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AULA 1 1. Explique, de forma sucinta, o mecanismo de formação da urina. A formação da urina se dá em três etapas: filtração, reabsorção e secreção. A filtração ocorre no corpúsculo renal, de onde será retirado do sangue eletrólito, sais e moléculas orgânicas. A reabsorção e secreção ocorre nos túbulos. No túbulo proximal haverá reabsorção de toda glicose e aminoácidos e maior parte do HCO3-, Na+, K+, Cl- e água. Além disso, será secretado H+, ácidos e bases orgânicas. No alça de Henle haverá reabsorção de água, sódio e cloreto. E, secreção de H+. No túbulo distal e coletor cortical haverá reabsorção de sódio e água (dependente de ADH). E, secreção de potássio e hidrogênio. No ducto coletor medular ocorre reabsorção de água (dependente de ADH) e ureia. Após todos esses processos a urina estará formada. 2. Frente a uma isquemia renal qual a porção do néfron seria mais comprometida? Por quê? O túbulo contorcido proximal. Pois não possui metabolismo anaeróbio. 3. Estudos demonstram que existe uma correlação positiva entre consumo de oxigênio e taxa de reabsorção de Na+ pelas células renais. Por que isso ocorre? Porque a maior parte do “trabalho” renal é transportar sódio ativamente, ou seja, contra seu gradiente eletroquímico. Para isso é necessário muito oxigênio para fornecer energia (ATP) para as bombas de transporte. Dessa forma, quanto mais reabsorção de sódio mais oxigênio é consumido. 4. Explique como as células tubulares proximais regulam a demanda por transporte ativo com a produção de ATP pela cadeia respiratória. É regulada pela razão de ATP/ADP, de modo que quando os níveis de ATP estão elevados em relação ao ADP, as células tubulares interpretam isso como balanço energético positivo. Com isso a demanda de oxigênio diminui e a razão de NADH/NAD+ aumenta. Dessa forma, o transporte ativo sofre redução em sua atividade pela diminuição dos processos oxidativos. 5. Paciente do sexo masculino, obeso e hipertenso. Exames demonstraram níveis plasmáticos aumentados de renina e presença de placas ateroscleróticas que suprimem a luz das artérias renais, limitando o fluxo sanguíneo. a) Com base nestes dados, qual seria a causa provável do aumento dos níveis plasmáticos de renina? Seria a presença de placas de ateroma que reduzem o fluxo sanguíneo que chega aos rins, fazendo com que pressão hidrostática na arteríola glomerular aferente diminua e consequentemente a filtração glomerular. Essa diminuição é percebida pela mácula densa, que vai estimular a liberação de renina. b) Descreva as vias pelas quais a elevação da renina causa o aumento da pressão arterial do paciente. As principais vias que a renina vai estimular é a formação de angiotensina II que por sua vez irá provocar vasoconstrição, além de estimular a liberação de aldosterona. Este irá promover maior absorção de Na+ e água, aumentando a volemia. Assim, tais processos aumentarão a pressão arterial. AULA 2 1. De que formas os rins regulam as concentrações de H+ e HCO3- no LEC? Através da secreção de H+, reabsorção de HCO3- e produção de HCO3-. De modo que a cada H+ secretado um HCO3- é reabsorvido e especificamente no ducto coletor cortical a cada H+ secretado um HCO3- é produzido. 2. Diferencie ácidos voláteis de não voláteis? Explique como são eliminados do organismo. Ácidos voláteis são os que possuem capacidade de evaporar e são produzidos a partir da oxidação de moléculas nutrientes. Já ácidos não voláteis são os que não possuem a capacidade de evaporar e são produzidos a partir de aminoácidos, ácidos nucléicos, fosfoproteinas e ácidos orgânicos. A eliminação dos ácidos voláteis se processa nos pulmões por meio da ventilação alveolar. E, a eliminação dos ácidos não voláteis se processa nos rins por meio da secreção de H+ que se combina com os ácidos não voláteis para serem eliminados. Essa secreção ocorre em todos as partes do túbulo, exceto nas porções finais descendente e ascendente da alça de Henle. Vale ressaltar ainda que para haver um certo excesso de H+, que serão usados para excretar os ácidos não voláteis, os rins titulam de forma incompleta o H+ em relação ao HCO3-. 3. Qual a importância do tampão fosfato, amoniogênese e da excreção renal de NH4+? O tampão fosfato faz com que mesmo com a adição de um ácido ou uma base, a [H+] ou seja o pH seja constante. A amoniogênese e excreção renal de NH4+ permite que os ácidos sejam eliminados na forma de sais amoniacais e que novos bicarbonatos sejam produzidos. Dessa forma, a importância desses mecanismos é a manutenção do equilíbrio ácido-base. 4. Quais as principais respostas renais, em nível bioquímico frente a uma acidose metabólica? Estimulação do transporte de H+ e HCO3, aumento da amoniogênese e da disponibilidade de tampões urinários (principalmente fosfato). 