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108 Unidade IV Unidade IV 7 AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA E RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS 7.1 Anamnese O fisioterapeuta deverá ser capaz de avaliar o seu paciente e, a partir de uma avaliação minuciosa, determinar os objetivos e as condutas a serem realizadas com ele. Para isso, o fisioterapeuta deverá realizar uma boa anamnese de seu paciente. A anamnese é caracterizada por uma entrevista minuciosa com o paciente onde serão coletados os dados pessoais do paciente, a história clínica do paciente, antecedentes familiares, sinais e sintomas etc. para que seja elaborado o plano de tratamento do paciente. Ela é a primeira parte da avaliação e no dia a dia ela se torna cada vez mais completa. Observação Sinais: tudo aquilo que podemos verificar no paciente, por meio dos nossos sentidos. Ou seja, sinais são objetivos. Exemplo: febre. Sintomas: as queixas do paciente. Ou seja, sintomas são subjetivos. Exemplo: dor. A avaliação do paciente depende de um exame minucioso e sistemático, que para levar a um diagnóstico correto, é necessário que o fisioterapeuta possua: • conhecimento de anatomia; • histórico preciso do paciente; • exame físico detalhado. Quando um fisioterapeuta se depara com um paciente e vai realizar a anamnese, ele deve colher primeiramente os dados pessoais do paciente, como: • nome; • idade/data de nascimento; 109 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA • gênero; • cor; • estado civil; • peso; • nacionalidade; • naturalidade; • profissão/ocupação. O fisioterapeuta, de acordo com o Código de Ética do Coffito (2013), deverá sempre chamar seu paciente pelo nome, respeitá‑lo, tratá‑lo com dignidade e oferecer um tratamento integral e igualitário a todos os pacientes, independentemente de cor, raça, credo, condição socioeconômica, além de respeitar a intimidade e o pudor do paciente. Ainda de acordo com o Código de Ética, o fisioterapeuta deverá estar com o crachá em local visível, para que o paciente possa identificá‑lo. Após a coleta dos dados pessoais, o fisioterapeuta deverá averiguar a história clínica do paciente, ou seja, colher dados referentes à doença apresentada pelo paciente ou, no caso de crianças, pelo acompanhante. Para a anamnese, o fisioterapeuta deverá realizar perguntas claras e de fácil entendimento do paciente e, ao mesmo tempo, mostrar‑se interessado durante o procedimento, anotando todos os comentários realizados pelo paciente, pois eles podem ser de extrema importância para elaboração do tratamento fisioterapêutico. Nesta história clínica, o fisioterapeuta deverá conhecer: • A queixa principal do paciente: quais são os sintomas apresentados por ele. Exemplos: — Por que procurou a fisioterapia? — Qual é a queixa? • A história da moléstia atual (HMA): colher informações sobre o processo saúde‑doença atual do paciente; deve ser bem detalhada, e os sinais e sintomas deverão ser bem caracterizados. Essas informações deverão ser escritas em uma ordem cronológica, obedecendo a uma ordem de instalação dos sintomas, dos mais antigos para os mais recentes. Exemplos: — Como aconteceu? Foi por trauma, dor intensa quando movimenta, dor à noite etc.? — Onde localizava‑se a dor ou outros sintomas no início do problema? 110 Unidade IV — Quais movimentos ou atividades causam dor? — Há quanto tempo existe o problema? • A história da moléstia pregressa (HMP): colher informações sobre o passado do paciente, que a princípio não aparentam correlação direta ou indireta de causa e efeito com a HMA. Devem constar dados sobre doenças prévias, traumatismos, gestações e partos, cirurgias, hospitalizações, exames laboratoriais realizados, uso de medicamentos, tabagismo, etilismo, uso de tóxicos, fatores de risco, imunizações, sono e hábitos alimentares, entre outros. Esta é uma parte da anamnese muito importante e que pode trazer aspectos relevantes ao tratamento do paciente. Use sempre uma linguagem coloquial, sem muitos termos técnicos, para que o paciente consiga entender o seu questionamento e fornecer as informações relevantes e necessárias ao seu tratamento. • Antecedentes familiares: doenças apresentadas por familiares (avós, pais, irmãos e filhos) que podem estar relacionadas com a patologia do paciente, ou podem ser um fator de risco para o desenvolvimento de determinada patologia. Exemplos: histórico de câncer na família, doenças cardíacas, diabetes etc. As informações devem ser colhidas diariamente, seja com o próprio paciente, com seu responsável legal ou mesmo com o seu acompanhante no momento da internação em casos em que o paciente está impossibilitado de se comunicar. Muitas informações podem ser omitidas ou esquecidas na primeira avaliação, e após o estabelecimento do vínculo terapeuta‑paciente, elas poderão ser compartilhadas. Lembrete Uma boa anamnese não termina após o primeiro contato com o paciente, ou no caso de pacientes em ambientes hospitalares, após a verificação do prontuário. Ela deve ser feita durante todo o período de terapia do paciente. 7.1.1 Sinais vitais Os sinais vitais são medidas que fornecem dados fisiológicos, indicando o estado de saúde de uma pessoa, e evidenciam o funcionamento e as alterações da função corporal com o objetivo de auxiliar na avaliação do estado de saúde. Os sinais vitais são compostos por: Pressão arterial (PA) Informa a força que o sangue exerce sobre a parede das artérias, ou seja, PA = volume sanguíneo versus resistência periférica. É composto por dois números, sendo o primeiro, ou o de maior valor, chamado de sistólico, o qual corresponde à pressão da artéria no momento em que o sangue foi bombeado pelo 111 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA coração; e o segundo número, ou o de menor valor, é chamado de diastólico, e corresponde à pressão na mesma artéria, no momento em que o coração está relaxado após uma contração. A unidade de medida utilizada é o milímetro de mercúrio (mmHg). Exemplo: 120 x 80 mmHg. Para se realizar a aferição dessa medida, deve‑se utilizar um estetoscópio e o esfigmomanômetro. Frequência cardíaca/pulso (FC/P) É uma sensação ondular que pode ser palpada em uma das artérias periféricas (radial, braquial, pediosa do pé, carótida, temporal, femoral, poplítea, tibial posterior) quando ocorre a contração ventricular. A cada contração ventricular, aproximadamente de 60 a 70 ml de sangue entram na aorta (volume sistólico). A frequência cardíaca é o número de pulsações periféricas palpadas a cada minuto. Para se verificar a frequência de pulsação, frequência cardíaca ou pulso, devemos realizar uma palpação nas grandes artérias e em um período de um minuto, contar quantas sensações de onda sentimos a palpação. A unidade de medida é batimentos por minuto (BPM). Ela também pode ser aferida por meio de equipamentos como monitores cardíacos ou oxímetros. Exemplo: Ao palpar a artéria radial de um paciente internado na enfermaria ortopédica devido a uma fratura de fêmur ocasionada por um atropelamento, foi encontrada uma frequência cardíaca de 95 BPM. Frequência respiratória (FR) A respiração é a troca de gases dos pulmões com o meio exterior, que tem como objetivo a absorção do oxigênio e a eliminação do gás carbônico. A frequência respiratória, por intermédio do ritmo, profundidade e som, reflete o estado metabólico do corpo e a condição do diafragma e dos músculos do tórax, fornecendo O2 ao trato respiratório e aos alvéolos. Deve‑se contar a frequência respiratória do paciente em um minuto, e cada frequência corresponde a inspiração e expiração. A FR também pode ser fornecida por meio do ventilador mecânico, caso o paciente encontre‑se sob o uso de uma via aérea artificial, internado em uma UTI por não conseguir realizar as incursões respiratórias voluntariamente. A unidade de medida é expressa em respirações por minuto (RPM) ou incursões por minuto (IPM). Exemplo: Ao avaliar um paciente internado na enfermaria ortopédica devido a uma fratura de fêmur ocasionada por um atropelamento em 1 minuto, ele apresentauma FR de 19 RPM (cada RPM corresponde ao movimento de inspiração e expiração). Temperatura (ºC) Consiste no equilíbrio entre a produção e a perda de calor do organismo, mediado pelo centro termorregulador localizado no hipotálamo. Para obtenção da medida deve‑se utilizar um termômetro 112 Unidade IV digital, pois o termômetro de mercúrio não pode mais ser utilizado. A temperatura também pode estar visível em monitores de sinais vitais, e é aferida através de sensores que estão posicionados na axila do paciente. A unidade de medida é graus Celsius. Observação Os sinais vitais pressão arterial (PA), frequência respiratória (FR), frequência cardíaca (FC), temperatura (ºC), bem como a análise do nível de consciência do paciente, também deverão ser coletados e analisados não somente na primeira avaliação, mas durante todo o período que o paciente permanecer em terapia, ou no mínimo antes e após a realização da terapia. 