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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 2020 MAGISTRATURA ESTADUAL DIREITO ELEITORAL Das condutas vedadas aos agentes públicos nas campanhas eleitorais. Do abuso de poder nas eleições. (PONTO 10) É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. Sumário @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ....................................................................................3 1. DOUTRINA (RESUMO)..............................................................................................5 2. LEGISLAÇÃO ..........................................................................................................18 3. JURISPRUDÊNCIA ...................................................................................................22 4. QUESTÕES DE CONCURSOS ..................................................................................25 4.1 COMENTÁRIOS................................................................................................27 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 3 DIREITO ELEITORAL CONTEÚDO PROGRAMÁTICO (Conforme Edital Mege) Atualizado em 07/05/2020 10 Das condutas vedadas aos agentes públicos nas campanhas eleitorais. Do abuso de poder nas eleições. Camila Penteado @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 4 Neste ponto, discorreremos sobre as condutas vedadas pelos agentes públicos em campanhas eleitorais. Como sempre, a leitura da lei seca é imprescindível para a realização das provas de concurso público. Todavia, no ponto em questão, é de grande importância o conhecimento das decisões do TSE, uma vez que a jurisprudência tem interpretado os disposi�vos legais em análise ao caso concreto. Não se esqueçam de resolver questões sobre o assunto para melhor fixação do conteúdo estudado. Bons estudos! Camila Penteado. Apresentação @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 5 1. DOUTRINA (RESUMO) 1.1. ASPECTOS GERAIS A legislação eleitoral tem por obje�vo garan�r a normalidade e a legi�midade do poder de sufrágio popular. Desse modo, busca-se inserir mecanismos que garantam o prevalecimento da vontade soberana expressa pelos eleitores nas urnas, trazendo-se um resultado justo às eleições correspondentes. A maior ameaça à normalidade das eleições decorre de abuso de poder, que pode ser vislumbrado até mesmo antes das eleições. A doutrina aponta as principais formas de abuso: i) Abuso do poder polí�co: apresenta-se pelo abuso de autoridade come�do por agentes detentores de poder, com o intuito de desviar a vontade popular – a liberdade de voto; há uma conduta improba do agente público com finalidade de influenciar no pleito eleitoral; - Veja o conceito trazido no presente trecho da ementa do julgado do TSE: O abuso do poder polí�co caracteriza-se quando o agente público, valendo-se de sua condição funcional e em manifesto desvio de finalidade, compromete a igualdade da disputa e a legi�midade do pleito em bene�cio de sua candidatura ou de terceiros, o que não se verificou no caso. (TSE - Ac. de 4.8.2015 no REspe nº 55547, rel. Min. João Otávio de Noronha.) - Por exemplo: desviar recursos públicos para fazer propaganda eleitoral. ii) Abuso do poder econômico: trata-se do uso abusivo dos recursos (financeiros, bens e serviços) em desconformidade com os parâmetros legais determinados ao financiamento de campanha; observa-se quando do extrapolamento no exercício desse poder a ponto de interferir na normalidade e legi�midade do voto. - Por exemplo: uma pessoa �sica pode realizar doações em campanhas eleitorais, desde que obedecidos os limites legais; caso sejam doadas quan�as acima do limite legal, a ponto de interferir no processo eleitoral, poder-se-á evidenciar o abuso do poder econômico. - Pode-se citar, ainda, o caso de transporte irregular de eleitores; u�lização de recursos vedados; entre outros. iii) Abuso do poder dos meios de comunicação: u�lização indevida dos meios de comunicação (TV; rádio; internet; etc.) favorecendo ou prejudicando candidatos, implicando em distorções capazes de interferir no resultado das eleições. - Por exemplo: imagine que um candidato seja apresentador de televisão e essa rede televisiva faça inúmeras exaltações às qualidades desse candidato. Atente que não há impedimento ao exercício do poder ou de um direito, mas o abuso dele que intervenha no processo eleitoral, na livre escolha do eleitor. Como se verá melhor adiante, em face da alteração trazida pela LC 135/2010 (Lei da Ficha Limpa) e, de acordo com os @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 6 julgados mais recentes do TSE, a necessidade de comprovação da potencialidade lesiva para a caracterização do abuso está superada. Nesse sen�do, veja o posicionamento do TSE: “A par�r da Lei Complementar n° 135/2010, que inseriu inciso XVI ao art. 22 da Lei Complementar n° 64/90, não mais se cogita de potencialidade como critério para configuração do abuso de poder, mas apenas a gravidade do ato perpetrado” (Ac. de 9.4.2019 no RO nº 763425, rel. Min. João Otávio de Noronha, red. designado Min. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto). 1.2. CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS EM CAMPANHAS ELEITORAIS A eleição deve ocorrer, dentro de um processo democrá�co, em igualdade de oportunidades entre os candidatos, razão pela qual a legislação eleitoral busca coibir a prá�ca de abusos visando essa finalidade, com a imposição de limites de atuação no processo eleitoral. A Lei das Eleições apresenta normas des�nadas a conter certas condutas de agentes públicos em campanhas eleitorais que interfiram na normalidade das eleições. O art. 73, § 1º, da Lei das Eleições, conceitua agente público nos seguintes termos: Art. 73. (...) § 1º Reputa-se agente público, para os efeitos deste ar�go, quem exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de inves�dura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou en�dades da administração pública direta, indireta, ou fundacional. Esse disposi�vo elenca em seus incisos, ainda, diversas condutas proibidas e as classifica, em presunção legal, como “tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais”. Nesse sen�do, importante salientar que o TSE tem o entendimento de que a mera prá�ca de conduta vedada materializa a conduta proibida pela norma, sendo desnecessária a comprovação de potencialidade lesiva. Veja: As condutas do art. 73 da Lei nº 9.504/97 se configuram com a mera prá�ca dos atos, os quais, por presunção legal, são tendentes a afetar a isonomia entre os candidatos, sendo desnecessário comprovar a potencialidade lesiva. (TSE - Ac. de 5.8.2014 no REspe nº 1429, rel. Min. Laurita Vaz.) As condutas vedadas são infrações eleitorais de natureza obje�va cuja prá�ca importa na responsabilização do agente, dispensando-se a análise de sua @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 7 potencialidade lesiva. Precedentes da Corte (Agravo de Instrumento nº 58368, Acórdão, Relator(a) Min. Edson Fachin, Publicação:DJE - Diário de jus�ça eletrônico, Tomo 46, Data 09/03/2020). De outra forma, ainda que constatada a conduta vedada, cabe ao julgador aplicar as sanções de forma proporcional à gravidade. Interessante fazer a leitura atenta dos incisos do art. 73 antes mencionado, com alguns apontamentos pontuais, no intuito de visualizar as proibições legais e diferenciá-las de algumas situações. Transcreve-se: Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: I - ceder ou usar, em bene�cio de candidato, par�do polí�co ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de convenção par�dária; Essa vedação não se aplica ao uso, em campanha, de transporte oficial pelo Presidente da República, nem ao uso, em campanha, pelos candidatos à reeleição de Presidente e Vice- Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Prefeito e Vice-Prefeito, de suas residências oficiais para realização de contatos, encontros e reuniões per�nentes à própria campanha, desde que não tenham caráter de ato público (art. 73, § 2º, Lei das Eleições). De todo modo, conforme o art. 76 da Lei das eleições, o uso de transporte oficial pelo Presidente da República e sua comi�va, em campanha eleitoral, deverá ter um ressarcimento ao erário, de responsabilidade do par�do polí�co ou coligação a que esteja vinculado. Os valores a serem ressarcidos terão por base o �po de transporte usado e a respec�va tarifa de mercado cobrada no trecho correspondente, ressalvado o uso do avião presidencial, cujo ressarcimento corresponderá ao aluguel de uma aeronave de propulsão a jato do �po táxi aéreo. II - usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Legisla�vas, que excedam as prerroga�vas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que integram; Nesse inciso, observa-se que deve haver um respeito às prerroga�vas constantes nos regimentos e normas dos órgãos de onde o agente público se encontre integrado. Para que seja afastada tal vedação, a conduta deve estar respaldada nas prerroga�vas do cargo e nas normas e regimentos dos respec�vos órgãos. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 8 ATENÇÃO! III - ceder servidor público ou empregado da administração direta ou indireta federal, estadual ou municipal do Poder Execu�vo, ou usar de seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de candidato, par�do polí�co ou coligação, durante o horário de expediente normal, salvo se o servidor ou empregado es�ver licenciado; O que a norma proíbe neste inciso é a par�cipação de agente público, pago pelos cofres estatais, que esteja, em horário de expediente, trabalhando para um determinado candidato, par�do ou coligação. Destarte, nada impede que o agente faça campanha eleitoral para um determinado candidato fora de seu horário do expediente, ou, ainda, esteja afastado por férias, licença etc. Destaque-se, ainda, que de acordo com entendimento do TSE, a efe�va u�lização de bens públicos para promoção de candidatura polí�ca configura conduta vedada prevista tanto no inciso I, quanto neste inciso III (Ac.-TSE, de 28.11.2016, no AgR-RO nº 137994). IV - fazer ou permi�r uso promocional em favor de candidato, par�do polí�co ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público; Não há uma proibição de prestação de serviço social por parte do poder público, mas sim o uso desses serviços com fins promocionais de candidato, par�do ou coligação. Contudo, essa prestação deve ser restringida, de forma ampla, no período do ano da eleição. Aqui, qualquer forma de distribuição gratuita de bens e serviços por parte da Administração Pública se encontra vedada, salvo em caso de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o acompanhamento de sua execução financeira e administra�va (art. 73, § 10, Lei das Eleições). Em regra, é possível a prestação gratuita de bens e de serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público. Excepcionalmente no ano da eleição, fica proibida a distribuição gratuita de quaisquer bens, valores ou bene�cios por parte da Administração Pública. Não obstante, ainda é possível, no ano eleitoral, essa distribuição gratuita de bens e serviços em três situações: i) calamidade pública; ii) estado de emergência; iii) programas sociais autorizados em lei, desde que já em execução orçamentária no exercício anterior. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 9 Nesse sen�do, importante destacar a excepcionalíssima situação de pandemia do novo coronavírus. O ano de 2020 terá (por ora, ao menos¹) eleição para a escolha dos cargos de prefeitos municipais e vereadores. Com base nisso, há preocupação dos atuais prefeitos na implementação de ações e programas sociais que possam ser enquadrados na lista de condutas proibidas aos gestores em ano de eleição. A Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo (PRE-SP) emi�u uma instrução aos promotores eleitorais no estado, orientando que acompanhem as medidas adotadas por prefeitos, vereadores e secretários contra a pandemia de covid-19. O obje�vo é coibir o uso de recursos emergenciais em bene�cio de candidato ou par�do polí�co, sobretudo em ano de eleições municipais. No documento, expedido em 02 de abril de 2020, os promotores são instruídos a enviar recomendações a prefeitos e secretários municipais, ressaltando que em ano eleitoral é proibida a distribuição de verbas e bene�cios, como doação de alimentos, quitação de contas de água e energia elétrica, isenção de tributos, entre outros, sob pena de multa e cassação de registro ou de diploma do candidato favorecido, além de inelegibilidade por abuso de poder. A Procuradoria realçou que os gestores públicos também devem estar atentos à legalidade de programas sociais em con�nuidade no ano de 2020, verificando se foram norma�zados e se estão em execução orçamentária desde pelo menos 2019. Neste caso, enfa�za a PRE-SP, não são permi�das alterações substa. Para os presidentes de Câmaras Municipais, a orientação é de não dar prosseguimento a votação de projetos de lei que ensejem a distribuição gratuita de bens, valores e bene�cios a pessoas �sicas ou jurídicas. No documento, contudo, a PRE-SP observa que, havendo a necessidade de socorrer a população em razão da situação de emergência causada pela pandemia do novo coronavírus, que sejam fixados critérios obje�vos e de estrita observância ao princípio da impessoalidade. Nesses casos emergenciais, os gestores deverão informar à Promotoria Eleitoral qual o fato caracterizador da calamidade ou emergência, os bene�cios que se pretende distribuir, o período de distribuição e as pessoas e faixas sociais que serão beneficiadas. Nesse mesmo sen�do, uma recomendação enviada pelo Ministério Público Eleitoral do estado do Ceará aos promotores tem causado polêmica, mas o órgão esclarece que ações das prefeituras são permi�das em caso de calamidade pública ou emergência, desde que não tenham fins eleitorais. A situação provoca efeitos polí�cos entre os prefeitos, muitos dos quais pré-candidatos à reeleição. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br ¹ A possibilidade de adiamento das eleições municipais de 2020 foi ven�ladapor integrantes da Jus�ça Eleitoral e parlamentares, diante da pandemia. De acordo com o Ministro Luís Roberto Barroso, junho é o prazo máximo para que seja proposto o adiamento do pleito, porquanto essa é a data limite para que a Jus�ça Eleitoral inicie os testes das urnas eletrônicas. Ressalte-se que, ainda de acordo com o Ministro – futuro presidente do TSE –, a alteração precisa ser feita pelo Congresso Nacional, já que a marcação das eleições para o primeiro fim de semana de outubro está prevista na Cons�tuição Federal. Importante acompanhar as posteriores alterações! É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 10 ATENÇÃO! V - nomear, contratar ou de qualquer forma admi�r, demi�r sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito, RESSALVADOS: a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança; b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República; c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele prazo; d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Execu�vo; e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes penitenciários; Vislumbre que o inciso obsta a nomeação e exoneração de cargos públicos nos 3 meses que antecedem o pleito até a posse dos eleitos, ressalvando diversas hipóteses nas alíneas respec�vas. Dentre essas ressalvas, destaca-se a possibilidade de nomeação, nesse período, de membros do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República. Quanto a esse úl�mo, impende registrar que con�nua o impedimento para os demais cargos do Execu�vo, pois apenas são excepcionados os órgãos da Presidência da República. Os cargos do Legisla�vo também se encaixam na proibição em comento, seja ele de qualquer esfera federa�va. Convém mencionar também o caso dos aprovados em concursos públicos. Para que seja possível a nomeação dos candidatos, perfaz-se necessário que a homologação do concurso tenha ocorrido até 3 meses antes das eleições. Não é vedada a realização do concurso público entre os 3 meses que antecedem o pleito e a posse dos eleitos, mas sim a nomeação do aprovado caso o concurso não tenha sido homologado antes desse prazo. A VUNESP considerou errada a seguinte asser�va (Assessor Jurídico, Prefeitura de Caieiras/SP, 2015): “(...) se configura como conduta vedada aos agentes públicos, nos três meses antes da eleição, até a posse dos eleitos, a realização de concursos públicos.”. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 11 ATENÇÃO! Evidencia-se, ainda, a possibilidade de nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, desde que haja prévia e expressa autorização do chefe do Poder Execu�vo. Nessa nomeação ou contratação, o agente público deve jus�ficar tal necessidade e, ainda, ter a aprovação do Execu�vo. VI - nos três meses que antecedem o pleito: a) realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos des�nados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado, e os des�nados a atender situações de emergência e de calamidade pública; b) com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado, autorizar publicidade ins�tucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respec�vas en�dades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Jus�ça Eleitoral; c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Jus�ça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e caracterís�ca das funções de governo. Em relação a esse inciso VI, convém apenas destacar que suas normas devem ser interpretadas de forma restri�va. Por isso, a alínea “a” apenas proíbe as transferências da União aos Estados, DF e Municípios, não abarcando, por exemplo, as realizadas para associações privadas. No caso de extensão dos efeitos da pandemia do novo coronavírus para período posterior a 4 de julho de 2020 (3 meses antes do pleito eleitoral), a conduta vedada descrita no item “a” pode ser flexibilizada, a fim de atender às necessidades dos Estados e Municípios no enfrentamento da Covid-19. Quanto às alíneas “b” e “c”, aplicam-se apenas aos agentes públicos das esferas administra�vas cujos cargos estejam em disputa na eleição, conforme dispõe o § 3º do art. 73 da Lei das Eleições. O TSE já decidiu que a “veiculação de postagens sobre atos, programas, obras, serviços e/ou campanhas de órgãos públicos federais, estaduais ou municipais em perfil privado de rede social não se confunde com publicidade ins�tucional autorizada por agente público e custeada com recursos públicos, a qual é vedada nos três meses que antecedem as eleições” (Agravo Regimental no Recurso Especial Eleitoral nº 376-15, Conceição da Barra/ES, julgado na sessão virtual de 20 a 26.3.2020, Informa�vo TSE nº 03, Ano XXII). @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 12 VII - realizar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respec�vas en�dades da administração indireta, que excedam a média dos gastos no primeiro semestre dos três úl�mos anos que antecedem o pleito; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) Atente que essa vedação do inciso VII somente a�nge o primeiro semestre do ano de eleição. VIII - fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisi�vo ao longo do ano da eleição, a par�r do início do prazo estabelecido no art. 7º desta Lei e até a posse dos eleitos. Esse inciso veda o aumento da remuneração dos servidores públicos desde o dia 20 de julho (início do prazo para as convenções par�dárias) até a posse dos eleitos. A ressalva é a previsão cons�tucional da revisão remuneratória pela perda inflacionária, prevista no art. 37, X, da CF, in verbis: Art. 37. (...) X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a inicia�va priva�va em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem dis�nção de índices; Com isso, percebe-se que a proibição se consubstancia apenas na hipótese de o ajuste ultrapassar os índices oficiais da inflação. Todas essas condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais trazem, como consequências, caso infringidas, a suspensão da conduta, a aplicação de multa e a cassação do registro ou do diploma do candidato beneficiado, nos termos dos §§ 4º e 5º do art. 73. Veja: § 4º O descumprimento do disposto neste ar�go acarretará a suspensão imediata da condutavedada, quando for o caso, e sujeitará os responsáveis a multa no valor de cinco a cem mil UFIR. Essas sanções se aplicam tanto aos agentes públicos responsáveis pelas condutas vedadas quanto aos par�dos, coligações e candidatos que delas se beneficiarem (§ 8º, art. 73, Lei das Eleições). § 5º Nos casos de descumprimento do disposto nos incisos do caput e no § 10, sem prejuízo do disposto no § 4º, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 13 OBSERVAÇÃO: A imposição dessas sanções dos §§ 4º e 5º acima dar-se-á sem prejuízo de outras de caráter cons�tucional, administra�vo ou disciplinar fixadas pelas demais leis vigentes (art. 78, Lei das Eleições). Como visto acima, de acordo com o TSE, as hipóteses de conduta vedada previstas neste ar�go têm natureza obje�va. Desta forma, cabe ao julgador aplicar as sanções previstas nos §§ 4º e 5º de forma proporcional (Ac.-TSE, de 7.4.2016, no REspe nº 53067). Caso o agente seja reincidente nessas condutas vedadas previstas no art. 73 da Lei das Eleições, terá sua multa aplicada em dobro (art. 73, § 6º, Lei das eleições). A Lei das Eleições, em atenção ao princípio da impessoalidade e da moralidade, classifica como ato de abuso de autoridade e, portanto, conduta vedada ao agente público, a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos que não sejam de caráter educa�vo, informa�vo ou de orientação social (art. 37, § 1º, CF c/c art. 74 da Lei das Eleições). Também é vedada a contratação, com recursos públicos, de shows ar�s�cos para se realizarem nas inaugurações de obras públicas nos 3 meses que antecederem as eleições, sob pena de suspensão do ato e a cassação do registro ou do diploma do candidato beneficiado, seja ele agente público ou não (art. 75 da Lei das Eleições). Há, ainda, a impossibilidade de o candidato comparecer à inauguração de obra pública dentro dos 3 meses que precedem o pleito, sob pena de sujeição do infrator à cassação de seu registro ou de seu diploma (art. 77 da Lei das Eleições). Frisa-se que o TSE vem perfilhando o entendimento de que essas vedações devem ser interpretadas de forma restri�va, razão pela qual o Tribunal decidiu que a par�cipação de candidato em inauguração de obra de ins�tuição privada não caracteriza a conduta vedada prevista no art. 77 da Lei nº 9.504/1997, ainda que a obra tenha sido subsidiada com dinheiro público. Nesse sen�do, veja trecho da ementa da decisão do TSE adiante: (...) 