................................................................................... 76
8.3.2 Layout .......................................................................................................................................................... 77
7
APRESENTAÇÃO
A disciplina Economia e Gestão Farmacêutica desenvolve tópicos fundamentais para a ascensão do 
profissional farmacêutico em sua carreira, proporciona ao aluno conhecimentos gerais sobre economia, 
gestão e administração aplicáveis no dia a dia do farmacêutico.
Este livro-texto tem como objetivos primordiais fazer que o aluno venha a compreender que a 
economia e a gestão de empresas farmacêuticas são peças fundamentais para o êxito profissional. E que 
as funções administrativas são, na verdade, as principais vias para ascensão do profissional farmacêutico 
em sua carreira profissional. Mostrar ao acadêmico de Farmácia a abrangência das empresas farmacêuticas 
e a sua complexidade administrativa, e também as características econômicas do setor. Além disso, é de 
suma importância o entendimento dos aspectos econômicos do setor farmacêutico e da saúde como 
um todo, das informações sobre os organogramas de empresas privadas, estatais e sem fins lucrativos 
(terceiro setor) e tipos de sociedade e de controle financeiro, como as S.A. e as Ltda.
Ao término, o aluno terá conceitos básicos de administração geral, com conhecimento dos 
documentos legais, desde a abertura da empresa, sua gestão e fechamento, e dos diversos tipos de 
empresa (e setores de empresas) farmacêuticas comuns à atuação do profissional farmacêutico. Será 
oferecida, ainda, uma noção de aspectos administrativos gerais: tipos de custos, gerenciamento de 
materiais, fluxograma de operações, além de fazer com que o aluno:
• conscientize-se da importância do envolvimento do profissional com a gestão financeira;
• conheça e interprete parâmetros e valores econômicos, assim como índices financeiros;
• entenda os mecanismos econômicos gerais do país e suas correlações com a área farmacêutica;
• interprete os valores e conceitos aplicados ao setor econômico da saúde, como farmacoeconomia; 
• conheça o funcionamento do mercado farmacêutico e como é regulado por órgãos públicos;
• seja capaz de perceber oportunidades profissionais na área de gestão financeira;
• reconheça as características gerais e necessidades de um determinado ramo de negócio 
farmacêutico, como empresas inovadoras e farmoquímica, comércios e serviços.
INTRODUÇÃO
O livro-texto está dividido em duas unidades – na primeira, serão discutidos temas da área de 
Economia Farmacêutica, como: 
• economia da saúde: gastos dos países, financiamento público e privado, relação investimento em 
saúde x resultados. Tamanho e perspectivas da saúde complementar no Brasil e investimento público 
e privado;
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• economia setorial farmacêutica. Conceitos de bem de consumo credencial, valor da patente, foco 
dos investimentos em novos fármacos, barreiras econômicas e tecnológicas que movimentam 
o setor farmacêutico; papel dos órgãos públicos na economia setorial farmacêutica, como a 
regulação de preços;
• agentes econômicos do segmento farmacêutico, com enfoque em estratégias em função do 
porte e do nível tecnológico; indústria inovadora, farmoquímica, de especialidades; comércio, 
atacado, rede varejista, associativismo de varejistas, franquias, varejistas independentes; tipos de 
estabelecimentos comerciais;
• Política Nacional de Medicamentos, Política Nacional de Assistência Farmacêutica e Política 
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e suas aplicações;
• estrutura organizacional: padrões de organogramas, fluxogramas e layouts.
Já na segunda unidade, serão introduzidos temas relacionados à Gestão Farmacêutica e sua 
aplicabilidade, bem como entendimentos de normas de produção, como, por exemplo: 
• estrutura organizacional; conceitos básicos (ênfase na necessidade de administrar), tipos de 
empresas e suas implicações legais (Ltda., S.A.), tipos de sociedade, organogramas (estrutura), tipos 
de custos e desenvolvimento de orçamento; gestão financeira e contabilidade aplicada ao setor 
farmacêutico. Análises de índices que revelam a situação contábil da empresa ou estabelecimentos 
comerciais. Planejamento e programação do controle de produção de empresas farmacêuticas;
• economia farmacêutica (farmacoeconomia) e estratégias de produção e pesquisa, valor das 
patentes e dos genéricos; métodos utilizados na farmacoeconomia, como análise custo x benefício, 
minimização de custos, análise custo x efetividade e análise custo x utilidade;
• normas internacionais ISO; noções de gestão de qualidade (BPF e normas ISO);
• marketing farmacêutico; promoção de produtos, noções de controle de produção, setores 
emergentes pertinentes aos farmacêuticos (Pharmacy Benefit Management (PBM); Clinical 
Research Organization (CRO). Análise de customização, personalização e fidelização de 
consumidoresde produtos farmacêuticos e correlatos.
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ECONOMIA E GESTÃO FARMACÊUTICA
Unidade I
1 ECONOMIA FARMACÊUTICA
A economia farmacêutica estuda aspectos econômicos, nos campos da Farmácia, e aplica-os 
ao desenvolvimento e estudo da economia médica e aos impactos dos medicamentos no custo 
de saúde. A economia farmacêutica também inclui considerações econômicas do sistema de 
distribuição da assistência farmacêutica e da prescrição dos remédios, especialmente quanto ao 
custo/ benefício. 
1.1 Economia da saúde
A relação entre economia e saúde é, por vezes, conflituosa, pois cada setor entende de modo diferente 
a assistência à saúde. As profissões da área de saúde tendem a seguir a premissa de que saúde não 
tem preço e qualquer esforço deve ser feito para salvar uma vida. Já as profissões da área econômica 
valorizam a ética social e o bem comum. 
Ambos os grupos divergem basicamente sobre a utilização dos recursos e na gestão eficiente dos 
serviços de saúde. No Brasil, quase não há profissionais que tenham formação nas duas áreas; porém, na 
Europa, profissionais que possuem formação nessa interface economia-saúde contribuem sobremaneira 
com o planejamento e a administração dos serviços de saúde.
A economia da saúde é definida como: 
O estudo de como os homens e a sociedade escolhem, com ou sem o 
uso de dinheiro, a utilização de recursos produtivos limitados, que têm 
usos alternativos, para produzir bens e distribuí-los como consumo, atual 
ou futuro, entre indivíduos e grupos na sociedade. Ela analisa os custos 
e os benefícios da melhoria das formas de distribuir os referidos recursos 
(SAMUELSON, 1976, p. 3).
Essa definição aplica-se diretamente no cotidiano do setor de saúde, no qual a aplicação dos poucos 
recursos é decidida de forma centralizada e política. Os recursos do setor de saúde dão origem a bens 
e serviços que são repassados de acordo com as características do sistema de saúde. Já a avaliação 
econômica cuida dos custos e benefícios e das formas de distribuição.
A assistência médica foi atribuída financeiramente ao Estado depois da Segunda Guerra Mundial, 
exatamente quando ocorreu a universalização do sistema de saúde em detrimento do universo de 
trabalho. Já na década de 1960, os gastos dos Estados com o sistema de saúde começaram a crescer 
de forma mais intensa, principalmente em países mais desenvolvidos (OCDE). Esses países investiam, na 
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década de 1960, por volta de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) e passaram a investir por volta de 12%, 
na década de 1980, preocupando os economistas e associados do setor.
Tabela 1
País Per capta
Alemanha 2.820
Austrália 2.532
Brasil 573
Canadá 2.792
Espanha 1.607
Estados Unidos 4.887
Reino Unido 1.999
Fonte: OMS - The World Health Report.
Obs.: Em dólares internacionais.
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1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
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Ano
Va
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US
$
13 27 75
250
666
1.700
Eua 1950-2000 → Custos diretos totais
Figura 1
1.2 Formas de financiamento dos gastos com saúde
Os sistemas de saúde tidos como universais, que cobrem a totalidade da população (caso do Brasil), 
são financiados com recursos dos impostos, já que é uma atribuição geral do Estado. Esse sistema é 
conhecido como unificado, pois possui uma única fonte de financiamento centralizada, ainda que a 
execução e administração sejam regionalizadas.
