COMPORTAMENTO, COMUNICAÇÃO E DANÇA DAS ABELHAS

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS - DEAG
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA - APICULTURA
 
 
 ANDREI NUNES DOS SANTOS
BRUNO MATEUS DOS SANTOS BORGES
CAMILA DA SILVA AQUINO
GABRIEL PIAS ZUCHETTO DA SILVA
WILLIAM DE ANDRADE MORAIS
 
 
 
 
 COMPORTAMENTO, COMUNICAÇÃO E DANÇA DAS ABELHAS
 
 IJUÍ
 2021
ANDREI NUNES DOS SANTOS
BRUNO MATEUS DOS SANTOS BORGES
CAMILA DA SILVA AQUINO
GABRIEL PIAS ZUCHETTO DA SILVA
WILLIAM DE ANDRADE MORAIS
 COMPORTAMENTO, COMUNICAÇÃO E DANÇA DAS ABELHAS
Artigo de pesquisa apresentado para a disciplina de apicultura, componente curricular do curso de Medicina Veterinária do Departamento de Estudos Agrários- DEAg da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul- Unijuí. 
Orientadora: Magda Metz
IJUÍ
2021
SUMÁRIO
RESUMO…………………………………………………………………………….
1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………………
2 COMPORTAMENTO, COMUNICAÇÃO E DANÇA DAS ABELHAS……...
2.1 COMPORTAMENTO…………………………………………………………..
2.2 COMUNICAÇÃO……………………………………………………………….
2.3 DANÇA DAS ABELHAS……………………………………………………....
3 CONCLUSÃO…………………………………………………………………….
REFERÊNCIAS…………………………………………………………………….
RESUMO
As abelhas são insetos de fundamental importâncias na sobrevivência de todas as espécies de seres vivos. E para a sua perpetuação elas utilizam algumas ferramentas através do comportamento, comunicação e dança das abelhas. 
São dotadas de sistemas de comunicação dos mais complexos e preciosos entre os animais, comunicações podendo ser através de sinais químicos, físicos ou biológicos. Tais comportamentos acabam-lhes permitindo não somente sua sociabilidade mas também é assegurado a sobrevivência da espécie.
	As abelhas usam feromônios para a comunicação entre membros da colônia, a forrageira comunica seu achado às irmãs, com muita ênfase, por meio de uma dança realizada no interior da colmeia, quando encontra um aglomerado de flores. É comum que a dançarina interrompa a repetitiva dança para mostrar uma gotícula de néctar, cujo odor ela também informa. 
	As operárias podem informar a distância e a localização exata de uma fonte de alimento, um novo local para instalação do enxame, a necessidade de ajuda em sua higiene. Podem, além disso, impedir que a rainha destrua realeiras.
	
1 INTRODUÇÃO 
As abelhas (Apis mellifera) são insetos sociais, pertencentes à ordem dos Himenóptera que surgiram na Terra há mais de 50 milhões de anos e estão presentes desde as civilizações antigas, como os gregos egípcios há mais ou menos cinco séculos. 
Apresentam um papel muito importante para o equilíbrio ecológico, sendo consideradas os principais polinizadores em ambientes naturais e agrícolas, além de ajudarem na genética das plantas. Vivem em colônias estruturadas divididas em castas (operária, rainha e zangão), onde cada uma possui encargos bem definidos e executados. 
Portam uma forma muito original e complexa de se comunicarem que vai muito além do contato entre antenas, podendo ser através de movimentos, sons e cheiros, até uma dança ou produção de compostos químicos de seu corpo. Como outras espécies de insetos, as abelhas também utilizam principalmente o sol para se localizar, mas o enredo de como exercem seus comportamentos para se comunicar é algo realmente intrigante que vale a pena ser inquirido.
2 COMPORTAMENTO, COMUNICAÇÃO E DANÇA DAS ABELHAS
2.1 COMPORTAMENTO 
As abelhas são dotadas de sistemas de comunicação dos mais complexos e preciosos entre os animais, e são distinguidas entre elas principalmente pela sua forma de comportamento. A comunicação entre elas pode ser através de sinais químicos, físicos ou biológicos, bem como uma simetria na forma de reações de seus organismos, movimentos rítmicos, cheiros, sons, ruídos ou produção de substâncias.
Os feromônios por exemplo, são o principal meio de coordenação e estimulação química de suas atividades, o qual secreta diversas glândulas que serão compreendidas pelos receptores olfativos presentes em suas antenas. A liberação dessas substâncias acabam gerando uma resposta específica em seu comportamento ou fisiologia de indivíduos da mesma colméia. Podemos ver na tabela 01, alguns feromônios produzidos pelas abelhas e as reações que são desencadeadas a partir disso, de acordo com Free (1987), Winston (1987) e Nogueira Couto & Couto (2002).
Tabela 01. Alguns feromônios produzidos pelas abelhas e suas reações
	Feromônios
	Reações desencadeadas
	Produzidos por operárias
	
