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108
Unidade IV
Unidade IV
7 AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA E RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS
7.1 Anamnese
O fisioterapeuta deverá ser capaz de avaliar o seu paciente e, a partir de uma avaliação minuciosa, 
determinar os objetivos e as condutas a serem realizadas com ele. Para isso, o fisioterapeuta deverá 
realizar uma boa anamnese de seu paciente.
A anamnese é caracterizada por uma entrevista minuciosa com o paciente onde serão coletados os 
dados pessoais do paciente, a história clínica do paciente, antecedentes familiares, sinais e sintomas etc. 
para que seja elaborado o plano de tratamento do paciente. Ela é a primeira parte da avaliação e no dia 
a dia ela se torna cada vez mais completa.
 Observação
Sinais: tudo aquilo que podemos verificar no paciente, por meio dos 
nossos sentidos. Ou seja, sinais são objetivos. Exemplo: febre.
Sintomas: as queixas do paciente. Ou seja, sintomas são subjetivos. 
Exemplo: dor.
A avaliação do paciente depende de um exame minucioso e sistemático, que para levar a um 
diagnóstico correto, é necessário que o fisioterapeuta possua:
• conhecimento de anatomia;
• histórico preciso do paciente;
• exame físico detalhado.
Quando um fisioterapeuta se depara com um paciente e vai realizar a anamnese, ele deve colher 
primeiramente os dados pessoais do paciente, como:
• nome;
• idade/data de nascimento;
109
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
• gênero;
• cor;
• estado civil;
• peso;
• nacionalidade;
• naturalidade;
• profissão/ocupação.
O fisioterapeuta, de acordo com o Código de Ética do Coffito (2013), deverá sempre chamar seu 
paciente pelo nome, respeitá‑lo, tratá‑lo com dignidade e oferecer um tratamento integral e igualitário a 
todos os pacientes, independentemente de cor, raça, credo, condição socioeconômica, além de respeitar 
a intimidade e o pudor do paciente. Ainda de acordo com o Código de Ética, o fisioterapeuta deverá 
estar com o crachá em local visível, para que o paciente possa identificá‑lo.
Após a coleta dos dados pessoais, o fisioterapeuta deverá averiguar a história clínica do paciente, 
ou seja, colher dados referentes à doença apresentada pelo paciente ou, no caso de crianças, pelo 
acompanhante. Para a anamnese, o fisioterapeuta deverá realizar perguntas claras e de fácil entendimento 
do paciente e, ao mesmo tempo, mostrar‑se interessado durante o procedimento, anotando todos os 
comentários realizados pelo paciente, pois eles podem ser de extrema importância para elaboração do 
tratamento fisioterapêutico. Nesta história clínica, o fisioterapeuta deverá conhecer:
• A queixa principal do paciente: quais são os sintomas apresentados por ele.
Exemplos:
— Por que procurou a fisioterapia?
— Qual é a queixa?
• A história da moléstia atual (HMA): colher informações sobre o processo saúde‑doença atual 
do paciente; deve ser bem detalhada, e os sinais e sintomas deverão ser bem caracterizados. 
Essas informações deverão ser escritas em uma ordem cronológica, obedecendo a uma ordem de 
instalação dos sintomas, dos mais antigos para os mais recentes.
Exemplos:
— Como aconteceu? Foi por trauma, dor intensa quando movimenta, dor à noite etc.?
— Onde localizava‑se a dor ou outros sintomas no início do problema?
110
Unidade IV
— Quais movimentos ou atividades causam dor?
— Há quanto tempo existe o problema?
• A história da moléstia pregressa (HMP): colher informações sobre o passado do paciente, que 
a princípio não aparentam correlação direta ou indireta de causa e efeito com a HMA. Devem 
constar dados sobre doenças prévias, traumatismos, gestações e partos, cirurgias, hospitalizações, 
exames laboratoriais realizados, uso de medicamentos, tabagismo, etilismo, uso de tóxicos, fatores 
de risco, imunizações, sono e hábitos alimentares, entre outros. Esta é uma parte da anamnese 
muito importante e que pode trazer aspectos relevantes ao tratamento do paciente. Use sempre 
uma linguagem coloquial, sem muitos termos técnicos, para que o paciente consiga entender o 
seu questionamento e fornecer as informações relevantes e necessárias ao seu tratamento.
• Antecedentes familiares: doenças apresentadas por familiares (avós, pais, irmãos e filhos) que 
podem estar relacionadas com a patologia do paciente, ou podem ser um fator de risco para o 
desenvolvimento de determinada patologia. Exemplos: histórico de câncer na família, doenças 
cardíacas, diabetes etc.
As informações devem ser colhidas diariamente, seja com o próprio paciente, com seu responsável 
legal ou mesmo com o seu acompanhante no momento da internação em casos em que o paciente está 
impossibilitado de se comunicar. Muitas informações podem ser omitidas ou esquecidas na primeira 
avaliação, e após o estabelecimento do vínculo terapeuta‑paciente, elas poderão ser compartilhadas.
 Lembrete
Uma boa anamnese não termina após o primeiro contato com o 
paciente, ou no caso de pacientes em ambientes hospitalares, após a 
verificação do prontuário. Ela deve ser feita durante todo o período de 
terapia do paciente.
7.1.1 Sinais vitais
Os sinais vitais são medidas que fornecem dados fisiológicos, indicando o estado de saúde de uma 
pessoa, e evidenciam o funcionamento e as alterações da função corporal com o objetivo de auxiliar na 
avaliação do estado de saúde.
Os sinais vitais são compostos por:
Pressão arterial (PA)
Informa a força que o sangue exerce sobre a parede das artérias, ou seja, PA = volume sanguíneo versus 
resistência periférica. É composto por dois números, sendo o primeiro, ou o de maior valor, chamado 
de sistólico, o qual corresponde à pressão da artéria no momento em que o sangue foi bombeado pelo 
111
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
coração; e o segundo número, ou o de menor valor, é chamado de diastólico, e corresponde à pressão 
na mesma artéria, no momento em que o coração está relaxado após uma contração. A unidade de 
medida utilizada é o milímetro de mercúrio (mmHg). Exemplo: 120 x 80 mmHg.
Para se realizar a aferição dessa medida, deve‑se utilizar um estetoscópio e o esfigmomanômetro.
Frequência cardíaca/pulso (FC/P)
É uma sensação ondular que pode ser palpada em uma das artérias periféricas (radial, braquial, 
pediosa do pé, carótida, temporal, femoral, poplítea, tibial posterior) quando ocorre a contração 
ventricular. A cada contração ventricular, aproximadamente de 60 a 70 ml de sangue entram na aorta 
(volume sistólico). A frequência cardíaca é o número de pulsações periféricas palpadas a cada minuto. 
Para se verificar a frequência de pulsação, frequência cardíaca ou pulso, devemos realizar uma palpação 
nas grandes artérias e em um período de um minuto, contar quantas sensações de onda sentimos a 
palpação. A unidade de medida é batimentos por minuto (BPM). Ela também pode ser aferida por meio 
de equipamentos como monitores cardíacos ou oxímetros.
Exemplo:
Ao palpar a artéria radial de um paciente internado na enfermaria ortopédica devido a uma fratura 
de fêmur ocasionada por um atropelamento, foi encontrada uma frequência cardíaca de 95 BPM.
Frequência respiratória (FR)
A respiração é a troca de gases dos pulmões com o meio exterior, que tem como objetivo a 
absorção do oxigênio e a eliminação do gás carbônico. A frequência respiratória, por intermédio 
do ritmo, profundidade e som, reflete o estado metabólico do corpo e a condição do diafragma 
e dos músculos do tórax, fornecendo O2 ao trato respiratório e aos alvéolos. Deve‑se contar a 
frequência respiratória do paciente em um minuto, e cada frequência corresponde a inspiração 
e expiração. A FR também pode ser fornecida por meio do ventilador mecânico, caso o paciente 
encontre‑se sob o uso de uma via aérea artificial, internado em uma UTI por não conseguir realizar 
as incursões respiratórias voluntariamente. A unidade de medida é expressa em respirações por 
minuto (RPM) ou incursões por minuto (IPM).
Exemplo:
Ao avaliar um paciente internado na enfermaria ortopédica devido a uma fratura de fêmur ocasionada 
por um atropelamento em 1 minuto, ele apresentauma FR de 19 RPM (cada RPM corresponde ao 
movimento de inspiração e expiração).
Temperatura (ºC)
Consiste no equilíbrio entre a produção e a perda de calor do organismo, mediado pelo centro 
termorregulador localizado no hipotálamo. Para obtenção da medida deve‑se utilizar um termômetro 
112
Unidade IV
digital, pois o termômetro de mercúrio não pode mais ser utilizado. A temperatura também pode estar 
visível em monitores de sinais vitais, e é aferida através de sensores que estão posicionados na axila do 
paciente. A unidade de medida é graus Celsius.
 Observação
Os sinais vitais pressão arterial (PA), frequência respiratória (FR), 
frequência cardíaca (FC), temperatura (ºC), bem como a análise do nível 
de consciência do paciente, também deverão ser coletados e analisados 
não somente na primeira avaliação, mas durante todo o período que o 
paciente permanecer em terapia, ou no mínimo antes e após a realização 
da terapia.
7.1.2 Avaliação do nível de consciência
O nível de consciência do paciente também é um fator muito importante a ser avaliado e analisado 
pelo profissional durante sua avaliação, pois através dela o fisioterapeuta consegue detectar se o 
paciente em questão encontra‑se confuso, por exemplo, ou se está apresentando uma redução do seu 
nível de consciência, sendo necessária a utilização de alguns recursos, como o uso de oxigênio ou uma 
abordagem médica imediata para uma intervenção mais invasiva.
