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FelipeLima_5 8_PATOLOGIA DE REVESTIMENTOS (1)

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Desempenho,	Manifestações	Patológicas		
e	Perícias	na	Construção	Civil
TITO LI�VIO FERREIRA GOMIDE STELLA MARYS DELLA FLORA ANTONIO GUILHERME MENEZES BRAGA| | 
MARCO ANTONIO GULLO JERO� NIMO CABRAL PEREIRA FAGUNDES NETO| 
(Coordenadores)
Manual de
DIAGNO� STICA
ENGENHARIA
2ª edição revista e ampliada
São Paulo – SP 
2021
TiTo Lívio Ferreira Gomide
STeLLa maryS deLLa FLora
anTonio GuiLherme menezeS BraGa
marco anTonio GuLLo
JerÔnimo caBraL Pereira FaGundeS neTo
(coordenadores)
2ª edição revista e ampliada 
Desempenho,	Manifestações	Patológicas	
e	Perícias	na	Construção	Civil
Manual de
DIAGNO STICA
ENGENHARIA
COLABORADORES
antonio Guilherme menezes Braga
débora Sanches de alexandre marinello
douglas Barreto
Érica dallariva
Felipe Silva Lima
Fernanda craveiro cunha
Flávia maluza Braga
heloísa dota Fioravante
inês Flores-colen
Jerônimo cabral Pereira Fagundes neto
João Gomes Ferreira
José carlos Gasparim
José marques
Kelly ramos de Lima 
Kleber José Berlando martins
Lawton Parente 
Luciano Gomide Giglio
marcelo Suarez Saldanha
marco antonio Gullo
marcus vinícius Fernandes Grossi
miguel Tadeu campos morata
miriana marques
natália Linhares
Paulo Palmieri magri
Paulo Sérgio da Silva
reginaldo alexandre da Silva
renato Freua Sahade
ronaldo Foster vidal
Sérgio antonio abunahman
Silvia matsu eguti
Stella marys della Flora
Tito Lívio Ferreira Gomide
vitor marques
SUMáRIO
INTRODUÇÃO 2ª EDIÇÃO .................................................................................................................................................................................... 10
Tito Lívio Ferreira Gomide
Stella Marys Della Flora
Antonio Guilherme Menezes Braga
Marco Antonio Gullo
Jerônimo Cabral Pereira Fagundes Neto
1 CONCEITO E HISTÓRICO .................................................................................................................................................................................13
 
 1.1 A correlação entre a Engenharia Diagnóstica e a Medicina .................................................................................... 16
 Tito Lívio Ferreira Gomide
2 ESTADO DA ARTE .............................................................................................................................................................................................. 20
 Tito Lívio Ferreira Gomide
 2.1 A ENGENHARIA DIAGNÓSTICA E A ARQUITETURA .......................................................................................... 23
 Érica Dallariva
 
 2.2 A ENGENHARIA DIAGNÓSTICA E O PATRIMÔNIO CULTURAL ...................................................................... 28
 Fernanda Craveiro Cunha
 2.3 A ENGENHARIA DIAGNÓSTICA E A SAÚDE DOS HABITANTES DAS EDIFICAÇÕES .............................34
 Luciano Gomide Giglio
 2.4 A ENGENHARIA DIAGNÓSTICA E A PERÍCIA AMBIENTAL ...............................................................................43
 Miguel Tadeu Campos Morata
3 FERRAMENTAS DIAGNÓSTICAS ..................................................................................................................................................................55
 
 3.1 VISTORIA – INFORMAÇÃO ............................................................................................................................................ 57
 
 3.2 INSPEÇÃO – INTUIÇÃO ................................................................................................................................................... 58
 
 3.3 AUDITORIA – INTER-RELAÇÃO .................................................................................................................................... 61
 
 3.4 PERÍCIA – INFERÊNCIA .................................................................................................................................................... 62
 
 3.5 CONSULTORIA – DIAGNÓSTICO INDIRETO (PROGNÓSTICO E PRESCRIÇÃO) ......................................... 65
 Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora
4 ETAPAS CONSTRUTIVAS ................................................................................................................................................................................. 68
 
 4.1 PLANEJAMENTO, PROJETO, EXECUÇÃO, ENTREGA, USO, REABILITAÇÃO E DESCONSTRUÇÃO ....68
 Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora
 4.2 APLICAÇÕES DA ENGENHARIA DIAGNÓSTICA NAS ETAPAS CONSTRUTIVAS ..................................... 74
 
 4.2.1 Vistorias de vizinhança – fase de planejamento .............................................................................................. 74
 Miriana Marques | Vitor Marques
 4.2.2 O Building Information Modelling (BIM) – Fase de projeto .........................................................................................84
 Érica Dallariva
 4.2.3 Qualidade construtiva e controle tecnológico – Fase de execução ..........................................................89
 Douglas Barreto
 
 4.2.4 Construção com desempenho acústico – Fase de execução .................................................................... 115
 Kelly Ramos de Lima
 
 4.2.5 Investigação técnica na conclusão da obra – Fase de entrega ...................................................................137
 Marcus Vinícius Fernandes Grossi
 
 4.2.6 Inspeção predial na prática – Fase de uso ...................................................................................................... 144
 Kleber José Berlando Martins
 
 4.2.7 Comentários a Norma de Inspeção Predial da ABNT (NBR 16747:2020) .............................................152
 Jerônimo Cabral Pereira Fagundes Neto | Marco Antonio Gullo
 4.2.8 Auto vistorias – Fase de uso ................................................................................................................................173
 Ronaldo Foster Vidal
 
 4.2.9 Manutenção – Fase de uso ................................................................................................................................. 186
 Heloísa Dota Fioravante | Reginaldo Alexandre da Silva
 
 4.2.10 Durabilidade e sustentabilidade – Fase de uso ........................................................................................... 194
 Paulo Sérgio da Silva | Renato Freua Sahade
 
 4.2.11 Reabilitação de estruturas – Fase de reabilitação ....................................................................................... 204
 José Carlos Gasparim
 
 4.2.12 Reabilitação de fachadas revestidas com placas cerâmicas aderidas – Fase de reabilitação ........213
 Lawton Parente
 
5 DIAGNÓSTICOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL (MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS) .......................................................... 222
 Tito Lívio Ferreira Gomide
 5.1 TIPOLOGIAS DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ............................................................................................223
 Stella Marys Della Flora
 5.2 METODOLOGIA DO DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................228
 Marcus Vinícius Fernandes Grossi
 
 5.3 DIAGNÓSTICOS NAS ALVENARIAS ........................................................................................................................239
 João Gomes Ferreira
 
 5.4 DIAGNÓSTICOS NOS REVESTIMENTOS .................................................................................................................245
 Inês Flores-Colen
 
 5.5 DIAGNÓSTICOS NO SISTEMA DE COMBATE À INCENDIO ........................................................................... 254
 Paulo Palmieri Magri
 
 5.6 PATOLOGIA DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ..................................................................................................262
 Natália Linhares
 
 5.7 PATOLOGIA DE IMPERMEABILIZAÇÃO .................................................................................................................273Marcelo Suarez Saldanha
 
 5.8 PATOLOGIA DE REVESTIMENTOS ............................................................................................................................ 284
 Felipe Silva Lima
6 DESEMPENHO ...................................................................................................................................................................................................... 297
 
