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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Cintya Coutinho – RA: 1831229 Gustavo Bernardo Vieira – RA: 1834203 Gustavo Freire de Santiago – RA: 1836058 Pedro Roberto Pereira – RA: 1827028 Renato Luiz Modesto – RA: 1831004 Rogério Suzarte de Lima - RA: 1829443 APOIO À TOMADA DE DECISÃO EM PROCESSOS DE ENGENHARIA: “PADRONIZAÇÃO DE MÉTODOS E PROCESSOS NA PRODUÇÃO” MAUÁ - SP 2020 UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO APOIO À TOMADA DE DECISÃO EM PROCESSOS DE ENGENHARIA: “PADRONIZAÇÃO DE MÉTODOS E PROCESSOS NA PRODUÇÃO” Disponível em: XXXXXXXXXXXXXXXXXXX Relatório Técnico – Científico Parcial apresentado na disciplina de Projeto Integrador para o curso de Engenharia de Produção da Fundação Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP) ministrado pelo Prof. Dr. Antônio Francisco Savi e Profª. Dra. Mônica Cristina Garbin e Tutora Deborah Souza. Mauá – SP 2020 Grupo Mauá 1-5N3 3 RESUMO A padronização de métodos e processos na produção já é considerada como uma importante etapa da melhoria contínua da qualidade e do bom desempenho de processos produtivos, sendo a essência do tema principal de várias normas de sistemas de gestão, como por exemplo, a série NBR ISO 9001 da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Este trabalho analisa a importância da padronização de processos produtivos para corrigir problemas relacionados a falta de padronização e uniformidade na produção, decorrentes da tomada de decisão entre produzir em fábrica própria, em fábricas de terceiros ou comprar o item pronto no mercado, junto a diversos fornecedores diferentes. Palavras chave: produção; padronização, qualidade, melhoria contínua. Grupo Mauá 1-5N3 4 ABSTRACT The methods and processes standardization in production is already considered an important step in the quality continuous improvement and at the good performance of production processes, being the essence of the main theme of several management system standards, such as the NBR ISO 9001 series of the Brazilian Association of Technical Standards. This researh analyzes the importance of production processes standardization to correct problems related to the lack of standardization and uniformity in production, resulting from the decision to produce in its own factory, in third-party factories or buying it direct in the market, from several diferente suppliers . Keywords: production; standardization, quality, continuous improvement Grupo Mauá 1-5N3 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 6 1.1 PROBLEMA 7 1.2 OBJETIVO GERAL 8 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 8 1.4 JUSTIFICATIVA 8 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 9 3 MÉTODOS EMPREGADOS 10 3.1 ENTREVISTA 11 4 ANÁLISES E DISCUSSÕES/RESULTADOS PARCIAIS 14 4.1 ANÁLISE DAS RESPOSTAS DA PESQUISA 14 4.2 ANÁLISE DO PROBLEMA E PLANO DE SOLUÇÃO 16 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 20 Grupo Mauá 1-5N3 6 1 INTRODUÇÃO A qualidade de processos, produtos e serviços é fundamental para a competitividade empresarial. Para isso, as organizações concentram esforços para atender e superar as necessidades e expetativas de clientes e demais partes interessadas. Nesse cenário, a padronização desempenha um relevante papel na diminuição de variabilidades dos processos de produção e no controle e melhoria da qualidade nas empresas (POLO-REDONDO; CAMBRA-FIERRO, 2008). Segundo pesquisa realizada em 2016 pelo Departamento de Comércio, Investimento e Inovação da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO, 2016), a busca pela padronização de processos através da certificação de sistemas de gestão da qualidade era também justificada pelos empresários entrevistados pela sua capacidade de promover “melhorias internas”. Níveis adequados de repetibilidade podem ser obtidos pela padronização, processo de desenvolvimento e combinação de técnicas onde se determinam padrões para os procedimentos e instruções operacionais. Ou seja, uma ferramenta gerencial relevante para a melhoria do desempenho empresarial (GONZALEZ; MARTINS, 2007). A aplicação de práticas de gestão voltadas para a gestão da qualidade e padronização de processos são utilizadas pelas empresas dos mais diversos portes e devem ser realizadas de acordo com seu contexto, ou seja, a determinação dos fatores que influenciam o propósito, os objetivos