Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
-FUNDAÇOES , GUIA PRATICO DE PROJETO, EXECUÇÃO e DIMENSIONAMENTO R233f 07-473. Ilustrações AMD ESTÚDIO GRÁFICO CLÁUDIO ANDRADE DE MATTOS DIAS Revisão SÉRGIO ANDRADE DE MATOS DIAS Projeto Editorial ZIGURATE EDITORA CIP- BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE (Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ - Brasil) Rebello, Yopanan Conrado Pereira, 1949 - Fundações : guia prático de projeto, execução e dimensionamento/ Yopanan C. P. Rebello. - São Paulo : Zigurate Editora, 2008. ]lustrado. Incui bibliografia. ISBN 978-85-85570-10-1 1. Fundações (Engenharia) - Manuais, guias, etc. 2. Mecânica do solo - Manuais, guias, etc. 3. Engenharia de estruturas - Manuais, etc. I. Título 4ª edição © CDD: 624.15 CDU: 624.15 COPYRJGHT de Yopanan Conrado Pereira Rebello @co · · PYRJGHT desta edição -Zigurate Editora e Comercial Ltda. Todos os direitos de reprodução reservados. -FUNDAÇOES , GUIA PRATICO DE PROJETO, EXECUÇÃO e DIMENSIONAMENTO YOPANAN C. P. REBELLO ~ ~ 'gurato ~ rtillOM À minha esposa Daisy, co-autora das coisas mais importantes da minha vida e à minha 1nais nova netinha Luiza. Prefácio A busca do Engenheiro e Professor Yopanan sempre foi. ao longo de-...cs últimos trinta anos. alimentar o Engenhoso Pensamento rquitetõnico. um pen amento pleno onde a me ma força · que regem a Fonna. a aperfriç 1am espacialmente. numa dança feita de intuiçõe . ·abere . conhec1mento~ e artífices. a leitura de te li, ro e\.perimentamos, er as fonna, pousarem no solo. Aterrizar. Hoje quando leio a hi tória da Torre de Babel., ejo a reprodução do quadr0 do jovem Pieter Brueghel. imagino. Tamanha con trução te, e im que chamar todos o homens e mulheres disponívei a con truir. , indos das redondei a-_ e de att? onde a noticia se e palhou. Cada um. carregado com seus cacoetes e linguajares. Desde t"' início. uma balbúrdia. unida para con ' truçào da matriz do seu tempü. Dai as pergunta , que nunca foram re ' pondidas. Por que um edificio d tàt1 alto grau de persua ão na .. ua bu Ta de conhecer a trnnsccnd~ncia: t"' edifí 'tü que experimentaria a dificil tarefa de unir m, el. prumo e "'squadrt) na tentatt, ~l de realizar o objeto-símbolo mai ' eh~, ado que nos em poss1, d constnnr: t"' que fez tal proeza. que de, eria contar com as melhores intui '0es. saber-~. conhecimento e artífices. desmoronar. tàLendo com que cad-1 um r 'h.,n1~1ss' desiludido aos antigo , , ício e a ci, il izaçào se en\.ergasse mcnür que ,lllh.':(l O que teria fechado a~ portas de deus da Babilônia•.) Tal\ ez a própria Babilõnia com suas argilas tnt)ks. Qul.?m ~ab' p.1~~-lllh.h anos a fio tentando erguer aquilo que St) aftmda, a. tra~adt) ' ,ü,~t,n h.h, pelas lamas da 1\ ksnpotdmia . .-\té que afundar n~h) ti..,i m,ús um,1 n,n '~.1 'J ,. mas um naufrúuio . ... A aparente estú, d torre cônica , in.)U um h.)h..lll '-' 1..1111 p '~ dl' t,.1n"1.' Era preciso conhecer onde nos apt)iamtb. A aventura que este Jivro nos propõe nos possibilita pensar porque Manhattan tem a densidade construtiva ~ue tem, se tomando rapidamente O centro financeiro mais poderoso do seculo XX. Olhar de outra fonna a concepção "strutural dos pilares da FAU USP. Estudar o Hotel de Tóquio do Mest t,; • • re Frank LLoyd Wright, e ver o arqmteto a cuidar da Terra com a mesma destreza com que concebe o Espaço. Quem sabe possamos nos munir de conhecimentos que nos impeçam de continuar construindo cidades sobre afáveis solos férteis e de prosseguir cultivando areias em nome de um pseudo domínio da técnica. Mais uma vez recebemos do nosso Mestre Yopanan Conrado Pereira Rebello um presente, com os faróis voltados para o futuro. Anália MMC Amorim Arquiteta. Professora. Sócia fundadora da Escola da Cidade. Professora de Projeto da FAU USP. ( ( ( d Introdução O presente livro não tem, em hipótese alguma, a pretensão de ser ~m li\:rO de mecânica dos solos ou de estudos profundos sobre as fundaçõe . E escrito por um engenheiro de estruturas que sempre teve curiosidade por outras áreas do conhecimento humano, e, como não poderia ser de outra forma. por essa área tão próxima à engenharia de estruturas: a da mecânica dos solos e das fundações. O principal objetivo do autor é transmitir suas experiências nos diálogos travados, ao longo destes 36 anos de profissão. com os verdadeiros mestres dessas áreas: os geólogos e os consultores de solo. Portanto, não esperem grandes dissertações sobre temas referentes a esses assuntos. A principal idéia é transmitir informações que possam ser úteis aos que se iniciam na carreira, engenheiros e arquitetos, principalmente estes últimos, cuja formação nesse campo nem sempre é a mais adequada. ou ainda àqueles que se interessam mas não pretendem sair por aí arvorando- se em especialistas. Este livro pretende contribuir para entusiasmar muita gente por essas matérias e, quem sabe, ser a semente para que alguns leitores, com estudos mais aprofundados, possam tomar-se especialistas de fato. O livro apresenta, no seu primeiro capítulo, um pouco da história da pe~qu1!:,a e do interesse suscitado pelas matérias ao longo do tempo. ão pretende ser uma fonte de pesquisa histórica, mas procura situar o leitor nos pas..,o dados pela prática e pela teoria no campo da mecânica dos solos. o ,egundo capítulo, o autor mostra que, aparentemente afastado das preocupações dos arquitetos, o conhecimento sobre fundações é importante para um melhor desempenho na profissão. O terceiro capítulo aborda noçõc~ bas1ca importantes da mecânica dos solos. O capítulo 4 traz o procedimentos para investigação do solo, assim como as formas de interpretação dos n~sultados desses procedimentos, para avaliar a capacidade do solo e entender a c~colha do tipo de fundação mais indicado, tanto técnica como econom1camcnte. O capítulo 5 focaliza a fundação direta: quando usá-la e seus di\erso~ tipo-. Os capítulos 7 e 8 dedicam-se às fundações profundas: sua escolha e ~('ti-. di\ ersos tipos e os mecanismos de transmissão de cargas ao ~olo. t algumas situações de fundações especiais na rocha , I 9 apresen a . , . . , , O cap1tu O , 1 10 fornece os cntenos gerais para escolha do tiJJO de r o cap1tu o . e no ma· ,1 lo I 1 aborda os elementos de transição entre a d ão o cap1 u fun aç · . fundações profundas: os blocos sobre estacas. O capítulo PerestrutUI a e as d . d ~ su problemas mais comuns e fun açoes e as suas soluções 1? apresenta os _ · - , 1 1 13 chama-se a atençao para os processos de melhoria dos No capt u o , solos de fundação. . . 0 capítulo I 4 é extremamente curto mas tem o o_bJet1vo d~ alertar O leitor para a moderna abordagem que vem sendo paulatmamente mtroduzida nos conceitos sobre a relação entre superestrutura e fundações. O capítulo 15 apresenta os documentos ~ue devei~ fazer part~ de um bom projeto de fundações e os responsáveis envolvidos. O capitulo 16 deve ser lido por aqueles que querem se aprofundar um pouco mais, conhecendo os processos de dimensionamento de fundações diretas e profundas. É um capítulo bastante pesado, no que se refere ao trabalho com números, mas muito útil para quem se interessa em determinar as dimensões e as armações dos elementos estruturais da fundação. O autor espera sinceramente que este livro seja bastante útil aos seus leitores e agradece-lhes antecipadamente as críticas e sugestões que venham acrescentar melhorias ao texto. Yopanan C. P Rebello Sumário INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO 1 Um pouco de história 13 CAPÍTULO 2 Porque o arquiteto deve conhecer o comportamento estrutural das fundações 17 CAPÍTULO 3 Noções sobre mecânica dos solos 19 CAPÍTULO 4 Investigação do subsolo - sondagens 27 CAPÍTULO 5 Fundação direta ou rasa 41 CAPÍTULO 6 Os recalques de fundação 57 CAPÍTULO 7 Critérios para escolha de fundação profunda 69 CAPÍTULO 8 Mecanismos de transmissão das cargas das estacas ao solo 105 CAPÍTULO 9 Fundações especiais 109 CAPÍTULO 1 O Critériosbásicos para a escolho do fundação 1 15 CAPÍTULO 11 Blocos sobre estacas e tubulões - blocos de fundações 117 CAPÍTULO 12 Problemas de fundações e suas soluções 131 CAPÍTULO 13 Melhoria das características geotécnicos dos solos 145 CAPÍTULO 14 1 nteração solo-estrutura 151 CAPÍTULO 15 Documentos referentes ao projeto de fundações 153 CAPÍTULO 16 Dimensionamento das fundações 155 BIBLIOGRAFIA 239 CAPÍTULO 1 Um pouco de história De~de que o homem se tornou sedentário, uma das ~uas maiores preocupações foi a de criar um abrigo onde pudesse se proteger ~as ameaçt~s de animais selvagens e das intempéries. No início, procurava abngos naturais como as cavernas. Depois, na falta desses abrigos, começou a criar os seus, cavando o solo. Nesse instante, surge também uma natural preocupação com a estabilidade das paredes do abrigo escavado. Percebe intuitiva e empiricamente a necessidade de escolher o tipo de solo mais adequado para realizar a escavação. Mais tarde, os gregos também se preocuparão com a forma de transmitir as cargas de suas edificações ao solo. Suas edificações convencionais eram executadas com madeira e vigas de pedras com pequenos vãos e as cargas transmitidas ao solo eram relativamente baixas. Por isso, as fundações eram muito simples, feitas com blocos de pedra naturais ou trabalhadas. Nas grandes obras, templos e palácios, as cargas eram bem maiores e as fundações passaram a ser executadas com grandes blocos superpostos, misturados com cascalho para preenchimento dos vazios. Essas fundações assemelhavam-se a grandes alicerces, hoje feitos de tijolos e u ados para pequenas construções. Onde o solo era frágil, usava-se substituí- lo por camadas de terra misturadas com carvão ou cinza, ou ainda com calcário e pedregulho. Em algumas situações, mais delicadas, usavam estacas de madeira cravadas com equipamentos adaptados das máquinas de guerra. Os romanos, que usavam mais freqüentemente em suas edificações grandes vãos, como os arcos, cúpulas e abóbadas, lançavam mão de uma espécie de concreto, feito com cinza vulcânica, pedaços de tijolos e pedras, tanto para as superestruturas como para as fundações. As suas fundações eram normalmente contínuas, colocadas sob as paredes estruturais. Nessa época, em virtude da extensão do tenitório do império romano, surgem normas de execução, visando garantir um determinado padrão de qualidade, fosse a obra executada próxima ou distante da sede. Vitrúvio foi um dos que contribuíram para chamar a atenção para os cuidados a serem observados na execução das obras. Nos seus escritos, apresentados no livro De Architetura Librem Decem, estipulou dimensões e processos construtivos para melhor compo11amento das fundações das edificações. Os romanos, em obras mais pesadas e em solos de baixa capacidade, também usaram estacas de madeira, que eram cravadas com equipamentos especiais. Mas, o p~imeiro bate-estaca, próximo ao que se conhece hoje, surge em 1450, proJetado por Fancesco Di Girgio. N 11 , si 1,111 11, \ \ 11 ,• '\ \ 111. 