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Neuropsicologia da Atenção

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Neuropsicologia da Atenção 
Atenção integral à Saúde mental 
Neuropsicologia da Atenção 
 Aspectos conceituais 
 Modelos teóricos 
 Classificação/tipos de atenção 
 Base neuroanatomofuncional 
 Fatores que influenciam/alteram a atenção 
 Alteração patológica da atenção 
 Avaliação da atenção: principais instrumentos 
 
Aspectos conceituais 
A atenção pode ser definida como a capacidade do indivíduo de selecionar e 
responder predominantemente alguns estímulos que lhe interessam em detrimento de 
outros. Desse modo, a atenção relaciona-se ao processamento prioritário de informações 
sensoriais e seu ordenamento. Portanto, o ato de prestar atenção, independente da 
modalidade sensorial, aumenta a sensibilidade para o alvo, sua discriminação, além de 
reduzir possíveis interferências causadas por estímulos distratores. 
Além disso, a atenção tem sido dividida em um grupo de habilidades, incluindo 
esforço mental, alerta, concentração e capacidade de focalizar em alguns elementos, 
inibindo outros e modificando o foco se necessário. E paralelamente a essas habilidades, 
existe a divisão dos processos atencionais em 5 aspectos: alerta ou nível de ativação, 
que se trata resumidamente da capacidade do corpo responder a estímulos e do meio 
gerar alterações nos níveis de atenção; sustentação, que é a prontidão do indivíduo de 
detectar e responder aos estímulos; alternância, que é o potencial de mudar o foco da 
atenção voluntariamente; seletividade, que envolve a capacidade de suprimir estímulos 
irrelevantes, considerados distratores, e privilegiar determinados estímulos considerados 
mais importantes; e divisão, que consiste na capacidade de atender a mais de um 
estímulo de maneira simultânea. 
 
 
 
Modelos teóricos 
Os mecanismos atencionais atuam de um modo dinâmico, selecionando os 
estímulos que chegam pelas diferentes vias sensoriais e organizando os processos 
mentais. Esses mecanismos e subdivisões da atenção são esquematizados abaixo. 
 
