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DIREITO PENAL
PENAS E AÇÃO PENAL
Livro Eletrônico
DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, apro-
vado em 6º lugar no concurso realizado em 
2013. Aprovado em vários concursos, como Po-
lícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agen-
te), PRF (Agente), Ministério da Integração, 
Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 
2012 e Oficial – 2017).
DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, apro-
vado em 6º lugar no concurso realizado em 
2013. Aprovado em vários concursos, como Po-
lícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agen-
te), PRF (Agente), Ministério da Integração, 
Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 
2012 e Oficial – 2017).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANNE CRISTIANNE ABRAHAO CALIL RODRIGUES - 04278929706, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Penas e Ação Penal
Prof. Douglas de Araújo Vargas 
Introdução ................................................................................................4
Pena .........................................................................................................5
Classificações da Pena (Segundo a Doutrina) ..................................................6
Classificações da Pena Segundo o Código Penal ..............................................7
Súmulas sobre regimes iniciais ...................................................................14
Regramentos Específicos dos Regimes .........................................................16
Institutos que Podem Reduzir a Pena ...........................................................19
Medidas de Segurança ..............................................................................21
Espécies de Medidas de Segurança .............................................................22
Medida Cautelar x Medida de Segurança ......................................................23
Efeitos da Condenação ..............................................................................29
Efeitos Secundários da Condenação ............................................................29
Efeitos da Condenação – Esquematização ....................................................32
Ação Penal ...............................................................................................33
Conceito ..................................................................................................34
Espécies de Ação Penal .............................................................................39
Detalhes sobre a Representação .................................................................46
Retratação da Representação .....................................................................47
Ação Penal Privada ...................................................................................48
Legitimidade para Intentar a Ação Privada ...................................................50
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública ....................................................54
Resumo ..................................................................................................60
Questões de Concursos .............................................................................67
Gabarito ..................................................................................................80
Gabarito Comentado .................................................................................81
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Penas e Ação Penal
Prof. Douglas de Araújo Vargas 
INTRODUÇÃO
Olá, querido(a) futuro(a) advogado(a)!
Hoje vamos tratar da Sanção Penal e de assuntos relacionados. Especificamen-
te, vamos tratar dos seguintes temas:
Iremos também estudar o tema ação penal, sob o prisma do Código Penal. 
Entretanto ressalte-se que esse é um assunto abordado de forma muito mais ade-
quada em nossas aulas de Direito Processual Penal.
Ao final, como de praxe, faremos uma lista de exercícios, porém dessa vez de 
certames diversos (pois alguns assuntos são mais escassos em questões).
Espero que tenham um estudo proveitoso.
Lembrando que estou sempre às ordens dos senhores no fórum de dúvidas e 
nas redes sociais (@teoriainterativa no Instagram). Conte comigo caso precise de 
alguma orientação!
Bons estudos!
Prof. Douglas
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Pena
Cena do filme “Código de Conduta” (2009)
OObs.:� A pena é a consequência jurídica da infração penal.
Partindo do ponto em que um indivíduo pratica uma infração penal e, desde que 
a persecução penal seja executada seguindo o devido procebbo legal, surge a 
possibilidade de submeter o agente delitivo a uma pena: a conbequência jurídica 
aplicável em razão de bua conduta.
Assim surge o cenário em que o Estado exerce o seu jus puniendi, afinal de 
contas, em tempos atuais, só o Estado tem o direito de punir.
O primeiro passo para que possamos entender bem o conceito de pena e de 
banção penal é fazer a seguinte observação:
PENA não é sinônimo de SANÇÃO PENAL. A pena é uma espécie de sanção penal!
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Temos, na verdade, o seguinte esquema:
Dessa forma, perceba que a pena é uma espécie de sanção penal que consiste 
na privação de alguns bens jurídicos, que dependem da existência da culpabilidade 
do agente.
Classificações da Pena (Segundo a Doutrina)
Uma vez que sabemos o que é a pena, devemos seguir em frente e conhecer 
as classificações doutrinárias da mesma. Vejamos:
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Classificações da Pena Segundo o Código Penal
Outra classificação muito importante é aquela prevista no Código Penal, em seu 
art. 32:
Note como o conteúdo do art. 32 do CP se alinha com a previsão doutrinária, 
embora seja um pouco menos extenso.
Certo. Uma vez que conhecemos as classificações da pena, podemos passar a 
analisar a primeira dessas categorias: ab penab privativab de liOerdades
Penab Privativab de LiOerdade
As penas privativas de liberdade são as mais conhecidas, pois tratam do encar-
ceramento (recolhimento do indivíduo à prisão). Estão divididas da seguinte forma:
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Primeiramente, precisamos fazer a leitura do art. 33 do CP, que trata de diferen-
ciar os institutos acima:
Arts 33s A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aber-
to. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência 
a regime fechado.
Seguindo tal premissa, temos o seguinte:
Mal começamos a aula e já temos muitas informações em nossas mãos. Vamos 
repassar brevemente o que já estudamos até agora:
•	 Você já sabe que a pena é uma ebpécie de sanção penal;
•	 Você já sabe que a pena, por sua vez, possui diverbab ebpécieb;
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•	 Uma dessas espécies, a pena privativa de liberdade, trata do recolhimento da 
pessoa humana ao cárcere;
•	 A pena privativa de liberdade se divide em pena de reclusão, detenção e pri-
são simples.
•	 Que as espécies reclubão e detenção são aplicáveis aos crimes, e que a 
espécie de pribão bimpleb se aplica às contravenções penais.
•	 Que a espécie de pena privativa de liberdade determina qual o regime de 
cumprimento da pena.
O próximo passo é entender melhor o que significa dizer que o indivíduo irá 
cumprir a pena em regime fechado, semiaberto ou aberto. Tal conceito está no 
art. 33, parágrafo 1º, CP:
§ 1º Considera-se: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou 
média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabeleci-
mento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento ade-
quado.
Esses são os regimes Oábicob aplicáveis ao cumprimento de pena. Mas, uma 
vez que você consegue diferenciá-los, precisa também saber que existem alguns 
regimes ebpeciaib de cumprimento de pena, os quais estudaremos a seguir.