Para avaliação do nível de consciência, o fisioterapeuta poderá utilizar‑se de recursos como:
• Escala de coma de glasgow: avalia o comprometimento do nível de consciência através da 
análise de três parâmetros, que são abertura ocular, resposta verbal e resposta motora associadas 
à presença ou não do reflexo pupilar.
• Escala de Ramsay ou RAAS: avalia o paciente que encontra‑se sob uso de sedação.
 Saiba mais
A escala de Coma de Glasgow passou por algumas alterações em 2018. 
Para saber mais sobre o assunto, acesse:
ESCALA de coma de Glasgow. Biblioteca Virtual de Enfermagem, 25 out. 
2018. Disponível em: http://biblioteca.cofen.gov.br/escala‑de‑coma‑de‑
glasgow/. Acesso em: 18 out. 2019.
113
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
7.1.3 Exame físico
Após a coleta da história do paciente, o fisioterapeuta deverá realizar com ele o exame físico e, 
juntamente com os dados obtidos na anamnese, elaborar o diagnóstico fisioterapêutico, os objetivos 
e as condutas de tratamento, localizar uma queixa, associá‑la a uma região anatômica específica e 
qualificá‑la, definir sua relação com o movimento e a função. O exame físico clarifica a história e os 
sintomas de um paciente (examinador conhecedor de anatomia).
O exame físico do paciente deverá ser realizado de forma global, avaliando o paciente em sua 
totalidade, porém com enfoque na real necessidade do paciente. Portanto, poderá conter itens específicos 
de avaliação de acordo com a especialidade fisioterapêutica. Aqui abordaremos uma avaliação de forma 
geral, e não específica.
Inspeção (observação)
O ato de observar o paciente detalhadamente deve ser realizado bilateralmente de forma comparativa. 
Ao realizar a inspeção, a área a ser avaliada deve estar despida, o ambiente deve ser adequado e todo o 
procedimento precisa ser bem esclarecido ao paciente ou ao responsável. O paciente deve ser observado 
detalhadamente. Os principais itens a serem inspecionados são:
— face: expressões, assimetrias;
— ombros: desníveis, assimetria da cintura escapular;
— cintura pélvica: assimetria;
— tipo de tórax;
— alterações posturais;
— pele: aspecto, sinais de inflamação, cicatrizes, dermatites, deformidades;
— tipo de marcha (se usa auxílio para locomoção);
— musculatura: tônus: hipertonia, hipotonia; 
— trofismo: hipertrofismo, hipotrofismo;
— movimentos involuntários;
— edema.
O fisioterapeuta, durante seu exame físico, também deve atentar‑se à avaliação da marcha do 
paciente, verificando se há alguma alteração importante em alguma de suas fases.
114
Unidade IV
 Observação
A avaliação da marcha será realizada apenas para pacientes que 
consigam realizá‑las, ou seja, em um paciente que está internado em uma 
UTI sob sedação, esse item não é aplicável, bem como em uma paciente que 
possui amputação bilateral sem uso de próteses.
Apoio do 
calcanhar
Aceleração
Aplanamento 
do pé
Oscilação 
intemediária
Acomodação 
intermediária
Desaceleração
Impulso
Apoio do 
calcanhar
Figura 44 
O estado geral do paciente também deverá ser avaliado pelo fisioterapeuta, o que inclui coloração 
de pele (verificar se o paciente apresenta coloração azulada de pele, indicando falta de oxigenação em 
tecidos – cianose), presença de deformidades já instaladas, presença de feridas, entre outros.
A dor do paciente também deverá ser avaliada, lembrando que a dor é um sintoma relatado pelo 
paciente, porém é um item de avaliação subjetivo, e como referência de dor, podemos utilizar uma 
escala visual analógica (EVA).
Palpação
Ato de tocar o paciente, deve ser realizado através do tato e/ou pressão. Durante a palpação, o 
fisioterapeuta poderá sentir a temperatura do local avaliado, sentir se há deformidades ósseas ou 
alterações referentes à altura de estruturas, verificar a expansibilidade torácica do paciente, bem como 
simetria ou assimetria de regiões, alinhamento de processos vertebrais na coluna, aderências ou não de 
cicatrizes, trofismo muscular.
115
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
Ausculta pulmonar
Também deverá ser realizada para avaliação de alterações no som pulmonar fisiológico (murmúrio 
vesicular ou apenas som pulmonar) e presença de sons patológicos (roncos, sibilos inspiratórios, sibilos 
expiratórios, estertores creptantes ou creptações grossas, estertores subcreptantes ou creptações finas) 
que podem ser indicativos de afecções pulmonares, como atelectasias, derrames pleurais, broncoespasmo 
e presença de secreções pulmonares. A ausculta pulmonar é realizada com o auxílio de um estetoscópio 
em pontos específicos do tórax, tanto em sua parte anterior quanto em sua parte posterior.
Deve‑se tomar cuidado para não colocar o estetoscópio em cima de estruturas ósseas, pois a ausculta 
poderá ficar comprometida.
Goniometria
O fisioterapeuta, com o auxílio de um goniômetro, deverá avaliar a amplitude de movimento das 
articulações a serem avaliadas, para determinar alterações e limitações de movimento e desta forma 
traçar seu objetivo de tratamento para ganhar a amplitude de movimento necessária. A goniometria 
deverá ser realizada em todas as etapas do tratamento, devendo ser anotada no prontuário do paciente 
e relatada a ele posteriormente, como forma de incentivo à sua recuperação.
Figura 45 
Perimetria
Ainda com um auxílio de uma fita métrica, o fisioterapeuta deverá realizar a perimetria, ou seja, 
uma medida de membros para verificar a presença ou não de edemas e alterações no trofismo muscular. 
Deverá ser realizada de forma bilateral e comparativa.
116
Unidade IV
Braço superior
Braço inferior
Antebraço superior
Antebraço médio
Antebraço inferior
Mão
C
C
C
C
C
C R
h
h
h
r
Figura 46 
Força muscular
A força muscular do paciente deverá ser avaliada, para se verificar a força que um músculo ou 
grupo muscular possui para vencer ou suportar determinada resistência. Essa avaliação é fundamental 
para verificar a funcionalidade do paciente com o objetivo de uma medida preditiva ou prognóstica 
para a ocorrência de limitações na realização das atividades de vida diária, ocorrência frequente de 
quedas, retorno às atividades esportivas pós‑cirurgias, dentre outros. Existem testes específicos para 
esta avaliação que podem ser usados pelo fisioterapeuta.
Teste de sensibilidade
Deve ser realizado para verificar a presença de anestesia ou hipoestesia no território do nervo lesado; 
verificar sensibilidade cutânea; verificar se o território/região inervada por determinada raiz nervosa foi 
afetada devido à lesão apresentada.
O teste de sensibilidade poderá ser realizado como auxílio de objetos de diferentes texturas ou com 
o auxílio do estesiômetro, um kit de monofilamentos para testar a sensibilidade da pele.
117
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
Figura 47 
Testes para avaliação de reflexos
São testes utilizados para analisar as raízes nervosas que suprem o reflexo e avaliar o reflexo normal, 
ou seja, a integridade do arco reflexo. Os testes determinam a presença ou não de espasticidade, lesão 
do neurônio motor.
Para a realização desses testes, o fisioterapeuta utiliza o martelo de reflexo de Buck, que também 
possui dispositivos que avaliam a sensibilidade do paciente, ou o martelo de reflexos de Taylor.
Figura 48 – Checagem dos reflexos com martelo de Buck
118
Unidade IV
Figura 49 – Martelo de reflexo Taylor
Avaliação de exames complementares
São considerados exames complementares todos os exames que são apresentados pelo paciente e que 
podem complementar a avaliação do fisioterapeuta e, dessa forma, tornar o objetivo de seu tratamento 
mais específico, visando o bem‑estar e melhora do quadro clínico e da qualidade de vida do paciente.
Além do exame físico, o fisioterapeuta deverá estar apto a avaliar exames complementares 
apresentados pelo paciente, como:
• RX;
• tomografia computadorizada;
• ressonância magnética;
• ultrassonografia;
• doppler de membros;
• ecocardiograma;
• eletrocardiograma;
• exames de sangue (hemograma, gasometria arterial, função renal, enzimas cardíacas etc.);
• teste ergométrico e ergoespirométrico;
• espirometria.
119
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
J
R-R
R R
P‑RS
Q
P T Q‑T
S‑T
Tempo = seg
Voltagem = mV
10 mm = 1mV
5 mm = 
0,2 seg
1 mm = 
0,04 seg
0,1 mV
Figura 50
 
7.1.4 Modelo de ficha de avaliação fisioterapêutica
Todos os dados colhidos deverão ser anotados em uma ficha de avaliação do paciente/prontuário, 
bem como os testes realizados, sinais vitais e interpretação de exames complementares. Todas as 
sessões realizadas pelo paciente deverão ser anotadas no prontuário com especificações de sinais vitais, 
avaliações realizadas no dia em questão, terapia realizada no dia em questão, evolução do paciente 
durante e após o atendimento fisioterapêutico.
A seguir, um exemplo de uma ficha de avaliação fisioterapêutica, que poderá ter itens inclusos ou 
retirados de acordo com a especialidade fisioterapêutica e de acordo com a necessidade do paciente.
FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA DATA: ___ / ___ / ___
1 – IDENTIFICAÇÃO
Nome: _______________________________________________________________
Data de nascimento: ___ / ___ / ___ Idade: ____ anos
Gênero: ( ) Feminino ( ) Masculino
Raça: ( ) Branca ( ) Negra ( ) Oriental ( ) Outra: ________________
Naturalidade: __________________
Estado civil: ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo
120
Unidade IV
Escolaridade: ( ) Nenhuma ( ) Ens. Fundamental ( ) Ens. Médio ( ) Ens. Superior Completo 
 ( ) Ens. Superior Incompleto
Profissão: ___________________________ Ocupação: __________________
Endereço:__________________________________________________________ n. _____ 
Compl.: ____________ CEP: ______ – ____ Cidade: ________________ UF: _______
Telefones: ( ) ____________________ / ( ) _____________________
E‑mail: __________________________________________
DIAGNÓSTICO MÉDICO:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
NOME DO MÉDICO RESPONSÁVEL:
______________________________________________________________________________
Telefone: ( ) ____________________
DIAGNÓSTICO FISIOTERAPÊUTICO (clínico‑funcional):
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
2 – ANAMNESE
Queixa principal (QP):
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
História da moléstia atual (HMA):
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
121
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
História da moléstia pregressa: (HMP):
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Antecedentes pessoais (AP):
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Antecedentes ginecológicos (específico para pacientes do gênero feminino):
Data da última menstruação (DUM): ___ / ___ / ___
Usa algum método anticoncepcional? ( ) Não. ( ) Sim. Qual? _______________
Gestação? ( ) Não. ( ) Sim.
Menarca: ( ) Não. ( ) Sim. Com quantos anos? ______
Menopausa: ( ) Não. ( ) Sim. Com quantos anos? ______
Antecedentes obstétricos (específico para pacientes do gênero feminino):
Número de gestações: _______ Vaginal: _____ Cesárea: ______ Fórceps: ______ Aborto: ______
Número de filhos: _____
Alergias:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Antecedentes familiares (AF): 
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
122
Unidade IV
Cirurgias realizadas:
1. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___
2. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___
3. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___
4. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___
5. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___
Exames complementares:
1. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___ 
Conclusão: __________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
2. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___ 
Conclusão: __________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
3. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___ 
Conclusão: __________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
4. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___ 
Conclusão: __________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
5. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___ 
Conclusão: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Hábitos de vida:
Tabagismo: ( ) Não. ( ) Sim.
Etilismo: ( ) Não. ( ) Sim.
123
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
Atividade física: ( ) Não. ( ) Sim.
Frequência: ____x/sem. Tipo: ______________________ Duração: _____ min.
Frequência: ____x/sem. Tipo: ______________________ Duração: _____ min.
Frequência: ____x/sem. Tipo: ______________________ Duração: _____ min.
Medicamentos:
Nome do medicamento Dosagem Frequência Indicação
1
2
3
4
5
Estado geral do paciente:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
3 – EXAME FÍSICO
Peso: _______ kg
Estatura: ________ cm
Índice de massa corporal (IMC) = ____________ kg/m²
Sinais vitais (SV):
Frequência cardíaca (FC): ________ bpm
Pressão arterial (PA): _____ X _____ mmHg
Frequência respiratória (FR): _______ rpm
Temperatura (T): ___________ ºC
124
Unidade IV
Inspeção:
Figura 51 
Observações:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
4 – AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
Nível de consciência:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
125
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
ESCALA DE GLASGOW
Total: _______________
Tabela 1
Resposta ocular Resposta verbal Resposta motora Pontuação
A ordens
Orientado Localizadora 5
Espontânea Confuso Flexão normal 4
Ao som Palavras Flexão anormal 3
A pressão Sons Extensão 2
Ausente Ausente Ausente 1
Não testável NT NT NT
Adaptada de: Iespe (2018).
Tabela 2
Olhos não reativos à luz Pontuação de reatividade de pupila
Ambos os olhos 2
Um olho 1
Nenhum olho 0
Adaptada de: Iespe (2018).
ESCALA DE RAMSEY
Graduação: _________________
Tabela 3
Pontuação Reação
1 Ansioso, agitado ou irritado
2 Cooperativo, orientado, tranquilo
3 Sonolento, respondendo ao estímulo verbal
4 Dormindo, com resposta mínima a estímulo tátil ou auditivo
5 Sem resposta a estímulo auditivo ou tátil, porém com resposta à dor
6 Sem resposta a estímulos dolorosos
Adaptada de: Iespe (2018).
126
Unidade IV
Avaliação de pupilas:
Isocórica ( )
Anisocórica ( ) _________
Miótica ( )
Midriática ( )
5 – PALPAÇÃO
Figura 52 
Observações:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
127
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
6 – AVALIAÇÃO DA MARCHA
Fase de apoio Fase de balanço
Ciclo da marcha
Contato 
inicial
Duplo
apoio
Duplo
apoio
Resposta 
à carga
Apoio 
médio
Apoio 
simples
Apoio 
simples
Apoio 
final
Pré‑
balanço
Balanço 
inicial
Balanço 
médio
Balanço 
final
Figura 53 
7 – AVALIAÇÃO POSTURAL
Figura 54 
Observações:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
128
Unidade IV
AVALIAÇÃO DA DOR
DATA: ___/___/___ LOCAL: _____________ NÍVEL DA DOR: ___
DATA: ___/___/___ LOCAL: _____________ NÍVEL DA DOR: ___
DATA: ___/___/___ LOCAL: _____________ NÍVEL DA DOR: ___
DATA: ___/___/___ LOCAL: _____________ NÍVEL DA DOR: ___
Figura 55 – Escala visual analógica (EVA)
Objetivos fisioterapêuticos:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Condutas fisioterapêuticas:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Nome do estagiário
______________________________________________________________________________
Supervisor responsável
______________________________________________________________________________
7.1.5 Prontuários
Conforme a Resolução do Coffito n. 414/12, é obrigação do fisioterapeuta registrar dados pessoais, 
avaliação física, história clínica, diagnóstico e prognóstico fisioterapêutico, exames complementares, 
recursos utilizados, plano terapêutico incluindo exercícios realizados e objetivos terapêuticos a serem 
alcançados, bem como a descrição do estado de saúde do paciente, tratamento realizado e eventuais 
intercorrências. O registro deverá ser efetuado com letra legível ou em prontuário eletrônico, assinado 
e carimbado pelo profissional fisioterapeuta que realizou o atendimento.
129
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
Os dados contidos no prontuário são sigilosos, e apenas a equipe multiprofissional e o paciente, caso 
ele mesmo ou seu responsável legal o solicite, poderá ter acesso aos dados ali contidos. O prontuário 
deverá ser guardado em local que garanta seu sigilo e sua privacidade e é de responsabilidade do 
fisioterapeuta ou da instituição em que o atendimento foi realizado guardar o prontuário por no mínimo 
cinco anos após o último registro do paciente.
Se o atendimento for realizado no domicílio do paciente, o prontuário deverá ser guardado no próprio 
domicílio, sendo responsabilidade do fisioterapeuta orientar aos familiares sobre o sigilo dos dados ali 
contidos, e ele poderá guardar consigo uma cópia de inteiro teor do prontuário do paciente, bem como 
solicitar a assinatura do paciente ou do representante legal atestando que o atendimento foi realizado.
8 RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS
O fisioterapeuta possui diversos recursos exclusivos de sua profissão para o tratamento de seus 
pacientes em suas diversas áreas de atuação. Os procedimentos da fisioterapia contribuem para a 
prevenção, promoção cura e recuperação da saúde.
Para determinar o melhor recurso a ser utilizado no tratamento fisioterapêutico de seu paciente, 
o fisioterapeuta deverá ter realizado uma boa anamnese, bem como um exame físico detalhado para 
determinar o diagnóstico cinesiológico funcional e, dessa forma, estabelecer os objetivos e o plano de 
tratamento de seu paciente e os recursos terapêuticos adequados para o tratamento deste paciente.
Entre os recursos fisioterapêuticos utilizados, temos a cinesioterapia, mecanoterapia, eletroterapia, termoterapia, 
fototerapia, massoterapia, crioterapia, hidroterapia, e algumas terapias complementares. Cada um desses recursos 
será elencado para o tratamento do paciente pelo fisioterapeuta, que é o profissional responsável pelo diagnóstico 
fisioterapêutico. Esses recursos podem ser utilizados em todas as áreas de atuação do fisioterapeuta, respeitando 
sempre as condições clínicas do paciente eas indicações e contraindicações de cada recurso. Não se pode esquecer 
que cada paciente é único, mesmo possuindo a mesma patologia, ou seja, o recurso terapêutico indicado para os 
dois pacientes pode não ser tão confortável ou não surtir o efeito desejado para um deles.
Portanto, mais uma vez ressalta‑se a importância de uma boa anamnese, de uma avaliação completa 
e minuciosa, levando em consideração as características individuais de cada um e avaliando seu paciente 
por meio do modelo biopsicossocial, ou seja, levando em consideração não apenas aspectos relacionados 
à patologia, mas atentando‑se a aspectos psicológicos e sociais. 
Fatores 
biológicos
Fatores 
sociais
Fatores 
psicológicos
Figura 56 
130
Unidade IV
8.1 Cinesioterapia
Consiste no uso do movimento ou exercício como forma de tratamento. Etimologicamente, “cinesioterapia” 
se originou a partir da junção das palavras gregas kínesis, que significa “movimento”, e therapeia, que quer dizer 
“terapia”. A cinesioterapia é uma técnica que se baseia nos conhecimentos de anatomia, fisiologia e biomecânica, 
a fim de proporcionar ao paciente um melhor e mais eficaz trabalho de prevenção, cura e reabilitação.
