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Resumo PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS

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PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS: PERCEPÇÃO, APRENDIZAGEM E 
MEMÓRIA 
Funções mentais como sensação, percepção, atenção, memória, pensamento, 
linguagem, motivação, aprendizagem e etc, são caracterizadas na psicologia 
como “Processos Psicológicos Básicos”. 
 
Essas funções derivam tanto das interações de processos inatos quanto de 
processos adquiridos, junto a relações do indivíduo de experiência e vivência 
com o meio. 
 
Apesar das distinções desses processos é por meio de sua relação e influência 
que se pode compreender a dinâmica da mente, pois eles interagem e até 
dependem de outros processos. 
 
Algumas das funções mais estudadas nos processos psicológicos básicos 
são: 
 
MEMÓRIA: Capacidade que permite a codificação, o armazenamento e 
recuperação de dados. De forma resumida a memória pode ser dividida em três 
processos: 
 
Codificação: Envolve o processo de entrada e registro inicial da informação e a 
capacidade de mantê-la ativa para o processo de armazenamento. 
 
Armazenamento: Envolve a manutenção da informação codificada pelo tempo 
necessário para que possa ser recuperada e utilizada quando evocada. 
 
Evocação ou reprodução: Caracterizada pela recuperação da informação 
registrada e armazenada, para que possa ser usada por outros processos 
cognitivos como pensamento, linguagem e etc. 
 
A memória ainda pode ser classificada como memória de curto prazo, 
memória de longo prazo, autobiográfica, episódica e sensorial. A perda ou 
dificuldade de Armazenamento ou recuperação de informações é conhecida 
como amnésia e deve ser tratada sendo comum em casos de lesões e traumas 
de diferentes espécies. 
 
EMOÇÃO: É um estado mental subjetivo associado a uma ampla variedade de 
sentimentos, comportamentos e pensamentos. Ela desempenha um papel 
central nas atividades humanas, já que as emoções alteram a atenção e o nível 
do comportamento resultando em diferentes respostas do indivíduo. Pode ser 
considerada como uma espécie de depósito de influências aprendidas e inatas. 
 
PENSAMENTO: É a capacidade de compreender, formar conceitos e organizá-
lo. Estabelece relações entre os conceitos por meio de elementos de outras 
funções mentais (como as vistas anteriormente), além de criar novas 
representações, ou seja, novos pensamentos. O pensamento possibilita a 
associação de dados e sua transformação em informação estando 
consequentemente associado com a resolução de problemas, tomadas de 
decisões e julgamentos. 
 
LINGUAGEM: A Linguagem é a capacidade de receber, interpretar e emitir 
informações ao ambiente. Por meio da linguagem podem-se trocar informações 
e desenvolver formas de compreensão e de expressão. A linguagem reflete a 
capacidade de pensamento, então se uma pessoa tiver um transtorno de 
pensamento sua linguagem poderá ser prejudicada. Junto aos processos 
cognitivos é que a linguagem se desenvolve e se as habilidades das funções 
mentais são crescentes assim os recursos linguísticos também serão. 
 
Sensação: A sensação é a resposta sensorial ou objetiva ao estimulo do meio 
ela detecta a experiência sensorial básica por meio dos sons, objetos, odores e 
etc. Desse modo, essa função pode classificada como sendo de natureza 
objetiva. 
 
Percepção: Refere-se a capacidade de captar os estímulos do meio para 
processamento da informação. Os órgãos dos sentidos são responsáveis pela 
captação das informações, ou seja, o processamento cerebral depende da visão, 
olfato, tato e etc. Ela é considerada uma característica subjetiva, diferentemente 
da sensação que é classificada como sendo objetiva. 
 
O que é o homúnculo Penfield: Entre 1937 e 1954, o neurocirurgião americano 
Wilder Penfield e seus colaboradores desenvolveram várias representações de 
um aspecto marcante da topografia cerebral: a presença de “mapas” das vias 
nervosas, tanto sensoriais quanto motoras, no córtex. As diferentes funções do 
nosso organismo não são representadas proporcionalmente no referido mapa, 
mas seu tamanho depende da complexidade dos nervos correspondentes. No 
entanto, a localização dessas áreas do cérebro tem paralelos notáveis com a 
estrutura externa do corpo. 
 
O homúnculo sensorial representa o córtex sensorial ou sensorial primário, 
localizado no giro pós-central, um giro cerebral localizado na região do lobo 
parietal ligada ao frontal. 
 
De fato, Penfield foi o primeiro a descrever essa parte do cérebro, que 
corresponde às áreas 1, 2 e 3 do modelo de Brodmann. 
 
INTRODUÇÃO ÀS NEUROCIÊNCIAS NOS ESTUDOS DOS PROCESSOS 
PSICOLÓGICOS BÁSICOS 
 
Qual a importância de buscarmos correlacionar a atividade neuronal com a 
cognição humana para algumas áreas de atuação da psicologia, por exemplo, a 
Avaliação neuropsicológica e a reabilitação neuropsicológica? 
 
CÓRTEX PRÉ-FRONTAL 
FUNÇÕES: 
Foco 
Previsão/antecipação 
Controle de impulsos 
Planejamento 
Empatia 
Insight 
Organização 
Julgamento 
Controle emocional 
Aprendizagem com erro 
 
DISFUNÇÕES 
Atenção (short span) 
Procrastinação 
Julgamento rebaixado 
Falta de Insight 
Impulsividade 
Desorganização 
Falta de empatia 
Distraibilidade 
Baixa capacidade de aprendizagem com os erros 
 
ÁREAS ESPECIALIZADAS 
 
Polo – funções executivas 
 
Orbitofrontal – controle de impulsos e emoções (parte do sistema límbico) 
 
Ventro e dorso lateral – fala no lado esquerdo e atenção e insight no Direito 
 
LOBO TEMPORAL 
FUNÇÕES: 
Compreensão/uso da linguagem 
Recuperação de palavras 
Facilitação da memória longo prazo 
Leitura de pistas sociais 
Ritmo musical 
Aprendizagem auditiva 
Estabilidade emocional 
Reconhecimento facial 
Entonação verbal 
Aprendizagem visual 
 
DISFUNÇÕES 
Problemas de memória 
Ilusões 
Confusão espacial 
Hipergrafia 
Problemas de aprendizagem 
Ansiedade 
Agressividade 
Religiosidade 
Pensamentos sombrios 
 
ÁREAS ESPECIALIZADAS 
 
Medial – contém a amigdala (processamento emocional) e o hipocampo 
(processamento da memória); 
 
Lateral – processamento auditivo, reconhecimento de objetos e recuperação de 
palavras. 
 
LOBO PARIETAL 
FUNÇÕES: 
Processamento da informação sensorial (tato, pressão, dor e temperatura) 
Processamento espacial, direcional 
Orientação visual das mãos, dedos, olhos e membros 
Lateralidade 
Cognição espacial, leitura e aritmética 
Criação de mapas visuais e de leitura 
Reconhecimento dos próprios Problemas 
 
DISFUNÇÕES: 
Sobrecarga sensorial 
Problemas de processamento espacial e direção 
Descoordenação visuomotora 
Apraxia da construção - dificuldades de empilhar blocos ou montar quebra-
cabeças 
Dificuldades em copiar, recortar papel, relações espaciais, desenhar mapas e 
vestir-se 
Agnosia de direção (não consegue apontar direções com os olhos fechados) 
Agrafia (dificuldades com a escrita) 
Confusão direita/esquerda 
Dificuldades de perceber erros e a presença de problemas. 
 
LOBO OCCIPITAL 
FUNÇÕES: 
Mapeamento do mundo visual 
Identificação das cores 
Avaliação distância, tamanho e profundidade; 
Identificação de rostos e objetos familiares 
Recepção dos dados visuais brutos 
Transmissão de informações visuais para outras regiões do córtex 
 
DISFUNÇÕES: 
Alucinações 
Cegueira 
Hemianopsia (diminuição da visão, perda da metade do campo visual) 
Prosopagnosia (incapacidade de reconhecimento de rostos) 
Agnosia visual para objetos 
Alexia pura (incapacidade de ler) 
Disfunções do lobo occipital podem ainda causar epilepsia; dificuldades com a 
coordenação dos movimentos, com as habilidades motoras finas, grossas e 
equilíbrio; diferenciação de cores, formas, dimensões e tamanhos e dificuldades 
na localização espacial. 
 
CEREBELO 
FUNÇÕES: 
Controle motor 
Postura 
Marcha 
Funções executivas (CPF) 
Velocidade da integração cognitiva 
 
DISFUNÇÕES: 
Problemas de coordenação e marcha 
Hipotonia 
Tremor 
Fadiga 
Pensamento lentificado 
Fala lentificada 
ImpulsividadeAprendizagem condicionada Empobrecida 
 
GIRO CINGULADO ANTERIOR, MEDIAL E POSTERIOR 
FUNÇÕES: 
Cooperação 
Flexibilidade cognitiva 
Fluidez mental 
Processamento mental 
 
DISFUNÇÕES: 
Ressentimentos 
Compulsões 
Rigidez 
Oposição 
Preocupações 
Obsessões 
Problemas de flexibilidade Atencional 
 
GÂNGLIOS DA BASE E INSULA 
FUNÇÕES: 
Controle do relaxamento, da ansiedade Mediação do prazer 
Controle dos movimentos suaves 
Modulação motivacional 
 
DISFUNÇÕES: 
Aumento da atividade: Irritabilidade, hipervigilância, tensão e motivação 
excessiva; ansiedade e pânico; evitação e catastrofização 
 
Diminuição da atividade: déficit de atenção e desmotivação 
 
SISTEMA LÍMBICO E TÁLAMO 
FUNÇÕES: 
Estabelece o tônus emocional 
Registro de memórias 
Conexão afetiva 
Resposta de fuga/ataque 
Modulação da motivação 
Olfato 
Libido 
 
DISFUNÇÕES: 
Negatividade 
Culpa 
Tristeza 
Alterações de apetite e sono 
Baixa motivação e energia 
Baixa autoestima 
Perda da libido 
Aumento da atividade geralmente está associado a quadros de distimia, 
depressão e negatividade 
 
CÉREBRO X APRENDIZAGEM 
 
• O processo de desenvolvimento cerebral envolve a maturação de diversos 
processos sensoriais e perceptivos que favorecem e possibilitam o 
desenvolvimento cognitivo. 
 
• Dessa forma, na UNIDADE PRIMÁRIA de desenvolvimento cerebral estão 
presentes as respostas instintivas de sobrevivência vinculadas aos sentidos da 
visão, da audição, do tato, do olfato, da gustação, da propriocepção e vestibular. 
 