e a sustentabilidade da organização, fatores internos como como valores, cultura, conhecimento e desempenho da organização e fatores externos, como legal, tecnológico, competitivo, mercado, cultural e ambientes social e econômico (ISO 9000, 2015). Empresas de menor porte, por exemplo, tendem a ser mais centralizadas já que possuem estruturas organizacionais simples e são organizadas conforme as competências de cada pessoa da empresa (LEONE, 1999). Grupo Mauá 1-5N3 7 Diante desse contexto, este trabalho pretende avaliar a aceitação da proposta de padronização de processos produtivos em uma empresa, de forma a auxiliar outras empresas do setor a optar ou não por esta solução. O estudo em questão visa apontar soluções a partir de um problema previamente selecionado relacionado a falta de um padrão de qualidade nas diversas partes que compõem o “produto final” que são equipamentos de controle de poluição ambiental. 1.1 PROBLEMA A falta de padronização e uniformidade na produção acarreta problemas diversos que vão desde a não-conformidades de acabamentos, dimensionais ou de materiais identificados durante as fases de manufatura pela supervisão da própria empresa até a rejeição da peça pelo cliente. O problema decorre da tomada de decisão entre produzir na própria fábrica, em fábricas de terceiros ou comprar o item pronto no mercado em fornecedores diversos. A aplicação de técnicas para automatização de processos para suporte na tomada de decisão já é uma prática largamente adotada em diversos países, em diferentes setores da economia e nos mais diversos tipos e portes de organizações. O problema começa a se materializar na medida que a simples observância de dados técnicos não são suficientes para que decisões técnicas possam ser aplicadas, fazendo-se necessário a utilização de cálculos, ensaios ou simulações técnicas para que se possa ter uma ideia precisa do caminho a ser tomado para a solução de um problema relacionado com uma especificações técnica ou de desempenho. Grupo Mauá 1-5N3 8 1.2 OBJETIVO GERAL A fim de buscar a solução para o problema apresentado objetivamos apresentar a utilização de ferramentas de padronização de métodos e processos para auxiliar, não só a tomada de decisão quanto ao modo de obtenção das peças, mas principalmente criar documentos e práticas de engenharia, fabricação, inspeção e testes que ao final, independentemente do local de produção, se obtenha como resultado um produto com a qualidade e o padrão exigidos. 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Identificar como as normas de gestão da qualidade como a NBR ISO 9001, podem ser utilizadas para como ferramenta para padronização de processos. 1.4 JUSTIFICATIVA A padronização de processos é um dos elementos que compõem os sistemas de gestão da qualidade, como os desenvolvidos om base na norma NBR ISO 9001: 2015 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), durante a atividade de planejamento da qualidade. Permitem que uma organização forneça sistematicamente produtos com características padronizadas e com constantes níveis de qualidade. Entende-se como qualidade de um produto ou serviço de uma organização a sua capacidade de satisfazer os clientes e pelo impacto pretendidoe não pretendido nas partes interessadas pertinentes (ISO 9000, 2015). Logo, um sistema de gestão da qualidade fornece uma estrutura para o monitoramento e melhoria do desempenho das atividades de execução ou operação planejadas para assegurar a qualidade. Grupo Mauá 1-5N3 9 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O eixo principal da pesquisa realizada teve como base as publicações da Associação Brasileira de Normas Técnicas, com relação aos Sistemas de Gestão da Qualidade e com a bibliografia que de alguma forma estudaram a aplicação das normas técnicas como ferramentas de padronização de processos, de forma que o andamento do trabalho e das conclusões obtidas possam estar alinhadas com as experiências e necessidades das empresas. Além disto, neste trabalho foram utilizados os conhecimentos construídos em diversas disciplinas do curso conforme detalhamento abaixo: a. Administração: Na identificação da dinâmica do mercado e na idealização de estratégias de gestão que deveriam ser incorporadas na solução; b. Engenharia de Métodos: Na identificação das melhores práticas de processos de fabricação de produtos; c. Estatística e Confiabilidade: Quanto