7.1.2 Avaliação do nível de consciência O nível de consciência do paciente também é um fator muito importante a ser avaliado e analisado pelo profissional durante sua avaliação, pois através dela o fisioterapeuta consegue detectar se o paciente em questão encontra‑se confuso, por exemplo, ou se está apresentando uma redução do seu nível de consciência, sendo necessária a utilização de alguns recursos, como o uso de oxigênio ou uma abordagem médica imediata para uma intervenção mais invasiva. Para avaliação do nível de consciência, o fisioterapeuta poderá utilizar‑se de recursos como: • Escala de coma de glasgow: avalia o comprometimento do nível de consciência através da análise de três parâmetros, que são abertura ocular, resposta verbal e resposta motora associadas à presença ou não do reflexo pupilar. • Escala de Ramsay ou RAAS: avalia o paciente que encontra‑se sob uso de sedação. Saiba mais A escala de Coma de Glasgow passou por algumas alterações em 2018. Para saber mais sobre o assunto, acesse: ESCALA de coma de Glasgow. Biblioteca Virtual de Enfermagem, 25 out. 2018. Disponível em: http://biblioteca.cofen.gov.br/escala‑de‑coma‑de‑ glasgow/. Acesso em: 18 out. 2019. 113 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA 7.1.3 Exame físico Após a coleta da história do paciente, o fisioterapeuta deverá realizar com ele o exame físico e, juntamente com os dados obtidos na anamnese, elaborar o diagnóstico fisioterapêutico, os objetivos e as condutas de tratamento, localizar uma queixa, associá‑la a uma região anatômica específica e qualificá‑la, definir sua relação com o movimento e a função. O exame físico clarifica a história e os sintomas de um paciente (examinador conhecedor de anatomia). O exame físico do paciente deverá ser realizado de forma global, avaliando o paciente em sua totalidade, porém com enfoque na real necessidade do paciente. Portanto, poderá conter itens específicos de avaliação de acordo com a especialidade fisioterapêutica. Aqui abordaremos uma avaliação de forma geral, e não específica. Inspeção (observação) O ato de observar o paciente detalhadamente deve ser realizado bilateralmente de forma comparativa. Ao realizar a inspeção, a área a ser avaliada deve estar despida, o ambiente deve ser adequado e todo o procedimento precisa ser bem esclarecido ao paciente ou ao responsável. O paciente deve ser observado detalhadamente. Os principais itens a serem inspecionados são: — face: expressões, assimetrias; — ombros: desníveis, assimetria da cintura escapular; — cintura pélvica: assimetria; — tipo de tórax; — alterações posturais; — pele: aspecto, sinais de inflamação, cicatrizes, dermatites, deformidades; — tipo de marcha (se usa auxílio para locomoção); — musculatura: tônus: hipertonia, hipotonia; — trofismo: hipertrofismo, hipotrofismo; — movimentos involuntários; — edema. O fisioterapeuta, durante seu exame físico, também deve atentar‑se à avaliação da marcha do paciente, verificando se há alguma alteração importante em alguma de suas fases. 114 Unidade IV Observação A avaliação da marcha será realizada apenas para pacientes que consigam realizá‑las, ou seja, em um paciente que está internado em uma UTI sob sedação, esse item não é aplicável, bem como em uma paciente que possui amputação bilateral sem uso de próteses. Apoio do calcanhar Aceleração Aplanamento do pé Oscilação intemediária Acomodação intermediária Desaceleração Impulso Apoio do calcanhar Figura 44 O estado geral do paciente também deverá ser avaliado pelo fisioterapeuta, o que inclui coloração de pele (verificar se o paciente apresenta coloração azulada de pele, indicando falta de oxigenação em tecidos – cianose), presença de deformidades já instaladas, presença de feridas, entre outros. A dor do paciente também deverá ser avaliada, lembrando que a dor é um sintoma relatado pelo paciente, porém é um item de avaliação subjetivo, e como referência de dor, podemos utilizar uma escala visual analógica (EVA). Palpação Ato de tocar o paciente, deve ser realizado através do tato e/ou pressão. Durante a palpação, o fisioterapeuta poderá sentir a temperatura do local avaliado, sentir se há deformidades ósseas ou alterações referentes à altura de estruturas, verificar a expansibilidade torácica do paciente, bem como simetria ou assimetria de regiões, alinhamento de processos vertebrais na coluna, aderências ou não de cicatrizes, trofismo muscular. 115 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA Ausculta pulmonar Também deverá ser realizada para avaliação de alterações no som pulmonar fisiológico (murmúrio vesicular ou apenas som pulmonar) e presença de sons patológicos (roncos, sibilos inspiratórios, sibilos expiratórios, estertores creptantes ou creptações grossas, estertores subcreptantes ou creptações finas) que podem ser indicativos de afecções pulmonares, como atelectasias, derrames pleurais, broncoespasmo e presença de secreções pulmonares. A ausculta pulmonar é realizada com o auxílio de um estetoscópio em pontos específicos do tórax, tanto em sua parte anterior quanto em sua parte posterior. Deve‑se tomar cuidado para não colocar o estetoscópio em cima de estruturas ósseas, pois a ausculta poderá ficar comprometida. Goniometria O fisioterapeuta, com o auxílio de um goniômetro, deverá avaliar a amplitude de movimento das articulações a serem avaliadas, para determinar alterações e limitações de movimento e desta forma traçar seu objetivo de tratamento para ganhar a amplitude de movimento necessária. A goniometria deverá ser realizada em todas as etapas do tratamento, devendo ser anotada no prontuário do paciente e relatada a ele posteriormente, como forma de incentivo à sua recuperação. Figura 45 Perimetria Ainda com um auxílio de uma fita métrica, o fisioterapeuta deverá realizar a perimetria, ou seja, uma medida de membros para verificar a presença ou não de edemas e alterações no trofismo muscular. Deverá ser realizada de forma bilateral e comparativa. 116 Unidade IV Braço superior Braço inferior Antebraço superior Antebraço médio Antebraço inferior Mão C C C C C C R h h h r Figura 46 Força muscular A força muscular do paciente deverá ser avaliada, para se verificar a força que um músculo ou grupo muscular possui para vencer ou suportar determinada resistência. Essa avaliação é fundamental para verificar a funcionalidade do paciente com o objetivo de uma medida preditiva ou prognóstica para a ocorrência de limitações na realização das atividades de vida diária, ocorrência frequente de quedas, retorno às atividades esportivas pós‑cirurgias, dentre outros. Existem testes específicos para esta avaliação que podem ser usados pelo fisioterapeuta. Teste de sensibilidade Deve ser realizado para verificar a presença de anestesia ou hipoestesia no território do nervo lesado; verificar sensibilidade cutânea; verificar se o território/região inervada por determinada raiz nervosa foi afetada devido à lesão apresentada. O teste de sensibilidade poderá ser realizado como auxílio de objetos de diferentes texturas ou com o auxílio do estesiômetro, um kit de monofilamentos para testar a sensibilidade da pele. 117 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA Figura 47 Testes para avaliação de reflexos São testes utilizados para analisar as raízes nervosas que suprem o reflexo e avaliar o reflexo normal, ou seja, a integridade do arco reflexo. Os testes determinam a presença ou não de espasticidade, lesão do neurônio motor. Para a realização desses testes, o fisioterapeuta utiliza o martelo de reflexo de Buck, que também possui dispositivos que avaliam a sensibilidade do paciente, ou o martelo de reflexos de Taylor. Figura 48 – Checagem dos reflexos com martelo de Buck 118 Unidade IV Figura 49 – Martelo de reflexo Taylor Avaliação de exames complementares São considerados exames complementares todos os exames que são apresentados pelo paciente e que podem complementar a avaliação do fisioterapeuta e, dessa forma, tornar o objetivo de seu tratamento mais específico, visando o bem‑estar e melhora do quadro clínico e da qualidade de vida do paciente. Além do exame físico, o fisioterapeuta deverá estar apto a avaliar exames complementares apresentados pelo paciente, como: • RX; • tomografia computadorizada; • ressonância magnética; • ultrassonografia; • doppler de membros; • ecocardiograma; • eletrocardiograma; • exames de sangue (hemograma, gasometria arterial, função renal, enzimas cardíacas etc.); • teste ergométrico e ergoespirométrico; • espirometria. 