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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Desempenho De eDificações
Elaboração
Bárbara César Barros 
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES .......................................................................... 11
CAPÍTULO 1
O CONCEITO DE DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES ................................................................. 11
CAPÍTULO 2
REQUISITOS TÉCNICOS ........................................................................................................... 19
CAPÍTULO 3
DESEMPENHO TÉRMICO ......................................................................................................... 32
UNIDADE II
DESEMPENHO ACÚSTICO, LUMÍNICO, E SEGURANÇA AO FOGO .......................................................... 39
CAPÍTULO 1
DESEMPENHO ACÚSTICO ....................................................................................................... 39
CAPÍTULO 2
DESEMPENHO LUMÍNICO ....................................................................................................... 43
CAPÍTULO 3
SEGURANÇA AO FOGO ......................................................................................................... 49
UNIDADE III
DESEMPENHO ESTRUTURAL E ANTROPODINÂMICO ............................................................................... 56
CAPÍTULO 1
DESEMPENHO ESTRUTURAL ..................................................................................................... 56
CAPÍTULO 2
DESEMPENHO ANTROPODINÂMICO ....................................................................................... 60
UNIDADE IV
SUSTENTABILIDADE NAS EDIFICAÇÕES .................................................................................................. 63
CAPÍTULO 1
SUSTENTABILIDADE NAS EDIFICAÇÕES ..................................................................................... 63
CAPÍTULO 2
ANÁLISE DO CICLO DE VIDA PARA EDIFICAÇÕES .................................................................... 67
CAPÍTULO 3
RECICLAGEM DE RESÍDUOS ................................................................................................... 74
UNIDADE V
EDIFICAÇÕES SAUDÁVEIS, PROJETOS REGENERATIVOS E AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO ........................ 79
CAPÍTULO 1
EDIFICAÇÕES SAUDÁVEIS ....................................................................................................... 79
CAPÍTULO 2
PROJETOS REGENERATIVOS .................................................................................................... 85
CAPÍTULO 3
AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO (APO) ....................................................................................... 88
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 91
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
Recorrentemente avaliamos o desempenho de produtos e sistemas no nosso dia 
a dia, de forma a decidir o que nos melhor serve ou não. Por exemplo, é usual 
na compra de um automóvel avaliar seu desempenho em relação ao consumo de 
combustível por quilômetro rodado. 
Por muito tempo, a noção de desempenho traçou um caminho distante da indústria 
da construção civil brasileira, apesar desta influenciar nossas vidas diretamente, 
principalmente em cidades, já que passamos a maior parte do nosso tempo em 
edificações, seja para morar, trabalhar ou relaxar. 
Todavia, nos últimos anos, a indústria da construção civil, academia e mercado 
imobiliário vêm demonstrando interesse em reverter esse cenário, em busca de 
fomentar um estoque de edificações de melhor qualidade técnica e construtiva, de 
maior durabilidade, e que atendam de forma mais adequada às demandas dos seus 
usuários. 
Nesse sentido, em 2013, foi lançada a norma técnica ABNT NBR 15.575 para 
normatizar o desempenho esperado em edificações habitacionais do país. Para 
essa norma, foi compilado o conteúdo de várias normas já existentes no Brasil. 
Conjuntamente, a mudança do clima e o consumo excessivo dos recursos 
naturais do planeta demanda uma nova visão sobre os nossos modelos de 
produção e consumo, de forma que garantiremos que as futuras gerações 
tenham suas demandas também atendidas. Por isso, precisamos discutir sobre 
sustentabilidade, e como ela se insere na indústria da construção civil e em 
edificações. 
Para isso, esta apostila está divida em cinco unidades:
Na primeira, segunda e terceira unidades serão discutidos os conceitos e tipos de 
desempenhos das edificações, baseada na Norma ABNT NBR 15575.
Na quarta e quinta unidade, serão discutidas as questões que permeiam 
sustentabilidade em edificações e a saúde dosusuários, como os conceitos de 
análise de ciclo de vida, reciclagem de resíduos, edificações saudáveis, projetos 
regenerativos e avaliação pós-ocupação. 
9
Objetivos
 » Esclarecer ao aluno as questões primordiais do desempenho das 
edificações habitacionais, com base na Norma ABNT NBR 15575.
 » Apresentar os conceitos que permeiam a temática da sustentabilidade 
em edificações.
10
11
UNIDADE I
COMPREENDENDO 
DESEMPENHO EM 
EDIFICAÇÕES 
Nesta unidade, no capítulo 1, iremos discutir a abordagem de desempenho em 
edificações, contextualizando a evolução do termo até a Norma ABNT NBR 15575. 
Em seguida, no capítulo 2, apresentaremos os requisitos técnicos da Norma ABNT 
NBR 15575. 
No terceiro capítulo, vamos abordar os parâmetros importantes a serem 
considerados para garantir o desempenho térmico de uma edificação. 
CAPÍTULO 1
O conceito de desempenho em 
edificações
Diariamente, utilizamos o termo desempenho para avaliar a capacidade que 
algo ou alguém possui de cumprir suas funções principais com qualidade, a 
exemplo da avaliação de atletas em torneios ou produtos onde se exige boa 
performance. 
Na área da construção civil, a produção de edificações envolve grande 
diversidade de técnicas, tecnologias e materiais, assim como grande variedade 
de atores envolvidos (incorporadores, construtores, fabricantes de materiais, 
projetistas, financiadores etc.), que geram uma produção diversificada. 
Conjuntamente, questões econômicas, políticas, urbanísticas e ambientais, bem 
como necessidades específicas dos usuários, também interferem diretamente 
na heterogeneidade desta produção. 
Mais além, edificações são produtos onde se espera uma longa vida útil e que sejam 
adequadas para os usos que foram dados, como habitação, trabalho, lazer etc. 
12
UNIDADE I │ COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES 
Nesse sentido, a complexidade inata da construção civil torna esse setor de difícil 
avaliação sobre a qualidade do produto final perante o tempo. 
Dessa forma, nas últimas décadas, desenvolveu-se na Academia e instituições 
técnicas a discussão sobre como avaliar o desempenho de edificações. 
Entende-se como desempenho de uma edificação o seu comportamento em uso 
durante sua vida útil (BLACHERE, 1969, apud BORGES, 2008). De acordo com 
Borges (2008, p.26): 
O edifício é um produto que deve apresentar determinadas 
características que o capacitem a cumprir objetivos e funções para os 
quais foi projetado, quando submetido a determinadas condições de 
exposição e uso; assim, ele é considerado “bem comportado” quando 
atende aos requisitos para o qual foi projetado. 
No Brasil, avaliar o desempenho de edificações é tema extremamente recente, 
mas nos países desenvolvidos, esse tema já vem sendo discutido há décadas, com 
destaque especial ao CIB (International Council for Research and Innovation 
in Bulding and Construction). O CIB é uma Associação Internacional, criada em 
1953, com objetivo de estimular e facilitar a troca de conhecimento técnico para 
o avanço tecnológico do setor da construção civil. Dentre suas linhas de pesquisa, 
estão estudos sobre desempenho de edificações. 
Em 1982, o coordenador da Comissão de Trabalho W060 do CIB trouxe a seguinte 
definição para desempenho de edificações: 
A abordagem de desempenho é, primeiramente e acima de tudo, a 
prática de se pensar em termos de fins e não de meios. A preocupação 
é com os requisitos que a construção deve atender e não com a 
prescrição de como esta deve ser construída. (GIBSON, 1982, apud 
BORGES, 2008, p.28).
Assim, compreende-se que o conceito de desempenho de edificações traz uma 
inversão da lógica prescritiva tradicional encontrada nos códigos de construções, 
que tradicionalmente indicam como devem ser construídos os edifícios, indicando 
materiais, espaçamentos, técnicas etc., ou seja, definindo os meios para como 
construir. Na lógica do desempenho de edificações, o importante é garantir que 
as edificações apresentem características de comportamento pré-definidas no 
produto final ao longo da vida útil, de forma a dar ênfase no desempenho desejado 
global da edificação, ou seja, no objetivo fim do produto. 
13
COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES │ UNIDADE I
A ênfase dada no desempenho das edificações garante mais liberdade de soluções 
técnicas aos projetistas e construtores, viabilizando escolhas por soluções 
construtivas inovadoras e que promovam a evolução tecnológica do setor. Mais 
além, o foco em desempenho de edificações garante melhor qualidade no produto 
entregue, ao exigir ótimos comportamentos estruturais, eficiência energética e 
hídrica, melhor qualidade nos materiais construtivos e de revestimentos, e melhor 
conforto térmico. 
Em 1984, a Norma Internacional ISO 6241 trouxe um guia de requisitos que 
deveriam ser contemplados numa norma nacional de desempenho de edificações:
Quadro 1. Requisitos para uma norma nacional de desempenho de edificações da ISSO 6241.
Categoria Exemplos
1. Requisitos de estabilidade
Resistência mecânica a ações estáticas e dinâmicas, tanto individualmente quanto em combinação. 
Resistência a impactos, ações abusivas intencionais ou não, ações acidentais, efeitos cíclicos.
2. Requisitos de segurança contra 
incêndio
Riscos de irrupção e de difusão de incêndio, respectivamente. Efeitos psicológicos de fumaça e calor. 
Tempo de acionamento de alarme (sistemas de detecção e de alarme). 
Tempo de evacuação da edificação (rotas de saída). 
Tempo de sobrevivência (compartimentalização do fogo).
3. Requisitos de segurança em uso
Segurança relativa a agentes agressivos (proteção contra explosões, queimaduras, pontos e bordas 
cortantes, mecanismos móveis, descargas elétricas, radioatividade, contato ou inalação de substâncias 
venenosas, infecção.). 
Segurança durante movimentação e circulação (limitação de escorregamento nos pisos, vias não 
obstruídas, corrimões etc.). 
Segurança contra a entrada indevida de pessoas e/ou animais.
4. Requisitos de vedação
Vedação contra água (de chuva, do subsolo, de água potável, de águas servidas etc.). 
Vedação de ar e de gás. 
Vedação de poeira e de neve.
5. Requisitos térmicos e de umidade
Controle de temperatura do ar, da radiação térmica, da velocidade do ar e da umidade relativa 
(limitação de variação em tempo e no espaço, resposta de controles). 
Controles de condensação.
Ventilação.
6. Requisitos de pureza do ar
Ventilação. 
Controle de odores.
7. Requisitos acústicos
Controle de ruídos internos e externos (contínuos e/ou intermitentes). 
Inteligibilidade sonora. 
Tempo de reverberação.
8. Requisitos visuais
Iluminação natural e artificial (iluminação necessária, estabilidade, contraste luminoso e proteção contra 
luz muito forte). 
Luz solar (insolação). 
Possibilidade de escuridão. 
Aspectos de espaços e de superfícies (cor, textura, regularidade, nivelamento, verticalidade, 
horizontalidade, perpendicularidade etc.). 
Contato visual, internamente e com o mundo exterior (encadeamentos e barreiras referentes à 
privacidade, proteção contra distorção ótica).
14
UNIDADE I │ COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES 
Categoria Exemplos
9. Requisitos táteis
Propriedades das superfícies, aspereza, secura, calor, elasticidade. 
Proteção contra descargas de eletricidade estática.
10. Requisitos dinâmicos
Limitação de vibrações e acelerações de todo o conjunto (transientes e contínuas). 
Comodidade dos pedestres nas áreas expostas ao vento. 
Facilidade de movimentação (inclinação das rampas, disposição dos degraus de escadas). Margem de 
manobras (manipulação de portas, janelas, controle sobre equipamentos etc.).
11. Requisitos de higiene
Instalação para cuidados e higiene do corpo humano. 
Suprimento de água. 
Condições de feitura de limpeza. 
Liberação de águas servidas, materiais servidos e fumaça. 
Limitação de emissão de contaminantes.
12. Requisitos para a conveniência de 
espaços destinados a usos específicos
Quantidade, tamanho, geometria, subdivisãoe inter-relação de espaços. 
Serviços e equipamentos. 
Condições (capacidade) de mobiliamento e flexibilidade.
13. Requisitos de durabilidade
Conservação (permanência) de desempenho com relação à necessária vida útil de serviços sujeitos à 
manutenção regular.
14. Requisitos econômicos
Custos de manutenção, operacionais e de capital. 
Custos de demolição.
Fonte:Borges (2008, pp. 31-32).
Observa-se no quadro anterior, que essa guia já trazia diretrizes inovadoras para o 
desempenho de edificações, como custos de manutenção, operacionais e de capital; 
requisitos acústicos e de durabilidade; requisitos que estão sendo recentemente 
discutidos no Brasil. Conjuntamente, a Norma não menciona requisitos de 
sustentabilidade, questão que ainda era pouco discutida no período, mas que hoje é 
fundamental para avaliar o desempenho de uma edificação. 
Em 2000, o Secretariado Geral do CIB criou a iniciativa de rede temática PeBBu 
(Performance Based Building, ou Construção baseada em desempenho – tradução 
nossa). Essa rede contemplava 73 organizações, de diferentes países, como: BBRI 
(Bélgica), VTT (Finlândia), CSTB (França), EGM e TNO (Noruega), BRE (Reino Unido), 
além da CIB Development Foundation (CIBdf). Os objetivos da rede eram estimular e 
facilitar a disseminação do tema de edificações baseadas em desempenho no setor da 
construção civil. Ao todo, foram feitos 26 relatórios finais sobre o tema, que deram 
grandes passos no tema na União Europeia e são referências no mundo. 
Além disso, ressalta-se que o objetivo da rede PeBBu é a aplicação prática da 
abordagem de desempenho nas construções, de forma a trazer benefícios como a 
especialização da indústria da construção civil e aumento da competitividade entre 
países da União Europeia. De forma simplificada, a rede PeBBu visa:
15
COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES │ UNIDADE I
 » Avaliar a operação de uma edificação ao invés de focar nas normativas 
de como construir.
 » Incentivar a inovação de materiais, componentes, sistemas e projetos.
 » Promover a flexibilidade para gerar soluções projetuais inovadoras.
 » Estabelecer níveis de desempenho que garantam o cumprimento das 
demandas mais básicas da sociedade.
Como benefícios da rede, temos:
 » Promover melhores retrofits aos usos das construções.
 » Promover melhor comunicação dos anseios do cliente com o projeto e a 
construção.
 » Promover a inovação técnica, construtiva e projetual e a otimização dos 
custos. 
 » Promover trocas comerciais internacionais no setor, devido à 
especialização da construção civil. 
No Brasil, a limitação de referências bibliográficas no tema e a dificuldade 
de avaliação dos sistemas inovadores atrasaram a assimilação do conceito de 
desempenho de edificações na indústria da construção civil. Foi a partir dos anos 
80, com as pesquisas desenvolvidas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do 
Estado de São Paulo (IPT) e outros autores, que o tema começou a ganhar espaço. 
Tradicionalmente, toda a normatização brasileira teve caráter prescritivo. Foi a 
partir dos estudos do IPT, que noções do termo de desempenho na avaliação de 
sistemas construtivos foram induzidas nas novas normas técnicas. Em 2000, a Caixa 
Econômica Federal e a Academia mostraram interesse em aglutinar e simplificar 
várias normas técnicas em vigor para descomplicar o processo de avaliação. Dessa 
forma, a Caixa, com apoio da Finep, financiou o projeto de pesquisa “Normas 
Técnicas para Avaliação de Sistemas Construtivos Inovadores para Habitações”. 
Os aprendizados da pesquisa induziram o desenvolvimento de uma Norma 
Técnica unificada: a ABNT NBR 15575. Tal norma foi primeiramente apresentada 
em 2008 para consulta técnica ao mercado e academia, e passaria a entrar em 
vigor em 2010. Contudo, por demandas do mercado, que ainda precisaria de um 
tempo maior para se adequar, a norma só foi publicada em 2013. Desde então, 
a norma rege toda a avaliação de desempenho de edificações habitacionais no 
país. 
16
UNIDADE I │ COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES 
Figura 1. Processo para criar a norma NBR15575 – Edifícios Habitacionais – Desempenho.
 