 6.1 MEDIDAS DA QUALIDADE DE EDIFICAÇÃO ........................................................................................................297
 Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora
 6.2 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO – MÉTODO DOS CINCO PASSOS ............................................................. 300
 Tito Lívio Ferreira Gomide
 6.3 VIDA ÚTIL E GARANTIA ...............................................................................................................................................307
 Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora
 6.4 REQUISITOS DA CONSTRUÇÃO COM DESEMPENHO.......................................................................................313
 Tito Lívio Ferreira Gomide
7 PROVA PERICIAL DE ENGENHARIA DIAGNÓSTICA .......................................................................................................................318
 Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora
 7.1 ARTIGOS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ........................................................................................................ 319
 Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora
 7.2 PROVA PERICIAL NA ARBITRAGEM .........................................................................................................................322
 Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora
 7.3 MEDIAÇÃO ....................................................................................................................................................................... 330
 Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora
 7.4 CÓDIGO DE ÉTICA ..........................................................................................................................................................336
 Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora
 7.5 TABELA DE HONORáRIOS ........................................................................................................................................... 341
 Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora
8 LAUDOS, PARECERES DIAGNÓSTICOS E DE CONSULTORIAS .................................................................................................344
 
 8.1 Laudos e Pareceres de Engenharia Diagnóstica ...................................................................................................... 344
 
 8.1.2 Modelos de laudos e pareceres ..........................................................................................................................345
 Tito Lívio Ferreira Gomide | Stella Marys Della Flora
 8.1.2.1 Laudo de vistoria de vizinhança ...........................................................................................................345
 Silvia Matsu Eguti
 8.1.2.2 Laudo pericial – o muro caiu ..................................................................................................................351
 José Marques
 
 8.1.2.3 Laudo pericial de engenharia diagnóstica ........................................................................................ 366
 Stella Marys Della Flora
 8.1.2.4 Parecer crítico de engenharia ...............................................................................................................372
 Stella Marys Della Flora
 8.2 LAUDOS DE DIAGNÓSTICOS DE VALOR ................................................................................................................377
 
 8.2.1 Aspectos gerais das avaliações de bens – imóveis urbanos ......................................................................377
 Débora Sanches de Alexandre Marinello
 
 8.2.2 Estudo do impacto do recalque diferencial no valor médio de mercado dos apartamentos 
 localizados nos denominados “prédios tortos” na orla de Santos/SP .................................................................386
 Flávia Maluza Braga
 