119 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA J R-R R R P‑RS Q P T Q‑T S‑T Tempo = seg Voltagem = mV 10 mm = 1mV 5 mm = 0,2 seg 1 mm = 0,04 seg 0,1 mV Figura 50 7.1.4 Modelo de ficha de avaliação fisioterapêutica Todos os dados colhidos deverão ser anotados em uma ficha de avaliação do paciente/prontuário, bem como os testes realizados, sinais vitais e interpretação de exames complementares. Todas as sessões realizadas pelo paciente deverão ser anotadas no prontuário com especificações de sinais vitais, avaliações realizadas no dia em questão, terapia realizada no dia em questão, evolução do paciente durante e após o atendimento fisioterapêutico. A seguir, um exemplo de uma ficha de avaliação fisioterapêutica, que poderá ter itens inclusos ou retirados de acordo com a especialidade fisioterapêutica e de acordo com a necessidade do paciente. FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA DATA: ___ / ___ / ___ 1 – IDENTIFICAÇÃO Nome: _______________________________________________________________ Data de nascimento: ___ / ___ / ___ Idade: ____ anos Gênero: ( ) Feminino ( ) Masculino Raça: ( ) Branca ( ) Negra ( ) Oriental ( ) Outra: ________________ Naturalidade: __________________ Estado civil: ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo 120 Unidade IV Escolaridade: ( ) Nenhuma ( ) Ens. Fundamental ( ) Ens. Médio ( ) Ens. Superior Completo ( ) Ens. Superior Incompleto Profissão: ___________________________ Ocupação: __________________ Endereço:__________________________________________________________ n. _____ Compl.: ____________ CEP: ______ – ____ Cidade: ________________ UF: _______ Telefones: ( ) ____________________ / ( ) _____________________ E‑mail: __________________________________________ DIAGNÓSTICO MÉDICO: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ NOME DO MÉDICO RESPONSÁVEL: ______________________________________________________________________________ Telefone: ( ) ____________________ DIAGNÓSTICO FISIOTERAPÊUTICO (clínico‑funcional): ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 2 – ANAMNESE Queixa principal (QP): ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ História da moléstia atual (HMA): ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 121 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA História da moléstia pregressa: (HMP): ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ Antecedentes pessoais (AP): ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ Antecedentes ginecológicos (específico para pacientes do gênero feminino): Data da última menstruação (DUM): ___ / ___ / ___ Usa algum método anticoncepcional? ( ) Não. ( ) Sim. Qual? _______________ Gestação? ( ) Não. ( ) Sim. Menarca: ( ) Não. ( ) Sim. Com quantos anos? ______ Menopausa: ( ) Não. ( ) Sim. Com quantos anos? ______ Antecedentes obstétricos (específico para pacientes do gênero feminino): Número de gestações: _______ Vaginal: _____ Cesárea: ______ Fórceps: ______ Aborto: ______ Número de filhos: _____ Alergias: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ Antecedentes familiares (AF): ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 122 Unidade IV Cirurgias realizadas: 1. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___ 2. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___ 3. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___ 4. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___ 5. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___ Exames complementares: 1. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___ Conclusão: __________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 2. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___ Conclusão: __________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 3. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___ Conclusão: __________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 4. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___ Conclusão: __________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 5. ________________________________________________________ Data: ___ / ___ / ___ Conclusão: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Hábitos de vida: Tabagismo: ( ) Não. ( ) Sim. Etilismo: ( ) Não. ( ) Sim. 123 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA Atividade física: ( ) Não. ( ) Sim. Frequência: ____x/sem. Tipo: ______________________ Duração: _____ min. Frequência: ____x/sem. Tipo: ______________________ Duração: _____ min. Frequência: ____x/sem. Tipo: ______________________ Duração: _____ min. Medicamentos: Nome do medicamento Dosagem Frequência Indicação 1 2 3 4 5 Estado geral do paciente: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 3 – EXAME FÍSICO Peso: _______ kg Estatura: ________ cm Índice de massa corporal (IMC) = ____________ kg/m² Sinais vitais (SV): Frequência cardíaca (FC): ________ bpm Pressão arterial (PA): _____ X _____ mmHg Frequência respiratória (FR): _______ rpm Temperatura (T): ___________ ºC 124 Unidade IV Inspeção: Figura 51 Observações: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 4 – AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA Nível de consciência: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 125 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA ESCALA DE GLASGOW Total: _______________ Tabela 1 Resposta ocular Resposta verbal Resposta motora Pontuação A ordens Orientado Localizadora 5 Espontânea Confuso Flexão normal 4 Ao som Palavras Flexão anormal 3 A pressão Sons Extensão 2 Ausente Ausente Ausente 1 Não testável NT NT NT Adaptada de: Iespe (2018). Tabela 2 Olhos não reativos à luz Pontuação de reatividade de pupila Ambos os olhos 2 Um olho 1 Nenhum olho 0 Adaptada de: Iespe (2018). ESCALA DE RAMSEY Graduação: _________________ Tabela 3 Pontuação Reação 1 Ansioso, agitado ou irritado 2 Cooperativo, orientado, tranquilo 3 Sonolento, respondendo ao estímulo verbal 4 Dormindo, com resposta mínima a estímulo tátil ou auditivo 5 Sem resposta a estímulo auditivo ou tátil, porém com resposta à dor 6 Sem resposta a estímulos dolorosos Adaptada de: Iespe (2018). 126 Unidade IV Avaliação de pupilas: Isocórica ( ) Anisocórica ( ) _________ Miótica ( ) Midriática ( ) 5 – PALPAÇÃO Figura 52 Observações: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 127 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA 6 – AVALIAÇÃO DA MARCHA Fase de apoio Fase de balanço Ciclo da marcha Contato inicial Duplo apoio Duplo apoio Resposta à carga Apoio médio Apoio simples Apoio simples Apoio final Pré‑ balanço Balanço inicial Balanço médio Balanço final Figura 53 7 – AVALIAÇÃO POSTURAL Figura 54 Observações: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 128 Unidade IV AVALIAÇÃO DA DOR DATA: ___/___/___ LOCAL: _____________ NÍVEL DA DOR: ___ DATA: ___/___/___ LOCAL: _____________ NÍVEL DA DOR: ___ DATA: ___/___/___ LOCAL: _____________ NÍVEL DA DOR: ___ DATA: ___/___/___ LOCAL: _____________ NÍVEL DA DOR: ___ Figura 55 – Escala visual analógica (EVA) Objetivos fisioterapêuticos: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ Condutas fisioterapêuticas: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ Nome do estagiário ______________________________________________________________________________ Supervisor responsável ______________________________________________________________________________ 7.1.5 Prontuários Conforme a Resolução do Coffito n. 414/12, é obrigação do fisioterapeuta registrar dados pessoais, avaliação física, história clínica, diagnóstico e prognóstico fisioterapêutico, exames complementares, recursos utilizados, plano terapêutico incluindo exercícios realizados e objetivos terapêuticos a serem alcançados, bem como a descrição do estado de saúde do paciente, tratamento realizado e eventuais intercorrências. O registro deverá ser efetuado com letra legível ou em prontuário eletrônico, assinado e carimbado pelo profissional fisioterapeuta que realizou o atendimento. 129 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA Os dados contidos no prontuário são sigilosos, e apenas a equipe multiprofissional e o paciente, caso ele mesmo ou seu responsável legal o solicite, poderá ter acesso aos dados ali contidos. O prontuário deverá ser guardado em local que garanta seu sigilo e sua privacidade e é de responsabilidade do fisioterapeuta ou da instituição em que o atendimento foi realizado guardar o prontuário por no mínimo cinco anos após o último registro do paciente. Se o atendimento for realizado no domicílio do paciente, o prontuário deverá ser guardado no próprio domicílio, sendo responsabilidade do fisioterapeuta orientar aos familiares sobre o sigilo dos dados ali contidos, e ele poderá guardar consigo uma cópia de inteiro teor do prontuário do paciente, bem como solicitar a assinatura do paciente ou do representante legal atestando que o atendimento foi realizado. 8 RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS O fisioterapeuta possui diversos recursos exclusivos de sua profissão para o tratamento de seus pacientes em suas diversas áreas de atuação. Os procedimentos da fisioterapia contribuem para a prevenção, promoção cura e recuperação da saúde. Para determinar o melhor recurso a ser utilizado no tratamento fisioterapêutico de seu paciente, o fisioterapeuta deverá ter realizado uma boa anamnese, bem como um exame físico detalhado para determinar o diagnóstico cinesiológico funcional e, dessa forma, estabelecer os objetivos e o plano de tratamento de seu paciente e os recursos terapêuticos adequados para o tratamento deste paciente. Entre os recursos fisioterapêuticos utilizados, temos a cinesioterapia, mecanoterapia, eletroterapia, termoterapia, fototerapia, massoterapia, crioterapia, hidroterapia, e algumas terapias complementares. Cada um desses recursos será elencado para o tratamento do paciente pelo fisioterapeuta, que é o profissional responsável pelo diagnóstico fisioterapêutico. Esses recursos podem ser utilizados em todas as áreas de atuação do fisioterapeuta, respeitando sempre as condições clínicas do paciente eas indicações e contraindicações de cada recurso. Não se pode esquecer que cada paciente é único, mesmo possuindo a mesma patologia, ou seja, o recurso terapêutico indicado para os dois pacientes pode não ser tão confortável ou não surtir o efeito desejado para um deles. Portanto, mais uma vez ressalta‑se a importância de uma boa anamnese, de uma avaliação completa e minuciosa, levando em consideração as características individuais de cada um e avaliando seu paciente por meio do modelo biopsicossocial, ou seja, levando em consideração não apenas aspectos relacionados à patologia, mas atentando‑se a aspectos psicológicos e