O exercício terapêutico utilizado na cinesioterapia tem como objetivo manter, corrigir e/ou recuperar 
uma determinada função, atuando diretamente no desenvolvimento, melhora, restauração e manutenção 
da força, da resistência à fadiga, da mobilidade e flexibilidade, do relaxamento e da coordenação motora 
(KISNER; COLBY, 1998).
A fisioterapia, por meio da utilização de metodologias e técnicas próprias, privativas e exclusivas 
baseadas na utilização terapêutica dos movimentos e dos fenômenos físicos, busca uma melhor 
qualidade de vida para o cidadão, frente às disfunções apresentadas.
Os exercícios terapêuticos ou cinesioterapêuticos podem ser utilizados nas mais diversas áreas de 
atuação do fisioterapeuta, sendo denominados, por exemplo, de cinesioterapia respiratória – exercícios 
respiratórios associados ao movimento utilizados pela área da fisioterapia respiratória na prevenção, 
reabilitação de patologias respiratórias, como a asma. A cinesioterapia é, portanto, o tratamento através 
do movimento, aplicado em todas as especialidades fisioterapêuticas, utilizando‑se de exercícios que 
podem ser passivos, ativos, ativos assistidos, incluindo também alongamentos que da mesma forma 
podem ser passivos, ativos ou ativos assistidos.
• Exercícios passivos: o fisioterapeuta ou dispositivos que imitam os movimentos fisiológicos 
realizam manipulações de diferentes segmentos ou tecidos ou realizam os movimentos para o paciente. 
Neste caso, não há contração muscular voluntária.
• Exercícios ativos: o paciente realiza os exercícios de forma ativa e consciente. Ele pode realizar 
de forma livre com ou sem o auxílio da gravidade, denominado exercício ativo livre, ou, ainda, realizar o 
exercício contra uma resistência aplicada pelo fisioterapeuta, denominado exercício ativo resistido.
• Exercícios ativos assistidos: o paciente realiza o exercício de forma ativa, porém pode necessitar 
de auxílio do fisioterapeuta para completar a amplitude de movimento adequada.
 Observação
O programa de exercícios para cada paciente é determinado de acordo 
com suas necessidades. A duração e a intensidade dos exercícios é baseada 
na condição clínica apresentada pelo paciente, bem como no seu exame 
físico, sinais vitais, diagnóstico médico e fisioterapêutico. Portanto, a 
cinesioterapia é voltada para a parte respiratória, ortopédica, cardiovascular, 
uroginecológica, neurológica etc.
131
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
8.1.1 Mecanoterapia
A mecanoterapia consiste na utilização de equipamentos para realização da cinesioterapia com 
finalidade terapêutica. Os equipamentos utilizados têm o objetivo de promover, desenvolver e restaurar 
a força muscular; melhorar flexibilidade, mobilidade articular e equilíbrio; melhorar resistência; melhorar 
mobilidade articular; auxiliar no relaxamento muscular; e pode auxiliar no ganho de massa muscular.
Os equipamentos utilizados pelo fisioterapeuta podem ser: halteres, caneleiras, molas, elásticos, 
cama elástica, prancha de equilíbrio, bolas, equipamentos de musculação, entre outros.
A utilização de aparelhos na cinesioterapia pelo fisioterapeuta deve ter como objetivo terapêutico a 
obtenção da funcionalidade do movimento livre de qualquer limitação.
8.1.2 Massoterapia
Um recurso terapêutico utilizado é a massagem. A massoterapia é definida como manipulações 
aplicadas ao corpo realizadas com as mãos com o objetivo preventivo, reabilitador, terapêutico e 
psicológico. Seu uso vem de tempos remotos e em meados do século XIX sua eficácia foi demonstrada, 
definindo‑se indicações terapêuticas (LACOMBA; SALVAT, 2006). É considerada uma abordagem 
terapêutica que tem como objetivo a mobilização e/ou manipulação de tecidos, segmentos articulares, 
músculos, estimulando a circulação e a mobilidade de tecidos.
De acordo com Boff (1999), a mão configura a pessoa humana, pois ela toca, acaricia, segura, 
acalma, acalenta e possibilita o contato humano, executando o cuidado corporal e a reabilitação das 
funções físicas e motoras. A carícia consiste em uma das expressões máximas do cuidado. É pelas 
mãos que o fisioterapeuta exerce sua profissão, que fez a sua história profissional e que permite uma 
aproximação física e uma comunicação entre terapeuta e paciente. O toque terapêutico, que deve ser 
respeitoso e ético, é uma importante forma de aproximação do profissional com seu paciente.
Existem diversas formas de massoterapia utilizada pelos fisioterapeutas, e podem ser utilizadas 
em todas as idades, nas mais diferentes áreas de atuação. Entre essas técnicas, podem‑se destacar: 
massagem clássica, shiatsu, shantala (massagem no bebê), drenagem linfática.
Figura 57 
132
Unidade IV
8.1.3 Hidroterapia
Desde a Antiguidade, a água vem sendo utilizada como recurso terapêutico em diversas culturas 
para tratar doenças reumáticas, ortopédicas, respiratórias, neurológicas. As propriedades físicas da 
água, somadas aos exercícios, podem alcançar a maioria dos objetivos físicos propostos em um 
programa de reabilitação.
A hidroterapia é um termo utilizado desde o século XIX pelos terapeutas naturais ou naturopatas para 
descrever modalidades utilizadas em tratamentos naturais, como banhos parciais ou gerais, compressas, 
jatos de água direcionados, uso do vapor, entre outros (HELLMANN; RODRIGUES, 2017). No começo do 
século XX, a água passou a ser utilizada de forma mais ativa, utilizando‑se as propriedades da água para 
a realização de exercícios.
A hidroterapia é executada em uma piscina terapêutica e pode ser realizada em todas as idades, 
nas mais diversas patologias (cardiovasculares, respiratórias, neurológicas, traumato‑ortopédicas etc.), 
promovendo relaxamento, fortalecimento, estabilidade, equilíbrio e coordenação; porém, existem alguns 
cuidados e contraindicações que devem ser observados. Pessoas que possuem alguma doença de pele, 
por exemplo, não podem frequentar a terapia na piscina, pessoas que possuem epilepsia devem ser 
observadas com mais atenção durante o seu atendimento na piscina, pessoas com fobia a água não 
devem ser indicadas para realização de hidroterapia.
Há alguma diferença entre hidroterapia e hidroginástica?
 
Hidroterapia HidroginásticaTécnicas e exercícios aquáticos 
específicos, privativos do 
fisioterapeuta com objetivo 
terapêutico.
Métodos:
– Halliwick
– Bad Ragaz 
– Watsu
Atividades físicas praticadas 
na água, realizadas por 
profissionais da 
educação física.
Não há técnicas específicas 
como as da hidroterapia.
Figura 58 
8.1.4 Eletroterapia
Consiste no uso de correntes elétricas através de aparelhos que se utilizam de correntes elétricas com 
intensidade de corrente baixa, sendo o organismo considerado como condutor. Devem‑se considerar 
parâmetros como intensidade, voltagem, potência e condutividade na aplicabilidade de cada recursoeletroterápico, lembrando sempre que cada paciente possui suas individualidades e, portanto, deve ser 
avaliado, e o aparelho escolhido deve estar de acordo com suas necessidades.
133
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
Existe uma gama de correntes que podem ser utilizadas na eletroterapia, cada qual com sua 
particularidade em relação à indicação e contra indicação, porém com objetivo em comum: produzir 
um efeito no tecido a ser tratado que é obtido por meio das reações físicas, biológicas e fisiológicas que 
o tecido desenvolve ao ser submetido à terapia (SOARES, 2017).
Uma das principais queixas relatadas pelos pacientes que procuram a fisioterapia é a dor. De acordo 
com Merskey (1994), a dor “é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada com um 
dano de tecido real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão”. A dor pode ser classificada em 
dor aguda e dor crônica, sendo que a dor aguda tem uma duração curta e a dor crônica tem a 
característica de ser um processo de longa duração, estando, geralmente, associada à depressão, à 
ansiedade e ao desespero, ocasionando uma alteração na qualidade de vida do paciente e uma redução 
na realização de atividades funcionais.
A eletroterapia também pode ser utilizada nas mais diversas áreas de atuação do fisioterapeuta. 
Podemos usar a eletroterapia na fisioterapia uroginecológica como recurso para auxiliar o fortalecimento 
do assoalho pélvico; na fisioterapia respiratória, como recurso para auxiliar o fortalecimento ou a 
estimulação da musculatura respiratória; na fisioterapia neurológica, como recurso para auxiliar na 
recuperação de pacientes com sequela de AVC; na fisioterapia dermatofuncional, como recurso para 
auxiliar no pós‑operatório de cirurgia estética para redução de aderência cicatricial etc.
Figura 59 – Ilustração representativa de equipamentos fisioterápicos
Estimulação elétrica transcutânea (Tens)
É caracterizada por uma estimulação elétrica simples e não invasiva, através de eletrodos, 
com o principal objetivo de analgesia, através da redução de transmissão de impulsos dolorosos 
das pequenas fibras de dor para o sistema nervoso central (SNC). O Tens é indicado para artrose, 
fibromialgia, pós‑cirúrgicos, alívio de dores associadas a cólicas menstruais, entre outros, e além de 
analgesia, também tem o objetivo de relaxamento muscular e aumento do fluxo sanguíneo. O Tens 
é contraindicado para pacientes portadores de marca‑passo; que estejam no primeiro trimestre da 
gestação; e com perda de sensibilidade.