William James (1890), um importante estudioso do tema destacou que atenção 
“... é a tomada de posse pela mente de forma clara e vívida, de um entre os muitos 
objetos ou cadeias de pensamento simultaneamente possíveis. A focalização, a 
concentração da consciência, fazem parte da sua essência”. Nesse sentido, nota-se as 
três principais características da atenção: 
a) a possibilidade de se exercer um controle voluntário da atenção; 
b) inabilidade em atender diversos estímulos ao mesmo tempo, ou seja, o caráter 
seletivo e focal; 
 c) capacidade limitada do processamento atencional. 
Além disso, ele distinguiu entre os modos de atenção chamados “ativos” e “passivos”. 
Nesse contexto, a atenção seria ativa quando controlada de forma top-down pelos 
objetivos ou pelas expectativas do indivíduo – isto é, a grosso modo, quando controlada 
corticalmente, sobrepujando mecanismos de atenção instintivos. Todavia, a atenção é 
passiva quando controlada de forma bottom-up por estímulos externos (p. ex., um ruído 
alto) – em que o indivíduo se atenta para o ocorrido instintivamente. Essa distinção 
ainda é importante nas teorizações recentes. 
Também há uma distinção importante entre atenção focalizada e atenção 
dividida. Estuda-se a atenção focalizada (ou atenção seletiva) apresentando aos 
indivíduos dois ou mais estímulos ao mesmo tempo e instruindo-os a responder a 
apenas a um deles. Um exemplo de atenção focalizada é um predador que segue a pista 
de um animal em um rebanho. O trabalho sobre a atenção focalizada ou seletiva nos 
indica com que eficácia podemos selecionar certos estímulos e evitar sermos distraídos 
por estímulos que não estão relacionados à tarefa. A atenção dividida também é 
estudada apresentando-se pelo menos dois estímulos ao mesmo tempo. No entanto, ela 
difere da atenção focalizada uma vez que os indivíduos são instruídos a prestar atenção 
(e a responder) a todos os estímulos. A atenção dividida também é conhecida como 
multitarefa, uma habilidade cada vez mais importante no mundo de hoje. Os estudos da 
atenção dividida proporcionam informações úteis sobre nossas limitações de 
processamento e sobre a capacidade dos mecanismos da atenção. Há outra distinção 
importante, desta vez entre a atenção externa e interna. Atenção externa se refere a 
“seleção e modulação da informação sensorial”, enquanto atenção interna se refere a 
“seleção, modulação e manutenção da informação gerada internamente, como as regras 
das tarefas, respostas, memória de longo prazo ou memória de trabalho”. 
Do ponto de vista histórico, vários modelos teóricos foram propostos desde as 
considerações de William James, em sua maioria, com foco em determinar o momento 
de seleção dos estímulos. Dividiram-se, portanto, as teorias da seleção inicial e as 
teorias de seleção tardia: A primeira determina que os estímulos não precisam ser 
analisados completamente para serem selecionados. Já as teorias de seleção tardia 
indicam que os estímulos que chegam pelas vias sensoriais recebem uma análise prévia 
de características e significados e a partir daí são selecionados os estímulos que 
receberão um processamento mais aprofundado pelas áreas corticais. 
Dentre os estudos da área, é importante citarmos o problema da cocktail party 
(como conseguimos acompanhar apenas uma conversa quando várias pessoas estão 
falando ao mesmo tempo?), formulado por Cherry, a partir do qual desenvolveu a teoria 
da atenção auditiva focalizada. De acordo com o autor, um indivíduo é capaz de 
selecionar e atender predominantemente apenas os estímulos que tem interesse (fazendo 
uso das diferenças entre as características físicas dos inputs auditivos), ignorando os 
demais que não são processados. Quando Cherry apresentou duas mensagens na mesma 
voz a ambos os ouvidos de uma só vez (eliminando, assim, as diferenças físicas), os 
ouvintes acharam muito difícil separar as duas mensagens com base somente nas 
diferenças de significado. 
A partir desse panorama, Broadbent (1958) definiu a teoria do filtro (gargalo), 
em que os indivíduos possuem uma capacidade limitada de atenção, na qual somente os 
estímulos relevantes são atendidos ou processados, o sistema atua como um filtro que 
"abre" para as informações que atendem a determinadas características e mantém as 
demais sensorialmente “amortecidas” e posteriormente às descarta. Assim, os estímulos 
não atendidos são rejeitados nos estágios iniciais do processamento das informações. 
Em suma, defendeu que existe uma seleção inicial. 
Já Treisman (1964) propôs que a localização do gargalo seria mais flexível do 
que Broadbent sugeriu. Ela indicou que os ouvintes iniciam o processamento com base 
em pistas físicas, padrão silábico e palavras específicas, prosseguindo com processos 
fundamentados na estrutura gramatical e no significado. Se houver capacidade 
insuficiente de processamento para permitir a análise integral do estímulo, os processos 
posteriores são omitidos. Também argumentou que processos top-down (p. ex., 
expectativas) são importantes. Os ouvintes que executam a tarefa de 
atenuação/sombreamento por vezes dizem uma palavra que foi apresentada dentre os 
estímulos não atendidos. Essas rupturas ocorrem principalmente quando a palavra no 
canal não atendido é muito provável no contexto da mensagem atendida. 
Por último, Deutsch e Deutsch (1963) se situaram no outro extremo de 
Broadbent. Eles defenderam que todos os estímulos são totalmente analisados, com o 
estímulo mais importante ou relevante determinando a resposta. Essa teoria coloca o 
processamento em gargalo muito mais próximo do fim da resposta do sistema de 
processamento do que a teoria de Broadbent. Em suma, argumentaram a favor da 
seleção tardia. 
 Esses modelos são esquematizados abaixo: 
 
 
Classificação 
1. VOLUNTÁRIA/EXECUTIVA 
 
1.1. CONCENTRADA - Envolve mecanismos de monitoramento e resolução de 
conflitos entre pensamentos,sentimentos e comportamentos. É o tipo exigido 
para estudar, por exemplo, em que se exige uma consciência daquilo em que irá 
concentrar a atenção. Também demandada quando há recorrência na mudança 
de foco dos estímulos. Por exemplo, quando está concentrado em uma leitura e 
repentinamente redireciona o foco de atenção para o celular. 
 