 
12/05/2018
• Publicação
12/05/2010
• Entrada em vigor
12/11/2010
• Período que deveria iniciar a exigibilidade
• A exibilidade foi suspensa até 12/03/2013
19/02/2013
• Publicação
19/07/2013
• Exigibilidade
• A nova versão substitui plenamente a anterior.
Fonte: Elaboração da autora, 2019, baseado em MATOZINHOS, Roberto. Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado 
do Rio de Janeiro. 2015. Material produzido para palestra “NBR15575 – Edifícios Habitacionais – Desempenho”, p. 7.
Norma ABNT NBR 15575
A Norma ABNT NBR 15575 estabelece os requisitos e critérios de desempenho que 
se aplicam às edificações habitacionais, como um todo integrado, bem como os 
sistemas específicos que devem ser avaliados de forma isolada. A Norma não se 
aplica a obras em andamento ou a edificações concluídas até a data da entrada 
em vigor da mesma. Também não se aplica a obras de reformas nem de retrofit, 
nem edificações provisórias. Ela é utilizada como um procedimento de avaliação 
do desempenho de sistemas construtivos.
Figura 2. Esquema sobre desempenho de edificações.
 
 
5. Desempenho da Edificação em Uso
Inspeção predial
4. Desempenho da Edificação Nova
Inspeções e ensaios
3. Desempenho da obra
Inspeções e ensaios
2. Desempenho dos Projetos
Análises técnicas
1. Desempenho do Terreno
Inspeções in loco
Fonte: Adaptação de Qualidade Total e a Norma de Desempenho em Edificações. Disponível em: <https://www.
institutodeengenharia.org.br/site/2016/02/01/qualidade-total-e-a-norma-de-desempenho-em-edificacoes/>.
17
COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES │ UNIDADE I
A ABNT NBR 15575, sob o título geral “Edificações habitacionais — Desempenho” 
tem previsão de conter as seguintes partes: requisitos gerais; requisitos para os 
sistemas estruturais; para os sistemas de pisos; para os sistemas de vedações 
verticais internas e externas; para os sistemas de coberturas e para os sistemas 
hidrossanitários.
As normas de desempenho são estabelecidas buscando atender às exigências 
dos usuários. No caso dessa, referem-se a sistemas que compõem edificações 
habitacionais, independentemente dos seus materiais constituintes e do 
sistema construtivo utilizado.
As Normas de desempenho traduzem as exigências dos usuários em requisitos e 
critérios, e são consideradas como complementares às Normas prescritivas, sem 
substituí-las. A utilização simultânea delas visa atender às exigências do usuário 
com soluções tecnicamente adequadas.
Figura 3. Estrutura conceitual da Norma de Desempenho NBR 15575.
 
 
Exigências do 
usuário 
Condições de 
exposição 
 
 
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
Análises de 
projeto
Ensaios 
laboratoriais Protótipos
Simulação 
Computacional
CRITÉRIOS
Quantitativos
REQUISITOS
Qualitativos
Fonte: Adaptação de ASBEA/CAU, s/d. p.5.
No caso de conflito, diferença ou divergência de critérios ou métodos entre as 
normas prescritivas e a norma NBR 15575 deve-se atender a todos os critérios e 
métodos de todas as normas.
18
UNIDADE I │ COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES 
Os sistemas elétricos das edificações habitacionais fazem parte de um conjunto 
mais amplo de Normas com base na ABNT NBR 5410 e, portanto, os requisitos 
de desempenho para esses sistemas não estão estabelecidos na ABNT NBR 
15575. 
Essa parte da ABNT NBR 15575 estabelece critérios relativos ao desempenho 
térmico, acústico, lumínico e de segurança ao fogo, que devem ser atendidos 
individual e isoladamente pela própria natureza conflitante dos critérios 
de medições, por exemplo, desempenho acústico (janela fechada) versus 
desempenho de ventilação (janela aberta).
19
CAPÍTULO 2
Requisitos técnicos
Os requisitos técnicos da Norma ABNT NBR 15575 tratam dos condicionantes 
legais, materiais e valores-parâmetro na avaliação das estruturas, usos e 
oportunidades de solução de sinistros.
Figura 4. Compreendendoa Norma.
 