Pribão Domiciliar
A prisão domiciliar, também chamada de regime aOerto domiciliar, se dá com 
o recolhimento do apenado em sua residência particular. A previsão legal para a 
prisão domiciliar está na LEP (Lei de Execuções Penais).
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Sem dúvidas é uma espécie de prisão cujo cabimento causa muita polêmica, 
haja vista ser consideravelmente mais branda do que o encarceramento do indiví-
duo em qualquer um dos estabelecimentos penais existentes em nosso país.
Sobre essa espécie de regime, por hora é essencial que você tome nota do se-
guinte:
Não confunda a prisão-pena domiciliar com a medida cautelar de recolhimento 
domiciliar no período noturno e nos dias de folga, prevista no art. 319 Código de 
Processo Penal!
Na aula de hoje, estamos discutindo a prisão domiciliar como espécie de PENA 
(ou seja, o indivíduo foi condenado e está sendo submetido a uma sanção penal na 
modalidade de prisão domiciliar).
Este instituto não se confunde com o recolhimento domiciliar previsto no CPP, 
que é uma medida CAUTELAR diversa da prisão, e que não depende da condena-
ção do réu para sua decretação.
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Regime Dibciplinar Diferenciado
O famoso e polêmico RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) está previsto na Lei 
de Execuções Penais, e, ao contrário dos demais regimes apresentados até aqui, 
constitui uma banção dibciplinar ao preso – seja ele provisório ou condenado.
O RDD é uma modalidade rigorosa, que permite o recolhimento do preso em 
cela individual, reduzindo as visitas semanais e o direito do preso de sair de sua 
cela (para apenas 2h por dia para banho de sol).
A aplicação do RDD é possível nos seguintes casos:
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Com essa breve exposição sobre o RDD, vislumbramos as modalidades de regi-
me importantes para a prova. É necessário agora responder à seguinte pergunta:
Professor, como determinar o regime inicial de cumprimento de pena?
Vamos descobrir!
Fixando o Regime Inicial de Cumprimento de Pena
Você com certeza percebeu que os delitos penados com reclusão PODEM ter o 
cumprimento da pena iniciado em qualquer dos três regimes (fechado, semiaberto 
ou aberto).
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É necessário então entender como é que se dá a definição entre as três possibi-
lidades acima, de uma forma legal e sem arbitrariedades.
Primeiramente, vamos fazer a leitura do art. 33, parágrafo 2º do CP:
§ 2º As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, 
segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hi-
póteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 
11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime 
fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda 
a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, po-
derá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
Artigo muito longo e maçante – porém extremamente importante. A regra geral 
esquematizada fica assim:
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Essa parte é muitochata – mas infelizmente necessária. A única maneira de 
memorizar essas condições é através de leitura e repetição.
Súmulas sobre regimes iniciais
A definição do regime inicial de cumprimento de pena é de máxima importância 
para o apenado (afinal de contas, faz toda a diferença em relação ao seu direito de 
liberdade).
Com isso, acaba existindo muita discussão judicial sobre o direito do acusado a 
um determinado regime inicial de cumprimento de pena, o que acaba resultando 
na existência de váriab búmulab consolidando o entendimento do STJ e do STF 
sobre o tema.
A seguir listamos as súmulas mais importantes sobre o assunto, que não raro 
são utilizadas, em sua literalidade, na elaboração de questões:
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Progrebbão
Uma vez que sabemos definir em qual regime de cumprimento de pena deve ser 
iniciada a execução, é necessário entender quando o apenado adquire o direito 
de progredir para um regime menob gravobos
§ 2º As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, 
segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hi-
póteses de transferência a regime mais rigoroso.
A regra geral para a progressão de regime é simples:
Dessa forma, em regra, um condenado que iniciar seu cumprimento de pena 
em regime fechado, be tiver Oom comportamento, após cumprir 1/6 poderá ser 
transferido para regime menos rigoroso (no caso, o bemiaOerto).
Peculiaridade nob Crimeb Contra a Adminibtração PúOlica
Os crimes contra a Administração Pública possuem uma condição especial para 
a progressão de regime, prevista no parágrafo 4º do art. 33:
§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime 
do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução 
do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
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Delitob Hediondob
Os crimes hediondos não be buOmetem a regra geral para a progressão de 
regime, e sim, a uma regra especial.
Caso o apenado tenha sido condenado pela prática de delito hediondo, passa a 
ter direito de progressão de regime após cumprir 2/5 de sua pena (se primário) ou 
3/5 de sua pena (se reincidente).
Regrebbão de regime
Nada é tão ruim que não possa piorar, certo? Essa regra de vida também vale 
para o regime de cumprimento de pena – pois existe apenas a possibilidade de re-
grebbão de regime, de acordo com o art. 118 da LEP:
Arts 118s A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, 
com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I – praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II – sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em 
execução, torne incabível o regime (artigo 111).
Uma vez que finalizamos esse assunto, podemos estudar as especificidades do 
cumprimento de cada regime, sem nos limitarmos unicamente ao local onde a pena 
será cumprida pelo condenado.
Regramentos Específicos dos Regimes
Uma vez que se determina qual o regime e qual o estabelecimento no qual o 
condenado irá cumprir sua pena, existe ainda a necessidade de conhecer os artigos 
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34 a 39 do CP, que tratam das características de cada um dos regimes em estudo. 
Comecemos pelo regime fechados
Regrab do Regime Fechado
Regrab do regime fechado
Arts 34s O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame cri-
minológico de classificação para individualização da execução. (Redação dada pela Lei 
n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º – O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o 
repouso noturno. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º – O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das ap-
tidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução 
da pena.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º – O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas.
Ou seja, são regras do regime fechado:
Regime SemiaOerto
Regrab do regime bemiaOerto
Arts 35s Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie 
o cumprimento da pena em regime semiaberto. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 
11.7.1984)
§ 1º O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em co-
lônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. (Redação dada pela Lei n. 7.209, 
de 11.7.1984)
§ 2º O trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos supletivos pro-
fissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior.
