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Aula 6 Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Concordância Verbal e Nominal Professor: Albert Iglésia Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 2 Olá! Hoje nossa aula é sobre sintaxe de concordância. Essa expressão tem a ver com a relação estabelecida, como regra geral, entre o verbo da oração e o sujeito dela; entre o artigo, o adjetivo, o numeral adjetivo, o pronome adjetivo e o substantivo a que se referem. O primeiro tipo de relação é mais conhecido nos manuais de gramática e nas salas de aula como concordância verbal; o segundo, como concordância nominal. Existem muitas regras específicas, detalhes, exceções envolvendo esse assunto. Aqui, tentarei abordar um número suficiente de casos. Começarei pelos casos de concordância verbal. Vamos a eles! Casos Gerais de Concordância Verbal O verbo e o sujeito de uma oração concordam em número e pessoa. "O outono é mais estação da alma..." (C. D. A.) "Todas estavam ainda verdes." (C. D. A.) Quando o sujeito é composto, isto é, possui mais de um núcleo, verifica-se o seguinte: 1. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO – POLÍCIA LEGISLATIVA/2008) “...a cédula com Machado deixa de circular por valer menos de um centavo de dólar.” Assinale a alternativa em que, passando-se o trecho acima para o plural, manteve-se adequação à norma culta. (A) ...as cédulas com Machados deixam de circularem por valerem menos de centavos de dólares. (B) ...as cédulas com Machado deixam de circularem por valer menos de centavos de dólar. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 3 (C) ...as cédulas com Machados deixam de circular por valerem menos de centavos de dólares. (D) ...as cédulas com Machado deixam de circularem por valerem menos de centavos de dólar. (E) ...as cédulas com Machado deixam de circular por valerem menos de centavos de dólar. Comentário – Havendo uma locução verbal, cabe somente ao verbo auxiliar a flexão de número e pessoa para concordar com o sujeito. Portanto, estão erradas as alternativas A, B e D. As locuções “com Machado” e “de dólar” não se flexionam, pois os substantivos designam especificamente seres únicos: respectivamente o ilustre Machado de Assis e a moeda americana. Com sintagmas formados de um núcleo seguido de uma locução adjetiva (“as cédulas com Machado”, “centavos de dólar”), apenas o núcleo é pluralizado (corte de tecido/cortes de tecido, tipo de carne/tipos de carne). Mas às vezes o substantivo pertencente à locução deve, por exigência de natureza semântica, ser pluralizado. É inadequado dizer, por exemplo, uma caixa de sapato, porque a caixa contém mais de um item. Diga, então, caixa de sapatos, caixa de fósforos, caixa de bombons, cesta de frutas, loja de brinquedos, talão de cheques... Resposta – E 2. (FGV/TRE-PA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2011) Na charge, caso a professora tratasse o aluno por tu, sua fala seria, corretamente, Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 4 (A) Escrevas na lousa a palavra Ética! (B) Escrevei na lousa a palavra Ética! (C) Escreveis na lousa a palavra Ética! (D) Escrevais na lousa a palavra Ética! (E) Escreve na lousa a palavra Ética! Comentário – O verbo escrever foi flexionado na terceira pessoa do singular do imperativo afirmativo, pois a professora tratou o aluno por você. Caso ele fosse tratado por tu (segunda pessoa do singular), a flexão correta seria escreve. Repare o esquema abaixo: Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Eu escrevo (não existe) Tu escreves (sem o “s”) Escreve tu Ele escreve Escreva você Nós escrevemos Escrevamos nós Vós escreveis (sem o “s”) Escrevei vós Eles escrevem Escrevam vocês Resposta – E 1. Representado por pessoas gramaticais diferentes a primeira pessoa (NÓS) prevalecerá sobre as demais, e a segunda (VÓS) terá preferência sobre a terceira (ELES). Eu, tu e os cidadãos (Nós) saímos. Tu e os cidadãos (Vós) saístes. (norma culta) Tu e os cidadãos (Vocês) saíram. (norma popular – ocorre que os pronomes TU e VÓS, no falar do português do Brasil, são frequentemente substituídos por VOCÊ e VOCÊS, o que leva o verbo para a terceira pessoa) 2. Anteposto ao verbo o verbo ficará sempre no plural (concordância rígida ou gramatical). Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 5 Pai e filho conversaram longamente. As imagens e o som não estavam adequados. 3. Posposto ao verbo o verbo poderá ficar no plural (concordância rígida ou gramatical) ou concordará com o núcleo mais próximo (concordância atrativa). Caíram uma flor e duas folhas. (ou “Caiu”, para concordar apenas com “uma flor”) Saiu o ancião e seus amigos. (ou “Saíram”, para concordar com todos os núcleos) Saíste tu e Pedro. (ou “Saístes”, para concordar com todos os núcleos; ou “Saíram”, de acordo com a norma popular) ATENÇÃO! Quando há reciprocidade, no entanto, a concordância deve ser feita no plural. Agrediram-se o deputado e o senador. Ofenderam-se o jogador e o árbitro. 3. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2008) “A crise energética e a climática revelam os limites do ecossistema planetário.” Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho acima, sem provocar mudança de sentido, manteve-se adequação à norma culta. (A) A crise energética e climática revelam os limites do ecossistema planetário. (B) As crises energética e climática revelam os limites do ecossistema planetário. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 6 (C) A crise energética e climática revela os limites do ecossistema planetário. (D) As crises energética e a climática revelam os limites do ecossistema planetário. (E) As crises energética e climática revela os limites do ecossistema planetário. Comentário – Repare que, inicialmente, temos um caso de sujeito composto (“a crise energética” e “a [crise] climática”). O artigo definido “a”, que se repete, determina cada núcleo separadamente. A ideia, então, é a de que existem dois tipos de crise: energética e climática. Nossa resposta deve preservar o sentido e a correção gramatical. Alternativa A: o artigo definido no singular indica que há somente uma crise, qualificada ao mesmo tempo pelos adjetivos “energética” e “climática”. Como o sujeito é simples e seu núcleo (“crise”) está no singular, o verbo deve se flexionar na terceira pessoa do singular: revela. Alternativa B: com o artigo e o núcleo no plural (“As crises”) seguidos dos adjetivos “energética” e “climática”, preserva-se a ideia inicial. A correção gramatical também é mantida com o verbo revelar flexionado na terceira pessoa do plural em concordância com o núcleo do sujeito: “crises”. Alternativa C: a adequação à norma gramatical foi mantida (o verbo concorda e número e pessoa com o núcleo do sujeito), mas a ideia inicial foi prejudicada: há somente uma crise. Alternativa D: para se manter a ideia inicial de existência de duas crises e também a correção gramatical, duas opções são possíveis: 1 – As crises energética e climática revelam...; 2 – A crise energética e a climática revelam... Alternativa E: a ideia inicial foi mantida, mas a correção gramatical foi transgredida com o verbo no singular (“revela”),em total falta de concordância com o núcleo “crises”. Resposta – B Casos Particulares de Concordância Verbal Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 7 1. Verbos impessoais não possuem sujeito, ficando na terceira pessoa do singular. Choveu muito. Deve nevar muito naquelas regiões. Aqui faz verões terríveis. Deve fazer dez anos que eles chegaram. Há anos não o vejo. Ia para dez anos que não o via. Já passava de dez horas. Poderá haver alunos reprovados. 4. (FGV/FNDE/ESPECIALISTA EM FINANCIAMENTO E EXECUÇÃO DE PROGRAMAS E PROJETOS EDUCACIONAIS/2007) Assinale a alternativa em que, alterando-se a forma verbal do trecho que não existem nós centrais, não se respeitou a norma culta. (A) que não há nós centrais (B) que não devem existir nós centrais (C) que não devem haver nós centrais (D) que não há de haver nós centrais (E) que não hão de existir nós centrais Comentário – O examinador quer a construção sintaticamente errada. Quando houver uma locução verbal, fique de olho vem vivo no verbo principal, pois e ele que vai dizer ser o auxiliar será ou não flexionado. Em “devem haver” (letra C), o verbo principal (“haver”) foi usado com sentido de existir. Nesse caso, ele é impessoal e sua impessoalidade é transmitida ao seu auxiliar, que deve se flexionar obrigatoriamente na terceira pessoa do singular. Resposta – C Verbos que indicam fenômenos naturais. Verbos que indicam tempo. Verbo “haver” com sentido de “existir”, “acontecer”, “ocorrer”. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 8 5. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO – ADMINISTRAÇÃO/2008) “...há outras formas de garantir a transparência...” Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho acima, manteve-se adequação à norma culta. (A) ...há de existir outras formas de garantir a transparência... (B) ...hão de haver outras formas de garantir a transparência... (C) ...devem existir outras formas de garantir a transparência... (D) ...devem haver outras formas de garantir a transparência... (E) ...podem haver outras formas de garantir a transparência... Comentário – Alternativa A: errada. O verbo “existir” – o principal –, transfere sua pessoalidade para o seu auxiliar, que deve se flexionar na terceira pessoa do plural (hão) para concordar com “formas”, núcleo do sujeito. Alternativa B: errada. Agora o verbo principal é o “haver”, impessoal com sentido de existir, o que deve manter o verbo auxiliar na terceira pessoa do singular (há). Alternativa C: certa. O que deveria ter acontecido na alternativa A ocorreu aqui: a flexão do verbo auxiliar, por influência da pessoalidade do verbo principal (“existir”). Alternativas D e E: erradas. Ocorreu o mesmo erro presente na alternativa B. Resposta – C 6. (FGV/SEFAZ-RJ/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2011) No Brasil, por exemplo, existem regras de criminal compliance... (L.81-82) Assinale a alternativa em que a alteração do trecho acima tenha provocado INADEQUAÇÃO quanto à norma culta. Não leve em conta a alteração de sentido. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 9 (A) No Brasil, por exemplo, haverá regras de criminal compliance... (B) No Brasil, por exemplo, deve haver regras de criminal compliance... (C) No Brasil, por exemplo, há de existir regras de criminal compliance... (D) No Brasil, por exemplo, devem existir regras de criminal compliance... (E) No Brasil, por exemplo, poderão existir regras de criminal compliance... Comentário – Note como a FGV gosta de explorar a concordância envolvendo os verbos haver e existir. Em “há de existir regras” (letra C), o verbo principal é “existir”, ou seja, um verbo pessoal, que tem sujeito (“regras”), com o qual deve concordar em número e pessoa. A flexão necessária deverá ser indicada por meio do verbo auxiliar (haver). Portanto o trecho está errado e deve ser corrigido assim: hão de existir regras. Resposta – C Acredite, progredimos sim Faz hoje exatos 50 anos do chamado Comício da Central do Brasil, que funcionou como acelerador para a conspiração já em andamento que acabaria por depor o presidente constitucional João Belchior Marques Goulart, apenas 18 dias depois. É bom olhar para trás para verificar que, pelo menos no terreno institucional, o país progrediu bastante desde que chegou ao fim o ciclo militar, há 29 anos. É um dado positivo em uma nação com tão formidável coleção de problemas e atraso em tantas áreas como o Brasil. [...] Clovis Rossi, Folha de São Paulo, 13/03/2014. 7. (FGV/2014/Susam/Economista) “Faz hoje exatos 50 anos”; “há 29 anos”. Sobre as estruturas gramaticais dessas duas frases do texto, assinale a afirmativa correta. a) A primeira frase também poderia estar escrita “Fazem hoje exatos 50 anos”. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 10 sujeito sujeito b) A segunda frase também poderia estar escrita “Devem haver hoje 29 anos”. c) As duas formas verbais não podem ser flexionadas em número. d) As duas formas verbais se referem a tempo passado. e) Só a primeira frase está escrita de forma gramaticalmente errada. Comentário – Os verbos fazer e haver indicam tempo, são impessoais e por isso devem permanecer na terceira pessoa do singular. Qualquer verbo que forme com eles uma locução verbal (como acontece na letra B) recebe essa impessoalidade e também deve ser mantido no singular. A letra D talvez tenha suscitado alguma dúvida, certo? Ocorre que, no contexto, a expressão “Faz hoje” expressa a conclusão de um período de tempo que se dá no momento atual da fala, ou seja, no momento presente do enunciador. Resposta – C 2. Verbos unipessoais são os que possuem sujeito, ficando na terceira pessoa do singular ou do plural; os principais são acontecer, bastar, caber, constar, convir, faltar, importar, interessar, ocorrer, parecer, restar, urgir, etc. Basta uma reflexão. Faltam apenas quatro linhas. 8. (FGV/BADESC/TÉCNICO DE FOMENTO/2010) Na frase “Não resta dúvida de que esse tipo de pensamento aplaca muitas consciências”, a flexão do vocábulo dúvida no plural: (A) gera a obrigatoriedade de se flexionar mais um vocábulo apenas. (B) mantém a frase da mesma forma como se encontra redigida. (C) leva à flexão opcional de mais dois vocábulos. (D) implica a flexão nominal e verbal de três vocábulos obrigatoriamente. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 11 sujeito sujeito or. princ. or. princ. (E) obriga o emprego da primeira pessoa do plural na forma do verbo. Comentário – O sujeito da forma verbal “resta” é o termo “dúvida”. Obrigatoriamente, a passagem desse sujeito para o plural (dúvidas) acarretaria a flexão do verbo na terceira pessoa do plural (restam). Como se verá abaixo, mais nenhuma modificação precisaria ser feita: Não restam dúvidas de que esse tipo de pensamento aplaca muitas consciências Resposta – A 3. Sujeito oracional se o sujeito for oracional, o verbo da oração principal ficará no singular. Falta fazer quatro linhas. Urge que tomemos uma atitude radical. 4. Pronome apassivador e índice de indeterminação do sujeito Dá-se aula. (com verbos transitivosdiretos ou transitivos diretos e indiretos, o SE é pronome apassivador e o verbo da oração – “dá” – deve concordar com o sujeito – “aula”) Dão-se aulas. (pluralizando-se o sujeito – “aulas” –, o verbo deve flexionar-se também no plural – “Dão”; e o “se” continua como pronome apassivador) Precisa-se de professores. (agora, o vocábulo “SE” acompanha verbo transitivo indireto – “Precisa” – e, por isso, denomina-se índice de indeterminação do sujeito, o que força o verbo a ficar na terceira pessoa do singular, situação que se repete com verbos intransitivos, de ligação e verbo transitivo direto + SE + preposição) Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 12 5. Coletivo o verbo concordará com o coletivo, estando próximo a ele; mas, se estiver distante, o verbo poderá ficar no singular ou no plural, conforme se queira destacar mais a idéia dos indivíduos. O povo não revelou nada. O grupo se dividiu; mais adiante, porém, se reuniram (ou reuniu). 6. Expressão partitiva quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de..., metade de..., o grosso de..., a maioria de..., a maior parte de..., grande número de..., etc.) seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular, preferencialmente, ou no plural. A maioria das crianças não mente. (conc. rígida ou gramatical com coletivo singular, destacando o conjunto como uma unidade) A maioria das crianças não mentem. (conc. com a ideia de pluralidade sugerida pelo sujeito, evidenciando cada elemento que compõe o conjunto) 9. (FGV/SSP-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO/2008) “...a maioria dos policiais procure...”; as gramáticas de língua portuguesa ensinam que com a expressão “a maioria de” seguida de substantivo plural, a concordância se faz predominantemente no singular (concordando com maioria), mas pode concordar no plural, em função do substantivo (Maria Helena de Moura Neves, Guia de uso do português, Editora Unesp, SP, 2003, p. 493). Assim sendo, pode-se dizer da concordância verbal feita nessa frase do texto que ela: (A) assume a única forma possível de concordância verbal. (B) prefere uma das formas de concordância verbal possível. (C) apresenta uma forma errada de concordância verbal. (D) mostra preferência por uma concordância verbal menos utilizada. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 13 (E) indica a utilização de uma forma verbal de concordância não estudada nas gramáticas. Comentário – A concordância com o núcleo da expressão (“maioria”) é a predominante por ser a gramatical ou rígida, mas é licito concordar com a ideia de pluralidade sugerida pelo sujeito, evidenciando cada elemento que compõe o conjunto: ...a maioria dos policiais procurem... Resposta – B 10. (FGV/SAD-AP/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2010) De acordo com as regras de concordância verbal do padrão escrito culto, assinale a alternativa incorreta. (A) A maioria dos brasileiros já viveram situações violentas no cotidiano. (B) Sem dúvida, devem haver formas de combater pacificamente a violência. (C) No artigo em análise, trata-se de questões referentes à origem histórica da violência. (D) Faz séculos que se verificam situações de opressão na sociedade brasileira. (E) Sempre existirão pessoas dispostas a resistir ao comodismo. Comentário – Alternativa A: correta. Tanto está certa a concordância com o núcleo do sujeito (“maioria”), quanto a concordância com a ideia de pluralidade expressa pelo sujeito. A banca preferiu o segundo caso. Alternativa B: incorreta. Na locução “devem haver”, a impessoalidade do verbo “haver”, o principal, reflete no verbo auxiliar, que deve