Na UNIDADE SECUNDÁRIA de desenvolvimento ocorre a integração dos 
sentidos através do processamento motor/vestibular, visual, auditivo, tátil, 
propriocepção consciente e linguagem receptiva. 
 
• O desenvolvimento e integração da primeira e segunda unidades permitem e 
subsidiam o desenvolvimento da UNIDADE TERCIÁRIA que está relacionada 
com a cognição, a tomada de decisão, o planejamento e a ação. 
 
É esse desenvolvimento integrado que possibilita a apreensão, compreensão, 
reconhecimento e processamento das informações obtidas na realidade externa 
e que se convertem em aprendizagem. 
 
• Dificuldades, transtornos ou desvios nessa rota de desenvolvimento ou em 
qualquer das unidades leva ao prejuízo e/ou dificuldades na aprendizagem. 
 
INTEGRAÇÃO SENSORIAL: É o processo neurológico que organiza a 
informação sensorial para gerar respostas adaptativas às demandas do 
ambiente. As falhas das múltiplas funções sensoriais do sistema nervoso podem 
interferir no comportamento e na aquisição de habilidades inerentes aos 
desenvolvimento infantil. 
 
Os sentidos e a sequência de ativação: 
- Tato (experiência de texturas) 
- Vestibular (equilíbrio) 
- Propriocepção (consciência corporal) 
- Olfato (experiência dos cheiros) 
- Paladar (experiência dos sabores) 
- Audição (experiência dos sons separados e integrados) 
- Visão (experiências de cores, formas e sombreados) 
 
BASES ANATÔMICAS ATENCIONAIS 
 
ATENÇÃO: A Atenção é a direção da consciência e o conjunto de processos 
psicológicos que possibilitam a concentração da atividade mental sobre um 
determinado fato ou objeto, com exclusão total ou parcial das demais, tornando 
os indivíduos capazes de selecionar, filtrar e organizar as informações em 
unidades controláveis e significativas, sendo imprescindível para que os 
estímulos do ambiente possam ser percebidos. 
 
Além de estar na base do conhecimento e da ação, possui importante valor de 
sobrevivência e, é indispensável para que haja o pensamento. 
 
Então, tendo em vista a complexidade em torno da Atenção, é possível 
depreender que esse processo psicológico básico não é unitário, sendo possível 
encontrar diversos tipos desse importante domínio cognitivo. 
 
HISTÓRIA DO ESTUDO DA ATENÇÃO: William James (1842-1910), de acordo 
com Heidbreder (1981) sem esmiuçar a questão, tratou da atenção e de seu 
caráter voluntário em determinados casos. O autor entendia que a atenção 
manifesta-se quando há voluntariedade da ação. Os estudos de James, segundo 
Barkley (2008) abrem espaço para George Still no início do século XX levantar 
a hipótese de que crianças com incapacidade controlar o próprio comportamento 
sofriam de déficits em volição inibitória, controle moral e atenção prolongada, 
sendo que estes três fatores estariam ligados entre si, tendo uma mesma base 
neurológica. 
 
A “confirmação” de que a atenção envolvia mecanismos neurológicos surge 
entre os anos de 1937-1941 quando são publicados artigos relatando 
experiências em que foram administradas anfetaminas em “jovens 
perturbadores” e observava-se melhoras notáveis no comportamento e 
desempenho acadêmico (BARKLEY, 2008). 
 
CIRCUITARIAS DO SISTEMA ATENTIVO 
1) Formação Reticular; 
2) Tálamo; 
3) Lobo parietal Posterior; 
4) Córtex Frontal e Pré-Frontal; 
5) Lobo Temporal Medial; 
6) Lócus Cerúleos; 
7) Giro Cingulado Anterior 
8) Amígdala. 
 
1) Formação Reticular: uma das principais regiões que têm participação 
primordial na Atenção é a Formação Reticular, também denominada por alguns 
autores como Sistema Ativador Reticular Ascendente – SARA; consiste num 
“agregado de neurônios separados por fibras nervosas que não correspondem 
exatamente ás Substâncias branca ou cinzenta e ocupa a parte central do tronco 
encefálico”. 
 
Então, a Formação Reticular tem como principal função a ativação do córtex 
cerebral, regulando a Atenção e os estados de alerta e sono, possibilitando o 
nível de consciência básico para manter a vigilância necessária a Atenção, 
fornecendo a preparação inespecífica a esse processo psicológico básico; 
existindo ainda outro circuito também implicado na manutenção da Atenção: o 
circuito dopaminérgico. A superatividade nesse circuito acarreta um aumento 
excessivo da Atenção e pode desencadear a Esquizofrenia. 
 
Representação da Formação Reticular e suas principais conexões no cérebro. 
As setas indicam a direção do impulso ao longo de vias nervosas que se 
conectam com o SARA 
 
2) Tálamo: O Tálamo também participa do processo de Atenção, principalmente 
por meio dos Núcleos Intralaminares, que fazem a filtração dos sinais enviados 
pelo SARA e os projetam até o Núcleo Caudado, localizado no córtex estriado, 
e para outras áreas corticais; com exceção das áreas corticais primárias. 
 
Núcleo Reticular: possui associações recíprocas com o Córtex Pré-Frontal, com 
Núcleos Sensoriais do Tálamo e com os Núcleos da Base, funcionando como 
um filtro ou uma comporta, fazendo com que apenas algumas informações 
prossigam em direção ao córtex cerebral; além do Núcleo Pulvinar, 
considerado a estrutura chave na modulação atencional da percepção. 
 
3) Lobo parietal posterior: especialmente o do lado direito, está envolvido na 
seleção sensorial, principalmente na seleção das informações visuais e na 
Atenção direcionada ao espaço extra pessoal. 
 
Circuito Orientador: possibilita o desligamento do foco atencional de um 
determinado alvo e o seu deslocamento para outro local, assim como o ajuste 
fino para que os estímulos possam ser melhor percebidos, sem deixar de 
mencionar a existência de outros centros que estão fora do córtex cerebral, a 
exemplo dos Colículos Superiores. Esse circuito ainda permite que o foco da 
Atenção seja direcionado para outros sistemas sensoriais. 
 
4) Córtex frontal e Córtex pré-frontal: possui um importante papel na 
modulação da Atenção, especialmente na região do Campo Ocular Frontal, 
região particularmente envolvida com o planejamento de movimentos oculares, 
programando movimentos sádicos oculares empregados na movimentação do 
foco atencional relacionado com a fixação do ocular. Ainda tem o Córtex Pré-
Frontal, implicado na intensidade do foco de Atenção; principalmente por 
meio de 2 áreas: 
1) A Área Pré-Frontal Dorsolateral, relacionada com a seleção de respostas e 
o controle seletivo, desempenhando também a funçãode manutenção da 
flexibilidade da resposta e geração de alternativas de respostas. Além disso, ao 
trocar repentinamente o foco da sua Atenção de aspectos específicos de um 
objeto para a sua configuração global o indivíduo ativa, além do Córtex Pré-
Frontal, o córtex de associação parietal. Assim, lesões na área pré-frontal 
dorsolateral ocasionam alterações na Atenção, com o distraibilidade, 
impersistência e perseveração, esta última definida como a repetição automática 
de respostas. 
 
2) A Área Pré-Frontal Orbitomedial, implicada na modulação dos impulsos, no 
humor e na memória de trabalho. Lesões nessa região produzem alterações na 
Atenção relacionadas com a labilidade afetiva, impulsividade e desinibição. 
 
5) Lobo Temporal Medial: do sistema límbico é outra estrutura que também 
participa da Atenção, uma vez que possui diversas regiões que se relacionam 
com a carga afetiva que os diferentes objetos provocam no cérebro. Além disso, 
os aspectos afetivos e emocionais da Atenção, mobilizados em áreas do sistema 
límbico, devem interagir com os aspectos de seleção e hierarquização da 
consciência, processados em regiões Pré-Frontais e Parietais, gerando um vetor 
final: a Atenção. 
 
6) Locus Coeruleus: envolvido na produção de Noradrenalina, importante 
neurotransmissor que participa da regulação do estado de alerta do organismo 
no Circuito Noradrenérgico. O Sistema Colinérgico é outro circuito importante, 
principalmente na orientação atencional. 
 
7) Giro Gingulado Anterior ou Giro do Cíngulo: apresenta outro circuito 
implicado nos processos atencionais, o chamado Circuito Executivo da Atenção, 
que possibilita que ela se mantenha de forma prolongada, ao mesmo tempo em 
que inibe os estímulos que distraidores até que o objetivo seja alcançado. 
 
8) Amígdala ou Corpo Amigdaloide: também participa indiretamente da 
regulação da Atenção, pois recebe aferências da Formação Reticular pois é “[...] 
a estrutura subcortical com o maior número de projeções do sistema nervoso, 
com cerca de 14 conexões aferentes e 20 eferentes”. 
 
 
 
O PROCESSO ATENCIONAL COGNIÇÃO: Cognição e um conjunto de 
atividades e processos pelos quais um organismo adquire informações e 
desenvolve conhecimentos. Envolve mecanismos mentais que agem sobre a 
informação sensorial, buscando a sua interpretação, classificação e 
organização, portanto cognição e o processo de conhecer. 
 
Funções cognitivas: 
• Orientação 
• Percepção 
• Atenção 
• Funções motoras 
• Linguagem e funções verbais 
• Habilidades viso espaciais e praxia construtiva 
• Memoria e aprendizagem 
• Funções executivas (raciocínio, resolução de problemas, abstração, formação 
de conceitos, organização, planejamento) 
 
A atenção não é um conceito singular, mas o nome de um campo complexo 
para estudo. 
 
Rueda, Noronha, Sisto e Bartholomeu (2008) destacam a existência de inúmeras 
definições sobre atenção propostas sob múltiplas perspectivas teóricas, não 
havendo sequer possibilidade de aproximação em torno de um conceito comum. 
 
Muitas das definições sobre atenção encontradas na literatura do século XX 
sofreram influência dos conceitos recuperados desde o século XIX – Atenção 
como um canal da mente que possui uma capacidade limitada para selecionar 
informações. 
 
– Atenção como uma função mental complexa relacionada à capacidade do 
sujeito para focalizar sua mente em algum estímulo do meio ambiente ou do seu 
conteúdo interno. 
 
A atenção era entendida como a capacidade do sujeito para selecionar e manter 
o controle sobre a entrada de informações externas e o processamento de 
informações internas necessárias em um determinado momento. 
 