Apenado trabalha inter-
namente, no período 
diurno.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art34
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O regime semiaberto, portanto, possui as seguintes características:
Ainda sobre este regime, temos duas observações jurisprudenciais importantes:
Segundo o STF, não é necessário que o condenado cumpra 1/6 da pena para ser 
autorizado a trabalhar externamente.
E segundo a súmula 493 do STJ, o juiz não pode condicionar a concessão do regime 
semiaberto a algum tipo de pena restritiva de direitos.
Regime AOerto
O regime aberto se encontra disciplinado no art. 36 do CP:
Regrab do regime aOerto
Arts 36s O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do 
condenado. (Redação dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, fre-
quentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante 
o período noturno e nos dias de folga. (Redação dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como 
crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumu-
lativamente aplicada. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Apenado trabalha interna-
mente, no período diurno.
Deve ser cumprido em CO-
LÔNIA AGRÍCOLA, INDÚS-
TRIAL OU SIMILAR. 
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Esquematizando da mesma forma que fizemos anteriormente, temos os seguin-
tes destaques para o regime aberto:
Institutos que Podem Reduzir a Pena
Existem alguns institutos legais que podem ser utilizados para reduzir a pena a 
ser cumprida pelo condenado. É muito importante que você conheça quais são eles!
Remição
O primeiro dos institutos que podem reduzir a pena é o da remição (acredite, 
é com ç mesmo).
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A remição nada mais é do que um instituto que permite ao preso redimir sua 
pena atravéb do traOalhos Ou seja, através do esforço traOalhando ou ebtu-
dando, o preso tem descontados dias extras em sua pena, de modo que possa 
cumpri-la de forma antecipada.
A remição é possível das seguintes formas:
A previsão para a remição está no art. 128 da LEP:
Arts 128s O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos.
Detração
O segundo instituto com a mesma capacidade da remição é o da detração 
penal.:
Detração
Arts 42s Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, 
o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o 
de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.
Portanto, nos casos narrados no art. 42, o condenado poderá “abater” a pena 
que já cumpriu em sua pena condenatória, de modo que possa cumprir apenas o 
restante. Esse conceito pode ser facilmente compreendido com um exemplo:
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Na situação acima, John, ao ser condenado a trinta anos de prisão, poderá ter 
os dois anos que já cumpriu preventivamente aOatidob de bua bentença, de 
modo que deverá cumprir apenas os vinte e oito anos restantes.
Medidas de Segurança
Como você já sabe, a segunda espécie de banção penal é a medida de segu-
rança.
As medidas de segurança são chamadas de medidab de prevenção ebpecial, 
pois têm função preventiva e terapêutica – ou seja: de efetivamente tratar o indi-
víduo que praticou um fato típico e jurídico.
Lembre-se que a medida de segurança é aplicável a indivíduos que são inim-
putáveib ou bemi-imputáveib. Não há a aplicação de medida de segurança a in-
divíduos imputáveis, pois uma vez configurada a culpaOilidade, estaremos diante 
da aplicação de uma pena comum.
Em outras palavras:
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Temos, portanto, dois prebbupobtob para a aplicação da medida de segurança: 
A prática de um ilícito penal e a periculosidade do agente.
Segundo a doutrina, o segundo pressuposto (a periculosidade) se divide ainda 
em duas categorias:
Espécies de Medidas de Segurança
Agora que já conhecemos os pré-requisitos da aplicação de medidas de seguran-
ça, precisamos conhecer as suas espécies, elencadas no art. 96 do Código Penal:
Ebpécieb de medidab de begurança
Arts 96s As medidas de segurança são:
I – Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro 
estabelecimento adequado;
II – sujeição a tratamento ambulatorial.
A medida de internação prevista no inciso I é chamada pela doutrina de medi-
da DETENTIVAs Por sua vez, a medida de tratamento ambulatorial é chamada de 
RESTRITIVAs
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Mas, professor, como saber qual medida de segurança aplicar?
Segundo o próprio Código Penal, nos casos de agente inimputável, deve ser 
determinada sua internação (Art. 96, I). Entretanto, se o fato praticado for puní-
vel com detenção, deve o juiz submeter o agente delitivo à tratamento amOu-
latorial (Art. 96, II).
Essa é a regra geral a ser adotada para fins de prova. Entretanto, é interessante 
saber que já houve posicionamento do STJ no sentido de que o juiz possui discri-
cionariedade para avaliar o caso concreto nos delitos puníveis com detenção, para 
decidir pela adoção da medida de internação ou de tratamento amOulatorial, 
a depender da periculosidade do agente.
Além disso, o STF também já se posicionou no sentido de que é possível, excep-
cionalmente, a aplicação de medida de tratamento amOulatorial em cabob 
de delitob puníveib com reclubão, be manifebta a debnecebbidade de inter-
nação do agente delitivos
Medida Cautelar x Medida de Segurança
Assim como ocorre com a pribão domiciliar, é importante não confundir a 
medida de segurança de internação com a medida CAUTELAR de internação 
provibória!
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Aplicação da Medida
Já adiantamos, ao introduzir o assunto medida de begurança, que tais me-
didas são aplicáveis a inimputáveib e a bemi-imputáveibs É hora de conhecer a 
fundamentação legal e como ocorre a imposição de tal medida ao agente delitivo!
Inimputáveib
Primeiramente, temos a seguinte previsão no CP:
Inimputáveib
Arts 26s É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Uma vez que o magistrado identifique que o delito foi praticado por autor intei-
ramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-be 
de acordo com ebbe entendimento, irá prolatar a chamada bentença aObolu-
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tória imprópria. Ou seja, absolverá o agente, não irá lhe aplicar uma pena, e sim 
uma medida de segurança!
Semi-Imputáveib
Já no caso dos semi-imputáveis, temos a seguinte previsão legal:
Redução de pena
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude 
de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retarda-
do não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se 
de acordo com esse entendimento.
Ou seja, o semi-imputável, ao contrário do inimputável, possui uma capacidade 
ao menos parcial de entender o caráter ilícito de seus atos. Desse modo, não ficará 
isento de pena nem será absolvido: berá condenado, mab terá bua pena dimi-
nuída de 1/3 a 2/3s
Mas, professor, então vamos aplicar pena e medida de segurança ao mesmo 
tempo?