flexionar-se na terceira pessoa do singular: deve. Alternativa C: correta. O pronome “se” é índice de indeterminação do sujeito. Nesse caso, o verbo concorda obrigatoriamente na terceira pessoa do singular. Alternativa D: correta. Usou-se o verbo fazer na indicação de tempo, o que o faz permanecer invariavelmente na terceira pessoa do singular. Já o verbo verificar, que foi usado na voz passiva sintética (note o pronome Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 14 “se”), tem como núcleo do sujeito o substantivo plural “situações”, razão pela qual se flexionou na terceira pessoa do plural. Alternativa E: correta. O verbo existir, que é pessoal, tem como núcleo do sujeito o substantivo plural “pessoas”, razão que o faz concordar obrigatoriamente na terceira pessoa do plural. Com respeito à concordância do verbo “resistir”, adianto que ele também poderia se flexionar na terceira pessoa do plural (resistirem) para concordar com “pessoas”. A orientação é a seguinte: – se o sujeito do infinitivo é igual ao do verbo da oração principal, a flexão daquele é facultativa. Exemplo: [Reunir-nos-emos com eles] [para apresentar/apresentarmos os problemas da empresa]. – o sujeito comum das orações é nós. Mais à frente sistematizarei as orientações a respeito da flexão do infinitivo. Resposta – B 7. Quantidade aproximada quando houver uma quantidade aproximada (perto de..., cerca de..., coisa de..., mais de..., menos de..., etc) seguida de substantivo, o verbo obrigatoriamente concordará com o substantivo. Cerca de dois mil candidatos passaram no concurso. (concordância rígida ou gramatical) ATENÇÃO! Com a expressão mais de um, devemos ter mais cuidado. O verbo só vai para o plural quando há ideia de reciprocidade ou quando a expressão surge repetida. Mais de uma máquina estava parada. Mais de um casal se agrediram. Mais de uma flor, mais de uma folha foram arrancadas. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 15 8. Pronome relativo que se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concordará com o antecedente. Fui eu que cheguei por último. Foste tu que chegaste por último. 11. (FGV/2014/TJ-RJ/Técnico de Atividade Judiciária) “Sua vantagem é tanta que a prefeitura da Cidade do México lançou um programa de conservação hídrica que substituiu 350 mil vasos por modelos mais econômicos. As substituições reduziram de tal forma o consumo que seria possível abastecer 250 mil pessoas a mais. No entanto, muitas casas no Brasil têm descargas embutidas na parede, que costuma ter um altíssimo nível de consumo. O ideal é substituí-las por outros modelos.” Nesse segmento do texto 2, a forma verbal sublinhada que apresenta erro em relação à concordância é: a) lançou; b) substituiu; c) abastecer; d) têm; e) costuma. Comentário – O verbo “lançou” concorda com “prefeitura” (núcleo do sujeito). O verbo “substituiu” concorda com o antecedente do pronome relativo “que”: “um programa de conservação hídrica”. O verbo “abastecer” é sujeito do verbo “seria” e não deve ser flexionado no plural. O verbo “têm” está no plural (com o acento) para concordar com “casas” (núcleo do sujeito). Já o verbo “costuma” deve ser flexionado no plural para concordar com “descargas”, vocábulo oque é retomado pelo pronome relativo “que”. Resposta – E Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 16 9. Pronome relativo quem o verbo concordará com o antecedente ou ficará na terceira pessoa do singular. Fui eu quem cheguei por último. Fui eu quem chegou por último. 10.Um dos que o verbo ficará na terceira pessoa do singular, concordando com um, ou na terceira pessoa do plural, concordando com os (dos = de + os). Você é um dos que fala/falam menos. O Amazonas é um dos rios que corta/cortam a floresta equatorial. ATENÇÃO! Quando houver ideia de exclusão necessária, o verbo ficará no singular. É uma das tragédias de Racine que se apresentará hoje no teatro. Ela é uma das candidatas que preencherá a vaga. 11. Pronome indefinido, interrogativo ou demonstrativo + de (dentre) nós, vós ou vocês o verbo concorda com o pronome (sujeito); mas, se este estiver no plural, o verbo poderá concordar com o pronome pessoal. Algum dentre vós sairá antes? Quais de nós sairão (sairemos) antes? Falo com aqueles dentre vós que trabalham (trabalhais). 12. Cada um o verbo ficará no singular. Cada um de nós estudará para o concurso. Cada um de vocês passará. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 17 13. Pronome de tratamento o verbo concordará sempre na terceira pessoa do singular ou do plural. Vossa Excelência é muito digno. Vossas Senhorias são muito exigentes. 14. Fração rigorosamente, o verbo concorda com o numerador; havendo parte inteira, o verbo concordará com ela. Um terço dos alunos foi embora. Dois inteiros e um quarto dos alunos passaram. ATENÇÃO! É possível ainda usar o verbo no plural quando o número fracionário vier seguido de substantivo no plural. Essa posição é sustentada, por exemplo, pelo mestre Cegalla (Novíssima gramática da Língua Portuguesa, 48ª edição, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 2008, página 470) “Um quinto dos homens eram de cor escura.” Recomendo que você observe atentamente todas as opções apresentadas pelo examinador. 15. Porcentagem o verbo concorda, a rigor, com o numeral. Um por cento dos alunos recusou-se a colaborar. Vinte e cinco por cento dos candidatos faltaram. Apenas 1,78% votou nesse candidato. (a concordância é com a parte inteira) ATENÇÃO! Bechara (Moderna gramática portuguesa – 37ª edição revista, ampliada e atualizada conforme o novo Acordo Ortográfico – Rio de Janeiro: Nova Fronteira – 2009 – página 566) nos ensina que “Nas linguagens modernas em que entram expressões numéricas de porcentagem, a tendência é fazer concordar o verbo com o termo preposicionado que especifica a referência numérica”. “Trinta por cento do Brasil assistiu à transmissão dos jogos da Copa.” Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 18 Trinta por cento dos brasileiros assistiram aos jogos da Copa.” Aqui também recomendo que você observe atentamente todas as opções apresentadas pelo examinador, que pode considerar corretas as duas possibilidades de concordância. 12. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010) (...) Se essas restrições entrarem em vigor mundo afora, por volta de 20% das vendas externas brasileiras na configuração de hoje em termos de destinos, volumes e preços seriam afetadas.(...) Assinale a alternativa em que a alteração do sublinhado no trecho acima NÃO tenha sido feita em respeito às normas gramaticais (A) por volta de 12% das vendas seriam afetados (B) por volta de 1,2% das vendas seria afetado (C) por volta de 0,2% das vendas seriam afetadas (D) por volta de 1,9% das vendas seriam afetados (E) por volta de 0,99% das vendas seria afetado Comentário – A FGV considera correta a possibilidade de concordância com o numeral ou com a locução especificativa. Alternativa A: certa. A concordância foi feita com o numeral, que está no gênero masculino (doze) e indica plural. Alternativa B: certa. A concordância foi feita com o numeral, cuja parte inteira (um) define a flexão de gênero e número. Alternativa C: certa. A concordância agora é com vendas, núcleo da expressão que especifica o numeral. Alternativa D: errada. Optando-se pela concordância com o numeral (1,9%), a forma correta é seria afetado, por causa da parte inteira. Querendo-se concordar com o núcleo vendas, a flexão correta é seriam afetadas. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 19 Alternativa E: certa. A concordância foi estabelecida com a parte inteira (zero), que transmite a ideia de masculino singular. Resposta – D 13. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) “Estima-se que possam ser expulsos da Europa 8 milhões de estrangeiros...” Assinale a alternativa em que se tenha mantido a concordância adequada à norma culta ao se reescrever o trecho acima. (A) Estima-se que possa ser expulso da Europa dez por cento dos estrangeiros... (B) Estima-se que possam ser expulsos da Europa milhares de pessoas... (C) Estima-se que possam ser expulsos da Europa 1 milhão do grupo... (D) Estima-se que possa ser expulso da Europa três quartos dos estrangeiros... (E) Estima-se que possam ser expulsos da Europa 1,98% do grupo... Comentário – Em todas as alternativas o verbo “Estima-se” (voz passiva sintética) está corretamente no singular porque o sujeito dele apresentou-se sob a forma de oração (subordinada substantiva subjetiva). Alternativa A: a expressão “dez por cento dos estrangeiros” não permite que os verbo fiquem no singular, pois a numeral “dez” e o substantivo “estrangeiros” transmitem a ideia de plural. Eis a correção: ... possam ser expulsos... Alternativa B: está correta e merece sua total atenção. Milhão, bilhão e milhar são substantivos masculinos, por isso devem concordar no masculino os artigos, numerais e pronomes que os precedem: Os dois milhões de pessoas; uns três milhões de árvores, aqueles bilhões de criaturas. Já o verbo no particípio e o adjetivo podem concordar no masculino ou no feminino com o substantivo feminino: Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 20 Dois milhões de sacas de soja estão ali armazenados (ou armazenadas). Os outros cinco milhões de moedas serão cunhados (ou cunhadas). Portanto estaria igualmente correta a construção: Estima-se que possam ser expulsas da Europa milhares de pessoas... Alternativa C: errada. Com milhão, bilhão e trilhão (no singular), há possibilidade de plural se esses substantivos numéricos estiverem seguidos de substantivo no plural: Um milhão de fiéis agruparam-se em procissão. Alternativa D: errada: Na expressão “três quartos dos estrangeiros” o numerador indica plural e o substantivo “estrangeiros também”. Por isso a concordância adequada é: possam ser expulsos. Alternativa E: errada. Agora a indicação é somente de singular, quer seja a parte inteira (“1”) do numeral percentual, quer seja o substantivo especificativo dele (“grupo”). Por isso a concordância correta é: possa ser expulso. Resposta – B 14. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Hoje, apenas 16% dos 192 milhões de brasileiros vivem na zona rural, de acordo com o IBGE. Com base no conhecimento das regras de concordância, assinale a alternativa em que se manteve correção gramatical ao se alterar a estrutura acima. (A) Hoje, apenas 0,99% vivem na zona rural (B) Hoje, apenas 1,6 milhão vivem na zona rural (C) Hoje, apenas um quarto vivem na zona rural. (D) Hoje, apenas 1,6% vive na zona rural (E) Hoje, apenas dois terços vive na zona rural Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br |Prof. Albert Iglésia 21 Comentário – Alternativa A: errada. A concordância verbal deve ser feita com a parte inteira do numeral (zero), que indica singular. Alternativa B: errada. A concordância verbal deve ser feita com a parte inteira do numeral (um), que indica singular. Alternativa C: errada. A concordância verbal deve ser feita com o numerador da fração (um), que indica singular. Alternativa D: certa. É a confirmação da regra. Alternativa E: errada. A concordância verbal deve ser feita com o numerador da fração (dois), que indica plural. Resposta – D 15. (FGV/TRE-PA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2011) Desse valor, R$ 265 milhões são oriundos do Orçamento da União... (L.3-4) Assinale a alternativa em que se tenha mantido correção gramatical ao se alterar o trecho acima. (A) Desse valor, R$ 1,9 milhões são oriundos do Orçamento da União... (B) Desse valor, R$ 0,25 milhões são oriundos do Orçamento da União... (C) Desse valor, R$ 1,3 milhões é oriundo do Orçamento da União... (D) Desse valor, R$ 0,98 milhão são oriundos do Orçamento da União... (E) Desse valor, R$ 1,25 milhão é oriundo do Orçamento da União... Comentário – Milhão concorda com a parte inteira do numeral, portanto estão erradas as opções A, B e C. O verbo ser também deve concordar com a parte inteira do numeral, portanto a dúvida está desfeita: a letra D também está incorreta. Resposta – E 16. (FGV/2014/AL-BA/Auditor) “Entre 80% e 90% da nossa energia vêm de fontes renováveis”. Nessa frase a concordância verbal é feita no plural, por fazer concordar o verbo (vêm) com o número da porcentagem. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 22 sujeito composto aposto resumitivo aposto resumitivo sujeito composto Assinale a opção que indica a frase em que a concordância está incorreta. a) 1% dos brasileiros não acredita no governo. b) 5% da população tem medo do apagão. c) 12% dos cariocas apreciam futebol. d) 1,7% do povo aceitam a Copa do Mundo no Brasil. e) 32% do consumo se dirige a supérfluos. Comentário – Não dá mais para errar este tipo de questão. A banca aceita a concordância tanto com o numeral quanto com a locução especificativa. Portanto estão igualmente corretas as alternativas A, B, C e E. Mas a letra D está errada. A parte inteira do numeral é “1”, o que obriga o verbo a ficar no singular. A palavra “povo” também está no singular, o que impede que o verbo se flexione no plural. Resposta – D 16. Substantivos sinônimos (ou quase sinônimos) e substantivos em gradação o verbo concorda gramaticalmente com todos os núcleos ou atrativamente com o mais próximo. Medo e temor me assusta/assustam. Uma palavra, um movimento, um simples gesto causava/causavam-lhe medo. 17. Aposto resumitivo se o sujeito composto for resumido por um aposto (pronome indefinido), o verbo concordará com o aposto. Alunos, professores, diretores, ninguém chegava a um acordo. Pelé, Garrincha, Didi, todos foram campeões mundiais. 18. Infinitivos antônimos ou determinados verbo no plural. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 23 Discordar e apoiar são próprios da democracia. O andar e o nadar fazem bem à saúde. ATENÇÃO! Se os infinitivos não forem antônimos ou não estiverem determinados, o verbo ficará no singular. Andar e nadar faz bem a saúde. Sujar a roupa de giz e passar a noite corrigindo prova nunca desanimou os professores. 17. (FGV/2015/TJ-SC/Odontólogo) A única frase que NÃO apresenta desvio em relação à concordância verbal recomendada pela norma culta é: a) A lista de assinantes da revista, uma vez autenticada pela direção, mostram profissões as mais estranhas possíveis. b) Nenhum dos terroristas que vinham atacando alvos na Europa nos últimos meses apresentaram-se à Polícia. c) Segundo a TAM, o voo teve seu atraso justificado, mas quem voaria para outros países foi transferido para outras companhias. d) Os cães aprendem a andar com as próteses, equipamento que os ajuda a se deslocar de um lugar para outro. e) Mas foram nos jogos da Copa do Mundo que a maioria dos jogadores conquistaram a fama que hoje justifica seus altos salários. Comentário – Alternativa A: errada. O verbo mostrar deve concordar com “lista”, que é o núcleo do sujeito: A lista de assinantes... mostra... Alternativa B: errada. Quando o núcleo do sujeito for um pronome indefinido, interrogativo ou demonstrativo no singular, o verbo da oração principal deve ser flexionado também no singular: Nenhum dos terroristas que vinha... apresentou-se... Não confunda este caso com outro semelhante, em que tais pronomes se encontram no plural: Quais de nós encontrarão/encontraremos a solução do problema? Observe que o verbo agora tem duas possibilidades de concordância. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 24 Alternativa C: certa. O pronome “quem” funciona como núcleo do sujeito e leva o verbo a flexionar-se na terceira pessoa do singular. Alternativa D: errada. Esta é perigosíssima e exige um comentário mais exaustivo. Vejamos: (1) A decisão do governo obrigou os empresários a investir em outras áreas. (2) A decisão do governo obrigou os empresários a se esforçarem mais. Nos dois exemplos acima, temos a construção “obrigar (alguém ou algo) a verbo no infinitivo”, em que o infinitivo apresenta uma ação atribuída ao objeto direto do verbo obrigar. É comum achar quem flexione o infinitivo para fazê-lo concordar com esse objeto direto (“obrigou os empresários a investirem”), admitindo-o como sujeito do infinitivo. Embora algumas interpretações sejam possíveis, o mais usual é que esse infinitivo permaneça invariável, como um complemento do verbo “obrigar” (ou entendido como o segundo verbo de uma locução). Por isso o primeiro exemplo. Entretanto, se o infinitivo surge acompanhado de pronome (sendo de fato um verbo pronominal, como “arrepender-se” e “suicidar-se”, por exemplo, ou indicando ação reflexiva ou recíproca, como “cumprimentar-se” ou “olhar-se”), a flexão é inevitável. Por isso o segundo exemplo. Este é o caso da alternativa D. Veja a correção dela: ...equipamento que os [= os cães] ajuda a se deslocarem... Alternativa E: errada. O problema está logo no início. O certo é “Mais foi”. Muita gente olhou apenas para “a maioria dos jogadores conquistaram”. Trata-se de uma expressão partitiva, em que que o verbo pode flexionar-se tanto no singular quanto no plural. Resposta – C 19. Um e outro verbo no singular ou no plural. Um e outro jogador foi/foram expulsos. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 25 ATENÇÃO! Havendo ideia de reciprocidade com a expressão um e outro, o plural é obrigatório. Um e outro insultaram-se. 20. Um ou outro; nem um nem outro a corrente majoritária indica o singular; todavia esses casos suscitam divergências entre consagrados autores: Um ou outro jogador fez gols. Nem um nem outro garoto brigou na rua. a) Cunha e Cintra: “As expressões um ou outro e nem um nem outro, empregadas como pronome substantivo ou como pronome adjetivo, exigem normalmente o verbo no singular: Nem um nem outro havia idealizado previamente este encontro.” Prosseguem os mestres: “Não é rara, porém, a construção com o verbo no plural quando as expressões se empregam como pronome substantivo: Nem um nem outro desejavam questionar.” (Novagramática do português contemporâneo, 5ª edição, Rio de Janeiro: Lexikon, 2008, página 527); b) Pasquale e Ulisses: “Com as expressões um ou outro e nem um nem outro, a concordância costuma ser feita no singular, embora o plural também seja praticado. (...) Não há uniformidade no tratamento dado a essas expressões por gramáticos e escritores.” (Gramática da língua portuguesa, São Paulo: Scipione, 1998, página 486); c) Bechara: “Com nem um nem outro é de rigor o singular para o substantivo e verbo: Nem um nem outro livro merece ser lido.” (Moderna gramática portuguesa, 37ª edição revista, ampliada e atualizada conforme o novo Acordo Ortográfico, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009, página 548); d) Cegalla: “O sujeito sendo uma dessas expressões [um e outro e nem um nem outro], o verbo concorda, de preferência, no plural. Exemplos: Nem uma nem outra foto prestavam [ou prestava]” (Novíssima gramática da Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 26 língua portuguesa, 48a. edição revista, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008, páginas 556 e 557). ATENÇÃO! Recomendo que você mantenha certa flexibilidade ao encarar questões desse tipo. 21. Sujeitos ligados por ou ou nem o verbo ficará, normalmente, no plural; mas, se houver ideia de exclusão obrigatória ou sinonímia, o verbo ficará no singular. Nem Paulo, nem Ana reclamaram do salário. Pedro ou Paulo sairão mais cedo. José ou Pedro casará com ela. (apesar de tudo, uma pessoa só pode casar com outra, e não com outras ao mesmo tempo – risos) Fulano ou Beltrano será o goleiro titular. (somente um goleiro pode ser titular em um jogo; o outro é o reserva) “A Línguística ou Glotologia é a ciência que estuda a evolução da linguagem humana.” ATENÇÃO! Se houver ideia de retificação, o verbo concordará com o mais próximo. O ladrão ou os ladrões, não sei ao certo, assaltaram o banco. Os ladrões ou o ladrão, não sei ao certo, assaltou o banco. 22. Sujeitos ligados por com o verbo fica no plural, dando ênfase a todos os sujeitos. O professor com o aluno montaram o equipamento. ATENÇÃO! Na oração “O professor, com o aluno, montou o equipamento”, a expressão “com o aluno” é, na verdade, adjunto adverbial de companhia; por isso o verbo fica no singular. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 27 23. Haja vista essa expressão, no singular, está sempre certa; porém pode variar se o seu referente estiver no plural: Haja vista o caso. Haja(m) vista os casos. Haja vista dos (aos) casos. (aqui, a preposição impede que a expressão varie) 24. Títulos de obras e nomes próprios de lugar a concordância é feita levando-se em conta a presença ou a ausência de artigo. Os Lusíadas pertencem a Camões. Os Estados Unidos perderam muitos troféus. Minas gerais ganhou todas as competições. ATENÇÃO! Quando o sujeito for título de obra, o verbo poderá concordar com o sujeito ou com o predicativo. Os Lusíadas são/é a obra máxima de Camões. 25. Concordância do verbo ser em muitas situações, esse verbo deixa de concordar com o sujeito para concordar com o predicativo; em outras, pode concordar com um ou com outro, de acordo com o termo que se quer enfatizar: a) O termo que indica pessoa tem precedência sobre coisa/objeto. Maria era as esperanças de todos. O mundo são os homens. b) O pronome pessoal tem precedência sobre o nome. Os culpados éramos nós. “O Estado sou eu”. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 28 c) O pronome pessoal ou nome têm precedência sobre qualquer outro pronome. Quem és tu? Tudo são flores. ATENÇÃO! No segundo caso, quando o sujeito é representado pelos pronomes tudo, nada, isto, isso, aquilo, considera-se possível também a concordância com o pronome. Tudo é flores. d) O plural tem precedência sobre o singular. A casa eram umas folhas. A sua paixão eram filmes de terror. ATENÇÃO! Modernamente, já se aceita a concordância com o sujeito, quando este é representado por coisa/objeto. A casa era umas folhas. Aquele amor é cacos de um passado. e) O verbo SER mantém-se na terceira pessoa do singular nas expressões que indicam preço, valor, medida, peso. Dois quilos é pouco. Vinte mil cruzeiros é demais. Três metros é mais do que preciso. f) Nas indicações de distância, tempo (horas, data...), o verbo SER concordará com a expressão designativa de distância e tempo. Da Tijuca à Barra são oito quilômetros. Era uma hora e cinquenta e nove segundos. Hoje são 21 de maio. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 29 18. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO/2008) “Foram 20 meses de muito poder...” Assinale a alternativa em que, alterando-se a forma grifada acima, não se manteve adequação à norma culta. (A) Há 20 meses de muito poder... (B) Fazem 20 meses de muito poder... (C) Havia 20 meses de muito poder... (D) São 20 meses de muito poder... (E) Completam 20 meses de muito poder... Comentário – Os verbos haver e fazer (alternativas A e C) são impessoais nas indicações de tempo e ficam, invariavelmente, na terceira pessoa do singular. O verbo fazer (alternativa B) também deve seguir a mesma orientação; como isso não aconteceu, feriu-se a norma gramatical. O verbo ser (alternativa D), embora impessoal, concordou com a expressão “20 meses”. O verbo completar é pessoal, por isso deve se flexionar. Resposta – B 19. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – SUPERVISOR DE PROGRAMAÇÃO DE TV/2008) “No próximo ano, completam-se 20 anos da queda do Muro de Berlim...” Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho acima, não se manteve a adequação à norma culta. (A) No próximo ano, faz 20 anos da queda do Muro de Berlim... (B) No próximo ano, comemoram-se 20 anos da queda do Muro de Berlim... (C) No próximo ano, serão 20 anos da queda do Muro de Berlim... (D) No próximo ano, completar-se-ão 20 anos da queda do Muro de Berlim... (E) No próximo ano, farão 20 anos da queda do Muro de Berlim... Comentário – O que achou desta questão? Muito parecida com a anterior, não é mesmo? Pois então vamos direto ao erro. Em “farão 20 anos” (alternativa E), Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 30 o verbo fazer é impessoal por estar indicando tempo decorrido e deve se manter na terceira pessoa do singular, como na letra A. Resposta – E 26. Concordância com a expressão é que leia o que os ilustres gramáticos Cunha e Cintra têm a nos dizer a esse respeito: “A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre o sujeito da oração e o verbo a que ele se refere. Assim: ‘José é que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu esforço.’” Mas todo cuidado é pouco! Continue a ler as lições de Cunha e Cintra: “[A expressão ‘é que’] é uma construção fixa, que não deve ser confundida com outra semelhante, mas móvel, em que o verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dos outros verbos. Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo: ‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se aproveitaram do seu esforço.’ Ou este: ‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é quese aproveitaram do seu esforço.’.” 27. O verbo PARECER pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o infinitivo: Os dias parecem voar. a forma verbal parecem é verbo auxiliar de voar; Os dias é o sujeito da oração. Os dias parece voarem. aqui houve uma inversão da ordem dos termos: Parece voarem os dias. Neste caso, o verbo parece é o verbo da oração principal, cujo sujeito é a oração subordinada Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 31 substantiva subjetiva reduzida de infinitivo voarem os dias. Se desenvolvermos essa oração, teremos: Parece que os dias voam. ATENÇÃO! Quando a construção for feita no singular, as duas análises são possíveis. O dia parece voar. não sabemos se aqui o verbo parece é auxiliar do verbo voar, ficando no singular por concordar com o sujeito O dia, ou se a ordem está invertida: Parece o dia voar, sendo a oração o dia voar sujeito do verbo Parece. Para finalizar a parte de concordância verbal, tratemos da concordância com verbo no infinitivo. A flexão do infinitivo para concordar com o sujeito da oração é assunto que gera muitas discussões entre estudantes, sejam eles professores ou alunos. Em geral podemos seguir as orientações abaixo. I. Flexiona-se o infinitivo quando há sujeito claro, explícito na mesma oração em que surge o verbo no infinitivo. Não é necessário [vocês chegarem cedo]. II. Mesmo não estando explícito o sujeito, pode-se flexionar o infinitivo para evitar ambiguidade. Está na hora [de começar o trabalho]. (Quem: eu, você?) Está na hora [de começarmos o trabalho]. (nós) III. Quando o sujeito do infinitivo for diferente do sujeito da oração anterior, também ocorrerá a flexão. [Vejo] [estarem atrasados novamente]. (...vocês estarem....) IV. Sendo os sujeitos iguais, a flexão é facultativa. sujeito Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 