sociais. Fatores biológicos Fatores sociais Fatores psicológicos Figura 56 130 Unidade IV 8.1 Cinesioterapia Consiste no uso do movimento ou exercício como forma de tratamento. Etimologicamente, “cinesioterapia” se originou a partir da junção das palavras gregas kínesis, que significa “movimento”, e therapeia, que quer dizer “terapia”. A cinesioterapia é uma técnica que se baseia nos conhecimentos de anatomia, fisiologia e biomecânica, a fim de proporcionar ao paciente um melhor e mais eficaz trabalho de prevenção, cura e reabilitação. O exercício terapêutico utilizado na cinesioterapia tem como objetivo manter, corrigir e/ou recuperar uma determinada função, atuando diretamente no desenvolvimento, melhora, restauração e manutenção da força, da resistência à fadiga, da mobilidade e flexibilidade, do relaxamento e da coordenação motora (KISNER; COLBY, 1998). A fisioterapia, por meio da utilização de metodologias e técnicas próprias, privativas e exclusivas baseadas na utilização terapêutica dos movimentos e dos fenômenos físicos, busca uma melhor qualidade de vida para o cidadão, frente às disfunções apresentadas. Os exercícios terapêuticos ou cinesioterapêuticos podem ser utilizados nas mais diversas áreas de atuação do fisioterapeuta, sendo denominados, por exemplo, de cinesioterapia respiratória – exercícios respiratórios associados ao movimento utilizados pela área da fisioterapia respiratória na prevenção, reabilitação de patologias respiratórias, como a asma. A cinesioterapia é, portanto, o tratamento através do movimento, aplicado em todas as especialidades fisioterapêuticas, utilizando‑se de exercícios que podem ser passivos, ativos, ativos assistidos, incluindo também alongamentos que da mesma forma podem ser passivos, ativos ou ativos assistidos. • Exercícios passivos: o fisioterapeuta ou dispositivos que imitam os movimentos fisiológicos realizam manipulações de diferentes segmentos ou tecidos ou realizam os movimentos para o paciente. Neste caso, não há contração muscular voluntária. • Exercícios ativos: o paciente realiza os exercícios de forma ativa e consciente. Ele pode realizar de forma livre com ou sem o auxílio da gravidade, denominado exercício ativo livre, ou, ainda, realizar o exercício contra uma resistência aplicada pelo fisioterapeuta, denominado exercício ativo resistido. • Exercícios ativos assistidos: o paciente realiza o exercício de forma ativa, porém pode necessitar de auxílio do fisioterapeuta para completar a amplitude de movimento adequada. Observação O programa de exercícios para cada paciente é determinado de acordo com suas necessidades. A duração e a intensidade dos exercícios é baseada na condição clínica apresentada pelo paciente, bem como no seu exame físico, sinais vitais, diagnóstico médico e fisioterapêutico. Portanto, a cinesioterapia é voltada para a parte respiratória, ortopédica, cardiovascular, uroginecológica, neurológica etc. 131 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA 8.1.1 Mecanoterapia A mecanoterapia consiste na utilização de equipamentos para realização da cinesioterapia com finalidade terapêutica. Os equipamentos utilizados têm o objetivo de promover, desenvolver e restaurar a força muscular; melhorar flexibilidade, mobilidade articular e equilíbrio; melhorar resistência; melhorar mobilidade articular; auxiliar no relaxamento muscular; e pode auxiliar no ganho de massa muscular. Os equipamentos utilizados pelo fisioterapeuta podem ser: halteres, caneleiras, molas, elásticos, cama elástica, prancha de equilíbrio, bolas, equipamentos de musculação, entre outros. A utilização de aparelhos na cinesioterapia pelo fisioterapeuta deve ter como objetivo terapêutico a obtenção da funcionalidade do movimento livre de qualquer limitação. 8.1.2 Massoterapia Um recurso terapêutico utilizado é a massagem. A massoterapia é definida como manipulações aplicadas ao corpo realizadas com as mãos com o objetivo preventivo, reabilitador, terapêutico e psicológico. Seu uso vem de tempos remotos e em meados do século XIX sua eficácia foi demonstrada, definindo‑se indicações terapêuticas (LACOMBA; SALVAT, 2006). É considerada uma abordagem terapêutica que tem como objetivo a mobilização e/ou manipulação de tecidos, segmentos articulares, músculos, estimulando a circulação e a mobilidade de tecidos. De acordo com Boff (1999), a mão configura a pessoa humana, pois ela toca, acaricia, segura, acalma, acalenta e possibilita o contato humano, executando o cuidado corporal e a reabilitação das funções físicas e motoras. A carícia consiste em uma das expressões máximas do cuidado. É pelas mãos que o fisioterapeuta exerce sua profissão, que fez a sua história profissional e que permite uma aproximação física e uma comunicação entre terapeuta e paciente. O toque terapêutico, que deve ser respeitoso e ético, é uma importante forma de aproximação do profissional com seu paciente. Existem diversas formas de massoterapia utilizada pelos fisioterapeutas, e podem ser utilizadas em todas as idades, nas mais diferentes áreas de atuação. Entre essas técnicas, podem‑se destacar: massagem clássica, shiatsu, shantala (massagem no bebê), drenagem linfática. Figura 57 132 Unidade IV 8.1.3 Hidroterapia Desde a Antiguidade, a água vem sendo utilizada como recurso terapêutico em diversas culturas para tratar doenças reumáticas, ortopédicas, respiratórias, neurológicas. As propriedades físicas da água, somadas aos exercícios, podem alcançar a maioria dos objetivos físicos propostos em um programa de reabilitação. A hidroterapia é um termo utilizado desde o século XIX pelos terapeutas naturais ou naturopatas para descrever modalidades utilizadas em tratamentos naturais, como banhos parciais ou gerais, compressas, jatos de água direcionados, uso do vapor, entre outros (HELLMANN; RODRIGUES, 2017). No começo do século XX, a água passou a ser utilizada de forma mais ativa, utilizando‑se as propriedades da água para a realização de exercícios. A hidroterapia é executada em uma piscina terapêutica e pode ser realizada em todas as idades, nas mais diversas patologias (cardiovasculares, respiratórias, neurológicas, traumato‑ortopédicas etc.), promovendo relaxamento, fortalecimento, estabilidade, equilíbrio e coordenação; porém, existem alguns cuidados e contraindicações que devem ser observados. Pessoas que possuem alguma doença de pele, por exemplo, não podem frequentar a terapia na piscina, pessoas que possuem epilepsia devem ser observadas com mais atenção durante o seu atendimento na piscina, pessoas com fobia a água não devem ser indicadas para realização de hidroterapia. Há alguma diferença entre hidroterapia e hidroginástica? Hidroterapia HidroginásticaTécnicas e exercícios aquáticos específicos, privativos do fisioterapeuta com objetivo terapêutico. Métodos: – Halliwick – Bad Ragaz – Watsu Atividades físicas praticadas na água, realizadas por profissionais da educação física. Não há técnicas específicas como as da hidroterapia. Figura 58 8.1.4 Eletroterapia Consiste no uso de correntes elétricas através de aparelhos que se utilizam de correntes elétricas com intensidade de corrente baixa, sendo o organismo considerado como condutor. Devem‑se considerar parâmetros como intensidade, voltagem, potência e condutividade na aplicabilidade de cada recursoeletroterápico, lembrando sempre que cada paciente possui suas individualidades e, portanto, deve ser avaliado, e o aparelho escolhido deve estar de acordo com suas necessidades. 133 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA Existe uma gama de correntes que podem ser utilizadas na eletroterapia, cada qual com sua particularidade em relação à indicação e contra indicação, porém com objetivo em comum: produzir um efeito no tecido a ser tratado que é obtido por meio das reações físicas, biológicas e fisiológicas que o tecido desenvolve ao ser submetido à terapia (SOARES, 2017). Uma das principais queixas relatadas pelos pacientes que procuram a fisioterapia é a dor. De acordo com Merskey (1994), a dor “é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada com um dano de tecido real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão”. A dor pode ser classificada em dor aguda e dor crônica, sendo que a dor aguda tem uma duração curta e a dor crônica tem a característica de ser um processo de longa duração, estando, geralmente, associada à depressão, à ansiedade e ao desespero, ocasionando uma alteração na qualidade de vida do paciente e uma redução na realização de atividades funcionais. A eletroterapia também pode ser utilizada nas mais diversas áreas de atuação do fisioterapeuta. Podemos usar a eletroterapia na fisioterapia uroginecológica como recurso para auxiliar o fortalecimento do assoalho pélvico; na fisioterapia respiratória, como recurso para auxiliar o fortalecimento ou a estimulação da musculatura respiratória; na fisioterapia neurológica, como recurso para auxiliar na recuperação de pacientes com sequela de AVC; na fisioterapia dermatofuncional, como recurso para auxiliar no pós‑operatório de cirurgia estética para redução de aderência cicatricial etc. Figura 59 – Ilustração representativa de equipamentos fisioterápicos Estimulação elétrica transcutânea (Tens) É caracterizada por uma estimulação elétrica simples e não invasiva, através de eletrodos, com o principal objetivo de analgesia, através da redução de transmissão de impulsos dolorosos das pequenas fibras de dor para o sistema nervoso central (SNC). O Tens é indicado para artrose, fibromialgia, pós‑cirúrgicos, alívio de dores associadas a cólicas menstruais, entre outros, e além de analgesia, também tem o objetivo de relaxamento muscular e aumento do fluxo sanguíneo. O Tens é contraindicado para pacientes portadores de marca‑passo; que estejam no primeiro trimestre da gestação; e com perda de sensibilidade. 