Os recursos destinados à saúde são alocados em fundos de saúde, que são como um banco único 
que financia os programas do ministério. Esses recursos podem ser enviados do governo federal para os 
governos regionais (estados e municípios) e formam outros fundos unificados. 
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ECONOMIA E GESTÃO FARMACÊUTICA
A maioria dos sistemas de saúde universais é financiada com recursos fiscais e impostos sobre a folha 
de pagamento e salários. Este é o caso do Brasil e de alguns países europeus, já em Cuba e em alguns 
países do Leste Europeu, o sistema de saúde universal e unificado funciona com menos flexibilidade de 
financiamentos.
Os sistemas de saúde que são administrados de forma muita rígida sofrem com a impossibilidade 
de reduzir gastos ou melhorar a qualidade e cobertura dos produtos e serviços sem aumentar as 
despesas. Dessa forma, alguns países europeus iniciaram reformas nos sistemas de saúde, a fim de 
introduzir mecanismos que estimulem a concorrência para aumentar a eficiência sem que diminua a 
qualidade dos serviços prestados aos cidadãos. Quando um país passa por uma crise de arrecadação 
de impostos, há sempre introduções e modificações nos sistemas de saúde universais e unificados, 
melhorando a flexibilidade de gestão e de financiamentos, além de estratégias de coberturas. Algumas 
dessas modificações são as introduções de várias formas de coberturas e financiamentos dos sistemas 
de saúde, por exemplo:
• a população de baixa renda terá um sistema de atenção médica gratuita, financiado com impostos. 
Os serviços podem ser prestados pelo sistema público ou privado, tendo sempre uma cobertura 
mínima e de qualidade que será fiscalizada por algum órgão público regulamentador;
• aos trabalhadores formais, o sistema de saúde é baseado em impostos sobre a folha de pagamento. 
Os serviços devem garantir patamares mínimos de cobertura segundo níveis de renda;
• as pessoas com renda mais alta possuem um sistema de saúde baseado em desembolso direto de 
recursos, em planos de saúde complementares, seguro-saúde ou em outras estratégias, abatidas 
do imposto de renda.
 Lembrete
Os sistemas de saúde universais (Brasil) são financiados com recursos 
dos impostos, sendo esse sistema unificado, pois possui uma única fonte 
de financiamento centralizada, embora a administração seja regionalizada.
1.3 Gastos com saúde x expectativa de vida 
Qual o nível máximo de saúde que um sistema de saúde pode oferecer? Esta pergunta não pode ser 
facilmente respondida, pois o sistema de saúde não é o único responsável pela saúde da população. Ainda, 
se for levado em consideração a complexidade da definição do conceito de saúde, pode-se entender 
melhor sua complexidade. Saúde depende de inúmeros fatores, como biológico, cultural, ambiental, 
social, econômico e psicológico. 
É claro que nutrição, saneamento básico, escolaridade e renda são quesitos importantes para 
determinar o estado de saúde de uma coletividade. Os sistemas de saúde são melhores e possuem 
melhores indicadores de qualidade em sociedades que apresentam altos níveis de desenvolvimento 
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nos parâmetros citados anteriormente. O inverso também é verdadeiro, e sociedades com baixos 
níveis de desenvolvimento nas áreas supracitadas apresentam sistemas de saúde precários, ou 
seja, é impossível melhorar o sistema de saúde da população sem antes melhorar seus indicadores 
sociais e econômicos.
Os serviços prestados na área da saúde não são gratuitos, representam um enorme comprometimento 
de recursos humanos, de matérias-primas e de capital. Os sistemas de saúde contribuem efetivamente 
para a saúde das populações e também para uma melhor qualidade de vida, pelos benefícios econômicos 
que trazem devido às melhorias das funções humanas e de produtividade. 
Dessa forma, convém chamar os recursos gastos com o sistema de saúde de investimento em 
saúde, pois aumentam a possibilidade de as pessoasproduzirem e gerarem riquezas.
Impostos e 
contribuições 
sociais
SUS
Gasto direto
das famílias
Empresa
Planos e seguros 
saúde
Rede privadaRede pública
Fontes
Fundos
Compra
Prestação de
serviços
Estrutura de financiamento e prestação de serviços 
Figura 2
 Observação
Os sistemas de saúde contribuem para a saúde das populações, pois 
melhoram a qualidade de vida pelos benefícios econômicos que trazem 
devido às melhorias das funções humanas e de produtividade.
1.4 Saúde complementar no Brasil
O sistema complementar de saúde engloba os serviços prestados por seguradoras de seguros-saúde, 
empresas de medicina e odontologia de grupo, cooperativas (especializadas em planos médico-hospitalares 
e/ou odontológicos), entidades filantrópicas, companhias de autogestão e administradoras. As operadoras 
compram dos prestadores de serviços da área de saúde (médicos, laboratórios, clínicas, hospitais) 
serviços como consultas, exames, internações, cirurgias, tratamentos, entre outros. Para tanto, dispõem 
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ECONOMIA E GESTÃO FARMACÊUTICA
de carteira de clientes (conveniados ou segurados), que, a partir de contratos, remuneram as operadoras 
de planos e seguros-saúde por meio de mensalidades. 
Há uma ampla gama de planos e seguros de saúde oferecidos aos consumidores, cada um 
se distingue pela cobertura de rede de serviços oferecida, padrão de conforto, carências, valor, 
entre outros. São os convênios médicos que, praticamente, financiam o setor privado da saúde, 
já que chegam a ser responsáveis por 80% a 90% do faturamento dos maiores hospitais privados 
do país. 
Embora tenham sido considerados pela Constituição de 1988, os planos de saúde privados 
começaram a funcionar em 1964, quando o governo federal passou a credenciar a assistência 
médica privada para atender a pacientes do serviço público. Nas décadas seguintes, essas 
operadoras teriam papel crucial no desenvolvimento do setor de saúde suplementar, que se 
consolidaria também devido à incapacidade do Estado de suprir todas as demandas por saúde da 
população. A saúde suplementar cresceu a tal ponto que o Brasil passou a ter o maior mercado 
privado de serviços relacionados à saúde da América Latina. 
O forte desenvolvimento deu-se já a partir dos anos 1960, com as empresas de medicina de grupo. 
Companhias de grande porte passaram a adotar o convênio-empresa nos anos seguintes. Na década 
de 1970, um complexo médico-hospitalar começa a se consolidar no país e, em virtude do crescimento 
dos custos da medicina, com a incorporação crescente de novas tecnologias, os hospitais foram ficando 
cada vez mais dependentes dos planos de saúde, que passaram a ser a alternativa para financiar os 
gastos de uma parcela da população. Nessa década, surge a primeira regulamentação operacional para 
o seguro-saúde. 
As operadoras de planos de saúde consolidaram sua presença no mercado no início dos anos 
1980, atendendo a uma parcela significativa da classe média e de trabalhadores especializados nas 
regiões Sul e Sudeste. Estima-se que, à época, cerca de 15 milhões de pessoas já eram beneficiárias 
de planos oferecidos pelas empresas de medicina de grupo e pelas cooperativas. No fim dos 
anos 1980, as operadoras desse segmento passaram a vender planos individuais com padrões de 
cobertura diferenciados. 
Há um significativo crescimento do mercado de saúde suplementar entre o fim da década de 1980 
e o início dos anos 1990, com a expansão das vendas de planos individuais e com uma forte demanda 
de novos grupos de trabalhadores, com destaque para o funcionalismo público e os empregados em 
estatais. 
Entre 1987 e 1992, por exemplo, houve um aumento médio de 7,4% no número de usuários de 
medicina privada. Vale lembrar que é nesse contexto de grande expansão da medicina suplementar que 
foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS). 