32 [Reunir-nos-emos com eles] [para apresentar/apresentarmos os problemas da empresa]. – o sujeito comum das orações é nós. V. Atente agora para a estrutura formada por PREPOSIÇÃO A + INFINITIVO, pois é possível tanto a flexão como a não flexão. O rapaz ajudava as garotas a se superar/superarem VI. Com a voz passiva, a flexão é obrigatória. As tarefas a serem feitas são essas. VII. É facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não é representado por pronome átono e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir). Veja um exemplo: [Mandei] [sair os alunos.] / [Mandei] [saírem os alunos.] Mandei-os sair. a flexão agora é proibida; o sujeito do infinitivo é representado por um pronome oblíquo átono. VIII. Flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito é diferente de pronome átono e determinante de verbo não causativo nem sensitivo. Veja um exemplo: [Esperei] [saírem todos.] certo Esperei sair todos. errado Concordância Nominal A partir de agora, trataremos da concordância nominal. Não é fácil selecionar questões sobre esse assunto elaboradas recentemente pela FGV. Ao que parece, essa banca examinadora privilegia os casos de concordância verbal. Por isso o alcance aqui será menor. sujeito Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 33 Meu intuito não é derramar sobre você uma avalanche de informações “desnecessárias”, mas sim orientá-lo quanto aos prováveis questionamentos sobre concordância nominal feitos Pela FGV. Nesse sentido, partiremos de algumas questões para a teoria. Quando for conveniente, ampliarei a explicação para abranger outros casos de concordância nominal. 20. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2008) “... mostram que um terço dos pagamentos realizados por intermédio de instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição...” Assinale a alternativa em que, ao se alterar o termo “um terço”, não se tenha mantido a concordância em conformidade com a norma culta. Desconsidere a possibilidade de concordância atrativa. (A) mostram que 0,27% dos pagamentos realizados por intermédio de instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição. (B) mostram que menos de 2% dos pagamentos realizados por intermédio de instituições financeiras foram tributados apenas por aquela contribuição. (C) mostram que grande parte dos pagamentos realizados por intermédio de instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição. (D) mostram que três quartos dos pagamentos realizados por intermédio de instituições financeiras foram tributados apenas por aquela contribuição. (E) mostram que 1,6 milhão dos pagamentos realizados por intermédio de instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição. Comentário – A questão mistura concordância verbal com concordância nominal. Com relação à concordância verbal, os casos surgidos aqui já são conhecidos por você, por isso serei breve ao comentá-los. Só um alerta: ao dizer para desconsiderar os casos de concordância atrativa, o examinador proibiu-nos de levar em conta as locuções especificativas das expressões partitivas, das porcentagens e dos numerais decimais. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 34 Alternativa A: certa. “foi tributado” concorda com a parte inteira do numeral (zero), que indica singular e masculino, em harmonia com o gênero do substantivo “pagamentos”. Alternativa B: certa. “foram tributados” concorda com o numeral indicativo da porcentagem (dois), que indica plural e masculino, em harmonia com o gênero do substantivo “pagamentos”. Alternativa D: certa. “foram tributados” concorda com o numerador (três) da fração, que indica plural e masculino, em harmonia com o gênero do substantivo “pagamentos”. Alternativa E: certa. “foi tributado” concorda com a parte inteira do numeral (um), que indica singular e masculino, em harmonia com o gênero do substantivo “pagamentos”. Alternativa C: errada. Por ser uma das formas nominais do verbo e poder se comportar como um adjetivo, os verbos no particípio flexionam-se em gênero e número para concordar com o substantivo a que se referem. É possível os verbos no particípio surgirem acompanhados de outros verbos (auxiliares), formando com eles uma locução verbal. Nesses casos, os verbos auxiliares (ser, estar, haver, ter, ficar) flexionam-se em pessoa, número, tempo e modo. Exemplos: Fica autorizado as visitas diurnas às praias desta região. (inadequado) Ficam autorizadas as visitas diurnas às praias desta região. (adequado) – sujeito: as visitas diurnas – núcleo do sujeito: visitas – visitas: substantivo feminina plural Foram corrigidos o valor das moedas locais. (inadequado) Foi corrigido o valor das moedas locais (adequado) – sujeito: o valor das moedas locais – núcleo do sujeito: valor – valor: substantivo masculino singular Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 35 Sendo assim, o particípio do verbo tributar deve concordar no feminino com a expressão “grande parte”: foi tributada. Resposta – C 21. (FGV/FNDE/ESPECIALISTA EM FINANCIAMENTO E EXECUÇÃO DE PROGRAMAS E PROJETOS EDUCACIONAIS/2007) Assinale a alternativa em que a alteração do trecho os quase 6 bilhões de seres humanos estejaem consonância com a norma culta. (A) os quase 6 milhões de pessoas (B) as quase 6 milhares de pessoas (C) os quase 6 mil pessoas (D) as quase 6 bilhões de pessoas (E) os quase 6 centenas de pessoas Comentário – Milhão, bilhão e milhar são substantivos masculinos, por isso devem concordar no masculino os artigos, numerais e pronomes que os precedem: Os dois milhões de pessoas; uns três milhões de árvores, aqueles bilhões de criaturas. Conclui-se que a letra A está certa e as letras B e D estão erradas. Alternativa C: errada. O artigo concorda com o substantivo “pessoas”, devendo flexionar-se no feminino plural: as. Alternativa E: errada. O artigo concorda com o núcleo da expressão (“centenas”), ficando no feminino plural: as. Resposta – A 22. (FGV/POTIGÁS/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2006) Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 36 (...) Não encontrou acolhida a hipótese de conservar tudo como estava, pelo recurso de batizar de "planetas clássicos" os nove planetas tradicionais e fechar as portas da família aos intrusos.(...) No trecho acima, a palavra acolhida foi flexionada corretamente, para concordar com o termo a que se refere (hipótese). Assinale a alternativa em que a concordância não se fez segundo a norma culta. (A) A moça disse: "Obrigada." (B) Ele pediu emprestado dez reais. (C) Eles são tais qual o pai. (D) Eram motivos o mais interessantes possível. (E) Ela ficou meio atormentada com a notícia. Comentário – Alternativa A: certa. Mesmo, próprio, leso, incluso, obrigado, quite concordam com o substantivo a que se referem. Ele MESMO falou. Elas MESMAS falaram. Eles PRÓPRIOS falaram. Ela PRÓPRIA falou. Foi um crime de LESA-pátria. Ela praticou um crime de LESO-patriotismo. Seguem INCLUSOS os documentos. Segue INCLUSA a cópia. Muito OBRIGADO falou José. Muito OBRIGADA falou Maria. José está QUITE. Nós estamos QUITES. Alternativa B: errada. O adjetivo “emprestado” funciona como predicativo do objeto “dez reais”. Nessa função e antecipado, pode concordar gramaticalmente com todos os núcleos ou atrativamente com o mais próximo. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 37 No nosso caso, o núcleo é um só: “reais”, que leva o adjetivo para o plural: emprestados. Alternativa C: certa. Tal qual significa exatamente igual, sem diferença. A primeira palavra (tal) concorda com o elemento anterior a ela; a segunda (qual) concorda com o elemento posterior a ela. Então as possíveis concordâncias são: Eles são tais quais os pais. Eles são tais qual o pai. Ele é tal quais os pais. Ele é tal qual o pai. Alternativa D: certa. O adjetivo possível pode ter as seguintes concordâncias: a) se estiver precedido de o/a mais, o/a menos, o/a maior, o/a menor, o/a melhor, o/a pior, quanto, o adjetivo ficará invariável, concordando com o artigo. Ex.: Cadernos o mais limpos POSSÍVEL. b) se, no entanto, os artigos estiverem no plural, o adjetivo ficará no plural. Ex.: Cadernos os menos limpos POSSÍVEIS. Alternativa E: certa. Meio = metade = numeral = variável. Ex.: Ele comeu MEIA maçã. MEIA classe terá que permanecer após MEIO-dia e MEIA. Meio = mias ou menos, parcialmente = advérbio = invariável. Ela estava MEIO doente. A porta estava MEIO aberta. Resposta –B Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 38 Lembre-se também de que, conforme a regra geral de concordância nominal, o artigo, o adjetivo, o pronome adjetivo e o numeral adjetivo concordam com o substantivo a que se referem em gênero e número. O aluno discreto não viu aquela moça com duas alianças. Quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo, verifica-se o seguinte: 1. Substantivos do mesmo gênero o adjetivo ficará neste gênero e no plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo. Caderno e livro bons. (ou bom) Casa e cadeira lindas. (ou linda) 2. Substantivos de gêneros diferentes o adjetivo ficará no masculino e no plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo. Caderno e casa bons. (ou boa) Gravata e terno lindos. (ou lindo) 3. Substantivos antepostos adjetivo no plural ou no singular, conforme exemplos vistos até agora. 