1·1111 ti/ 111 d11 L' 111111l1· d1•s1·1.I\ oi i111 ·1110 d:i i,, ·s~1 :idas 1. 1'111111.,. 1, 1,,1 11d11 d.,, 1111111., ili '- !-.C ·'\111111111rn1 , p1 IIH't.p:tl1m·111e t'o111 :1 e, 1:.'~ªº · 11 , 1 1:1., 11 , .,1 d., h nh' d1•s 1'11111-. 11 l lia11 'i',1 l'I-, d1•111>1s b:ol1• l'olyt ·cli111que. 1\1 11111 ,, lli'''l'''':1d1111''- d1·,,,1 qH11·,1 d1 ,1:1~:11:1111 M' 1· 111 ·11·c1•111 s ·1 citados: \ .,t1h,111 , 11 q., 1•,p1·111·111 1,1 s1·1 \ i11 ,ll- hilM' pai :i os pt i11H·irn.., l'i.,l1Hlos solm.: 1111 ,, ,1111 ,-., d,i-. -,11h, .... ( ;,1111h·1 , q111· si• dis1i11,.11i11 1111 l'',l11do ..,ollll' º" ai ·nos; 1 k, 11,11 d h 111·,1 1 k\ldlll. l'll)11·11111•11 o II li I it.11· l' p1 nksi,,01 d:i h!-.1.. ol,1 d1. /\1 ti lha ria ik 1 :1 l•\'n'. 11111 dPs 111.11s 1111111111,,ntl's 111 r:11111.tdml'!-. do.., co11hcci111c111os ptndu •id," pl'l,1 c11rc11h,111:1 d,t l'IH1r;1, 1111 M'11 livrn 1 .a Sctelll'l' d(-s l11gC-11ieurs 11 ,11.1 d11s t·111p11,11, dll, s\llns, l'l.1..,s1 I 1t·.111do o\; ( i:1dmy c P1.·1 rond co.,tuda111 ,11111111,.., , .. 1 1·st.1hd1d,1dl' di..· t.1li11ks , l .:1111lw1 1, 1..·111 1 7 7?. IL'lllíl , a pa1t11 de ""ª" 1'\lll'tt1111..·11t:1~·,11.•..,, 1:11.·H111:tli1111 o p1ojl-to de lund:u~oes de ..,apatas e de l 'S (;11,.' ,1 ', ( > 1h-..,taq11l' 111:iis 11111H)1 1.1111r dvssa qHK':I loi Clwrles /\ugu...,t 111 Cou lo111h, q1tl' lll lll' l' rnns1dl'1,1du o 111;111!-'lll ado1 du Mrra111ca dos Solos como cicncia. 1·11111tl'i1d1ls du st·rulu \1\. . !-.ll l!'l'I\I Ires i1 1-.u1des nomes: Col lin. Rankinc e Diltl' ) l 'll llin l'studou :1 l.'lH"sao nas argilas. Rankine determinou os c,,1..·l 1r11.• 11t1..·s 1k L'111pu,o atiHl 1.· pm,!-.ivo. h111da111c11tai!-. na determinação da :1,·,1\l dn soh1 sobre ns :m i1110s. Darcy estudou a percolac;ao da água nas :ire1.1..,, v1s:111do a deh.'1rnina~·ao dt.: sua permeabilidade. Nu i111cio do si..•ndo , X. surgL' o engenheiro cienti sta Karl Ter:taghi, L·n11sidL·1 ado o pai da llll'(.:.inica do!-. soloo.,, que siste111ati1a todo o conhecimento 1..•111p1ricP 1.kscnvolvido at1.· L'lltao. Em 1926, publica o livro Principies oi' Soil t\kd1anil's. Depois. L'lll artigos publicados na "Engint.:erig Ncws Records", akrta para a m·cessidade de sólido conhecimento da teoria aliado ao conlwci mcnto d1.· casos correlatos que pudessem garantir a aplicação adl'quada da teoria. li111 192h. um gra11<k um nome já respl!itado na área. Arthur Casagrande, mgani1a o I Congn.'.s!-.o lnh..·rnacional ck Mecânica dos Solos e Engenharia tk Funda,·ocs. o I ICSMFE. sigla e.lo nome cm inglês, no qual acontece a inaugura,·üo oficial da mc<.:ânica dos solos como ciência aplicada. Casagrande estL'\'C muitas vr,es no Brasil. como consultor, colaborando para o tkscnvolvimcnlo dessa ciência l!m nosso país. No l Congresso Internacional. o Brasil inscreveu apenas o engenheiro Billings, mas sem nenhum trabalho apresentado. Nesse mesmo ano, o engenheiro Alhc..•rto Ortenhlad apresentou ao M IT a sua tese de doutorado sobre a ll!oria lllilll!1n.ítica do adensamento de depósitos de lama, que teve reperrussüo internacional. Na Ens se 11 e.li ri a St.. No par CV( mo Ric AI! Lei cor ser COI Ca Na mesma cpoca, ~ criado no Brasil, por Ary Torres, o Laboratório de Ensaios Je Materiais na EPUSP. que cm 1918 é transformado no IPT, onde se instala um departamento voltado para a engenharia de solos e rundaçóes, dirigido por Odair Grillo. No Rio de Janeiro, Paulo Sá e Mario Brandi criam a seção de solos no INT. No segundo Congresso. em 1948. em Roterdã, o Brasil in-.,crcve on1c participantes e seis trabalhos e três informes, o que dcmom,tra a rápida evolução da mecânica dos solos no país. Nos demais Congressos, o Brasil mostrou-se bastante participativo, culminando com a escolha. cm 1989, do Rio de Janeiro como sede do XJI Congresso. Alguns nomes. no cenário brasileiro, merecem ~er citados: Ruy da Silva Leme. que propôs uma fórmula para relacionar os resultados da sondagem com a resistência do solo; Alberto Teixeira e Victor Mello, com trabalhos semelhantes e análises de recalques cm edifícios; Lauro Rios. que se destaca como engenheiro projetista e executor de fundações; e também Homero Caputo. Luciano Decourt e Milton Vargas, entre tantos outros. CAPÍTULO 2 Porque o arquiteto deve conhecer o comportamento estrutural das fundações Uma ohsl'I Vil~'il<> ilt)l'L'SS:tdil soh11.: as :itrih11Íç(, ·s do :uq1ii1c10 p 1,d · levai a idt'.•ia dl' qlll' a L'Stl' prnl'issíon:tl s() í11tcn;\s:t o cpi · csl6 vh,ívcl, a1.;í11 a da terra. e cm casos l'SIK'ci:iis, qu:111do 11ec.:ess:í r ío, º" paví111cntos c11tc11 ad(Js para garapern, e .... ubsolos. Não ..,e deve esquec.:e1 que o arq111te10 é u111 pmlissio,ial que pod,• e, até rnc arriscaria a di1l:r, devl! ac.:on1pa11har obras l! se rcspo111.,,1hil11w pela sua cxccu~·ao. 11.ito sô 1{t é ... uli c.:iente para justificar a 11cc.:cssidad1,;. de que es~cprofissional conhcc;a a.., c.:011d1çõcs do subsolo. saiba qw1i s sao as s<,luç, ,e~ téc.: nic.:a e cc.:ononrn:amente mai .., adequadas, assi111 corno observe as boas nonna.., de execuc;ao dessas l'unda<.;oes. Me1.imo para m, profis..,1onais de arquitetura que não se i11teressa111 pela execução <le ohras. o conhecinH.!nto das propriedades do solo e d<, seu comportamento hem como a ade4uada escolha do tipo de fundação !-.ão, na grande maioria das ve1cs, fatores decisivos quanto a concl!pção arquitctérnica. A opção por utili,ar ou não o suhsolo pode ser feita em função do conhecimento do lençol freático - a sua posição e o seu comportamento ao longo do tempo. A possibilidade de cconomi,ar na solU<;úo de uma fundação, usando suhsolos que permitam a compensação do pc..,o do edifício com o do solo retirado é outro fato que está ligado a ..,olução de projeto de arquitetura. A escolha entre verticali1ar ou hori1ontali1ar uma parte ou a totalidade do edifício pode ser feita cm função do conhecimento do tipo de fundação adequado para o local: profunda ou rasa. Nas fundações profundas, as cargas da superestrutura são transmitidas ao solo a profundidades acima de dois metros, podendo, cm algumas si tuações, atingir profundidades de até setenta metros ou mais. As fundações profundas são mais caras e normalmente com capacidades altas, por isso devem ser bem aproveitadas, o que significa usar cargas mais altas nos pilares, ou seja, concentrar cargas. Concentrar cargas, por sua vez, significa verticalizar o edifício ou criar vãos maiores entre pilares. situações que obviamente interferem radicalmente no projeto arquitetônico. Ao contrário, nas fundações rasas. as cargas são distribuídas ao solo nas primeiras camadas, daí seu nome. Nesse tipo de fundação. há sempre a possibilidade de pequenas mas sensíveis acomodações do solo, mesmo que ele tenha boa resistência. (N'lf LO '2 P"lrqu o orqu1te•o Jcv '- n'1e e, o e nnp r'OIT e ,•o e Ir t ru Nas fundações rasas, são mais indicadas cargas baixas, o que significa horizontalizar o edifício, ou fazer com que os vãos entre pilares sejam menores. Pilares mais próximos geram superestruturas mais rígidas. o que é favorável nas fundações rasas, pois estruturas mais rígidas garantem acomodações de fundação mais uniformes e menos prejudiciais ao edifício. Conhecer quando e como ocorrem os recalques diferenciais, assim como as possibihdades de tornar mínimos os seus efeitos danosos, ainda na fase de projeto, pode ser decisivo quanto à concepção arquitetônica. Como pensar projetos de refo1mas sem saber avaliar se uma solução de arquitetura pode, ou não, gerar a necessidade de reforços de fundações? Como enfrentar esses reforços sem tornar o sonho do cliente um grande pesadelo? São decisões de arquitetura que estão diretamente ligadas ao conhecimento do comportamento das fundações. Essas são apenas algumas das inúmeras situações em que um tópico como fundações, à primeira vista alheio do processo de definição da solução arquitetônica, interfere de maneira dramática na execução do projeto escolhido. Na verdade, ao se ter um domínio adequado do comportamento do solo e das fundações. será mais fácil descobrir outras interfaces aparentemente inexistentes entre arquitetura e fundação que poderão orientar o arquiteto na concepção de um projeto mais inteligente. 