	Feromônio de trilha
	Orienta as operárias na localização do ninho e de fontes de alimento
	Feromônio de alarme
	Alerta as operárias para a presença de inimigo próximo à colmeia
	Feromônio de defesa
	Liberado por operárias durante a ferroada, atrai outras operárias para ferroarem o local
	Feromônio de detenção
	Repele as operárias de fontes sem disponibilidade de alimento
	Feromônio de glândula de Nasonov 
	Liberado na entrada do colméia durante a enxameação e em fontes de água e alimento, ajuda na orientação e no agrupamento das abelhas
	Produzidas por rainha
	
	Feromônio da glândula mandibular
	Atrai zangões para o acasalamento, mantém a unidade da colméia, inibe o desenvolvimento dos ovários das operárias e a produção de rainha
	Feromônio das glândulas epidérmicas
	Atração das operárias. Age em sinergia com o feromônio da glândula mandibular
	Feromônio de trilha
	Ajuda a evitar a produção de novas rainha
	Produzidos por zangões
	
	Feromônio da glândula mandibular do zangão
	Atrai rainhas e outros zangões para a zona de congregação de zangões
	Produzidos por crias
	
	Feromônio de cria
	Estimula a coleta de alimentos e inibe o desenvolvimento dos ovários das operárias. Permite que as operárias reconheçam idade, casta e estado de sanidade das crias
Tais comportamentos acabam lhes permitindo não somente sua sociabilidade mas também é assegurado a sobrevivência da espécie, já que os sinais compartilhados são usados para informar a localização de alimento, água, locais de nidificação, presença de inimigos, atração sexual, agregação, abandono de nicho, etc.
2.2 COMUNICAÇÃO 
	Os animais se comunicam entre si por meio de sinais físicos diversos: sons, olhares, gestos. Sinais químicos para a comunicação também empregam os animais. As abelhas usam feromônios para a comunicação entre membros da colônia, assim como as formigas.
	Karl von Frisch, já havia demonstrado em seus estudos anteriores que as abelhas têm um sofisticado sistema de orientação. Determinam muito precisamente a posição do sol, assim como as formigas. Mesmo estando no interior da colmeia, podem acompanhar a evolução dessa posição através de um relógio interno. A forrageira comunica seu achado às irmãs, com muita ênfase, por meio de uma dança realizada no interior da colmeia, quando encontra um aglomerado de flores. Ela realiza uma dança circular repetitiva, alternadamente nos sentidos horário e anti-horário, quando as flores estão a menos de 100 metros. Para distâncias maiores realizam a chamada dança do requebrado, pela qual podem informar tanto a distância quanto a orientação das flores, tomando orientação do sol como referência. É comum que a dançarina interrompa a repetitiva dança para mostrar uma gotícula de néctar, cujo odor ela também informa. 
	O meio químico é o que afeta diretamente no comportamento de defesa, dentre os diferentes meios de comunicação de abelhas, interferindo prontamente em um maior ou menor grau na “agressividade” da colmeia. A comunicação química é realizada por substâncias próprias do indivíduo denominadas de feromônios, levando os indivíduos da colmeia a uma reação específica e imediata, os quais liberados externamente, produzem um efeito ou resposta, estimulando ou inibindo certos comportamentos dos insetos. A transferência de alimento também parece ser umas das maneiras mais importantes de comunicação, já que durante essa transferência ocorrem trocas de algumas secreções glandulares.
	O feromônio de alarme é utilizado/liberado quando a abelha se sente ameaçada ou ferroa uminimigo. Esses insetos podem ainda marcar o inimigo, estimulando o ataque dos demais indivíduos da colônia. 
2.3 DANÇA DAS ABELHAS
A dança é um importante meio de comunicação. Por meio dela, as operárias podem informar a distância e a localização exata de uma fonte de alimento, um novo local para instalação do enxame, a necessidade de ajuda em sua higiene. Podem, além disso, impedir que a rainha destrua realeiras e, com isso, estimular a enxameação (BARBOSA, A. de L. et al., 2007).