Excelente pergunta! E a resposta é negativa!
Não se pode aplicar duas punições a um mesmo fato delitivo, certo? Caso isso 
acontecesse, estaríamos diante do famoso bis in idem!
Aqui temos, portanto, a aplicação do chamado bibtema vicariante ou unitário.:
No sistema vicariante ou unitário, aplica-se OU uma medida de segurança OU uma 
pena privativa de liberdade.
Não pode ocorrer a aplicação de ambas, seja na forma cumulativa ou sucessiva!
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Por esse motivo, o que acontece com os semi-imputáveis é o seguinte:
Inicialmente, o magistrado condena o indivíduo e faz incidir uma causa de diminuição 
de pena de 1/3 a 2/3 em razão de sua semi-imputabilidade.
Se entender que o condenado necebbita de tratamento, PODE SUBSTITUIR a 
pena aplicada pelo tratamento amOulatorial ou pela internação (medidab de 
begurança)!
Faz sentido, certo?
O que acontece, portanto, é uma buObtituição da pena aplicada (que já havia 
sido reduzida) por uma medida de begurança, haja vista que o condenado neces-
sita de tratamento curativo para sua condição de semi-imputabilidade!
A previsão legal está no art. 98 do CP:
SuObtituição da pena por medida de begurança para o bemi-imputável
Arts 98s Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o con-
denado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser subs-
tituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 
(três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º.
Professor, e se o condenado adquirir uma doença mental DEPOIS de conde-
nado?
Outra excelente pergunta! Em alguns casos, o indivíduo será imputável e corre-
tamente condenado a uma pena privativa de liberdade, para posteriormente passar 
a sofrer de doença mental.
Nesse caso, pode o juiz da execução penal buObtituir a pena aplicada, du-
rante a execução, por uma medida de beguranças
É importante notar que, no entanto, se o indivíduo recuperar a saúde mental, 
deve voltar a cumprir a pena normalmente.
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Prazob
Para a pena privativa de liberdade, é fácil tratar do período de duração da me-
dida – afinal de contas, todo tipo penal apresenta a sanção penal adequada em seu 
preceito secundário. Por exemplo:
Homicídio bimpleb
Arts 121s Matar alguém:
Pena – reclusão, de beib a vinte anobs
Professor, quanto tempo deve durar uma medida de segurança? Seria o mesmo 
prazo da pena privativa de liberdade?
A resposta está nos parágrafos do art. 97, do Código Penal:
Prazo
§ 1º A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdu-
rando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosi-
dade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.
Perícia médica
§ 2º A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repe-
tida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução.
Ou seja; O juiz irá fixar um prazo mínimo que deve ser de 1 a 3 anobs Perceba 
que este é o prazo MÍNIMO!
Uma vez que o prazo mínimo acabar, ocorre uma perícia médica (parágrafo 2º), 
na qual se avalia a periculosidade do agente delitivo.
Se persistir a periculosidade, o indivíduo continuará submetido à medida de 
segurança, e a perícia médica deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer 
tempo, a depender do entendimento do juiz da execução!
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Prazo Máximo
Certo. Falamos que o prazo mínimo de internação varia de 1 a 3 anos. Mas qual 
o prazo máximo?
O legislador falou em prazo indeterminado, como você acabou de ler no art. 97, 
§ 1º. Entretanto, temos um problema com essa premissa:
No Brasil, a Constituição Federal veda a existência de penas perpétuas.
Logo, como podemos limitar a pena privativa de liberdade a 30 anob, e não 
limitar a medida de segurança da mesma forma, tornando-a virtualmente mais 
gravosa do que a primeira?
Por esse motivo, o STF entendeu que a medida de begurança não pode ul-
trapabbar 30 anob, assim como a pena privativa de liberdade!
O STJ, por sua vez, de forma ainda mais benéfica aos inimputáveis e semi-im-
putáveis, entendeu que o tempo de duração da medida de segurança não deve 
ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.
Dessa forma, se estivermos diante de um delito de homicídio simples praticado 
por um inimputável, por exemplo, para o STJ o tempo de duração da medida de se-
gurança não poderá ultrapassar os 20 anos previstos para o art. 121 no Código Penal!
Debinternação e Extinção da PuniOilidade
Você já sabe que se a perícia médica constatar que a periculosidade persiste, 
também persistirá a medida de segurança aplicada ao indivíduo.
Entretanto, e se a perícia médica constatar que o agente não apresenta mais 
sinais de periculosidade?
Nesse caso, o magistrado irá conceder a desinternação ou liberação do indivíduo, sem-
pre em caráter condicional, de modo que o agente seja novamente submetido à medida 
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be praticar fato indicativo de bua periculobidade anteb de decorrer um ano de 
bua liOeraçãos
Por fim, caso ocorra a extinção da puniOilidade do agente por qualquer mo-
tivo, não be impõe medida de begurança, nem buObibte a medida de begu-
rança que já foi impobta, por força do art.96, parágrafo único, CP.
Efeitos da Condenação
Por fim, precisamos falar brevemente dos chamados efeitob da condenaçãos 
O primeiro e principal efeito da condenação, obviamente, é a impobição de uma 
banção penal, beja ela uma pena ou medida de beguranças
Entretanto, este não é o único dos efeitos da condenação, e você precisa co-
nhecer os demais, chamados de efeitob becundáriobs
Efeitos Secundários da Condenação
Os efeitos secundários da condenação se dividem em efeitos penaib e extra-
penaibs São efeitos secundários PENAIS da condenação:
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O primeiro dos efeitos é autoexplicativo: O condenado passa a ser considerado 
reincidente caso pratique um novo delito.
A revogação de sursis anterior pode ocorrer de forma facultativa ou obriga-
tória. Caso o agente estivesse gozando de sursis (bubpenbão condicional) em 
relação a delito anteriormente praticado, essa sursis poderá (ou deverá, em alguns 
casos), ser revogada, em razão do autor ter voltado a delinquir.
Também pode ocorrer a revogação do livramento condicional em relação a 
outro crime praticado pelo autor, a depender do caso concreto.