134 Unidade IV O Tens como analgesia pode ser utilizado pelo fisioterapeuta em gestantes, para amenizar as dores ocasionadas pelas contrações durante o trabalho de parto. Correntes interferenciais (IFC) É o fenômeno que ocorre quando se aplicam duas ou mais oscilações simultâneas no mesmo ponto de um determinado meio, com frequências levemente diferentes. Atua inibindo o estímulo nociceptivo e, portanto, reduzindo a dor por meio de mecanismos similares ao do Tens. Não possui efeito anti‑inflamatório, porém também atua na reparação de tecidos e na estimulação muscular. São mais adequadas para o tratamento das camadas mais profundas dos tecidos. Indicada em entorses, contraturas, tendinites, varizes, neurites e reeducação uroginecológica, e contraindicada em pacientes portadores de marca‑passo, que estejam no primeiro trimestre de gravidez ou em caso de dores sem etiologia conhecida, entre outros. Estimulação elétrica funcional (FES) Estimulação de músculos que não possuem controle motor ou com insuficiência de contratilidade ou “postural”, com o objetivo de produzir um movimento funcional e/ou substituir uma órtese convencional, hipertrofia muscular, aumento de retorno venoso e linfático, melhora da irrigação sanguínea local, entre outros (PEREIRA et al., 2011). Muito utilizada em subluxação de ombro, ortostatismo e marcha em lesões medulares, auxílio funcional aos membros superiores (MMSS), redução de medidas, redução do fibro edema gelóide, aumento de tônus muscular etc., e contraindicado em pacientes com marca‑passo, fraturas não consolidadas, entre outros. Uso da eletroestimulação neuromuscular em fisioterapia NMES (EE Clínica) Estimulação elétrica neuromuscular: estimulação do músculo através de seu nervo periférico intacto, com o objetivo de restaurar, manter ou melhorar sua capacidade funcional. [NMES = nome geral do procedimento = NMES/FES, corrente russa e corrente aussie] FES (EE Funcional) Estimulação elétrica funcional: estimulação de músculos desprovidos de controle motor ou com insuficiência contrátil ou “postural”, com o objetivo de produzir um movimento funcional e/ou substituir uma órtese convencional. Fonte: Uso... (s.d.). Corrente russa Estimulador elétrico para aumentar o ganho de força descoberto em 1977 por Yakov Kots, vem sendo utilizado para fortalecimento muscular por meio da estimulação dos nervos motores, induzindo a contração 135 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA muscular mais intensa e sincronizada, além de atuar na flacidez (LIMA; RODRIGUES, 2012). É um recurso muito utilizado pela fisioterapia dermatofuncional justamente por estimular o fluxo sanguíneo e linfático e atuar na hipotonia muscular, combatendo a flacidez. Uma de suas indicações também está associada à melhora do desempenho de atletas, já que aumenta o tônus muscular. Está contraindicada em casos de fraturas não consolidadas, tecidos neoplásicos, sobre a área cardíaca, entre outros Correntes diadinâmicas de Bernard Desenvolvidas na França pelo dentista Pierre Bernard no início da década de 1950. São correntes alternadas retificadas em ondas completas ou em semiondas com um amplo efeito analgésico em tecidos moles e desordens sistêmicas. Ela é classificada em cinco tipos diferentes de corrente, e cada uma possui seu efeito fisiológico específico (CAMARGO; SANTOS; LIEBANO, 2012), conforme descrito no quadro a seguir. Quadro 2 Tipo de corrente Efeito Indicação Corrente difásica fixa (DF) Analgesia rápida e temporária, tonificação muscular Tratamento de transtornos circulatórios funcionais periféricos Corrente monofásica fixa (MF) Eletroestimulação muscular Acelera o metabolismo Analgésico Tratamento de estrias, celulites e flacidez Estimulação do tecido conjuntivo Corrente de curto período (CP) Efeito circulatório intenso Analgesia temporária Estimula trofismo muscular Neurites, neuralgias, mialgias Pós‑traumatismos ósteo‑articulares e de tecidos moles Transtornos tróficos Corrente de longo período (LP) Efeito analgésico persistente a nível muscular, ocasionando relaxamento Espasmos Contraturas Mialgias Corrente de ritmo sincopado (RS) Aumento de força e tônus muscular Imobilização prolongada Atrofia por desuso Rugas e tecidos flácidos De um modo geral, essas correntes estão indicadas para patologias dos nervos periféricos, transtornos circulatórios, transtornos funcionais vegetativos de órgãos internos e enfermidades do aparelho músculo ligamentar esquelético, e contraindicadas em pacientes portadores de marca‑passos, endopróteses ou grampos medulares e pacientes com alterações de sensibilidade. Corrente galvânica/corrente direta contínua É uma das mais conhecidas em eletroterapia. Ela atua nos nervos vasomotores, causando uma hiperemia que resulta em uma maior oxigenação tecidual, favorecendo a reparação tecidual e os mecanismos de defesa, sendo portanto muito utilizada devido ao seu efeito bactericida, analgésico e anti‑inflamatório e por acelerar a cicatrização. Indicada na fase crônica da artrite reumatoide, lombalgia, tendinite etc. 136 Unidade IV Juntamente com a aplicação da corrente galvânica, pode‑se associar medicamentos que são absorvidos pela rede local e conduzidos pela circulação sanguínea a todas as regiões do corpo. 8.1.5 Termoterapia e fototerapia Recursos físicos térmicos e fototerápicos que alteram a temperatura corporal com o objetivo de gerar respostas fisiológicas e terapêuticas, pela utilizaçãode ondas eletromagnéticas para sensibilizar termorreceptores corporais. A termoterapia consiste em todo processo que se utiliza de mudanças de temperatura para fins estéticos ou terapêuticos. Sempre que a temperatura corporal estiver fora do seu valor ideal – que é de 36,7 ºC a 37,1 ºC –, são desencadeados mecanismos autônomos de termorregulação, que permitem que o corpo retome sua temperatura adequada. O aumento de temperatura ocasiona vasodilatação, transpiração e aumento do metabolismo. A terapia por calor consiste na aplicação de calor superficial através de condução com uso de parafina ou compressa quente através de convecção com uso de infravermelho e forno de Bier ou na aplicação de calor profundo através de conversão com o uso de ondas curtas, micro‑ondas e ultrassom. O calor produz efeitos analgésicos, acelera a cicatrização, atua na reparação tecidual e alivia espasmos musculares, promovendo o relaxamento muscular. A termoterapia é contraindicada em pacientes que possuem alteração de sensibilidade térmica cutânea, tumores de pele e alterações agudas de pele, como dermatites. Entre os recursos aqui citados, a terapia com parafina e a terapia com forno de Bier foram recursos muito utilizados pelos fisioterapeutas para controle de dor, por exemplo, porém atualmente não são mais utilizados. A crioterapia, ou terapia com a utilização de gelo, também é muito utilizada pelos fisioterapeutas como recurso terapêutico com o objetivo de reduzir o metabolismo local, diminuindo a necessidade de oxigênio das células. O uso de baixas temperaturas ocasiona uma vasoconstrição reflexa, diminuição da sudorese, aumento do tônus muscular e redução das trocas metabólicas. O principal objetivo da crioterapia é a analgesia. É indicada em contraturas e processos inflamatórios em geral, e contraindicada em pessoas com diminuição de sensibilidade térmica, entre outros. 8.1.6 Estimulação transcraniana O Acórdão 378/94 (TCU, 1994) regulamenta o uso da estimulação magnética transcraniana e da estimulação transcraniana por corrente contínua pelo fisioterapeuta. A estimulação magnética transcraniana (EMT) utiliza os princípios da indução eletromagnética para diagnóstico e prognóstico cinético funcional em condições musculoesqueléticas, neuromusculares e cardiorrespiratórias. Estudos recentes mostram o uso da EMT em analgesia, pacientes pós‑acidente vascular encefálico (AVE), doenças neuromusculares, doença de Parkinson, depressão e esquizofrenia. 137 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA Já a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) tem mostrado resultado para analgesia, fibromialgia, desordens de movimento e recuperação de movimento em membro superior de pacientes pós‑AVE (SOARES, 2017). 