5. Ureia e creatinina são marcadores que podem ser utilizados na avaliação da função renal. Explique porque isso é possível, destacando possíveis limitações destes marcadores. No caso da ureia isso é possível devido a ela ser o principal produto de excreção do metabolismo proteico e o fato da maior parte que é filtrada nos glomérulos ser excretada na urina. Suas limitações como marcador se deve a sua elevação depender muito da alimentação e do estado de hidratação do paciente. Já a creatinina é devido a ela ser produzida pelo catabolismo da creatina e ser totalmente excretada na urina. Suas limitações se deve a ela depender da idade, sexo, do estado nutricional e massa muscular; ser também secretada pelo TCD; não se eleva no sangue até que haja perda significativa da TFG. 6. Explique os mecanismos básicos de instalação da proteinúria relacionando com seu significado clínico. A instalação da proteinúria pode ser decorrente do aumento da permeabilidade glomerular, que pode ser seletiva ou não, indicando glomerulopatias; de defeitos na reabsorção tubular ocasionando proteinúria de baixa intensidade; da filtração de proteínas anômalas que pode causar proteinúria de Bence Jones ou indicar mieloma múltiplo. AULA 3 1. Por que a creatinina é principal marcador de uso clínico para determinação da TFG? Quais suas principais limitações e como elas são superadas? Porque a depuração da creatinina apresenta boa correlação com a determinação da TFG pela inulina, a excreção da creatinina é relativamente constante durante o dia e a determinação da creatinina sérica ou plasmática é relativamente simples. Suas limitações se deve a ela depender da idade, sexo, do estado nutricional e massa muscular; ser também secretada pelo TCD; não se eleva no sangue até que haja perda significativa da TFG. Tais limitações são superadas utilizando-se equações destinadas à estimativa da depuração de creatinina ou da TFG. 2. Quais as principais causas e achados bioquímicos relacionados em uma IRA pré-renal? O que cada um deles sugere? As principais causas são o baixo débito cardíaco (diminui a perfusão renal), hipovolemia (diminui o aporte sanguíneo ao rim), vasodilatação periférica (favorece a baixa perfusão renal), aumento da resistência vascular renal e isquemia (diminui a filtração glomerular). E, os principais achados bioquímicos são concentração plasmática de creatinina, concentração plasmática de ureia e osmolaridade urinária aumentada; fluxo urinário, [Na+] urinária e [K+] urinária diminuída; razão ureia/creatinina > 40. De modo geral tais achados bioquímicos sugerem uma baixa TFG. 3. Quais as principais causas e achados bioquímicos relacionados em uma IRA renal? O que cada um deles sugere? As principais causas são isquemia (necrose tubular), retenção de líquidos (edema) e hipertensão arterial (diminuição da filtração glomerular). E, os principais achados bioquímicos são aumento de ureia, creatinina plasmática e [Na+] urinária; diminuição da [K+] urinária e depuração renal; proteinúria; razão ureia/creatinina < 40. Eles sugeremque a função dos néfrons foi comprometida e que há uma baixa TFG. 4. Por que a hipóxia é tão prejudicial às funções renais? Como isso explica a disparidade entre IRA renal oligúrica e não oligúrica? Porque ela produz excesso de vasoconstritores, deficiência de vasodilatadores e causa presença maciça de células e mediadores inflamatórias. A disparidade entre IRA renal oligúrica e não oligúrica se deve que na primeira a hipóxia irá ocasionar alteração do citoesqueleto de modo que ele invadirá o lume tubular, assim células desgarradas e destruídas obstruem esse lume e dificultam a filtração glomerular no néfron atingido. Isso deixa lacunas que permitem o retrovazamento de fluido em direção ao interstício. Na segunda a hipóxia irá provocar perda de polaridade, deixando de realizar transporte de água, sódio e demais solutos. 5. Apesar da hipóxia ser prejudicial, a própria reperfusão também o é. Por quê? Porque ocorrerá a metabolização da hipoxantina, gerada na hipóxia, que produzirá radicais livres, gerando estresse oxidativo. 6. O que caracteriza uma IRA pós-renal? Se caracteriza pela obstrução completa das vias urinárias que pode ser originada de cálculos, coágulos ou tumores. Além disso, pode haver cólica renal e alterações urinárias. 