134
Unidade IV
O Tens como analgesia pode ser utilizado pelo fisioterapeuta em gestantes, para amenizar as dores 
ocasionadas pelas contrações durante o trabalho de parto.
Correntes interferenciais (IFC)
É o fenômeno que ocorre quando se aplicam duas ou mais oscilações simultâneas no mesmo 
ponto de um determinado meio, com frequências levemente diferentes. Atua inibindo o estímulo 
nociceptivo e, portanto, reduzindo a dor por meio de mecanismos similares ao do Tens. Não possui 
efeito anti‑inflamatório, porém também atua na reparação de tecidos e na estimulação muscular. São 
mais adequadas para o tratamento das camadas mais profundas dos tecidos. Indicada em entorses, 
contraturas, tendinites, varizes, neurites e reeducação uroginecológica, e contraindicada em pacientes 
portadores de marca‑passo, que estejam no primeiro trimestre de gravidez ou em caso de dores sem 
etiologia conhecida, entre outros.
Estimulação elétrica funcional (FES)
Estimulação de músculos que não possuem controle motor ou com insuficiência de contratilidade ou 
“postural”, com o objetivo de produzir um movimento funcional e/ou substituir uma órtese convencional, 
hipertrofia muscular, aumento de retorno venoso e linfático, melhora da irrigação sanguínea local, entre 
outros (PEREIRA et al., 2011). Muito utilizada em subluxação de ombro, ortostatismo e marcha em lesões 
medulares, auxílio funcional aos membros superiores (MMSS), redução de medidas, redução do fibro 
edema gelóide, aumento de tônus muscular etc., e contraindicado em pacientes com marca‑passo, 
fraturas não consolidadas, entre outros.
Uso da eletroestimulação neuromuscular em fisioterapia
NMES (EE Clínica)
Estimulação elétrica neuromuscular: estimulação do músculo através de seu nervo 
periférico intacto, com o objetivo de restaurar, manter ou melhorar sua capacidade funcional. 
[NMES = nome geral do procedimento = NMES/FES, corrente russa e corrente aussie]
FES (EE Funcional)
Estimulação elétrica funcional: estimulação de músculos desprovidos de controle motor 
ou com insuficiência contrátil ou “postural”, com o objetivo de produzir um movimento 
funcional e/ou substituir uma órtese convencional.
Fonte: Uso... (s.d.).
Corrente russa
Estimulador elétrico para aumentar o ganho de força descoberto em 1977 por Yakov Kots, vem sendo 
utilizado para fortalecimento muscular por meio da estimulação dos nervos motores, induzindo a contração 
135
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
muscular mais intensa e sincronizada, além de atuar na flacidez (LIMA; RODRIGUES, 2012). É um recurso 
muito utilizado pela fisioterapia dermatofuncional justamente por estimular o fluxo sanguíneo e linfático 
e atuar na hipotonia muscular, combatendo a flacidez. Uma de suas indicações também está associada à 
melhora do desempenho de atletas, já que aumenta o tônus muscular. Está contraindicada em casos de 
fraturas não consolidadas, tecidos neoplásicos, sobre a área cardíaca, entre outros
Correntes diadinâmicas de Bernard
Desenvolvidas na França pelo dentista Pierre Bernard no início da década de 1950. São correntes alternadas 
retificadas em ondas completas ou em semiondas com um amplo efeito analgésico em tecidos moles e 
desordens sistêmicas. Ela é classificada em cinco tipos diferentes de corrente, e cada uma possui seu efeito 
fisiológico específico (CAMARGO; SANTOS; LIEBANO, 2012), conforme descrito no quadro a seguir.
Quadro 2
Tipo de corrente Efeito Indicação
Corrente difásica fixa (DF) Analgesia rápida e temporária, tonificação muscular
Tratamento de transtornos 
circulatórios funcionais periféricos
Corrente monofásica fixa (MF)
Eletroestimulação muscular
Acelera o metabolismo
Analgésico
Tratamento de estrias, celulites e 
flacidez
Estimulação do tecido conjuntivo
Corrente de curto período (CP)
Efeito circulatório intenso
Analgesia temporária
Estimula trofismo muscular
Neurites, neuralgias, mialgias
Pós‑traumatismos ósteo‑articulares 
e de tecidos moles
Transtornos tróficos
Corrente de longo período (LP) Efeito analgésico persistente a nível muscular, ocasionando relaxamento
Espasmos
Contraturas
Mialgias
Corrente de ritmo sincopado (RS) Aumento de força e tônus muscular
Imobilização prolongada
Atrofia por desuso
Rugas e tecidos flácidos
De um modo geral, essas correntes estão indicadas para patologias dos nervos periféricos, transtornos 
circulatórios, transtornos funcionais vegetativos de órgãos internos e enfermidades do aparelho músculo 
ligamentar esquelético, e contraindicadas em pacientes portadores de marca‑passos, endopróteses ou 
grampos medulares e pacientes com alterações de sensibilidade.
Corrente galvânica/corrente direta contínua
É uma das mais conhecidas em eletroterapia. Ela atua nos nervos vasomotores, causando uma 
hiperemia que resulta em uma maior oxigenação tecidual, favorecendo a reparação tecidual e os 
mecanismos de defesa, sendo portanto muito utilizada devido ao seu efeito bactericida, analgésico e 
anti‑inflamatório e por acelerar a cicatrização. Indicada na fase crônica da artrite reumatoide, lombalgia, 
tendinite etc.
136
Unidade IV
Juntamente com a aplicação da corrente galvânica, pode‑se associar medicamentos que são 
absorvidos pela rede local e conduzidos pela circulação sanguínea a todas as regiões do corpo.
8.1.5 Termoterapia e fototerapia
Recursos físicos térmicos e fototerápicos que alteram a temperatura corporal com o objetivo de 
gerar respostas fisiológicas e terapêuticas, pela utilizaçãode ondas eletromagnéticas para sensibilizar 
termorreceptores corporais.
A termoterapia consiste em todo processo que se utiliza de mudanças de temperatura para fins 
estéticos ou terapêuticos. Sempre que a temperatura corporal estiver fora do seu valor ideal – que é 
de 36,7 ºC a 37,1 ºC –, são desencadeados mecanismos autônomos de termorregulação, que permitem 
que o corpo retome sua temperatura adequada. O aumento de temperatura ocasiona vasodilatação, 
transpiração e aumento do metabolismo.
A terapia por calor consiste na aplicação de calor superficial através de condução com uso de 
parafina ou compressa quente através de convecção com uso de infravermelho e forno de Bier ou na 
aplicação de calor profundo através de conversão com o uso de ondas curtas, micro‑ondas e ultrassom.
O calor produz efeitos analgésicos, acelera a cicatrização, atua na reparação tecidual e alivia 
espasmos musculares, promovendo o relaxamento muscular. A termoterapia é contraindicada em 
pacientes que possuem alteração de sensibilidade térmica cutânea, tumores de pele e alterações 
agudas de pele, como dermatites.
Entre os recursos aqui citados, a terapia com parafina e a terapia com forno de Bier foram recursos 
muito utilizados pelos fisioterapeutas para controle de dor, por exemplo, porém atualmente não são 
mais utilizados.
A crioterapia, ou terapia com a utilização de gelo, também é muito utilizada pelos fisioterapeutas 
como recurso terapêutico com o objetivo de reduzir o metabolismo local, diminuindo a necessidade de 
oxigênio das células. O uso de baixas temperaturas ocasiona uma vasoconstrição reflexa, diminuição 
da sudorese, aumento do tônus muscular e redução das trocas metabólicas. O principal objetivo da 
crioterapia é a analgesia. É indicada em contraturas e processos inflamatórios em geral, e contraindicada 
em pessoas com diminuição de sensibilidade térmica, entre outros.
8.1.6 Estimulação transcraniana
O Acórdão 378/94 (TCU, 1994) regulamenta o uso da estimulação magnética transcraniana e da 
estimulação transcraniana por corrente contínua pelo fisioterapeuta.
A estimulação magnética transcraniana (EMT) utiliza os princípios da indução eletromagnética para 
diagnóstico e prognóstico cinético funcional em condições musculoesqueléticas, neuromusculares e 
cardiorrespiratórias. Estudos recentes mostram o uso da EMT em analgesia, pacientes pós‑acidente 
vascular encefálico (AVE), doenças neuromusculares, doença de Parkinson, depressão e esquizofrenia. 
137
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
Já a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) tem mostrado resultado para analgesia, 
fibromialgia, desordens de movimento e recuperação de movimento em membro superior de pacientes 
pós‑AVE (SOARES, 2017).
8.1.7 Práticas complementares/integrativas de saúde
As práticas integrativas complementares são consideradas tratamentos que utilizam recursos 
terapêuticos baseados em conhecidos tradicionais voltados para a prevenção ou até como tratamento 
paliativo em algumas doenças crônicas. As práticas integrativas, atualmente, são oferecidas pelo SUS, e 
estudos demonstram benefícios do tratamento integrado da medicina convencional com elas.
São regulamentadas pela Resolução do Coffito n. 380/10, que autoriza a prática pelo fisioterapeuta 
de atos complementares ao seu exercício profissional na promoção, educação, restauração e preservação 
da saúde.