 Fonte: A importância do Conforto Acústico. Disponível em: <https://www.arqblog.com.br/curiosidades-na-arquitetura/5319/>.
Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação da NBR 15.575: 
 » ABNT NBR 5410, Instalações elétricas de baixa tensão.
 » ABNT NBR 5419, Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas.
 » ABNT NBR 5629, Execução de tirantes ancorados no terreno.
 » ABNT NBR 5649, Reservatório de fibrocimento para água potável – 
Requisitos.
 » ABNT NBR 5671, Participação dos intervenientes em serviços obras de 
engenharia e arquitetura.
 » ABNT NBR 5674, Manutenção de edificações – Procedimentos.
 » ABNT NBR 6118, Projeto de estruturas de concreto – Procedimentos.
20
UNIDADE I │ COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES 
 » ABNT NBR 6122, Projeto e execução de fundações.
 » ABNT NBR 6136, Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – 
Requisitos.
 » ABNT NBR 6479, Portas e vedadores – Determinação da resistência ao 
fogo.
 » ABNT NBR 6488, Componentes de construção – Determinação da 
condutância e da transmitância térmica – Método da caixa quente 
protegida.
 » ABNT NBR 6565, Elastômero vulcanizado – Determinação do 
envelhecimento acelerado em estufa.
 » ABNT NBR 7190, Projeto de estruturas de madeira.
 » ABNT NBR 7398, Produto de aço ou ferro fundido revestido de zinco por 
imersão a quente – Verificação da aderência do revestimento.
 » ABNT NBR 7400, Produto de aço ou ferro fundido – Revestimento de zinco 
por imersão a quente – Verificação da uniformidade do revestimento.
 » ABNT NBR 8044, Projeto geotécnico.
 » ABNT NBR 8094, Material metálico revestido e não revestido – Corrosão 
por exposição à névoa salina.
 » ABNT NBR 8096, Material metálico revestido e não revestido – Corrosão 
por exposição ao dióxido de enxofre.
 » ABNT NBR 8491, Tijolo maciço de solo-cimento.
 » ABNT NBR 8681, Ações e segurança nas estruturas – Procedimentos.
 » ABNT NBR 8800, Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios 
(método dos estados limites).
 » ABNT NBR 9050, Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e 
equipamentos urbanos.
 » ABNT NBR 9062, Projeto e execução de estruturas de concreto 
pré-moldado.
 » ABNT NBR 9077, Saídas de emergência em edifícios.
21
COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES │ UNIDADE I
 » ABNT NBR 9441, Execução de sistemas de detecção de alarme de 
incêndio.
 » ABNT NBR 9457, Ladrilho hidráulico.
 » ABNT NBR 10151, Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas, 
visando o conforto da comunidade – Procedimentos.
 » ABNT NBR 10152, Níveis de ruído para conforto acústico.
 » ABNT NBR 10834, Bloco vazado de solo-cimento sem função estrutural.
 » ABNT NBR 10837, Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de 
concreto.
 » ABNT NBR 10898, Sistema de iluminação de emergência.
 » ABNT NBR 11173, Projeto e execução de argamassa armada.
 » ABNT NBR 11682, Estabilidade de taludes.
 » ABNT NBR 12693, Sistemas de proteção por extintores de incêndio.
 » ABNT NBR 13281, Argamassa para assentamento e revestimento de 
paredes e tetos – Requisitos.
 » ABNT NBR 13434-1, Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – 
Parte 1: Princípios de projeto.
 » ABNT NBR 13434-2, Sinalização de segurança contra incêndio e pânico 
– Parte 2: Símbolos e suas formas, dimensões e cores.
 » ABNT NBR 13438, Blocos de concreto celular autoclavado.
 » ABNT NBR 13523, Central de gás liquefeito de petróleo (GLP).
 » ABNT NBR 13714, Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate 
a incêndio – Procedimentos.
 » ABNT NBR 13858-2, Telhas de concreto – Parte 2: Requisitos e métodos 
de ensaio – Procedimentos.
 » ABNT NBR 14037, Manual de operação, uso e manutenção das 
edificações – Conteúdo e recomendações para elaboração e 
apresentação.
22
UNIDADE I │ COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES 
 » ABNT NBR 14323, Dimensionamento de estruturas de aço de edifícios 
em situação de incêndio – Procedimento.
 » ABNT NBR 14432, Exigências de resistência ao fogo de elementos 
construtivos de edificações – Procedimento.
 » ABNT NBR 14762, Dimensionamento de estruturas de aço constituídas 
por perfis formados a frio – Procedimento.
 » ABNT NBR 15200, Projeto de estruturas de concreto em situação de 
incêndio.
 » ABNT NBR 15210-1, Telha ondulada de fibrocimento sem amianto e seus 
acessórios – Parte 1: Classificação e requisitos.
 » ABNT NBR 15215-3, Iluminação natural – Parte 3: Procedimento de 
cálculo para a determinação da iluminação natural em ambientes 
internos.
 » ABNT NBR15220-2, Desempenho térmico de edificações – Parte 2: 
Métodos de cálculo da transmitância térmica, da capacidade térmica, 
do atraso térmico e do fator solar de elementos e componentes de 
edificações.
 » ABNT NBR 15220-3, Desempenho térmico de edificações – Parte 3: 
Zoneamento bioclimático brasileiro, e diretrizes construtivas para 
habitações unifamiliares de interesse social.
 » ABNT NBR 15220-4, Desempenho térmico de edificações – Parte 
4: Medição da resistência térmica e da condutividade térmica pelo 
princípio da placa quente protegida.
 » ABNT NBR 15319, Tubos de concreto, de seção circular, para cravação – 
Requisitos e métodos de ensaio.
 » ABNT NBR 15526, Redes de distribuição interna para gases combustíveis 
em instalações residenciais e comerciais – Projeto e execução.
Exigências do usuário
A Norma ABNT NBR 15575 apresenta uma lista geral de exigências dos 
usuários, e as utiliza como referência para o estabelecimento dos requisitos 
e critérios. Sendo estes atendidos, considera-se, para todos os efeitos, que 
estejam satisfeitas as exigências do usuário.
23
COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES │ UNIDADE I
Tais exigências são importantíssimas na metodologia de avaliação do desempenho 
aplicada ao imóvel – apresentado sob a forma de esquema, nas etapas do processo, 
conforme demonstra a figura 5, pois contribuem como requisitos de avaliação. 
Figura 5. Metodologia para avaliação do desempenho.
Exigências dos 
usuários ⟹ 
EDIFÍCIO HABITACIONAL e 
suas partes 
⟸Condições 
de Exposição 
 ↓ 
Requisitos de Desempenho 
 
 ↓ 
Critérios de Desempenho 
 
 ↓ 
Métodos de Avaliação 
 
 
Fonte: Elaboração da autora, 2019, baseado em Desempenho das edificações, p. 8.
Tais requisitos são detalhados a seguir:
Figura 6. Requisitos de desempenho.
 