18 e N N CC sa CC Pf de ap sit -e es. ec de pr, so CI N~ ce1 COI To inf ori pai qu1 Os diâ der CAPÍTULO 3 Noções sobre mecânica dos solos Neste capítulo, serão apresentadas algumas propriedades dos solos, tais c.:omo granulometria, pesos específicos, umidade, índice de vazios, porosidade, saturação, limite de liquidez, limite de plasticidade, limite de contração e compacidade das areias. Uma pergunta objetiva que o leitor pode fazer é: para que servem esses índices? Nas edificações mais comuns, para determinar o tipo de fundação e a resistência do solo, as propriedades aqui apresentados podem ser, em princípio, desconsideradas. No entanto, existem situações mais delicadas em que a determinação mais precisa da resistência - e da possibilidade de deformações - exige ensaios de laboratório nos quais es1.,cs índices são fundamentais. É o caso específico dos pavimentos de ruas e estradas. Em razão dos maiores custos e dos tempos envolvidos nos ensaios de laboratório, nos casos mais comuns, que são o foco deste livro, pode-se prescindir da sua determinação e usar os resultados apresentados pela sondagem. Classifica~ão dos solos pela granulometria Não se pretende aqui esgotar este assunto, mas dar ao leitor noções de certas características apresentadas pelos solos e que resultam em todo um conjunto de fatores de classificação do solo. Todos os solos <.,ão derivados das rochas, que ao longo do tempo sofrem influências mecânicas, físicas e químicas, provocando a sua deterioração, originando grãos cada vez menores. Essa variabilidade nas dimensões das partículas dos solos atribui às partículas dos solos diversas características que constituem as propriedades particulares de cada tipo. Os tipos de solos podem ser classificados, inicialmente, em função do diâmetro das partículas que os compõem, apresentando diferentes denominações. 0 = diâmetro dos grãos do solo o "'O e ·s .!: E "i5 tSl ROCHA Sà MATACÃO PEDRA AREIA SILTE ARGILA Jll) J I S L "í, e d s s 0 e L>r rn ,.. . , ta O menor diâmetro de grão, inferior a . d lo que ap1esen A argi la é o tipo e so d"" tros incrivelmente pequenos, da ordem d I egar a wme , 0,002 mm, poden ° e 1 ' A . a de 0 002 mm, até 0,075 mm, encontra-~e de 1 o angstron (0,00O_OOl mm) · Cllf:1 111 did~ com a argila: pode-se diferenciar -1 , tas vezes con t o silte. O sr te e mw. , d teste muito simples: pega-se uma porção de d t ·o por meio e um um ~ ou i • se ele for bastante plástico. a ponto de moldar-se com material do solo, . ode-se concluir que se trata de uma argila: facilidade sem desagregru. P caso contrário, de um silte. . . , . . . . · d d di·.cerencia a arcrtla do silte e a poss1b1hdade de a Outra propne a e que 1' ' 0 ,... . · · d . ser quei·mada em forno. resultando na cerarmca. sem a pnrne1ra po e1 , . , _ .. ocoJTência de fissuras ou trincas. o que Jª nao acontece com o silte. que ao ser queimado sofrerá fraturamento. A areia é mais fácil de ~er identificada visualmente. pois seus grãos são geralmente grandes, a partlr de 0,075 mm, até 2 mm. o pedregulho também é muito fácil de ser reconhecido. visto que os seus grãos apresentam diâmetros grandes, que vão de 2 mm até 5 cm. A partir daí, pode-se encontrar pedras de grandes diâmetros. de 5 cm a 400 cm ou mais, soltas no meio do solo, caracterizando os denominados matacõe . Dependendo da sua dimensão, o matacão pode constituir- e em um grande problema para o projeto da fundação e principalmente para a ua execução. A rocha íntegra - que não sofreu qualquer deterioração natural - é denominada rocha ã. As partículas do solo dependem sempre do tipo da rocha que as originou. O qumtzo, pre ente na maioria das rochas, é um material muito resistente à decomposição e vai gerar os siltes e a areias. ou seja. os materiai de maior~s grãos. Os feldspatos - os mais desagregáveis - ão respon ávei pela fo~·mação da argilas. As argilas apresentam variadas forma de com~~s~ção química. o que determina comportamentos diferentes. como a poss1b1~1~ade de absorver mais ou menos água. A class~fi_cação ~recisa do solo. em termos do tamanho do grão. é feita em laboratono mediante uma ,1. u . .. d . ana 1 e granulométrica. O solo é pa ado por peneiras e d1ver as abertu d . , . d· _ ras, po endo-se com 1 so detenninar o diâmetro max1mo a porçao que passo I . impossibilidade ' ~; d u pe a peneira. Para porçõe muito finas. pela prauca e obter pe · usa-se o processo d d' neuas com aberturas muito pequena.• e se irnentação b d . ai velocidade de d , · ª ea o na lei de Stokes. pela qu aque a de particula , f ~ · . · proporcional ao quad d d . ,... s es encas em um meio YI ·co ·o e O ra o o diarnetro d , s o los encontrados O I a Partícula. 0rma mente nã • por exemplo, não , 0 se apresentam completamente puro~. e comum encont · ·1 completamente puros . . rar- e 1 oladamente aroila. areia ou ·1 te . e sim misturados. e 20 De1 m1 ~ At res1 Ínc Es def sup ne~ fon - F 0 \'I 2.7t O q1 - F do~ - l - í uli - p - (: de, - p \Oh - p Dependendo da porcentagem em peso de cada tipo de solo cncontrndo na m: tura. dá-~c a ela uma denominação especial. A tabela mo...,tra como ocorre a <listrihuição dos tipos de solos e suas re,pecti\ ª"' denominações. Areia Silte Argila Denominoçoo (%) (%) (%) 80-100 0-20 010 Areia 0-20 80-100 0-20 Silte 0-50 0-50 50-100 Argila 50-80 0-50 0-20 Areia siltosa 40-80 0-40 20-30 Areia argilosa 0-40 40-70 0-20 Silte arenoso 0-30 40-80 20 30 Silte argiloso 30-70 0-40 30-50 Argila arenosa 0-30 20-70 30-50 Argila siltosa Índices do solo que interessam à sua classificação Esses índices apresentam importante papel na mecânica dos solos, na definição de certas propriedades para determinação da capacidade de suporte, da permeabilidade e da estabilidade, entre outras. Elas são mostradas, neste livro, a título de simples informação, mas não têm influência direta na fom1a como aqui é desenvolvido o estudo das fundações. - Peso específico dos sólidos: relação entre o peso das partículas e o volume por elas ocupado na porção de solo. Esse valor varia entre 2 600 e 2.700 kgf/m . Valores menores podem indicar a presença de matéria orgfmica, o que exige cuidados. - Peso específico do solo: relação entre o peso total e o volume total do solo. - Umidade: relação entre o peso da água e o peso dos sólidos. - Índice de vazios: relação entre o volume dos vazios e o volume de sólidos. - Porosidade: relação entre o volume de vazios e o volume total do '->Olo. - Grau de saturação: relação entre o volume de água e o volume total de vazios. Quando o grau de saturação é de 100% o solo é dito saturado. - Peso específico seco: relação entre o peso das partículas sólidas e o volume total do solo. - Peso específico saturado: peso específico do solo quando todos os vazios estiverem ocupados com água. - Peso específico submerso: peso específico saturado menos peso específico da água. A LC 1 ,L de 010 icular das argil~s . ,, da argila. não se conse~ue ?btcr O caso part 1 'dade da const1tU1çao parcela de influencia no - da comp ex, te a sua Em ra1ao s<a definir diretamen . - . r derivada dos feldspatos, , d'ce que po. ~ 051çao se um m I do solo. Por sua comp . - 0 provocada pelos agentes comportamento . com a decompos1ça freram mais -minerais que so menores graos. . . " . , . . aroila apresenta os h'd ogêmo ou por ox1gemo. Nct naturru s. a º dar por I r . . As ligações, na argila, _podem se ue faz com que se diferenc1~ a capa~1da~e •meira a ligação é mais forte. 0 q dessa característica de hgaçao pn , , ilas. Por causa . . de absorção de agua das arg . - d nominadas solos coes1vos. , l as argilas sao e d molecular entre part1cu as, . . d mo referência os seus teores e . o'la são ut1hza os co . . ,, 'd Para classificar uma arºi , d l'qui· do ou seJa mmto um1 a, ao . d . d sde o esta o I , ' . umidade. A argila po e ir e . .: ne d;minua O seu grau de umidade. . Td sólido conion uu estado plástico, semi-so _1 0 e, ~orne de consistência. Esses estados são A esses estados da argila da-se 0 definidos pelos seguintes índices: - Limite de Liquidez: limite entre estado plástico e líquido. Do ponto de · f' · 0 11·m1·te de liquidez é O teor de umidade que faz com que o solo vista 1s1co, · d _ colocado em uma concha e sobre o qual se faz uma ranhura - necessite e • J ra çechar Procedimento bastante impreciso, mas serve para cinco go pes pa 11 • dar uma idéia do que representa esse limite. - Limite de plasticidade: limite entre o estado semi-sólido ou quebradiço e o limite plástico. Pode-se fisicamente identificar esse limite como o menor teor de umidade que possibilita executar um cilindro com 3 mm de diâmetro. A plasticidade pode ser definida como a capacidade de deformar sem romper ao cisalhamento. - Limite de contração: limite entre o estado semi-sólido ou quebradiço com volume variável e o estado sólido ou quebradiço com volume constante. O limite de contração indica, fisicamente, o volume de água necessário para pr~encher os vazios do solo quando seco ao ar. - lndi_c~ _de plastic~d~de_: di_ferença entre o limite de liquidez e o limite de_ p~ast1c1dade. Esse md1ce md1ca o intervalo em que O solo encontra-se plast1co. - Índice de consistência· 1 ~ . umidade do solo e o 1· . d. re açao entre a diferença entre o grau de seu imite e Iiqu · d ,, . 1 ez e O seu md1ce de plasticidade. IC == (grau de umidade_ LL) IP A consistência também pod d . . 1 d e ser efirnda so O e granulometria fina à fl " . como O grau de resistência de um uencia ou à de'orm -1 ' açao. 22 O c Na~ tipo Para l'urH. prejt éoc - C1 entn lll::ÍX dent mcn Tip1 AC) prol 77 7 L. T < AP ,l r, ~ \Jo '- f oh, , ri <J 11 , do r1I O caso particular das areias Nas areias, não existem liga~oe"i atfüni <.:as <.:<>OH> nas argilas, por isso esse tipo de solo não é denominado <.:oes,vo, mas granular Para as areias, é importante c.:onhe<.:c1-se o grau de <.:ornpm. idadc, ou sL:_ja, se a areia é mai s compacta ou mcno <.; compacta (lola) . 