Nos anos seguintes, o bom desempenho da saúde suplementar continuou. O número de beneficiários 
do setor saltou de 32 milhões, em 1992, para pouco mais de 41 milhões, em 1997. Todavia, se desde 
as décadas anteriores o setor caminhou para a consolidação, com a formação de uma classe média 
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significativa e o incremento da demanda por parte de trabalhadores e empresas por uma assistência 
médica com qualidade, a partir dos anos 1990, para alguns especialistas, o crescimento ocorreu também 
devido à queda na qualidade dos serviços públicos de saúde. 
No fim dos anos 1990, as perspectivas para a saúde suplementar eram positivas. Em 1998, 
estimava-se que o setor teria, em cinco anos, 80 milhões de usuários de planos de saúde no país, 
ante o pouco mais de 40 milhões de então. A perspectiva de regulamentação levou os analistas a 
prever que haveria a entrada de companhias estrangeiras que contribuiriam para a expansão da 
saúde suplementar. 
A partir do fim do século passado, o setor entrou em estagnação, de tal forma que, em março 
de 2006, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula o setor, informou que o Brasil 
possuía 42,4 milhões de beneficiários. Esse número está próximo do que os especialistas estimavam 
existir em 1998, entre 40 milhões e 43 milhões de usuários. A estagnação da saúde suplementar ocorreu 
justamente após a aprovação da Lei 9.656, em junho de 1998, que, finalmente, trouxe regulamentação 
a um setor que já existia desde os anos 1950. 
Os debates em torno da necessidade de criar regras para o mercado, os quais vinham sendo tratados 
desde o início dos anos 1990, e a aprovação da lei tornaram-se o marco mais importante na história do 
setor de saúde suplementar no Brasil. 
96,9
77,5
72,0
72,0
70,6
48,7
44,1
3,1
22,5
28,0
28,0
29,4
51,3
55,9
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Reino Unido
Alemanha
Austrália
Canadá
Espanha
Brasil
Estados Unidos
Participação (%) Pública e Privada no Financiamento da 
Saúde em Países federativos e/ou de Cobertura Universal
Gasto público Gasto privado
Figura 3
 Saiba mais
Para mais informações sobre saúde complementar no Brasil, consultar 
o site: <www.ans.gov.br>.
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ECONOMIA E GESTÃO FARMACÊUTICA
2 ECONOMIA SETORIAL FARMACÊUTICA
A indústria intensiva é intensiva em pesquisa e, ao longo de sua história, apresentou ritmo acelerado 
de inovações implementadas por empresas em estreita relação com outras instituições. 
O lançamento de produtos novos ou melhorados constitui elemento central no padrão de competição 
da indústria, possibilitado pela inovação tecnológica, exigindo elevados investimentos em pesquisa 
e desenvolvimento, e conta, ainda, com amplo respaldo do sistema internacional de propriedade 
intelectual e expressivo gasto em marketing e propaganda.
2.1 Indústria farmacêutica – relevância
A indústria farmacêutica tem crucial importância para a economia brasileira não apenas por ser 
fornecedora de bens essenciais, mas também porque é um segmento produtivo interdependente e de 
alto desenvolvimento tecnológico. Além disso, é um setor suscetível a políticas públicas, sobretudo pelo 
poder de compra do Estado, o maior comprador de medicamentos do país. 
É grande importadora de insumos e produtos, revelando-se altamente deficitária em seu comércio 
exterior. A estrutura industrial, segundo dados da PIA-IBGE de 2001 (último ano disponível), era 
composta por cerca de 780 empresas, com mais de 88 mil funcionários e faturamento próximo a US$ 
6,4 bilhões, sendo 66% dessa receita de responsabilidade de empresas multinacionais.Isso significa uma 
participação de 2,5% no valor agregado pela indústria brasileira.
Em termos comparativos, em 2008, a participação da indústria farmacêutica no PIB industrial do 
país era de 3,8%, e a participação das empresas transnacionais nas vendas setoriais não chegava a 50% 
do total. A taxa de crescimento das vendas de medicamentos no Brasil tem sido seis vezes superior ao 
desempenho dos mercados desenvolvidos, segundo a Federação Internacional da Indústria Farmacêutica. 
A média de expansão gira em torno de 13% ao ano, enquanto nos países ricos não chega a 2%, 
fazendo com que o Brasil mantenha o sétimo lugar no ranking global, segundo a IMS Health. As contas 
de 2011 ainda estão sendo apuradas, mas já é possível aferir que o ano deve fechar com bons resultados 
para a indústria farmacêutica instalada no país, projetando que deva fechar o balanço do ano com 
faturamento na casa dos R$ 41 bilhões, o que representa crescimento de 13% em relação a 2010. 
 Lembrete
Em 2010, no Brasil, a indústria farmacêutica teve faturamento 
aproximado de R$ 41 bilhões.
2.2 Indústria farmacêutica – competitividade
A indústria farmacêutica apresenta um padrão muito concentrado e sem muita concorrência, 
baseado na inovação tecnológica e na propriedade intelectual, exercida sob a forma de patentes (em 
marcas, princípio ativo, processo produtivo ou forma de ação no organismo). 
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O faturamento obtido pelas patentes implica, por um lado, grande esforço na inovação, com 
crescentes e elevados gastos em desenvolvimento de novos produtos, e, por outro, grande concentração 
do capital. Em 2010, por exemplo, as vendas das quatro maiores companhias do mundo respondiam por 
cerca de 30% do total do setor. Em 2009, essas empresas investiram em conjunto quase US$ 20 bilhões 
em inovação. 
Para cada uma delas, o investimento em inovação representou, em média, 12% do faturamento. São 
elevados também o grau de transnacionalização dessas empresas e o nível de comércio internacional 
intraempresa. No entanto, as empresas não disputam apenas o mercado no segmento dos medicamentos 
patenteados, mas também no segmento dos genéricos (com patentes expiradas) e no segmento dos 
medicamentos similares. No caso dos similares, a concorrência envolve força de uma marca e distribuição, 
e, no caso dos genéricos, dá-se principalmente via preços. Nesses dois casos, empresas de menor porte 
e sem escala internacional podem encontrar segmentos de atuação, tal como vem ocorrendo no Brasil.
Finalmente, o setor é muito suscetível à regulação governamental (aprovação e controle de 
medicamentos, defesa da concorrência, entre outras formas) e a políticas públicas em geral, tais 
como compras governamentais e tributação, o que lhe confere um padrão de concorrência e atuação 
estratégica ainda mais particular. Esse segmento também se revela sensível a alterações no nível de 
renda da população.
2.3 A importância das patentes para a indústria farmacêutica de inovação
O sucesso de uma indústria farmacêutica está intimamente associado à sua capacidade de gerar 
produtos que possam ser produzidos e comercializados apenas pela empresa que os desenvolveu. Essa 
proteção é um documento depositado em órgãos regulamentadores e conhecido como patente. O 
tempo dessa proteção varia entre os países, sendo no Brasil vinte anos. 
Embora esse tempo possa parecer grande, na verdade, não é, pois do depósito da patente à 
comercialização do produto leva em média quatorze anos, ou seja, a empresa possui seis anos, em 
média, para comercializar de forma exclusiva o produto que ela própria desenvolveu. 
É nessa janela de poucos anos que a empresa recupera o investimento que fez durante a maior 
parte do tempo de validade da patente. Em média, o desenvolvimento de um fármaco totalmente novo 
custa US$ 100 milhões, e são os documentos patentários que garantem que a empresa possa recuperar 
os recursos investidos. Vale ressaltar que há inúmeras moléculas que começam a ser desenvolvidas, 
mas que não podem ser comercializadas devido a algum problema intrínseco do fármaco, e todo o 
investimento feito no desenvolvimento desse produto é perdido. 