1. In casu, a orientação perfilhada no acórdão regional foi a de que o comparecimento de vereadores candidatos à reeleição, durante o período crí�co, à inauguração de obra realizada por universidade privada, construída em terreno doado pelo município e patrocinada, em parte, com recursos públicos repassados por meio de convênio estadual, nos três meses que antecederam a data do pleito, caracteriza a conduta vedada descrita no art. 77 da Lei nº 9.504/97. 2. Tal entendimento, contudo, contraria remansosa jurisprudência desta Corte Superior, no sen�do de que as normas que encerram condutas vedadas devem ser interpretadas restri�vamente. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 14 ATENÇÃO! 3. O ar�go 77 da Lei das Eleições veda o comparecimento de candidatos à inauguração de obra pública stricto sensu, assim considerada aquela que integra o domínio público. Incidência dos princípios da �picidade e da legalidade estrita, devendo a conduta corresponder exatamente ao �po previamente definido na norma. 4. Recurso especial ao qual se dá provimento. (TSE - Recurso Especial Eleitoral nº 18212, Acórdão, Relator(a) Min. Tarcisio Vieira De Carvalho Neto, Publicação: DJE - Diário de jus�ça eletrônico, Tomo 216, Data 08/11/2017) Importante mencionar que as reclamações ou representações rela�vas ao descumprimento dessas condutas vedadas podem ser feitas por qualquer par�do polí�co, coligação ou candidato e serão estudadas no ponto referente às ações eleitorais e seus recursos. 1.3. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO Um dos maiores problemas ocorridos nas eleições é a compra de votos. Por isso, visando a proteção do sufrágio universal, foi ins�tuído o art. 41-A na Lei das Eleições: Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, cons�tui captação de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o VOTO, BEM ou VANTAGEM PESSOAL de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinquenta mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990. § 1º Para a caracterização da conduta ilícita, é DESNECESSÁRIO o pedido explícito de votos, bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir. § 2º As sanções previstas no caput aplicam-se contra quem pra�car atos de violência ou grave ameaça a pessoa, com o fim de obter-lhe o voto. § 3º A representação contra as condutas vedadas no caput poderá ser ajuizada até a data da diplomação. § 4º O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste ar�go será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial. Como se observa no caput transcrito, não é necessário que haja a obtenção de vantagem financeira para sua caracterização, mas sim qualquer vantagem (dinheiro, bens, pres�gio polí�co, cargos, etc.). Nesse sen�do, já decidiu o TSE que a doação indiscriminada de combus�vel a eleitores caracteriza captação ilícita de sufrágio (Ac.-TSE, de 6.9.2016, no REspe nº 35573). @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 15 Atente-se, no entanto, para recente decisão do TSE no sen�do de que, para incidência deste ar�go, não basta promessa genérica de vantagem, mas oferta de bene�cio a ser ob�do concreta e individualmente por eleitor determinado ou determinável. Nessa linha, atente ao seguinte trecho da decisão: (...) 4. A quaes�o juris subme�da a esta Corte cinge-se, portanto, em saber se configura captação ilícita de sufrágio a distribuição de panfletos com promessa de ex�nção de taxa condominial em empreendimentos residenciais inseridos no programa Minha Casa Minha Vida. 5. A incidência do art. 41-A da Lei nº 9.504/97 exige prova inconteste da ilicitude consistente na promessa de bem ou vantagem pessoal capaz de interferir na liberdade de voto do cidadão - bem jurídico tutelado pela norma. 6. Na linha da jurisprudência desta Corte, para a configuração do ilícito previsto no art. 41-A da Lei 9.504/97, a promessa de vantagem pessoal em troca de voto deve corresponder a bene�cio a ser ob�do concreta e individualmente por eleitor determinado ou determinável. 7. Na espécie, conforme a moldura fá�ca delineada no acórdão regional, não houve promessa de bem ou vantagem pessoal, consoante exige a norma em epígrafe, mas, sim, promessa dirigida a uma cole�vidade. A delimitação dos des�natários da propaganda eleitoral - moradores dos condomínios Nova Caraguá e Jetuba - não re�ra o caráter genérico da promessa, uma vez que a isenção da taxa condominial beneficiaria os condôminos indis�ntamente. 8. Esta Corte já decidiu que as promessas genéricas, sem o obje�vo de sa�sfazer interesses individuais e privados, não são capazes de atrair a incidência do art. 41-A da Lei nº 9.504/97.9. É assente, no ordenamento jurídico pátrio, o postulado segundo o qual a boa-fé se presume, a má-fé se prova (Recurso Especial Eleitoral nº 47444, Acórdão, Relator(a) Min. Tarcisio Vieira De Carvalho Neto, Publicação: DJE - Diário de jus�ça eletrônico, Data 30/04/2019). Outrossim, a vantagem deve ser oferecida de forma pessoal. É certo que não há necessidade de se iden�ficar o eleitor, mas, caso seja realizada indis�ntamente, não restará configurada a captação ilícita do sufrágio, segundo entendimento do TSE: De acordo com a jurisprudência do TSE, as 'promessas de campanha dirigidas indis�ntamente a eleitores sem referência a pedido de voto não cons�tuem captação ilícita de sufrágio, a que alude o art. 41-A da Lei nº 9.504/97' [...]. (TSE - Ac. de 24.6.2014 no AgR-AI nº 44498, rel. Min. Luciana Lóssio) Por outro lado, dada a gravidade da conduta, não se exige a potencialidade lesiva para @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 16 a configuração da captação ilícita do sufrágio. Basta a comprovação da compra de um voto para sua efe�vação. [...] Ademais, para a condenação por captação ilícita de sufrágio, basta que haja o oferecimento, promessa ou doação de bem ou vantagem em troca do voto do eleitor, com a par�cipação ou anuência do candidato, não se exigindo a demonstração da potencialidade lesiva da conduta ou da significância ou valor da benesse oferecida. (TSE - Ac. de 6.5.2010 no AgR-AC nº 76516, rel. Min. Marcelo Ribeiro.) Impende destacar ainda que, embora o caput do art. 41-A aponte a conduta de o “candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor”, o TSE entende ser desnecessária a par�cipação direta do candidato, bastando sua anuência, isto é, a par�cipação indireta. Em verdade, segundo o TSE, exige-se a constatação de 3 requisitos: i) a realização de quaisquer das condutas do art. 41-A (doar, oferecer, prometer ou entregar bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza a eleitor, bem como pra�car violência ou grave ameaça ao eleitor); ii) anuência do candidato e a evidência do especial fim de obter o voto do eleitor; e iii) a ocorrência do fato durante o período eleitoral (desde o registro da candidatura até o dia da eleição). 