Para que o fisioterapeuta utilize terapias complementares, ele deverá comprovar conhecimento 
através de certificado de instituição de Ensino Superior e instituições credenciadas pelo MEC junto ao 
Crefito de sua circunscrição na referida terapia. As terapias complementares que podem ser executas 
pelo fisioterapeuta incluem: fitoterapia, práticas manuais, corporais e meditativas; terapia floral, 
magnetoterapia, fisioterapia antroposófica, termalismo/balneoterapia/crenoterapia; hipnose.
A fisioterapia também se utiliza de algumas terapias complementares que auxiliam no tratamento 
do paciente. Conforme o Acórdão n. 611/17 do Coffito, ficou estabelecido que o fisioterapeuta pode 
utilizar e/ou indicar substâncias de livre prescrição de forma complementar à sua prática profissional 
somente quando estas substâncias tiverem indicações de uso relacionadas com o seu campo de atuação 
e forem embasadas em trabalhos científicos ou em uso tradicional reconhecido, devendo‑se levar 
em consideração as contraindicações e possíveis efeitos tóxicos de determinadas substâncias. Entre 
as substâncias de livre prescrição, estão os fitoterápicos/fitofármacos, medicamentos antroposóficos, 
medicamentos homeopáticos, medicamentos ortomoleculares, florais, medicamentos de livre venda 
para fonoforese e iontoforese e fotossensibilizadores para terapia fotodinâmica nos distúrbios 
cinético‑funcionais (COFFITO, 2017a).
A magnetoterapia tem sua origem na China, com a criação da bússola, e durante séculos foi 
conhecida pelo uso de ímãs naturais para a cura e a prevenção de doenças inflamatórias, redução da 
dor, retardamento do processo de envelhecimento e manutenção da saúde. No fim do século XVIII, a 
associação de correntes elétricas ao magnetismo abriu espaço para uma ampliação dos estudos sobre os 
campos eletromagnéticos e seus efeitos sobre a saúde. Os campos magnéticos de baixa frequência são 
muito utilizados na fisioterapia para o tratamento de dor, inflamação, regeneração nervosa, cicatrização, 
proteção e regeneração da cartilagem articular (MEYER, 2011).
A medicina antroposófica foi fundada em 1920, por Rudolf Steiner e Ita Wegman, sendo considerada 
uma modalidade de tratamento multimodal e integrativa que agrega uma abordagem holística sobre o 
homem e a natureza e sobre a doença e a cura. Ela é praticada não apenas por médicos, mas também por 
enfermeiros e fisioterapeutas, e consiste em tratamentos e terapias específicos que incluem medicamentos, 
138
Unidade IV
arte, movimento e massagens. De acordo com a antroposofia, possuímos três dimensões — orgânica, 
psíquica e noética (dimensão espiritual humana) — em desenvolvimento noopsicossomático ao longo da 
vida, as quais estruturam nosso corpo a partir de três origens embrionárias, citando três sistemas diferentes, 
mas interligados morfofuncionalmente: o sistema neuro-sensorial (SNS), o sistema rítmico (SR) e o 
sistema metabólico-motor (SMM) (KIENLE et al., 2015).
É uma modalidade de medicina utilizada e reconhecida em vários países. No Brasil, a medicina 
antroposófica foi introduzida na década de 1950 e reconhecida como prática médica apenas 
em 1993 (Parecer 21/93 do CFM) e desde 2006 integra a Política Nacional de Práticas Integrativas 
e Complementares (PNPIC) do Ministério da Saúde, o qual tem denominado esse conjunto de ações 
lideradas como antroposofia aplicada à saúde.
A fisioterapia antroposófica tem como principal objetivo a humanização e, dessa forma, enxerga 
seu paciente como corpo, alma e espírito. Se utiliza de terapias como escalda‑pés, enfaixamentos, 
compressas e banhos medicinais.
As técnicas hidroterapêuticas, como a balneoterapia, crenoterapia e termalismo, podem ser utilizadas 
pelo fisioterapeuta como práticas complementares ao tratamento proposto ao paciente com o objetivo 
de auxiliar na prevenção de doenças e redução de seus sintomas. A balneoterapia consiste em práticas 
terapêuticas realizadas em águas minerais naturais mornas ou quentes; já a crenoterapia, na ingestão de 
águas minerais direto da fonte no cuidado à saúde; e o termalismo, no uso de águas termais, minerais 
e naturais na recuperação, manutenção e ampliação da saúde, sendo considerada um sinônimo de 
balneoterapia (HELLMANN, 2017).
A hipnose existe desde tempos remotos e, nos dias de hoje, desperta a desconfiança das pessoas por 
ter sido ligada a rituais ancestrais no Egito Antigo e por associar a hipnose ao uso de pêndulos pelos 
mágicos que controlavam as pessoas conforme mostrado em filmes. Porém, a hipnose é uma técnica 
reconhecida e regulamentada no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina(CFM) desde 1999.
A hipnose não é mística, e é um mecanismo mental explicado pela ciência. Entrar em um estado 
hipnótico é algo normal e fisiológico que experimentamos todos os dias em diversas situações cotidianas. 
Por exemplo, quando estamos na frente da televisão assistindo ao nosso programa favorito, dificilmente 
prestamos atenção em em outra coisa que não seja o programa favorito; ou quando você está saindo de 
sua casa, com seu celular na mão olhando suas mensagens de aplicativos de comunicação, você está tão 
concentrado nessa ação que tranca a porta de casa e depois fica com a sensação de que não trancou. 
Estes exemplos são considerados estados hipnóticos.
A hipnose, portanto, não é considerada um controle mental, mas sim um estado de transe, um estado 
alterado de consciência que mantém a pessoa presente, caracterizado por um relaxamento, foco e 
concentração. O transe nada mais é do que um estado de alta concentração e intensificação da imaginação.
Ela pode ser utilizada em inúmeras áreas da vida cotidiana, como apresentação em palco, esportes, 
ambiente corporativo, terapias, consultórios médicos e odontológicos e por outros profissionais da área 
da saúde, como o fisioterapeuta.
139
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
Durante o estado de hipnose, o paciente não dorme mas experimenta um rebaixamento de 
frequência cerebral; ele não fica inconsciente, apenas experimenta um estado alterado do nível 
de consciência, mas sem perdê‑la. Apesar de estar em estado de vigília durante o estado hipnótico, o 
paciente mantém o controle de tudo, escuta tudo e sente tudo o que está sendo executado, podendo 
inclusive se manter de olhos abertos.
Entre as indicações clínicas da hipnose, estão a redução de dor, auxílio em terapias comportamentais 
e psicológicas etc.
8.1.8 Treinamento funcional
O treinamento funcional também é considerado uma terapia complementar ao fisioterapeuta, porém 
não exclusiva, pois, conforme o Acórdão n. 497/16 do Coffito, o treinamento funcional é reconhecido 
como uma ferramenta para o desenvolvimento de capacidades, podendo, portanto, ser considerada 
uma competência profissional do fisioterapeuta.
O treinamento funcional é baseado nos princípios de cinesiologia, cinesioterapia, biomecânica e 
fisiologia do exercício, objetivando o equilíbrio das estruturas musculares, a prevenção de lesões 
e melhora do controle e desempenho motor. Pode e deve ser aplicado na prevenção ou no tratamento 
fisioterapêutico de pacientes que apresentam qualquer tipo de disfunção funcional.
Por não ser um recurso exclusivo do fisioterapeuta, o educador físico também possui o direito de 
utilizar o treinamento funcional como prática de seu exercício profissional
8.1.9 Pilates
O Pilates é um recurso cinesioterapêutico e mecanoterapêutico que promove a educação e reeducação 
do movimento corporal, sendo composto por exercícios terapêuticos de promoção, prevenção e 
recuperação da saúde físico‑funcional com o objetivo de verificar a melhoria da força muscular para 
desempenho das atividades de vida diária, mobilidade articular, equilíbrio corporal e harmonia das 
cadeias musculares, ocasionando uma melhor estabilização da postura e uma melhor condição de saúde 
e qualidade de vida de seus pacientes.
O método, porém, não é exclusivo do fisioterapeuta, e conforme a Resolução do Coffito n. 386/11, o 
método pode ser utilizado pelo fisioterapeuta no exercício de sua profissão, sendo necessário o registro 
de seu consultório ou empresa no conselho regional de sua circunscrição, e também pelo profissional 
de educação física.
Para se realizar o Pilates, o fisioterapeuta deverá também realizar uma avaliação cinesiológica 
funcional, anamnese minuciosa e em seu consultório/estúdio/clínica deverá constar o prontuário do 
paciente com toda a avaliação realizada, bem como os exercícios realizados e a evolução do paciente 
em cada terapia.
140
Unidade IV
 Lembrete
O método Pilates não é um método exclusivo do fisioterapeuta, podendo 
ser exercido também pelo profissional de educação física.
8.1.10 Equoterapia
A equoterapia, de acordo com a Resolução do Coffito n. 348/08, é reconhecida como um 
recurso fisioterapêutico de caráter transdisciplinar inserida no campo das práticas integrativas. O 
fisioterapeuta poderá utilizar a equoterapia com base no diagnóstico cinesiológico funcional obtido 
após uma minuciosa avaliação fisioterapêutica em conformidade com a Classificação Internacional 
de Funcionalidade (CIF).
8.1.11 Reeducação postural global (RPG)
A reeducação postural global (RPG) é um método originário na França na década de 1950 pela 
terapeuta corporal Françoise Mézières, que observou que cada vez que se tentava acentuar menos uma 
curvatura da coluna, ela se deslocava para outro lado, sendo necessário tratar o corpo como um todo, e 
não apenas segmentos específicos. Isso fundamentou o método Mézières, que hoje é reconhecido como 
RPG (TEODORI et al., 2011).