1.2. SELETIVA – Capacidade de direcionar conscientemente a atenção a 
determinada coisa ou localização em detrimento de outras. Exige habilidades 
cognitivas específicas, como segmentação do discurso, memória operacional e 
inteligência não verbal. Exemplo, conversar com alguém no bar. 
 
1.3. DIVIDIDA – Capacidade de mudar o foco de atenção alternadamente mas 
mantendo o comportamento fluido, ou seja, sem interrupção das atividades. 
Exemplo, acompanhar a aula e anotar ao mesmo tempo. 
 
1.4. ALTERNADA – Foco simultâneo em dois estímulos sensoriais distintos, 
processando informações de maneira paralela. Exemplo, ouvir música enquanto 
dirige. 
 
1.5. SUSTENTATADA – É a habilidade de manter-se focado durante uma 
atividade contínua e repetitiva, quando a mente está focada em uma mesma 
tarefa por um longo período, sem distrações. Pode ser de alta complexidade, por 
exemplo, realização de uma prova, ou de baixa complexidade, por exemplo, 
manter a vigilância noturna. 
 
2. INVOLUNTÁRIA 
 
2.1. ALERTA – Detecção de estímulos e sua manutenção ao longo do tempo. É a 
reação repentina a estímulos inesperados, como a um som de explosão. 
 
2.2. NÍVEL DE CONSCIÊNCIA/ORIENTAÇÃO – É a seleção de informações 
de entrada sensorial. Por exemplo, estímulos visuais. Tem forte relação com os 
movimentos oculares. 
 