1.4. DO FORNECIMENTO GRATUITO DE TRANSPORTE E ALIMENTAÇÃO NO DIA DA ELEIÇÃO Essas condutas estão disciplinadas na Lei nº 6.091/74. Conforme esse diploma legal, cabe à JE o transporte gratuito de passageiros na zona rural em dias de eleição. Apenas excepcionalmente, a JE requisitará que esse transporte seja realizado por par�culares e, preferencialmente, pelos veículos de aluguel. Nesse caso, os serviços requisitados serão pagos, até 30 dias depois do pleito, a preços que correspondam aos critérios da localidade, cuja despesa será realizada por conta do Fundo Par�dário. Cumpre registrar que esse transporte de eleitores somente será feito dentro dos limites territoriais do respec�vo município e quando das zonas rurais para as mesas receptoras distar pelo menos 2 (dois) km. Tem-se, portanto, que a regra é a vedação de transporte de passageiros. Essa vedação ocorre desde o dia ANTERIOR até o dia POSTERIOR À ELEIÇÃO, nos termos do art. 5º da Lei nº 6.091/74: @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 17 ATENÇÃO! Art. 5º Nenhum veículo ou embarcação poderá fazer transporte de eleitores desde o dia anterior até o posterior à eleição, SALVO: I - a serviço da Jus�ça Eleitoral; II - cole�vos de linhas regulares e não fretados; III - de uso individual do proprietário, para o exercício do próprio voto e dos membros da sua família; IV - o serviço normal, sem finalidade eleitoral, de veículos de aluguel não a�ngidos pela requisição de que trata o art. 2º. O eleitor não pode se eximir de votar sob a alegação de ausência ou deficiência do transporte. Do mesmo modo que o transporte, somente a JE poderá fornecer alimentação aos eleitores, quando imprescindível, em razão da absoluta carência de recursos de eleitores da zona rural, cujas despesas correrão por conta do Fundo Par�dário. Por fim, frisa-se a vedação aos candidatos ou órgãos par�dários, ou a qualquer pessoa, do fornecimento de transporte ou refeição aos eleitores da zona urbana, cons�tuindo crime eleitoral a transgressão dessa proibição. Transcreve-se os ar�gos da Lei 6.091/74 em questão: Art. 10. É vedado aos candidatos ou órgãos par�dários, ou a qualquer pessoa, o fornecimento de transporte ou refeições aos eleitores da ZONA URBANA. Art. 11. Cons�tui crime eleitoral: III - descumprir a proibição dos ar�gos 5º, 8º e 10º; Pena - reclusão de quatro a seis anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa (art. 302 do Código Eleitoral); Por fim, segue uma esquema�zação sobre o transporte de eleitores: @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 18 2. LEGISLAÇÃO Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições) Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: I - ceder ou usar, em bene�cio de candidato, par�do polí�co ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de convenção par�dária; II - usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Legisla�vas, que excedam as prerroga�vas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que integram; III - ceder servidor público ou empregado da administração direta ou indireta federal, estadual ou municipal do Poder Execu�vo, ou usar de seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de candidato, par�do polí�co ou coligação, durante o horário de expediente normal, salvo se o servidor ou empregado es�ver licenciado; IV - fazer ou permi�r uso promocional em favor de candidato, par�do polí�co ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público; V - nomear, contratar ou de qualquer forma admi�r, demi�r sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito, RESSALVADOS: a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança; b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República; c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele prazo; d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Execu�vo; e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes penitenciários; VI - nos três meses que antecedem o pleito: a) realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos des�nados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 19 andamento e com cronogramaprefixado, e os des�nados a atender situações de emergência e de calamidade pública; b) com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado, autorizar publicidade ins�tucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respec�vas en�dades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Jus�ça Eleitoral; c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Jus�ça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e caracterís�ca das funções de governo; VII - realizar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respec�vas en�dades da administração indireta, que excedam a média dos gastos no primeiro semestre dos três úl�mos anos que antecedem o pleito; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) VIII - fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisi�vo ao longo do ano da eleição, a par�r do início do prazo estabelecido no art. 7º desta Lei e até a posse dos eleitos. § 1º Reputa-se agente público, para os efeitos deste ar�go, quem exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de inves�dura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou en�dades da administração pública direta, indireta, ou fundacional. § 2º A vedação do inciso I do caput não se aplica ao uso, em campanha, de transporte oficial pelo Presidente da República, obedecido o disposto no art. 76, nem ao uso, em campanha, pelos candidatos a reeleição de Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice- Governador de Estado e do Distrito Federal, Prefeito e Vice-Prefeito, de suas residências oficiais para realização de contatos, encontros e reuniões per�nentes à própria campanha, desde que não tenham caráter de ato público. § 3º As vedações do inciso VI do caput, alíneas b e c, aplicam-se apenas aos agentes públicos das esferas administra�vas cujos cargos estejam em disputa na eleição. § 4º O descumprimento do disposto neste ar�go acarretará a suspensão imediata da conduta vedada, quando for o caso, e sujeitará os responsáveis a multa no valor de cinco a cem mil UFIR. § 5º Nos casos de descumprimento do disposto nos incisos do caput e no § 10, sem prejuízo do disposto no § 4º, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma. § 6º As multas de que trata este ar�go serão duplicadas a cada reincidência. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 20 § 7º As condutas enumeradas no caput caracterizam, ainda, atos de improbidade administra�va, a que se refere oo art. 11, inciso I, da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e sujeitam-se às disposições daquele diploma legal, em especial às cominações do art. 12, inciso III. § 8º Aplicam-se as sanções do § 4º aos agentes públicos responsáveis pelas condutas vedadas e aos par�dos, coligações e candidatos que delas se beneficiarem. § 9º Na distribuição dos recursos do Fundo Par�dário (Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995) oriundos da aplicação do disposto no § 4º, deverão ser excluídos os par�dos beneficiados pelos atos que originaram as multas. § 10. No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou bene�cios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o acompanhamento de sua execução financeira e administra�va. (Incluído pela Lei nº 11.300, de 2006) § 11. Nos anos eleitorais, os programas sociais de que trata o § 10 não poderão ser executados por en�dade nominalmente vinculada a candidato ou por esse man�da. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) § 12. A representação contra a não observância do disposto neste ar�go observará o rito do art. o22 da Lei Complementar n 64, de 18 de maio de 1990, e poderá ser ajuizada até a data da diplomação. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) § 13. O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste ar�go será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009 Art. 74. Configura abuso de autoridade, para os fins do disposto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, a infringência do disposto no § 1º do art. 37 da Cons�tuição Federal, ficando o responsável, se candidato, sujeito ao cancelamento do registro ou do diploma. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009) Art. 75. Nos três meses que antecederem as eleições, na realização de inaugurações é vedada a contratação de shows ar�s�cos pagos com recursos públicos. Parágrafo único. Nos casos de descumprimento do disposto neste ar�go, sem prejuízo da suspensão imediata da conduta, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) Art. 76. O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial pelo Presidente da República e sua comi�va em campanha eleitoral será de responsabilidade do par�do polí�co ou coligação a que esteja vinculado. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 21 § 1º O ressarcimento de que trata este ar�go terá por base o �po de transporte usado e a respec�va tarifa de mercado cobrada no trecho correspondente, ressalvado o uso do avião presidencial, cujo ressarcimento corresponderá ao aluguel de uma aeronave de propulsão a jato do �po táxi aéreo. § 2º No prazo de dez dias úteis da realização do pleito, em primeiro turno, ou segundo, se houver, o órgão competente de controle interno procederá ex officio à cobrança dos valores devidos nos termos dos parágrafos anteriores. § 3º A falta do ressarcimento, no prazo es�pulado, implicará a comunicação do fato ao Ministério Público Eleitoral, pelo órgão de controle interno. § 4º Recebida a denúncia do Ministério Público, a Jus�ça Eleitoral apreciará o feito no prazo de trinta dias, aplicando aos infratores pena de multa correspondente ao dobro das despesas, duplicada a cada reiteração de conduta. Art. 77. É proibido a qualquer candidato comparecer, nos 3 (três) meses que precedem o pleito, a inaugurações de obras públicas. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009) Parágrafo único. A inobservância do disposto neste ar�go sujeita o infrator à cassação do registro ou do diploma. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009) Art. 78. A aplicação das sanções cominadas no art. 73, §§ 4º e 5º, dar-se-á sem prejuízo de outras de caráter cons�tucional, administra�vo ou disciplinar fixadas pelas demais leis vigentes. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 22 3. JURISPRUDÊNCIA JULGADOS DO TSE - Recurso ordinário. Eleições 2014. Governador. Ação de inves�gação judicial eleitoral (AIJE). Conduta vedada. Art. 73, VIII, da Lei 9.504/97. Abuso de poder polí�co. Art. 22 da LC n° 64/90. Revisão geral da remuneração acima da inflação. Configuração. Gravidade. Parâmetro adotado a par�r da LC n° 135/2010. Inclusão do inciso XVI ao art. 22 da LC n° 64/90. Potencialidade. Critério superado. Opção legisla�va.Mandato. Transcurso do prazo. Cassação prejudicada. Inelegibilidade. Incidência. Resultado ú�l e prá�co do recurso. Preservação nessa parte. Reforma parcial do acórdão regional. Recurso ordinário do parquet. Provimento. Recurso especial do inves�gado. Recebimento na via ordinária. Fungibilidade. Desprovimento. [...] 7. O abuso do poder polí�co decorre da u�lização da estrutura da administração pública em bene�cio de determinada candidatura ou, ainda, como forma de prejudicar adversário. 8. A par�r da Lei Complementar n° 13512010, que inseriu inciso XVI ao art. 22 da Lei Complementar n° 64/90, não mais se cogita de potencialidade como critério para configuração do abuso de poder, mas apenas a gravidade do ato perpetrado. 9. ln casu, a própria corrente majoritária formada no TRE/RJ reconheceu que 'o ato é grave, mas não [ ... ] capaz de abalar o pleito a ponto de invalidá-lo. A Jus�ça Eleitoral tem o dever de proteger, dentro do possível, o voto, não o polí�co ou candidato. Não se jus�fica invalidar 4.343.298 votos'(fI. 1997). 10. O prejuízo à normalidade e à legi�midade do pleito, dado o contexto revelador de gravidade, foi reconhecido pelo TSE, sobremodo ante a revisão remuneratória - em patamares superiores à de mera recomposição inflacionária - de 24 (vinte e quatro) categorias profissionais do Estado do Rio de Janeiro, o que representou, na época, 336.535 servidores públicos. Jus�ficada, na quadra da conduta vedada, a imposição da pena mais grave. No âmbito do abuso de poder, que não admite gradações sancionatórias, a procedência da AIJE. 11. Logo, merece reforma parcial o acórdão regional, pelo qual imposta apenas a sanção de multa por conduta vedada, pois, embora assentada a gravidade, trilhou-se, cumula�vamente, o caminho da potencialidade, em contrariedade às normas de regência e à jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral. 12. Tendo sido a ação julgada parcialmente procedente na origem, o transcurso do prazo do mandato não inviabiliza, por si só, a modificação do decisum na linha da procedência in totum, uma vez não esgotado o prazo da inelegibilidade. 13. Recurso especial de Luiz Fernando de Souza recebido como ordinário e a ele negado provimento. Recurso ordinário do Parquet provido para julgar totalmente procedente a AIJE (Ac. de 9.4.2019 no RO nº 763425, rel. Min. João Otávio de Noronha, red. designado Min. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto). - A configuração de captação ilícita de sufrágio (art. 41-A da Lei 9.504/97) demanda a existência de prova robusta de que a doação, o oferecimento, a promessa ou a entrega da vantagem tenha @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 23 sido feita em troca de votos, o que não ficou comprovado nos autos. 2. Conforme a jurisprudência do TSE, o fornecimento de comida e bebida a serem consumidas durante evento de campanha, por si só, não configura captação ilícita de sufrágio. 3. A alteração das conclusões do aresto regional com fundamento nos fatos nele delineados não implica reexame de fatos e provas. Na espécie, a mudança do que decidido pela Corte Regional quanto à finalidade de angariar votos ilicitamente foi realizada nos limites da moldura fá�ca do acórdão, sem a necessidade de reexame fá�co-probatório [...]. (TSE - Ac. de 28.4.2015 no AgR-REspe nº 47845, rel. Min. João Otávio de Noronha.) - Não se reveste de relevante força probatória para a condenação por captação ilícita de sufrágio a testemunha que não presenciou os fatos, mas apenas ouviu relato de terceiros que supostamente teriam conhecimento do ilícito (testemunhos de "ouvir dizer") (TSE - Recurso Especial Eleitoral nº 66863, Acórdão, Relator(a) Min. Tarcisio Vieira De Carvalho Neto, Publicação: 24/09/2019). - Consoante a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, a captação ilícita de sufrágio pode ser comprovada mediante prova exclusivamente testemunhal, desde que demonstrada, de forma inconteste, a ocorrência de uma das condutas previstas no art. 41-A da Lei nº 9.504/97. 2. Conforme se infere do acórdão regional, o conjunto probatório - depoimentos prestados no processo de inves�gação prévia e fotografias que atestam os fatos -, reforçado pelos depoimentos das testemunhas, comprova a distribuição de materiais de construção e de dinheiro pela agravante em troca de votos. Configuração do ilícito do art. 41-A da Lei nº 9.504/97 [...]. (TSE - Ac. de 25.11.2014 no AgR-REspe nº 36552, rel. Min. João Otávio de Noronha.) - É incabível aferir a potencialidade lesiva em se tratando da prá�ca de captação ilícita de sufrágio. [...]