8.1.7 Práticas complementares/integrativas de saúde As práticas integrativas complementares são consideradas tratamentos que utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecidos tradicionais voltados para a prevenção ou até como tratamento paliativo em algumas doenças crônicas. As práticas integrativas, atualmente, são oferecidas pelo SUS, e estudos demonstram benefícios do tratamento integrado da medicina convencional com elas. São regulamentadas pela Resolução do Coffito n. 380/10, que autoriza a prática pelo fisioterapeuta de atos complementares ao seu exercício profissional na promoção, educação, restauração e preservação da saúde. Para que o fisioterapeuta utilize terapias complementares, ele deverá comprovar conhecimento através de certificado de instituição de Ensino Superior e instituições credenciadas pelo MEC junto ao Crefito de sua circunscrição na referida terapia. As terapias complementares que podem ser executas pelo fisioterapeuta incluem: fitoterapia, práticas manuais, corporais e meditativas; terapia floral, magnetoterapia, fisioterapia antroposófica, termalismo/balneoterapia/crenoterapia; hipnose. A fisioterapia também se utiliza de algumas terapias complementares que auxiliam no tratamento do paciente. Conforme o Acórdão n. 611/17 do Coffito, ficou estabelecido que o fisioterapeuta pode utilizar e/ou indicar substâncias de livre prescrição de forma complementar à sua prática profissional somente quando estas substâncias tiverem indicações de uso relacionadas com o seu campo de atuação e forem embasadas em trabalhos científicos ou em uso tradicional reconhecido, devendo‑se levar em consideração as contraindicações e possíveis efeitos tóxicos de determinadas substâncias. Entre as substâncias de livre prescrição, estão os fitoterápicos/fitofármacos, medicamentos antroposóficos, medicamentos homeopáticos, medicamentos ortomoleculares, florais, medicamentos de livre venda para fonoforese e iontoforese e fotossensibilizadores para terapia fotodinâmica nos distúrbios cinético‑funcionais (COFFITO, 2017a). A magnetoterapia tem sua origem na China, com a criação da bússola, e durante séculos foi conhecida pelo uso de ímãs naturais para a cura e a prevenção de doenças inflamatórias, redução da dor, retardamento do processo de envelhecimento e manutenção da saúde. No fim do século XVIII, a associação de correntes elétricas ao magnetismo abriu espaço para uma ampliação dos estudos sobre os campos eletromagnéticos e seus efeitos sobre a saúde. Os campos magnéticos de baixa frequência são muito utilizados na fisioterapia para o tratamento de dor, inflamação, regeneração nervosa, cicatrização, proteção e regeneração da cartilagem articular (MEYER, 2011). A medicina antroposófica foi fundada em 1920, por Rudolf Steiner e Ita Wegman, sendo considerada uma modalidade de tratamento multimodal e integrativa que agrega uma abordagem holística sobre o homem e a natureza e sobre a doença e a cura. Ela é praticada não apenas por médicos, mas também por enfermeiros e fisioterapeutas, e consiste em tratamentos e terapias específicos que incluem medicamentos, 138 Unidade IV arte, movimento e massagens. De acordo com a antroposofia, possuímos três dimensões — orgânica, psíquica e noética (dimensão espiritual humana) — em desenvolvimento noopsicossomático ao longo da vida, as quais estruturam nosso corpo a partir de três origens embrionárias, citando três sistemas diferentes, mas interligados morfofuncionalmente: o sistema neuro-sensorial (SNS), o sistema rítmico (SR) e o sistema metabólico-motor (SMM) (KIENLE et al., 2015). É uma modalidade de medicina utilizada e reconhecida em vários países. No Brasil, a medicina antroposófica foi introduzida na década de 1950 e reconhecida como prática médica apenas em 1993 (Parecer 21/93 do CFM) e desde 2006 integra a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Ministério da Saúde, o qual tem denominado esse conjunto de ações lideradas como antroposofia aplicada à saúde. A fisioterapia antroposófica tem como principal objetivo a humanização e, dessa forma, enxerga seu paciente como corpo, alma e espírito. Se utiliza de terapias como escalda‑pés, enfaixamentos, compressas e banhos medicinais. As técnicas hidroterapêuticas, como a balneoterapia, crenoterapia e termalismo, podem ser utilizadas pelo fisioterapeuta como práticas complementares ao tratamento proposto ao paciente com o objetivo de auxiliar na prevenção de doenças e redução de seus sintomas. A balneoterapia consiste em práticas terapêuticas realizadas em águas minerais naturais mornas ou quentes; já a crenoterapia, na ingestão de águas minerais direto da fonte no cuidado à saúde; e o termalismo, no uso de águas termais, minerais e naturais na recuperação, manutenção e ampliação da saúde, sendo considerada um sinônimo de balneoterapia (HELLMANN, 2017). A hipnose existe desde tempos remotos e, nos dias de hoje, desperta a desconfiança das pessoas por ter sido ligada a rituais ancestrais no Egito Antigo e por associar a hipnose ao uso de pêndulos pelos mágicos que controlavam as pessoas conforme mostrado em filmes. Porém, a hipnose é uma técnica reconhecida e regulamentada no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina(CFM) desde 1999. A hipnose não é mística, e é um mecanismo mental explicado pela ciência. Entrar em um estado hipnótico é algo normal e fisiológico que experimentamos todos os dias em diversas situações cotidianas. Por exemplo, quando estamos na frente da televisão assistindo ao nosso programa favorito, dificilmente prestamos atenção em em outra coisa que não seja o programa favorito; ou quando você está saindo de sua casa, com seu celular na mão olhando suas mensagens de aplicativos de comunicação, você está tão concentrado nessa ação que tranca a porta de casa e depois fica com a sensação de que não trancou. Estes exemplos são considerados estados hipnóticos. A hipnose, portanto, não é considerada um controle mental, mas sim um estado de transe, um estado alterado de consciência que mantém a pessoa presente, caracterizado por um relaxamento, foco e concentração. O transe nada mais é do que um estado de alta concentração e intensificação da imaginação. Ela pode ser utilizada em inúmeras áreas da vida cotidiana, como apresentação em palco, esportes, ambiente corporativo, terapias, consultórios médicos e odontológicos e por outros profissionais da área da saúde, como o fisioterapeuta. 139 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA Durante o estado de hipnose, o paciente não dorme mas experimenta um rebaixamento de frequência cerebral; ele não fica inconsciente, apenas experimenta um estado alterado do nível de consciência, mas sem perdê‑la. Apesar de estar em estado de vigília durante o estado hipnótico, o paciente mantém o controle de tudo, escuta tudo e sente tudo o que está sendo executado, podendo inclusive se manter de olhos abertos. Entre as indicações clínicas da hipnose, estão a redução de dor, auxílio em terapias comportamentais e psicológicas etc. 8.1.8 Treinamento funcional O treinamento funcional também é considerado uma terapia complementar ao fisioterapeuta, porém não exclusiva, pois, conforme o Acórdão n. 497/16 do Coffito, o treinamento funcional é reconhecido como uma ferramenta para o desenvolvimento de capacidades, podendo, portanto, ser considerada uma competência profissional do fisioterapeuta. O treinamento funcional é baseado nos princípios de cinesiologia, cinesioterapia, biomecânica e fisiologia do exercício, objetivando o equilíbrio das estruturas musculares, a prevenção de lesões e melhora do controle e desempenho motor. Pode e deve ser aplicado na prevenção ou no tratamento fisioterapêutico de pacientes que apresentam qualquer tipo de disfunção funcional. Por não ser um recurso exclusivo do fisioterapeuta, o educador físico também possui o direito de utilizar o treinamento funcional como prática de seu exercício profissional 8.1.9 Pilates O Pilates é um recurso cinesioterapêutico e mecanoterapêutico que promove a educação e reeducação do movimento corporal, sendo composto por exercícios terapêuticos de promoção, prevenção e recuperação da saúde físico‑funcional com o objetivo de verificar a melhoria da força muscular para desempenho das atividades de vida diária, mobilidade articular, equilíbrio corporal e harmonia das cadeias musculares, ocasionando uma melhor estabilização da postura e uma melhor condição de saúde e qualidade de vida de seus pacientes. O método, porém, não é exclusivo do fisioterapeuta, e conforme a Resolução do Coffito n. 386/11, o método pode ser utilizado pelo fisioterapeuta no exercício de sua profissão, sendo necessário o registro de seu consultório ou empresa no conselho regional de sua circunscrição, e também pelo profissional de educação física. Para se realizar o Pilates, o fisioterapeuta deverá também realizar uma avaliação cinesiológica funcional, anamnese minuciosa e em seu consultório/estúdio/clínica deverá constar o prontuário do paciente com toda a avaliação realizada, bem como os exercícios realizados e a evolução do paciente em cada terapia. 140 Unidade IV Lembrete O método Pilates não é um método exclusivo do fisioterapeuta, podendo ser exercido também pelo profissional de educação física. 8.1.10 Equoterapia A equoterapia, de acordo com a Resolução do Coffito n. 348/08, é reconhecida como um recurso fisioterapêutico de caráter transdisciplinar inserida no campo das práticas integrativas. O fisioterapeuta poderá utilizar a equoterapia com base no diagnóstico cinesiológico funcional obtido após uma minuciosa avaliação fisioterapêutica em conformidade com a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF). 