4. Substantivos pospostos a concordância mais notável será a atrativa. Tratava-se de inoportuno momento e lugar. Tratava-se de inoportuna ocasião e lugar. 23. (FGV/POTIGÁS/ADMINISTRADOR JÚNIOR/2006) “Permanente é o país e suas escolhas”. Embora a palavra permanente se refira a país e suas escolhas, a concordância se fez corretamente com o mais próximo. Art. Adj. Pron. Adj. Num. Adj. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 39 Assinale a alternativa em que tenha havido inadequação à norma culta da língua no que tange às regras de concordância. (A) As alegrias da casa era ele. (B) Compramos caras blusas e sapatos. (C) Ele pediu emprestado os livros com as anotações. (D) Cheguei eu e ele para a festa. (E) Marcamos ao meio-dia e meia. Resposta – C Comentário – Alternativa A: certa. Como explicado antes, o verbo ser deixou de concordar com o sujeito para concordar com o predicativo, pois o pronome pessoal (“ele”) tem precedência sobre o nome (“alegrias”). Alternativa B: certa. Caro é advérbio quando indica uma circunstância do processo verbal (A ignorância custa caro.). Nesse caso, fica invariável. Mas também pode ser adjetivo. Nesse caso, exprime um atributo do substantivo (A gasolina está cara!). Na frase “Compramos caras blusas e sapatos.”, “caros” é adjetivo e concorda atrativamente com o substantivo “blusas”. Alternativa C: errada. O adjetivo “emprestado” funciona como predicativo do objeto “livros com as anotações”. Nessa função e antecipado, pode concordar gramaticalmente com todos os núcleos ou atrativamente com o mais próximo. No nosso caso, o núcleo é um só: “livros”, que leva o adjetivo para o plural: emprestados. Alternativa D: certa. O verbo veio antecipado aos núcleos do sujeito (“eu” e “ele”), situação que lhe permite concordar com o mais próximo (“eu”). Isso justifica a flexão do verbo chegar na primeira pessoa do singular. Alternativa E: certa. Meio é advérbio quando se equivale a mais ou menos, parcialmente (A porta está meio aberta.). Nesse caso, refere- se a adjetivo e é invariável. É numeral quando significa metade (Comi meia maçã. Meia porção é suficiente.), podendo flexionar-se em gênero e número para concordar com o substantivo ao qual se refere. A frase “Marcamos ao Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 40 meio-dia e meia.” é um bom exemplo: “meio-dia” é metade do dia e “meia” significa meia hora (=metade da hora). Em “haja vista”, o substantivo “vista” é invariável: Haja vista o silêncio. Haja(m) vista os barulhentos. Em “a olhos vistos”, a expressão fica invariável ou a palavra “vistos” concorda com o substantivo a que se refere: Ela cresce a olhos vistos. Ela cresce a olhos vista. Como “seguro morreu de velho”, apresento agora algumas expressões que merecem cuidado especial. 1. É bom, é necessário, é preciso, é permitido, é proibido quando o sujeito dessas expressões estiver determinado (por artigos, pronomes ou numerais adjetivos), a concordância seráfeita normalmente; se, entretanto, não existir determinante, a expressão ficará invariável. É proibida a entrada. É proibido entrada. Água é bom para a saúde. Esta água é boa para a saúde. 2. Todo = totalmente poderá flexionar-se em gênero e número para concordar com o (pronome) substantivo a que se refere. Ele vinha todo de branco. Elas vinham todas de branco. CUIDADO! Eles são todo-poderosos. Elas são todo-poderosas. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 41 Essa expressão pode ter seu segundo elemento flexionado, mas não o primeiro!!! 3. Ao tratarmos de cores, observaremos o seguinte: a) se a cor é representada por adjetivo, varia; sapato branco camisas amarelas b) se a cor é representada por substantivo, não varia (subentende-se a locução adjetiva cor de...); sapatos cinza camisas rosa c) se a cor é representada por adjetivo + adjetivo, só o último elemento varia; blusas verde-claras camisas azul-escuras d) se a cor é representada por adjetivo + substantivo, o composto fica invariável. blusas verde-limão calças azul-piscina 24. (FGV/PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS/FISCAL DE TRIBUTOS/2010) Esses raios infravermelhos acabam absorvidos pelos gases liberados principalmente pelos combustíveis fósseis (metano, gás carbônico, óxido nitroso e outros), que deixaram de ser removidos da atmosfera por causa do desmatamento e da produção excessiva. No período acima, foi feita a concordância nominal correta com a palavra infravermelho. Assinale a alternativa em que NÃO se tenha obedecido às regras de concordância nominal. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 42 (A) Buscou proteção contra raios ultravioleta. (B) Compraremos camisas cinza (C) Usaremos nossos uniformes azul-claros (D) Gostamos de carros vermelhos-sangue (E) Não sabemos onde foram parar as folhas rosa Comentário – Alternativa A: certa. A palavra ultravioleta é invariável. Alternativa B: certa. Está subentendida a expressão cor de, o que torna o substantivo invariável. Alternativa C: certa. Sendo o composto formado por adjetivo + adjetivo, somente o segundo varia. Alternativa D: errada. A cor agora é formada por adjetivo + substantivo, o que torna o composto invariável: carros vermelho-sangue. Alternativa E: certa. Está subentendida novamente a expressão cor de, o que torna invariável o substantivo rosa. Resposta – D 25. (FCC/TRE-AM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2010) A frase em que a concordância está em total conformidade com o padrão culto escrito é: (A) Tintas e pincéis novos estavam sendo usados pela artista novata, ainda que os últimos não lhes pertencessem. (B) Debateram sobre a utilidade de vários acessórios e concluíram que muitos não eram, de fato, nada acessível. (C) O produto derramado atingiu muitas árvores, mas não as comprometeram de modo irreversível. (D) As mais vultosas doações para o programa de emergência já haviam sido feitas, por isso as expectativas de que a arrecadação fosse muito mais alta não tinha fundamento. (E) São muitos os aspectos do documento que merecem detida análise do advogado, mas tudo indica que não haverá alterações significativas. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 43 Comentário – Alternativa A: item errado. No segmento “ainda que os últimos não lhes pertencessem”, o pronome “lhes” retoma “artista novata”, no SINGULAR. Substitua, pois, o “lhes” por lhe. Alternativa B: o adjetivo “acessível” refere-se ao substantivo “acessórios”, no plural, e com ele deve concordar em número: acessíveis. Alternativa C: o sujeito da forma verbal “comprometeram” é o termo “O produto derramado” (= ele), cujo núcleo é o substantivo singular “produto”. Isso deve fazer com que o verbo seja flexionado na terceira pessoa do singular: comprometeu. Alternativa D: o que não tinha fundamento? “As expectativas”. Logo, o verbo deve também ser flexionado no plural: tinham. Resposta – E 26. (FCC/TRE-AM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2010) A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase: (A) Os caboclos da região, que vivem na floresta e dela retiram seu sustento, sabem que é importante res- peitar todas as formas de vida que nela se encontram. (B) Existe, na mitologia de vários povos, duendes com diversos poderes mágicos que encarna, sobretudo, o espírito da floresta. (C) É sempre relatado às crianças indígenas os feitos valorosos de ilustres guerreiros, como forma de manter as tradições da tribo. (D) O repositório de lendas brasileiras de origem indígena variam muito, mas mostram, particularmente, uma explicação para os fenômenos da natureza. (E) Quando se tratam de questões de sobrevivência na mata fechada, é necessário a presença de guias habituados às dificuldades da região. Comentário – Alternativa B: item errado. O verbo existir é pessoal, possui sujeito com o qual deve concordar: “Existem [...] duendes...”. Além disso, o sujeito sintático do verbo encarnar é o pronome relativo “que”, o qual obriga o verbo a concordar com o sujeito semântico: “...que [= duendes] encarnam...”. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 44 Alternativa C: item errado. Já se perguntou o que é sempre relatado às crianças? A resposta é o sujeito do verbo: “os FEITOS valorosos de ilustres guerreiros”. O núcleo no plural leva o verbo ser a se flexionar no plural: SÃO. O particípio deve concordar em gênero e número com o substantivo ao qual se refere: RELATADOS. Alternativa D: item errado. Eis a correção: “O REPOSITÓRIO de lendas brasileiras de origem indígena VARIA muito, mas MOSTRA, particularmente, uma explicação para os fenômenos da natureza. Alternativa E: item errado. O verbo tratar-se é transitivo indireto. Com o pronome “se” (VTI + SE) ele forma estrutura de voz ativa com sujeito indeterminado. O verbo deve, pois, ficar na terceira pessoa do singular: “Quando se trata...”