Para autores contemporâneos, a atenção pode ser considerada como uma 
função cognitiva que ocorre desde os primeiros dias de vida, sendo sua principal 
função orientar os sentidos aos estímulos do ambiente. 
 
Dessa maneira, a medida em que o cérebro se desenvolve, passa a administrar 
de forma seletiva os recursos de processamento da informação, isto é, prestar 
atenção em um estímulo e inibir outros. 
DESENVOLVIMENTO DA ATENÇÃO 
 
- Nascimento – atenção elementar e involuntária/responsiva. 
- Primeiros meses – constante alternância no estado de alerta. 
- 1º mês – fixa o olhar porém a atenção não é voluntária. Esse fenômeno dura 
até o ü 4º mês quando o bebê consegue controlar melhor a orientação 
atencional. 
- A partir do 6º mês até os 02 anos de idade a atenção adquire um aspecto 
mais direcionado e seletivo. 
- O desenvolvimento da atenção voluntária se relaciona à aquisição da 
linguagem e ao desenvolvimento das interações sociais. 
 
Sternberg (2008) define atenção: como o processamento ativo de uma 
determinada quantidade de informação a partir da enorme quantidade disponível 
por meio dos órgãos dos sentidos, das memórias armazenadas e de outros 
processos cognitivos. 
 
– Os fenômenos psicológicos da atenção possibilitam o uso de recursos mentais 
limitados de maneira sensata. 
 
De acordo com Sternberg (2008), refere-se ao esforço exercido para focalizar e 
selecionar um estímulo para ser processado, que leva o indivíduo a responder a 
determinados aspectos do ambiente em lugar de fazê-lo em relação a outros. 
 
Permite ao ser humano utilizar seus recursos cognitivos para emitir respostas 
rápidas e adequadas mediante estímulos que julgue importante. 
 
• Ao diminuir a atenção sobre muitos estímulos exteriores, (ex. como sensações), 
e interiores, (ex. como pensamentos e memória), é possível focar nos estímulos 
que parecem mais interessantes. 
 
• Percebe-se nessas concepções a ideia de que a atenção envolve a seleção de 
algumas informações enquanto outras são excluídas. 
 
• Assim, evidencia-se que embora muitos sejam os conceitos para o mesmo 
construto, existe um ponto em comum entre as ideias descritas. 
 
Para Dalgalarrondo (2019), a atenção: pode ser definida como a direção da 
consciência, o estado de concentração da atividade mental sobre determinado 
objeto. Se refere ao conjunto de processos psicológicos que torna o ser humano 
capaz de selecionar, filtrar e organizar as informações em unidades controláveis 
e significativas. 
 
 
CONCEITOS BÁSICOS NATUREZA 
 
Voluntaria – exprime a concentração ativa e intencional da consciência sobre 
um objeto; 
 
Espontânea – que e aquele tipo de atenção suscitado pelo interesse 
momentâneo, incidental, que desperta este ou aquele objeto. 
 
DIREÇÃO 
Externa – projetada para fora do mundo subjetivo; 
Interna – voltada para os processos mentais do próprio indivíduo. 
 
AMPLITUDE 
Focal – concentrada sobre um campo determinado e relativamente delimitado e 
restrito a consciência; 
Dispersa – menos delimitada e sobre um campo menos determinado. 
 
TENACIDADE - E a capacidade de um indivíduo de fixar a sua atenção sobre 
determinada área ou objeto. Na tenacidade a atenção se prende a um 
determinado estimulo, fixando-se nele. 
 
VIGILÂNCIA - E definida como a qualidade da atenção que permite ao indivíduo 
mudar seu foco de um objeto para outro. 
 
ATENÇÃO FLUTUANTE – e um conceito desenvolvido por Freud, relativo aos 
estado atencional do psicanalista durante a sessão analítica. A atenção do 
analista deve privilegiar a priori qualquer elemento do discurso ou 
comportamento do paciente, o que implica deixar funcionar livremente sua 
própria atividade mental, consciente e inconsciente, deixando livre a atenção e 
suspendendo as motivações, os desejos e os planos próprios. 
 
Atualmente a atenção subdivide-se em: 
 
1- capacidade e foco de atenção – refere-se à focalização da atenção e está 
intensamente associada à experiência subjetiva de concentração. 
 
2- atenção seletiva – relaciona-se aos processos que permitem ou facilitam o 
processamento cognitivo. Ela limita os estímulos que chegam ao sistema 
cerebral através da capacidade de eleger certos estímulos e ignorar outros.3- seleção de resposta e controle executivo – relaciona-se a capacidade de 
envolver processos mais complexos como a intenção, o planejamento e a 
tomada de decisão (Funções executivas – córtex pré-frontal) 
 
4- atenção constante ou sustentada – manutenção da atenção ao longo do 
tempo. (Dalgalarrondo, 2019) 
 
HÁBITO X SENSIBILIZAÇÃO - Quando um indivíduo ou animal e exposto a um 
estimulo novo, há um padrão de respostas motoras, do sistema nervoso 
autônomo e da atividade elétrica cerebral que indica que o organismo entrou em 
estado de alerta, de prontidão, pronto para captar o estimulo e a ele responder. 
 
Se o estímulo se dá de forma contínua e repetitiva ele deixa de desencadear 
a orientação, tornando-se um “hábito”. A “sensibilização” ocorre quando 
o organismo passa a se excitar mais com a repetição do estímulo, 
aumentando a prontidão geral de resposta. 
 
ANORMALIDADES DA ATENÇÃO - Hipoprosexia – diminuição global da 
atenção. Perda básica da capacidade de concentração, com fatigabilidade 
aumentada e diminuição da percepção dos estímulos ambientais e da 
compreensão, prejudicando a memória, o pensamento, o raciocínio e a 
integração das informações. 
 
Aprosexia – e a total abolição da capacidade atencional. 
 
Hiperprosexia – estado de atenção exacerbado com tendência a obstinação e 
surpreendente infatigabilidade. 
 
Distração – superconcentração sobre determinado conteúdo ou objeto com 
inibição de tudo o mais. 
 
Hipertenacidade e hipervigilancia. 
 
Distraibilidade – estado patológico com instabilidade marcante e mobilidade 
acentuada da atenção voluntaria com dificuldade e fixar-se em objetos ou 
conteúdo. A atenção desviasse facilmente de um objeto a outro. 
 
Diversos critérios podem ser utilizados para a classificação da atenção, sendo o 
mais utilizado o que se refere a sua função ou operacionalização. 
 
• Para Lent (2001) atenção pode ser dividida em dois componentes: 
 
– a atenção explicita, que se refere a processos conscientes, como por exemplo 
a fixação visual intencional a um foco da atenção; 
 
– e a atenção implícita, que seriam os processos não conscientes, tais como a 
atenção a estímulos que não constituem um estimulo visual-alvo e que estejam 
na periferia do campo visual. 
 
• Sternberg (2008) coloca que os psicólogos cognitivos tem se interessado 
especialmente pelo estudo de 
 
Quatro principais funções da atenção: 
– Atenção dividida, 
– Vigilância e detecção de sinais, 
– Busca, e 
– Atenção seletiva. 
 
A atenção dividida define-se como a capacidade em realizar mais de uma tarefa 
ao mesmo tempo, redirecionando os recursos da atenção de forma prudente, de 
acordo com suas necessidades. 
 
A vigilância e a detecção de sinais são consideradas como a capacidade do 
sujeito para detectar prontamente se percebe, ou não, um sinal ou um 
determinado estimulo de interesse. Sendo assim, por meio da atenção vigilante 
a detecção de sinais o indivíduo deve agir rapidamente ao surgimento do 
estimulo de interesse (ex. atividade de operadores de radar). 
 
A busca pode ser definida como buscas ativas por estímulos determinados, 
como a procura por um objeto perdido. 
 
A atenção seletiva que caracteriza-se pelo foco concentrado de atenção sobre 
determinados estímulos de informação ignorando outros estímulos presentes no 
ambiente. 
 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DA ATENÇÃO - Nacionalmente 
 
ATENCAO ALTERNADA: a capacidade em focar a seletividade da atenção ora 
em um estimulo, ora em outro, por um determinado período de tempo. 
 
ATENCAO DIVIDIDA: caracteriza-se pela capacidade para procurar dois ou 
mais estímulos simultaneamente. 
 
ATENCAO CONCENTRADA: a capacidade de uma pessoa em selecionar 
apenas uma fonte de informação diante de vários estímulos distratores em um 
tempo pré-determinado. 
 
ATENCAO SUSTENTADA: o sujeito deve dirigir seu foco atencional para um 
estimulo dentre vários distratores presentes. 
 
ATENCAO SELETIVA: envolve a seleção de um estimulo dentre vários 
disponíveis. 
 
ATENCAO SUSTENTADA/CONCENTRADA 
 
• Capacidade de focar e manter este foco por tempo prolongado, mantendo 
padrão de consistência. 
 
• Estado de prontidão por período de tempo maior para detectar e responder a 
alterações especificas nos estímulos. 
 
• O procedimento sustentado refere-se a monitoração da atenção perante o alvo 
por um período estendido de tempo, mantendo o mesmo padrão de qualidade. 
(Rao, 1996; Malloy-Diniz et al., 2010) 
 
• Não costuma ser afetada pela idade até os 80 anos. 
 
ATENCAO DIVIDIDA 
 
• Atenção dividida e ativada pelo córtex parietal anterior, córtex pré-frontal e pelo 
tálamo. (Engelhardt et al 1996); 
• Habilidade de desempenhar 2 ou mais atividades simultaneamente. 
• Capacidade de focar em 2 estímulos distintos simultaneamente. 
• Uma das atividades deve estar mediada pelo processamento automático. 
 
ATENCAO ALTERNADA 
 
• Capacidade de alternar o foco da atenção, ou seja, de desengajar o foco de um 
estimulo e engajar em outro. (Rao, 1996; Malloy-Diniz et al., 2010) 
• Alternar entre um estimulo e outro, sucessivamente. 
• Está relacionada a flexibilidade mental. 
 
ATENCAO SELETIVA 
 
• A atenção SELETIVA envolve processos como: 
– a representação espacial exterior; 
– orientação e movimentos de exploração; 
– a monitoração da resposta. 
- Não e possível avaliar um tipo de ‘atenção pura’. 
– Por exemplo, ao longo do processo de resposta de um teste para avaliação da 
atenção alternada, o sujeito também estará, por períodos pré-determinados, 
concentrando a sua atenção. 
 