Por fim, torna-se ainda possível impedir que determinados institutos (restritos 
aos réus primários) sejam concedidos ao condenado (tal como o reconhecimento 
do furto privilegiado, que requer a primariedade do agente).
Efeitob EXTRAPENAIS de Aplicação AUTOMÁTICA (Ob Chamadob Efeitob 
Genéricob)
Uma vez que o réu é condenado, a primeira das consequências AUTOMÁTICAS 
de sua condenação é a oOrigação de reparar o dano caubado à vítima (oOri-
gação de indenizar)s
O confisco, por sua vez, nada mais é do que a perda, em favor da união, dos 
bens arrolados no art. 91, inciso II do CP, que merece ser lido:
A perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: 
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, 
uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido 
pelo agente com a prática do fato criminoso.
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Efeitob EXTRAPENAIS de aplicação FUNDAMENTADA (Ob Chamadob 
Efeitos Específicos)
O rol acima não necessita de muita elaboração. O fundamental é que você saiba 
que essas hipóteses devem ser declaradas expressamente na sentença, visto que 
não bão de aplicação automáticas
Tal rol está previsto no art. 92 do CP, que também narra as condições em que 
tais efeitos irão ocorrer, de modo que merece ser lido na integra:
Arts 92s São também efeitos da condenação:
I – a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, 
nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Adminis-
tração Pública;
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos 
nos demais casos.
II – a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes do-
losos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de 
crime doloso. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser 
motivadamente declarados na sentença.
Incapacidade para o exercício do 
pátrio poder, tutela ou curatela. 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art92
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Perda dob Direitob Políticob
O último dos efeitos secundários de natureza extrapenal de grande importância 
para fins de prova não está previsto no CP, e sim na Constituição Federal, art. 15, 
inciso III:
Arts 15s É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará 
nos casos de:
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
Dessa forma, enquanto durarem os efeitos da condenação transitada em julga-
do, ocorre a suspensão dos direitos políticos do condenado!
Efeitos da Condenação – Esquematização
Para finalizar a nossa aula, vamos fazer um breve esquema voltado para os inú-
meros efeitos da condenação:
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Pena x Medidab de Segurança
Pena Medida de Segurança
Três Finalidades: 
Prevenção, Retribuição e Ressocialização
Finalidade: Prevenção
Voltada ao passado Voltada ao futuro 
Culpabilidade Periculosidade
ImputaOilidade e Medida de Segurança
Inimputável
(Doença Mental)
Semi-imputável
(PerturOação Mental)
A periculosidade é PRESUMIDA A periculosidade precisa ser COMPROVADA
Impõe-se a chamada aObolvição imprópria
Condena-se com redução da pena ou 
imposição de medida de begurança
Agente x Medida de Segurança
Inimputável Medida de Segurança
Semi-imputável Pena – ou Medida de Segurança
Imputável Pena
Ação Penal
Caro(a) aluno(a), para finalizar a aula de hoje, vamos tratar de um assunto 
bastante extenso, que é a ação penal.
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Nossa abordagem, no entanto, irá contextualizar a ação penal sob o prisma mais 
material do assunto. Isso porque o assunto ação penal está muito mais relacionado 
à disciplina de Direito Processual Penal do que de Direito Penal propriamente dito.
Mas, professor, por que então o senhor vai falar de ação penal em um curso de 
Direito Penal?
O faremos, pois o edital assim o prevê, sob o conteúdo programático de Direito 
Penal, o tema ação penal – e não é justo deixar o aluno na mão nesses casos.
Entretanto, é cabível observar que o estudo contextualizado e aprofundado do 
tema ocorre de uma maneira muitomais adequada sobre o prisma do direito pro-
cessual penal.
Dito isso, vamos ao que interessa!
Conceito
A ação penal é o direito do Estado-Acusação ou do ofendido de ingressar em juízo, so-
licitando a prestação jurisdicional, representada pela aplicação do Direito Penal ao caso 
concreto. - Guilherme de Souza Nucci
A ação penal é um instituto fundamental no Estado Democrático, se manifes-
tando em um direito essencial de solicitar a prestação jurisdicional e a aplicação do 
Direito Penal ao caso concreto.
O fluxo da persecução penal (persecutio criminis), em regra, começa com a con-
duta delituosa do indivíduo, passa pela busca da materialidade e indícios de autoria 
(suporte probatório mínimo), que é utilizado na ação penal que será intentada com 
o objetivo de punir o infrator. Vejamos:
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Nesse sentido, note que o próximo passo após a colheita de provas suficientes 
para garantir a justa causa (seja através do Inquérito Policial ou de outros meios 
lícitos) é a ação penal!
Início da Ação Penal
De posse das condições necessárias para o ingresso em juízo (ou seja, havendo 
justa causa), a ação penal poderá ser iniciada, basicamente, de duas formas:
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Lembre-se de que, embora, na maioria das vezes, o Inquérito Policial seja a peça 
que dá suporte à justa causa para a ação penal, ele não é obrigatório. Se já houver 
prova de materialidade e indícios suficientes de autoria por outros meios, a ação 
penal poderá ser iniciada de forma independente do IP!
Fundamento Conbtitucional da Ação Penal
O direito à ação penal está previsto na Constituição Federal, no art. 5º, inciso 
XXXV, como verdadeiro direito fundamental:
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Segundo a doutrina, o inciso XXXV também manifesta o chamado princípio da 
inafastabilidade de jurisdição, que tem por objetivo garantir que somente o poder 
Judiciário seja capaz de dizer o direito com força de coisa julgada.
Caracteríbticab da Ação Penal
A ação penal, assim como o Inquérito Policial, possui suas características, que 
também podem ser cobradas em sua prova. Gosto bastante das definições trazidas 
pelo mestre Leonardo Alves, as quais estão apresentadas a seguir:
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Fundamentação Legal
A ação penal possui sua fundamentação infraconstitucional prevista tanto no 
Código Penal (CP) quanto no Código de Processo Penal (CPP). Como sempre, al-
guns artigos costumam ser cobrados em sua literalidade pelo examinador, motivo 
pelo qual serão listados a seguir.
