2º da Lei 7347/85 (Lei da Ação Civil Pública): “As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa”. Art. 93 do CDC: “Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local: I – no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local”; ENTRETANTO, pode ocorrer do dano atingir mais de um local, o que levaria a existência de FOROS CONCORRENTES (OPÇÕES DE FORO), cabendo aos legitimados coletivos a escolha do foro mais adequado (princípio da competência adequada – #citaquedáponto). A existência de mais de um foro competente para apreciar eventual demanda coletiva faz surgir dois institutos: a) Forum shopping: a escolha do foro competente decorrerá da conveniência exclusiva do autor da demanda; b) Forum non conveniens: é a possibilidade do controle da competência quando o foro escolhido é um juízo inconveniente ou inadequado, buscando a escolha de um foro neutro, sem que uma das partes seja excessivamente prejudicada. Trata-se de um limitador do fórum shopping. Exemplo 1: Dano ambiental – poluição de um rio que serve de manancial para três cidades vizinhas. Caso seja verificada a necessidade de propositura de uma demanda coletiva, o autor da ação poderá escolher qualquer uma das 3 cidades envolvidas, vez que, todas ostentam competência para o exercício da função jurisdicional. Aqui se visualiza o instituto do FORUM SHOPPING, ou seja, o 13 legitimado poderá escolher onde a ação será proposta, de acordo com sua conveniência. Porém, essa escolha pode não ser a mais adequada para a resolução do conflito. Isso porque, pode ser que o autor escolha uma comarca com o único objetivo de prejudicar o réu, seja porque, ali a prova será mais difícil de ser produzida ou custosa; ou mesmo porque o autor sabe que o juízo daquela comarca tem um posicionamento mais favorável à sua tese. Para combater eventual escolha abusiva, que viola a boa-fé objetiva (art. 5º, NCPC) e o dever de cooperação entre as partes (art. 6º, NCPC), o magistrado entendendo não ser o juízo eleito pelo autor o mais adequado a garantir a efetividade da tutela jurisdicional, poderia discricionariamente, recusar o recebimento e processamento da demanda remetendo o feito para o juízo reputado mais adequado. Aqui se visualiza o instituto do FORUM NON CONVENIENS, ou seja, mesmo sendo competente, o juiz, por meio de uma decisão interlocutória, poderia se recusar a receber e processar a ação por não ser o juízo mais adequado para tanto. Com a intenção de que o tribunal competente para julgar um litígio seja o que tenha maior relação com seus elementos o sistema do commom law criou a doutrina do forum non conveniens. Para essa doutrina, um tribunal que tenha competência para conhecer sobre um determinado litígio poderá declinar, para outro tribunal também competente, o exercício da jurisdição. Esse outro tribunal, segundo o de origem, deverá julgar a demanda por ter maior proximidade com os fatos e com as partes, o que permite um processo com custos menores, melhor exame das provas e maior facilidade no momento da execução da sentença. Importante conceituar ainda o FORUM SHOPPING REVERSO: trata-se da possibilidade de o réu, na defesa, invocar o instituto do FORUM NON CONVENIENS. QUAL A ORIGEM DESSES CONCEITOS? O termo forum shopping foi utilizado pela primeira vez em juízo nos Estados Unidos em 1952, já o termo forum non conveniens tem sua origem no direito escocês. Apesar, da maioria dos doutrinadores no Brasil apresentar os dois conceitos como faces opostas da mesma moeda, alguns autores apontam naturezas jurídicas diversas: a) Forum shopping = FACULDADE PROCESSUAL DA PARTE; b) Forum non conveniens = seria uma DOUTRINA relacionada à própria admissibilidade da demanda (uma discricionariedade do juízo). MAS ONDE ENTRA O DIREITO INTERNACIONAL? O Forum shopping pode ser doméstico, em que a possibilidade de escolha está dentro de um mesmo país, como transnacional, caso em que é possível à parte escolher