 
EXIGÊNCIAS DO USUÁRIO 
SEGURANÇA 
• Segurança estrutural 
• Segurança contra 
fogo 
• Segurança no uso e 
operação 
HABITABILIDADE 
• Estanqueidade 
• Desempenho térmico 
• Desempenho acústico 
• Desempenho lumínico 
• Saúde, higiene e 
qualidade do ar 
• Funcionalidade e 
acessibilidade 
• Conforto tátil e 
antropodinâmico 
SUSTENTABILIDADE 
• Durabilidade 
• Manutenibilidade 
• Impacto Ambiental 
Fonte: Elaboração da autora, 2019, baseado em Desempenho das edificações, p. 10
Segurança
As exigências do usuário relativas à segurança são expressas pelos seguintes fatores:
 » Segurança estrutural.
 » Segurança contra o fogo.
 » Segurança no uso e na operação.
24
UNIDADE I │ COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES 
Habitabilidade
As exigências do usuário relativas à habitabilidade são expressas pelos seguintes 
fatores:
 » Estanqueidade.
 » Desempenho térmico.
 » Desempenho acústico.
 » Desempenho lumínico.
 » Saúde, higiene e qualidade do ar.
 » Funcionalidade e acessibilidade.
 » Conforto tátil e antropodinâmico.
Sustentabilidade
As exigências do usuário relativas à sustentabilidade são expressas pelos seguintes 
fatores:
 » Durabilidade.
 » Manutenibilidade.
 » Impacto ambiental.
Nível de desempenho
A Norma ABNT NBR 15575 estabelece requisitos mínimos de desempenho que 
devem ser considerados e atendidos para os diferentes sistemas, de forma a 
garantir o atendimento da segurança, saúde, higiene e de economia para a 
edificação. Os valores dos níveis de desempenho devem ser consultados nas 
Normas: ABNT NBR 15575-1, ABNT NBR 15575-2 e ABNT NBR 15575-3 (Anexo 
E), ABNT NBR 15575-4 (AnexoF), ABNT NBR 15575-5 (Anexo I).
Incumbências 
De acordo com a Norma ABNT NBR 15575, a construção de habitações envolve 
a participação de diferentes intervenientes, que devem cumprir seu papel para o 
alcance do desempenho esperado da edificação. 
25
COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES │ UNIDADE I
Fornecedor de insumo, material, componente e/ou 
sistema
O fornecedor deve caracterizar o desempenho do insumo, material, 
componente, e/ou sistema, para que viabilizem informações sobre o prazo 
de vida útil destes e condições de manutenção, de forma que os demais 
intervenientes estejam cientes de como proceder na utilização deles. 
Em caso de carência de informações comprobatórias de desempenho baseado em 
normas brasileiras, indica-se a adoção de normas específicas internacionais.
Projetista
A inovação da Norma ABNT NBR 15575 é que os projetistas devem estabelecer a 
VIDA ÚTIL PROJETADA (VUP) de cada sistema que compõe a Norma.
O VUP trata do período estimado de tempo para que os sistemas projetados 
possam atender aos requisitos de desempenho da Norma ABNT NBR 15575. O 
detalhamento dos parâmetros adotados para o cálculo do VUP, como estado da 
arte da informação, cumprimento periodicidade, e manutenção correta, deve estar 
especificado no Manual de Uso, Operação e Manutenção. 
O projetista deve especificar no projeto materiais, produtos e processos que 
atendam o desempenho mínimo estabelecido na norma, atestado por normas 
prescritivas e pelo desempenho garantido pelo fornecedor de insumo, material, 
componente e/ou sistema. 
Na carência de informações de desempenho disponibilizadas pelo fornecedor 
de insumo, material, componente e/ou sistema, o projetista pode solicitar que 
o fornecedor garanta informações para a especificação. Em casos atípicos de 
valores de VUP maiores que os mínimos estabelecidos na norma, o projetista 
deve justificar os resultados nos projetos e/ou memorial de cálculo.
Construtor e incorporador
O incorporador (e não a empresa construtora) deve incumbir-se de identificar 
os riscos previsíveis que permeiam o projeto, providenciando os estudos 
técnicos necessários para compreensão destes aos projetistas. Consideram-
se exemplos de riscos: a presença de aterro sanitário na área de implantação 
do empreendimento, contaminação do lençol freático, presença de agentes 
agressivos no solo e outros riscos ambientais.
26
UNIDADE I │ COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES 
O construtor (eventualmente o incorporador) deve elaborar o Manual de 
Operação Uso e Manutenção, ou documento similar, atendendo à ABNT NBR 
14037 e ABNT NBR 5674. Esse Manual deve ser entregue ao proprietário da 
unidade habitacional, no momento da permissão legal de uso. Conjuntamente, 
um manual das áreas comuns deve ser elaborado pelo construtor e entregue 
aos condomínios.
O manual de uso e operação da edificação deve estar alinhado à ABNT NBR 
14037, e deve apresentar os prazos de garantia aplicáveis aos sistemas e 
componentes, previstos pelo construtor ou pelo incorporador. Sugere-se que 
os prazos de garantia estabelecidos no Manual de operação, uso e manutenção, 
ou documento similar, sejam iguais ou maiores que os apresentados a seguir.
Quadro 2. Prazos de garantia.
Sistemas, elementos, componentes e 
Instalações
Prazos de garantia recomendados
1 ano 2 anos 3 anos 5 anos
Fundações, estrutura principal, estruturas periféricas, 
contenções e arrimos.
Segurança e estabilidade 
global. 
Estanqueidade de 
fundações. e contenções.
Paredes de vedação, estruturas auxiliares, estruturas de 
cobertura, estrutura das escadarias internas ou externas, 
guarda-corpos, muros de divisa e telhados.
Segurança e integridade.
Equipamentos industrializados (aquecedores de passagem 
ou acumulação, motobombas, filtros, interfone, automação 
de portões, elevadores e outros) Sistemas de dados e 
voz, telefonia, vídeo e televisão.
Instalação.
Equipamentos.
Sistema de proteção contra descargas atmosféricas, 
sistema de combate a incêndio, pressurização das 
escadas, Iluminação de emergência, sistema de 
segurança patrimonial.
Instalação. 
Equipamentos.
Integridade de portas e 
batentes.
Porta corta-fogo.
Dobradiças e 
molas
Instalações elétricas tomadas/interruptores/disjuntores/ 
fios/ cabos/eletrodutos/caixas e quadros.
Equipamentos Instalação
Instalações hidráulicas e gás – colunas de água fria, 
colunas de água quente, tubos de queda de esgoto, 
colunas de gás.
Integridade e vedação.
Instalações hidráulicas e gás coletores/ramais/louças/
caixas de descarga/bancadas/metais sanitários/sifões/
ligações flexíveis/ válvulas/registros/ralos/tanques.
Equipamentos. Instalação
Impermeabilização Estanqueidade
Esquadrias de madeira.
Empenamento. 
Descolamento. 
Fixação.
Esquadrias de aço.
Fixação 
Oxidação.
Esquadrias de alumínio e de PVC.
Partes móveis 
(inclusive 
recolhedores de 
palhetas, motores 
e conjuntos 
elétricos de 
acionamento).
Borrachas, 
escovas, 
articulações, 
fechos e roldanas.
Perfis de alumínio, 
fixadores e revestimentos 
em painel de alumínio.
27
COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES │ UNIDADE I
Sistemas, elementos, componentes e 
Instalações
Prazos de garantia mínimos
1 ano 2 anos 3 anos 5 anos
Fechaduras e ferragens em geral.
Funcionamento.
Acabamento.
Revestimentos de paredes, pisos e tetos internos e 
externos em argamassa/gesso liso/ componentes de 
gesso acartonado.
Fissuras
Estanqueidade de 
fachadas e pisos 
molháveis.
Má aderência do 
revestimento e dos 
componentes do 
sistema.
Revestimentos de paredes, pisos e tetos em azulejo/
cerâmica/pastilhas.
Revestimentos 
soltos, retados, 
desgaste 
excessivo.
Estanqueidade de 
fachadas e pisos 
molháveis.
Revestimentos de paredes, pisos e teto em pedras 
naturais (mármore, granito e outros).
Revestimentos 
soltos, gretados, 
desgaste 
excessivo.
Estanqueidade de 
fachadas e pisos 
molháveis.
Pisos de madeira – tacos, assoalhos e decks.
Empenamento, 
trincas na madeira 
e destacamento.
Piso cimentado, piso acabado em concreto, contrapiso.
Destacamentos 
fissuras, desgaste 
excessivo.
Estanqueidade de 
pisos molháveis.
Revestimentos especiais (fórmica, plásticos, têxteis, pisos 
elevados, materiais compostos de alumínio).
Aderência
Forros de gesso.
Fissuras por 
acomodação 
dos elementos 
estruturais e de 
vedação.
Forros de madeira.
Empenamento, 
trincas na madeira 
e destacamento.
Pintura/verniz (interna/externa).
Empolamento, 
descascamento 
esfarelamento, 
alteração de cor 
ou deterioração de 
acabamento.
Selantes, componentes de juntas e rejuntamentos. Aderência
Vidros Fixação
Fonte: NBR 15575-1 (2013, pp. 50-51).
Usuário
O usuário da edificação habitacional, proprietário ou não, deve garantir a 
manutenção, seguindo o que se estabelece na ABNT NBR 5674 e no Manual de 
operação, uso e manutenção, ou documento similar. O usuário não pode alterar a 
destinação, ou as cargas e/ou as solicitações previstas nos projetos originais, sem 
a autorização prévia da construtora ou poder público. 
28
UNIDADE I │ COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES 
Figura 7. O usuário.
 
 
Fonte: Comprar imóveis: como o casal pode organizar as finanças? Educação Financeira. Disponível em: <https://www.
credipronto.com.br/blog/comprar-imoveis-como-o-casal-pode-organizar-as-financas/>.
Avaliação de desempenho
“A avaliação de desempenho busca analisar a adequação de um sistema ou de um 
processo construtivo a uma função, independentemente da solução técnica adotada”. 
(ABNT NBR 15575-1, 2013, p.11). 
Para tanto, é necessário realizar uma pesquisa científica para dimensionar o 
comportamento do sistema em condições de uso específicas. Os autores da pesquisa 
devem possuir profundo conhecimento no funcionamento de uma edificação, assim 
como seus componentes e técnicas construtivas. 
A pesquisa deve adotar métodos de avaliação apresentados na Norma. O produto 
da pesquisa deve ser um relatório, a ser desenvolvido pelo responsável da avaliação, 
e deverá cumprir plenamente com asexigências da Norma. Na carência de Normas 
prescritivas para sistemas, podem-se adotar Normas Internacionais. 
Os resultados da pesquisa devem ser documentados de forma técnica, acompanhados 
com informações de pesquisa, como levantamento fotográfico, memorial de cálculo, 
análises de legislações, catálogos técnicos de produtos, indicação de projetos de 
expansão urbana, serviços públicos e outros. 
A Tabela 3 traz um exemplo de planilha para levantamento, registro e identificação 
dos problemas a serem analisados no documento de avaliação do desempenho.
29
COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES │ UNIDADE I
Quadro 3. Identificação dos problemas locais.
Agentes de risco Há risco?
Sim/Não
Providência recomendada pelo analista
Enchentes/inundação e alagamentos.
Erosão.
Deslizamentos. 
Presença de solos colapsíveis.
Presença de solos expansíveis.
Subsidência do solo.
Crateras em camadas profundas.
Desconfinamento do solo.
Ocorrência significativa de matacões.
Argilas moles em camadas profundas.
Rebaixamento do lençol freático.
Sobreposições de bulbos de pressão.
Efeitos de grupos de estaca.
Vendavais.
Tremores de terra.
Vibrações decorrentes de terraplanagem.
Vibrações por vias férreas/autoestradas.
Proximidade de aeroportos.
Analista:
Assinatura:
Local e data: 
Fonte: MATOZINHOS, Roberto. Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro. 2015. Material 
produzido para palestra “NBR15575 – Edifícios Habitacionais – Desempenho”, p.33.
Figura 8. Risco de deslizamento.
 