1~ <'> hvio que fundações cm areias lol'as podem apresentar grandc"i de frn mm;ões e prejudicar o comportamento da estrutura. O índ1c<.: mais usudo para as ard as é o da compacidade relativa. - Compacidade relativa (o quanto elas sao compactas): é a n.:lw;ao entre duas diferenças: no numerador, a di ferença entre o índice de va1io máximo do solo o mais foi o possível e o índice deva.dos no estado reul ; no denominador, a diferença entre o estado de índice de va1ios máximo e o menor índice de v,u ios do solo mui to compacto. emo,. e ÜR=---- emaK • ern111 Água no solo Tipos de aqüíferos A ex istência de água no solo pode causar, além de problemas construtivos, problemas de projeto, principalmente se são prcv1stm, c.,ubsolos na edificação. NT / / ///////// ////// N.A r .. ----- ----- - --===========-- - oqu,fero livre (sern pressão) aquífero orlesiono (com r,ressõo) (confinado entre duas camadas 1mpermP.ô-,e1s) / nlvel p,,.,oml,lrtco (n,w,1 rfo Ó(Juo 6 prr:~~o,, l fmosffrico, olwçorlr,s pelo oquiforo orle~•nno) l.. o Os depósitos de água no solo podem ocorrer de várias maneiras. sendo classificados basicamente como lençóis liHes ou artesianos. A classificação depende da profundidade em que o lençol se encontra e do "ieU contato com camadas impermeáveis ou semipermeáveis. Essas condições permitem que os lençóis se apresentem sem pressão (livre) ou sob pressão (artesiano). Um caso especial de aqüífero livre - e que pode causar grande'> surpresas se não for detectado pelas sondagens - é o aquífero suspenso. Ne-,te, o lençol fica retido dentro de uma camada impermeável de solo. como em uma bacia. Como este aqüífero fica acima do lençol freático normal, a sua existência passa despercebida pela sondagem, o que poderá provocar transtornos durante a execução da obra. Percolação de água Sempre que houver uma diferença de pressão entre dois pontos no interior do so!o haverá movimentação da água, que tende a ir do local de maior pressao para o de menor. O conhecimento de como a água percola no solo é muito importante para o estudo -dos r~calques. das fundações. Este fenômeno ocorre por conta da expulsao da_ ag~a dos i?te_rstí~ios do solo, provocando vazios que se fecham ~om a consequente d1mmutção de volume do solo E t , ; importante no estudo da estabilidade de taludes . s e f~to tambem e aplica sobre os arrimos. e na pressao que o solo A velocidade de percolaçãoda água no solo é . fi . . m enor a 1 cm/seg. Transmissão de forças ao sol A tr~smissão de forças ao solo pode ~e dar tambem pela água que envol , , pelo contato entre pai1ículas e d , ve as part1culas N tr · - . as P_art1cu~as, podem resultar forças inclin d. a ansIDissao feita através e honzonta1s. ª as com componentes verticais Para dimensionamento das fund -· • açoes como matenal, interessam as tensões a q ' ocorre para qualquer outro forças divididas por uma área d lue o solo está submetido, ou seia a nor . d e so o. As força . . J , s ( mais e compressão e as forças h . _s verticais originam tensões escorregamento) onzonta1s, tensões de . lh Q · ' c1 a amento uand_o o solo está submerso . , compnmind C 'a agua exerce press~ mesma inte o~od. d orno a pressão da água em u ado sobre_ as suas partículas, ns1 a e em t d ' m eterm1 d partícula na~o O as as direções a pres ~ na o ponto, tem a aumenta a t ~ ' sao sobre . superior da , ensao no solo J·a, q uma determmada part1cula , • , ue a p -e praticamente igual à d re~sao da água na pa11e ª Parte mferior. Corr pres, ou ir O et espo defoi umn pode Denc solo. pelas J- po y An y Ar y ( Cond1 pois d1 podes com o <kpen( CAP'ru~C> 1 • ~or oe sob ~ rr e(.On ro dos solos Como não altera o valor das tensões no solo, a pressão da água é denominada pressão neutra, podendo ainda receber o nome de sobrepressão hidrostática ou intersticial. O efeito da água no solo pode ser observado usando como modelo uma esponja dentro da água. Pode-se verificar que a esponja não sofre qualquer deformação, não diminui nem aumenta de tamanho. O mesmo ocorre com um mergulhador: se não houvesse o efeito da pressão neutra, o mergulhador poderia ser esmagado junto ao fundo da água. Denomina-se tensão efetiva à tensão normal que realmente é aplicada ao solo. O seu valor é igual à tensão aplicada ao solo por seu peso próprio e pelas sobrecargas da fundação subtraída da pressão neutra. a efetovo = a- u TENSÕES TOTAIS, NEUTRAS E EFETIVAS ATUANTES NO SOLO N.A. profund. a µ (m) (A) 20 (kPa) (B) (kPo) .. o 40 60 80 100 20 40 60 Argila L pouco arenosa y = 15 kN/m 3 Argila arenosa y = 16 kN/ m3 5 Areia argiloso y = 19 kN/m3 CD Q) CD PRESSÃO DO SOLO ISOLADO (a) - PESO DO SOLO Q) PRESSÃO DA ÁGUA ISOLADA(µ) - PRESSÃO NEUTRA (C)20 ae (kPa) 40 60 1 \ 1 1 CID _ _J Q) PRESSÃO EFETIVA (ae) = PRESSÃO DO SOLO - PRESSÃO NEUTRA C~ncl~i-~e, ~ssim, que a existência de água no solo é em princípio favorável pois d1mmm a tensão aplicada ao solo. Por outro lado sob press-ao a , : p d 1 . , , agua 0 e ser expu ~-ª para regiões de menor pressão no solo, provocando vazios d com o consequente recalque. A velocidade com a qual se dá o recalqu~ epende da permeabilidade do solo. . , menor permeabilidade, o recalque, aqui chamact Em argilas graça~ a sua 1. o ' d levar muito tempo. Isso exp 1ca recalques q de adensamento, po e . ue aparecem em edificações depois de mmtos anos. Ruptura do solo Considera-se que ocorreu ruptura em um solo quando as partículas que formam a sua estrutura sofrem um deslocamento permanente - alterando as suas posições relativas - tal que provoca uma mudança expressiva na forma original do solo. A ruptura normalmente se dá pela perda de resistência ao atrito entre as partícu_las. Na verdade, as partículas de solo não rompem mas escorregam, ou seJa, a ruptura do solo sobrevem normalmente cisalhamento. por CAPÍTULO 4 Investigações do subsolo - sondagens O conhecimento das características físicas do solo é muito importante, não só para a escolha do tipo de fundação e seu dimensionamento, o que é bastante óbvio, como também para a determinação dos "acidentes", tais como a existência de água, de matacões e de vazios que possam influenciar o próprio processo construtivo. A sondagem é um procedimento que objetiva conhecer as condições naturais do solo, visando reconhecer seu tipo, características físicas e principalmente sua resistência. A sondagem possibilita ainda a determinação da profundidade do lençol freático (água no subsolo). Existem váiios tipos de sondagens, algumas superficiais - utilizadas para o primeiro e generalizado reconhecimento de uma região- e outras mais profundas, que propiciam conhecimento mais preciso das condições do solo. Para as sondagens superficiais, podem ser utilizadas até mesmo fotos tiradas por aviões ou satélites. Esse tipo de sondagem requer um conhecimento especializado na interpretação dos resultados, pois as pistas são sempre a topografia e o tipo de vegetação que ocorre no local. Outros tipos de sondagens superficiais são as sondagens realizadas com resistência elétrica e pelo processo sísmico. No primeiro. usam-se eletrodos colocados na superfície do solo, através dos quais se faz passar uma corrente elétrica, medindo-se com esse procedimento a resistividade do solo. As rochas, por exemplo, apresentam grande resistividade. Dependendo da resistividade medida, pode-se ter uma idéia do tipo de solo. O processo sísmico baseia-se na determinação da velocidade de propagação de ondas vibratórias no solo. Sabe-se que quanto maior a densidade do material maior é a velocidade de propagação. Como se pode ver, esses tipos de sondagens, além de analisar apenas os solos na sua supeiiície, são também bastante imprecisos. Não são indicados para a determinação de algumas características do solo, principalmente a sua resistência mecânica. Por outro lado, pode-se usar sondagens muito precisas, como as realizadas com a abertura de poços, que chegam a atingir até 6 m de profundidade. Esses poços permitem uma análise visual in loco das camadas dos solos e da forma como elas se distribuem. Os poços permitem a obtenção de amostras indeforrnadas do solo. As amostras - convenientemente embaladas, envoltas em parafina, para não perder a umidade natural - são enviadas aos laboratórios, onde são analisadas, permitindo obter informações muito precisas sobre as características do solo. ~ssa modalidade de sondagem não é a mais comum: é utilizada quando o projeto de fundações exigir informações muito precisas. CAPl!"JLO 4 lnvest1goçocs do subsolo . sondagens _ ·s perfeito processo de sondagem, o denominado Apesar de nao ser o mai . . . . ,.,, " Ensaio de Penetração Normal - ou SPT, imcia1s do termo mgle~ Standard . -r t" / mai·s comumente usado tanto no Brasil como no Penetrat10n 1 es - e o , / d d E /todo de sondagem pela forma como e executado é mun o to o. sse me , , também conhecido como sondagem a percussão. Sondagem de simples reconhecimento ª. perc~ssão - SPT Trata-se de um processo de sondagem padronizado mternac1onalmente, de forma que os seus resultados podem ser interpretados por todos que conhecem o método. Na norma brasileira, é regulamentado pela NBR 6484. A sondagem é realizada por um equipamento composto de um " tripé", que na verdade tem quatro pernas, do qual se deixa cair - de uma altura padrão de 75 cm - um peso, também padrão, de 65 kgf. O peso faz penetrar no solo um tubo de aço padronizado, que recebe o nome de amostrador Terzaghi. Esse amostrador tem 2" de diâmetro externo e 1 3/ 8" de diâmetro interno. O amostrador é fixado a uma haste de l" que vai sendo emendada por rosqueamento, conforme o amostrador vai sendo aprofundado no solo. Esse amostrador é constituído de duas meias-canas, que podem ser abertas para visualização do solo retido. V árias informações são obtidas com esse tipo de