Algumas características estão presentes em qualquer tipo de atenção avaliada, 
uma vez que fazem parte da própria definição do construto: 
 
– Capacidade limitada da atenção é compreendida com base na observação de 
que o organismo humano sofre uma sobrecarga quando entra em contato com 
muitos estímulos simultaneamente. 
– A seletividade da atenção ocorre justamente porque o sistema de 
processamento da informação não consegue processar uma alta quantidade de 
estímulos ao mesmo tempo. Dessa forma, o sistema deve escolher ou selecionar 
qual material será processado. 
– O controle voluntário que é a capacidade de se controlar o enfoque a 
determinado estímulo. 
 
Prejuízos atencionais: No dia-a-dia podem ser percebidos: 
– maior tempo de reação perante os estímulos apresentados, reduzida 
velocidade de processamento das informações, 
– lentificação de reação frente a uma ação do ambiente e quanto à elaboração 
de dados apresentados, 
– Redução da quantidade de informações que podem ser armazenadas e 
trabalhadas concomitantemente. 
 
TRANSTORNOS MENTAIS 
 
Transtornos de humor (depressão e bipolar) – dificuldades de concentração e 
atenção constante. 
 
Quadros maníacos – hipervigilancia e Hipotenacidade. 
 
Quadros depressivos 
 
– Hipoprosexia ou Hipertenacidade com temas depressivos e Hipovigilancia 
(diminuição da capacidade de mudar o foco) 
 
Transtorno Obsessivo-compulsivo – atenção e vigilância excessiva e 
desregulada. 
 
Alterações no controle executivo, memoria de trabalho e na seleção de resposta. 
 
Esquizofrenia – déficit de atenção central. Forte tendência a distraibilidade e 
dificuldade da atenção constante. 
 
Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade – alteração no córtex pré-frontal. 
 
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE (TDA, TDAH) 
 
Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é uma síndrome de 
desatenção, hiperatividade e impulsividade. 
 
Há 3 tipos de TDAH, os que são predominantemente desatentos, 
hiperativo/impulsivos e combinados. Os critérios clínicos dão o diagnóstico. 
 
O tratamento inclui medicação com estimulantes, terapia comportamental e 
intervenções educacionais. 
 
Distúrbio de déficit de atenção/hiperatividade e considerado um distúrbio de 
neurodesenvolvimento que são condições neurológicas que aparecemprecocemente na infância, geralmente antes da idade escolar, e prejudicam o 
desenvolvimento do funcionamento pessoal, social, acadêmico e/ou profissional. 
Normalmente envolvem dificuldades na aquisição, retenção ou aplicação de 
habilidades ou conjuntos de informações especificas. 
 
Distúrbios de neurodesenvolvimento podem envolver distúrbios de atenção, 
memoria, percepção, linguagem, solução de problemas ou interação social. 
 
Outros distúrbios de neurodesenvolvimento comuns incluem distúrbios do 
espectro do autismo, distúrbios de aprendizagem (p. ex., dislexia) e deficiência 
intelectual TDAH afeta cerca de 8 a 11% das crianças em idade escolar (1). 
Entretanto, muitos especialistas acreditam que o TDAH e superdiagnosticado, 
em grande parte porque os critérios são aplicados de forma imprecisa. 
 
De acordo com o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5a 
edição (DSM-5), há 3 tipos: 
• Desatenção predominante 
• Hiperatividade/impulsividade predominante 
• Combinado 
 
No geral, o TDAH e cerca de duas vezes mais comum em meninos, embora os 
índices variam de acordo com o tipo. O tipo predominantemente 
hiperativo/impulsivo ocorre 2 a 9 vezes mais entre os meninos, embora o tipo 
predominantemente desatento ocorra com igual frequência em ambos os sexos. 
 
TDAH não tem uma única causa especifica conhecida. 
 
O TDAH não tem uma causa única especifica. Potenciais causas do TDAH 
incluem fatores genéticos, bioquímicos, sensório-motores, fisiológicos e 
comportamentais. 
 
Alguns fatores de risco incluem baixo peso < 1.500 g no nascimento, 
traumatismo craniano, deficiência de ferro, apneia obstrutiva do sono, exposição 
ao chumbo e também exposição fetal a álcool, tabaco e cocaína. 
 
Pouco mais de 5% das crianças portadoras da TDAH apresentam evidencias de 
lesão neurológica. Evidencias apontam para diferenças nos sistemas 
dopaminérgicos e noradrenergicos com diminuição ou estimulação da atividade 
do tronco cerebral superior e tratos médio-frontais cerebrais. 
 
O TDAH envolve desatenção, hiperatividade/impulsividade, ou uma combinação; 
ele normalmente aparece antes dos 12 anos, inclusive na idade pré-escolar. 
 
A causa e desconhecida, mas há vários fatores de risco suspeitos. 
 
Diagnosticar utilizando critérios clínicos e manter-se em alerta para outras 
doenças que podem inicialmente se manifestar de forma semelhante (p. ex., 
doenças do espectro do autismo, certos distúrbios de aprendizagem ou 
comportamento, ansiedade, depressão). 
 
As manifestações tendem a diminuir com a idade, mas adolescentes e adultos 
podem ter dificuldades residuais. 
 
Tratar com fármacos estimulantes e terapia cognitivo-comportamental; somente 
terapia comportamental pode ser apropriada para crianças em idade pré-escolar. 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO DSM-5 PARA TDAH 
 
Os critérios diagnósticos do DSM-5 incluem 9 sinais e sintomas de 
desatenção e 9 de hiperatividade e impulsividade. 
 
O diagnóstico que usa esses critérios requer que ≥ 6 sinais e sintomas de pelo 
menos um grupo. Além disso, e necessário que os sintomas estejam presentes 
muitas vezes por ≥ 6 meses. 
 
Sejam mais pronunciados do que o esperado para o nível de desenvolvimento 
da criança, ocorram em pelo menos 2 situações (p. ex., casa e escola); 
 
Estejam presentes antes dos 12 anos de idade (pelo menos alguns sintomas) 
Interfiram em sua capacidade funcional em casa, na escola ou no trabalho. 
 
Sintomas de desatenção: 
 
• Não presta atenção a detalhes ou comete erros descuidados em trabalhos 
escolares ou outras atividades; 
• Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas na escola ou durante jogos; 
• Não parece prestar atenção quando abordado diretamente; 
• Não acompanha instruções e não completa tarefas; 
• Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades; 
• Evita, não gosta ou e relutante no envolvimento em tarefas que requerem 
manutenção do esforço mental durante longo período de tempo 
• Frequentemente perde objetos necessários para tarefas ou atividades 
escolares; 
• Distrai-se facilmente; 
• E esquecido nas atividades diárias; 
 
Sintomas de hiperatividade e impulsividade: 
• Movimenta ou torce mãos e pês com frequência; 
• Frequentemente movimenta-se pela sala de aula ou outros locais; 
• Corre e faz escaladas com frequência excessiva quando esse tipo de atividade 
é inapropriado; 
• Tem dificuldades de brincar tranquilamente; 
• Frequentemente movimenta-se e age como se estivesse "ligada na tomada"; 
• Costuma falar demais; 
• Frequentemente responde às perguntas de modo abrupto, antes mesmo que 
elas sejam completadas; 
• Frequentemente tem dificuldade de aguardar sua vez; 
• Frequentemente interrompe os outros ou se intromete; 
 
O diagnóstico do tipo desatenção predominante exige ≥ de 6 sinais e sintomas 
de desatenção. 
 
O diagnóstico do tipo hiperativo/impulsivo exige ≥ 6 sinais e sintomas de 
hiperatividade e impulsividade. O diagnóstico do tipo combinado requer ≥ 6 sinais 
Sintomas de cada critério de desatenção e hiperatividade/impulsividade. 
 
Outras considerações diagnosticas 
 
A diferenciação entre TDAH e outras condições podem ser desafiadora. O 
diagnóstico em excesso deve ser evitado, e outras condições devem ser 
identificadas com precisão. Muitos sinais de TDAH expressos no período da pré-
escola podem refletir um problema de comunicação que também ocorre em 
outras disfunções do neurodesenvolvimento (p. ex., doenças do espectro autista) 
ou em certos distúrbios de aprendizado, ansiedade, depressão ou distúrbios de 
comportamento (p. ex., distúrbios de conduta). 
 
TÉCNICA DO POMODORO 
Melhora foco atencional; 
Aumenta a produtividade; 
Reduz a procrastinação; 
 
NEUROPSICOLOGIA DA ATENÇÃO 
 
O cérebro em repouso (...) 
 
O que você acha que o seu encéfalo está fazendo quando você fica deitado 
com os olhos fechados (mas acordado) em um quarto silencioso? 
 
Áreas ativas em repouso: 
Córtex pré-frontal medial; 
Córtex cingulado posterior; 
Córtex parietal posterior; 
Hipocampo; 
Córtex temporal lateral; 
Como todo órgão do corpo humano ele precisa de uma pausa para se refazer e 
se restabelecer. Na verdade, o repouso do cérebro é ainda mais importante, 
pois neste estado de repouso ele consegue reorganizar as experiências diárias 
e memórias tornando-as aproveitáveis pela consciência. 
 
Na neurociência, a rede de modo padrão (DMN, do inglês Default Mode 
Network, ou RMP), também rede padrão, ou rede cerebral padrão, é uma rede 
cerebral de larga escala de regiões do cérebro em interação, conhecidas por 
terem atividade altamente correlacionada entre si e distinta de outras redes no 
cérebro. 
 
Foi inicialmente assumido que a rede de modo padrão estaria mais comumente 
ativa quando uma pessoa não está focada no mundo exterior e o cérebro está 
de repouso mas em vigília, como ao "sonhar acordado" e durante divagação 
mental. 
 
No entanto, agora se sabe que ela pode contribuir para elementos da experiência 
relacionados ao desempenho de tarefas externas. Também é ativada quando o 
indivíduo está pensando nos outros, pensando em si mesmo, lembrando-se do 
passado e planejando o futuro. Embora a DMN tenha sido originalmente 
observada como estando desativada em certas tarefas orientadas a objetivos e 
às vezes seja chamada de rede negativa à tarefa (task-negative), ela pode estar 
ativa em outras tarefas orientadas a objetivos, como memória de trabalho social 
ou tarefas autobiográficas. A DMN demonstrou estar correlacionada 
negativamente com outras redes no cérebro, como as redes de atenção. 
 