. O termo que lhe segue é seu objeto indireto, com o qual não deve haver concordância. Além disso, há um problema de concordância nominal no trecho “...é necessário a presença...”. O fato de o sujeito estar determinado pelo artigo feminino “a” faz com que o adjetivo se flexione no mesmo gênero: ...é necessária a presença... Resposta – A 27. (FCC/TRT 7ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2009) A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase: Alguns países optam por importar alimentos como forma de economizar água, que vem neles embutidos, já que a agricultura é que demandam enormes quantidades desse líquido. Comentário – O quem vem embutido neles (nos alimentos)? Água. Portanto a concordância correta é “que vem neles embutida”. Eis o outro erro: “...a AGRICULTURA é que DEMANDAM...”. O verbo deve ser flexionado na terceira pessoa do singular: demanda. Resposta – Item errado. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 45 28. (FCC/TJ-AP/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2011) As normas de concordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas na frase: (A) É inegável a influência de certos programas de televisão, especialmente no Brasil, mas parece necessário que se utilize esses recursos como forma de transmissão de teor educativo aos espectadores. (B) Aos meiosde comunicação, principalmente no que se refere à televisão, o que importa são os índices de audiência medidos por pesquisas de opinião pública, que se traduzem em lucrativos investimentos de anunciantes. (C) Como veículo de alcance público que é, a televisão oferece meios de atingir enorme contingente da população, ainda que lhes transmitam conteúdos nem sempre marcados pelo bom gosto ou pela formação de valores. (D) As notícias, por vezes transmitidas sob determinado ponto de vista, assume proporções inesperadas, pois passa a ser tomada como verdade absoluta, sem maior preocupação com a fidedignidade aos fatos ocorridos. (E) A preservação de valores constitucionais devem prevalecer em toda forma de transmissão de informações, sejam por meio de noticiários e comentários por especialistas, sejam em programas voltados para o lazer dos espectadores. Comentário – Alternativa A: errada. Fique de olho no segmento “que se utilize esses recursos”. Nele, tem-se VTD + SE, ou seja, voz passiva pronominal. O verbo, portanto, deve concordar no plural com o sujeito “esses recursos”: ...que se utilizem esses recursos... Alternativa C: os erros encontram-se no segmento “ainda que lhes transmitam conteúdos”. O pronome oblíquo retoma “enorme contingente da população”, o que o faz ser usado no singular. O sujeito do verbo transmitir tem como referência o termo “televisão”, o que o faz flexionar-se na terceira pessoa do singular. Veja a correção: ...ainda que lhe transmita conteúdos... Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 46 Alternativa D: o primeiro problema está na falta de concordância entre o sujeito “As notícias” e o verbo “assume”, percebeu? O outro, que também tem a ver com o mesmo sujeito, atinge a voz passiva “passa a ser tomada”, no singular. Eis a correção: As notícias... assumem..., pois passam a ser tomadas... Observe o comportamento do particípio, que deve concordar em gênero e número com o substantivo “notícias”. Alternativa E: o primeiro erro é mais fácil de ser notado: “A preservação... devem...”. Notou a desarmonia entre sujeito e verbo? O segundo é mais sutil, pelo menos para alguns. No papel de conjunção alternativa (o que pode acontecer devido ao processo de formação de palavras conhecido como derivação imprópria), a forma “sejam..., sejam” deve ser mantida no singular. Vejamos a correção: A preservação de valores constitucionais deve..., seja por meio de noticiários..., seja em programas... Resposta – B Depois de apresentar todos esses casos a você, quero ressaltar agora a concordância ideológica, também conhecida como siléptica. Silpese é uma figura de linguagem em que as regras tradicionais da concordância sintática são contrariadas, usando-se em seu lugar a concordância de acordo com o sentido. Veja os seguintes exemplos: a) Vossa Excelência está enganado. A rigor, o particípio deveria ser flexionado no gênero feminino. Porém o enunciador tem em mente que a referida pessoa é do sexo masculino. Portanto a concordância é feita com esse critério. Isso é o que chamamos de silepse de gênero. b) A maioria dos deputados votaram contra a proposta orçamentária. De acordo com a concordância rígida ou gramatical, o verbo deveria ser flexionado no singular para concordar com o núcleo do sujeito (“maioria”). Porém o enunciador estabeleceu a concordância com a ideia de plural sugerida pela expressão. Isso é o que chamamos de silepse de número. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 47 c) Os três ali presentes a amávamos. Observe agora que tanto o sujeito quanto o verbo estão flexionados no plural, mas em pessoas gramaticais diferentes. O sujeito corresponde à terceira pessoa (eles); o verbo, à primeira (nós). Por quê? Porque o enunciador tem em mente a sua inclusão no grupo. Isso é o que chamamos de silepse de pessoa. 29. (FGV/TJ-RJ/Analista Judiciário/2014) Na frase “Todos queremos viver em liberdade”, o exemplo de concordância verbal em “Todos queremos” se repete na seguinte frase: a) Não são criativos todos os brasileiros; b) Os candidatos estamos preocupados com a prova; c) V. Exa. parece entristecido; d) Todos nós desejamos a liberdade; e) A gente não deseja mais viver. Comentário – Na frase do enunciado, ocorreu a concordância conhecida como silepse de pessoa. Repare que o sujeito representa a terceira pessoa do plural e o verbo está flexionado na primeira pessoa do plural. Caso semelhante ocorre na segunda alternativa. O termo “Os candidatos” representa a terceira pessoa do plural e o verbo “estamos” corresponde à primeira pessoa do plural, pois o enunciador se incluiu no grupo. Na letra C, a silepse é de gênero. Na letra D, o verbo concorda com o pronome “nós”. Esses são os dois casos que merecem sua atenção. Os demais são mais simples. Resposta – B Texto 2. “Num posto de atendimento público, alguém espera na fila. Antes do horário regulamentar para o término do expediente, verifica-se que o guichê está sendo fechado e o atendimento do público, suspenso. Correndo para o responsável, essa pessoa ouve uma resposta insatisfatória, e fica sabendo que o expediente terminaria mais cedo por ordem do chefe. Manda chamar o chefe Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 48 e, identificando-se como presidente do órgão em pauta, despede todo o grupo”. (DaMatta, Roberto. Carnavais, malandros e heróis. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1990) 30. (FGV/2014/SSP-AM/Assistente Operacional) Os termos de um texto podem manter entre si relações de concordância nominal ou verbal; os termos abaixo que NÃO estabelecem entre si qualquer relação de concordância são: a) resposta insatisfatória; b) atendimento público; c) alguém espera; d) horário regulamentar; e) mais cedo. Comentário – Somente na última alternativa é que não existe relação de concordância, pois trata-se de dois advérbio (intensidade e tempo, respectivamente). Existe concordância, por exemplo, entre sujeito e verbo, substantivo e adjetivo etc. Mas não há concordância entre advérbios. Resposta – E Agora você deve resolver sozinho o simulado a seguir. Não faça nenhum tipo de consulta. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 49 Lista das Questões Comentadas 1. A tirinha de Jean Galvão faz referência a um assunto muito recorrente nas aulas de Português. A respeito da identificação e classificação do sujeito, conforme prescreve a norma gramatical, é INCORRETO afirmar que a) no 1.º quadrinho, o “se” empregado nos três períodos escritos na lousa (“Precisa-se de empregados”, “Assiste-se a bons filmes” e “Vende-se casas”) exemplifica a ocorrência de índice de indeterminação do sujeito nos dois primeiros e partícula apassivadora no último. b) o período “Vende-se casas”, no 1.º quadrinho, está riscado porque contém um erro de concordância verbal: o verbo transitivo direto “vender” deveria ser flexionado no plural para concordar com o sujeito paciente “casas”. c) nas três ocorrências, presentes nos períodos escritos na lousa, o “se” exerce a função sintática de índice de indeterminação do sujeito, e, para estabelecerem a concordância verbal de acordo com a norma culta, os verbos devem permanecer no singular. d) no contexto da tira, o adjetivo “indeterminado” pode ser associado a um sentido genérico, não ao critério gramatical, porque apenas
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