 Fonte: ALMEIDA, Aniela e BELO, Carolina G. “Solução exige uma década”. Gazeta do Povo, 2011. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/solucao-exige-uma-decada-ebsow559248fqpt0aernt6q8e/>.
30
UNIDADE I │ COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES 
Implantação
Para edifícios ou conjuntos habitacionais, os projetos de arquitetura, da 
estrutura, das fundações, contenções e outras eventuais obras geotécnicas 
devem ser desenvolvidos com base nas características do local da obra 
(topográficas, geológicas etc.). Nesses casos avalia-se os riscos possíveis, no 
local, como deslizamentos; enchentes; erosões; vibrações transmitidas por vias 
férreas ou por trabalhos de terraplenagem e compactação do solo; presença de 
crateras em camadas profundas; riscos de explosões oriundas do confinamento 
de gases resultantes de aterros sanitários; solos contaminados, dentre outros, 
tomando-se as providências necessárias para que não ocorram prejuízos à 
segurança e à funcionalidade da obra. 
Entorno
Os projetos devem ainda prever as interações entre construções próximas que 
podem prejudicar a segurança e a funcionalidade da obra, bem como de edificações 
vizinhas. Observar, por exemplo, sobreposições de bulbos de pressão, efeitos de 
grupos de estacas, rebaixamento no lençol freático, desconfinamento do solo 
devido ao corte do terreno etc. 
O desempenho da edificação está ligado a todos os projetos de implantação e ao 
desempenho das fundações, devendo ser cumpridas as disposições das Normas 
Brasileiras aplicáveis, particularmente das ABNT NBR 8044, ABNT NBR 5629, ABNT 
NBR 11682, ABNT NBR 6122 e NBR 12722 – a serem consultadas.
Segurança e estabilidade
Os projetos devem garantir segurança e estabilidade ao longo da vida útil da 
estrutura. Para tanto, devem ser analisadas as condições do solo, do ar e da água, 
prevendo-se, quando necessário, as proteções de cada estrutura.
Métodos de avaliação do desempenho
A Norma apresenta métodos de ensaio previstos para avaliação dos requisitos de 
desempenho, como ensaios laboratoriais, inspeções em protótipos ou em campo, 
simulações e análise de projetos. A realização deve ser baseada nas Normas 
referenciadas para cada requisito de desempenho.
31
COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES │ UNIDADE I
Amostragem: Pode-se adotar métodos de avaliação por amostragem no caso de 
sistemas construtivos já utilizados em outras obras, podendo ser estabelecidas 
as inspeções de campo, com base nos requisitos e critérios de desempenho 
estabelecidos na Norma e com comprovação que a edificação ou o sistema sejam 
iguais ao avaliado. 
As avaliações de campo só podem ser aceitas se a construção tiver ocorrido num 
período máximo de dois anos. Deve-se ter extremo cuidado com extrapolações de 
resultados, em condições diferenciadas a do edifício ou sistema em avaliação. 
32
CAPÍTULO 3
Desempenho térmico
O desempenho térmico garante o conforto térmico do usuário, além de contribuir 
na eficiência energética. Os fatores que interferem no conforto térmico podem 
ser as características do sítio (forma urbana, topografia, temperatura e umidade 
do ar, direção e velocidade dos ventos etc.) ou características da edificação 
(materiais, pé-direito, orientação das aberturas, orientação das fachadas etc.). 
Salienta-se que a Norma NBR 15575 não discute o desempenho térmico por 
sistemas artificiais de condicionamento, refrigeração e ventilação, apenas nas 
condições naturais de insolação e ventilação. 
A edificação habitacional deve reunir características que atendam às exigências de 
desempenho térmico, considerando-se a zona bioclimática definida na ABNT NBR 
15220-3. 
Figura 9. Zoneamento Bioclimático Brasileiro.
 
 
Z1 
 
Z2 
 
Z3 
 
Z4 
 
Z5 
 
Z6 
 
Z7 
 
Z8 
00,8% 
 
06,4% 
 
06,5% 
 
02,0% 
 
05,6% 
 
12,6% 
 
12,6% 
 
53,7% 
Fonte: ABNT NBR Projeto 02:135.07-001/3:2003. Disponível em: <http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/projetos/
normalizacao/Termica_parte3_SET2004.pdf>.
33
COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES │ UNIDADE I
A avaliação de desempenho pode ser realizada de maneira simplificada, 
baseando-se nas propriedades térmicas das fachadas e coberturas, ou por 
simulação computacional.
a. Procedimento 1 – Simplificado (normativo):
 O projetista deve atender aos requisitos e critérios para os sistemas 
de vedação e coberturas, conforme ABNT NBR 15575-4 e ABNT NBR 
15575-5 (ver Normas). A insuficiência de resultados satisfatórios 
na transmitância térmica e capacidade térmica exige que se adote o 
método da simulação computacional. 
b. Procedimento 2 – Medição (informativo. Seguir Anexo A – p. 33 da 
Norma 15.575):
 É feita a verificação do atendimento aos requisitos e critérios 
estabelecidos nesta ABNT NBR 15575-1, por meio da realização de 
medições em edificações ou protótipos construídos. Esse método é de 
caráter informativo, não se excluindo os procedimentos descritos no 
item anterior. 
c. Simulação computacional:
Para a avaliação de desempenho térmico por simulação computacional, 
os requisitos, critérios e métodos são detalhados em “Exigências de 
desempenho no verão” e “Exigências de desempenho no inverno“, a seguir. 
Para a realização das simulações computacionais devem ser utilizadas como 
referência as tabelas A1, A2 e A3, apresentadas no Anexo A (pp.37-39 da 
Norma 15.575), que fornecem informações sobre a localização geográfica de 
algumas cidades brasileiras e os dados climáticos correspondentes aos dias 
típicos de projeto de verão e de inverno. 
No caso de falta de dados para a cidade onde se encontra a habitação, 
indica-se utilizar os dados climáticos de uma cidade próxima, com características 
climáticas semelhantes, na mesma Zona Bioclimática brasileira (conforme 
indicado na NBR 15220-Parte 3). Se o clima na cidade não for semelhante ao 
de nenhuma outra que tenha dados disponíveis, recomenda-se evitar o método 
da simulação computacional.
O programa de simulação computacional que deve ser adotado é o EnergyPlus. 
O programa pode ser baixado no link: <https://energyplus.net/downloads>.
34
UNIDADE I │ COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES 
Podem-se adotar outros programas de simulação, contanto que permitam a 
determinação do comportamento térmico de edificações e a avaliação da inércia 
térmica, com validação pela Norma ASHRAE Standard 140 (Standard Method Of 
Test For The Evaluation Of Building Energy Analysis Computer Programs).
A habitaçãodeve ser considerada como um topo para a geometria do modelo de 
simulação, sendo cada ambiente uma zona térmica. Os dados das propriedades 
térmicas dos materiais e/ou componentes construtivos devem ser: 
 » Dados obtidos em laboratório, por meio do método de ensaio 
normalizado, cujos métodos aceitos estão apresentados na tabela 4.
 » Na carência desses dados, ou na impossibilidade de obtê-los junto aos 
fabricantes, é permitido utilizar os dados disponibilizados na NBR 
15220-Parte 2 como referência.
Tabela 4. Métodos de medição de propriedades térmicas de materiais e elementos construtivos.
Propriedade Determinação
Condutividade térmica. ASTM C 518 ou ASTM C 177 ou ISO 8302.
Calor específico. Medição ASTM C 351 – 92b.
Densidade de massa aparente. Medição conforme método de ensaio preferencialmente normalizado, 
específico para o material.
Emissividade. Medição JIS A 1423/ ASTM C1371 – 04a.
Absortância à radiação solar. Medição ANSI/ASHRAE 74/88 
ASTM E1918-06, ASTM E903-96.
Resistência ou transmitância térmica de elementos. Medição conforme ABNT NBR 6488 ou cálculo conforme ABNT NBR 
15220-2, tomando-se por base valores de condutividade térmica 
medidos. 
ASTM E903-96.
Características fotoenergética (vidros). EN 410 – 1998/ EN 12898.
Fonte: NBR 15575-1/2013, p. 20.
Exigências de desempenho no verão
O projeto deve garantir condições térmicas no interior do edifício habitacional 
melhor ou iguais ao ambiente externo, em sombra, num dia típico de verão. 
Para a avaliação de desempenho térmico por simulação computacional, os requisitos, 
critérios e métodos são detalhados em “Exigências de desempenho no verão”. 
Para a realização das simulações computacionais devem ser utilizadas como 
referência as tabelas A1, A2 e A3 apresentadas no Anexo A (pp.37-39 da Norma 
15.575), que fornecem informações sobre a localização geográfica de algumas 
35
COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES │ UNIDADE I
cidades brasileiras e os dados climáticos correspondentes aos dias típicos de 
projeto de verão. 
Valores máximos de temperatura
O valor máximo diário da temperatura do ar interior de recintos de permanência 
prolongada, sem a presença de fontes internas de calor (ocupantes, lâmpadas, 
outros equipamentos em geral), como salas e dormitórios, deve ser sempre menor 
ou igual ao valor máximo diário da temperatura do ar exterior. 
O nível para aceitação é o M (denominado mínimo), ou seja, atende ao critério do 
item “Simulação computacional“, supracitado e mostrado no quadro 5:
Quadro 5. Critério de avaliação de desempenho térmico para condições de verão.
Nível de desempenho Critério
Zonas 1 a 7. Zona 8.
M Ti,max ≤ Te,max. Ti,max ≤ Te,max.
Ti,max é o valor máximo diário da temperatura do ar no interior da edificação, em graus Celsius; 
Te,max é o valor máximo diário da temperatura do ar exterior à edificação, em graus Celsius; 
Ti,min é o valor mínimo diário da temperatura do ar no interior da edificação, em graus Celsius; 
Te,min é o valor mínimo diário da temperatura do ar exterior à edificação, em graus Celsius. 
NOTA: Zonas bioclimáticas de acordo com a ABNT NBR 15220-3. 
A Tabela E1 do Anexo E da Norma 15.575 (p. 52 da mesma) apresenta a caracterização para os níveis de desempenho I (intermediário) e S 
(superior) opcionais.
Fonte: NBR 15575-1/2013, p. 20.
Exigências de desempenho no inverno
O projeto deve garantir condições térmicas no interior do edifício habitacional melhor 
que do ambiente externo, no dia típico de inverno, conforme critérios a seguir, nas 
zonas bioclimáticas 1 a 5. Nas zonas 6, 7 e 8 não é necessário realizar avaliação de 
desempenho térmico para inverno.
Valores mínimos de temperatura
Os valores mínimos diários da temperatura do ar interior de recintos de 
permanência prolongada como salas e dormitórios, no dia típico de inverno devem 
ser sempre maiores ou iguais à temperatura mínima externa acrescida de 3 °C. 
O nível para aceitação é o M (denominado mínimo), ou seja, atende ao critério de 11.4.1 
é mostrado na tabela 6:
36
UNIDADE I │ COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES 
Tabela 6. Critério de avaliação de desempenho térmico para condições de inverno.
Nível de desempenho Critério
M Zonas bioclimáticas 1 a 5. Zonas bioclimáticas 6, 7 e 8.
Ti,min ≥ (Te,min + 3o C). Nestas zonas, este critério não deve 
ser verificado.
Ti,min é o valor mínimo diário da temperatura do ar no interior da edificação, em graus Celsius; 
Te,min é o valor mínimo diário da temperatura do ar exterior à edificação, em graus Celsius. 
NOTA: Zonas bioclimáticas de acordo com a ABNT NBR 15220-3. 
A Tabela E2 do Anexo E da Norma 15.575 (p. 53 da mesma) apresenta a caracterização para os níveis de desempenho I (intermediário) e S 
(superior) opcionais.
Fonte: NBR 15575-1/2013, p. 21.
Edificações em fase de projeto
A avaliação deve ser feita para um dia típico de projeto, de verão e de inverno. 
Para unidades habitacionais isoladas, devem ser seguidos os procedimentos 
estabelecidos em “Procedimentos”.
Para conjuntos habitacionais ou edifícios multipisos, selecionar unidades 
habitacionais representativas conforme estabelecido a seguir: 
a. Conjunto habitacional de edificações térreas: selecionar uma unidade 
habitacional com o maior número de paredes expostas e seguir o 
procedimento estabelecido em “Procedimentos”.
b. Edifício multipiso: selecionar uma unidade do último andar, 
com cobertura exposta, e seguir o procedimento estabelecido em 
“Procedimentos”.
 Procedimentos 
Figura 10. Procedimentos de avaliação de desempenho térmico.
 