 8.2.3 Laudo de avaliação técnica de diagnóstico – espaço aéreo ...................................................................... 398
 Sérgio Antonio Abunahman
CURRÍCULOS ......................................................................................................................................................................................... 414
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................................................................423
10 • manual de engenharia diagnóstica10 •
INTRODUÇÃO 2ª EDIÇÃO
Na edição anterior a�irmamos que a ideia 
da criação da engenharia diagnóstica no Brasil 
surgiu com a constatação da plena similaridade 
dos trabalhos periciais de engenharia com aque-
les da medicina diagnóstica, a requerer questio-
namentos, exames e ensaios para o diagnóstico 
de manifestações patológicas, falhas de manu-
tenção, irregularidades de uso, e também do ní-
vel de desempenho das edi�icações.
Sem embargo da anterior existência dos 
estudos da disciplina de Patologia do concreto, 
sempre voltados às restaurações, reparações 
e reforços nas estruturas, a engenharia diag-
nóstica surgiu com foco mais abrangente, envol-
vendo não só o concreto, mas todos os sistemas 
construtivos, além de também ter por objetivos 
os aprimoramentos técnicos, o desempenho, e a 
manutenção, bem como contribuir para as apu-
rações de responsabilidade.
as investigações com suas constatações, in-
tuições, inter-relações e as inferências técnicas 
abrangem todas as fases de uma construção, des-
de a gestão com o planejamento e projeto, pas-
sando pela execução e conclusão da obra, e �ina-
lizando com o uso, reabilitação e desconstrução, 
o conhecido PPEEURD. E as ferramentas de tra-
balho, representadas pelas vistorias, inspeções, 
auditorias, perícias e consultorias permitem os 
mais variados diagnósticos técnicos e jurídicos, 
contribuindo também para o aprimoramento 
construtivo e prevenção de litígios, como as vis-
torias de vizinhança e as inspeções de manuten-
ção predial, por exemplo.
os diversos seminários promovidos pelo 
instituto de engenharia, bem como os work-
shops com o Fundec da universidade de Lisboa, 
e dezenas de cursos promovidos pelo inbec, per-
mitiram a plena difusão da engenharia diagnós-
tica no Brasil e exterior, e mais, sua plena aprova-
ção e aplicação no meio técnico e jurídico.
desde o início da implantação da disciplina 
no Brasil, com o lançamento do projeto em 2005, 
no primeiro seminário de inspeção e manutenção 
predial em São Paulo e, principalmente, com a 
edição do livro vermelho “engenharia diagnósti-
ca em Edi�icações”, em 2009 pela Editora PINI, em 
coautoria com os engenheiros Jerônimo cabral 
Pereira Fagundes neto e marco antonio Gullo – 
Tito Lívio Ferreira Gomide
 Stella Marys Della Flora
Antonio Guilherme Menezes Braga
Marco Antonio Gullo
Jerônimo Cabral Pereira Fagundes Neto
10 • manual de engenharia diagnóstica introdução 2ª edição • 11
muito se progrediu, principalmente após a vigên-
cia da Norma de Desempenho em Edi�icações da 
ABNT (NBR 15575), em 19 de julho de 2013.
a primeira edição desse livro, em 2018, visou 
apresentar os principais conceitos, as aplicações 
práticas e os progressos e novidades da disciplina 
ocorridos até 2017. Foram ilustrados os princi-
pais enfoques, conceitos, práticas e aspectos téc-
nicos, pois é sabido que, uma imagem vale mais 
que mil palavras. Em forma de verdadeiro manual 
de consulta, com exemplos, ilustrações e diretri-
zes, aquela edição teveo objetivo de uso prático, 
para servir aos peritos judiciais, assistentes téc-
nicos, estudantes e engenheiros diagnósticos que 
atuam no mercado da construção civil.
agora, nesta segunda edição em 2020, re-
solvemos fazer verdadeira revolução técnica, 
aproveitando os tempos de pandemia1 que nos 
assolam, ampliando e aprimorando tudo o que 
se apresentou anteriormente. Tempos de medos 
e esperanças, como bem destacou a Dra. Car-
mém Lúcia antunes rocha, ministra do Supre-
mo Tribunal Federal (STF), em excelente artigo 
publicado no jornal o Globo, em 10 de maio de 
2020, a�irmando que: Esperança não diz viver de 
espera. Não é aquietar, menos ainda acomodar ou 
ceder. É pelejar na construção. Há que ter mãos 
para semear acontecências. 
nesse viés, buscando muitas mãos para esse 
projeto, resolvemos convidar o cabral, o Gullo e 
o Guilherme, nossos antigos parceiros de tantas 
jornadas técnicas, para também organizar esta 
edição. Com isso, o livro conta com as preciosas 
mãos de 33 autores para elaboração de muitos 
tópicos e laudos, convidados por mérito acadê-
mico ou pro�issional, ou ainda comprovada ex-
periência, cabendo destacar que sempre contri-
buíram para o engrandecimento da engenharia 
Diagnóstica e da Engenharia de Avaliação.
vale relembrar que faz mais de quinze anos 
que essa jornada começou. O crescimento da 
1 Pandemia pelo novo coronavírus, SARS-CoV2.
ed é robusto e notório, e já há uma grande ge-
ração de novos engenheiros diagnósticos a fa-
zer prosperar cada vez mais a disciplina. Assim 
sendo, os autores desta edição se constituem de 
jovens e velhos peritos que, de forma absoluta-
mente livre e independente, escreveram seus ar-
tigos e laudos. Portanto, a responsabilidade pela 
autoria de cada texto é exclusiva do seu autor, 
cabendo a cada um o seu mérito, a ser apreciado 
pelos leitores. dessa forma, é preciso agradecer 
e dedicar o mérito desse livro a todos os autores, 
pois dedicados e também desbravadores da en-
genharia Diagnóstica.
o conjunto da obra é inédito no meio pe-
ricial, e de muita utilidade aos pro�issionais. 
o principal objetivo da obra é o uso prático, de 
consulta imediata, para orientação teórica e prá-
tica da disciplina. Não é tratado, ou livro doutri-
nário, mas há muita profundidade técnica, em 
diversos capítulos.
a engenharia de avaliação foi contemplada 
com a apresentação dos seus principais concei-
tos e, também, através de laudos, isso plenamen-
te justi�icado pela parceria dessas disciplinas no 
meio judicial e também da vida prática. E, res-
salte-se, o brilhantismo e ineditismo em alguns 
desses laudos, é uma agrável surpresa. 
as novidades dessa histórica edição in-
cluem a correlação entre a ed e os diversos ou-
tros aspectos e áreas da engenharia, tais como a 
arquitetura, o patrimônio cultural, a saúde das 
edi�icações e a perícia ambiental. Também foram 