Dessa forma, a ausência ou a fraca proteção de patentes é um desestímulo aos investimentos em 
novos medicamentos e, consequentemente, à concorrência, uma vez que as empresas farmacêuticas 
não concorrem com preços, mas com diferenciação de produtos e inovações, o que demanda maiores 
gastos em desenvolvimento. Além disso, a indústria farmacêutica de medicamentos genéricos também 
seria prejudicada, uma vez que não haveria novos produtos a serem copiados e explorados, como ocorre 
quando a patente termina.
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ECONOMIA E GESTÃO FARMACÊUTICA
Essas afirmações podem ser verificadas ao se observar a própria indústria farmacêutica brasileira, 
que era fortemente focada na produção de genéricos desde os anos 1950, quando o governo passou a 
não reconhecer mais as patentes para produtos farmacêuticos. 
Assim, sem proteção, as empresas passaram a depender da cópia de medicamentos 
fabricados pelas multinacionais, o que levou à diminuição dos incentivos para investimentos 
em desenvolvimento e à redução dos investimentos estrangeiros no setor, que, somados aos 
inexistentes auxílios do governo, contribuíram para o esfacelamento e a desnacionalização da 
indústria farmacêutica brasileira.
Na década de 1990, entrou em vigor a Lei nº 9.279/96, que permitiu a concessão de patentes de 
medicamentos, apesar da resistência de setores que acreditavam que a concessão levaria ao aumento 
excessivo dos preços, à diminuição do consumo de medicamentos, à transferência de recursos ao exterior 
e à concentração acentuada do mercado, causando problemas na concorrência e na política de acesso 
a medicamentos. 
De qualquer forma, é importante ressaltar que as patentes de medicamentos são tão importantes 
para a indústria farmacêutica de pesquisa como para a indústria de genéricos, já que possibilita maior 
segurança para investimentos no setor, e, consequentemente, maior concorrência e desenvolvimento 
tecnológico e econômico.
 Observação
As patentes são documentos que garantem a proteção legal de 
exclusividade para produção e comercialização de um produto.
2.4 Regulação do mercado farmacêutico
As empresas produtoras de medicamentos possuem, individualmente, capacidade para impor sua 
política comercial aos consumidores, ou seja, o poder de mercado. Dessa maneira, podem aumentar 
preços independentemente da formação de cartel ou de outras condutas punidas pela Lei de Defesa da 
Concorrência. 
A estratégia de diferenciação de produtos desenvolvida pelas empresas, as características 
técnicas dos produtos, bastante complexas, a lealdade à marca desenvolvida pelos médicos, 
associadas à dificuldade de compreensão das informações disponíveis sobre os preços e a qualidade 
dos produtos, retiram a capacidade de o consumidor reagir no mercado, desviando suas compras 
para produtos substitutos, o que facilita a imposição de aumentos de preço por parte da indústria.
A lei de defesa da concorrência é inapropriada para evitar ou punir a prática do aumento unilateral 
de preços. Além de não conseguir o enquadramento legal apropriado, age relativamente, após o abuso 
ter se verificado, e é aplicada por meio de processos morosos. 
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As características dos produtos do mercado farmacêutico não permitem ações reativas e 
morosas. Em nenhuma economia desenvolvida, a indústria farmacêutica, diante do evidente poder 
de mercado eda absoluta essencialidade do produto, fixa preços diretamente para o consumidor, 
à exceção dos EUA, e mesmo assim apenas para uma pequena parcela do mercado não coberta 
pelos planos de saúde. 
Verificam-se no mercado aumentos sucessivos de preços ao longo dos últimos dez anos, sem o 
aumento da quantidade vendida, apesar do crescimento da população, por volta de 14% no período. 
Assim, cabe ao poder público encontrar instrumentos capazes de impedir o abuso do poder de mercado 
na forma da imposição de preços por parte da indústria.
Os mecanismos disponíveis para a redução do poder de mercado dos fabricantes têm eficiência 
discutível e incerta a curto e médio prazo. Assim, adotá-los e aguardar que seus efeitos sejam observados 
não resguardará a sociedade do aumento de preços futuro. 
É preciso ressaltar que, mesmo sendo viável o financiamento público, haveria necessidade de 
regulação do mercado para as parcelas da população não cobertas. Por outro lado, o financiamento 
público implica pesada intervenção do poder público, no sentido de estabelecer os preços aceitáveis 
para a compra de medicamentos, como ocorre nos demais países em que o instrumento é utilizado –, ou 
seja, o preço pago pelo Estado é absoluta e totalmente controlado, tornando necessária uma gerência 
para realizar esse trabalho. 
A omissão do poder público nesse mercado, nessas circunstâncias, implica descumprimento de 
mandado constitucional. Resta a intervenção no mercado, estabelecendo competência legal para 
a regulação econômica, especialmente no que concerne à variável preço e à instrução dos atos de 
concentração do setor.
1990 - Reforma 
comercial e fim da 
intervenção direta na 
economia
O setor 
farmacêutico, 
apesar da 
desregulamentação
Operou na 
contramão
Bases para a introdução da concorrência 
no país, ganhou impulso com a 
estabilidade dos preços obtida a partir de 
1994 (Plano Real)
Praticando aumentos 
significativos e não 
transitórios nos preços 
dos medicamentos
Figura 4
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2.5 Agentes econômicos do segmento farmacêutico 
2.5.1 Indústrias farmacêuticas
• Indústria inovadora
São indústrias focadas no desenvolvimento de medicamentos, com alta capacidade de investimento 
em inovação. O processo de inovação da indústria é dividido em seis etapas (pesquisa básica, patente, 
pesquisa clínica, registro, precificação e incorporação). 
Além disso, essas empresas são dependentes de marcos regulatórios. No caso do Brasil, 
o país possui um marco regulatório eficiente, mas mal-administrado, como no caso dos 
sistema CEP/CONEP e, em outros casos, apresenta instituições que são um entrave adicional 
não desprezível no processo de inovação farmacêutica no país, caso da anuência prévia para 
concessão de patentes.
• Indústria farmoquímica
A indústria farmoquímica engloba empresas que realizam processos extrativos, nos reinos animal (ex.: 
heparina), mineral (ex.: cloreto de sódio) e vegetal (ex.: rutina). Podem, ainda, obter fármacos por síntese 
química (ex.: omeprazol), por processos biotecnológicos clássicos, como fermentativos (ex.: penicilina) 
e enzimáticos (ex.: amoxicilina). Podem ser obtidos ainda por processos biotecnológicos modernos (ex.: 
alfainterferona). 
Os adjuvantes farmacotécnicos são produtos químicos usados para a elaboração de formas 
farmacêuticas que carreiam os farmoquímicos para os organismos a que se destinam (humano 
ou veterinário), embora sem ação farmacológica. Esses adjuvantes farmacotécnicos são também 
chamados de insumos farmacêuticos não ativos ou excipientes, e são produzidos pela indústria 
farmoquímica.
2.5.2 Comércio farmacêutico
• Drogarias
É onde se comercializam medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens 
originais. A drogaria é um estabelecimento comercial cuja atividade está regulada pela Lei Federal nº 
5.991, de 17 de dezembro de 1973.
• Farmácia de manipulação
A legislação federal nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, estabelece farmácia como estabelecimento 
de manipulação de fórmulas magistrais e oficiais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos 
farmacêuticos e correlatos, a título remunerado ou não, e o de atendimento privativo de unidade 
hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência médica.
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De acordo com a Lei 6.360/76, o Decreto 85.878/81 e a Resolução 387/02 do Conselho Federal de 
Farmácia (CFF), setores como controle de qualidade, produção, farmacotécnica (setor de desenvolvimento 
de produtos) e garantia de qualidade devem estar sob a responsabilidade do profissional farmacêutico.