O RPG baseia‑se no alongamento global de músculos organizados em cadeias musculares 
alongadas simultaneamente e não apenas um alongamento estático de apenas um músculo ou 
grupo muscular específico, como o utilizado pela fisioterapia convencional. É baseado em três 
princípios fundamentais:
• Individualidade: cada ser humano é único.
• Causalidade: a verdadeira causa do problema pode não estar relacionada ao sintoma apresentado 
pelo paciente.
• Globalidade: o corpo deve ser tratado como um todo, e não deve‑se segmentá‑lo para o tratamento.
É indicado para problemas morfológicos, problemas funcionais, alterações e problemas posturais, 
problemas articulares, sequelas neurológicas, problemas respiratórios, entre outros. É muito usado 
em tratamentos de escoliose, porém também pode ser utilizado como uma técnica de preparação 
para o parto.
Esta é uma técnica exclusiva de fisioterapeutas, e para utilizar este tipo de técnica, é necessário ser 
um profissional já formado e realizar um curso específico em instituições reconhecidas.
141
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
8.1.12 Osteopatia
A medicina osteopática está baseada na interpretação do indivíduo como um ser único e integrado, 
indivisível. A osteopatia é considerada ciência, e não técnica, e procura entender o movimento sob todas 
as suas formas. Em uma patologia qualquer, observamos a alteração de alguma estrutura, função ou 
órgão. Dessa forma, a osteopatia interliga o sistema músculo‑esquelético ao sistema visceral, ao sistema 
craniano e todas as estruturas e sistemas entre si (REZENDE; GABRIEL 2008).
A osteopatia estuda a perda funcional que pode ser de uma estrutura músculo‑esquelética, visceral, 
craniana ou até uma disfunção somatossensorial, objetivando uma melhora da qualidade de vida do 
paciente. O osteopata parte do conhecimento da anatomia e da fisiologia que leva a identificação da 
causa do problema que está ocasionando uma alteração na funcionalidade do paciente. Por exemplo, 
um paciente com uma tendinite de ombro, ao ser avaliado integralmente pelo osteopata, pode levar 
a um outro diagnóstico que está desencadeando essa patologia, como uma disfunção na articulação 
temporomandibular (ATM).
Embora a osteopatia tenha nascido na medicina, foi na fisioterapia que ela encontrou sua identidade, 
culminando com seu avanço na ciência e no conhecimento. Conforme a Resolução n. 398/11 do Coffito, 
a osteopatia passou a ser considerada uma especialidade exclusiva do fisioterapeuta. Dessa forma, para 
ser um especialista na área, o profissional deve obrigatoriamente ter concluído seu curso de graduação 
em fisioterapia.
Para exercer a especialidade de fisioterapeuta osteopático, o fisioterapeuta deverá possuir 
amplo conhecimento e domínio em anatomia geral dos órgãos e sistemas e em especial do sistema 
músculo‑esquelético; biomecânica; fisiologia geral; fisiopatologia das doenças músculo‑esqueléticas; 
semiologia; farmacologia aplicada; próteses, órteses e tecnologia assistiva; técnicas de Trust de baixa 
amplitude e alta velocidade paratodas as articulações corporais; técnicas de energia muscular em 
suas diversas variações para todos os músculos do corpo; técnicas de pompagem fascial; técnicas de 
Jones (técnicas de liberação pelo posicionamento); técnicas de mobilização articular; técnica de inibição 
muscular; técnicas funcionais; técnicas neuromusculares; técnicas de regulação do sistema nervoso 
autônomo; técnicas viscerais (coração, pulmão, rins, estômago, fígado, baço, pâncreas, hemodinâmicas, 
útero, ovário, próstata, intestinos); técnicas cranianas (suturais, membranosas, bombeamento de líquido, 
entre outras); humanização; ética e bioética; entre outras.
A profissão de osteopata não é regulamentada no país. Portanto, profissionais que realizam o curso 
em outros países, para exercer a profissão de forma regulamentada no Brasil deverão estar de acordo 
com a regulamentação estabelecida pela legislação brasileira. Ou seja, ele deverá ser profissional formado 
em fisioterapia e realizar um curso de especialização com duração mínima de três anos para garantir um 
atendimento de qualidade e com total segurança.
As áreas de atuação do fisioterapeuta osteopático são amplas e abrangem hospitais, clínicas, 
ambulatórios, domiciliar, home care, serviços públicos e privados, serviços filantrópicos, serviços militares, 
entre outros.
142
Unidade IV
Figura 60 
8.1.13 Acupuntura
A acupuntura é uma técnica milenar da medicina tradicional chinesa focada não apenas no indivíduo, 
mas também em seu meio ambiente. É uma técnica que tem por finalidade o diagnóstico de doenças e 
a promoção de cura a partir do estímulo da força de autocura do corpo.
Ela teve origem há mais de 4.000 anos em países asiáticos como Japão e Coréia do Norte e passou 
a ser utilizada no mundo ocidental a partir da década de 1970. O objetivo da acupuntura é realinhar e 
redirecionar as energias do corpo, através da estimulação de pontos de acupuntura por meio de pressão 
digital, uso de laser e agulhas específicas para a técnica, que acabam por estimular os nervos periféricos, 
alterando os neurotransmissores do sistema nervoso central (GOYATÁ et al., 2016).
É uma técnica indicada para o tratamento de patologias do sistema músculo‑esquelético, 
articular, metabólico, neurológico, distúrbios psicológicos, distúrbios de ansiedade, obesidade, 
dores em geral, entre outros. Pode ser realizada também através de pontos encontrados na orelha, 
denominada auriculoterapia.
A acupuntura é considerada uma especialidade multiprofissional, podendo ser exercida 
por profissionais das mais diversas áreas da saúde, como médicos, enfermeiros, veterinários, 
fisioterapeutas, entre outros. Todos eles são importantes na promoção, prevenção e educação 
em saúde.
Esta técnica possui bases preventivas e curativas utilizadas no SUS, nas mais diversas disfunções e 
desordens dos sistemas sobre a ótica de desequilíbrio e perda da homeostase do yin/yang e das energias 
como frio, calor, vento, umidade e secura, causando o adoecimento.
Para estar apto para exercer a especialidade de acupuntura em seus pacientes, o fisioterapeuta 
deverá realizar cursos de formação específica na área.
143
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
8.1.14 Kabat/Bobath
O Kabat consiste em uma técnica exclusiva do fisioterapeuta, iniciado com o Dr. Herman Kabat em 
meados da década de 1940. Inicialmente era utilizado o termo técnica de facilitação proprioceptiva e 
reabilitação neuromuscular; nos dias de hoje, usa‑se facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) 
(VOSS; IONTA; MYERS, 1987).
Esta técnica está baseada em exercícios terapêuticos utilizando diversos mecanismos facilitadores, 
com o objetivo de promover e/ou melhorar a contração muscular, a coordenação, o equilíbrio e o 
relaxamento muscular, aumentando a amplitude de movimento, melhorando a estabilidade, direcionando 
um movimento ativo por meio da introdução de resistência ideal, da maneira correta, estimulando os 
movimentos coordenados por meio da sincronização correta dos estímulos e ampliando a resistência 
(REICHEL, 1998).
Para realização da técnica, são utilizados movimentos em diagonais preestabelecidas que 
encontram‑se no ponto mediano do corpo; baseadas no entrelaçamento muscular das diagonais em 
espiral do aparelho locomotor. Para que essa técnica possua uma melhor eficácia, devem ser seguidos 
alguns princípios:
• A resistência ideal máxima em que os movimentos isotônicos devem ocorrer facilmente e o 
paciente deve ser capaz de manter as tensões isométricas.
• A irradiação e o reforço, que é a introdução do princípio do excesso de energia para estimulação 
dos grupos de músculos mais fracos pelos mais fortes.
• O contato manual, que possibilita a direção adequada para o emprego da força.
• O estímulo verbal.
• O feedback visual, que facilita a execução dos movimentos.
• A tração, que proporciona movimentos e é utilizada nos exercícios contra a resistência.
O método Bobath, ou de facilitação motora, foi desenvolvido durante a década de 1950 e se mantém 
atual ao longo dos anos, devido à sua capacidade de adaptação frente às novas bases neurocientíficas. 
Está baseado em dois princípios: a inibição de padrões anormais responsáveis pelos padrões de hipertonia 
e a facilitação de padrões normais integrados ao equilíbrio em sua própria sequência de desenvolvimento 
neuropsicomotor, com progressão para atividade motora especializada (PAGNUSSAT et al., 2013).
É um método utilizado para contribuir na reabilitação de crianças com paralisia cerebral e outras 
patologias neurológicas com o objetivo de preparar a criança para uma função motora ou manter a sua 
função ou até aprimorar as já existentes. Ele também atua na diminuição das sequelas, proporcionando um 
maior grau de independência em suas atividades. Quanto mais precoce a sua intervenção, maior a chance 
de se adotar movimentos normais e quebrar os padrões de movimentos anormais (BOBATH, 1984).
144
Unidade IV
O método está em constante atualização e, portanto, passou a se chamar Conceito Bobath. Ele 
se utiliza de recursos mecanoterapêuticos como bola, rolo, feijão, espelhos, entre outros, de forma a 
estimular a criança ao desenvolvimento de padrões normais de movimento.
 Lembrete
Após o diagnóstico fisioterapêutico, o profissional determinará seus 
objetivos de tratamento e as melhores técnicas para o tratamento do 
paciente em questão.