Função: A rede de modo padrão é conhecida por estar envolvida em muitas 
funções aparentemente diferentes: 
 
É a base neurológica para o eu: 
•Informação autobiográfica: Memórias de coleção de eventos e fatos sobre si 
mesmo; 
•Autorreferência: Referir-se a características e descrições de si mesmo; 
•Emoção de simesmo: Refletir sobre o próprio estado emocional; 
 
Pensar nos outros: 
 
Teoria da mente: Pensar nos pensamentos dos outros e no que eles podem ou 
não saber 
Emoções de outros: Compreender as emoções de outras pessoas e empatizar 
com seus sentimentos; 
 
Raciocínio moral: determinar o resultado justo e injusto de uma ação; 
 
Avaliações sociais: Julgamentos de boas e más atitudes sobre conceitos 
sociais; 
 
Categorias sociais: Refletir sobre importantes características sociais e status 
de um grupo 
 
Lembrar o passado e pensar no futuro: 
 
Lembrar o passado: Relembrar eventos que aconteceram no passado; 
 
Imaginar o futuro: Visualizar eventos que podem acontecer no futuro; 
 
Memória episódica: Memória detalhada relacionada a eventos específicos no 
tempo; 
 
Compreensão da história: Compreender e lembrar uma narrativa A ideia de 
uma "rede padrão" não é universalmente aceita. Em 2007, o conceito de modo 
padrão foi criticado por não ser útil para entender a função cerebral, com base 
em uma hipótese mais simples: o cérebro em repouso efetua mais 
processamento do que o cérebro realizando determinadas tarefas "exigentes" e 
não há significado especial para a atividade intrínseca do cérebro em repouso. 
DDA, ansiedade, transtornos de humor, autismo e outras condições não são 
transtornos simples ou únicos. Todos eles têm vários tipos. O DDA afeta muitas 
áreas do cérebro - principalmente o córtex pré-frontal e o cerebelo, mas também 
o cingulado anterior, os lobos temporais, os gânglios da base e o sistema límbico. 
Os 7 tipos de DDA que estudei são baseados em três neurotransmissores - 
dopamina, serotonina e GABA. Dr. Daniel Amen: Como fundador de seis Clínicas 
Amen, trago uma abordagem multidisciplinar para diagnosticar e tratar distúrbios 
cerebrais - incluindo distúrbio de déficit de atenção (TDAH ou ADD) e condições 
coexistentes. Por mais de 20 anos, usei varreduras cerebrais SPECT (junto com 
outras técnicas de diagnóstico) para desenvolver planos de tratamento 
individuais e direcionados para cada paciente. Logo no início, descobri, por meio 
dos padrões do SPECT cerebral, que o déficit de atenção não é um distúrbio 
único ou simples. 
 
Existem muitos tipos de DDA. 
 
Tipo Clássico: Este é o tipo mais fácil de detectar dos 7 tipos de DDA: Os 
sintomas primários são desatenção, distração, hiperatividade, desorganização e 
impulsividade. Varreduras do cérebro mostram atividade normal do cérebro em 
repouso e diminuição da atividade, especialmente no córtex pré-frontal, durante 
uma tarefa de concentração. 
 
Pessoas com DDA clássico diminuíram o fluxo sanguíneo no córtex pré-frontal, 
cerebelo e gânglios da base, o último dos quais ajuda a produzir o 
neurotransmissor dopamina. 
 
Como tratar: O objetivo do tratamento aqui é aumentar os níveis de dopamina, 
o que aumenta o foco. Eu faço isso com medicamentos estimulantes - Ritalina, 
Adderall, Vyvanse, Concerta - ou suplementos estimulantes como rhodiola, chá 
verde, ginseng e o aminoácido L-tirosina. Praticar muita atividade física também 
ajuda a aumentar a dopamina, assim como tomar óleo de peixe, que é mais rico 
em EPA do que DHA. 
 
Tipo Desatento: Este tipo, assim como o ADD clássico, foram descritos no 
Manual de Diagnóstico e Estatística (DSM) de Transtornos Mentais desde 1980. 
O ADD desatento está associado a baixa atividade no córtex pré-frontal e baixos 
níveis de dopamina. Os sintomas são atenção curta, distração, desorganização, 
procrastinação. Pessoas com este tipo não são hiperativas ou impulsivas. Eles 
podem ser introvertidos e sonhar muito acordado. As meninas têm esse tipo 
tanto ou mais que os meninos. 
 
Como tratar: O DDA desatento geralmente responde ao tratamento. 
Frequentemente, é possível mudar o curso da vida de uma pessoa se ela for 
tratada adequadamente. O objetivo, como acontece com o clássico ADD, é 
aumentar os níveis de dopamina. Eu uso suplementos como o aminoácido L-
tirosina, que é um bloco de construção da dopamina. Tome-o com o estômago 
vazio para obter o efeito máximo. Frequentemente, também prescrevo um 
estimulante como Adderall, Vyvanse ou Concerta. Eu coloco os pacientes em 
um plano de alimentação com alto teor de proteínas e baixo teor de carboidratos, 
e faço com que se exercitem regularmente. 
 
Tipo Hiperfocado: Pacientes com DDA super-focado têm todos os sintomas 
básicos de DDA, além de grande dificuldade em desviar a atenção. Eles ficam 
presos ou presos a padrões de pensamento ou comportamentos negativos. 
Existe uma deficiência de serotonina e dopamina no cérebro. Quando o cérebro 
é escaneado, você vê que há muita atividade na área chamada giro cingulado 
anterior, que é a alavanca de mudança do cérebro. Essa hiperatividade torna 
difícil ir de pensamento em pensamento, tarefa em tarefa, e ser flexível. 
 
Como tratar: O objetivo é aumentar os níveis de serotonina e dopamina no 
cérebro. O tratamento é complicado. Pessoas com DDA superconcentrado ficam 
mais ansiosas e preocupadas com um medicamento estimulante. Eu uso 
suplementos primeiro - L-triptofano, 5-HTP, açafrão e inositol. Se os 
suplementos não ajudam com os sintomas, prescrevo Effexor, Pristique ou 
Cymbalta. Evito alimentos ricos em proteínas com esse tipo, o que pode deixar 
os pacientes malvados. O treinamento de neurofeedback é outra ferramenta útil. 
 
Tipo Lobo Temporal: Dos 7 tipos de DDA, o DDA do lobo temporal tem 
sintomas básicos de DDA junto com os sintomas do lobo temporal (LT). O TL, 
localizado embaixo de sua têmpora, está envolvido com a memória, 
aprendizado, estabilidade de humor e processamento visual de objetos. Pessoas 
com esse tipo têm problemas de aprendizado, memória e comportamento, como 
raiva rápida, agressão e paranóia moderada. Quando o cérebro é escaneado, 
há anormalidades nos lobos temporais e diminuição da atividade no córtex pré-
frontal. 
 
Como tratar: Eu uso o aminoácido GABA (ácido gama-aminobutírico) para 
acalmar a atividade neuronal e inibir as células nervosas de queimar ou disparar 
erraticamente. Tomar magnésio - 80% da população tem baixo teor desse 
mineral - ajuda a aliviar a ansiedade e a irritabilidade. Os medicamentos 
anticonvulsivantes são frequentemente prescritos para ajudar na instabilidade do 
humor. Para problemas de aprendizagem e memória, uso gingko ou vinpocetine. 
 
Tipo Límbico: O DDA límbico parece uma combinação de distimia ou tristeza 
crônica de baixo nível e DDA. Os sintomas são mau humor, baixa energia, 
sentimentos frequentes de desamparo ou culpa excessiva e baixa auto-estima 
crônica. Não é um transtorno de humor. Este tipo é causado por muita atividade 
na parte límbica do cérebro (o centro de controle do humor) e diminuição da 
atividade do córtex pré-frontal, seja durante a concentração em uma tarefa ou 
em repouso. 
 
Como tratar: Os suplementos que funcionam melhor para esse tipo de DDA são 
DL-fenilalanina (DLPA), L-triosina e SAMe (sadenosil- metionina). Wellbutrin é 
meu medicamento favorito para esse tipo de DDA. Os pesquisadores acham que 
funciona aumentando a dopamina. A imipramina é outra opção para esse tipo. 
Exercícios, óleo de peixe e o plano de nutrição correto ajudarão uma pessoa com 
DDA límbica a controlar melhor os sintomas. 
 
Tipo Ring of Fire (Anel de Fogo): Os sintomas de DDA de anel de fogo incluem: 
hipersensibilidade ao meio ambiente - especialmente ruído, luz, toque; períodos 
de comportamento de oposição; humores imprevisíveis; falando rápido; 
preocupante e obsessiva. Pacientes com DDA em anel de fogo não têm córtex 
pré-frontal subativo, como ocorre com DDA clássico e desatento. Todo o seu 
cérebro está hiperativo. Há muita atividade no córtex cerebral e em muitas outras 
partes do cérebro. Eu chamo o anel de fogo de "ADD plus". Em varreduras 
cerebrais, parece um anel de hiperatividade ao redor do cérebro. 
 
Como tratar: Os estimulantes, por si só, podem pioraros sintomas de DDA do 
anel de fogo. Começo eliminando todos os alimentos desencadeadores, depois 
os reintroduzo lentamente, se suspeitar de alergia, e aumento os 
neurotransmissores GABA e serotonina por meio de suplementos e 
medicamentos, se necessário. Eu prescrevo suplementos de GABA, 5-HTP e L-
tirosina. Se prescrevo um medicamento, começo com um dos 
anticonvulsivantes. Os medicamentos para pressão arterial guanfacina e 
clonidina podem ser úteis, acalmando a hiperatividade geral. 
 
Tipo Ansioso: Pessoas com esse tipo têm sintomas característicos de DDA e 
ficam ansiosas, tensas, têm sintomas de estresse físico como dores de cabeça 
e de estômago, preveem o pior e congelam em situações que provocam 
ansiedade, especialmente quando podem ser julgadas. Quando o cérebro é 
escaneado, há alta atividade nos gânglios da base, grandes estruturas profundas 
no cérebro que ajudam a produzir dopamina. Isso é o oposto da maioria dos tipos 
de DDA, onde há baixa atividade naquela região. 
 
Como tratar: O objetivo do tratamento é promover relaxamento e aumentar os 
níveis de GABA e dopamina. Os estimulantes ADD, tomados isoladamente, 
deixam os pacientes mais ansiosos. Eu primeiro uso uma variedade de 
suplementos "calmantes" - L-teanina, relora, magnésio e manjericão sagrado. 
Dependendo do paciente, prescrevo os medicamentos imipramina ou 
desipramina para diminuir a ansiedade. O neurofeedback também funciona para 
diminuir os sintomas de ansiedade, especialmente para acalmar o córtex pré-
frontal. 
 