Entretanto, vamos esquematizar de forma paralela as normas do CP e do CPP, 
para que você possa fazer tanto a leitura quanto a revisão de uma forma mais or-
ganizada:
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Ação Penal - CP Ação Penal - CPP
Arts 100s A ação penal é pública, salvo quando 
a lei expressamente a declara privativa do ofen-
dido.
§ 1º A ação pública é promovida pelo Ministério 
Público, dependendo, quando a lei o exige, de 
representação do ofendido ou de requisição do 
Ministro da Justiça
§ 2º A ação de iniciativa privada é promovida 
mediante queixa do ofendido ou de quem tenha 
qualidade para representá-lo.
§ 3º A ação de iniciativa privada pode intentar-
-se nos crimes de ação pública, se o Ministério 
Público não oferece denúncia no prazo legal.
§ 4º No caso de morte do ofendido ou de ter 
sido declarado ausente por decisão judicial, 
o direito de oferecer queixa ou de prosseguir 
na ação passa ao cônjuge, ascendente, descen-
dente ou irmão.
Arts 24s Nos crimes de ação pública, esta será 
promovida por denúncia do Ministério Público, 
mas dependerá, quando a lei o exigir, de requi-
sição do Ministro da Justiça, ou de represen-
tação do ofendido ou de quem tiver qualidade 
para representá-lo.
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando 
declarado ausente por decisão judicial, o direito 
de representação passará ao cônjuge, ascen-
dente, descendente ou irmão.
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado 
em detrimento do patrimônio ou interesse da 
União, Estado e Município, a ação penal será 
pública.
Arts 25s A representação será irretratável, 
depois de oferecida a denúncia.
Todos os conceitos previstos nas normas acima serão explicados durante a aula 
de hoje. No entanto, peço que você faça a leitura pausada dos artigos acima, pois 
sua literalidade também é importante para resolver questões.
Para que seja intentada, a ação penal possui dois requisitos essenciais: indícios 
de autoria e prova de materialidade delitiva.
Via de regra, ao cobrar esse conceito, as bancas examinadoras costumam focar 
apenas nesses dois requisitos (embora estes não sejam os únicos).
Via de regra, as bancas examinadoras costumam definir a justa causa como supor-
te probatório mínimo, que se caracteriza com a prova de materialidade e indícios 
de autoria.
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Em termos mais simples, a justa causa estará presente quando existir prova de 
que um crime realmente aconteceu (materialidade delitiva) e indícios que levam a 
crer que o acusado é o autor do delito em apuração (indícios de autoria).
Espécies de Ação Penal
Caro(a) aluno(a), agora você já sabe bem o que é uma ação penal, e quais as 
condições para que ela seja válida (de modo que a denúncia não seja rejeitada).
De posse desse conhecimento, você já está pronto para conhecer as espécies de 
ação penal que existem em nosso ordenamento jurídico!
A classificação que vamos utilizar possui duas categorias principais, com duas 
espécies cada uma:
Comecemos pela mais importante: A ação penal pública incondicionada.
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Ação Penal PúOlica Incondicionada
Já vou começar chamando a sua atenção!
Quando o legislador não informar qual o tipo de ação penal para um determinado 
delito, a ação penal será pública incondicionada!
Isso ocorre porque esse tipo de ação penal é a regra geral em nosso ordena-
mento jurídico!
Vamos comparar dois tipos penais para exemplificar:
RouOo
Arts 157s Subtrair coisa móvel alheia, para si 
ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por 
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa
Violação do segredo profissional
Arts 154s Revelar alguém, sem justa causa, 
segredo, de que tem ciência em razão de 
função, ministério, ofício ou profissão, e cuja 
revelação possa produzir dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou 
multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante 
representação.
No caso do delito de roubo, o legislador não diz nada sobre o tipo de ação penal 
que deverá ser utilizada para processar aquele tipo de conduta criminosa, de modo 
que deve ser utilizada a regra, que é a ação penal pública incondicionada.
Já no caso do delito de violação do segredo profissional, veja que o legislador 
não se omitiu: no parágrafo único, informou que somente se procede mediante re-
presentação! Nesse caso, o que ele quer dizer é que a ação penal do delito previsto 
no art. 154 não é pública incondicionada, e sim pública condicionada à represen-
tação!
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Mas, professor, como fazer para não me confundir com esses termos?
Não se preocupe! É só seguir o esquema abaixo:
Ação Penal PúOlica 
Incondicionada
Ação Penal PúOlica 
Condicionada à 
Reprebentação
Ação Penal 
Privada
O legislador silencia sobre o 
tipo de ação penal.
O tipo penal vem 
acompanhado do texto 
“Somente se procede 
mediante representação”.
O tipo penal vem 
acompanhado do texto 
“Somente se procede 
mediante queixa”.
Pronto! Já sabemos identificar qual o tipo de ação utilizada para processar um 
determinado delito. Agora temos que entender quais as consequências disso!
No caso do delito de roubo – que se apura mediante ação penal pública incondi-
cionada, como você já sabe – quais serão as características da ação penal?
Caracteríbticab da Ação Penal PúOlica Incondicionada
A característica mais importante deste tipo de ação penal é bastante direta: Ela 
independe de autorização do ofendido para ser iniciada. 
Sendo assim, ela é regida pelo princípio da oficiosidade, ou seja, o Estado pode 
agir de ofício – sem provocação!
Nos crimes apurados com esse tipo de ação penal, portanto, basta que a auto-
ridade pública fique sabendo da ocorrência do crime para que tome as providências 
que o caso requer. Não dependerá de autorização da vítima ou de nenhum órgão 
Estatal para dar andamento à persecução penal!
Nesse diapasão, podemos dizer o seguinte:
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Para ficar ainda mais claro, imagine a situação hipotética:
Um indivíduo é encontrado morto em seu apartamento, com três tiros no peito. 
A polícia é comunicada do fato e chega ao local, mas a família pede que os policiais 
não investiguem o caso!
Essa seria uma situação absurda, certo? Como assim a família não quer que a 
morte de um ente querido seja investigada? Seria um comportamento tão absurdo 
que sem dúvidas levantaria suspeitas. 