a compreensão das questões de probabilidade de erros em processos de produção e conceitos de repetibilidade e reprodutibilidade. d. Informática: Para a seleção das planilhas de cálculo e editores de texto mais aplicáveis a cada situação, e os instrumentos de trabalho adequados a cada situação do projeto dentro da cadeia de fornecimento. e. Inglês: Para ajudar na consulta e referências de textos em língua inglesa, durante a pesquisa. f. Produção de Textos e Metodologia Científica: Na elaboração do relatório do projeto integrador com a utilização de técnicas de redação e organização técnica das informações conforme as normas da ABNT. Grupo Mauá 1-5N3 10 3 MÉTODOS EMPREGADOS O método desenvolvido para o trabalho foi o bibliográfico e exploratório, apoiados na aplicação de técnicas de brainstorming e entrevistas de campo. As atividades foram distribuídas com os membros do grupo utilizando-se de planos de ação. Para analisar a aplicação e aceitação da proposta de padronização dos processos de produção foi utilizado abordagem de pesquisa qualitativa, operacionalizada com a realização de um estudo de caso, um tipo de pesquisa considerada empírica, voltada a compreender, um fenômeno contemporâneo em seu contexto real (YIN, 2014). Essa opção foi realizada para se ter a percepção da aplicabilidade da solução em um contexto real e atual (BRYMAN, 2006), através de uma amostragem intencional, direcionada a uma empresa disposta a iniciar estudos de implantação de processos de padronização. Assim, o estudo foi direcionado para a empresa Weghaux, indústria e serviços de equipamentos de controle da poluição do ar para indústria de base, fundada em 2010, fornecedora de equipamentos precipitadores eletrostáticos, filtros de mangas, ciclones, lavadores de gases, entre outros e de serviços de reposição de peças, montagens e reformas. A empresa é voltada para o controle da poluição ambiental e é especializada no fornecimento completo, com projeto, fabricação e montagem de sistemas de controle de poluição do ar. Fornecem também suporte técnico, peças sobressalentes, reformas e upgrades, engenharia e projetos industriais, consultoria e manutenções de campo. Possui um escritório comercial em São Paulo, uma unidade fabril em Eldorado do Sul no Rio Grande do Sul (figura 1), uma unidade de serviços em Ipatinga, Minas Gerais e um centro de qualidade em Mogi Guaçu, São Paulo. Grupo Mauá 1-5N3 11 Figura 1: Unidade Fabril da Weghaux em Eldorado do Sul/RS (Fonte: GOOGLE STREET VIEW, 2020) 3.1 ENTREVISTA Nessa etapa do projeto foi realizada uma entrevista com um representante da empresa, onde através de um questionário foram realizadas 6 questões relacionadas com o processo de produção e de serviços da empresa, conforme apresentado abaixo: a) Como são produzidos e fornecidos os equipamentos? Por se tratar de equipamentos grandes, que variam de duas até centenas de toneladas a depender da aplicação, o fornecimento é feito em partes e a montagem é realizada em campo, na planta do cliente final. O equipamento é formado basicamente de partes externas fabricadas em aço em caldeiraria e partes internas, também em aço, fabricadas em caldeiraria, peças usinadas, fundidas, cortadas a laser e, também, por itens de mercado como moto redutores, mancais, entre outros. b) Como são fabricados esses equipamentos? Boa parte é fabricada em caldeiraria, através do corte, dobra e solda de perfis e chapas de aço. Os internos são fabricados utilizando outros processos como oxicorte, corte a laser, usinagem ou fundição. Grupo Mauá 1-5N3 12 c) Todas as partes são fabricadas pela empresa? Não. Podem ser fabricadas dentro da empresa a depender do processo e disponibilidade da fábrica, podem ser fabricados em terceiros através de projeto nosso ou comprado em fornecedores que produzem itens similares aos nossos e oferecem ao mercado como peças de reposição. d) Como é feita essa tomada de decisão? Normalmente essa decisão é tomada a nível de diretoria, porém leva em consideração o aspecto financeiro e prazo, não considerando as demais variáveis e sem envolver os demais departamentos da empresa. e) Quais os problemas enfrentados na produção? O principal problema é com relação à qualidade. As unidades da empresa são alocadas em diferentes regiões, distantes entre si. Os fornecedores escolhidos muitas vezes são também distantes. Por isso não há um acompanhamento constante da produção