8.1.11 Reeducação postural global (RPG) A reeducação postural global (RPG) é um método originário na França na década de 1950 pela terapeuta corporal Françoise Mézières, que observou que cada vez que se tentava acentuar menos uma curvatura da coluna, ela se deslocava para outro lado, sendo necessário tratar o corpo como um todo, e não apenas segmentos específicos. Isso fundamentou o método Mézières, que hoje é reconhecido como RPG (TEODORI et al., 2011). O RPG baseia‑se no alongamento global de músculos organizados em cadeias musculares alongadas simultaneamente e não apenas um alongamento estático de apenas um músculo ou grupo muscular específico, como o utilizado pela fisioterapia convencional. É baseado em três princípios fundamentais: • Individualidade: cada ser humano é único. • Causalidade: a verdadeira causa do problema pode não estar relacionada ao sintoma apresentado pelo paciente. • Globalidade: o corpo deve ser tratado como um todo, e não deve‑se segmentá‑lo para o tratamento. É indicado para problemas morfológicos, problemas funcionais, alterações e problemas posturais, problemas articulares, sequelas neurológicas, problemas respiratórios, entre outros. É muito usado em tratamentos de escoliose, porém também pode ser utilizado como uma técnica de preparação para o parto. Esta é uma técnica exclusiva de fisioterapeutas, e para utilizar este tipo de técnica, é necessário ser um profissional já formado e realizar um curso específico em instituições reconhecidas. 141 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA 8.1.12 Osteopatia A medicina osteopática está baseada na interpretação do indivíduo como um ser único e integrado, indivisível. A osteopatia é considerada ciência, e não técnica, e procura entender o movimento sob todas as suas formas. Em uma patologia qualquer, observamos a alteração de alguma estrutura, função ou órgão. Dessa forma, a osteopatia interliga o sistema músculo‑esquelético ao sistema visceral, ao sistema craniano e todas as estruturas e sistemas entre si (REZENDE; GABRIEL 2008). A osteopatia estuda a perda funcional que pode ser de uma estrutura músculo‑esquelética, visceral, craniana ou até uma disfunção somatossensorial, objetivando uma melhora da qualidade de vida do paciente. O osteopata parte do conhecimento da anatomia e da fisiologia que leva a identificação da causa do problema que está ocasionando uma alteração na funcionalidade do paciente. Por exemplo, um paciente com uma tendinite de ombro, ao ser avaliado integralmente pelo osteopata, pode levar a um outro diagnóstico que está desencadeando essa patologia, como uma disfunção na articulação temporomandibular (ATM). Embora a osteopatia tenha nascido na medicina, foi na fisioterapia que ela encontrou sua identidade, culminando com seu avanço na ciência e no conhecimento. Conforme a Resolução n. 398/11 do Coffito, a osteopatia passou a ser considerada uma especialidade exclusiva do fisioterapeuta. Dessa forma, para ser um especialista na área, o profissional deve obrigatoriamente ter concluído seu curso de graduação em fisioterapia. Para exercer a especialidade de fisioterapeuta osteopático, o fisioterapeuta deverá possuir amplo conhecimento e domínio em anatomia geral dos órgãos e sistemas e em especial do sistema músculo‑esquelético; biomecânica; fisiologia geral; fisiopatologia das doenças músculo‑esqueléticas; semiologia; farmacologia aplicada; próteses, órteses e tecnologia assistiva; técnicas de Trust de baixa amplitude e alta velocidade paratodas as articulações corporais; técnicas de energia muscular em suas diversas variações para todos os músculos do corpo; técnicas de pompagem fascial; técnicas de Jones (técnicas de liberação pelo posicionamento); técnicas de mobilização articular; técnica de inibição muscular; técnicas funcionais; técnicas neuromusculares; técnicas de regulação do sistema nervoso autônomo; técnicas viscerais (coração, pulmão, rins, estômago, fígado, baço, pâncreas, hemodinâmicas, útero, ovário, próstata, intestinos); técnicas cranianas (suturais, membranosas, bombeamento de líquido, entre outras); humanização; ética e bioética; entre outras. A profissão de osteopata não é regulamentada no país. Portanto, profissionais que realizam o curso em outros países, para exercer a profissão de forma regulamentada no Brasil deverão estar de acordo com a regulamentação estabelecida pela legislação brasileira. Ou seja, ele deverá ser profissional formado em fisioterapia e realizar um curso de especialização com duração mínima de três anos para garantir um atendimento de qualidade e com total segurança. As áreas de atuação do fisioterapeuta osteopático são amplas e abrangem hospitais, clínicas, ambulatórios, domiciliar, home care, serviços públicos e privados, serviços filantrópicos, serviços militares, entre outros. 142 Unidade IV Figura 60 8.1.13 Acupuntura A acupuntura é uma técnica milenar da medicina tradicional chinesa focada não apenas no indivíduo, mas também em seu meio ambiente. É uma técnica que tem por finalidade o diagnóstico de doenças e a promoção de cura a partir do estímulo da força de autocura do corpo. Ela teve origem há mais de 4.000 anos em países asiáticos como Japão e Coréia do Norte e passou a ser utilizada no mundo ocidental a partir da década de 1970. O objetivo da acupuntura é realinhar e redirecionar as energias do corpo, através da estimulação de pontos de acupuntura por meio de pressão digital, uso de laser e agulhas específicas para a técnica, que acabam por estimular os nervos periféricos, alterando os neurotransmissores do sistema nervoso central (GOYATÁ et al., 2016). É uma técnica indicada para o tratamento de patologias do sistema músculo‑esquelético, articular, metabólico, neurológico, distúrbios psicológicos, distúrbios de ansiedade, obesidade, dores em geral, entre outros. Pode ser realizada também através de pontos encontrados na orelha, denominada auriculoterapia. A acupuntura é considerada uma especialidade multiprofissional, podendo ser exercida por profissionais das mais diversas áreas da saúde, como médicos, enfermeiros, veterinários, fisioterapeutas, entre outros. Todos eles são importantes na promoção, prevenção e educação em saúde. Esta técnica possui bases preventivas e curativas utilizadas no SUS, nas mais diversas disfunções e desordens dos sistemas sobre a ótica de desequilíbrio e perda da homeostase do yin/yang e das energias como frio, calor, vento, umidade e secura, causando o adoecimento. Para estar apto para exercer a especialidade de acupuntura em seus pacientes, o fisioterapeuta deverá realizar cursos de formação específica na área. 143 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA 8.1.14 Kabat/Bobath O Kabat consiste em uma técnica exclusiva do fisioterapeuta, iniciado com o Dr. Herman Kabat em meados da década de 1940. Inicialmente era utilizado o termo técnica de facilitação proprioceptiva e reabilitação neuromuscular; nos dias de hoje, usa‑se facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) (VOSS; IONTA; MYERS, 1987). Esta técnica está baseada em exercícios terapêuticos utilizando diversos mecanismos facilitadores, com o objetivo de promover e/ou melhorar a contração muscular, a coordenação, o equilíbrio e o relaxamento muscular, aumentando a amplitude de movimento, melhorando a estabilidade, direcionando um movimento ativo por meio da introdução de resistência ideal, da maneira correta, estimulando os movimentos coordenados por meio da sincronização correta dos estímulos e ampliando a resistência (REICHEL, 1998). Para realização da técnica, são utilizados movimentos em diagonais preestabelecidas que encontram‑se no ponto mediano do corpo; baseadas no entrelaçamento muscular das diagonais em espiral do aparelho locomotor. Para que essa técnica possua uma melhor eficácia, devem ser seguidos alguns princípios: • A resistência ideal máxima em que os movimentos isotônicos devem ocorrer facilmente e o paciente deve ser capaz de manter as tensões isométricas. • A irradiação e o reforço, que é a introdução do princípio do excesso de energia para estimulação dos grupos de músculos mais fracos pelos mais fortes. • O contato manual, que possibilita a direção adequada para o emprego da força. • O estímulo verbal. • O feedback visual, que facilita a execução dos movimentos. • A tração, que proporciona movimentos e é utilizada nos exercícios contra a resistência. O método Bobath, ou de facilitação motora, foi desenvolvido durante a década de 1950 e se mantém atual ao longo dos anos, devido à sua capacidade de adaptação frente às novas bases neurocientíficas. Está baseado em dois princípios: a inibição de padrões anormais responsáveis pelos padrões de hipertonia e a facilitação de padrões normais integrados ao equilíbrio em sua própria sequência de desenvolvimento neuropsicomotor, com progressão para atividade motora especializada (PAGNUSSAT et al., 2013). É um método utilizado para contribuir na reabilitação de crianças com paralisia cerebral e outras patologias neurológicas com o objetivo de preparar a criança para uma função motora ou manter a sua função ou até aprimorar as já existentes. Ele também atua na diminuição das sequelas, proporcionando um maior grau de independência em suas atividades. Quanto mais precoce a sua intervenção, maior a chance de se adotar movimentos normais e quebrar os padrões de movimentos anormais (BOBATH, 1984). 144 Unidade IV O método está em constante atualização e, portanto, passou a se chamar Conceito Bobath. Ele se utiliza de recursos mecanoterapêuticos como bola, rolo, feijão, espelhos, entre outros, de forma a estimular a criança ao desenvolvimento de padrões normais de movimento. Lembrete Após o diagnóstico fisioterapêutico, o profissional determinará seus objetivos de tratamento e as melhores técnicas para o tratamento do paciente em questão. 