FUNÇÕES EXECUTIVAS 
 
MEMÓRIA OPERACIONAL 
 
O que é a memória operacional ou operativa: um conjunto de processos que 
nos permite armazenar e manipular informações temporárias e realizar tarefas 
cognitivas complexas como a compreensão da linguagem, a leitura, a 
aprendizagem ou o raciocínio. A memória operacional é um tipo de memória de 
curto prazo. 
 
Definição de memória operacional conforme o modelo de Baddley e Hitch: 
A memória operacional, de acordo com o modelo de Baddley e Hitch está 
composta por três sistemas, que incuem componentes para o armazenamento e 
processamento de informações. 
 
O sistema executivo central: funciona como um sistema de vigilância da 
atenção e decide o que devemos prestar atenção e como organizar uma 
sequência de operações que precisamos para realizar uma ação. 
 
O circuito fonológico: nos permite gerenciar e reter materiais orais e escritos 
na memória. 
 
Plano visual-espacial: nos permite gerenciar e reter informações visuais. 
 
O buffer episódico: integra informações do laço fonológico, da área de 
armazenamento visuo-espacial, da memória a longo prazo e da entrada 
perceptiva em uma sequência coerente. 
 
Características da memória operacional: 
•Sua capacidade é limitada. Somos capazes de armazenar apenas de 5 a 9 
elementos ao mesmo tempo. 
•É ativa. Não só armazena informações, mas também as manipulam e 
transformam. 
•Seu conteúdo é atualizado permanentemente. 
•É modulado pelo córtex frontal dorsolateral. 
 
Exemplos de memória operacional: A memória operacional é a habilidade que 
nos permite reter elementos necessários no cérebro enquanto realizamos uma 
determinada tarefa. Graças à memória operacional, ou operativa, podemos: 
 
•integrar duas ou mais ações que tiveram lugar conjuntamente. Por exemplo, 
lembrar e responder às informações mencionadas durante uma conversa. 
 
•Associar um novo conceito com ideias prévias. Nos permite aprender 
 
•Reter informações enquanto prestamos atenção a outra coisa. Por exemplo, ser 
capaz de preparar os ingredientes de uma receita enquanto conversamos por 
telefone. 
 
Usamos a memória operacional ou operativa todos os dias para realizar várias 
tarefas. 
 
Quando tentamos lembrar de um número de telefone antes de o anotar ou 
quando estamos no meio de uma conversa, precisamos nos lembrar do que foi 
dito e processá-lo, dando a nossa própria opinião. 
 
Quando fazemos anotações na escola, devemos lembrar do que o professor 
disse para poder anotá-lo com nossas próprias palavras. 
 
Quando fazemos cálculos mentais no supermercado para ver se temos dinheiro 
suficiente para pagar a compra. 
 
Transtornos afetados pela memória operacional: A memória operacional é 
uma parte essencial da tomada de decisões e do correto funcionamento das 
funções executivas. Por isso, quando é alterada, causa síndromes disexecutivas 
e vários transtornos da aprendizagem como o TDAH e a dislexia. Outros 
problemas como a esquizofrenia e os tipos de demências tendem a ser 
associados à memória operacional. 
 
É possível recuperar ou melhorar a memória operacional:, pode ser treinada 
e melhorada, e alguns aplicativos com treinos específicos tornam isso possível. 
A reabilitação da memória operacional é baseada na neuroplasticidade. Existem 
ferramentas que oferecem uma bateria de exercícios criados para recuperar e 
melhorar os problemas relacionados à memória operacional e a outras funções 
cognitivas. Isso permite melhorar a memória operacional e torná-la mais 
eficiente. 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PERCEPÇÃO 
 
QUAL A DIFERENÇA ENTRE PERCEPÇÃO E SENSAÇÃO: 
 
SENSAÇÃO: é caminho que a informação percorre desde o momento que atinge 
o receptor até chegar ao córtex é chamado sensação. 
 
PERCEPÇÃO: capacidade dos organismos coletarem informações no ambiente 
analisá-las em diversas etapas de processamento, relacioná-las com 
informações já existentes no organismo e combiná-las com outras funções 
cognitivas de maneira a permitir que o organismo opere no ambiente. 
 
São os significados atribuídos às sensações. 
 
OS SENTIDOS E A INTEGRAÇÃO SENSORIAL 
 
INTEGRAÇÃO SENSORIAL: É o processo neurológico que organiza a 
informação sensorial para gerar respostas adaptativas às demandas do 
ambiente. As falhas das múltiplas funções sensoriais do sistema nervoso podem 
interferir no comportamento e na aquisição de habilidades inerentes aos 
desenvolvimento infantil. 
 
Os sentidos e a sequência de ativação: 
- Tato (experiência de texturas) 
- Propriocepção (consciência corporal) 
- Vestibular (equilíbrio) 
- Paladar (experiência dos sabores) 
- Olfato (experiência dos cheiros) 
- Audição (experiência dos sons separados e integrados) 
- Visão (experiências de cores, formas e sombreados) 
 
Abordagens Teóricas da Percepção Percepção Direta 
 
•De acordo com a percepção direta de James J. Gibson (1904-1980), as 
informações que chegam aos nossos receptores, incluindo o efeito do contexto, 
são suficientes para explicar o processo perceptivo. Segundo Gibson, a cognição 
seria irrelevante para a percepção. Para explicar sua teoria cunhou o termo 
affordance. 
 
•Affordance: é um termo cunhado por James Gibson e representa as 
possibilidades de ação que o ambiente propicia aos agentes que com este se 
relacionam, caracterizando-se como uma relação de reciprocidade. 
 
•As affordances são definidas por propriedades relacionais que emergem da 
interação entre as características físicas e estruturais dos objetos e as 
capacidades e organização biofísica do agente, seus valores, crenças e 
experiências passadas (Jacquet, Tessari, Binkofski, & Borghi, 2012). 
 
•A percepção das affordances é mais complexa quando os objetos estão se 
movendo, uma vez que estas mudam de acordo com o movimento. Ações que 
são possíveis em um momento podem não ser possíveis em um curto período 
de tempo mais tarde. Essas possibilidades variáveis no tempo para a ação são 
chamadas affordances dinâmicas (Fajen, 2013; Plumert& Kearney, 2014). 
•Perceber uma affordance dinâmica pode ser difícil quando uma pessoa precisa 
escolher uma ação possível em um fluxo temporal de possibilidades. 
 
•Por exemplo, ao atravessar um cruzamento, os espaços entre os veículos de 
tamanhos temporais variados são incorporados em um fluxo contínuo de tráfego, 
exigindo que o condutor mude sua atenção rapidamente de uma lacunapara a 
próxima, avaliando a sequência de affordances. 
 
• Eleanor Gibson, em 1960, realizou experimentos sobre percepção de 
profundidade com bebês. Seu experimento consistia em criar um equipamento 
que simulava um abismo, chamado de “abismo visual”. 
 
• A pesquisadora colocava sobre o equipamento, bebês que já engatinhavam, 
na faixa de 6 a 7 meses de idade; e solicitava que as mães chamassem seus 
bebês. Ocorre que para chegar à sua mãe, o bebê, precisaria atravessar o 
suposto abismo. Ela constatou que, a grande parte dos bebês se recusava a 
atravessar o abismo. Desta forma, Gibson afirmava que não é necessário 
cognição para perceber. 
 
Teorias ascendentes (Bottom-up) e descendentes (Top-down) 
 
•Para essas teorias não há dúvida de que a percepção é uma representação 
mental. A dúvida reside no entendimento de como ocorre este processo de 
representação mental. 
 
Estas teorias levam em consideração praticamente todos os processos 
cognitivos. 
 
•A diferença reside no fato de que: 
 
As teorias Bottom-up são aquelas que consideram a percepção acionadas por 
dados, ou seja, pelos estímulos, enquanto as teorias Top-Down são conduzidas 
por aspectos cognitivos elevados, ou seja, pelo conhecimentos acumulados e 
expectativas anteriores. 
 
•Neste caso, se duas pessoas estão querendo comprar um computador, as duas 
querem um computador rápido, mas uma delas sabe que a velocidade deste 
depende do modelo do processador. Esta pessoa perceberá principalmente este 
aspecto nos diferentes computadores em exposição, enquanto a outra poderá 
tomar a sua decisão baseada em outros aspectos menos determinantes para a 
sua necessidade. 
Ou seja, nossas expectativas e conhecimentos é que determinam nossas 
percepções. 
 
Teorias Ascendentes ou Bottom-up 
 
Teoria do padrão: 
 
•Esta afirma que as pessoas possuem uma grade de padrões altamente 
elaborados armazenados na memória. A percepção ocorre através da 
comparação do estímulo observado com os vários padrões arquivados na 
memória. Por exemplo, os vários padrões de cadeiras. 
 
•Porém, esta teoria não explica o efeito do contexto, onde uma mesma 
informação pode ser percebida de formas diferentes em função das variáveis do 
entorno. 
 
Teoria dos protótipos: Segundo esta teoria, teríamos um modelo altamente 
representativo de uma classe de objetos que integra todos os traços mais 
característicos de um determinado grupo de objetos. Neste não existiria uma 
correspondência exata para cada objeto mas uma configuração geral para cada 
classe. Exemplo: rosto 
 
Teoria das características: segundo esta teoria, não percebemos o protótipo 
inteiro, mas as características em pequenas categorias. Hubel e Wiesel (1979) 
medindo as respostas individuais dos neurônios do córtex visual, verificaram que 
as células do córtex visual são ativadas por linhas em direções específicas. 
Posteriormente outros pesquisadores encontraram células que detectam 
ângulos e posteriormente as diferentes vias que atuam em paralelo. 
 
Teoria da detecção estrutural: esta considera a representação de objetos em 
3 D com base na manipulação e algumas formas geométricas, decompomos os 
objetos em geons (unidades simples). Biederman(1993). 
 
Processos descendentes (top-down): Conduzidos por aspectos cognitivos 
elevados. Envolvem níveis de análise mais elevados, globais e abstratos. 
Enfatizam o conhecimento, a experiência, o significado e a interpretação que o 
observador já possui, bem como expectativas na formação da percepção. A 
seguir apresentaremos brevemente algumas teorias construtivistas que dão 
suporte às organizações perceptivas top-down. 
 