Felizmente, o delito de homicídio também é de ação penal pública incondiciona-
da, motivo pelo qual a polícia poderá tomar todas as providências e apurar os fatos 
de ofício, pois não depende da autorização de ninguém para fazê-lo.
Princípiob correlatob
Atualmente, os examinadores costumam elaborar assertivas perguntando quais 
os princípios que regem um determinado tipo de ação penal, motivo pelo qual é 
importante conhecer quais são princípios correlatos a cada tipo de ação penal.
Para a ação penal pública incondicionada, temos os seguintes princípios:
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Ação Penal PúOlica Condicionada à Reprebentação 
A ação penal pública condicionada à representação é muito parecida com a in-
condicionada. Seu titular continua sendo o Ministério Público (afinal de contas, ela 
ainda é uma espécie de ação penal pública). A diferença principal é simples: 
Em crimes de ação penal pública condicionada a representação, as autoridades pú-
blicas dependerão da representação da vítima ou de quem tenha capacidade para 
representá-la, para que possam atuar na persecução penal!
Ou seja, se a Polícia Judiciária ou o Ministério Público tiverem notícia de um cri-
me que é apurado mediante este tipo de ação penal, acontecerá o seguinte:
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Por esse motivo, chamamos a representação do ofendido de condição de pro-
cedibilidade. 
A representação do ofendido, nesse caso, é chamada de condição de procedibilidade!
Nesse raciocínio, vamos imaginar uma nova situação hipotética:
A polícia tem notícia de que Tyrion ameaçou seu sobrinho, Joffrey. No entanto, 
quando questionado pelo delegado de polícia sobre os fatos, Joffrey admite que foi 
ameaçado, mas que não tem interesse de que os fatos sejam apurados.
Como o delito de ameaça é de ação penal pública condicionada à representação, 
acontecerá que a autoridade policial não poderá seguir em frente com a apuração 
do delito, pois faltará uma condição essencial de procedibilidade, a representação 
do ofendido!
Princípiob Correlatob
Vejamos quais são os princípios que regem especificamente a ação penal públi-
ca condicionada à representação do ofendido:
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Como a ação penal pública condicionada à representaçãoainda é uma ação pe-
nal pública em sua essência, muitos de seus princípios são idênticos aos da moda-
lidade anterior. Entretanto, é interessante notar as seguintes diferenças:
•	 Na ação condicionada à representação, não estão presentes os princípios da 
oficiosidade nem da obrigatoriedade, pois este tipo de ação penal depende 
essencialmente da representação do ofendido!
•	 No lugar dos princípios anteriores, surge o princípio da oportunidade, visto 
que o ofendido só irá representar se tiver interesse (se considerar oportuno 
o exercício desse direito).
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Embora a ação penal pública condicionada à representação seja regida pela oportu-
nidade e não pela obrigatoriedade, se o ofendido representar e existir justa causa 
para a ação penal, o MP não poderá deixar de atuar!
Uma vez que a vítima decide representar pela persecução penal, não pode o MP 
alegar o princípio da oportunidade para não se manifestar sobre o caso. Deverá agir 
regularmente!
Detalhes sobre a Representação
Precisamos agora entender alguns detalhes sobre a representação do ofendido. 
Vamos listar uma compilação de perguntas recorrentes em provas de concursos, 
todas extremamente relevantes para a sua preparação! 
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Retratação da Representação
Ainda sobre a representação, é recorrente em provas o questionamento sobre a 
possibilidade de o ofendido voltar atrás em seu desejo de ver o delito apurado – ou, 
em termos técnicos, de retratar da representação já oferecida ao estado.
Nesse sentido, a regra é que é possível a retratação da representação – mas 
apenas até o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público.
Os examinadores gostam de afirmar que, em regra, a representação poderá ser 
retratada até o recebimento da denúncia pelo Juiz. Essa afirmação é incorreta!
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Retratação e Lei Maria da Penha (Lei ns 11s340/2006)
Observação importante é sobre a lei Maria da penha. Em casos de crimes que 
envolvam violência doméstica contra a mulher, o procedimento de retratação muda 
um pouco:
•	 Nesse caso, excepcionalmente, a retratação pode se dar até o recebimento 
da denúncia.
•	 No entanto, será necessária a realização de uma audiência específica para 
que a vítima retrate a representação, diante do Juiz. 
Ação Penal Privada
Agora que você já conhece a ação penal pública e suas espécies (incondicionada 
e condicionada à representação) é necessário passar para uma outra modalidade 
de ação penal: a ação penal privada.
Tudo que sabemos até agora é como identificar os delitos que são apurados 
através deste procedimento.
Localizando a expressão “somente se procede mediante queixa”, que deverá 
constar junto do tipo penal.
Sabendo que um determinado delito é apurado mediante ação penal privada, o 
próximo passo é entender as principais diferenças entre a ação penal pública con-
dicionada à representação, e a ação penal privada:
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Ou seja, excepcionalmente na ação penal privada, o Estado concederá a legiti-
midade ao ofendido para ele mesmo entrar em juízo!
Isso ocorre pois, em algumas situações, o legislador entende que ingressar 
em juízo e expor a intimidade da vítima, muitas vezes, pode gerar um sofrimento 
maior do que a própria impunidade do criminoso. Nesse sentido, é dada a opção 
para que o ofendido decida o que lhe é mais vantajoso, através da conversão da 
ação penal em privada. 
A ação penal privada é uma exceção ao princípio da oficialidade, visto que o Es-
tado transfere a titularidade da ação penal, de forma totalmente excepcional, para 
o ofendido. 
O direito de punir continua sendo do Estado. 
O que se transfere é a mera legitimidade para o oferecimento da ação penal. 
De uma maneira prática, entenda da seguinte forma:
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Não confunda a queixa da ação penal privada com a expressão popular “prestar 
queixa na delegacia”. A comunicação de um delito à polícia judiciária é a chamada 
notitia criminis, ou notícia do crime, ato no qual a autoridade pública toma ciência 
de um fato delituoso!
A queixa-crime, por sua vez, é o instrumento de oferecimento da ação penal pri-
vada que deve ser realizada pelo querelante (ofendido), devidamente representado 
por advogado. Ela se equipara à denúncia na ação penal pública!