7. Paciente com suspeita de IRA é encaminhado para exame de sangue e urina. Os resultados indicam razão ureia/creatinina plasmática maior que 40, fluxo urinário bastante reduzido e concentração de sódio bem abaixo do normal na urina. Como esses resultados é possível que haja realmente uma IRA? Qual o tipo? Por que você chegou a essa conclusão? Sim, do tipo pré-renal. Porque a razão ureia/creatinina plasmática é maior que 40, o fluxo urinário é bastante reduzido e a concentração de sódio está bem abaixo do normal na urina. 8. Paciente com DRC, hipocalcemia e hiperfosfatemia. É prescrita uma formulação contendo calcitriol e cálcio, mas o quadro de lesão renal se agrava após alguns dias de tratamento. Qual a possível explicação para a conduta terapêutica ter tido efeito inverso ao esperado? O aumento de cálcio no tecido renal provocará nefrocalcinose pela deposição desse sal que promoverá a inflamação do túbulo-intersticial destruindo o parênquima renal, agravando a DRC. 1. Por que a creatinina é principal marcador de uso clínico para determinação da TFG? Quais suas principais limitações e como elas são superadas? Resp.: Porque essa substância é em grande parte filtrada pelo glomérulo, não é reabsorvida e sua concentração no meio interno é relativamente constante. Suas limitações estão relacionadas com a quantidade de massa muscular. Desta forma, encontram-se maiores concentrações de creatinina em homens do que em mulheres, em jovens comparados aos idosos e em indivíduos negros. Para superar esses obstáculos são utilizados as equações MDRD ou Cockcroft-Gault (creatinina plasmática ≥ 2 mg/dL) e a depuração de creatinina (quando for < 2 mg/dL). 2. Quais as principais causas e achados bioquímicos relacionados em uma IRA pré-renal? O que cada um deles sugere? Resp.: As principais causas são: o baixo débito cardíaco (diminui a perfusão renal), hipovolemia (diminui o aporte sanguíneo ao rim), vasodilatação periférica (favorece a baixa perfusão renal), resistência vascular renal e isquemia (diminui a filtração glomerular). 3. Quais as principais causas e achados bioquímicos relacionados em uma IRA renal? O que cada um deles sugere? Resp.: Agressão ou isquemia (necrose tubular), edema (oligúria), hipertensão arterial (diminuição da filtração glomerular), aumento da uréia e creatinina (diminuição da filtração glomerular), diminuição da depuração renal e proteinúria. 4. Por que a hipóxia é tão prejudicial às funções renais? Como isso explica a disparidade entre IRA renal oligúrica e não oligúrica? Resp.: Porque gera uma queda na concentração de ATP, o que afeta o transporte ativo, a síntese de integrinas e a manutenção do citoesqueleto. Na IRA oligúrica ocorre o descolamento das células da parede do ducto coletor e a posterior oclusão do mesmo com o extravasamento de filtrado. Na não oligúrica é o transporte de sódio que foi afetado devido a mudança de polaridade das células. 5. Apesar da hipóxia ser prejudicial, a própria reperfusão também o é. Por quê? Resp.: Porque o acúmulo e metabolização de hipoxantina, provocado pela degradação do ATP na isquemia, promove a produção de radicais livres como O2 – (superóxido) e OH- (hidroxila) em grande quantidade, que são tóxicos e causam a destruição celular. 6. O que caracteriza uma IRA pós-renal? Resp.: A IRA pós-renal ocorre por uma obstrução nos ureteres, na bexiga ou na uretra, o que provoca um aumento da pressão hidráulica e consequentemente a danificação dos néfrons renais. 7. Paciente com suspeita de IRA é encaminhado para exame de sangue e urina. Os resultados indicam razão ureia/creatinina plasmática maior que 40, fluxo urinário bastante reduzido e concentração de sódio bem abaixo do normal na urina. Como esses resultados é possível que haja realmente uma IRA? Qual o tipo? Por que você chegou a essa conclusão? Resp.: Sim, do tipo pré-renal. Porque a razão uréia e creatinina está maior do que 40 e a excreção de sódio não está elevada. 8. Paciente com DRC, hipocalcemia e hiperfosfatemia. É prescrita uma formulação contendo calcitriol e cálcio, mas o quadro de lesão renal se agrava após alguns dias de tratamento. Qual a possível explicação para a conduta terapêutica ter tipo efeito inverso ao esperado? Resp.: O aumento de cálcio no tecido renal provocará nefrocalcinose, onde ocorre a deposição desse sal e promove a inflamação do túbulo-intersticial destruindo o parênquima renal, agravando a DRC.
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