sondagem: o nível da água do lençol freático, o tipo de solo e a sua resistência. Como já comentado, chama-se lençol freático a porção de água que se movimenta livremente no solo. Após/ o término ~a ~on~agem, é determinada a cota do furo em relação a um mvel de referencia fixo, como por exemplo a cota de nível de um ponto da calçada ou da guia da rua. Após a instalaç~o do tripé, inicia-se o furo no solo, inicialmente com o auxílio de uma cavade1ra. pesopadrão (65 kgfj amostrador padrão (Terzaghi) Detalhe do amostrador '"' 2" . fechado altura padrão (75 cm) (AI Ir OC( Apc pon pad de l con ress pert Cor corr ame rece Pro: met c..APITULO 4 1 11,a5•1g'J, õe c..o SJD olo ~ordogenc; guia acoplamento da haste omos trodor corda peso de bater cabeçote de cravação haste de perfuração revest1menlo -{J- tanque tê substlfuivel pelo cabeçote de cravação (1) poro cravar o revestimento (l ) cabeçote de cravação de revestimento sapato cortante reveshmento mangueira de sucção peso de bater trépono· pode ser substituído por um amostrodor • o tornei de lavagem é então substituído pelo cabeçote de cravação da haste (2) Após a abertura de um furo de lm de profundidade, o amostrador tem sua ponta apoiada no fundo do furo. A partir daí, têm início os procedimentos padronizados: o peso é lançado sobre o amostrador e conta-se a quantidade de golpes necessários para cravá-lo a uma profundidade total de 45 cm, contando-se intermediariamente o número de golpes para cada 15 cm. Inte- ressa como resultado o número de golpes dos últimos 30 cm de cada metro perfurado: esse valor recebe o nome de SPT (Standart Penetration Test). Com esse número, pode-se determinar a resistência, a consistência, a compacidade e a coesão do solo. A cada metro perfurado, são recolhidas amostras do solo retido dentro do amostrador. Com essas amostras, o solo recebe uma classificação visual, identificando-o quanto à granulometria. Prossegue-se a sondagem cravando os pré-furos (na profundidade de um metro, antes de cravar o amostrador) com um trado rotativo ("broca"). CAP~ JLO 4 J b I so.,dc1 Jf n 1'1vest qo ocs o su o ô . , _ apresenta coesão ou está abai-. , .. sado Jª nao · , Quando O matenal a ser .iti,tvcs, ,n·ii·s cavar e a abertura do pre- :- consc0 uc ' · xo do nível da água, o trado nao. · ~ de a'gua procedimento denomi- d. t •irculaçcto ' furo passa a ser feita me ian e e , ,, R t' ··i-se O amostrador, substituin-- d~ agua e 11 e , nado "avanço com percolaçao e . d, · , ano que é uma ponteira com d mna a trep , do-o por uma ferramenta cno, , . d haste de perfuração. Esta água • 'gua ·1traves a . hastes cortantes. lnJeta-se ª ' a perfuração é obtido pela . trépano O avanço n sai por furos existentes no . . , ~ do trépano. 1 solo e pela I otaçao injeção de água, que amo ece º. · . : , 1 a-se um tubo de revestimento de Quando o solo a ser atravessado for mstave us diâmetro 2 1 /2". revestimento trepo no:. pode ser subslltuldo por um omostrodor • o tornei de lavagem é então subshtuldo pelo cabeçote de cravação do hoste (2) sapato cortante Sempre que se detectar a presença de lençol freático, deve-se esperar que o nível da água se estabilize para medir e anotar a sua profundidade. Os lençóis de água sob o solo podem ser de dois tipos: livre e artesiano. Os lençóis artesianos são mais profundos e ficam retidos entre cainadas impermeáveis, podendo inclusive estar sob pressão. Apesar de raros, podem ainda ocorrer os denominados aqüíferos suspensos. O aqüífero suspenso é uma verdadeira bacia de água dentro do solo. Ocorre por estar retido por uma camada impermeável de solo. Se porventura não for detectado na sondagem, pode criar surpresas desagradáveis durante a execução das fundações (ver Capítulo 3 - Tipos de aqüíferos, página 23). O nível do lençol freático deve ser datado, para que se acompanhe as suas oscilações ao longo do ano em conseqüência do regime de chuvas. Todas as informações obtidas durante a sondagem são registradas em uma caderneta de campo. Essas informações são, depois, colocadas sob a fonna de uma planilha denominada perfil de sondagem. O perfi m, núrr amostr assim , cota d< PER COTA • 1 ~. 1.25 Mec D, 27/11 27/11 28/11 O perfil de sondagem é graduado de metro cm metro. Nele são coloc:..idos os números de golpes a cada 15 cm. de um total de 45 crn pcnctrudo pelo amostrador. A cada metro de profundidade. é ~xplicitado o tipo de solo, as:-.im como as suas características de cor, consistência e (,.,ompa<.:idade: a cota do nível d· água e re~pccti va data. PERFIL INDIVIDUAL DE SONDAGEM A PERCUSSÃO SP03 COTA e NA 1,25 OBS: PROF PERFIL (m) 1 DESCRIÇÃO DO MATERIAi '~J6~ NUMERO DC GOLPES M 1 A SPT últimos 30 cm o,mt • Concroto ··-~1 J'.?~~ 1 ~: ºº 10 20 30 110 145 2,45 3.45 4.45 545 645 8,90 11.45 - 1 Areia mód1a a grossa, arg1IOS11 fofa. \ com entulho. anza escuro (Argtle arenosa, mofo, cinza II vermelha i Areia média. argilosa lofe vermelha com pedregulhos. am11ela avermelhada l Areia média a grossa. argilosa, fofa Ale•a mécha a grossa, arg Josa fofa, rosa Areia mécha. ailtosa fáa vermelha e cinza Areia média a grossa, arg11o$8, fofa. rosa - 1 Areia média, siltosa, med1anamen10 compacta. vermelha e onza Areia média a gros,.a pouco arg1lo$8 medianamente compacta vermelha e amarela Areia média, pouco argilosa compacta, amarela e roxa 1 15i 15, 15 1 2 2 4 15 15 15 1 1 2 3 15 / 15 15 1 ]1 ·1 / 2 15 151 15 1 t 2 2 4 05 15 15 15 2 • 2 '2 4 06 15 151 15 S! 3 / 5 5 10 07 i ✓-is 1s 1s ~ 6 / 7 " 9 .- 16 08 j 41s15 1s171s 8 12 09 u. ~ 15 15 15 3 4 7 11 10 15 15 15 3 , 5 '5 10 15 15 15 11 l10 10 10 20 12 15~ 15. 15 .. 9 10. 11 21 13 15 15 15 ~ 11 116 l19 35 14 151. 15, 15 8 8 13 21 15 15 15 15 45 cm (cm/10min) 10 8 8 4 2 Ensaio de lavagem por tempo Medidas dos níveis d 'água Data Hora NA. Rev. lnfcio: 26/ 10/2006 N.: Trado. Lavagem 3,45 m: 23.45 m 27/10/2006 3,10 27/10/2006 . 3,10 . '28/10/2006Í 7:15 1.25 Fim: 28/ 10/2006 E. , Cota· Revestimento: 6,00 m: Interessado: ICON ENGENHARIA L TOA. Local. Av 23 de Maio, 1220 - São Paulo - SP Relatório: 332/03 Geólogo Responsável/CREA Paulo Ferreira da Silva 188777 /8 Data· 28/10/2006 Desenho N Esc. vert.. Rei. : C IC) 1S fj de sondagem apresentam diretamente , 1 b ar que alguns per s . SPT l E importante em r ' Jt" nos 30 cm, ou seJa, o , pe o qual se 0 número de golpes par~ º~s u_ 11 d ~olo Quando o número de golpes é · res1stencia O J • poderá determ111ar ª fr _ por exemplo 3/18, significa que forarn d forma de uma açao, apresenta o na f d O amostrador 1 8 cm ( e não os 15 cm ou 30 d d " olpes para apro un ar . a os tres g . · terpretação errada dos resultados. cm padronizados), o que evita uma m - . , SPT .: · ala zero significa que nao foi poss, vel contar Quando o valor do 10r igu ' , . nenhum golpe, o amostrador afundou por seu propno peso. As cores especificadas para os solos não apresenta~ apli~ação direta na escolha do tipo de fundação e na determinaç_ão da re~1stencia d~ solo. Para complementar a sondagem a percussão, mtroduzm-se, a partlf de 1988, o procedimento de medição do torque necessário para girar a haste do amostrador padrão. A medição do torque é feita a cada metro de sondagem por meio de um torquímetro. que é girado por um operário enquanto outro lê o valor máximo de torque exigido para a rotação do amostrador. Essa complementação da sondagem a percussão denomina-se SPT-T. Duas seriam as vantagens(seriam, pois a teoria ainda não está totalmente comprovada): a primeira. obter através do momento de torque e um valor de N equivalente (N q = TR/1,2) , alcançando-se com isso valores de resistência ~ais independentes da estrutura local do solo; a segunda, estabelecer relações diretas entre o atrito unitário das estacas e o atrito unitário entre o amostrador e o solo. sendo TR o valor do torque aplicado ao amostrador em kofm. A sondagem SPT-T além da , t · b _ _ , s van agens acima, pode apresentar resultados que nao_sao c~nseguid?s pela sondagem convencional, tais como: - ~dent1ficaçao da existência de pedregulhos dentro de uma camada de areia, o que aumenta muito o valor do SPT . . . interpretação errada da .d convencional, ongmando uma em uma situação comioems pac1 adde da areia. O valordo SPT convenc. ionaL sa, po e aumentar ·t torque pode ser O mesmo d mui o, enquanto o valor do . . e uma camada com 1 d rnd1cando que na realidade - h va or e SPT bem menor, nao ouve aumento . nem na resistência do solo. na compacidade da areia e - Identificação de solos 1 , • Solos colapsíveis apres t co aps1ve1s a 2 s Ch , . , en am valores de índ. d . . . ' · ama-se md1ce de torq ice e torque 1gua1s ou superiores em k?f~ e o valor do SPT co ue ª ~elação entre o valor do torque medido O obJetivo final d . nvenc1ona] (N). informaç~ . d esse tipo de procectim , oes a sondagem a percuss~ ento e melhorar a qualidade das ªº· 32 Deter São m1 \Ondag, rápida 1 em qu< denomi 30 cm, e A relaç apesar atri to n ser fáci idéia d~ Outra') confere Todos e Valore tabela a lte se é m 30 S. lr a ) ) . í) 1 1 Determinação da resistência do solo em função do SPT São muitas ª"' maneiras de relacionar os números do SPT. obtido.., na 'iondagem a percussão, com a resistência do solo. Uma maneira bastante rápida de con-elacionar esses valores é usando a fórmula empírica abaixo: 2 a º" = 1 N 1 (kgf/cm ) em que a 1, é a tensão admissível à compressão do solo, também denominada ''taxa do solo", e No número de golpes para cravar m, últimos 30 cm. ou SPT. A relação acima não leva em conta o tipo de solo, o que é uma falha, pois apesar de o SPT em uma areia ser maior do que na argila, por causa do atrito na penetração do amostrador, a sua resistência pode ser menor. Por ser fácil de memorizar, essa relação pode ser útil para dar uma primeira idéia da resistência do solo. Outras fórmulas empíricas e que levam em conta o tipo de solo, o que lhes confere um caráter mais preciso, são: ·1 N arg1 a pura: a = - n 4 'I 'I N arg1 a s1 tosa: a = - do, 5 argila arena siltosa: a ,dr= 7 N ,emqueNéovalordoSPT. ,5 Todos os resultados têm como unidade o kgf/cm?. Valores mais precisos da resistência do solo podem ser obtidos usando a tabela abaixo, fornecida pelo IPT. TIPO DE SOLO NÚMERO DE GOLPES TAXA DO SOLO (SPT) (kgf/cm·') Oa4 O a 1 Areia e Silte 508 1 a 2 9 a 18 2a3 19 a 40 ~4 Oa2 O a 0,25 Argila 3a5 0,5 a 1 6 a 10 1,5 a 3 11 a 19 3a4 ~19 ~4 Af'IT L( 4 1 l ('0 Jb > 0 s rd - er interpolados. Por exemplo. se a . d., ·os deverao s . Os valores mLerme ian · . N 8 deve-se usar uma interpolação ,a arg1 la com ' · sondagem apresenta un 6 e 1 0 Como se pode ob<-iervar na . . na tabela, entre · pois 8 encontia-se, . " . do solo varia de 1 ,5 a 3 kgf/cm . Logo . · t rvalo a res1stencia · . _ . · tabela, nesse me ., _ de 4 golpes e uma vanaçao de resistência entre 6 e 1 O tem-se uma vanaçao · · 3 1 5) Assim para cada golpe nesse mtcrvalo io-ual a 1 5 kgf/ cm2 (ou seJa, - , · · · ' . · º . _: , d 1 514 _ 0 375 kgf/ cm2 N == B significa 2 golpes acima de 6, ou a vanaçao e e , - , · . ,. · · - taxa de 2 x o 37 = o 75 kgf/ cm2• Portanto, a res1)tencia seJa, uma vanaçao na . , , . 