e dos processos envolvidos, o consultor de qualidade não consegue acompanhar esse processo e não há um procedimento oficial a ser seguido o que dificulta a contratação de mais inspetores. Sejam itens fabricados por nós ou terceiros, o problema da qualidade faz com que muitas peças sejam recusadas pelo cliente final e até mesmo pela supervisão de montagem da própria empresa na obra que se recusa a receber as peças que apresentam não-conformidades. f) Você acredita que a adoção de padronização seria uma solução viável para esse problema? Certamente. Como não temos um padrão que descreva os métodos, os processos, as partes que devem ser inspecionadas ou monitoradas durante a produção, cada fornecedor produz o item da forma que entende ser melhor, mesmo baseado em desenhos de projeto bem detalhados, muitas falhas são encontradas já com as peças na área para a montagem. Uma padronização nos processos traria mais confiabilidade e regularidade à produção, além de permitir uma melhor inspeção das peças. A recusa de um lote de peças no campo gera prejuízos financeiros e um grande desgaste, internamente e com o cliente. Grupo Mauá 1-5N3 13 Outro ponto importante é que traria os outros departamentos da empresa como engenharia, administração, vendas e suprimentos para as tomadas de decisão com relação à fabricação. A adoção de ferramentas de produção e tomada de decisão, seja um padrão para sistemas de gestão (ISO 9000), Seis-sigma, ou quaisquer outras, facilitaria a tomada de decisão, tornaria as decisões mais assertivas e embasadas em planos pré-definidos, além de proporcionar qualidade e uniformidade à produção, reduzindo custos e desperdícios. Grupo Mauá 1-5N3 14 4 ANÁLISES E DISCUSSÕES/RESULTADOS PARCIAIS 4.1 ANÁLISE DAS RESPOSTAS DA PESQUISA A análise das respostas fornecidas, evidencia de forma clara que a falta, ou a adoção, de um sistema de controle de produção tem papel fundamental na estrutura organizacional e nos resultados de uma empresa, sejam negativos ou positivos. No caso em estudo, apesar de se tratar de uma empresa que fornece equipamentos complexos e essenciais à operaçãoem grandes indústrias, inclusive como detentora de tecnologia licenciada, a empresa não possui um sistema de padronização de métodos e processos. As decisões são ainda tomadas a nível gerencial por membros da diretoria e com base em experiências anteriores, porém sem critérios predefinidos para tal ação. Outro fator que torna ainda mais importante a implementação de um sistema de padronização é a dispersão dos diversos setores da empresa, isto é, a engenharia está lotada em São Paulo, a produção no Rio Grande do Sul, a área que executa a montagem em campo está localizada em Minas Gerais, além disso, cada instalação é realizada em pontos diferentes, pois a finalização do equipamento é realizada na planta do cliente final e subfornecedores são também distribuídos por todo o território nacional e América Latina. Essa dispersão exige que procedimentos sejam adotados a fim de se superar as distâncias. A fabricação das diversas partes do equipamento, seja na unidade fabril própria, seja em fornecedores terceirizados, segundo o entrevistado, gera problemas diversos de qualidade e montagem, pois os itens deverão formar um conjunto final que muitas vezes apresenta dificuldades na realização da montagem dos componente por terem sidos produzidos em diferentes localidades sem o devido controle dimensional. Esse também é um problema recorrente nas peças de reposição em equipamentos já em operação, pois a peça inicial foi fabricada em um determinado fornecedor e a peça a ser reposta foi produzida em outro causando divergências. É importante salientar que o fornecedor não tem conhecimento do equipamento como um todo, sua aplicação e os componentes com os quais cada Grupo Mauá 1-5N3 15 parte fará montagem. O fornecedor fabrica um item sob desenho de projeto sem ter visão do conjunto. Esse procedimento é utilizado pela empresa a fim de se manter a confidencialidade e controle de sua tecnologia, porém para que a peça solicitada seja produzida com a qualidade necessária, documentos adicionais de engenharia devem ser produzidos. A análise nos permite traçar o panorama atual do modelo organizacional e produtivo assim como os problemas decorrentes desse modelo. Tabela 1: Análise do panorama atual ITEM MODELO APLICADO RESULTADO Decisão Centralizada Diretoria Decisões