 Fonte: Inércia térmica responde pelo conforto de edificações. Disponível em: <https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/inercia-termica-responde-pelo-conforto-de-edificacoes-entenda-por-que_16821_0_0>.
37
COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES │ UNIDADE I
A simulação deve ser feita para todos os ambientes da unidade habitacional, 
levando em conta as trocas térmicas entre os seus ambientes e avaliando os 
resultados dos dormitórios e salas, considerando: 
 » Os ambientes adjacentes de outras unidades habitacionais, 
separados, portanto, por paredes de geminação ou entrepisos, 
apresentam a mesma condição térmica do ambiente que está 
sendo simulado. 
 » A orientação da edificação deve ser a mesma da implantação. A 
unidade habitacional da edificação escolhida para a simulação deve 
ser a mais crítica do ponto de vista térmico. 
 » Na falta de informações da orientação, pode ser adotado a condição 
térmica mais crítica. 
Condição crítica 
Como condição crítica do ponto de vista térmico, indica-se que: 
a. No verão: janela do dormitório ou da sala voltada para oeste e a 
outra parede exposta voltada para norte. Na impossibilidade de 
cumprimento, garantir que o ambiente deva ter pelo menos uma 
janela voltada para oeste.
b. No inverno: janela do dormitório ou da sala de estar voltada para 
sul e a outra parede exposta voltada para leste. Na impossibilidade 
de cumprimento, garantir que o ambiente deve ter pelo menos uma 
janela voltada para sul.
c. Obstrução no entorno: atentar que as paredes expostas e as 
janelas estejam desobstruídas, ou seja, sem a presença de edificações 
ou vegetação nas proximidades que modifiquem a incidência de sol 
e/ou vento. Edificações de um mesmo complexo, como condomínio 
podem ser consideradas, desde que previstas para habitação no 
mesmo período. Essa informação deve constar na documentação de 
comprovação de desempenho.
d. Obstrução por elementos construtivos previstos na 
edificação: dispositivos de sombreamento. Exemplos: para-sóis, 
marquises, beirais devem ser considerados na simulação. Deve-se 
adotar uma taxa de ventilação do ambiente de 1 ren/h. A taxa de 
renovação da cobertura deve ser a mesma, de 1 ren/h. 
38
UNIDADE I │ COMPREENDENDO DESEMPENHO EM EDIFICAÇÕES 
A absortância à radiação solar das superfícies expostas deve ser definida conforme 
a cor e as características das superfícies externas da cobertura e das paredes 
expostas, conforme orientações a seguir: 
 » Cobertura:deve-se indicar o valor especificado no projeto, 
correspondente, portanto, ao material declarado para o telhado 
ou outro elemento utilizado que constitua a superfície exposta da 
cobertura.
 » Parede: deve-se assumir o valor da absortância à radiação solar 
correspondente à cor definida no projeto. Se ainda não houver definição 
de cores, adotar a simulação de três alternativas de cor:
 › Cor clara: α = 0,3.
 › Cor média: α = 0,5.
 › Cor escura: α = 0,7.
A unidade habitacional que não atender aos critérios estabelecidos para verão deve 
ser simulada novamente considerando-se as seguintes alterações:
 » Ventilação: taxa de ventilação de cinco renovações do volume de ar do 
ambiente por hora (5,0 Ren/h) e janelas sem sombreamento.
 » Sombreamento: inserção de proteção solar externa ou interna da 
esquadria externa com dispositivo capaz de cortar no mínimo 50% 
da radiação solar direta que entraria pela janela, com taxa de uma 
renovação do volume de ar do ambiente por hora (1,0 ren/h).
 » Ventilação e sombreamento: combinação das duas estratégias anteriores. 
O Anexo A da Norma 15.575 (pp.34-40 da mesma) apresenta dados climáticos 
brasileiros de referência.
39
UNIDADE II
DESEMPENHO 
ACÚSTICO, LUMÍNICO, E 
SEGURANÇA AO FOGO
No capítulo 1, desta unidade, entenderemos o desempenho acústico que uma 
edificação residencial deve apresentar.
No capítulo 2, veremos o desempenho lumínico de uma edificação, conforme a 
Norma de Desempenho.
No capítulo 3, vamos estudar a segurança ao fogo que uma edificação deve garantir. 
CAPÍTULO 1
Desempenho acústico
O ruído é um fator de estresse em edificações habitacionais. Dificuldades de 
concentração ou de dormir devido a problemas com música alta no entorno, ruídos 
de trânsito, e barulhos internos como deslocamento de móveis ou o caminhar de 
saltos, são fatores recorrentes de discussões entre vizinhos. 
A Norma NBR 15.575 objetiva garantir o isolamento acústico das vedações 
externas e de áreas comuns ao som aéreo, evitando ruídos exteriores, assim 
como garantir o isolamento acústico a ruídos por impactos, caso importante 
em relação a entrepisos e coberturas trafegáveis. 
40
UNIDADE II │ DESEMPENHO ACÚSTICO, LUMÍNICO, E SEGURANÇA AO FOGO
Figura 11. Isolamento acústico.
 
 Fonte: Site PetCivil. Disponível em: <https://petcivilufjf.wordpress.com/2013/06/03/nbr-15575-edificacoes-habitacionais-desempenho/>.
 » Isolação acústica de vedações externas: A edificação deve possuir 
condições mínimas de desempenho acústico, com relação a fontes 
normalizadas de ruídos externos aéreos, por exemplo, ruídos de 
trânsito, conforme estabelecido nas ABNT NBR 15575-4 e 15575-5. 
 » Isolação acústica entre ambientes: A edificação deve possuir 
condições de isolação acústica entre as áreas comuns e ambientes 
de edifícios habitacionais. Por exemplo, proteção de ruídos de 
corredores e salões de festas. 
 » Isolação ao ruído aéreo entre pisos e paredes internas: Os 
projetistas e construtores devem garantir que os sistemas de pisos 
e vedações verticais que compõem o edifício habitacional devem 
ser projetados, construídos e montados conforme os requisitos 
das normas da ABNT NBR 15575-3 e 15575-4.
 » Ruídos gerados por impactos: A edificação habitacional deve 
garantir condições mínimas de desempenho acústico no interior da 
edificação para com as fontes padronizadas de ruídos de impacto, 
devendo atender aos requisitos e critérios especificados nas ABNT 
NBR 15575-3 e ABNT NBR 15575-5. 
41
DESEMPENHO ACÚSTICO, LUMÍNICO, E SEGURANÇA AO FOGO │ UNIDADE II
Figura 12. Ruídos gerados por impactos.
 
 Fonte: Site Audium. Disponível em: <http://www.audium.com.br/noticia/ruido-de-impacto/>.
A seguir, as imagens mostram exemplos de isolantes acústicos aplicados em 
edificações. 
Figura 13. Isolamento acústico de forro.
 
 Fonte: Veja dicas para fazer um isolamento acústico residencial e evitar ruídos. Disponível em: <http://www.finocredito.com.br/noticias/veja-dicas-para-fazer-um-isolamento-acustico-residencial-e-evitar-ruidos>.
Figura 14. Paredes tradicionais de alvenaria de tijolos – dupla.
 
 
Fonte: Isolamento acústico para paredes. Master House. Disponível em: <https://www.masterhousesolucoes.com.br/dicas-de-
isolamento-acustico-para-paredes/>.
42
UNIDADE II │ DESEMPENHO ACÚSTICO, LUMÍNICO, E SEGURANÇA AO FOGO
Figura 15. Paredes de gesso acartonado com isolamento acústico.
 
 Fonte: ARRUDA, Victor. Como transformar o seu apartamento em um local silencioso. 03/abr/2018. Disponível em: <http://www.inovacivil.com.br/tag/ruido-em-edificio/>.
Métodos de avaliação: Análise do projeto e atendimento aos métodos de ensaios 
especificados nas ABNT NBR 15575-3, e ABNT NBR 15575-5.
43
CAPÍTULO 2
Desempenho lumínico
A ABNT NBR 15575 baseia os requisitos para iluminação artificial na norma 
ABNT NBR 5413, que define as iluminâncias adequadas para diferentes 
tipos de usos de edificações (habitação, escolas, hospitais, fábricas etc.). De 
maneira conjunta, a Norma de Desempenho define níveis de desempenho para 
iluminação natural e artificial. 
Figura 16. Conforto lumínico num ambiente.
 