Base neuromorfofuncional 
É consenso atualmente que a atenção não consiste em um processo unitário, já que ela 
resulta da interação de inúmeras áreas do Sistema Nervoso Central. 
 Primeiramente, o estado de atenção necessita de um estado de alerta ou vigília 
anterior, isto é, precisa de um córtex em pleno funcionamento para a recepção dos 
estímulos captados pelos órgãos sensoriais. 
 Dessa forma, uma das principais regiões responsáveis por esse estado de alerta e 
vigília anterior é a Formação Reticular, ou também Sistema Ativador Reticular 
Ascendente (SARA). Esse sistema consiste num agregado de neurônios separados por 
fibras nervosas, que ocupa a parte central do tronco encefálico. 
 Então, a Formação Reticular tem como principal função a ativação do córtex 
cerebral, regulando a Atenção e os estados de alerta e sono, de forma a possibilitar o 
nível de consciência básico para manter a vigilância necessária a Atenção. Além disso, 
existe outro circuito também implicado na manutenção da Atenção: o circuito 
dopaminérgico. A superatividade nesse circuito acarreta um aumento excessivo da 
Atenção, o que explica os quadros de Esquizofrenia. 
 Por outro lado, como já foi citado, existem inúmeras outras áreas do SNC que 
estão envolvidas com a Atenção, como o Tálamo, o Lobo Parietal, o Córtex Frontal, o 
Lobo Temporal, dentre outras. 
 O Tálamo participa do processo de Atenção principalmente por meio dos 
Núcleos Intralaminares, que fazem a filtração dos sinais enviados pelo SARA e os 
projetam até o Núcleo Caudado, localizado no córtex estriado, e para outras áreas 
corticais. 
Outra estrutura importante é o Núcleo Reticular, que possui associações 
recíprocas com o Córtex Pré-Frontal, com Núcleos Sensoriais do Tálamo e com os 
Núcleos da Base, funcionando como uma espécie de filtro, de modo que somente 
algumas informações prossigam em direção ao córtex cerebral. 
O Lobo Parietal Posterior está envolvido na seleção sensorial, com ênfase na 
seleção das informações visuais e na Atenção direcionada ao ambiente. Além disso, ele 
possui o Circuito Orientador, que permite o desligamento do foco atencional de um 
determinado alvo e o seu deslocamento para outro, bem como a realização de ajustes 
finos para que os estímulos possam ser melhor percebidos. 
O Córtex Frontal também possui um importante papel na modulação da 
Atenção, especialmente na região do Campo Ocular Frontal, a qual está envolvida com 
o planejamento de movimentos oculares, uma vez que o foco atencional tem intima 
relação com a fixação ocular. 
O Córtex Pré-Frontal atua na intensidade do foco de Atenção por meio de 2 
áreas: 
 A Área Pré-Frontal Dorsolateral, que possui relação com a seleção de 
respostas e o controle seletivo delas, além de possibilitar a troca do foco 
de atenção de aspectos específicos de um objeto para aspectos mais 
gerais. Dessa forma lesões nessa área ocasionam alterações como 
distraibilidade, impersistência e perseveração; 
 A Área Pré-Frontal Orbitomedial, que está implicada na modulação dos 
impulsos, no humor e na memória de trabalho. Lesões nessa região 
produzem alterações como labilidade afetiva, impulsividade e 
desinibição. 
O Lobo Temporal Medial do sistema límbico é outra estrutura importante, já que 
possui relação com a carga afetiva que os diferentes objetos provocam no cérebro. 
Ademais, o Sistema Límbico está relacionado com os aspectos afetivos e emocionais da 
Atenção, os quais interagem com os aspectos de seleção e hierarquização da 
consciência, processados em regiões Pré-Frontais e Parietais, gerando um produto final: 
a Atenção. 
O Giro do Cíngulo é parte do chamado Circuito Executivo da Atenção, que 
possibilita que ela se mantenha de forma prolongada, ao mesmo tempo em que inibe os 
estímulos que distraidores até que o objetivo seja alcançado. 
A Amígdala também participa indiretamente, pois recebe aferências da 
Formação Reticular e as projeta para outras áreas, uma vez que é a estrutura subcortical 
com o maior número de projeções do sistema nervoso, com cerca de 14 conexões 
aferentes e 20 eferentes. 
Fatores que alteram a atenção 
 As alterações da atenção podem ser classificadas em alterações quantitativas e 
alterações qualitativas. 
As alterações quantitativas são a Hipoprosexia e a Aprosexia. Quando um 
indivíduo apresenta uma diminuição global da atenção devido à fadiga, tédio ou 
sonolência, consideramos essa alteração como Hipoprosexia, portanto, são necessários 
estímulos vigorosos para que o indivíduo volte a sua atenção à fonte do estímulo. A 
Aprosexia, então, é definida como a abolição da atenção, sendo um processo que ocorre 
durante o sono profundo sem sonhos e durante o estado de coma. 
As alterações qualitativas da atenção são a Rigidez da Atenção (Distração, 
Estreitamento da Atenção) e a Labilidade da Atenção (Distraibilidade). Quando o 
indivíduo mantém a sua atenção focada em um objeto por um longo período de tempo 
(Hipertenacidade com Hipomobilidade da atenção), consideramos que há uma rigidez 
da atenção. Uma pessoa que está lendo um livro muito interessante e não desvia a sua 
atenção para os fatores externos é um exemplo de indivíduo que apresenta essa 
característica. No entanto, quando um indivíduo não consegue manter a sua atenção por 
muito tempo em um objeto (Hipotenacidade com hipermobilidade da atenção), 
considera-se que essa pessoa apresenta um Labilidade de Atenção, sendo que essa 
característica é comum na ingestão de álcool, em que o indivíduo perde a capacidade de 
foco e há predomínio da Atenção Involuntária (Espontânea). 
 