O efeito do contexto (Palmer 1975): o contexto pode influenciar na informação 
adquirida de objetos. Observe a imagem abaixo. O fato de ter um pássaro, faz 
com que percebamos as folhas como um pássaro. 
 
O efeito das necessidades (McClelland& Atkinson, 1948): 
 
As necessidades influenciam a percepção: Indivíduos com fome tendem a 
organizar informação a partir desta condição, ou seja, imagens disformes podem 
ser vistas como formas que lembram alimento. 
 
•Efeito das motivações (Bruner& Goodman, 1947): as motivações influenciam 
a percepção? Será que alguém pobre daá mais valor ao dinheiro e, nesse 
sentido, organizar sua percepção por este viés? 
 
•Também segundo Schiffman(2005), a interpretação dos estímulos baseia se 
inicialmente nos aspectos globais e abstratos extraídos da experiência passada 
e da expectativa do observador, bem como o contexto e que o estímulo é 
apresentado. 
 
Percepção de Forma: Para falar de percepção de forma precisamos voltar às 
contribuições da psicologia da Gestalt. 
 
Principais representantes: 
 
•Max Wertheimer(1880-1943) realizou o experimento do “fenômeno phi” de 
percepção de movimento; 
 
•Wolfgang Köhler (1887-1967) responsável por pesquisas sobre aprendizagem 
por “insight”, entendida como uma reorganização nas relações perceptivas que 
levam a solução de um determinado problema de forma súbita ou repentina; 
 
•Kurt Koffka(1886-1941) propôs os Princípios de Psicologia da Gestalt (1935). 
Princípios da Gestalt; 
 
•Pregnância da Forma -tendemos a ver uma figura tão boa quanto possível sob 
as condições do estímulo. Os psicólogos da Gestalt denominaram isto de "boa 
forma" e uma boa forma é simétrica, simples e estável, não podendo se tornar 
mais simples ou ordenada. 
 
•Ambiguidades nas relações figura-fundo: na imagem abaixo, o cálice é muito 
mais facilmente percebido como figura, embora na figura da moça e da senhora 
a probabilidade de ser uma das duas figuras é a mesma. 
 
•Orientação da Figura e Percepção da Forma: a orientação aqui se refere à 
localização das partes superior, inferior e laterais da figura. 
 
Logo, mudanças de orientação geralmente alteram a percepção do objeto. 
 
Agrupamento: a percepção organiza as informações através de agrupamento, 
ou seja, juntando e separando informações de acordo com os princípios abaixo: 
 
•Similaridade: agrupamos em conjuntos de elementos semelhantes. Na 
imagem abaixo, embora só existam quadrados, organizamos segundo à 
semelhança na cor e assim, podemos perceber uma cruz. 
 
•Proximidade: a percepção pode agrupar também em função da distância, 
percebendo elementos próximos como uma unidade e por isso percebemos um 
quadrado na imagem ao lado. 
 
Fechamento: tendemos a completar aquilo que está incompleto. Neste caso, 
nós completamos as linhas e criamos mentalmente um contorno, por isso 
percebemos um triângulo. Chamamos este caso de contorno subjetivo. 
 
Continuidade: outra forma de agruparmos a informação é através da percepção 
dos movimentos e formas de maneira constante; desta forma, tendemos a 
perceber as formas como contínuas. Quando estas linhas se cruzam, onde você 
diria que cada uma delas continua? 
 
Simetria: muito comum a percepção organizar as informações pelo equilíbrio. 
Isso explica o fato de uma imagem assimétrica gerar um desconforto. Da imagem 
abaixo, qual item você alteraria? 
 
Efeito Stroop 
 
•Teste de Stroop, pretende, entre outras coisas, avaliar o processo de 
automatização de leitura, ou seja, verificar até que ponto é possível nomear a 
cor da palavra sem, no entanto, a ler. 
 
•De um modo geral, as palavras exercem uma forte interferência entre as 
diferentes informações (o que está escrito e a cor da palavra) que são 
simultaneamente processadas pelo cérebro, causam um conflito. 
 
Existem duas teorias que tentam explicar o “Efeito Stroop”: 
 
Teoria da Velocidade do Processamento: A interferência ocorre porque as 
palavras são lidas mais rapidamente do que as cores são nomeadas. 
 
Teoria da Atenção Seletiva: A interferência ocorre porque a nomeação de cores 
requer mais atenção do que ler palavras. 
 
O SISTEMA NERVOSO: Tem a função de relacionar o ser vivo o ambiente 
interno e externo O corpo possui dois centros decoordenação: o sistema 
endócrino que faz ajustes mais lentos através de glândulas e hormônios e o 
sistema nervoso, responsável pelas respostas rápidas através do impulsos 
nervosos. 
 
O sistema nervoso possui três funções básicas: 
 
Função sensitiva: sente as alterações (estímulos) dentro do corpo (meio 
interno) e no ambiente (meio externo). 
 
Função integradora: analisa a informação sensitiva, armazena uma parte 
dela, e toma decisões sobre os comportamentos apropriados. 
 
Função motora: responde aos estímulos iniciando a ação em forma de 
contrações musculares ou secreções glandulares. 
 
O sistema nervoso tem duas divisões principais: 
 
 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL SNC 
 
NEURÔNIO: Todo o sistema nervoso possui uma célula vital chamada neurônio. 
Os neurônios ou células nervosas, são células especializadas na capacidade de 
captar estímulos externos como dor, calor e frio e conduzi-los através do 
organismo, sob a forma de impulso nervoso. O neurônio é formado por corpo 
celular e prolongamentos (axônio e dendritos). 
 
SINAPSE: O impulso nervoso passa pela sinapse através de 
neurotransmissores que promovem a entrada de sódio ao neurônio, provocando 
a inversão de cargas elétricas e a condução de um impulso nervoso no neurônio 
estimulado. 
 
FUNÇÕES DA MEDULA: Conduzir os impulsos nervosos sensitivos da periferia 
ao encéfalo, e os impulsos motores, do encéfalo para a periferia do corpo. Serve 
como centro reflexo. Os reflexos são respostas automáticas, rápidas e 
previsíveis às alterações do meio. 
 
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO: Formação do sistema nervoso periférico 
Nervos cranianos –12 pares, Nervos espinhais –31 pares. 
 
Os nervos podem ser classificados em sensitivos, motores ou mistos: 
 
Nervos sensitivos: são aqueles que conduzem ao cérebro estímulo sensitivo. 
 
Nervos motores: são aqueles que conduzem à periferia do corpo as ordens de 
movimento, elaboradas pelo cérebro; 
 
Nervos mistos: são aqueles que possuem fibras nervosas sensitivas e motoras; 
. 
SOMÁTICO: Inerva musculatura esquelética, responsável pelas ações 
voluntárias; 
 
AUTÔNOMO: Controla funções como: 
 
Respiração 
Circulação do sangue 
Controle de temperatura 
Digestão 
Pode ser simpático ou Parassimpático 
 
SIMPÁTICO: Estimula ações que permitem aos organismos responder a 
situações de estresse, como a reação de lutar, fugir ou uma discussão. 
 
Essas ações são: a aceleração dos batimentos cardíacos e aumento da pressão 
arterial. Aumento da adrenalina; A concentração de açúcar no sangue e pela 
ativação do metabolismo geral do corpo e processam-se de forma automática, 
independente de nossa vontade. 
 
PARASSIMPÁTICO: É o responsável por estimular ações que permitem ao 
organismo responder a situações de calma. 
 
Essas ações são: A desaceleração dos batimentos cardíacos; A diminuição da 
pressão arterial; A diminuição de adrenalina e açúcar no sangue. 
 
SENSAÇÃO E VIAS SENSORIAIS: A primeira etapa do processo perceptivo é 
coletar informações do ambiente. Quando falamos em informações ambientais 
falamos de um conjunto de energias que podem produzir efeitos em 
determinados grupos de células chamados de receptores sensoriais, essas 
formas de energias químicas e físicas interagem com esses receptores de 
maneira a extrair informações de intensidade, duração e frequência por exemplo. 
Ou seja, receptores sensoriais são estruturas que reconhecem os estímulos do 
ambiente. 
 
 
TIPOS DE ESTÍMULOS: Em relação à natureza do estímulo físico podemos 
classificá-los em: 
 
Estímulos Químicos: produzidos pela interação de moléculas e partículas. 
 
Estímulos físicos: que são energias mecânicas, como as ondas do som, e a 
energia mecânica dos objetos que deformam a pele no tato, ou ainda a energia 
mecânica da contração muscular. Energias eletromagnéticas, como a luz. 
 
Por esse motivo receptores para estes estímulos energéticos são seletivos para 
cada uma dessas formas de energias, por isso recebem o nome da energia que 
apresenta a melhor resposta. 
 
Químioceptores: são receptores para estímulos químicos, como os receptores 
olfativos e gustativos; 
 
Mecanoceptores: receptores para estímulos mecânicos, como as células 
ciliadas da cóclea no ouvido interno, ou os receptores táteis; 
 
Termoceptores: são receptores sensoriais sensíveis a variações de 
temperatura; 
 
Fotoceptores: respondem a intervalo de frequência da onda eletromagnética, a 
saber, a luz e nos permitem enxergar. 
. 
Ainda temos detectores especiais que só vão responder a partir de uma 
determinada intensidade destes estímulos, que são responsáveis por proteger 
os tecidos de lesões, esses receptores, que têm uma importância vital para 
manter os tecidos do corpo intactos são chamados de nociceptores, e são 
responsáveis pelas sensações dolorosas ou nocivas. 
 
Limiar de resposta: intensidade mínima de energia que pode ativar um 
receptor. 
 
Transdução: transformação das informações ambientais em uma linguagem 
compreensível para o sistema nervoso central. Esse processo corresponde a 
traduzir as energias ambientais em um código bioelétrico que será conduzido ao 
sistema nervoso central. 
 
Nesta etapa energias ambientais vão interagir com os receptores sensoriais. 
 
Codificação: transformar a informação sensorial em uma linguagem inteligível 
para os neurônios. 
 
Campo receptor: região do corpo que estimulada produz uma atividade no 
receptor sensorial. 
 
Organização topográfica: é uma correspondência entre a concentração e 
posição dos receptores. 
 
Dessensibilização ou adaptação sensorial: Quando um receptor é ativado por 
uma forma de energia do ambiente ele produz uma resposta que vai lentamente 
diminuindo. 
 
Se a estimulação persiste o receptor vai parar de produzir respostas. Esse 
processo pode ser chamado de habituação ou fadiga. 
 