tomadas por experiências anteriores sem a participação dos setores envolvidos. Método organizacional Setorial por competências Divisão por setores ou áreas separadas. Pouca ou nenhuma sinergia. Organização estrutural Descentralizada Setores diversos alocados em regiões distintas causando falta de unidade operacional. Engenharia de projeto Foco no produto Engenharia com foco no projeto do produto dissociado do setor de produção. Gera problemas como a impossibilidade de produção própria devido à ausência de maquinário ou mão- de-obra para o processo definido no projeto. Engenharia de produção Ausente Não há um setor específico de engenharia de produção, ficando a cargo do setor operacional o planejamento, o controle e a execução da produção. Grupo Mauá 1-5N3 16 Processo produtivo Descentralizado Produção realizada em fábrica própria ou de terceiros sob projeto ou por projeto do próprio fornecedor. Qualidade Centralizada O setor de qualidade é baseado em profissional experiente, porém sem procedimentos específicos documentados, ficando a qualidade a cargo do profissional citado. Procedimentos Ausentes Não há metodologia de controle de produção e qualidade específicos, ficando a cargo das informações contidas em desenho a padronização do item. Fonte: Produção própria Através da tabela 1 é possível pontuar os problemas enfrentados pela empresa e passar a traçar as soluções viáveis. Em todos os itens elencados o fator que se destaca é a inexistência de uma metodologia de padronização dos processos a fim de melhorar não apenas a qualidade do produto final, mas todos os processos envolvidos, desde a tomada de decisão, a comunicação e a produção em si. A fábrica não possui um setor de engenharia de produção e, consequentemente, não estabelece um PCP (Plano de Controle da Produção). Segundo o entrevistado a fabricação é definida pelo pessoal operacional da unidade fabril. A quantidade de material a ser adquirida para a produção é definida pela engenharia de projeto e os demais parâmetros são definidos no chão de fábrica. 4.2 ANÁLISE DO PROBLEMA E PLANO DE SOLUÇÃO De acordo com o caso estudado é evidente que a principal causa dos problemas encontrados nas peças produzidas pela empresa advém da falta de Grupo Mauá 1-5N3 17 um sistema de controle de produção, porém é necessário identificar todos os pontos deficientes para só então chegar a uma solução eficaz. Após a apresentação de ideias diversas e pesquisa na literatura existente decidimos por utilizar uma ferramenta de diagnóstico e correção de desvios para atingirmos o objetivo de apresentar uma solução viável para o problema proposto. A ferramenta escolhida apresenta simplicidade e facilidade de aplicação na detecção das causas dos problemas encontrados. O diagrama de Ishikawa, método escolhido, também chamado de diagrama “espinha de peixe”, ou diagrama 6M, consiste em um método que visa o mapeamento de cada passo do processo e itens envolvidos a fim de se chegar às causas do problema proposto. Porém, é inviável neste trabalho elaborar todo o sistema produtivo da empresa e nem mesmo é o objetivo aqui proposto, desta forma escolhemos uma das peças produzidas pela Weghaux Energy como estudo de caso onde aplicaremos os conceitos e práticas apresentados. A decisão da escolha pela peça em questão levou em consideração sua importância no conjunto, métodos variados de produção e frequência de falhas apresentadas. Denominado “martelo” esse componente tem a função de realizar a limpeza dos elementos internos responsáveis pela captura do material particulado dentro do precipitador eletrostático. É um elemento robusto, que funciona de forma rotativa e é preso a um eixo através de abraçadeiras especiais. Apesar de robusto esse elemento possui partes móveis que necessitam atenção na produção, apresentam pontos de impacto que requerem qualidade no material selecionado e sua falha causa inúmeros problemas ao funcionamento do equipamento e graves consequências à planta industrial onde está instalado. Desde problemas de excesso de emissão de partículas no ar atmosférico, acima dos 50 mg/Nm3 normalmente exigidos pelo CONAMA, até a explosão como no fatídico caso do gasômetro da Usiminas em Ipatinga-MG, falhas nos precipitadores eletrostáticos causam danos de grandes proporções. Portanto, esse estudo de caso visa mapear o processo produtivo dos martelos a fim de apresentar as causas e soluções para as