 
Alteração da Atenção: quadros clínicos 
 
A hipoprosexia aparece na esquizofrenia, depressão e na demência, ocorrendo em 
função de apatia ou falta de interesse. Pode também ser secundária a um rebaixamento 
de consciência, nos quadros de delírio sem psicose, e pode estar associada a um déficit 
intelectivo, no retardo mental e na demência. 
A aprosexia é encontrada nos estados de rebaixamento da consciência muito profundos, 
no coma, na demência avançada e em alguns casos de estupor. 
A rigidez da atenção acontece na depressão, em relação a pensamentos e recordações 
dolorosas; no transtorno obsessivo-compulsivo, em relação às ideias recorrentes;na 
hipocondria, em relação às sensações corporais; e na esquizofrenia, em relação à 
delírios e alucinações. 
A labilidade da atenção acontece na mania; na intoxicação por álcool, anfetamina ou 
alucinógenos; nas síndromes de ansiedade; no transtorno de déficit de atenção e 
hiperatividade; nos quadros de delírio com sintomas psicóticos; em alguns indivíduos 
com retardo mental ou demência; e em pacientes que estão apresentando delírios 
persecutórios. 
 FISIOLÓGICO PATOLÓGICO 
HIPOPROSEXIA Fadiga, tédio e 
sonolência 
Esquizofrenia, depressão e demência 
APROSEXIA Sono sem 
sonhos 
Coma, demência avançada e estupor 
RIGIDEZ DA ATENÇÃO Ler um livro Depressão, transtorno obsessivo-
compulsivo, hipocondria e esquizofrenia 
LABILIDADE DA 
ATENÇÃO 
 
- 
Mania, transtorno de déficit de atenção e 
hiperatividade, delírio com sintomas 
psicóticos, e intoxicação por álcool, 
anfetamina ou alucinógenos 
 
 
 
Avaliação neuropsicológica da atenção 
 
Obrigatória em qualquer exame neuropsicológico 
Atualmente tem se dado preferência a testes computadorizados. 
O déficit é clinicamente significativo? Qual a provável origem? 
 
Testes comumente utilizados para avaliar atenção seletiva: 
 
Stroop: Prova de seletividade da atenção. Torna necessário inibir o estímulo prepotente 
(leitura) para que se diga a cor da tinta da palavra. 
 
Stroop dia e noite- crianças 
 
Teste d2 de Atenção concentrada: Avalia atenção seletiva. Uma folha com 14 linhas 
de estímulos é apresentada. Em cada linha, encontram-se 47 estímulos, que podem ser 
as letras d ou p, com um, dois ou três símbolos de apóstrofe sob, sobre ou aos lados da 
letra. O objetivo é cancelar (marcar) as letras d acompanhadas de duas apóstrofes. 
Como é uma tarefa longa e de difícil execução, considera-se que o d2 avalia também 
atenção sustentada. A cada 20 segundos, o sujeito é instruído a trocar para a linha 
imediatamente abaixo. Avaliam-se os erros por comissão e os erros por omissão, os 
quais estão respectivamente associados com impulsividade e baixa capacidade 
atencional. 
 
 
 
Teste de Atenção por Cancelamento (TAC): Avalia atenção seletiva e alternada. É 
composto por 3 etapas: Primeiro apresenta-se ao sujeito uma folha com estímulos (letras 
ou símbolos) dispostos de forma linear ou aleatória (dispersos pela folha). A tarefa 
consiste em fazer um círculo ao redor do estímulo-alvo, quantas vezes ele estiver 
presente. Na segunda parte da avaliação, o desafio é maior: o sujeito deve procurar por 
dois estímulos juntos – por exemplo, um triângulo e um círculo, nessa ordem. Na 
terceira e última etapa, avalia-se a atenção alternada; para isso, no começo de cada linha 
localiza-se o estímulo-alvo. 
A análise é realizada em relação ao número de acertos, de erros de comissão 
(cancelamento de estímulo não alvo) e de omissões (não cancelamento de estímulo-
alvo). 
É muito comumente utilizado no exame para Carteira Nacional de Habilitação (CNH), 
dada a possibilidade de utilização com populações de diferentes graus de instrução. 
Além disso, diferenças nos índices de acerto entre os lados direito e esquerdo da folha 
podem indicar heminegligência (incapacidade ou grande dificuldade em processar 
estímulos situados em um dos lados – normalmente o esquerdo), a qual é uma 
decorrência frequente do AVC. 
 