 Fonte: MUNZFELD, Sara. Publicação de 31/jan/2019. Disponível em: <https://www.carrodemola.com.br/blog/decoracao-azul-
cores-combinam/>.
A Norma estabelece que as dependências da edificação habitacional listadas no 
quadro 7, devem receber iluminação natural, de forma direta ou indireta, com os 
seguintes níveis de iluminância: 
Quadro 7. Níveis de iluminância geral para iluminação natural.
Dependência Iluminância geral (lux) para o 
nível mínimo de desempenho M
Sala de estar.
Dormitório.
Copa / cozinha.
Área de serviço.
≥ 60
Banheiro. 
Corredor ou escada interna à unidade. 
Corredor de uso comum (prédios). 
Escadaria de uso comum (prédios). 
Garagens/estacionamentos.
Não exigido.
* Valores mínimos obrigatórios, conforme método de avaliação (a seguir). 
NOTA: Para os edifícios multipiso, admitem-se, para as dependências situadas no pavimento térreo ou em pavimentos abaixo da cota da rua, 
níveis de iluminância ligeiramente inferiores aos valores especificados na tabela acima (diferença máxima de 20% em qualquer dependência).
NOTA 2: Os critérios dessa Tabela não se aplicam às áreas confinadas ou que não tenham iluminação natural.
NOTA 3: Deve-se verificar e atender as condições mínimas exigidas pela legislação local.
Fonte: NBR 15575-1/2013, p. 24.
44
UNIDADE II │ DESEMPENHO ACÚSTICO, LUMÍNICO, E SEGURANÇA AO FOGO
O Anexo E da Norma 15.575 (pp. 52-56) contém recomendações de outros 
níveis de desempenho relativos a esses critérios.
Para a iluminação natural, é importante que projetistas e construtores 
considerem a análise dos seguintes aspectos na promoção de um desempenho 
lumínico adequado: 
 » Arquitetura do projeto: estudar a melhor disposição dos cômodos, 
orientação geográfica, dimensionamento e posição das aberturas, 
tipos de janelas e de envidraçamentos, rugosidade e cores dos 
elementos (paredes, tetos, pisos etc.), inserção de poços de ventilação 
/ iluminação, eventual introdução de domos de iluminação etc. 
 » Presença de obstáculos: estudar o impacto de taludes, muros, coberturas 
de garagens etc. sobre a iluminação natural na edificação.
 » Implantação de conjuntos e condomínios habitacionais: estudar o 
impacto de elementos de arquitetura, como caixas de escada, garagens 
etc. sobre as edificações do conjunto. 
 » Recomendações para aberturas em salas de estar e dormitórios: A 
Norma indica que a iluminação natural seja possível por portas e 
janelas. No caso da última, a Norma sugere a adoção da altura de 100 
cm como cota máxima de altura do peitoril, a partir do piso interno, 
e 220 cm para altura máxima da janela, conforme imagem a seguir. 
Figura 17. Altura indicada para esquadrias.
 
 
≤1
00
cm
 ≤
22
0c
m
 
Fonte: NBR 15575-1/2013, p. 26.
Da mesma forma, a Norma estabelece que os sistemas de iluminação artificial 
devam garantir condições de iluminação satisfatórias durante a noite,45
DESEMPENHO ACÚSTICO, LUMÍNICO, E SEGURANÇA AO FOGO │ UNIDADE II
promovendo conforto e segurança aos usuários. A Tabela a seguir apresenta 
os níveis gerais de desempenho que devem ser atendidos para garantia do 
desempenho lumínico em edificações habitacionais. Para níveis de iluminação 
de emergência, deve ser consultada a ABNT NBR 10.898:1999.
Figura 18. Níveis de iluminamento geral para iluminação artificial.
Dependência Iluminamento geral para o nível mínimo de 
desempenho lux
Sala de estar.
Dormitório. 
Banheiro. 
Área de serviço.
≥ 100
Copa/cozinha. ≥ 200*
Corredor ou escada interna à unidade.
Corredor de uso comum (prédios).
Escadaria de uso comum (prédios).
Garagens/estacionamentos internos e cobertos.
≥ 75*
Garagens/estacionamentos descobertos. ≥ 20*
* Valores retirados da NBR 5413
NOTA: Deve-se verificar e atender as condições mínimas exigidas pela legislação local. 
O Anexo E da Norma 15.575 (pp. 52-56) contém recomendações de outros níveis de desempenho relativos a estes critérios.
Fonte: NBR 15575-1/2013, p. 26.
Método de avaliação
A avaliação do desempenho deve ser feita por meio de simulações para os 
períodos da manhã (09h30min) e da tarde (15h30min), para os dias 23 de 
abril e 23 de outubro. Acrescentando, as avaliações devem ser realizadas com 
emprego do algoritmo apresentado na ABNT NBR 15215 –3, atendendo às 
condições:
 » Considerar a latitude e a longitude do local da obra, supor dias com 
nebulosidade média (índice de nuvens 50 %). 
 » Supor desativada a iluminação artificial, sem a presença de 
obstruções opacas (janelas e cortinas abertas, portas internas 
abertas, sem roupas estendidas nos varais etc.).
 » Simulações para o centro dos ambientes, na altura de 0,75m acima do 
nível do piso.
46
UNIDADE II │ DESEMPENHO ACÚSTICO, LUMÍNICO, E SEGURANÇA AO FOGO
 » Simulações nos pontos centrais de corredores internos ou externos à 
unidade, a 0,75m do nível do piso. 
 » Para escadarias, simulações nos pontos centrais dos patamares e a 
meia-largura do degrau central de cada lance, a 0,75m acima do nível 
do piso.
 » Para o caso de conjuntos habitacionais constituídos por casas ou 
sobrados, considerar todas as orientações típicas das diferentes 
unidades. 
 » Para o caso de conjuntos habitacionais constituídos por edifícios 
multipiso considerar, além das orientações típicas, os diferentes 
pavimentos e as diferentes posições dos apartamentos nos andares.
 » Em qualquer circunstância, considerar os eventuais 
sombreamentos resultantes de edificações vizinhas, taludes, muros 
e outros possíveis anteparos, desde que se conheçam o local e as 
condições de implantação da obra.
Medição in loco: Fator de Luz Diurna (FLD)
Figura 19. Medição in loco.
 
 Fonte: Directindustry. <http://www.directindustry.com/pt/prod/kimo/product-11846-1252617.html>.
Para avaliações de desempenho apenas com iluminação natural, o Fator 
de Luz Diurna (FLD), nas diferentes dependências das construções 
habitacionais, deve garantir os níveis mínimos apresentados na tabela a 
seguir: (Ver ISO 5034 – 1).
47
DESEMPENHO ACÚSTICO, LUMÍNICO, E SEGURANÇA AO FOGO │ UNIDADE II
Quadro 8. Fator de luz diurna para os diferentes ambientes da habitação.
Dependência FLD (%) para o nível mínimo de desempenho M
Sala de estar.
Dormitório.
Copa / cozinha.
Área de serviço.
≥ 0,50%
Banheiro.
Corredor ou escada interna à unidade.
Corredor de uso comum (prédios).
Escadaria de uso comum (prédios). 
Garagens/estacionamentos.
Não exigido.
* Valores mínimos obrigatórios, conforme método de avaliação (a seguir).
NOTA 1: Para os edifícios multipiso, admitem-se para as dependências situadas no pavimento térreo ou em pavimentos abaixo da cota da rua níveis 
de iluminância ligeiramente inferiores aos valores especificados na tabela acima. 
NOTA 2: Os critérios dessa Tabela não se aplicam às áreas confinadas ou que não tenham iluminação natural.
Fonte: NBR 15575-1/2013, p. 25.
NOTA: O Anexo E contém recomendações de outros níveis de desempenho 
relativos a esses critérios.
Avaliação para iluminação natural
As medições devem ser feitas no plano horizontal, com o emprego de luxímetro 
portátil, e considerando o erro máximo de ± 5% do valor medido, na faixa 
temporal de 9h e 15h, nas seguintes condições:
 » Medições em dias com cobertura de nuvens maior que 50%, sem 
ocorrência de precipitações.
 » Medições realizadas com a iluminação artificial desativada, sem a 
presença de obstruções opacas (janelas e cortinas abertas, portas 
internas abertas, sem roupas estendidas nos varais etc.).
 » Medições no centro dos ambientes, a 0,75m acima do nível do piso. 
 » Medições nos pontos centrais de corredores internos ou externos à 
unidade.
 » Para escadarias, medições nos pontos centrais dos patamares e a 
meia-largura do degrau central de cada lance. 
 » No caso de conjuntos habitacionais constituídos por casas ou 
sobrados, considerar todas as orientações típicas das diferentes 
unidades.
48
UNIDADE II │ DESEMPENHO ACÚSTICO, LUMÍNICO, E SEGURANÇA AO FOGO
 » Em conjuntos habitacionais constituídos por edifícios multipiso 
considerar, além das orientações típicas, os diferentes pavimentos e 
as diferentes posições dos apartamentos nos andares. 
 » Na ocasião das medições não pode haver incidência de luz solar direta 
sobre os luxímetros, em nenhuma circunstância. 
 » O Fator de Luz Diurna – FLD se dá pela relação entre a iluminância 
interna e a iluminância externa à sombra, de acordo com a seguinte 
equação:
FLD = 100 x Ei/Ee
Onde:
Ei é iluminânica no interior da dependência
Ee é iluminância externa à sombra.
Figura 20. Medição de iluminação artificial.
 