apresentados exemplos de aplicação da ed nas 
etapas construtivas (PPeeurd), abrangendo as 
vistorias de vizinhança, o Bim, o controle tecno-
lógico, a acústica, a inspeção predial e auto vis-
torias, as manutenções e as realibilitações, entre 
outros. Além disso, as principais manifestações 
patológicas dos principais sistemas contrutivos 
também foram contempladas. Por �im, destaca-se 
os novos modelos de laudos apresentados, jun-
tamente com os conceitos e aplicabilidades das 
avaliações.
12 • manual de engenharia diagnóstica
os resultados desse memorável trabalho 
provem, principalmente, da experiência prática 
de todos os autores dos tópicos e laudos, quer 
como professores de renomadas universidades 
e Institutos, ou como pro�issionais atuantes e 
reconhecidos do mercado da construção civil 
brasileira. Agradecimento especial fazemos aos 
colegas da Fundec e universidade de Lisboa, 
João Gomes Ferreira e inês Flores-colen, pois 
�izeram contribuição inestimável, quer técnica, 
quer de amizade, aos peritos brasileiros.
esperamos que esta segunda edição do 
manual de engenharia diagnóstica seja útil aos 
colegas da área técnica e também aos militantes 
do mundo jurídico, e que seja constantemente 
reeditado, com a indispensável ampliação e 
renovação que a engenharia diagnóstica requer, 
nesses tempos de muitas mudanças e de acelera-
da evolução técnica.
Tito Lívio Ferreira Gomide
 Stella Marys Della Flora
Antonio Guilherme Menezes Braga
Marco Antonio Gullo
Jerônimo Cabral Pereira Fagundes Neto
284 • manual de engenharia diagnóstica
5.8 PATOLOGIA DE 
 REVESTIMENTOS
com a função de revestir estruturas, alve-
narias e demais elementos de vedação, seja nos 
pisos, paredes ou tetos, os revestimentos de-
sempenham papéis importantes além das ques-
tões estéticas.
A visualização da super�ície �inal atém-se 
ao seu compromisso para com a estética e o con-
forto táctil. O seu conjunto de camadas, forman-
do o sistema de revestimento, é um dos elemen-
tos responsáveis, juntamente com as vedações, 
pela capacidade de conforto acústico e térmico, 
além de proteger estruturas e alvenarias quan-
to à entrada de agentes agressivos e in�iltrações 
de água e gases no caso das fachadas (BAÍA; 
SABBATINI, 2017).
ao longo dos anos, houve mudanças subs-
tanciais em relação à tecnologia dos materiais, 
às técnicas construtivas e ao desempenho dos 
revestimentos. Hoje há edi�icações antigas que 
necessitam de atenção e cuidado, e o olhar téc-
nico deve voltar-se às funções relativas a cada 
camada do revestimento, possibilitando uma 
ampla avaliação das condições em que estas se 
encontram; esta análise auxiliará no planeja-
mento de intervenções e�icazes.
5.8.1 Tipos de revestimento
há uma vasta diversidade de tipos de reves-
timento, divididos em, basicamente, dois gru-
pos: Revestimentos Aderidos e Não Aderidos. No 
caso dos aderidos – mais tradicionais no Brasil 
– as primeiras camadas são compostas, em sua 
maioria, por revestimentos argamassados, como 
é o caso do contrapiso para pisos e do conjunto 
“chapisco + emboço (camada única)” para as pa-
redes. Sobre esta composição é aplicada a última 
camada do revestimento que, dentre as opções 
existentes, as mais tradicionais no Brasil são as 
pinturas, texturas e revestimentos cerâmicos. 
existem alguns tipos de revestimentos que 
são aplicados diretamente sobre a base de alve-
naria ou sobre uma camada de chapisco, no caso 
das estruturas em concreto. Dentre eles, é possí-
vel citar a monocapa (tipo de revestimento em 
monocamada com argamassa decorativa), muito 
utilizada em fachadas de edi�ícios com alvenaria 
estrutural, e o gesso liso, utilizado em paredes 
internas.
com uma adoção cada vez mais cotidiana, 
temos os revestimentos não aderidos, com des-
taque para os sistemas de pisos elevados e de 
fachadas ventiladas, na qual utiliza-se de estru-
turas metálicas �ixadas preferencialmente em 
estruturas de concreto; o revestimento é �ixado 
por meio de encaixes e/ou ancoragens com pa-
rafusos. Dentro deste grupo, destaca-se as placas 
cimentícias, mármores e granitos, porcelanato e 
concreto polímero.
Por se tratar de elementos metálicos, é ne-
cessária atenção quanto à especi�icação do tipo 
dos materiais, bem como ao seu tratamento 
super�icial, com o objetivo de evitar corrosões 
e consequentemente queda das placas. As �ixa-
ções na estrutura da base também precisam ser 
avaliadas e projetadas de forma a garantir a es-
tabilidade de todo o sistema de revestimento. 
nos pisos elevados, deve ser dada uma atenção 
especial quanto à resistência mecânica da placa 
e, no caso das fachadas ventiladas, o olhar atento 
deve ser quanto à estanqueidade da base, uma 
vez que esta super�ície �icará mais suscetível às 
in�iltrações de água e gases.
5.8.2 Definição da metologia
os revestimentos fazem parte dos sistemas 
de pisos internos, vedações verticais internas e 
externas, e precisam ser projetados de forma a 
garantir a mínima vida útil de projeto de acordo 
com os parâmetros da norma aBnT nBr 15575 
(ABNT, 2013a).
 diagnósticos na construção civil (manifestações patológicas) • 285
Tabela 49 – Vida útil deprojeto (VPU) mínima e superior.
Sistema
VUP (em anos)
Mínimo Intermediário Superior
Estrutura ≥ 50 ≥ 63 ≥ 75
Pisos Internos ≥ 13 ≥ 17 ≥ 20
Vedação Vertical Externa ≥ 40 ≥ 50 ≥ 60
Vedação Vertical Interna ≥ 20 ≥ 25 ≥ 30
Cobertura ≥ 20 ≥ 25 ≥ 30
Hidrossanitário ≥ 20 ≥ 25 ≥ 30
Os dados dependem da manutenção periódica recomendada pela ABNT NBR 5674 e especificada no manual de uso, opera-
ção e manutenção elaborado de acordo com a ABNT NBR 14037.
Fonte: ABNT, 2013a.
É imprescindível que haja a elaboração 
de projetos de produção específicos para cada 
sistema. No caso das fachadas em revestimento 
cerâmico, a Norma ABNT NBR 13755 (ABNT, 
2017a) declara sua obrigatoriedade. 
Para os demais sistemas, tais como contra-
piso e revestimentos internos, o projeto de pro-
dução mantém seu grau de importância, pois o 
projeto arquitetônico apresenta a concepção da-
quilo que deverá ser construído; já o projeto de 
produção trará detalhadamente como as solu-
ções projetuais deverão ser executadas, incluin-
do a determinação de materiais, equipamentos, 
técnicas e controles tecnológicos. A norma de 
Desempenho ABNT NBR 15.575 (ABNT, 2013a) 
prevê, inclusive, que o projetista de�ina as ações 
de manutenção a serem implantadas pelos pro-
prietários na fase de Uso das edi�icações.