	Objeto de intensa investigação, há uma forma simbólica que tem encantado as pessoas, sendo esta a dança das abelhas. Por meio da qual uma operária forrageira informa às outras a posição de uma fonte de néctar ou de pólen, de uma fonte de água ou de um bom local para a construção de uma nova colméia. Esta dança só foi decifrada em 1927 pelo etologista austríaco Karl von Frisch (1886-1982), mesmo sendo observada há uns dois séculos.
	A dança é sempre realizada numa superfície vertical da colméia. De comprimento padronizado, começa com um deslocamento retilíneo, durante o qual a abelha requebra o posterior do abdômen. A velocidade com a qual a abelha se desloca é inversamente proporcional à distância da colmeia às flores, e o ângulo do deslocamento com a vertical indica o ângulo que estão as flores. Se a distância é 1 km, o deslocamento dura 1s, se é 500m ele dura 2s. A abelha volta à posição inicial em uma trajetória arqueada, findando o deslocamento. A abelha emite sons que sinalizam a qualidade e a natureza da fonte, enquanto requebra. Para que as companheiras entendam, a dança costuma ser repetida centenas de vezes. 
Existem pelo menos três tipos de danças, sendo elas: dança em círculo, dança em foice e dança do requebrado.
A dança em círculo é feita quando uma das abelhas quer informar as suas companheiras sobre uma fonte rica em pólen ou néctar. Ela indica que a fonte de alimento está próxima a menos de 100 metros da colmeia, porém não indica qual direção devem tomar. Entretanto, o cheiro específico do pólen fica grudado no corpo da abelha que durante a dança é dispersado informando seus colegas sobre a planta percorrida. Assim, elas podem procurar pela planta que está nas proximidades.
Quando o alimento se encontra a mais de 100 metros da colmeia, é feita outra classe de dança caracterizada como “dança do requebrado”. Neste caso as abelhas “requebram”, galanteia para informar qual a direção e distância que está o alimento. A direção é informada a partir da relação da posição da dançarina com a posição do sol, e o número de vibrações e intensidade emitida por ela durante tal coreografia é o que define a distância entre a fonte de sua nutrição e a colmeia. Quanto menor a distância entre eles, maior o número de vibrações.
O sol é o fator determinante para as suas danças. As abelhas o enxergam mesmo através das nuvens (pelos raios ultravioletas), e ele é utilizado como bússola para informar onde se encontra o local da fonte de alimento (árvores ou plantas com flores). Contudo, não necessitam ver o sol durante a dança, podendo ser feita após o pôr do sol, no escuro, dentro da colmeia.
3 CONCLUSÃO
 Os estudos apresentados neste trabalho mostram a importância e a eficiência dos meios de comunicação das abelhas, onde as danças realizadas são uma forma de conhecer e entender a distância que se encontram os alimentos, feromônios como meio de coordenação e estimulação de suas atividades, e também proteção da colméia.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, A. de L. et al. Criação de abelhas (apicultura). Área de Informação da Sede-Col Criar Plantar ABC 500P/500R Saber (INFOTECA-E), 2007.
CORREIA-OLIVEIRA, Maria Emilene et al. Manejo da agressividade de abelhas africanizadas. Série Produtor Rural, v. 1, n. 53, p. 4-46, 2012.
GONÇALVES, Lionel. Como as abelhas se comunicam. Apacame, Ribeirão Preto – SP, maio de 2003. Disponível em: <https://www.apacame.org.br/mensagemdoce/71/artigo2.htm>. Acesso em: 22 de jun. de 2021.
GLEICK, James. COMUNICAÇÃO NAS FORMIGAS E ABELHAS.
SANTOS, Cynthia. Na sociedade da colmeia há rainhas, operárias e zangões. Educação uol, 2018. Disponível em: < https://educacao.uol.com.br/disciplinas/ciencias/abelhas-2-na-sociedade-da-colmeia-ha-rainha-operarias-e-zangoes.>. Acesso em: 22 de jun. de 2021.
COUTO, R. H. N.; COUTO, L. A. Apicultura: manejo e produtos. 2 ed. Jaboticabal: FUNEP, 2002. 191 p.
MELLO, F. de P. et al. Sistema de Produção: Produção de Mel. Embrapa Meio-Norte. ISSN 1678-8818, Jun. de 2003.