Qualquer pessoa pode abrir uma farmácia, com exceção dos médicos, conforme vedação prevista 
no Decreto 20.931/32. Porém, o ideal é que o farmacêutico assuma essa responsabilidade, justamente 
por ser habilitado técnico e legalmente, e, principalmente, por ser conhecedor dos deveres inerentes ao 
exercício profissional.
A farmácia de manipulação ou farmácia magistral é a que prepara medicamentos, atendendo a 
uma prescrição médica, que estabelece sua composição, forma farmacêutica, posologia e modo de usar. 
Portanto, uma farmácia de manipulação não apenas revende um produto industrializado pronto, mas 
participa de todo processo magistral. 
As farmácias magistrais terão de obedecer a novas regras para garantir maior segurança, qualidade 
e eficácia das fórmulas manipuladas. A Anvisa publicou a resolução RDC nº 214, com Regulamento 
Técnico sobre Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos para Uso Humano em Farmácias. 
• Farmácia fitoterápica
Medicamentos fitoterápicos são medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais. Assim como 
todos os medicamentos, devem oferecer garantia de qualidade, ter efeitos terapêuticos comprovados, 
composição padronizada e segurança de uso para a população. A seguir, as leis regulamentadoras:
— Decreto 5813, de 22/6/06. 
— Resolução - SES nº 1.590, de 12 de fevereiro de 2001 – republicada no D.O. nº 51, de 18/3/2004.
— Resolução - RE nº 88, de 16 de março de 2004 – D.O.18/3/2004. 
— Resolução - RE nº 89, de 16 de março de 2004.
— Resolução - RE nº 90, de 16 de março de 2004.
— Resolução - RE nº 91, de 16 de março de 2004. 
• Farmácia hospitalar
Abrange um sistema assistencial, técnico-científico e administrativo e desenvolve atividades ligadas 
à produção, armazenamento, controle, dispensação e distribuição de medicamentos e materiais médico-
hospitalares às unidades hospitalares. 
A farmácia hospitalar responsabiliza-se por todo o ciclo do medicamento, desde sua seleção (ativos 
e fornecedores), armazenamento, controles, até o último momento, a dispensação e o uso pelo paciente. 
Sua atuação é muito abrangente. 
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ECONOMIA E GESTÃO FARMACÊUTICA
Ela é responsável por todo o fluxo do medicamento dentro da unidade de saúde e pela orientação 
aos pacientes internos e ambulatoriais, buscando cooperar na eficácia do tratamento e na redução dos 
custos. A seguir, as leis regulamentadoras: 
— Portaria nº 196, de 24 de junho de 1983, do MS (Brasil,1983) (DOU 28/6/1983).
— Resolução nº 208, de 19 de junho de 1990, do Conselho Federal de Farmácia.
— Decreto nº 793, de 6 de abril de 1993, do MS (Brasil,1993) (DOU 6/4/1993).
— Resolução nº 300, de 30 de janeiro de 1997, do CFF.
 Saiba mais
Para mais informações sobre definições de estabelecimentos 
farmacêuticos, consultar o site: <www.crfsp.or.br>.
3 POLÍTICAS NA ÁREA FARMACÊUTICA
Política é um compromisso oficial expresso emdocumento escrito, no qual consta um conjunto 
de diretrizes, objetivos, intenções e decisões de caráter geral e em relação a um determinado tema em 
questão. 
Funciona como um guia para direcionar o planejamento e a elaboração de estratégias cujo 
desdobramento é um plano de ação, programas e projetos para sua efetiva implementação. A importância 
de estabelecer políticas tem por objetivo resolver ações concretas, executar, acompanhar e avaliar, 
criando espaço para debates e discussão pertinentes à área. 
Para concretização dos objetivos da saúde, foram estabelecidas políticas farmacêuticas (Política 
Nacional de Medicamentos e Política Nacional de Assistência Farmacêutica e, posteriormente, 
Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos). Os objetivos e a execução de uma política 
farmacêutica dependem de vários fatores e circunstâncias: econômicas, sanitárias e de prioridades 
políticas de governo, e têm por fundamento:
• garantir o acesso da população a medicamentos essenciais com qualidade e segurança; 
• promover seu uso racional. 
O Sistema Único de Saúde, pela sua complexidade e características, necessita de uma assistência 
farmacêutica estruturada, de pessoal qualificado para suporte técnico às ações de saúde e do alcance 
de bons resultados. 
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Contar com uma política de Assistência Farmacêutica é uma prioridade na Saúde Pública. A 
compreensão do processo de construção, implementação, suas interações e relações, necessidade 
de avaliação, são de fundamental importância para o entendimento da Assistência Farmacêutica no 
contexto das políticas nas quais ela está inserida: Política Nacional de Saúde, Política Nacional de 
Medicamentos, Política Nacional de Assistência Farmacêutica, entre outras normas pertinentes. 
A perspectiva é a da integralidade, cuja efetivação envolve o estabelecimento de estratégias, parcerias 
e interfaces com outras políticas setoriais, bem como participação de diferentes atores e segmentos 
envolvidos. 
3.1 Política Nacional de Medicamentos
A Política Nacional de Medicamentos foi estabelecida pela Portaria n° 3916, de 30/10/1998, com o 
propósito de garantir a segurança, a eficácia, a qualidade e o acesso e uso racional aos medicamentos. 
Para tanto, levou-se em consideração o perfil demográfico da população brasileira por regiões, a renda 
das famílias e o tamanho do mercado farmacêutico nacional. Tem como diretrizes:
• Adoção da Relação de Medicamentos Essenciais (Rename), que são medicamentos básicos e 
indispensáveis e a que toda a população deve ter acesso. Essa lista é elaborada pelas três esferas 
do governo, sendo regionalizada e com critério puramente epidemiológico.
• Regulamentação sanitária de medicamentos, que estabelece o registro de medicamentos, a 
autorização de funcionamento das empresas, institui a farmacovigilância com assessoria técnica 
e promove o uso e a compra governamental de medicamentos genéricos.
• Reorientação da assistência farmacêutica, sendo obrigatórios a presença e o suporte técnico do 
profissional farmacêutico em todas as áreas nas quais houver medicamento. O farmacêutico deve 
promover o acesso da população aos medicamentos do Rename. A assistência farmacêutica deve 
ser descentralizada na aquisição e distribuição de medicamentos, mas centralizada em caso de 
doenças de saúde pública, em tratamentos longos com custos elevados e em caso de doenças sem 
tratamento.
• Promoção ao uso racional do medicamento, no qual o farmacêutico pode trocar a prescrição 
médica entre medicamentos similares ou de refêrencia por genéricos, deve avaliar os riscos da 
automedicação, da troca ou da interrupção do tratamento. A propaganda de medicamento só 
poderá ser feita com aprovação prévia de algum órgão governamental. Cabem aos governos 
promover campanhas educativas e de vacinação da população. 
• Desenvolvimento científico e tecnológico, no qual as empresas e os profissionais farmacêuticos 
devem ser estimulados a buscar novas formulações com ênfase na fauna e flora nacionais. A 
produção dos medicamentos do Rename deve ser priorizada, além do incentivo ao desenvolvimento 
de novos fármacos, promovendo a integração entre indústria e pesquisa (inovação). A farmacopeia 
brasileira deve ser reformulada de forma periódica.
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• Promoção da produção de medicamentos, todo esforço da indústria farmacêutica nacional deve 
ser no sentido de produzir os medicamentos do Rename e suprir toda a demanda por esses 
medicamentos. A produção de medicamentos genéricos deve ser promovida e incentivada, bem 
como a facilidade da importação de matérias-prima e insumos para a produção. O governo deve 
produzir os medicamentos de interesse nacional por meio das FURPs (Fundação do Remédio 
Popular), para diminuir a depedência da indústria privada. E sempre que julgar necessário o 
governo federal pode “quebrar a patente” dos medicamentos de uso essencial da população.