A de�inição de uma metodologia constru-
tiva precisa seguir minimamente as determina-
ções das normas técnicas vigentes (prescritivas 
e de desempenho), levando em consideração 
também as boas práticas construtivas, além de 
especi�icações dos fabricantes dos materiais que 
estão em constante evolução, inovando em seus 
produtos.
a engenharia diagnóstica atua em todas 
as fases do Processo construtivo primando, de 
ponta a ponta, pela qualidade das edi�icações, 
prevenindo, inclusive, a evolução das demandas 
para a judicialização, ao fornecer subsídios para 
tratativas extrajudiciais. Atua também na identi-
�icação e aprofundamento das análises das ma-
nifestações patológicas, buscando entender os 
mecanismos e determinar suas causas e origens, 
nas perícias. A aplicação das ferramentas da En-
genharia diagnóstica se amplia nas demais fases 
da construção, pois pode estar presente desde a 
concepção de uma nova edi�icação para identi�i-
car potenciais problemas patológicos e contro-
lar as etapas construtivas, através das vistorias, 
inspeções, auditorias e consultoria o que pro-
porciona um grande ganho quanto à qualidade 
construtiva.
Na fase da reabilitação de um edi�ício o de-
sa�io é reestabelecer o desempenho do sistema 
de revestimento através da de�inição de metodo-
logias técnicas que considerem o estado da edi�i-
cação naquele momento que antecede a interven-
ção, para promover a ligação e a aderência entre 
novos materiais e a estrutura, alvenaria e reves-
timentos existentes, além da viabilidade logística 
da execução, pois, em muitos casos, as interven-
ções serão realizadas em edi�ícios habitados.
as normas Técnicas estabelecem o conjun-
to de ensaios necessários para cada etapa de 
286 • manual de engenharia diagnóstica
execução do sistema de revestimento. É impor-
tante constar no plano de controle tecnológico 
os tipos a serem realizados na fase de constru-
ção; na fase de reabilitação, o pro�issional deve 
avaliar os sintomas para de�inir, com base nas 
normas vigentes, quais metodologias e ensaios 
solicitar de forma a quali�icar e quanti�icar a 
extensão dos problemas patológicos a diagnos-
ticar, para poder prescrever a(s) solução(ões) 
com conhecimento de causa e com a justi�icativa 
correspondente.
No caso de edi�icações concluídas é neces-
sário que haja uma maior investigação, com o 
objetivo de encontrar a causa e a origem de de-
terminada anomalia dentro de um sistema de re-
vestimento composto por diversas camadas de 
materiais.
5.8.3 Revestimento de argamassa
Cobrimento de uma super�ície com uma 
ou mais camadas superpostas de argamas-
sa, apto a receber acabamento decorativo 
ou constituir-se em acabamento �inal, de-
corativo, ou não. 
(ABNT, 2013b) 
o revestimento de argamassa é aplicado so-
bre a base de alvenaria ou de concreto, podendo 
ser constituído pelo conjunto “chapisco + emboço 
+ reboco”, ou a aplicação de camada única, deno-
minada de “emboço paulista”, sobre o chapisco; a 
argamassa regulariza a super�ície dos elementos 
de vedação, tornando-a adequadamente prepara-
da para receber o revestimento posterior. Como 
acabamento �inal podemos considerar a aplicação 
de texturas, pinturas ou revestimentos cerâmicos 
dentre os mais utilizados.
Suas principais funções são: garantir a pla-
neza da super�ície para receber a camada de 
acabamento; absorver as tensões entre a base e 
os revestimentos aderidos (no caso das placas 
cerâmicas); contribuir com a estanqueidade; e 
compor o sistema que cumpre os requisitos dos 
confortos térmico e acústico em consonância 
com a norma de desempenho norma Técnica 
ABNT 15575 (ABNT, 2013a).
Para garantir um bom desempenho do sis-
tema, é necessário que este cumpra os requisi-
tos de aderência, dentre os principais atributos, 
além de ter a capacidade de absorver deforma-
ções originadas pela estrutura e variações tér-
micas. É importante atentar-se às espessuras ad-
missíveis dos revestimentos internos e externos, 
conforme as determinações da norma aBnT 
NBR 13749 (ABNT, 2013c).
Tabela 50 – Espessuras admissíveis de revestimentos.
Revestimento Espessura (e) [mm]
Parede Interna 5 ≤ e ≤ 20
Parede Externa 20 ≤ e ≤ 30
Teto interno e Externo e ≤ 20
Fonte: (ABNT, 2013c).
A Norma ABNT NBR 13755 (ABNT, 2017) 
estabelece a espessura Limite inferior (eLi) da 
camada de argamassa como sendo de 20 mm e 
a espessura Limite Superior (eLS) sendo de 50 
mm; para os casos que superarem a ELS, com 
limite de 80 mm, indica-se a aplicação de telas 
metálicas especí�icas para este �im, que também 
podem ser utilizadas para reforço do emboço 
nos cantos das janelas e na interface entre o con-
creto e a alvenaria, a serem previstas do projeto, 
a critério do projetista, analisando inclusive os 
efeitos decorrentes da esbeltez da edi�icações.
durante o processo construtivo, o processo 
de controle de qualidade construtiva é apresenta-
do pela Norma ABNT NBR 13749 (ABNT, 2013c):
 diagnósticos na construção civil (manifestações patológicas) • 287
Figura 168 – Fluxograma sobre controle da qualidade do revestimento aplicado.
Fonte: (ABNT, 2013c).
as texturas, acrílicas e cimentícias, cum-
prindo a função decorativa e protetiva, reduzem 
principalmente a permeabilidade do sistema 
de revestimento; podem ser aplicadas sobre o 
substrato de argamassa pelos métodos projeta-
do, desempenado ou rolado, após a aplicação de 
uma camada de fundo selador, compondo o sis-
tema de revestimento muito difundido no Brasil, 
ressalvando-se a necessidade de observar, rigo-
rosamente, as prescrições dos fabricantes e que 
a mão de obra tenha treinamento continuado e 
trabalhe sob �iscalização.
antes da aplicação do revestimento textu-
rizado, se faz necessário a avaliação e aceitação 
do substrato em argamassa dentro dos parâme-
tros estabelecidos na Norma ABNT NBR 13749 
(ABNT, 2013c). 
com o objetivo de contribuir para o desem-
penho adequado do sistema de revestimento 
nas fachadas, é necessário ater-se à proteção das 
super�ícies horizontais por serem os locais mais 
suscetíveis a problemas patológicos oriundos 
da movimentação térmica e da in�iltração por 
percolação; indica-se impermeabilizar o local e 
adotar a instalação de peitoris (respeitando-se 
o caimento), pingadeiras (observando-se a de-
sobstrução dos sulcos) e rufos, constituídos ge-
ralmente de materiais metálicos, pétreos ou de 
elementos pré-moldados em concreto.