BASES SENSORIAIS DA PERCEPÇÃO 
 
Sistema sensorial somático: (ou sistema somatossensorial) é o responsável 
pelas experiências sensoriais detectadas nos órgãos sensoriais que não 
pertencem ao sentido especial. 
 
Enquanto, os receptores sensoriais dos sentidos especiais (visão, audição, 
gustação, olfação e equilíbrio) estão restritos à cabeça, os do sentido somático 
geral estão espalhados pelo corpo todo. 
 
O sentido somático geral do corpo (=somestesia) evoca as seguintes 
modalidades perceptuais: 
 
Tato: embora o tato, a pressão e a vibração sejam tratados como sendo 
sensações diferentes, é evocado por mecanorreceptores da pele; 
 
Propriocepção: evocados pela estimulação de receptores mecânicos presentes 
nos músculos, tendões e articulações; 
 
Dor: sensação desconfortável evocada por receptores que detectam estímulos 
mecânicos e químicos muito intensos (ameaçam uma lesão) ou decorrentes de 
lesões teciduais em curso. 
 
Sensação térmica: eliciado por receptores térmico para o calor e frio. 
 
A propriocepção: é a capacidade de captar sinais gerados internamente, 
responsáveis pela percepção de movimento e postura corporal. Os 
proprioceptores estão localizados profundamente nos músculos esqueléticos, 
tendões, fáscias, ligamentos e cápsulas articulares. 
 
Dão origem a impulsos proprioceptivos conscientes e inconsciente: 
 
Conscientes: atingem o córtex cerebral permitindo perceber a posição do corpo 
e suas partes, bem como a percepção da atividade muscular e dos movimentos 
articulares. São, portanto, responsáveis pelos sentidos de posição e 
movimento (Cinestesia). 
 
Inconscientes: não despertam nenhuma percepção, sendo utilizados para a 
regulação reflexa da atividade muscular através do reflexo miostático, ou da 
atividade do cerebelo, mais automáticas. Estão ligados as fibras aferentes 
viscerais. Um exemplo são as contrações do coração. 
 
PROPRIOCEPÇÃO: Envolve a identificação senso-preceptora das 
características de movimento do corpo e dos membros. Responsável pela 
informaçãoa respeito da posição, velocidade, angulação, e a intensidade de um 
movimento sobre nossas estruturas Informam sobre a gravidade e a aceleração 
Outro órgão importante para a propriocepção é gerada no aparelho vestibular. 
 
A AUDIÇÃO E O EQUILÍBRIO: A audição depende das vibrações do ar. Essas 
vibrações são chamadas de ondas sonoras e são deformações nas camadas de 
ar que formam ondas que viajam até nossos ouvidos. São separados em três 
partes, orelha externa, orelha média e orelha interna. 
 
Quando as ondas chegam a uma região conhecida como orelha média elas 
encontrarão uma membrana que vibrará na mesma frequência das ondas. 
 
Essa membrana conhecida como tímpano é a primeira etapa para a transdução 
dos estímulos do que chamamos de som. 
 
Mas o tímpano não é o responsável pela transdução do som, quem vai transduzir 
o estímulo sonoro são os mecanoceptores que ficam no interior de uma estrutura 
conhecida como cóclea, que se assemelha a um caracol. 
 
O papel do tímpano é fazer com que as ondas sonoras (onda que se propaga no 
ar) passem para um meio líquido, pois a cóclea é oca, com três cavidades 
internas cheias de líquidos. 
 
Quando o som chega ao tímpano, ele aciona os ossículos (orelha média) que é 
composto por martelo, bigorna e estribo. Isso faz com que vibre a cóclea (orelha 
interna) com uma pressão 22 vezes maior do que o som que tinha chegado ao 
tímpano. 
 
É aí que chegamos na cóclea, localizada na orelha interna. Quando as ondas 
sonoras são transmitidas, vibram células da membrana basilar, que fica no 
interior da cóclea. A vibração sonora chega até o nosso cérebro por meio dos 
impulsos do nervo auditivo da cóclea, responsável por transformar as 
informações recebidas em sinais sonoros, ou seja, sinais acústicos em sinais 
elétricos. 
 
EQUILÍBRIO: O aparelho vestibular é o órgão do equilíbrio. Localiza-se na parte 
superior da cóclea e é muito importante para a orientação espacial, equilíbrio, e 
motricidade. 
 
Assim como os olhos são estimulados por diferentes espectros luminosos, o 
ouvido pelo som, o labirinto é estimulado por movimento ou por mudança na 
posição da cabeça. 
 
Movimentos de rotação, como virar-se, deitar-se, levantar-se, olhar para cima e 
para baixo, estimulam os canais semicirculares; e movimentos lineares, como 
subir e descer de elevador, estar em um veículo em movimento, estimulam o 
utrículo e o sáculo. 
 
Funções do labirinto vestibular: 
 
-Transformar as forças provocadas pela aceleração da cabeça e da gravidade 
em um sinal biológico; 
 
- Informar os centros nervosos sobre a velocidade da cabeça e sua posição no 
espaço; 
 
- Iniciar alguns reflexos necessários para a estabilização do olhar, da cabeça e 
do corpo; 
 
- Manutenção do equilíbrio; 
 
- Estabilização do olhar durante movimentos da cabeça e dos olhos; 
 
- Percepção de movimento na orientação espacial; 
 
Botões gustativos: estão espalhados pela superfície dorsal de toda a língua, 
na região do palato, epiglote, faringe e laringe. As vias gustativas dependem da 
região que a informação é coletada. 
 
Dessa forma cada região da face vai enviar as informações gustativas por um 
nervo craniano. 
 
Os três nervos que levam essas informações para o encéfalo são o nervo vago, 
o nervo glossofaríngeo e o nervo facial. 
 
Todos eles enviam projeções para uma região específica do tronco cerebral 
chamada de núcleo do trato solitário. 
 
E de lá para o tálamo e então para uma região escondida no sulco central 
chamada de ínsula. 
 
No córtex insular encontraremos a área gustativa primária. 
 
Pouco se sabe sobre como as informações serão processadas nessa região, 
imagina-se que elas se combinam com informações olfativas e que também 
dependem muito das influências ambientais, como por exemplo, a cultura. 
 
Paladar + Olfato + Textura = Sabor 
O cheiro acrescenta um enorme valor ao paladar e contribui para que 
caracterizemos o sabor; a mastigação intensifica o olfato por liberar as partículas 
do alimento. 
 
O epitélio tem a maior contribuição para as sensações de gosto, apesar da 
impressão do gosto na boca. 
 
O componente sematosenssorial incluem textura do alimento e sensações de 
alimentos apimentados e mentolados. A sensação de sabores resulta da 
combinação dos impulsos gustativos, olfativos e somatosensoriais. O sabor tem 
aspecto hedônico. 
Sentido do Olfato: olfação é a habilidade de reconhecer e discriminar um amplo 
número de moléculas do ar com grande precisão e sensibilidade. A olfação 
permite um monitoramento continuo de moléculas voláteis dos arredores, 
incluindo sinais químicos que identificam territórios, alimentos, predadores, crias 
e parceiros. Esta exerce um papel chave na adaptação e sobrevivência do 
indivíduo. 
 
A IMPORTÂNCIA DO OLFATO: Estudos com humanos e animais mostram que 
a percepção de odores é modulada pelo estado fisiológico (a fome por exemplo), 
emocionais (medo), estados hormonais (reprodução e comportamento parental). 
 
Odores são detectados por neurônios sensoriais olfativos nasais. 
 
O bulbo olfatório faz parte do sistema nervoso e está dentro da caixa craniana e 
projeta seus dendritos para dentro da cavidade nasal onde suas extremidades 
ficam em contato com os odorantes que se prendem ao muco produzido na 
região. 
 
VISÃO: Envolve ¾ do globo ocular. É onde são projetadas as imagens. Contém 
os cones e os bastonetes, capazes de transformar os raios luminosos em 
impulsos nervosos. 
 
Bastonetes: células que captam imagens em lugares pouco iluminados. Não 
distinguem cores e as imagens fornecidas não são nítidas. 
 
Cones: ambientes iluminados. Fornecem imagens coloridas e nítidas. Três tipos 
de cones: as que reagem a luz vermelha, as que reagem ao amarelo e o verde 
e os que reagem ao azul e violeta. As cores que percebemos dependem da 
combinação dos sinais nervosos enviados pelos três tipos de cones. 
 
PSICOFÍSICA: É o ramo quantitativo do estudo da percepção, que tem como 
objetivo principal examinar especialmente as relações entre estímulos e 
respostas observadas e as razões subjacentes a estas relações. 
 
A Psicofísica parte da suposição de que o homem é um instrumento de 
mensuração que produz resultados (experiências, julgamentos, respostas, 
decisões) que podem ser sistematicamente analisados. 
 
Em outras palavras, a Psicofísica investiga a correspondência entre a 
magnitude das propriedades dos estímulos, avaliada pelos instrumentos 
da física e pelo sistema percentual das pessoas. 
 
LIMIAR ABSOLUTO: É a estimulação mínima necessária para que um estímulo 
seja detectado. 
 
Um estímulo deve possuir uma intensidade (e uma duração mínima suficiente 
para produzir a ativação neural necessária para percebê-lo. 
 
EXEMPLOS: 
 
VISÃO: é possível ver a chama de uma vela acesa a uma distância de 50 km. 
 
AUDIÇÃO: ouvir o tic-tac de um relógio a 6 m de distância. 
 
PALADAR: distinguir um acolher de chá de açúcar em 7,5 litros de água. 
 
OLFATO: uma gota de perfume num apartamento com 5 aposentos. 
 
SENTIDO CUTÂNEO: a asa de uma mosca caindo no rosto a uma distância de 
5 cm. 
 
O conceito de limiar absoluto foi introduzido por Herbart em 1824, ao escrever a 
respeito de limiar de consciência, ou seja, uma ideia somente se tornaria 
consciente para o observador se tivesse uma certa intensidade, do contrário 
permaneceria no inconsciente. 
 
COMO SE MEDE O LIMIAR ABSOLUTO: No Método dos limites: São 
apresentados estímulos com diferentes intensidades (por exemplo, sons bem 
baixinhos que aos poucos vão aumentando) e pede-se aos sujeitos quando 
ouviram o som e quando não ouviram. Os valores são somados é tirada a média. 
 
Métodos dos estímulos constantes: são apresentados sons com diferentes 
intensidades, porém eles são fixos enquanto sua apresentação. Ou seja, um som 
no volume 6, um som no volume 5, um som no volume 4. Estimulação necessária

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