2 • , para N == 8 será a resistência para N = 6 ~cres~1_d~ de 0,75 kgf/cm, isto e, 1. 5 + o.75 = 2.25 kgf/cm2. Na natureza, é mmto d1f1cil encontrar solos puros. principalmente argila e silte. Então, adota-se, para aplicação da tabela. o solo predominante. Por exemplo, se a classificação do solo indicar um silte argilo-arenoso, adota-se o principal, ou seja, o silte. Se for uma argila silto- arenosa, adota-se a argila. e assim por diante. Quando as dimensões da sapata já foram previamente determinadas, usando os critérios anteriores. pode-se, à guisa de verificação do que ocorre em camadas mais profundas, usar pa~a a d~terminação da taxa a média do número de golpes (N O ) à profund1d 7 ade igual a 1,5 vezes a maior largura da sapata. A tensão admissível em kgf/cm é calculada dividindo-se o valor da média por 5: a N mé J, 5 Exemplo de aplica~ão Seja dada a sondagem a seguir. ~: ~ 12 ~ 15 Argila siltosa 12 Areia argilosa Dctc.,rr cmpír Corr Argi Determinar a re-;istência do solo a 2 m de profundidade. u1.,an<lo as fórmulas empínc.:a1., e a tabela. Paro 2 m, tem-se N 8 e Silte argiloso Pelos fórmulas empíricos, tem-se: a.,,,= N - 1 a = 8 - 1 2 2,8 -1 = 1,8 kgf/cm ou N a - - adm 5 a 8 2 5 = 1,6 kgf/cm 2 Pelo tabelo· poro areia e silte: de 6 o 1 O 2 > 1,5 o 3,0 kgf/cm variação dos golpes: 1 O - 6 - 4 variação do resistência: 3,0 - 1,5 - 1,5 kgf/cm 2 poro cada golpe, nesse intervalo: -2_2_ = 0,375 kgf/cm 2 4 portanto, poro N 8 aodm= 1,5 + 2x0,375 2 2,25 kgf/cm Correlação entre o SPT e outras características dos solos Argilas SPT CONSISTÊNCIA <2 Muito mole 2-4 Mole 4-8 Médio 8 -15 Rijo 15 - 30 Muito rija > 30 Dura TENSÃO ADMISSÍVEL (kgf/cm2) < 0,25 0,25 - 0,50 0,50 - 1,00 1,00 - 2,00 2,00 - 4,00 > 4,00 ATRITO LATERAL (kgf/cm2) < o, 10 0,10-0,40 0,40 - 0,80 0,80 - 1,20 > 1,20 lAP1TLLC. -! u'1soo sordoge !> 1' t 'ºª l'( dl Areias TENSAO CONSISTÊNCIA ADMISSIVEL SPT (kgf/cm2) <4 Muito fofa 5-8 Fofo < 1,00 Medianamente 1,00 - 3,00 9 - 18 compacta 19 - 41 Compacto 2,00 - 5,00 > 41 Muito compacta > 5,00 ATRITO LATERAL (kgf/cm2) < 0,50 0,50 - 1,20 1 ,20 - 1, 90 > 1,90 ÂNGULO DE ATRITO INTERNO < 30° 30º - 35° 35° - 40° b, a taxa do solo (tensão admissível), · fi ecem tam em As tabelas acima orn 1 .j.' 'da pelo IPT. Se os resultados de , 1 l oar daque a imnec1 podendo-se usa- a em uº . _ nda-se a favor da segurança, uma e de outra tabela forem diferentes, iecome ' . O l d tn. to lateral também fornecido nessas tabelas, usar O menor valor. va or o a ' é útil para a determmaçao . . - da força transmitida ao solo pelas estacas, proveniente do atrüo entre elas e o solo. Sondagem de penetra~ão estática A Esta sondagem recebe também o nome de sondagem com cone holandes, por ter sido criada, na década de trinta, no Laboratório de Mecânica dos Solos de Delf, na Holanda. O equipamento utilizado consta de hastes emendáveis que apresentam em sua ponta um cone com ângulo de 60° e uma área de lo cm2• A sondagem é feita usando-se tubo de revestimento. A penetração do cone é contínua, a uma velocidade de l cm/s. O esforço necessário para a penetração do cone no solo é registrado continuamente. Os valores registrados medem tanto a resistência de ponta ( q ) como o atrito lateral. e D30mm 1 D 15 .. ~r- 1 030 .. .... ~·1 ., ... ~1 r 936 .. D 20 1 ªl .. .,, ... ~ ~ .; '"'• ~' .. O 20 "' ,. ... .-; ~ D 32,5 medidas em mm ... D 35.7 '30 i l j e i: f e e A grande vantagem deste tipo de sondagem. em relação a Je percw,._ão. que:: os resultados são apresentado ao longo Je toda a profundidadt: da sondagem. ininll.:rruptamcnte, ao contrário da percu1.isão que mede o núml'ro de golpe, em 30 cm de cada metro. Os req1Jtado ohtido na sondagem com cone recebem o nome de CPT ("Cone Penetration Te t''J. 'os e4uipamentos mais moJcrnos. o cone é elétrico, permitindo que os resultados sejam registrados cm um gráfico simultanearrn.:ntc à realização da sondagem. Um dos problemas apresentados por este tipo de somtagem é a pos,ihilidade de desvio do cone durante a penetração no solo. Por isso. a 'orma Brasileira recomenda o uso de inclinômetro. aparelho que mede ângulos. para profundidades acima de 25 m. Experiências têm mostrado que não são ohtidos resultados satisfatórios quando a sondagem é realiLada em argilas muito moles. No nosso país. essa modalidade de sondagem ainda não é muito comum. mas vem se desenvolvendo bastante e não é de duvidar que. em um futuro próximo. \ubstitua a sondagem a percussão. Rela«jão entre os resultados do CPT e SPT Na sondagem, se a opção for pelo CPT, deve-\e fazer a comersão para o SPT, para determinar a resistência do solo usando as fórmulas e tabelas usuais. A tabela a seguir, proposta por Danzinger e Velloso, forneceº"'\ alores de K, que relaciona o número de golpes do SPT à resistência de ponta (q) fornecida pela sondagem CPT. Para fazer a transposição dos valores de q para N. u:-.a-\e a seguinte relação. N q K Observar que. para entrar nessa relação, o valor de q de\ era ser cxpre,so em Mpa (Mega Pascal). TIPO DE SOLO Areia Areia siltosa - areia argilosa - areia com argila e sdte Silte - sdte arenoso - argila arenosa Silte com areia e argila - argila com silte e areia Silte argiloso Argila - argila siltoso K 0,60 0,53 0,48 0,38 O 30 O 25 E Pio. . d nta dada pela sondagem CPT e o xem · · . ~ -1 •1 e po . P o v·tlor da res1stenc ' , SeJa q - 2 M a ·1' o O valor do SPT sera: -;olo. um stlte arg1 os . 2 - 7 N=-= 0,30 1 d" ·etamcntc dos valores dê q Ca"io se deseje determina~ a taxa do so o II pode-se u<.;ar a relação abaixo: qc ) de fundações diretos em argila 0 = _ (MPa , no caso 10 q, {MPa), no caso de fundações diretos em areias a d,-=15 lembrar que 1 MPo = 1 O Kgf/cm2 .1 ·fr do conhecimento da taxa do Para solos coesivos como as argt as, a pru ,.1 . , .;- h 1, da sua resistencia, 0 valor da sua coesao. A solo pode-se con ecer, a em . _ d coesão e O ângulo de atrito interno do solo servem para a determm,açao os empuxos sobre muros de arrimo. O valor da coesão corresponde a metade da taxa do solo: a e =~ 2 Sondagens em rochas - sondagens rotativas Caso a sondagem tenha de atravessar materiais impenetrávei<i a percussão. tais corno matacões ou rochas alteradas ou sãs, deve-se mudar o tipo de equipamento, usando o equipamento denominado coroa amostradora. Ne..,..,u coroa estão fixados pequenos diamantes ou pedras de vídia. E~se tipo de amostrador permite a obtenção de amostra da rocha para a sua clas-,ificação. As brocas usadas neste tipo de sondagem apresentam diâmetro.., entre 30 mm e 76 mm, recebendo as seguintes denominações: XRT (30 mm). EX (38 mm), AX (48 mm), BX (60 mm) e NX (76 mm). Nas sondagens rotativas, deve-se aprofundar O amostrador pelo meno.., ..i. metro~ para ter a segurança de que não se está atravessando um simple:-. matacao. d D etermdinaCjão da quantidade e da profundidade dos furos e son agem Para a escolha da quantidade d . determinada obra d 7 . e s~nctagens a serem executadas em uma , everao ser atendido . . 1 . , . 1 Norma Brasileira. s ª guns cntenos estabelec idos pe 3 1. D, furo dife, 2. D edifi 3. D projt 4. p resp1 5. A Exe Supc cuja Segl Log, Emi de p ',OflC mfo1 Por 1 'ieJU. ..,emt es-,a hetc1 Dep, nom A pr com e-..t.il J,1-.. 1 CAPITLJ.<) 4 rv 1 i ,1€ d SIJ~ solo r,o drigc11 1. Devem ser executados no mínimo 3 furos não colineares. Não estando os furos sobre uma mesma reta, a sondagem pode representar três planos diferentes, o que significa maiores possibilidades de análise do solo. 2. Deverá ser executado um furo a cada 200 m2, para áreas de projeção da edificação até 1.200 m2 • 3. Deverá ser executado um furo adicional, a cada 400 m2, para áreas de projeção entre 1.200 e 2.400 m2• 4. Para projeções acima de 2.400 m2, deverá ser estudado cada caso, respeitando-se os mínimos exigidos pelos critérios anteriores. 