• Garantia da segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos; para tanto, o governo criou o 
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, que faz a inspeção e fiscalização de todos os aspectos 
relacionados aos medicamentos. Esse sistema estabelece, por exemplo, como devem ser as boas 
práticas de fabricação de medicamentos, entre outras. O governo determinou, ainda, a criação 
da Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos Certificadores em Saúde (Reblas), que auxilia na 
fiscalização dos produtos.
Vale ressaltar que essas diretrizes foram determinantes para o acesso da população a medicamentos 
com segurança e qualidade e que os profissionais da área farmacêutica passaram a ter um reconhecimento 
e importância fundamentais para o desenvolvimento dessa política.
Ainda em 1998, o governo federal criou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que, 
além das inúmeras funções fora da área farmacêutica, deve de forma centralizada estabelecer os 
procedimentos de importação, produção e registro de medicamentos. 
Para tanto, possui procedimentos operacionais sistematizados que avaliam e liberam os 
produtos e insumos farmacêuticos. A Anvisa é responsável pelo sistema de informação em 
vigilância sanitária, sistema esse que estabelece as prerrogativas de ensaios clínicos (Conep), a 
farmacovigilância (farmácias e drogarias notificadoras), o grau de risco da medicação (tarja dos 
medicamentos) e a propaganda. Trata-se do principal órgão federal de fiscalização de empresas 
e estabelecimentos de saúde.
Finalmente, a política nacional de medicamentos, por meio da Anvisa, estabeleceu os critérios de 
fabricação e registro dos medicamentos genéricos. Para uma empresa poder produzir e comercializar 
os medicamentos genéricos, deve fazê-lo de acordo com as Boas Práticas de Fabricação (BPF) e 
comprovar a eficácia do medicamento pelo teste de bioequivalência, ou seja, deve comprovar que o 
medicamento genérico se comporta de forma idêntica ao medicamento referência (farmacocinética e 
farmacodinâmica). 
O teste de bioequivalência é obrigatório somente para os medicamentos genéricos, não sendo 
exigido no caso de similares, o que explica o preço do medicamento genérico ser geralmente 
maior que o dos medicamentos similares. A Anvisa periodicamente revisa o formulário terapêutico 
nacional, que tem como objetivo relatar tudo relacionado ao medicamento genérico. Com relação 
ao registro do medicamento genérico pela Anvisa, este deve ser priorizado com relação aos demais 
medicamentos, para que se possa incentivar a produção, a comercialização e a dispensação 
desse medicamento.
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A Política Nacional de Medicamentos tem o propósito de garantir a 
segurança, a eficácia, a qualidade e o acesso e uso racional aos medicamentos.
3.2 Política Nacional de Assistência Farmacêutica
A Assistência Farmacêutica no Brasil, como política pública, teve início em 1971, com a instituição da 
Central de Medicamentos (Ceme), que tinha como missão o fornecimento de medicamentos à população 
sem condições econômicas para adquiri-los. Caracterizava-se por manter uma política centralizada de 
aquisição e distribuição de medicamentos. 
Em 1988, a Constituição Federal estabeleceu a criação de um Sistema Único de Saúde, reconhecendo 
a saúde como um direito a ser assegurado pelo Estado a todos os cidadãos brasileiros. O Artigo 6º 
determina, como campo de atuação do SUS, a “formulação da política de medicamentos (...)” e atribui 
ao setor saúde a responsabilidade pela “execução de ações de assistência terapêutica integral, inclusive 
farmacêutica”.
Diferente de outras áreas, a assistência farmacêutica não se adequou imediatamente aos princípios 
e às prerrogativas do SUS, em especial devido à descentralização das ações, à regionalização e 
hierarquização dos serviços e à participação popular (controle social). Sendo assim, a CEME apresentou 
problemas de gerenciamento, o que acarretou a desarticulação da assistência farmacêutica no país e 
irregularidades no abastecimento de medicamentos.
A Política Nacional de Assistência Farmacêutica, criada na Resolução n° 338, de 8/5/2004, define 
assistência como “Conjunto de ações desenvolvidas pelo farmacêutico e outros profissionais de saúde, 
voltadas à promoção, à proteção e à recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o 
medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional”. A abrangência da 
assistência farmacêutica engloba:
• pesquisa, desenvolvimento e produção de medicamentos e insumos;
• seleção, programação, aquisição, distribuição e dispensação dos medicamentos;
• garantia da qualidade dos produtos e serviços;
• acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados 
concretos e da melhoria da qualidade de vida da população;
• todas as ações referentes à assistência farmacêutica.
Além disso, a Assistência Farmacêutica (AF) tem que se concretizar como uma prática executiva, e não 
apenas como suporte à atenção à saúde, nem de mera dispensação e disponibilização de medicamentos 
dentro da atenção à saúde; deve ser melhor compreendida entre os profissionais de saúde e usuários 
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ECONOMIA E GESTÃO FARMACÊUTICA
para que possa contribuir mais na integralidade da atenção à saúde; não pode ser vista apenas como 
orientação ao paciente ou ao farmacêutico do medicamento. 
Para atingir a integralidade da atenção à saúde, temos de atuar desde o início da cadeia, mantendo 
o foco na população a partir da atenção básica até o planejamento das ações de acompanhamento do 
usuário, para a melhoria na qualidade de vida.
A AF tem de ter por objetivos o monitoramento, a adesão do paciente ao tratamento, a integração 
multidisciplinar, a integração com a gestão e a garantia da qualidade dos serviços prestados à população; 
a orientação quanto ao uso adequado do medicamento, o acompanhamento farmacoterapêutico, a 
intervenção farmacêutica como ações que compõem a assistência farmacêutica, que garantem a sua 
qualidade e contribuem para a integralidade do cuidado à saúde. Para isso, é necessária a presença 
do farmacêutico nas UBS´s (Unidade Básica de Saúde) e o fortalecimento da gestão da assistência 
farmacêutica.
A AF tem de ser entendida como parte do eixo fundamental das políticas públicas de saúde, 
proporcionando aos usuários um atendimento integral de qualidade que culmine com a maior valorização 
do profissional farmacêutico; que o acesso aos medicamentos seja uma prática constante, fortalecendo 
a política de AF; que a inserção do farmacêutico na atenção básica seja de um profissional com uma 
visão humanizada integrativa, exercendo a prática de educação em saúde; reconhecer o farmacêutico 
como profissional de saúde, com foco no usuário, utilizando o uso racional de medicamentos com 
instrumento de trabalho, tendo por resultado desse trabalho o reestabelecimento da saúde e a prevenção 
e/ou controle da doença, a fim de fazer uma melhoria nos indicadores de saúde. Deve também estar 
inserida nas políticas de atenção primária à saúde, com ações que envolvem todo o ciclo de AF, ou seja, 
da programação à dispensação dos medicamentos, e também de todos os ciclos de vida do paciente, 
garantindo qualidade e equidade de acesso aos medicamentos essenciais e também a prevenção da 
doença e a promoção da saúde por meio de campanhas educativas e da integração com a comunidade, 
como apoio do diagnóstico nos exames laboratoriais. A humanização da AF deve se contrapor à 
burocratização hoje existente, garantindo acesso com qualidade. 
Os principais problemas encontrados na gestão de assistência farmacêutica incluem:
• os gastos com saúde aparecem em 3º lugar dentre os gastos familiares, segundo o Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo que o item medicamento compromete 45% dos 
gastos com saúde;
• os medicamentos representam 61% desses gastos para as famílias de baixa renda (Fiocruz);
• 51,7% das pessoas que necessitam de tratamento têm dificuldades para obter os medicamentos 
(Conass);
• cerca de 55% delas não podem pagar os medicamentos de que necessitam (IBGE).
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 Observação
A assistência farmacêutica pode ser entendida como um conjunto de 
ações desenvolvidas pelo farmacêutico, voltadas à promoção, à proteção e 
à recuperação da saúde.