5.8.3.1 Problemas Patológicos
a ausência ou o erro de projeto, bem como 
as falhas de execução e de materiais, além da au-
sência de manutenção adequada, formam o con-
junto de potenciais causas para os problemas 
patológicos, sabendo-se também da existência 
de falhas no processo de controle da qualidade, 
acompanhamento e inspeçãodurante o proces-
so construtivo (�iscalização).
em um processo de manifestação patológica 
em revestimento de argamassa, o problema pode 
288 • manual de engenharia diagnóstica
estar diretamente ligado ao produto em si, como 
no caso de �issuras mapeadas, que podem for-
mar-se “por retração da argamassa, por excesso 
de �inos no traço, quer sejam de aglomerantes, 
quer sejam de �inos no agregado, ou por exces-
so de desempenamento” (ABNT, 2013c). em ou-
tros casos, a argamassa sofre a consequência de 
problemas da base e demonstra o sintoma, como 
ocorre na maioria das �issuras geométricas; a 
título de exemplo, podem ocorrer em função de 
um recalque diferencial ou da movimentação em 
uma estrutura em balanço, na interface entre 
estrutura e alvenaria com de�iciência de ligação 
(falha na posicionamento ou falta de tela), trans-
ferindo para a argamassa de revestimento o sin-
toma aparente: neste caso, através da incidência 
de trincas e �issuras.
O surgimento das �issuras nas argamas-
sas de revestimento, segundo Sahade (2005), 
“irão depender, sobretudo, do seu módulo de 
deformação e da sua capacidade para absorver 
as deformações impostas pelo substrato”, sendo 
possível classi�icar as �issuras como ativas ou 
passivas e sazonais ou progressivas. 
Os corretos diagnóstico e classi�icação das 
�issuras e trincas, através das medições com �is-
surômetro e monitoramento quanto a sua ativi-
dade, que pode incluir a necessidade do apro-
fundamento das investigações, irá proporcionar 
a exata de�inição do diagnóstico e determinação 
da(s) causa(s) concorrente(s), que resultará na 
e�icaz especi�icação quanto ao tratamento a ser 
adotado, sendo necessário veri�icar primeira-
mente se estas manifestações não são sintomas 
de um problema maior, como por exemplo um 
problema estrutural.
uma grave consequência causada pela in-
cidência de �issuras e trincas nos revestimentos 
das fachadas mas também dos pisos, é o favore-
cimento da entrada de água, dando início a uma 
série de potenciais problemas patológicos, como 
por exemplo a e�lorescência; por uma falha na 
estanqueidade, a água, encontrando uma fonte 
de sais solúveis, causa geralmente a dissolução 
do hidróxido de cálcio (ca(oh2)) e, ao cristalizar 
na super�ície, se manifesta através de manchas, 
em sua maioria, esbranquiçadas (SENA; NASCI-
MENTO; NETO, 2020).
o descolamento, causado por falha na ade-
rência entre o sistema de revestimento e a base 
ou entre suas camadas, é evidenciado no teste 
percussivo através da identi�icação das áreas re-
vestidas com o registro do som cavo (oco); ele 
ocasiona uma sucessão de problemas patológi-
cos, sendo o mais perigoso, quando associado às 
fachadas, o desplacamento e a sua consequente 
queda, podendo provocar prejuízos patrimo-
niais, além do risco potencial a vidas humanas 
(saúde e segurança dos usuários).
Grande parte dos problemas patológicos em 
revestimentos argamassados estão associados à 
utilização de espessuras maiores do que as espe-
ci�icadas pelas Normas ABNT, desprovidas de te-
las de reforço. A �im de compensar falhas, como 
variações de medidas, nível, alinhamento e loca-
ção durante a construção, cria-se revestimentos 
com grandes espessuras; é o caso da correção do 
prumo nas fachadas. Tais problemas podem ser 
associados à de�iciência de planejamento aliada 
à ausência de projeto.
um ponto importante a ser analisado, tanto 
durante a fase de projeto e execução, quanto na 
fase de diagnóstico durante o uso da edi�icação, 
é a correta implantação das juntas de trabalho, 
“cuja função é subdividir o revestimento para 
aliviar tensões provocadas pela movimentação 
da base ou do próprio revestimento” (BAÍA; 
SABBATINI, 2017). Em razão das juntas de tra-
balho atuarem como um indutor de �issuras, 
recomenda-se a realização de uma impermeabi-
lização �lexível em toda sua extensão.
Seguem classi�icações dos principais fenô-
menos patológicos relacionados com, respectiva-
mente, revestimentos de argamassa e pinturas:
 diagnósticos na construção civil (manifestações patológicas) • 289
Tabela 51 – Classificação de fenômenos patológicos em argamassas e revestimentos.
Fenômeno 
patológico
Principais causas Principais sintomas
Fissuras mapeadas
Podem se formar por retração da argamassa, por excesso de 
finos no traço, quer seja de aglomerantes, quer seja de finos 
no agregado, ou por excesso de desempenamento
Fissuras em forma de mapa; casco 
de tartaruga; fissuras aleatórias, 
“pele de crocodilo”
Fissuras 
geométricas
Movimentações estruturais, recalques, corrosão de 
armaduras nas estruturas, ausência de reforços no 
revestimento, ausência ou falha nas juntas de movimentação, 
dilatação térmica, espessuras inadequadas, interação entre 
estrutura e alvenaria, ausência de vergas e contravergas, falha 
na ligação da alvenaria com o pilar
Fissuras geométricas, formando 
linhas horizontais, verticais e 
inclinadas
Eflorescência
Falha na estanqueidade, presença de água no revestimento; 
revestimento com presença de sais solúveis, resultando 
principalmente na dissolução do hidróxido de cálcio 
(Ca(OH2))
Manchas, na maioria das vezes, 
esbranquiçadas na superfície do 
revestimento
Vesículas
As vesículas podem ser causadas por:
– Hidratação retardada do óxido de cálcio não hidratado, 
presente na cal hidratada (o interior
da vesícula é branco)
– Presença de concreções ferruginosas na areia (o interior da 
vesícula é vermelho)
– Matéria orgânica ou pirita na areia (o interior da vesícula é 
prelo) 
Empolas no acabamento final, com a 
parte interna podendo se apresentar 
branca, preta ou vermelha
Expansão Presença de gesso na argamassa, formando a etringita
 Expansão, fissuração e 
descolamentos pontuais do 
revestimento
Descolamentos e 
desplacamentos
 Falhas no tratamento da superfície da base, na aderência 
entre as camadas de chapisco e base ou emboço e chapisco, 
argamassas que não apresentam capacidade de absorver 
as tensões impostas pela estrutura e variações térmicas; 
argamassas de alto módulo; altas espessuras. 
Som cavo, embricamento e
queda de revestimentos.
 