Teste de Trilhas (TMT): Tem sido utilizado como avaliação cognitiva geral – ainda 
que envolva preponderantemente processos atencionais e de função executiva. As 
características às quais o teste é sensível incluem: atenção, acuidade visual, percepção 
visual, velocidade de processamento, flexibilidade cognitiva e planejamento motor. É 
atualmente apresentado em duas folhas de papel, com uma parte (A e B) do teste em 
cada folha. A trilha A é composta por 25 círculos numerados (de 1 a 25) aleatoriamente 
distribuídos; a instrução é que o sujeito 39 ligue os círculos, do menor número ao maior, 
com um traço contínuo. Na trilha B, os 25 círculos possuem números ou letras, e o 
sujeito é instruído a ligar alternadamente números e letras em ordem crescente (1-A; 2-
B; 3-C). Antes de cada trilha, oferece-se ao sujeito uma folha de treino, para que 
compreenda a tarefa. 
 
Teste de dígitos: Apresenta duas variações: ordem direta e ordem inversa. Na versão 
direta, o avaliador apresenta em voz alta uma série de números, que deve ser repetida 
pelo sujeito. Já na versão com ordem inversa, o sujeito deve repetir os números do 
último ao primeiro. 
 
Testes comumente utilizados para avaliar atenção sustentada e alternância: 
 
Testes de Desempenho Contínuo (CPT). Apresenta-se como uma tarefa 
computadorizada na qual o sujeito deve apertar um botão para todas as letras que lhe 
forem apresentadas, exceto para uma letra específica (X), que não deve ser 
acompanhada de nenhum botão. É uma tarefa bastante longa e que exige concentração 
constante, o que a qualifica como de atenção sustentada. Versões para crianças, bem 
como versões com estímulos auditivos, ou com formas diferentes têm sido 
desenvolvidas e utilizadas, em especial no âmbito da pesquisa. O Teste de Habilidade 
de Atenção Auditiva Sustentada (THAAS) é similar aos CPTs auditivos e consiste na 
apresentação (em CD-ROM de áudio) de 21 palavras monossilábicas, dentre as quais a 
palavra “não” é o estímulo-alvo. Ao ouvir a palavra “não” ser reproduzida, o sujeito 
deve levantar a mão. Há a apresentação de 100 palavras, sendo que o estímulo-alvo é 
apresentado 20 vezes. 
 
TAVIS-4 (Teste de Atenção Visual): é um teste computadorizado, pensado para 
crianças de 7 a 17 anos. Consiste em 3 tarefas: 
Responder seletivamente a um estímulo alvo. 
(Seletividade) 
 
Responder alternadamente a 2 parâmetros diferentes. 
(Alternância) 
 
Responder rapidamente ao aparecimento de um estímulo. (sustentação). 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
ALMEIDA, Rodrigo da Silva et al. A Psicofisiologia da Atenção: uma revisão 
bibliográfica. Ciências Humanas e Sociais, Alagoas, v. 5, n. 1, p. 123-136, nov. 2018. 
 
DECKER, Roberto. Neuropsicologia e atenção. Trabalho de Conclusão de Curso 
(Graduação em Psicologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 
2015. 
ELIE, Cheniaux Júnior. Manual de psicopatologia. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2015. 
EYSENCK, Michael W.; KEANE, Mark T. Manual de Psicologia Cognitiva. 7 ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2017. 
HUMES, Eduardo de Castro et al. Clínica Psiquiátrica: consulta rápida. 1ed. Barueri 
[SP]: Manole, 2019. 
LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de 
neurociência. 2 ed. São Paulo: Ateneu, 2010. 
LENT, Roberto. Neurociência da Mente e do Comportamento. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2008. 
LIMA, Ricardo Franco de. Compreendendo os Mecanismos Atencionais (2005). 
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
58212005000300013> Acesso em: 27/06/2021.

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