8.2 Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) A CIF foi aprovada pela Organização Mundial da Saúde em 2001 devido à necessidade de uma informação mais detalhada sobre funcionalidade e incapacidade. Devido ao aumento da expectativa de vida, ela proporciona um sistema para a codificação de uma ampla gama de informações sobre saúde (diagnóstico, funcionalidade e incapacidade, motivos de contato com os serviços de saúde) e utiliza uma linguagem comum padronizada que permite a comunicação sobre saúde e cuidados de saúde em todo o mundo, entre várias disciplinas e ciências (ARAÚJO, 2012). Ela surgiu da necessidade de se conhecer o que acontece com o paciente após o diagnóstico médico baseado na etiologia, anatomia e causas externas através da CID 10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, décima revisão) e, portanto, descreve a funcionalidade e a incapacidade relacionadas à saúde, identificando o que uma pessoa pode ou não pode fazer em suas atividades de vida diária, baseando‑se nas funções dos órgãos, sistemas ou estruturas do corpo humano, bem como as limitações de atividades, baseadas em um modelo biopsicossocial em que os componentes de saúde estão interligados a componentes corporais e sociais. Dessa forma, a avaliação de uma pessoa com deficiência é baseada não apenas no modelo biomédico, focado somente na patologia, mas também preocupa‑se com a dimensão psicológica e social. A CID 10 e a CIF são complementares, pois a informação sobre o diagnóstico, juntamente com a funcionalidade, contribui para uma obtenção mais ampla sobrea saúde do indivíduo (FARIAS, 2005). Condição de saúde (desordem/doença) Estruturas e funções do corpo (deficiência) Fatores ambientais Fatores pessoais Atividades (limitação da atividade) Participação (restrição da participação) Figura 61 145 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA A CIF não classifica pessoas, mas descreve a sua situação dentro de uma gama de domínios de saúde ou relacionados a ela, levando os fatores ambientais e sociais em consideração. Uma mesma patologia em vários indivíduos não causará o mesmo impacto, pois cada indivíduo é único, reside em determinado ambiente que pode conter fatores que alteram a sua condição de saúde, bem como apresenta condições pessoais que também irão alterar suas condições de saúde, ocasionando uma determinada evolução e desfecho de sua patologia. A avaliação deverá ser voltada para o paciente e incluir suas atividades sociais. A CIF define domínios necessários para elaboração do diagnóstico, que englobam os seguintes termos: • Funcionalidade: estruturas e funções do corpo, atividades e participação social. • Incapacidade: deficiência, limitação de atividade e restrição à participação social. A Resolução do Coffito n. 370/09 dispõe sobre a adoção da CIF pelo fisioterapeuta de acordo com recomendações da OMS. O profissional deverá ser capacitado a utilizar o modelo multidimensional da CIF tanto na atenção como no cuidado fisioterapêutico de acordo com a necessidade dos pacientes por ele atendidos e após uma completa avaliação do paciente, bem como a elaborar seu diagnóstico terapêutico. A CIF e seus domínios têm como objetivo descrever a saúde e os estados de saúde alterados pelas diversas patologias e pelas condições relacionadas, como a inatividade. Ela engloba todas as estruturas e funções corporais, não estando restrita apenas aos aspectos relacionados ao movimento humano. Podem‑se observar alguns domínios e suas definições no quadro a seguir: Quadro 3 Domínio Definição Funções do corpo Funções fisiológicas dos sistemas orgânicos (incluindo as funções psicológicas), ou seja, refere‑se a como cada sistema executa seus objetivos. Exemplo: a função do sistema respiratório é efetuar a troca gasosa e oxigenar os diversos tecidos do corpo; porém, para isso, é necessário que existam estruturas anatômicas preservadas, como pulmão e vasos. Estruturas do corpo Partes anatômicas do corpo, como órgãos, membros e seus componentes. Atividade Execução das diversas tarefas ou ações pelo indivíduo no seu dia a dia. Participação social Envolvimento que o indivíduo pode ter com as diversas situações da vida real. Deficiência Toda a alteração das funções e estruturas do corpo. Exemplo: o indivíduo que tem insuficiência cardíaca terá deficiência de estrutura (coração com anatomia modificada) e de função (débito cardíaco reduzido). Limitação de atividade Problemas que o indivíduo apresenta na execução de suas atividades. Exemplo: um indivíduo acometido por um AVE tem limitação para andar; porém, pode locomover‑se com auxílio de dispositivos auxiliares, como bengala. Restrição de participação Problemas que o indivíduo pode enfrentar nas situações da vida real. Exemplo: um indivíduo com alteração na marcha poderá ter restrição para participação social de ir à igreja de forma independente. 146 Unidade IV Para se entender melhor sobre a CIF, o fisioterapeuta deverá realizar um curso complementar, para estudar as funções e domínios relacionados à CIF para então utilizá‑la de forma correta. A CIF pode ser utilizada nas mais diversas especialidades da fisioterapia. Saiba mais Para saber mais sobre a Classificação Internacional de Funcionalidade e Saúde (CIF), acesse: COMO usar a CIF: um manual prático para o uso da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). FSP, 2013. Disponível em: http://www.fsp.usp.br/cbcd/wp‑content/uploads/2015/11/ Manual‑Pra%CC%81tico‑da‑CIF.pdf. Acesso em: 21 out. 2019. Resumo O fisioterapeuta deverá ser capaz de avaliar o seu paciente e, a partir de uma avaliação minuciosa determinar os objetivos e as condutas a serem realizadas com ele. Após a coleta dos dados pessoais, o profissional deverá averiguar a história clínica do paciente, ou seja, colher dados referentes à doença apresentada pelo paciente ou, no caso de crianças, pelo acompanhante. Após a coleta da história do paciente, o fisioterapeuta deverá realizar o exame físico para que possa, juntamente com os dados obtidos na anamnese, elaborar o diagnóstico fisioterapêutico, os objetivos e as condutas de tratamento. O fisioterapeuta possui diversos recursos exclusivos de sua profissão para o tratamento de seus pacientes em suas diversas áreas de atuação. Os procedimentos da fisioterapia contribuem para a prevenção, promoção cura e recuperação da saúde. Os recursos fisioterapêuticos disponíveis são cinesioterapia, mecanoterapia, eletroterapia, termoterapia, fototerapia, massoterapia, crioterapia, hidroterapia, e algumas terapias complementares. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) foi aprovada pela OMS em 2001, devido à necessidade de uma informação mais detalhada sobre funcionalidade e incapacidade. 147 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA A CIF não classifica pessoas, mas descreve a sua situação dentro de uma gama de domínios de saúde ou relacionados a ela, levando em consideração os fatores ambientais e sociais. Exercícios Questão 1. (FCC, 2018) Em crianças sob cuidados paliativos para tratamento de câncer, que apresentam dor, pode‑se realizar terapia manual, cinesioterapia: A) eletroterapia e termoterapia, pois estes recursos podem modular a dor, que é o objetivo principal nesta fase do tratamento. A crioterapia deve ser evitada por dificultar o tratamento medicamentoso. B) eletroterapia e crioterapia, pois estes recursos podem modular a dor, que é o objetivo principal nesta fase do tratamento, sem efeito sobre o crescimento tumoral. A termoterapia deve ser evitada por promover aceleração no metabolismo celular. C) eletroterapia, crioterapia e termoterapia, pois estes recursos podem modular a dor, que é o objetivo principal nesta fase do tratamento, independentemente do fato de que alguns deles podem ter efeitos indesejáveis sobre o crescimento tumoral. D) pois estes recursos podem modular a dor, que é o objetivo principal nesta fase do tratamento, sem efeitos deletérios sobre o tumor. Eletroterapia, crioterapia e termoterapia devem ser evitados, pois podem ter efeitos indesejáveis sobre o crescimento tumoral. E) crioterapia, pois estes recursos podem modular a dor, que é o objetivo principal nesta fase do tratamento, sem efeitos deletérios sobre o tumor. Eletroterapia e termoterapia devem ser evitados, pois podem ter efeitos indesejáveis sobre o crescimento tumoral. Resposta correta: alternativa C. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: na termoterapia, deve‑se atentar que o calor direcionado ao local do tumor não é recomendável devido ao aumento de irrigação sanguínea gerada; porém, por se tratar de alívio de dor, um cuidado paliativo não irá alterar o prognóstico. A crioterapia é um recurso útil para dores musculoesqueléticas. B) Alternativa incorreta. Justificativa: eletroterapia, termoterapia e crioterapia são cuidados paliativos para aliviar a dor e dar maior conforto ao paciente, que são os objetivos principais da fisioterapia nessa fase de tratamento do paciente oncológico. 148 Unidade IV C) Alternativa correta. Justificativa: a crioterapia tem um histórico expressivo como tratamento de dor, com eficácia comprovada, baixo custo e fácil aplicação. A eletroterapia traz resultados imediatos no alívio da dor, e a termoterapia superficial (bolsa térmica e compressa de parafina) pode ser utilizada para aliviar a dor oncológica de pacientes em controle paliativo. D) Alternativa incorreta. Justificativa: estes recursos podem modular a dor, que é o objetivo principal nesta
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