 Fonte: Dicofiltro <https://www.dicofiltro.com/pt/catalogo/go/equipamentos-luximetro-luximetro-lx-200--0-1-a-200-000-lux>.
Avaliação para iluminação artificial
A avaliação do desempenho da iluminação artificial deve ser seguida pela análise 
de projeto ou inspeção de protótipo, adotando o Anexo B da Norma 15.575 (p. 41).
49
CAPÍTULO 3
Segurança ao fogo
Incêndios são grandes ameaças à segurança física e à saúde das pessoas, bem 
como a segurança estrutural das edificações. Os incêndios mais desastrosos 
podem gerar impactos severos no corpo humano (queimaduras e óbitos), a ruína 
da edificação, ou de edificações, caso o incêndio se propague por proximidade. 
As causas de incêndios podem ser várias, como acidentes com gás de cozinha, 
curtos-circuitos, descargas elétricas etc. Portanto, as edificações devem ser 
projetadas com características e elementos que:
 » Limitem o crescimento do incêndio.
 » Limitem a propagação do incêndio.
 » Permitam a evacuação segura do edifício.
 » Garantam a precaução contra a propagação do incêndio entre edifícios.
Para isso, o projeto e a construção devem contemplar:
 » Boas práticas projetuais: distanciamento das edificações, para que 
o incêndio não se propague para outras edificações; ambientes para 
compartimentação do fogo, como em caixas de escada; garantia de rotas 
de fugas seguras; acesso de bombeiros com garantia de elementos de 
apoio, como hidrantes.
 » Propriedades dos materiais e sistemas construtivos: os materiais devem 
apresentar características ignitabilidade, incombustibilidade, resistência 
ao fogo etc. para retardar ou evitar a propagação das chamas. Essas 
capacidades dos materiais são definidas por ensaios “reação ao fogo”. 
 » Dispositivos de detecção e combate ao fogo: sensores de fumaça, 
sprinklers, portas corta-fogo etc. 
Cabe ressaltar a importância dos materiais construtivos na fase inicial e intensa 
dos incêndios. Na fase inicial, os materiais construtivos são importantes para evitar 
ou retardar a propagação do incêndio. Na fase intensa, é vital que os materiais 
construtivos possuam características de resistência ao fogo, para garantir a 
evacuação segura das pessoas no processo de salvamento dos bombeiros, bem 
como a prevenção do colapso estrutural da edificação. Os elementos estruturais 
devem garantir a resistência ao fogo para:50
UNIDADE II │ DESEMPENHO ACÚSTICO, LUMÍNICO, E SEGURANÇA AO FOGO
 » Possibilitar a evacuação segura de pessoas da edificação.
 » Garantir condições de trabalho para os bombeiros, permitindo-lhes o 
acesso operacional , acessos de viaturas e equipamentos, com tempo 
hábil para exercer atividades de salvamento de pessoas retidas e combate 
ao incêndio.
 » Evitar ou minimizar os danos à edificação, às edificações vizinhas, ao 
entorno e ao meio ambiente. 
Figura 21. Destruição de edifício por incêndio.
 
 Fonte: Marília notícia. Publicado em 1/5/2018. <https://marilianoticia.com.br/predio-desaba-durante-incendio-no-centro-de-sao-paulo/>.
Para segurança contra incêndio, a Norma 15.575 exige para caso de incêndios:
 » Proteger a vida dos usuários das edificações e áreas de risco.
 » Limitar a propagação do incêndio, garantindo a redução de danos ao 
patrimônio e ao meio ambiente.
 » Dar condições para controlar e extinguir incêndios.
 » Dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros.
Para o atendimento à Norma 15.575, também deve ser consultada a Norma ABNT 
NBR 14432. 
Dificultar o princípio do incêndio
O projeto e a construção devem adotar premissas que dificultem o princípio do 
incêndio, por meio de: 
51
DESEMPENHO ACÚSTICO, LUMÍNICO, E SEGURANÇA AO FOGO │ UNIDADE II
a. Proteção contra descargas atmosféricas: Os edifícios multifamiliares 
devem estar providos de sistemas de proteção contra descargas 
atmosféricas (SPDA), em consonância com a ABNT NBR 5419 e demais 
Normas Brasileiras. Os SPDS são compostos de sistemas externos 
(subsistemas de captação das descargas, subsistemas condutores de 
descida; subsistemas de aterramento) e sistemas internos (conjunto 
de dispositivos que reduzem os efeitos da corrente elétrica e magnética 
dentro da edificação). 
Figura 22. Descargas atmosféricas.
 
 Fonte: Thórus Engenharia. 28/mai/2018. Disponível em: <http://thorusengenharia.com.br/2018/05/08/o-que-acontece-em-um-edificio-quando-cai-um-raio/>.
Figura 23. Exemplo de sistema de proteção contra descargas atmosféricas.
 
 Fonte: Site SegmaFire. Disponível em: <http://www.segmafirecom.br/portfolio-view/equipe-04-4/>.
52
UNIDADE II │ DESEMPENHO ACÚSTICO, LUMÍNICO, E SEGURANÇA AO FOGO
b. Proteção contra risco de ignição nas instalações elétricas: As 
instalações elétricas das edificações habitacionais devem ser 
projetadas para excluir riscos de incêndio de matérias inflamáveis, 
principalmente ao alcance de temperaturas elevadas ou arcos elétricos, 
conforme dita a ABNT NBR 5410 e Normas Brasileiras aplicáveis. 
Figura 24. Curto-circuito e princípio de chama.
 
 Fonte: CALEGARI, Raphael. Curto-circuito pode se tornar um incêndio? 22/jun/2015. Disponível em: <http://blog.murrelektronik.com.br/curto-circuito-tornar-incendio/>.
c. Proteção contra risco de vazamentos nas instalações de gás: As 
instalações de gás devem ser projetadas e executadas respeitando 
as indicações da ABNT NBR 13523 e ABNT NBR 15526, como a 
construção de paredes resistentes ao fogo, distância do recipiente à 
fonte de ignição etc. 
Figura 25. Vazamento de gás e incêndio.
 
 Fonte: Martinópole-CE: vazamento em botijão provoca incêndio em residência. 19/jun/2016. Disponível em: <http://www.impactogranja.com/?p=31700>.
53
DESEMPENHO ACÚSTICO, LUMÍNICO, E SEGURANÇA AO FOGO │ UNIDADE II
Métodos de avaliação da segurança relativa ao 
princípio do incêndio
A comprovação do requisito de “dificuldade de princípio do incêndio”, deve ser 
realizada pela análise do projeto ou por inspeção em protótipo. No projeto, para casos 
de ambientes enclausurados, deve ser aplicada a ABNT NBR 15526 e outras Normas 
Brasileiras aplicáveis.
Facilitar a fuga em situação de incêndio
O projeto da edificação deve garantir Rotas de Fuga, de forma a facilitar a saída 
dos usuários e bombeiros do local. As rotas devem estar conformes o orientado 
na ABNT NBR 9077. A norma citada traz a indicação para todos os sistemas e 
componentes de circulação vertical e horizontal da edificação. 
Figura 26. Garantir rotas de fuga sinalizadas.
 
 Fonte: Sinalização de emergência. Disponível em: <http://www.freitag.eng.br/tag/sinalizacao/>.
Dificultar a inflamação generalizada
O projeto deve dificultar a inflamação generalizada no ambiente de origem 
do incêndio, por meio de boas práticas projetuais, materiais construtivos e de 
dispositivos de detecção e combate ao fogo. 
Salienta-se que, os materiais de revestimento, acabamento e isolamento 
termoacústico empregados na edificação devem garantir características de 
controle de propagação de chamas, obedecendo à ABNT NBR 15575-3 a ABNT 
NBR 15575-5.
54
UNIDADE II │ DESEMPENHO ACÚSTICO, LUMÍNICO, E SEGURANÇA AO FOGO
Figura 27. Inflamação generalizada no Museu Nacional, Rio de Janeiro.
 
 PAMPLONA, Nicola. Falta de água em hidrante prejudica combate ao incêndio no Museu Nacional Folhapress. 3/9/18. <https://www.tnh1.com.br/noticia/nid/falta-de-agua-em-hidrante-prejudica-combate-ao-incendio-no-museu-nacional/>.
Métodos de avaliação da segurança à inflamação 
generalizada de incêndio
A comprovação do atendimento deve ser realizada por inspeção em protótipo 
ou ensaios, de acordo com as Normas Brasileiras específicas.
Dificultar a propagação do incêndio
O projeto deve prever o isolamento adequado da edificação, para que não 
haja a propagação do incêndio para os edifícios adjacentes. Em casos de 
impossibilidade de isolamento, por exemplo, em zonas já consolidadas de 
pouco ou inexistente isolamento a edificação deixa de ser considerada como 
independente, e o dimensionamento das medidas de proteção contra incêndio 
deve ser planejado para o conjunto de edificações de forma integrada. 
Os critérios adotados pela Norma para dificultar a propagação do incêndio são:
 » Isolamento de risco à distância: Os edifícios devem possuir uma distância 
significativa para garantir a condição de isolamento, de acordo com as 
normas e o código urbanístico local. 
 » Isolamento de risco por proteção: Os dispositivos de proteção e 
sistemas construtivos devem garantir que a edificação seja uma unidade 
independente. 
 » Assegurar estanqueidade e isolamento: Os sistemas ou elementos 
de compartimentação que compõem as edificações devem garantir 
55
DESEMPENHO ACÚSTICO, LUMÍNICO, E SEGURANÇA AO FOGO │ UNIDADE II
estanqueidade e isolamento das edificações habitacionais, conforme a 
ABNT NBR 14432. 
Métodos de avaliação 
A comprovação do atendimento do requisito “dificultar a propagação do incêndio” 
deve ser realizada por meio de análise do projeto ou inspeção em protótipo, 
obedecendo a ABNT NBR 6479 (determinação da resistência ao fogo de portas e 
selos corta-fogo) e legislação vigente.
Segurança estrutural
O projeto deve reduzir o risco de colapso estrutural da edificação habitacional 
por incêndio, atendendo à ABNT NBR 14432 e às normas específicas para cada 
tipo de estrutura.
Métodos de avaliação
A comprovação do atendimento do requisito “Segurança Estrutural” deve ser 
feita por meio de análise do projeto estrutural em condição de incêndio. As 
normas específicas para projeto estrutural são: 
 » ABNT NBR 14323, para estruturas de aço.
 » ABNT NBR 15200, para estruturas de concreto.
Sistema de extinção e sinalização de incêndio
O projeto deve garantir que o edifício habitacional disponha de sistemas 
de extinção e sinalização de incêndio, como iluminação de emergência e 
equipamentos de extinção do incêndio, obedecendo às normas ABNT NBR 
9441, ABNT NBR 10898, ABNT NBR 12693, ABNT NBR 13434 e ABNT NBR 
13714, e legislação vigente.
56
UNIDADE IIIDESEMPENHO ESTRUTURAL 
E ANTROPODINÂMICO
Neste capítulo, estudaremos os últimos aspectos de desempenho de uma edificação 
habitacional. 
No capítulo 1, vamos conhecer as diretrizes da Norma para Desempenho Estrutural.
No capítulo 2, vamos pesquisar as diretrizes para Desempenho Antropodinâmico. 
CAPÍTULO 1
Desempenho estrutural
Frequentemente, análises estruturais enfocam na estabilidade e segurança

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