3.3 Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
Desde a criação do SUS em 1988, diversas políticas indicam a necessidade de disseminar e 
racionalizar a utilização de práticas integrativas e complementares de saúde no SUS, como, por 
exemplo, a acupuntura, a homeopatia, assim como o uso de plantas medicinais e de fitoterápicos. 
Vale ressaltar que o Brasil é um dos países com maior biodiversidade do planeta. Além disso, a 
miscigenação do povo resultou em um valioso conhecimento popular em relação à utilização de 
plantas medicinais. 
Um medicamento fitoterápico pode ser definido como medicamento que contenha 
exclusivamente derivados de drogas vegetais, tais como suco, cera, exsudato, óleo, extrato, tintura, 
entre outros. Já medicamento com planta medicinal, envolve realmente o vegetal como um todo 
no exercício curativo e/ou profilático. 
Os fitoterápicos são medicamentos industrializados e têm legislação específica. Trata-se 
de uma mistura complexa de substâncias, em que, na maioria dos casos, o princípio ativo é 
desconhecido. O simples fato de coletar, secar e estabilizar um vegetal não o torna medicamento 
fitoterápico. Desse modo, vegetais íntegros, rasurados, triturados ou pulverizados não são 
considerados medicamentos fitoterápicos, em outras palavras, uma planta medicinal não é 
um fitoterápico. 
Embora de difícil consenso, um fitoterápico pode ser definido como um medicamento (obtido 
pela tecnologia farmacêutica e industrializado) de origem vegetal (fitomedicamento), caracterizado 
por apresentar várias substâncias químicas (fitoquímicos) responsáveis pelos efeitos terapêuticos 
e colaterais. 
Em 2006, o Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, 
por meio do Decreto n° 5.813, de 22/6/2006, como uma diretriz para a atuação do governo na 
área de plantas medicinais e de fitoterápicos por meio do SUS.Essa política configura-se como 
importante estratégia para o enfrentamento das desigualdades regionais existentes em nosso país, 
já que pode aumentar as oportunidades de trabalho para populações situadas em regiões menos 
favorecidas economicamente. 
Além disso, a ampliação das opções terapêuticas ofertadas aos usuários do SUS, com garantia 
de acesso a plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia, com segurança, 
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eficácia e qualidade, na perspectiva da integralidade da atenção à saúde, é uma importante 
estratégia com vistas à melhoria da atenção à saúde da população e à inclusão social.
A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos reitera o artigo n° 196 da Constituição 
Federal, que assegura que a saúde é direito de todos os cidadãos brasileiros e dever do Estado, 
mediante políticas sociais e econômicas que possam reduzir os riscos de doenças e outros agravos.
Em decorrência da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos criada em 2006, 
o governo instituiu as Farmácias Vivas, que são implantadas pelos municípios. Esta é uma 
forma de economizar recursos que seriam gastos com medicamentos convencionais. As hortas 
geralmente são mantidas pelo município, por universidades ou outras instituições e cultivam as 
plantas medicinais; depois, produzem os fitoterápicos. Isso já é realidade em diversos municípios 
brasileiros.
Para o funcionamento adequado das Farmácias Vivas, deve haver o trabalho conjunto 
do médico (responsável pelo diagnóstico e pela orientação do tratamento com plantas), do 
farmacêutico (responsável pela identificação das plantas e pela orientação do trabalho desde a 
etapa de coleta até a etapa final de preparação e controle de qualidade dos fitoterápicos) e do 
agrônomo (para orientar seu cultivo, controle do crescimento e higidez das plantas e preparação 
das mudas).
 Saiba mais
Para saber mais sobre as políticas descritas, acesse o site do Conselho 
Regional de Farmácia: <www.crfsp.or.br>.
4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
A estrutura organizacional deve ser delineada de acordo com os objetivos e as estratégias estabelecidos 
pela empresa. É uma ferramenta básica para alcançar as situações almejadas pela empresa.
Organização da empresa é a ordenação e o agrupamento de atividades 
e recursos, visando ao alcance de objetivos e resultados estabelecidos 
(OLIVEIRA, 2002, p. 84).
Estrutura organizacional é a forma pela qual as atividades de uma organização 
são divididas, organizadas e coordenadas (STONER, 1992, p. 230).
Toda empresa possui dois tipos de estrutura: formal e informal. A formal é deliberadamente planejada 
e formalmente representada, em alguns aspectos, pelo seu organograma. Tem como objetivos: ênfase 
a posições em termos de autoridades e responsabilidades, é estável, está sujeita a controle, está na 
estrutura e tem um líder formal. 
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Já a estrutura informal, surge da interação social das pessoas, o que significa que se desenvolve 
espontaneamente quando elas se reúnem. Representa relações que usualmente não aparecem no 
organograma. São relacionamentos não documentados e não reconhecidos oficialmente entre os 
membros de uma organização, que surgem inevitavelmente em decorrência das necessidades pessoais 
e grupais dos empregados.
Para elaboração da estrutura organizacional, é necessário ter em mente que a organização é o conjunto 
ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades organizacionais de 
uma empresa.
A organização de uma empresa deve seguir alguns parâmetros, como não ser estática, ser representada 
graficamente pelo organograma, ser dinâmica, ser planejada e delineada de forma a alcançar os objetivos 
institucionais. 
O planejamento deve estar voltado para os seguintes objetivos: identificar as tarefas físicas e mentais 
que precisam ser desempenhadas, agrupar as tarefas em funções que possam ser bem desempenhadas 
e atribuir sua responsabilidade a pessoas ou grupos, proporcionar aos empregados de todos os níveis 
informação e recursos para o trabalho.
O sistema de responsabilidade está relacionado à prestação de contas a quem atribuiu responsabilidade. 
O sistema de autoridade é responsável por fazer, tomar decisões, dar ordens e dirigir. Os aspectos básicos 
do sistema de responsabilidade são: departamentalização, linha e assessoria, atribuições das unidades.
4.1 Organograma
O organograma é uma espécie de diagrama usado para representar as relações hierárquicas 
dentro de uma empresa, ou simplesmente a distribuição dos setores, unidades funcionais, cargos 
e a comunicação entre eles. É uma ferramenta fundamental para as organizações, pois, além 
de facilitar a todos conhecer como funcionam as relações da empresa e sua estrutura, permite, 
inclusive, identificar alguns problemas ou oportunidades de melhorias, por meio de sua análise.
Na criação de um organograma, deve-se levar em consideração que ele é uma representação 
da organização em determinado momento e pode, portanto, mudar. Para isso, ele deve ser flexível 
e de fácil interpretação. Quando o organograma é bem estruturado, permite aos componentes 
da organização saber exatamente quais suas responsabilidades, suas funções e a quem devem se 
reportar.
Os principais tipos de organograma são:
• organograma vertical (clássico) – é usado para representar claramente a hierarquia na empresa;
• organograma circular (ou radial) – é usado quando se quer ressaltar o trabalho em grupo, não há a 
preocupação em representar a hierarquia. É o mais usado em instituições modernas ou do terceiro 
setor, em que se quer ressaltar a importância do trabalho em grupo;
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• organograma horizontal – leva em consideração a hierarquia da empresa, mas tem a característica 
amenizada pelo fato de essa relação ser representada horizontalmente, ou seja, o cargo mais 
baixo na hierarquia não está numa posição abaixo dos outros, mas ao lado;
• organograma funcional – é parecido com o organograma vertical, mas representa não as relações 
hierárquicas, e sim as relações funcionais da organização;
• organograma matricial – é empregado para representar a estrutura das organizações que não 
apresentam uma definição clara das unidades funcionais, mas grupos de trabalho por projetos 
que podem ser temporários (estrutura informal).
Como exposto, a própria criação do organograma exige um estudo da organização e a definição 
do que se pretende representar. Nos últimos anos, tem-se notado uma tendência de mudança nos 
organogramas das empresas, que é o achatamento do organograma. 