5. A distância mínima entre furos deverá ser de 8 me a máxima de 25 m. Exemplo: Suponha que se queira determinar o número de sondagens para uma obra cuja projeção seja de 2.400 m2• Seguindo os critérios, tem-se: 1 furo para cada 200 m2, até 1200 m2, resultando em 6 furos 1 furo adicional para cada 400 m2, entre 1200 e 2400 m2, resultando em mais 3 furos Logo, a quantidade total de furos para 2400 m2 é 9. Em grandes áreas, por exemplo em conjuntos habitacionais, em que as áreas de projeção normalmente excedem muito os 2400 m2, deve-se programar sondagens progressivas, para se obter uma quantidade suficiente de informação com custos menores. Por exemplo, pode-se a priori solicitar uma quantidade de furos menor, ou seja, um furo sob cada projeção do edifício. Se os resultados forem semelhantes, indicando um solo homogêneo, pode-se aceitar como suficientes essas informações. Se, ao contrário , os resultados forem bastante heterogêneos, deve-se partir para uma nova série de sondagens. Dependendo de como se apresentarem esses resultados, uma terceira e normalmente última série pode ser solicitada. A profundidade que se deve alcançar com a sondagem precisa ter relação com os resultados que estão sendo obtidos. Pode-se usar como critério o estabelecido por Norma, pelo qual a profundidade da sondagem depende das cargas e das dimensões da edificação, como apresentado na relação a seguir: h =e x B e A' Tl 'L V 4 o . c;or.dage'1S rW<- tiya c>E" do c;1.,b Onde h ==- profundidade da sondagem édia do edifício sobre o solo, d nde da cargo m -e - coeficiente que epe _ dividido pela área de sua pro1eçao . t e' o peso da construçao IS O , 1 t - A I de menor área que envo ve a cons ruçao. B = largura maior do retangu o CARGA MÉDIA (tf/m2) <8 9 - 15 16 - 20 > 20 e l ,O 1 ,5 2,0 a critério Por outro lado, pode-se também usar o critério prático baseado no valor de N. Neste caso, usa-se interromper a sondagem quando, num crescendo, o valor de N atingir 35 a 45 golpes. Mas atenção, deve-se ter certeza de não estar atravessando uma região particular do solo em que haja grande atrito. É urna situação típica de regiões litorâneas, em que as primeiras camadas são de areia, que apresentam altos SPTs. Ao atravessá-las, atinge-se argila orgânica, cujo SPT é nulo, ou seja, o amestrador desce sob a ação apenas do seu peso próprio. 40 CAI Fur Cri· Def edii carr prir Ad pele ade mai lim lim par; se , Af SP' terr As ver me sol, Éi de mu ten CAPÍTULO 5 Fundação direta ou rasa Critério para escolha de fundação direta ou rasa Define-se como fundação direta ou rasa aquela em que as cargas da edificação (superestrutura) são transmitidas ao solo logo nas primeiras camadas. Para isso ocorrer. obviamente é necessário que o solo, logo nessas primeiras camadas. tenha resistência suficiente para suportar essas cargas. A decisão pelo tipo de fundação requer o conhecimento do solo, propiciado pela sondagem. Para efeito prático, considera-se técnica e economicamente adequado o uso de fundação direta quando o número de golpes do SPT for maior ou igual a 8 e a profundidade máxima não ultrapassar 2 m. O primeiro limite indica a resistência mínima necessária para uso de fundação direta~ o limite de profundidade se deve ao custo da escavação e reaterro necessário para a execução da fundação. acima do qual o uso da fundação direta torna- se antieconômico. A figura abaixo apresenta duas situações de sondagem. Na sondagem S 1, o SPT maior que 8 encontra-se abaixo de 2 m de profundidade, o que em termos econômicos inviabiliza a fundação direta. A sondagem S2, ao contrário, apresenta N = 8 logo no primeiro metro. Uma verificação mais aprofundada das dimensões da fundação pode indicar se é melhor apoiar no primeiro metro ou no segundo, no qual N = 12 indica um solo mais resistente. S1 1 2 S2 8 6 12 9 15 15 20 25 25 30 28 32 30 35 39 É importante salientar que os critérios acima são válidos quando o número de golpes aumentar, ou mantiver-se, ao longo da profundidade. Se houver mud~nça brusca, para menos, no SPT, deve-se verificar a influência das tensoes nas camadas mais profundas. ( TLII( n a u e. 10 10 . m que se tem uma camada f ura a seguir, e . . , f . , ·ão apresentada na ig ; . . erá estudada mais a rente. A s1tu.tç . bre camadas frage1s, s bastante resistente ~o 1 9 camada resistente 12 3 camada fróg il ' s da superestrutura são transmitidas ao Na fundação direta ou rasa, as carga e • d t A . d ; • solo através de uma placa de concreto armado denomina ~ sapa a . I eia , b. a sapata se distribua pela sua area de contacto e que a carga atuante so te , . . , _ . ,, 1 I. d este uma tensão no max1mo 1guaJ a tensao adm1ss1vel com o so o. ap 1can o n . ; . do ,;olo (taxa do solo). A forma da sapatadepende, em pnnc1p10, da forma do pilar que se apóia sobre ela. Sapata isolada Denomina-se sapata isolada uma placa de concreto armado cujas dimensões em planta são da mesma ordem de grandeza. A sapata isolada é usada quando as cargas transmitidas pela superestrutura são pontuais ou concentradas, como as cargas de pilares e as reações de vigas na fundação (vigas baldrames), por exemplo. As dimensões da sapata isolada são determinadas pelas cargas aplicadas e pela resistência do solo, de forma que as tensões no solo sejam no máximo iguais à sua tensão admissível (taxa do solo). Sabe-se que o conceito de tensão sobre um material significa o quanto de força é aplicada por unidade de área desse material, ou seja, tensão é a relação entre a força aplicada e a área sobre a qual ela é aplicada. D B A 42 P = carga no pilar Õ's = tensão admissível do solo ou taxa do solo p Os = - :5 Os A x B c d 1: J j e ( I nada e. ; ao léia cto ·vel ma >es .da ou ão ão na rei ca l. t, LC) ... ,r-l 1 , , GIi tn .; rosa lp = cargo no pilar Os Na figura acima, a área da base da sapata é determinada conhecendo-se a carga sobre ela e impondo-se como tensão máxima a taxa do solo. Uma vez determinada a área da sapata, pode-se determinar as dimensões dos seus lados. As sapatas isoladas podem ser quadradas, retangulares ou circulares. A escolha da forma pode estar relacionada às dimensões do pilar ou a questões construtivas. O comportamento real de uma sapata isolada é bastante complexo e só poderia ser estudado usando a teoria da elasticidade, ou com o uso de elementos finitos via cálculo computacional. Um modelo aproximado de compmtamento, e que responde bem às questões técnicas e econômicas, é o que pressupõe a sapata comportando-se como dividida em quatro triângulos independentes engastados no pilar e recebendo corno carga a reação do solo. momento máximo momento zero laje em balanço ~quarto porte] Como se pode verificar pelo modelo adotado, o momento fletor varia, aumentando da extremidade da sapata para a face do pilar. Desta forma, a espessura da sapata não necessita ser constante, podendo ser mínima na ~xtremidade e máxima junto ao pilar, como mostra a figura acima. Com isso, pode-se economizar concreto. ,v rc,S0 d, variação de espes~ura, , Jtante a - . ação. resu e durante a execuçao. d, inclin scoJTegu · 1· - 1 virtude a oncreto e l usa-se a me maçao :3 I' do cm . ue o e ,. norma , Por outro ª · ,, • 0 ev, tar q "si um p , batimento do concreto, necessan ereto com p" mede o a toma-se de con O "slum caso •que · Para isso, no. tal). Lembrai . , osidade. . 1 . honzon or vise (ve1t1ca · , . r ou men . sua m LLJO ou seJa, a. t mínimo == 1 O cm ~ mínimo == 1 O cm "' p , A x B - -=- as p Ax B H = 30% do lado maior da sapata H ; . da sapata usa-se a Para efeito de pré-dimensionamento da altura max1ma , seguinte relação: H = 30 % do maior lado da sapata O dimensionamento exato da sapata 1so a a e visto no ap1 o , ' . 1 d ; . C ;tul 16 página 155. Sapatas associadas Quando dois ou mais pilares estiverem muito próximos, é possível que as sapatas se sobreponham. Neste caso, deve-se colocar os pilare; sobre um~ única sapata. Para que a distribuição de tensões no solo seja uniforme. e necessário que O centro de gravidade da sapata coincida com o centro de gravidade das cargas dos pilares. A área da sapata associada será calculada com ª carga dos dois pilares. 44 ( '"'lf u d O di pági Sas: Qua vizi1 divi sap, Qu2 esta não no 1 sura. 1Ção. ) J :3 reto, 1ta a < AF- TUI O 5 f t nda oo d re•c, ou r,1sa A/ 2 B sobreposição sapata associada 1,5 m r 0 1 I' 0 2 P, - 20 tf l 11'2 - lütf 0 1 = 0,5 m 0 2 = 1,0 m R = 30 tf (CG dos cargos) A A/2 CG do sapato = CG dos cargos 0 1 0 2 1,5 m AsAP= A . B P1 + P2 ASAP=--- O dimensionamento exato da sapata associada é apreciado no Capítulo 16, página 167. Sapata em divisa Quando o pilar encontra-se faceando a divisa da construção, seja com terreno vizinho ou com área pública, não se pode avançar com a fundação além da divisa. Em tal circunstância, são duas as possibilidades de fundação direta: a sapata excêntrica ou a viga alavanca. Quando a carga do pilar encontrar-se fora do centro de gravidade da sapata, esta é denominada sapata excêntrica. Essa situação provoca uma distribuição não unifonne de tensões no solo e também a ocorrência de momento fletor no pilar, ocasionando alterações no seu dimensionamento. excentricidade diviso e CG da sapata ;- p B A solução não permitida as < as mo·- 45 u l U J C d ·aru'is ou excentricidades, que as ten'>ões Pode ·1contecer para gran cs c 0 ' · . · ' · . ·. cgativas como se estivesse aparecendo tração nas pontas da sapata seJam n · · - . · • 1 ;- • ge ,1 essa possível traçao. a sapata fica 110 solo. Como o .;;o o n..1o re,1 ' · . . •. d' Deve-se u·irantir que pelo menos 2/3 do compnmento parcialmente apükl a. • o' A da sapata esteja assente no solo. • ,. ! • J ' r * ,r ~ J A 2: 2/3 x A Para diminuir o valor das tensões no solo, devem ser alteradas as dimensões da sapata. Neste caso, aumentar o comprimento torna-se mais eficiente. pois a tensão varia com o quadrado da dimensão A da sapata. À primeira vista, pode-se pensar que seria mais eficiente o aumento da dimensão B, já que com isso seria diminuída a excentricidade. Porém, a diminuição da excentricidade é linear e portanto menos eficiente que o aumento da inércia da sapata, ou seja, que o aumento da dimensão A. Uma analogia bastante presente no dia-a-dia é a forma do pé humano: a dimensão em uma das direções é bem maior do que na outra; aqui, a perna funciona como o pilar. B A>B ,f A ,f Quando a dimensão A , · . . fi . e muito grande a sapata pode perder ri oi dez e tomar- se me 1c1ente, como se foss , d . , . º - não se faz e t d· ' e ~m pe e pato, isto e, a transmissão das ten'>oe..., , m o a a extensao da sapata. 