ajuizar a ação em dois ou mais países, ou em um país em detrimento de outro. Vamos ao exemplo 2: Um avião que fazia a rota Londres-Paris cai na França, matando 300 pessoas de diversas nacionalidades, inclusive americanos. A viúva de uma das vítimas de nacionalidade inglesa resolve então propor uma ação indenizatória contra a companhia aérea. Porém, ao invés de propor a ação na Inglaterra (local de sua residência), ou na França (local de ocorrência do acidente) ela decide ajuizar a demanda nos EUA. Isso porque, nos EUA as condenações nesse tipo de acidente são vultosas (punitives damages). 14 Ou seja, a vítima diante de diversas jurisdições concorrentes (de acordo com sua conveniência) escolhe o local onde ajuizará sua demanda (FORUM SHOPPING). Porém, o foro eleito pode não ser o mais adequado, podendo o juiz americano entender que a demanda deve ser processada na Inglaterra ou França (FORUM NON CONVENIENS). Por fim, é importante mencionar que o STJ por duas vezes já se manifestou entendendo não ser aplicável no Brasil a doutrina do FORUM NON CONVENIENS (Medida Cautelar 15.398/RJ de 2009 e Resp. 1.633.275/SC de 2016): “Restrita aceitação da doutrina do forum non conveniens pelos países que adotam o sistema do civil-law, não havendo no ordenamento jurídico brasileiro norma específica capaz de permitir tal prática”. Isso, porque no Brasil a competência é distribuída de forma rígida e prévia pelo direito positivo, não cabendo, em tese, nenhuma margem para um controle concreto de sua adequação. Ou seja, se a legislação prevê competências concorrentes, o autor poderia escolher livremente perante qual juízo demandará, não possuindo o juiz discricionariedade para recusar o processamento da demanda se for competente para tanto, mesmo que haja outro juízo mais adequado, sob pena de violação ao princípio do juiz natural. 23. Cumprimento de sentença e execução. Classificações. Pressupostos. Título executivo: espécies e requisitos. Liquidação. 24. Cumprimento de sentença para pagamento de quantia, para obrigação de fazer, não fazer e dar coisa certa. Cumprimento de sentença na obrigação de alimentos. 25. Execução por quantia certa contra devedor solvente. Procedimento. Penhora, avaliação e expropriação. Satisfação do credor. 26. Defesa do executado no cumprimento de sentença e na execução de título extrajudicial. Ações autônomas de impugnação à execução. Exceção de pré-executividade. 27. Procedimento dos Juizados Especiais Cíveis e Juizados Especiais da Fazenda Pública. Juizados Especiais Federais. 28. Procedimentos Especiais de Jurisdição Voluntária. Características. Notificação e interpelação. Alienações Judiciais. Testamento e Codicilo. Herança Jacente. Bens dos Ausentes. Coisas Vagas. Tutela e curatela. Organização e Fiscalização das Fundações. 29. Ações locatícias. Ação de Despejo. Ação Renovatória. Ação Revisional. Ação Consignatória. 15 30. O processo da recuperação judicial e da falência. 16 DIREITO DO CONSUMIDOR 1. Direitos do consumidor. Disposições gerais. Política nacional de relações de consumo. Direitos básicos do consumidor. 2. Qualidade de produtos e serviços. Prevenção e reparação dos danos. Proteção à saúde e à segurança. Responsabilidade pelo fato do produto e do serviço. Responsabilidade por vício do produto e do serviço. 3. Decadência e prescrição. Desconsideração da personalidade jurídica. 4. Práticas comerciais. Disposições gerais. Oferta. Publicidade. Práticas abusivas. Cobrança de dívidas. Bancos de dados. Cadastros de consumidores. 5. Proteção contratual. Disposições gerais. Cláusulas abusivas. Contratos de adesão. 6. Sanções administrativas. 7. Defesa do consumidor em juízo. Disposições gerais. Ações coletivas para a defesa de interesses individuais homogêneos. Ações de responsabilidade do fornecedor de produtos e serviços. Da tutela específica nas obrigações de fazer ou não fazer. Coisa julgada. 8. Sistema Nacional de defesa do consumidor.