Essa técnica promove a redução dos níveis hierárquicos da empresa, com o objetivo de aproximar os 
níveis da organização, reduzir mão de obra e custos e agilizar processos decisórios. Em outras palavras, 
reduz a verticalização da estrutura organizacional.
 Lembrete
Organização da empresa é a ordenação e o agrupamento de atividades 
e recursos, visando ao alcance de objetivos e resultados estabelecidos.
4.2 Fluxograma
Fluxograma é um diagrama que tem como finalidade representar processos ou fluxos de materiais 
e operações (diagramação lógica ou de fluxo). Usualmente é confundido com o organograma, mas 
possui a diferença de representar algo essencialmente dinâmico, já o organograma é uma representação 
da estrutura funcional da organização. O fluxograma também pode ser usado por programadores para 
elaboração de algoritmos (programação estruturada); porém, nesse caso,possui algumas representações 
próprias. 
Ele sempre possui um início, um sentido de leitura, ou fluxo, e um fim. Alguns símbolos básicos 
são usados na construção de qualquer fluxograma; porém, eles podem variar. Veja a seguir algumas 
definições básicas:
• Geralmente, usa-se um círculo alongado para indicar o início e o fim do fluxo.
• A seta é usada para indicar o sentido do fluxo.
• No retângulo, são inseridas as ações.
• O losango representa questões/alternativas. 
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• O losango sempre terá várias saídas.
• As linhas ou setas nunca devem cruzar umas sobre as outras.
• O texto deve ser sempre claro e sucinto.
• Recomenda-se iniciar as ações sempre com um verbo no infinitivo (fazer, dizer).
O importante é estabelecer o fluxograma de forma que ele fique o mais claro possível, ou seja, fácil 
identificar as ações que devem ser executadas, ou, dependendo do tipo de fluxograma, as alternativas do 
processo. Outros símbolos e modelos podem ser usados para montar fluxogramas, o que vai determinar 
quais símbolos utilizar ou não, ou, ainda, que tipo de fluxograma se deve usar, seu objetivo e o que 
descreve.
Exemplo de fluxograma:
Alternativa de conduta
Patologia (prevenção ou tratamento)
Riscos Benefícios Custos
Figura 5 – Fluxograma
 Observação
O organograma é um diagrama usado para representar as relações 
hierárquicas, a distribuição dos setores, as unidades funcionais, os cargos 
dentro de uma empresa.
4.3 Layout
O layout é um esboço que mostra a distribuição física, os tamanhos e os pesos de elementos como 
texto, gráficos ou figuras num determinado espaço. Pode ser apenas formas rabiscadas numa folha 
para depois realizar o projeto ou o projeto em fase de desenvolvimento. Ou seja, trata-se de uma prévia 
do serviço pronto antes de ser executado, em que se pode alterar sua disponibilidade sem danos a 
nenhuma das partes envolvidas no processo (designer e cliente), a fim de que o serviço seja produzido de 
acordo com o gosto do cliente, e apenas ao término do desenvolvimento e da obtenção de aprovação 
se leva a público.
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O termo layout pode também configurar-se como projeto, envolvendo diferentes cadeias associativas 
e técnicas visuais, sempre com objetivo e função.
 Saiba mais
Para aprender a fazer um organograma, acesse: <http://www.abnt.org.br>.
 Resumo
A economia da saúde é o ramo da ciência que relaciona cuidados da 
saúde com os custos envolvidos. Tem como objetivos conhecer e aperfeiçoar 
o fluxo e o volume dos recursos utilizados no segmento saúde, a fim de 
atender às necessidades populacionais de forma mais racional e eficiente. 
A economia da saúde busca responder a algumas perguntas, como:
• Qual é a origem e o volume de recursos?
• Como esses recursos são organizados e mobilizados?
• Como se distribuem (regiões, áreas, serviços)?
• Quem se beneficia com os recursos distribuídos?
• Quem provê os serviços?
No Brasil, o sistema de saúde é único e possui algumas diretrizes, como 
a universalização, que consiste em atendimento gratuito a toda população, 
a equidade, que estabelece tratamento igual e indiferenciado a todos os 
cidadãos, e a integralidade, que prima por ter o usuário do sistema como 
ser integrado a outras áreas, como saneamento básico e educação.
É sabido que os custos com os sistemas de saúde crescem de forma 
exponencial. Assim, os órgãos públicos e privados de saúde buscam 
alternativas que viabilizem um sistema de saúde que possa atender 
com qualidade e eficiência. Nesse contexto, a área farmacêutica é de 
fundamental importância, pois os custos com medicamentos e correlatos 
farmacêuticos representam a maior fatia.
Dessa forma, o governo criou três políticas públicas para a área 
farmacêutica: a Política Nacional de Medicamentos, a Política Nacional 
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de Assistência Farmacêutica e a Política Nacional de Plantas Medicinais e 
Fitoterápicos. A Política Nacional de Medicamentos tem como diretrizes:
• adoção do Rename;
• regulamentação sanitária dos medicamentos;
• reorientação da assistência farmacêutica;
• promoção do uso racional de medicamentos;
• desenvolvimento científico e tecnológico;
• promoção da produção de medicamentos;
• garantia da segurança, da eficácia e da qualidade dos medicamentos;
• desenvolvimento e capacitação de recursos humanos.
As demais políticas estabelecem parâmetros para atuação e inserção 
do profissional farmacêutico como agente de saúde ou incentivam o 
desenvolvimento científico e farmacológico da área de plantas medicinais 
e fitoterápicos.
O mercado farmacêutico brasileiro é um dos maiores do mundo e 
apresentou crescimento consistente na última década. Isso torna o setor 
muito pujante, movimentando anualmente por volta de R$ 40 bilhões. 
O setor farmacêutico é muito dependente da inovação, pois os 
lançamentos de medicamentos são aguardados pelo mercado todo ano. 
Esses medicamentos novos movimentam a partir do faturamento das 
empresas. Assim sendo, a indústria farmacêutica é dependente da geração 
e do respeito legal das patentes.
Por se tratar de um mercado com poucas indústrias e muito concentrado, 
os preços dos medicamentos não são estabelecidos diretamente pela empresa 
ou pelo comércio, e sim em parceria com o governo federal. Esse tipo de 
precificação ocorre no mundo todo, exatamente pelos motivos apresentados. 
A seguir, os tipos de indústrias e comércios da área farmacêutica:
• indústria farmacêutica inovadora;
• indústria farmoquímica;
• farmácia de manipulação;
• farmácia hospitalar;
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• farmácia fitoterápica;
• drogaria.
Para facilitar a organização das empresas e dos estabelecimentos 
comerciais, foram criadas ferramentas eficazes, como o organograma, 
o fluxograma e o layout. O organograma serve para mostrar de forma 
sucinta vários aspectos da organização empresarial, como a hierarquia, os 
projetos e as informações. Já o fluxograma, serve para sintetizar de forma 
contínua uma informação ou projeto, e os layouts servem para mostrar a 
apresentação logística de um local ou site. 
 Exercícios
Questão 1. Uma análise mais apurada sobre os custos com saúde certamente encontrará motivos 
que justifiquem seu crescente aumento. Dentre as afirmações a seguir, qual é incorreta?
A) Os custos vêm crescendo porque a população está mais velha.
B) Os custos vêm crescendo porque há novas tecnologias para o setor da saúde.
C) Os custos vêm crescendo porque a inflação também vem aumentando.
D) Os custos vêm crescendo porque há novos e melhores métodos para diagnosticar doenças.
E) Os custos vêm crescendo porque o número de doenças vem aumentando rapidamente.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas:
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: a população mais envelhecida necessita de mais serviços de saúde, o que acaba 
aumentando os custos de forma geral.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: o setor de saúde apresenta constantes modernizações e a inserção de constantes 
tecnologias, o que leva ao aumento dos custos.
C) Alternativa incorreta.
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Justificativa: principalmente em países como o Brasil, a inflação, embora controlada, é

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