. (TSE - Ac. de 1º.3.2007 no REspe nº 26.118, rel. Min. Gerardo Grossi.) - “[...] Captação ilícita de sufrágio. Pedido expresso de voto. [...] 4. A jurisprudência desta Corte, antes mesmo da entrada em vigor da Lei nº 12.034/09, já se havia firmado no sen�do de que, para a caracterização de captação ilícita de sufrágio, é desnecessário o pedido explícito de votos, bastando a anuência do candidato e a evidência do especial fim de agir. Descabe, assim, falar em aplicação retroa�va do novel diploma legal na hipótese. [...]” (TSE - Ac. de 5.4.2011 no AI nº 392027, rel. Min. Marcelo Ribeiro.) - Ação de impugnação de mandato ele�vo. Eleições de 1998. Governador e vice-governador. Abuso de poder econômico, corrupção e fraude. Distribuição de �tulos de domínio a ocupantes de lotes. Não-caracterização em face da prova coligida. Potencialidade para repercu�r no resultado das eleições. Não-ocorrência. Fato isolado que não evidencia, por si só, a existência de abuso de poder econômico, corrupção ou fraude, tampouco a potencialidade necessária para influir no resultado das eleições. Recurso ordinário �do por prejudicado, em parte, e desprovido no restante. (TSE - Ac. no 502, de 4.6.2002, rel. Min. Barros Monteiro.) @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 24 ATENÇÃO! @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br - A aferição da gravidade, para fins da caracterização do abuso de poder, deve levar em conta as circunstâncias do fato em si, não se prendendo a eventuais implicações no pleito, muito embora tais implicações, quando existentes, reforcem a natureza grave do ato (TSE - AgR-REspe nº 259- 52/RS, DJe de 14.8.2015). - Para caracterizar a conduta vedada prevista no art. 73, § 10, da Lei 9.504/97, não é necessário demonstrar caráter eleitoreiro ou promoção pessoal do agente público, bastando a prá�ca do ato ilícito (AgR-REspe 36.026 [42074-81]/BA, Rel. Min. ALDIR PASSARINHO JUNIOR, DJe de 5.5.2011). - A adoção de critérios técnicos previamente estabelecidos, além da exigência de contrapar�das a serem observadas pelos pais e alunos, também descaracterizam a conduta vedada em exame (art. 73, § 10, da Lei 9.504/97), pois não se configurou o elemento norma�vo segundo o qual a distribuição de bens, valores ou bene�cios deve ocorrer de forma gratuita (REspe 555-47/PA, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJe de 21.10.2015). - A norma do § 10 do ar�go 73 da Lei nº 9.504/1997 é obstáculo a ter-se, no ano das eleições, o implemento de bene�cio fiscal referente à dívida a�va do Município bem como o encaminhamento à Câmara de Vereadores de projeto de lei, no aludido período, obje�vando a previsão norma�va voltada a favorecer inadimplentes. (TSE - Ac. de 20.9.2011 na Cta nº 153169, rel. Min. Marco Aurélio.) Não obstante, em regra, não poder ser concedido esses bene�cios fiscais no ano da eleição, em atenção ao art. 73, § 10, da Lei das Eleições, o TSE, ao analisar o caso concreto de renúncia fiscal realizado pelo Estado da Paraíba no ano da eleição, entendeu que tal conduta não configurara a distribuição gratuitade bens porque: i) colocação de critérios obje�vos para serem preenchidos pelo contribuinte, não tendo sido o bene�cio concedido a todos; ii) já havia uma polí�ca fiscal no Estado, de outras administrações anteriores, concedendo esses bene�cios fiscais; iii) não houve prejuízo para a Administração Pública, mas, ao contrário, um aumento na arrecadação de receitas; iv) toda concessão do bene�cio fiscal seguiu o decidido no convênio do CONFAZ. Diante de tais circunstâncias, o TSE entendeu que, no caso analisado, não houve uma concessão gratuita dos bene�cios e, assim, não se perfez uma conduta vedada. (TSE - Recurso Ordinário nº 171821, João Pessoa/PB, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 24.4.2018.) É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 25 1. (FAURGS/TJRS/JUIZ DE DIREITO/2016) Tendo em vista as condutas vedadas do ar�go 73 da Lei nº 9.504/1997, assinale a alterna�va correta. a) No ano em que se realizar eleição, é proibido a o s a g e n t e s p ú b l i c o s d a s e s f e r a s administra�vas cujos cargos estejam em disputa na eleição fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito. b) No primeiro semestre do ano de eleição, é proibido remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito. c) No ano em que se realizar eleição, é proibida toda e qualquer distribuição gratuita de bens, v a l o r e s o u b e n e � c i o s p o r p a r t e d a Administração Pública. d) No primeiro semestre do ano de eleição, é proibido realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios. e) No primeiro semestre do ano de eleição, é proibido realizar despesas com publicidade dos órgãos públicos que excedam a média dos gastos do primeiro semestre dos três úl�mos anos que antecedem o pleito. 2. (CESPE/TJDFT/JUIZ DE DIREITO/2015) Assinale a opção correta acerca da captação ilícita de sufrágio. a) Para que determinada conduta seja caracterizada como captação ilícita de sufrágio, é indispensável a demonstração de potencialidade lesiva ao resultado das eleições. b) Para a caracterização da captação ilícita de sufrágio, exige-se a iden�ficação dos eleitores que receberam dádivas em troca de seus votos. c) A promessa de dádiva para o eleitor que se comprometer a não votar em candidato adversário caracteriza captação ilícita de sufrágio. d) O dolo específico para a caracterização de captação ilícita de sufrágio exige pedido expresso de voto. e) Haverá captação ilícita de sufrágio se o candidato, embora sem conhecimento, for beneficiado por oferta de dádivas realizada por terceiros em seu nome a eleitores. 3. (VUNESP/TJRO/JUIZ DE DIREITO/2019) O prefeito do município “A”, no exercício do cargo e candidato à reeleição, procedeu a confecção e distribuição de uniformes para os alunos da rede municipal com verbas repassadas pela União e, no ano em que se realizará a eleição, efe�vou a entrega, inclusive, com cerimônia realizada por en�dade man�da por ele e mediante gravação para divulgação à imprensa local. Com base nessa conduta, o referido prefeito: a) não responderá a qualquer responsabilização, pois a conduta não é ilícita. b) poderá ser condenado a pagamento de multa de cinco a dez mil Ufir somente a ele, além de cassação do registro ou do diploma, após o regular processamento de representação eleitoral. c) poderá ser condenado a pagamento de multa de cinco a cinquenta mil Ufir a ele e ao par�do, após o regular processamento de ação de inves�gação judicial eleitoral. d) poderá ser condenado a pagamento de multa de cinco a cem mil Ufir, além de cassação do registro ou do diploma, após o regular processamento da ação de inves�gação judic ia l e le itoral e eventual ação de improbidade administra�va. 4. QUESTÕES DE CONCURSOS OBSERVAÇÕES: Ler os comentários somente após a tenta�va de resolução das questões sem consulta. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 26 @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br e) poderá ser condenado a pagamento de multa de R$ 5.000,00 a R$ 10.000,00 após o regular processamento da representação eleitoral. 4. (NC-UFPR/TJPR/JUIZ DE DIREITO/2013) Cícero, candidato à reeleição como prefeito, cedeu servidor público municipal para trabalhar em seu comitê durante a campanha eleitoral. Tratando-se de matéria vinculada às condutas vedadas previstas em lei (art. 73, da Lei Eleitoral) e cuidando de representação jurisdicional eleitoral, considere as seguintes afirma�vas: 1- Caso o servidor seja ocupante de cargo em comissão para assessoramento, de estrita confiança do prefeito, não há qualquer impedimento legal para tal cessão. 