8.2 Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)
A CIF foi aprovada pela Organização Mundial da Saúde em 2001 devido à necessidade de uma 
informação mais detalhada sobre funcionalidade e incapacidade. Devido ao aumento da expectativa de 
vida, ela proporciona um sistema para a codificação de uma ampla gama de informações sobre saúde 
(diagnóstico, funcionalidade e incapacidade, motivos de contato com os serviços de saúde) e utiliza uma 
linguagem comum padronizada que permite a comunicação sobre saúde e cuidados de saúde em todo 
o mundo, entre várias disciplinas e ciências (ARAÚJO, 2012).
Ela surgiu da necessidade de se conhecer o que acontece com o paciente após o diagnóstico médico 
baseado na etiologia, anatomia e causas externas através da CID 10 (Classificação Estatística Internacional 
de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, décima revisão) e, portanto, descreve a funcionalidade e 
a incapacidade relacionadas à saúde, identificando o que uma pessoa pode ou não pode fazer em suas 
atividades de vida diária, baseando‑se nas funções dos órgãos, sistemas ou estruturas do corpo humano, 
bem como as limitações de atividades, baseadas em um modelo biopsicossocial em que os componentes 
de saúde estão interligados a componentes corporais e sociais.
Dessa forma, a avaliação de uma pessoa com deficiência é baseada não apenas no modelo biomédico, 
focado somente na patologia, mas também preocupa‑se com a dimensão psicológica e social. A CID 10 
e a CIF são complementares, pois a informação sobre o diagnóstico, juntamente com a funcionalidade, 
contribui para uma obtenção mais ampla sobrea saúde do indivíduo (FARIAS, 2005).
Condição de saúde
(desordem/doença)
Estruturas e funções 
do corpo (deficiência)
Fatores ambientais Fatores pessoais
Atividades
(limitação da atividade)
Participação
(restrição da participação)
Figura 61
145
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
A CIF não classifica pessoas, mas descreve a sua situação dentro de uma gama de domínios de saúde 
ou relacionados a ela, levando os fatores ambientais e sociais em consideração. Uma mesma patologia 
em vários indivíduos não causará o mesmo impacto, pois cada indivíduo é único, reside em determinado 
ambiente que pode conter fatores que alteram a sua condição de saúde, bem como apresenta condições 
pessoais que também irão alterar suas condições de saúde, ocasionando uma determinada evolução e 
desfecho de sua patologia. A avaliação deverá ser voltada para o paciente e incluir suas atividades sociais.
A CIF define domínios necessários para elaboração do diagnóstico, que englobam os seguintes termos:
• Funcionalidade: estruturas e funções do corpo, atividades e participação social.
• Incapacidade: deficiência, limitação de atividade e restrição à participação social.
A Resolução do Coffito n. 370/09 dispõe sobre a adoção da CIF pelo fisioterapeuta de acordo com 
recomendações da OMS. O profissional deverá ser capacitado a utilizar o modelo multidimensional 
da CIF tanto na atenção como no cuidado fisioterapêutico de acordo com a necessidade dos 
pacientes por ele atendidos e após uma completa avaliação do paciente, bem como a elaborar seu 
diagnóstico terapêutico.
A CIF e seus domínios têm como objetivo descrever a saúde e os estados de saúde alterados pelas 
diversas patologias e pelas condições relacionadas, como a inatividade. Ela engloba todas as estruturas 
e funções corporais, não estando restrita apenas aos aspectos relacionados ao movimento humano.
Podem‑se observar alguns domínios e suas definições no quadro a seguir:
Quadro 3
Domínio Definição
Funções do corpo
Funções fisiológicas dos sistemas orgânicos (incluindo as funções psicológicas), ou seja, 
refere‑se a como cada sistema executa seus objetivos. Exemplo: a função do sistema 
respiratório é efetuar a troca gasosa e oxigenar os diversos tecidos do corpo; porém, 
para isso, é necessário que existam estruturas anatômicas preservadas, como pulmão 
e vasos.
Estruturas do corpo Partes anatômicas do corpo, como órgãos, membros e seus componentes.
Atividade Execução das diversas tarefas ou ações pelo indivíduo no seu dia a dia.
Participação social Envolvimento que o indivíduo pode ter com as diversas situações da vida real.
Deficiência
Toda a alteração das funções e estruturas do corpo. Exemplo: o indivíduo que 
tem insuficiência cardíaca terá deficiência de estrutura (coração com anatomia 
modificada) e de função (débito cardíaco reduzido).
Limitação de atividade
Problemas que o indivíduo apresenta na execução de suas atividades. Exemplo: 
um indivíduo acometido por um AVE tem limitação para andar; porém, pode 
locomover‑se com auxílio de dispositivos auxiliares, como bengala.
Restrição de participação
Problemas que o indivíduo pode enfrentar nas situações da vida real. Exemplo: um 
indivíduo com alteração na marcha poderá ter restrição para participação social de ir 
à igreja de forma independente.
146
Unidade IV
Para se entender melhor sobre a CIF, o fisioterapeuta deverá realizar um curso complementar, para 
estudar as funções e domínios relacionados à CIF para então utilizá‑la de forma correta. A CIF pode ser 
utilizada nas mais diversas especialidades da fisioterapia.
 Saiba mais
Para saber mais sobre a Classificação Internacional de Funcionalidade e 
Saúde (CIF), acesse:
COMO usar a CIF: um manual prático para o uso da Classificação 
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). FSP, 2013. 
Disponível em: http://www.fsp.usp.br/cbcd/wp‑content/uploads/2015/11/
Manual‑Pra%CC%81tico‑da‑CIF.pdf. Acesso em: 21 out. 2019.
 Resumo
O fisioterapeuta deverá ser capaz de avaliar o seu paciente e, a partir 
de uma avaliação minuciosa determinar os objetivos e as condutas a serem 
realizadas com ele.
Após a coleta dos dados pessoais, o profissional deverá averiguar 
a história clínica do paciente, ou seja, colher dados referentes à doença 
apresentada pelo paciente ou, no caso de crianças, pelo acompanhante.
Após a coleta da história do paciente, o fisioterapeuta deverá realizar 
o exame físico para que possa, juntamente com os dados obtidos na 
anamnese, elaborar o diagnóstico fisioterapêutico, os objetivos e as 
condutas de tratamento.
O fisioterapeuta possui diversos recursos exclusivos de sua 
profissão para o tratamento de seus pacientes em suas diversas 
áreas de atuação. Os procedimentos da fisioterapia contribuem para 
a prevenção, promoção cura e recuperação da saúde. Os recursos 
fisioterapêuticos disponíveis são cinesioterapia, mecanoterapia, 
eletroterapia, termoterapia, fototerapia, massoterapia, crioterapia, 
hidroterapia, e algumas terapias complementares.
A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde 
(CIF) foi aprovada pela OMS em 2001, devido à necessidade de uma 
informação mais detalhada sobre funcionalidade e incapacidade.
147
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
A CIF não classifica pessoas, mas descreve a sua situação dentro de uma 
gama de domínios de saúde ou relacionados a ela, levando em consideração 
os fatores ambientais e sociais.
 Exercícios
Questão 1. (FCC, 2018) Em crianças sob cuidados paliativos para tratamento de câncer, que 
apresentam dor, pode‑se realizar terapia manual, cinesioterapia:
A) eletroterapia e termoterapia, pois estes recursos podem modular a dor, que é o objetivo principal 
nesta fase do tratamento. A crioterapia deve ser evitada por dificultar o tratamento medicamentoso.
B) eletroterapia e crioterapia, pois estes recursos podem modular a dor, que é o objetivo principal 
nesta fase do tratamento, sem efeito sobre o crescimento tumoral. A termoterapia deve ser evitada 
por promover aceleração no metabolismo celular.
C) eletroterapia, crioterapia e termoterapia, pois estes recursos podem modular a dor, que é o objetivo 
principal nesta fase do tratamento, independentemente do fato de que alguns deles podem ter 
efeitos indesejáveis sobre o crescimento tumoral.
D) pois estes recursos podem modular a dor, que é o objetivo principal nesta fase do tratamento, sem 
efeitos deletérios sobre o tumor. Eletroterapia, crioterapia e termoterapia devem ser evitados, pois 
podem ter efeitos indesejáveis sobre o crescimento tumoral.
E) crioterapia, pois estes recursos podem modular a dor, que é o objetivo principal nesta fase do 
tratamento, sem efeitos deletérios sobre o tumor. Eletroterapia e termoterapia devem ser evitados, 
pois podem ter efeitos indesejáveis sobre o crescimento tumoral.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: na termoterapia, deve‑se atentar que o calor direcionado ao local do tumor não é 
recomendável devido ao aumento de irrigação sanguínea gerada; porém, por se tratar de alívio de dor, um 
cuidado paliativo não irá alterar o prognóstico. A crioterapia é um recurso útil para dores musculoesqueléticas.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: eletroterapia, termoterapia e crioterapia são cuidados paliativos para aliviar a dor e dar 
maior conforto ao paciente, que são os objetivos principais da fisioterapia nessa fase de tratamento do 
paciente oncológico.
148
Unidade IV
C) Alternativa correta.
Justificativa: a crioterapia tem um histórico expressivo como tratamento de dor, com eficácia 
comprovada, baixo custo e fácil aplicação. A eletroterapia traz resultados imediatos no alívio da dor, e 
a termoterapia superficial (bolsa térmica e compressa de parafina) pode ser utilizada para aliviar a dor 
oncológica de pacientes em controle paliativo.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: estes recursos podem modular a dor, que é o objetivo principal nesta

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