falhas apresentadas. O conjunto de martelo de batimento é composto pelos seguintes itens: Grupo Mauá 1-5N3 18 Tabela 2: Processo produtivo doa martelos de batimento ITEM MATERIAL PROCESSOS Martelo de batimento Aço carbono SAE 1045 Aço ASTM A-36 1) Oxicorte, usinagem ou fundição; 2) Usinagem para finalização; 3) Pintura protetiva. Eixo de articulação Aço carbono SAE 4340 1) Usinagem ou compra de item padrão de mercado. Abraçadeira Aço carbono SAE 1020 1) Corte / dobra ou fundição; 2) Usinagem para finalização; 3) Pintura protetiva Fonte: Weghaux Energy (elaborado para esse estudo) A seguir apresentamos os problemas e falhas recorrentes para cada item do conjunto do martelo. Tabela 3: Falhas recorrentes de processo ITEM PRINCIPAIS PROBLEMAS Martelo de Batimento • Dificuldade na fundição do aço SAE 1045 gerando fundição de má qualidade; • Falta de modelo para fundição gerando a substituição por item usinado; • Utilização de material diferente do especificadocomo ferro GGG70 em lugar do aço SAE 1045 na fundição, ou SAE 1020 em lugar do ASTM A-36 onde indicado causando quebra e deformações; • Falta de pintura protetiva causando oxidação; Grupo Mauá 1-5N3 19 • Falta de controle dimensional no furo para o eixo de articulação causando problemas na montagem ou folga excessiva. Eixo de articulação • Utilização de material diferente do especificado como SAE 1045 em lugar do aço SAE 4340 quando usinado; • Falta de controle dimensional rigoroso causando problemas na montagem ou folga excessiva; • Compra de elemento padronizado em não conformidade com o projeto como parafuso DIN-933 em lugar de DIN- 931 causando atrito entre a rosca e o furo da articulação e engripamento por entrada de pó; • Compra de elemento padronizado bicromatizado em lugar de preto oxidado causando faíscamento no interior do precipitador eletrostático; Abraçadeira • Dificuldade na fundição do aço SAE 1020 gerando fundição de má qualidade; • Falta de modelo para fundição gerando a substituição por item usinado; • Utilização de material diferente do especificado como ferro GGG50 em lugar do aço SAE 1020 na fundição, causando desgaste e deformações na articulação; • Falta de pintura protetiva causando oxidação; • Falta de controle dimensional no furo para o eixo de articulação causando problemas na montagem ou folga excessiva; • Falta de controle dimensional na união com o eixo principal de rotação causando folgas ou dificuldades de montagem e aperto. Fonte: Weghaux Energy (elaborado para esse estudo) A partir das tabelas 2 e 3 podemos dar início à confecção do diagrama de Ishikawa onde serão traçados os setores e etapas envolvidas na produção a fim de detectar cada ponto falho e propor as soluções possíveis. Grupo Mauá 1-5N3 20 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JURAN, J. M; A função qualidade. In: JURAN, J. M.; GRYNA, F. M. Controle da Qualidade: conceitos, políticas e filosofia da qualidade. São Paulo: Makron, McGrawHill, 1991. v. 1, p. 10-31. LEONE N. M; As especificações das pequenas e médias empresas. Revista de Administração, p. 91-94, 1999. PMid:10668279. Disponível em < http://200.232.30.99/download.asp?file=3402091.pdf>; Acesso em 09.out.2020 GONZALEZ, R. V. D.; MARTINS, M. F. Melhoria contínua no ambiente ISO 9001; estudo de caso em duas empresas do setor automobilístico. Produção, v. 17, n. 3, 2007. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/prod/v17n3/ a14v17n3.pdf> Acesso em: 08.out.2020 ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 9000:2015 - Sistema de Gestão da Qualidade: Fundamentos e Vocabulário. Rio de Janeiro, ABNT, 2015. ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9001:2015: Sistemas de gestão da qualidade - requisitos. Rio de Janeiro, 2015. UNIDO; ISO 9001 Relevance and Impact in Brazil; United Nations Industrial Development Organization Department of Trade, Investment and Innovation, Viena, 2016; Disponível em: < https://www.unido.org/sites/default/files/2016- 09/ISO_9001_Brazil_1.11_pages_0.pdf> Acesso em: 08.out.2020 YIN, R. K; Case Study Research: Design and Methods. 5. ed. Estados Unidos: SAGE Publications, Inc, 2014. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/ pluginfile.php/1742025/mod_resource/content/1/How%20to%20know%20whether %20and%20when%20to%20use%20the%20case%20study%20as%20a%20resera ch%20method.pdf>; Acesso em 09.out.2020
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