46 Então, para , em toda a ár um grande. tomar meno A viga alav, viga que su1 da viga ala\ A vi 0 a alav e balanço est: alavanca, q1 viga recebe O uso da er ala\ar posição d1 a linha <le alavanca da divisa. cs lo :a lo f j Então. para aumentar a rigide7 da sapata e garantir a distribuição de tensõe'> em toda a área da '>apata, deve-se aumentar a sua espessura. o que provoca um grande aumento no con'.umo de concreto. Assim, a alternativa para tornar menores os custos, pode ser lançar mão da viga alavanca. A viga alavanca é, em última análise, uma viga de transição, ou seja, uma viga que suporta pilares. A carga excêntrica do pilar é transmitida através da viga alavanca a uma sapata, no entanto não mais excêntrica. A viga alavanca comporta-se como uma viga em balanço, biapoiada. No balanço está aplicada a carga do pilar de divisa, o que cria um efeito de alavanca, que tende a aliviar o apoio do lado oposto ao do balanço, daí essa viga receber o nome de viga alavanca. i ! o; viga alavanca 11{1~· ~ / -~\! O uso da viga alavanca exige sempre um apoio extremo, no qual ela possa ser _al~vanca~a. Esse a_poio, normalmente, é a fundação de outro pilar. A po~1çao do ~1lar de a~o10 da alavanca pode ser qualquer. O importante é que a lmha de eixo que h~a os centros dos pilares coincida com o eixo da viga alav~n_ca e que esse eixo passe pelo centro de gravidade da sapata do lado da d1v1sa. eixo da viga alavanca CG da sapata S• A viga alavanca sofre esforços de tlexão: moment~ fletor e força co11ante. O esforço de momento rletor varia, no balanço da viga, de zero - no eixo d d . . o pilar - a máximo - no centro de gravidade (C.G.) a primeira sapata, voltanct . o a se anular na extremidade oposta. Para economizar concreto, as dirnensõe da viga alavanca devem variar de acordo com a variação da intensidade d~ momento íletor, apresentando uma das possibilidadesmostradas na figura~ p e i .___/ __ ___JI+ li Diagrama do momento fletor Variação da altura da viga (elevação) Variação d 1 a argura da viga (planta) Junto ao pilar , ct· . , as imensões d . Virtude da · " . a viga al ex1stencia da fo avanca não o uso da viga alav , rça cortante. De mod podem ser nulas em anca e se o geral d ' por questões econo" . mpre preferíveJ a d ' po e-se afirmar que Ih m1cas o a s me or distribuição d t ' ~orno também porq apata excêntrica, tanto e ensoes ue a pr' . no solo. 1me1ra garante uma 48 Quando a poc,icioná-1 a do nível i1 A figuram O dimens alavancas 1 Sapata Sapata cor o comprirr conidaé d de carna .... estruturais pode ser c t . b He. do do >es do a. ( lfUL ) Í ndo d1 v Ul rn'O Quando a implantação das sapatas se der cm dc_snív:I, é ncceo.;sário posicioná-las de maneira que a sapata do nível superior nao sobrcca, regue a do nível inferior. A figura mosLra as disLâncias e os ângulos a serem respeitados. fundação existente b limite mínimo poro espaçamento horizontal em qualquer tipo de solo ' ... 1.. solos pouco consistentes '' , ! ' ' '·, ', _ i '--·-...,....,,,.·-., 1 ' solos de consistência médio 1 ... novo fundação O dimensionamento de sapatas excêntricas (ou em divisas) e de vigas alavancas pode ser visto no Capítulo 16, páginas 183 e 199, respectivamente. Sapata corrida Sapata corrida é uma placa de concreto armado em que uma das dimensões, o comprimento, prevalece em relação à outra, a largura. A função da sapata corrida é distribuir pelo solo, cargas linearmente distribuídas. São exemplos de cargas distribuídas linearmente as cargas de paredes, sejam elas estruturais ou não. Da mesma maneira, uma linha de pilares muito próximos pode ser considerada carga linearmente distribuída. l f >> b l pl l p2 l p l p 4 ou . pilares 1 1 b t e + e h.1r.dação dire'a ou ro ~a P (kgf/rn) p (kgf/m) = carga aplicado sobre a sapata as _ tensão aplicado ao solo r r r r r r r r r r r r r r ~ J e r r r r r r : i 1 b · ~ d - 1 · cada ao solo considera-se um comprí menta Para detenrunaçao a tensao ap 1 ' ' , · , · o bt ' m para esse trecho de sapata e extrapolado umtano de 1 m. que se o e para os demais. ⇒ r r r r r r r r r r r r r r as r r r r r r <IIA 1 e jl m 100 cm b p as=--- 100 x b Na maioria das vezes, o solo, em razão da sua não perfeita homogeneidade. apresenta a possibilidade de acomodações diferenciadas ao longo da sapata. Como a sapata c01Tida é uma placa relativamente fina e portanto pouco rígida, pode apresentar deformações ao longo do comprimento que se refletirão em fissuras ou até mesmo em trincas nas paredes suportadas. trincas '-"'"'=<-:::-_:: __ :::_-:-__ :-_____ --:_--:-:-:_::-~----e::--::-_-__ -_--_--_-_--_--_--:_--:-:-::-: __ ] sapata deformada 50 CAPIT•JLÜ 5 h,nao '.JOdm Uma forma se mantenh Uma forma da sapata e corrida coIT Aqueles qt costumam' comportam comporta-si ao longo d corrida, na faces da p solicita a s reaçã, Como se colocada quando e~ Exempl1 (confc menor ri CAPÍ~JLO 5 F-,.mdaçõo direta ou 1050 Uma forma de reduzir ao mínimo esses efeitos, de tal forma que as parede1.i se mantenham íntegras, é aumentar a rigidez da sapata. Uma forma econômica de aumentar a rigidez é criar sobre a placa de concreto da sapata coITida uma viga denominada viga de rigidez, ficando a sapata corrida com a forma de um T invertido. n- viga de rigidez - 1 sapata não enrijecida sapata enrijecida Aqueles que desconhecem o comportamento estático da sapata corrida costumam imaginá-lo de maneira completamente contrária à do modelo de comportamento correto. A primeira idéia que se faz é de que a sapata corrida comporta-se como uma viga longitudinal. Então, coloca-se a aITnação principal ao longo do comprimento da placa, o que é totalmente eITado. A sapata corrida, na verdade, comporta-se como uma laje, com balanços nas duas faces da parede ou da viga de rigidez, quando esta existir. A carga que solicita a sapata é a reação do solo. reação do solo sapata deformada posição errada da armação ....------Jíl.._______... 1 o o 9 o o o o º' armação posição correta da armação ------'~'----------. armação Como se pode ver, a armação principal da placa de concreto deve ser colocada na transversal. Armação longitudinal, apenas na viga de rigidez, quando esta existir. Exemplo de armaejão 20 ou 30 cm l (conforme maior ou menor rigidez do solo) J 10 cm + t --,f--€_ 4 € = largura da parede 60cm 0 8 c/20 4 0 12,5 1 06,3 1 0 8 c/20 l 1L1l0 ' 1- nd JO e ir i JU J ( . . , . a ..,apata corrida, Para pré-dm1cns1omu usam-se as relações propostas na figura a seguir. Onde n - número de pisos . suportados pela alvenaria h - 2 h (cm) h' = 20% 6 (cm) b= (n x 25) (cm) as ;.. h l 6 largura da parede •d de ser dividida em trechos, Em terrenos em desnível, a sapata com a po sempre horizontais, como mostra a figura. terreno sapata corrido l[ _j Não se deve confundir sapata corrida com viga baklrame. A sapata corrida é uma fundação direta, portanto as cargas sobre ela são transmitidas ao longo do seu comprimento. A viga baldrame é uma viga como outra qualquer; apesar de envolvida pelo solo; no seu cálculo, desconsidera-se qualquer apoio no solo. As vigas baldrames apóiam-se em sapatas isoladas ou em fundações profundas. sapata isolata de apoio ou fundação profunda I viga baldrame / J / / solo sob a viga, não usado como apoio sapata isolada de apoio ou fundação profunda Em uma f baldrame baldrame a 6 m. O Capítulo Mecani: Para faci sapatas, 1 distribuí< não corr, uma sap. logo ab2 contato' na Em uma rundação direta. pode-se utilizar tanto a sapata corrida como a iga haldrame. Do ponto de vista prático. considera-se que o uso de \ igas baldrames é econômico quando o vão a ser vencido por ela"i não for superior a 6 m. O dimensionamento exato de uma sapata corrida pode \er \ isto no Capítulo 16, página 178. Mecanismo de transmissão de carga de uma sapata ao solo Para facilitar o raciocí1110. considerou-se até aqui que as tcn\ões sob as sapatas. quando as cargas são aplicadas no seu centro. são uniformemente distribuídas ao solo e imediatamente sob a sapata. No entanto. esse modelo não corresponde plenamente à realidade. A<:, tensões aplicadas ao <:>olo por uma sapata propagam-se por alguns metros de profundidade. além do nível logo abaixo da sapata. A figura mo. tra como se distribuem as tensões de contato sapata x solo, seja a sapata rígida ou não e o solo coesivo ou granular. Pressões de contato em placa flexível: (o) Areia, (b) Argila -, ' _, ',, ' ' v v"' - --..... ,, - ~ ,, --.- -,.._ - ...... ............ (o) (b) Pressões de contato em placa rígido: (o) Areia, (b) Argila (a) 1 1 {b) 1 1 1 c.APITlJLO 5 i=uridrJcoo d reta 01., raso _ 1 d v·da a uma placa, no caso teórico de A determinação da tensao no so O ~ ~ 1 ·tudada por Carothers. Os \ alores comprimento infinito e largura B, 01_ es encontrados são apresentados a segUJr. Tensão no semi-espaço infinito pressão sob a placa ar r: r Jl l ~ "''~;Vi;4~-- ◄ Oz X a Oz = - [ 2 a+ sen 2 a x cos 2 ( a + 8)] 7t z -,.. Ox Pelos resultados, a tensão sob a sapata varia com a profundidade e com os ângulos a e õ. Colocando os diversos valores em um gráfico, obter-se-á o resultado mostrado na figura. >4 bulbo de ' tensões ( 1 ◄ B - ► 0,2 cr 0,1 CT CAPITU~ i:.u d o Na fig1.. em que Ao con No bull solo sã profunc A cons uma e, projeta atinja u Outra uma fi são u, fundai de ar· pm,s1l h.1 un carga th?sf,l pnl\l in1.·li11 CAPTULO 5 F undoçõo direto ou raso Na figura anterior, são mostradas as curvas isobáricas, ou seja, as curvas em que as tensões são iguais, semelhante ao que ocorre em curvas de nível. Ao conjunto
Compartilhar