Legitimidade para Intentar a Ação Privada
Certo. Já sabemos que não será o Ministério Público o responsável por entrar 
em juízo na ação penal privada – e sim o próprio ofendido representado por advo-
gado. Vejamos, no entanto, algumas regras específicas sobre o assunto:
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Quanto à previsão do art. 36, teríamos a seguinte ordem preferencial:
Princípiob que Regem a Ação Penal Privada
Assim como fizemos com as duas ações penais anteriores, é importante tam-
bém apresentar os princípios que regem a ação penal privada:
Note, portanto, que a ação penal privada não é regida pela oficialidade, obri-
gatoriedade, oficiosidade e autoritariedade, que são princípios relacionados com a 
titularidade do estado sobre a ação penal! 
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Ofendidob Menoreb de Idade
No caso de ofendidos menores de 18 anos (ou incapazes por outro motivo, tais 
como pessoas com enfermidades mentais que lhes restrinjam a capacidade de en-
tendimento), estes podem ser representados por curador especial, que pode ser 
nomeado a requerimento do MP, ou até mesmo de ofício, pelo Juiz. 
OOrigatoriedade de Advogado
Conforme explicamos anteriormente, o ofendido irá intentar a ação penal priva-
da diretamente. Entretanto, este em regra não possui capacidade postulatória, que 
é a capacidade de praticar atos processuais, conferida por lei ao advogado.
Nesse sentido, é obrigatório que o querelante se faça representar por advogado 
para que possa oferecer a ação penal!
Se o próprio ofendido for advogado (regularmente inscrito na OAB), poderá repre-
sentar a si próprio, tendo em vista que não lhe faltará capacidade postulatória.
Noutro giro, note que o Estado não pode obrigar a vítima a possuir dinheiro para 
pagar um advogado e solicitar a prestação jurisdicional – que é um direito de todos, 
afinal de contas.
Assim, se o querelante não dispuser de meios para pagar um advogado em 
causa própria, bastará que este comprove sua pobreza para que o juiz nomeie um 
advogado que promova a ação penal privada em seu nome.
Sobre esse assunto, recomendo a leitura do art. 32 do CPP, transcrito abaixo, 
visto que sua literalidade costuma ser recorrente em provas de concursos – princi-
palmente a do §2º:
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Arts 32s Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a 
sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.
§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do processo, 
sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família.
§ 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja circuns-
crição residir o ofendido.
Atuação do Minibtério PúOlico
Também é um ponto importante da ação penal privada a atuação do MP. Note 
que, embora não atue como protagonista – visto que o querelante irá ingressar em 
juízo por conta própria, o MP ainda manterá suas atribuições de custos legis, ou 
seja, de fiscal da lei.
Dessa forma, o MP deverá atuar, mesmo na ação penal privada, para garantir a 
observação dos princípios que regem tal instituto, bem como para garantir o bom 
andamento do processo.
Ebpécieb de Ação Penal Privada
Para finalizar o assunto ação penal privada, é ainda preciso entender que exis-
tem três espécies: a regular, a personalíssima e a subsidiaria da pública. 
A ação penal privada regular (ou propriamente dita) é a que você acabou de es-
tudar: é a ação penal na qual o examinador determina que só se procede mediante 
queixa.
A ação penal privada personalíssima, por sua vez, possui as mesmas caracte-
rísticas da ação penal privada comum, porém com uma peculiaridade: apenas o 
ofendido poderá intentá-la, pessoalmente.
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Na ação penal privada personalíssima, não é possível que representantes legais, 
sucessores ou curadores ingressem em juízo em substituição ao ofendido.
Essa limitação ocorre pois dizemos que a legitimidade ativa fica restrita ao 
ofendido.
Não se preocupe tanto com esse tipo específico da ação penal privada. O im-
portante mesmo é que você saiba que existe essa possibilidade, pois, na prática, 
existe apenas um delito em nosso Código Penal cujo processo é realizado através 
da ação penal privada personalíssima: O art. 236 do CP (Ocultação de impedimento 
ao casamento). 
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública
Por fim, temos a ação penal privada subsidiária da pública. E essa variação me-
rece um tópico de destaque, pois simplesmente despenca em provas de concursos. 
O direito a esse tipo de ação penal surge quando o MP, no exercício de sua titu-
laridade da ação penal pública, não cumpre os prazos impostos por lei.
Ou seja: Uma ação penal pública deveria ter sido intentada pelo órgão minis-
terial no prazo, e não foi. Com isso, a vítima passa a ter o direito de ela própria 
ingressar em juízo, visto que não é obrigada a aguardar indefinidamente que o MP 
ofereça a denúncia.
Esse ingresso em juízo feito excepcionalmente pela vítima em casos de omissão 
do parquet, é realizado através da ação penal privada subsidiária da pública!
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Veja que simplesmente houve uma demora injustificada do Estado, na figura do 
Ministério Público, o que gerou um direito de ingressar em juízo ao ofendido. 
Esse tipo de ação penal é exatamente isso, um direito, que o ofendido pode ou não 
exercer – só o fará se quiser! Ninguém é obrigado a intentar a ação penal privada 
subsidiária da pública só porque o MP está demorando a atuar.
Dicas importantes para a prova:
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OObervaçõeb à Participação do MP
É importante notar que, embora o MP tenha “pisado na bola” e não tenha se 
manifestado em tempo, a ação de origem ainda é pública, e a titularidade da ação 
penal pública é do MP, motivo pelo qual ainda possuirá muito mais influência no 
trâmite da ação penal privada subsidiária da pública, do que possui na ação penal 
privada comum.
Em primeiro lugar, o MP continuará a atuar no trâmite da ação penal privada 
subsidiária da pública. Poderá inclusive aditá-la, e até mesmo oferecer uma denún-
cia substitutiva, se considerar que a queixa-crime elaborada pelo ofendido e seu 
advogado é inadequada. Nesse sentido, é importantíssimo conhecer o art. 29 do 
CPP, em sua literalidade:
Arts 29s Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for inten-
tada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer 
denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de 
prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar 
a ação como parte principal.
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