Pulverulência
Excesso de finos no agregado
– Traço pobre em aglomerante;
– Carbonatação insuficiente da cal em argamassas com 
a presença deste material, dificultada por clima seco e 
temperatura elevada ou por ação do vento, além de falha no 
processo de cura
Superfície do emboço com excesso 
de material solto, baixa resistência 
superficial
Mofo e bolor
Ataques biológicos de micro-organismos, umidade constante, 
falta de ventilação, área não exposta ao sol; argamassa com 
alta capilaridade e porosidade
Machas esverdeadas ou escuras, 
umidade elevada
Espectro de juntas
Ausência de chapisco, baixa espessura do emboço, excesso 
de absorção de água, falha na pintura
É possível identificar a geometria da 
estrutura com a alvenaria e as juntas 
de assentamento, como numa “visão 
raio x”
Fonte: Adaptado da Norma ABNT NBR 13749 (ABNT, 2013c).
290 • manual de engenharia diagnóstica
Tabela 52 – Classificação de problemas patológicos pinturas.
Fenômeno
patológico Principais causas Principais sintomas
Perda de brilho Radiação Alteração na estética da pintura
Descolamento Aplicação em superfícies com sujidades ou muito lisas ou porosas ou sobre base úmida
Bolhas, fissuras e desprendimento da 
camada de revestimento
Saponificação Alcalinidade natural da cal e do cimento que compõem o reboco, na presença de umidade Manchas com aspecto pegajoso
Enrugamento Camada de tinta muito espessa, aplicação excessiva do produto
Aspecto enrugado no acabamento 
final
Sujidades Ausência de limpeza ou de repintura Aspecto de sujeira impregnada 
Fonte: Adaptado de GOMIDE; FLORA (2018).
a previsão de uso de “limitador de fundo / pro-
fundidade”. Em relação a quantidade e posicio-
namento, “a posição exata das juntas deve ser 
de�inida em projeto. Recomenda-se que a distân-
cia entre as juntas horizontais não seja ser supe-
rior a 3 m. Para as juntas verticais, recomenda-se 
que sejam posicionadas no máximo acada 6 m” 
(ABNT, 2017).
Figura 169 – Selamento de juntas de movimentação. 
Fonte: Elaborado pelo autor.
5.8.4.1 Problemas patológicos
o principal problema patológico do sistema 
de revestimento é o descolamento cerâmico e 
seu consequente desplacamento; esta manifes-
tação causa, além do desconforto, um abalo na 
estética, assim como pode ser uma abertura para 
outros problemas patológicos na edi�icação pois 
5.8.4 Revestimento cerâmico
o sistema de revestimento cerâmico, com-
posto, além da camada de revestimento arga-
massado, por argamassa colante, placa cerâmica 
e rejunte, é muito utilizado no Brasil em função 
de sua qualidade estética, desempenho térmico, 
estanqueidade e do consequente ganho na valo-
rização patrimonial dos edi�ícios. 
Para a aplicação do revestimento cerâmico 
em fachadas é obrigatório que haja um projeto 
especí�ico conforme prescrição normativa a se-
guir indicada. Tal medida também é apropriada 
para o caso de revestimentos internos em pare-
des e pisos. 
o projeto de revestimento de fachada é 
obrigatório e, pela sua característica, deve 
ser desenvolvido por pro�issional legal-
mente habilitado e pode ser subcontra-
tado ou desenvolvido internamente pela 
construtora, na forma de procedimentos. 
(ABNT, 2013a)
a adoção de juntas de movimentação cujas 
especi�icações devem ser detalhadas no projeto, 
é parte essencial do sistema de revestimento ce-
râmico; as juntas devem ser vedadas com selan-
tes preferencialmente elastoméricos, conside-
rando os princípios de fator de forma e a adesão 
em apenas dois pontos de contato e contemplar 
 diagnósticos na construção civil (manifestações patológicas) • 291
favorecem, por exemplo, as in�iltrações, para 
causar prejuízos �inanceiros e até mesmo pelo 
risco potencial à saúde e segurança dos usuários, 
já anunciado.
a causa dos problemas patológicos não 
costuma ser de causa única, mas sim conse-
quência de um conjunto de fatores concorren-
tes que contribuem para a sua incidência, tor-
nando complexo o processo de diagnóstico que 
pode exigir além da investigação e a realização 
de ensaios “in loco” e porventura laboratoriais, 
a contratação de consultoria especializada. 
a baixa frequência de realização de um projeto 
de fachadas nas construções Brasileiras também 
é um elemento que di�iculta a avaliação quanto 
às especi�icações de metodologia construtiva.
a consolidação do diagnóstico de uma ma-
nifestação patológica em revestimento cerâmico, 
em muitos casos, faz necessária a identi�icação 
da origem do problema quando requer a atribui-
ção de responsabilidade; a procedência pode es-
tar relacionada às fases de Projeto, execução ou 
uso e manutenção, que possuem interveniente 
especí�icos, que por sua vez facilitam a associa-
ção direta à origem dos problemas e favorecem 
às perícias.
na fase de projeto, as principais falhas po-
dem estar associadas a:
 • Falhas nas especi�icações dos materiais;
 • Especi�icação da argamassa colante in-
compatível com o local de aplicação e as 
propriedades da peça cerâmica;
 • Ausência de detalhamentos e de�inições 
construtivas;
 • Falha na especi�icação do sistema de jun-
tas de assentamento e do material de re-
junte, elemento responsável pelo preen-
chimento entre os componentes;
 • ausência ou falha na especi�icação das 
juntas de movimentação.
Já na fase de execução, as principais falhas 
podem estar associadas a:
 • não utilização, ou utilização inadequada 
do projeto elaborado;
 • não execução da dupla colagem (peças 
maiores que 400 cm² ou em casos espe-
cí�icos, como o caso de cerâmicas com 
reentrância no tardoz em 1mm ou mais) 
(ABNT NBR 13755, 2013);
 • utilização de argamassa colante incom-
patível com o local de aplicação e peça 
cerâmica utilizada, em desacordo à espe-
ci�icação do projeto; 
 • mistura inadequada da argamassa colan-
te, no tocante ao preparo, mistura e tem-
po de descanso.
 • Tempo em aberto da argamassa colante 
excede às condições meteorológicas lo-
cais no ato da aplicação;
 • Não “quebrar” os cordões de argamassa 
colante;
 • aplicação da argamassa colante em sen-
tidos aleatórios, impedindo a saída de ar, 
contrariando as prescrições normativas 
vigentes;
 • Limpeza tardia de juntas de assentamen-
to, prejudicando a aplicação do rejunte;
 • execução das juntas de movimentação 
sem critério de limpeza, preparo e em 
desrespeito ao projeto .
os problemas patológicos também podem 
estar associados à qualidade do material cerâmi-
co, como, por exemplo, à taxa de expansão por 
umidade (ePu) elevada ou resistência ao greta-
mento.
Na fase “uso e manutenção” os cuidados 
�icam a cargo do usuário, que precisa seguir 
as determinações do manual de uso, operação 
e manutenção – manual do síndico e manual 
do proprietário, elaborado pela construtora/
incorporadora, em consonância com a norma 
ABNT NBR 14037 (ABNT, 2011) e disponibili-
zada, obrigatoriamente ao proprietário no ato 
da entrega, ou síndico, quando condomínio, na 
292 • manual de engenharia diagnóstica
entrega das áreas comuns. O manual deve servir 
de orientação para que proprietários e síndicos 
desenvolvam e implantem seus Planos de manu-
tenção, para adotar critérios e prazos para ins-
peção e manutenção estabelecidos pela norma 
ABNT NBR 5674 (ABNT, 2012). No caso da ma-
nutenção das fachadas deve abranger a previsão 
de execução da manutenção com previsão dos 
cuidados como lavagem periódica e revisões do 
rejunte nas juntas de assentamento e do selante 
elastomérico nas juntas de movimentação e des-
solidarização. A falta, a negligência de manuten-
ção, ou a aplicação de intervenções inadequadas, 
causam prejuízos para o sistema, comprometen-
do seu desempenho e consequentemente redu-
zindo sua vida útil do sistema.
a manifestação de descolamento e despla-
camento cerâmico deve alertar à necessidade de 
veri�icação das interfaces dos componentes do 
sistema ao longo da vida útil do edi�ício, a �im 
de identi�icar, durante as inspeções regulares, 
previstas no Plano de manutenção, a falha de 
aderência; este lapso pode estar entre a interfa-
ce cerâmica e a argamassa colante, entre a arga-
massa colante e a base argamassada ou, em ca-
sos mais graves, entre as interfaces revestimento 
argamassado e base – neste caso, o revestimento 
cerâmico pode estar bem aderido, porém se tor-
na a vítima de um problema patológico origina-
do na camada argamassada. 
Especi�icamente nos pisos, os desplacamen-
tos cerâmicos ocorrem majoritariamente devido 
às movimentações das lajes em concreto, bem 
como devido a erros construtivos especí�icos, 
como a espessura de rejunte inferior à recomen-
dada pelo fabricante, a ausência ou falha nas jun-
tas de movimentação e/ou a dessolidarização. 
em fachadas, as estruturas em concreto ar-
mado podem ter papel preponderante no pro-
cesso de formação de problemas patológicos que 
por vezes pode estar associado a de�iciência de 
preparo da base antes de receber o chapisco ou 
ainda pela de�iciência de cura do chapisco. Além 
disso a incidência de trincas e �issuras no reves-
timento, que favorecem o contato da estrutura 
com a água, que favorecem e de�lagram o proces-
so de corrosão das armaduras, expandindo-as e 
gerando esforços de tração internas no concreto, 
ocasionando a destacamento do concreto que 
por sua vez induz ao descolamentos de todo o 
sistema de revestimento. 
Na Tabela 53 há um resumo com a classi�i-
cação e descrição dos principais problemas pa-
tológicos associados a revestimentos cerâmicos.
Tabela 53 – Classificação dos problemas patológicos em revestimentos cerâmicos.
Fenômeno patológico Prováveis causas Principais sintomas
Descolamentos e 
Desplacamentos
Falha na aderência dos materiais, erros construtivos, 
defeito nos materiais, infiltração de água pelo rejunte 
e juntas de movimentação, corrosão de armaduras na 
estrutura, falha na capacidade de resistência superficial do 
revestimento em argamassa, tempo em aberto inadequado 
na aplicação da argamassa colante, ausência de “quebra” 
dos cordões daargamassa colante
Embricamento, trincas 
e fissuras; queda do 
revestimento.
Gretamento da peça 
cerâmica Falha na fabricação do material
Craqueamento da camada
superficial da peca cerâmica; 
expansão da peca por umidade 
(EPU).
Eflorescência
Falha na estanqueidade, presença de água no revestimento; 
revestimento com presença de sais solúveis, resultando 
principalmente na dissolução do hidróxido de cálcio 
(Ca(OH2)).
Manchas, na maioria das vezes, 
esbranquiçadas na superfície 
do revestimento
Trincas e Fissuras Movimentação da estrutura, ausência ou falha nas juntas de movimentação, falha nas juntas de assentamento Peças trincadas e fissuradas