2- Se o servidor �ver autorização expressa de seu superior hierárquico para pra�car atos de campanha, não há incidência da conduta vedada. 3- O servidor pode fazer campanha para o candidato desde que não seja durante o horário de expediente normal, salvo se o servidor ou empregado es�ver licenciado. Assinale a alterna�va correta. a) Somente a afirma�va 1 é verdadeira. b) Somente a afirma�va 2 é verdadeira. c) Somente a afirma�va 3 é verdadeira. d) Somente as afirma�vas 1 e 3 são verdadeiras. 5. (FCC/TJPE/JUIZ DE DIREITO/2013) É proibido aos agentes públicos, servidores ou não, nomear, contratar ou de qualquer forma admi�r, demi�r sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito, com ressalvas legais que NÃO incluem a: a) nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Execu�vo. b) transferência ou remoção ex officio de mil itares, policiais civis e de agentes penitenciários. c) nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança. d) nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República. e) nomeação dos aprovados em concursos p ú b l i co s co n c l u í d o s , a i n d a q u e n ã o homologados, até o início daquele prazo. É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 27 4.1 COMENTÁRIOS 1. E LETRA A - ERRADA Lei das Eleições Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: VI - nos três meses que antecedem o pleito: c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Jus�ça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e caracterís�ca das funções de governo; LETRA B - ERRADA Lei das Eleições Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: V - nomear, contratar ou de qualquer forma admi�r, demi�r sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena denulidade de pleno direito, ressalvados: LETRA C - ERRADA Lei das Eleições Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: § 10. No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou bene�cios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais a u t o r i za d o s e m l e i e j á e m exe c u ç ã o orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o acompanhamento de sua execução financeira e administra�va LETRA D - ERRADA Lei das Eleições Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: VI - nos três meses que antecedem o pleito: a) realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos des�nados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado, e os des�nados a atender s i tuações de emergência e de calamidade pública; LETRA E - CORRETA Lei das Eleições Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: VII - realizar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respec�vas en�dades da administração indireta, que excedam a média dos gastos no primeiro semestre dos três úl�mos anos que antecedem o pleito; 2. C LETRA A – ERRADA “Ademais, para a condenação por captação ilícita de sufrágio, basta que haja o oferecimento, promessa ou doação de bem ou vantagem em troca do voto do eleitor, com a par�cipação ou @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 28 anuência do candidato, não se exigindo a demonstração da potencialidade lesiva da conduta ou da significância ou valor da benesse oferecida." (TSE - Ac. de 6.5.2010 no AgR-AC nº 76516, rel. Min. Marcelo Ribeiro.) LETRA B – ERRADA “[...]. Representação. Captação ilícita de sufrágio. Art. 41-A da Lei nº 9.504/97. Não-caracterizado. [...]. A jurisprudência desta Corte não exige a iden�ficação do eleitor para caracterizar a conduta do art. 41-A da Lei das Eleições. Todavia, nessa hipótese, deve ter cautela redobrada. [...].” (TSE - Ac. de 6.3.2008 no REspe nº 28.441, rel. Min. José Delgado, rel. designado Min. Marcelo Ribeiro.) LETRA C – CORRETA 1. O núcleo do ar�go 41-A da Lei nº 9.504/1997 não exige, para a sua configuração, apenas a entrega do bem ou da vantagem pessoal, contentando-se com o oferecimento ou a promessa de entrega, a fim de obter o voto do eleitor. (TSE - Ac. de 29.8.2013 no REspe nº 403803, rel. Min. Henrique Neves, red. designado Min. Luciana Lóssio.) LETRA D – ERRADA Lei das Eleições Art. 41-A. § 1º Para a caracterização da conduta ilícita, é DESNECESSÁRIO o pedido explícito de votos, bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir. LETRA E – ERRADA A caracterização da captação ilícita de sufrágio pressupõe a ocorrência simultânea dos seguintes requisitos: a) prá�ca de uma das condutas previstas no art. 41-A da Lei 9.504/97; b) fim específico de obter o voto do eleitor; c) par�cipação ou anuência do candidato beneficiário na prá�ca do ato. (TSE - Ac. de 1.12.2011 no AgR-REspe nº 815659, rel. Min. Nancy Andrighi.) Assim, necessita-se da anuência ou par�cipação do candidato. 3. D Lei 9.504/97 Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: IV - fazer ou permi�r uso promocional em favor de candidato, par�do polí�co ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público; § 4º O descumprimento do disposto neste ar�go acarretará a suspensão imediata da conduta vedada, quando for o caso, e sujeitará os responsáveis a multa no valor de cinco a cem mil UFIR. § 10. No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou bene�cios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o acompanhamento de sua execução financeira e administra�va. (Incluído pela Lei nº 11.300, de 2006) Art. 74. Configura abuso de autoridade, para os fins do disposto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, a infringência do disposto no § 1º do art. 37 da Cons�tuição Federal, ficando o responsável, se candidato, sujeito ao cancelamento do registro ou do diploma. Art. 78. A aplicação das sanções cominadas no art. 73, §§ 4º e 5º, dar-se-á sem prejuízo de outras de caráter cons�tucional, administra�vo ou disciplinar fixadas pelas demais leis vigentes. 4. C O item 1 está errado porque o servidor em comissão apenas pode ser nomeado ou exonerado (art. 73, V, “a”, Lei das Eleições). Não há disposi�vo que lhe permita a cessão. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 29 O item 2 está errado porque a Lei não traz essa exceção. O item 3 está correto, diante do art. 73, III, da Lei das Eleições: Lei das Eleições Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: III - ceder servidor público ou empregado da administração direta ou indireta federal, estadual ou municipal do Poder Execu�vo, ou usar de seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de candidato, par�do polí�co ou coligação, durante o horário de expediente normal, salvo se o servidor ou empregado es�ver licenciado; 5. E Lei das Eleições Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: V - nomear, contratar ou de qualquer forma admi�r, demi�r sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito, RESSALVADOS: a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança; (LETRA C - CORRETA) b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República; (LETRA D - CORRETA) c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele prazo; (LETRA E – CORRETA) d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Execu�vo; (LETRA A - CORRETA) e) a transferência ou remoção ex officio de m i l i ta re s , p o l i c i a i s c i v i s e d e a ge nte s penitenciários. (LETRA B - INCORRETA). @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
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