 diagnósticos na construção civil (manifestações patológicas) • 293
Fenômeno patológico Prováveis causas Principais sintomas
Expansão por umidade Falha na fabricação do material
Aumento da dimensão 
das peças, ocasionando os 
descolamentos, trincas e 
fissuras
Manchamento Infiltração de líquidos, falha na fabricação do material Manchas na superfície da peça cerâmica
Cerâmicas com coloração 
não uniformes Erros de fabricação, uso de lotes diferentes Peças com cores diferentes
Sujidades Falta de manutenção e limpeza Manchas de sujeira impregnada
Desprendimento de 
rejunte Aplicação inadequada, utilização de material inapropriado Buracos e ausência de material
Deterioração química Utilização de produtos inaquedados na limpeza Perda de brilho e manchas
Fonte: Elaborado pelo autor.
as juntas de movimentação têm papel fun-
damental no desempenho do sistema de reves-
timento cerâmico, cujas as falhas em sua colma-
tação resultam na in�iltração de água e detritos, 
dando início a alguns dos potenciais problemas 
patológicos listados anteriormente. Na fase de 
diagnóstico é importante analisar o tipo de se-
lante utilizado, se ele é adequado ao tipo de re-
vestimento e às condições da fachada, bem como 
sua vida útil e manutenções durante o período de 
uso (a especificação do selante deve ser previsto 
necessariamente em projeto, respeitada as 
prescrições de aplicação, uso e manutenção, sob 
pena de deterioração precoce e contribuição di-
reta para a incidência de in�iltrações). Algumas 
das principais falhas encontradas no sistema de 
juntas de movimentação são: falha de adesão, fa-
lha de coesão e consequente ruptura, presença 
de vazios, enrijecimento e �issuração, falha no fa-
tor de forma, aderência em três pontos de apoio, 
manchamento do revestimento, deterioração 
por limpeza inadequada, entre outras, conforme 
cita BELTRAME; LOH (2009).
5.8.5 Ensaios diagnósticos
a anamnese e o estudo sobre os mecanis-
mos de degradação são métodos importantes a 
serem utilizados em um processo de diagnósti-
co para con�irmação das hipótese levantadas no 
processo investigatório das manifestações pato-
lógicas, e quando somado à adoção dos sentidos 
humanos e a ensaios no local e laboratoriais, 
desde os mais simples até os avançados, propor-
cionam um importante conjunto de recursos que 
favorecem além do próprio diagnóstico a pres-
crição das intervenções com resultado satisfató-
rio e e�icaz. 
5.8.5.1 Análise sensorial
a análise sensorial, através dos sentidos 
humanos, somada com uma anamnese e�icaz e 
aliada à experiência do especialista, consegue 
detectar muitos dos sintomas patológicos, pos-
sibilitando a formulação de hipóteses ao iniciar 
o processo de pré-diagnóstico, na qual é de�ini-
do o conjunto de ensaios a serem realizados com 
base nos sintomas apresentados.
durante a visita técnica, por exemplo, even-
tualmente é possível constatar um problema sé-
rio na estrutura de um edi�ício, sendo necessário 
adotar medidas emergenciais que envolvem, in-
terdição parcial de circulação e/ou de uso restri-
to de setores da edi�icação, necessidade de es-
coramento ou até a desocupação do imóvel. Por 
outro lado, a análise sensorial possibilita descar-
tar ou direcionar ações. Esse trabalho na maioria 
das vezes exige expertise e requer a presença de 
especialistas na matéria para que os resultados 
294 • manual de engenharia diagnóstica
das intervenções sejam efetivas e minimizem 
riscos potenciais de acidentes de graves reper-
cussões. 
um recurso importante, no caso das fa-
chadas, é a utilização de drones com câmeras 
comuns e termográ�icas, na qual possibilita-se 
obter imagens com alta qualidade em locais 
de di�ícil acesso pelo especialista o que poderá 
orientá-lo nos próximos passos investigativos 
necessários ao diagnóstico e a perfeita ilustra-
ção dos seus trabalhos técnicos.
5.8.5.2 Prospecções destrutivas
A anomalia que se manifesta na super�ície 
do revestimento geralmente apresenta um sin-
toma de algo que esteja ocorrendo em suas ca-
madas internas, fazendo com que a prospecção 
destrutiva seja um recurso e�iciente e necessário 
para auxiliar na identi�icação da causa e a conse-
quente origem do problema patológico. 
na prospecção destrutiva realizada no lo-
cal onde há a manifestação patológica requer-se, 
muitas vezes a remoção até a base de um trecho 
do revestimento; esta remoção possibilita anali-
sar, por exemplo: a espessura do revestimento e 
suas camadas, a qualidade da base e seu trata-
mento super�icial, além de indicar a profundidade 
de �issuras e trincas, ajuda a detectar a possível 
existência ou não, de reforços com telas metálicas, 
a existência de vergas e contravergas, o per�il da 
junta de movimentação, a existência de possíveis 
rompimentos dos cordões da argamassa, além de 
possibilitar a identi�icação da constituição das ca-
madas utilizadas no revestimento.
5.8.5.3 Ensaio de percussão
Sendo um dos mais recomendados e utili-
zados, o ensaio de percussão possibilita identi�i-
car locais com falha de aderência (extensão dos 
problemas) através do som cavo (oco), produzi-
do através da realização de “impactos leves, não 
contundentes, com martelo de madeira ou outro 
instrumento rijo” (ABNT, 2013c). 
este ensaio recomenda-se que seja reali-
zado durante o processo de construção, com o 
objetivo de avaliar o revestimento argamassado, 
no qual seu resultado torna-se critério para a li-
beração da aplicação do revestimento �inal.
Em edi�icações concluídas que apresentam 
manifestações patológicas este ensaio também 
é indicado, sendo, neste caso, utilizado para 
analisar quantitativamente as áreas com “falha 
de aderência”; é aplicável tanto em revestimen-
tos argamassados com acabamento em texturas 
e pinturas, como em revestimentos cerâmicos 
aderidos.
na prática, as ferramentas mais utilizadas 
são o martelo pena e martelo com “cabeça” em 
“plástico rígido”. 
5.8.5.4 Ensaio de determinação da 
 resistência de aderência ao 
 substrato à tração
com o objetivo de avaliar a resistência da 
aderência ao substrato, utilizando os critérios 
da Norma Técnica ABNT NBR 13528-2 (ABNT, 
2019), esse ensaio pode ser adotado em algumas 
fases e etapas da obra; seguem algumas aplica-
ções e sua consequente função.
a) Painel Teste do revestimento argamas-
sado, para a liberação do procedimento 
construtivo;
b) controle de qualidade do revestimento, 
durante o processo construtivo;
c) diagnóstico de problemas patológicos 
em edi�icações concluídas, sendo um 
recurso solicitado pelo especialista, ge-
ralmente após analisar os sintomas e 
realizar o ensaio de percussão; permi-
te a avaliação dos locais em que não há 
falha de aderência o seu desempenho, 
além da necessidade de intervenção.
 diagnósticos na construção civil (manifestações patológicas) • 295
5.8.5.5 Ensaio de determinação da 
 resistência de aderência 
 superficial à tração
com o objetivo de avaliar a resistência super-
�icial do revestimento argamassado, utilizando os 
critérios das Normas ABNT NBR 13528-3 (ABNT, 
2019) e 13755 (ABNT, 2017), esse ensaio permite 
a avaliação do revestimento argamassado quanto 
à sua capacidade de suportar a cerâmica.
o ensaio deve ser realizado no revestimen-
to com idade de 28 dias, para argamassas 
mistas ou de cimento e areia, e de 56 dias, 
para argamassas de cal e areia, contados 
após a aplicaçãoda argamassa sobre o 
substrato. (ABNT, 2019)
os problemas patológicos de descolamento 
dos revestimentos cerâmicos podem estar as-
sociados a falhas na capacidade de resistência 
super�icial do revestimento argamassado; neste 
caso, este ensaio trata-se de um recurso impor-
tante na fase de diagnóstico de problemas pato-
lógicos durante o uso das edi�icações.
5.8.5.6 Determinação da resistência de 
 aderência de revestimentos 
 cerâmicos com placas assentadas 
 com argamassa colante
com o objetivo de avaliar a resistência de 
aderência ao substrato, utilizando os critérios da 
Norma ABNT NBR 13755 (ABNT, 2017), esse en-
saio é adotado em algumas fases: 
a) Painel Teste do revestimento arga-
massado. “O processo de validação do 
painel teste deve ser feito por meio de 
ensaios de resistência de aderência à 
tração (descrito no anexo a) em idade 
não inferior a 28 dias” (ABNT, 2017).
b) controle de qualidade do revestimento 
após a execução de obra nova ou reabi-
litação; 
c) diagnóstico de problemas patológicos 
em edi�icações concluídas, sendo um 
recurso solicitado pelo especialista, ge-
ralmente após analisar os sintomas e 
realizar o ensaio de percussão, podendo 
então avaliar nos locais que não há falha 
de aderência o seu desempenho e veri-
�icar a necessidade de intervenção.
5.8.5.7 Ensaio de EPU (Expansão por 
 umidade), gretamento e 
 dilatação térmica
A Norma ABNT NBR 13818 (ABNT, 1997) 
apresenta um conjunto extenso de ensaios a se-
rem realizados nas placas cerâmicas, pois a qua-
lidade das mesmas afeta o desempenho do siste-
ma e podem ser um dos fatores causadores dos 
problemas patológicos.
dentre esses ensaios, destacam-se os refe-
rentes à determinação da resistência da expan-
são da umidade, ao gretamento e à determina-
ção do coe�iciente de dilatação térmica.
durante o processo de diagnóstico de um 
problema patológico, esses ensaios são utiliza-
dos como recursos para descartar ou determi-
nar a contribuição da qualidade do material ce-
râmico na causa da manifestação patológica.
5.8.5.8 Reconstituição do traço da 
 argamassa
o ensaio de reconstituição do traço da arga-
massa endurecida é utilizado quando se faz ne-
cessário “avaliar fenômenos patológicos, permi-
tindo uma compreensão mais aprofundada das 
causas que teriam levado à degradação de um 
dado revestimento.” (QUARCIONI; CINCOTTO, 
1998). Ao ser identi�icada uma incidência ex-
pressiva de descolamentos do sistema argamas-
sado e/ou �issuras e trincas, esse ensaio pode 
ser solicitado com o objetivo de analisar a cons-
tituição dos materiais e avaliar a partir de então 
a sua capacidade de absorver deformações.
296 • manual de engenharia diagnóstica
5.8.5.9 Análise termográfica
Por se tratar de uma técnica de ensaio não 
destrutiva e apresentar informações visuais, a 
utilização da análise termográ�ica está em cres-
cimento, e estudos a respeito deste método tem 
sido cada vez mais aprimorados, sendo necessá-
rio um conjunto de fatores especí�icos para que 
seja possível utilizar este recurso como fonte 
con�iável na obtenção de diagnósticos corretos 
e de credibilidade. 
Nas �iguras 170 e 171 há um exemplo de 
inspeção qualitativa, na qual foi possível iden-
ti�icar a presença de uma região com som cavo. 
A con�irmação do dado se deu por meio da rea-
lização do teste percussivo, o qual identi�icou 
descolamento cerâmico na área em destaque, 
coincidente com a região de maior nível de 
temperatura na análise termográ�ica. Ou seja, 
foi possível compatibilizar e a�irmar neste caso 
especí�ico a manifestação patológica através da 
cooperação entre os tipos diferentes e comple-
mentares de análise da fachada.
 
Figuras 170 e 171 – Exemplo de análise termográfica.
Fonte: Arquivo do autor.
Felipe Silva Lima
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