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O juizo de realidade e suas alterações

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O juízo de realidade
e suas alterações (o delírio)
DEFINIÇÕES PSICOLÓGICAS
O ajuizar, isto é, produzir juízos, é uma atividade humana por excelência.
Ajuizar quer dizer julgar.Todo juízo implica, certamente, um julgamento, que, por um lado, é subjetivo, individual e, por outro, social, produzido historicamente, em consonância com os determinantes socioculturais.
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DO JUÍZO
Idéias prevalentes ou sobrevaloradas
São idéias que, por conta da importância afetiva que têm para o indivíduo, adquirem predominância enorme sobre os demais pensamentos, conservando-se obstinadamente em sua mente: 
“Não consigo pensar em outra coisa” é um exemplo de queixa típico de quem experimenta essas idéias.
Delírio
Segundo Karl Jaspers (1883-1969) (1979), as idéias delirantes, ou delírio, são juízos patologicamente falsos.
Dessa forma, o delírio é um erro do ajuizar que tem origem na doença mental.
“Tenho certeza de que meus pais (ou os vizinhos) querem me envenenar”
“Eu sou a nova divindade que tem poderes para acabar com o sofrimento no mundo na hora que quiser.
“Implantaram um chip em meu cérebro que comanda meus pensamentos”.
Identificação clínica
do delírio:
O doente apresenta uma convicção extraordinária A sua crença é total; a seu ver, não se pode colocar em dúvida a veracidade de seu delírio.
É impossível a modificação do delírio pela experiência objetiva, por provas explícitas da realidade, por argumentos lógicos, plausíveis e aparentemente convincentes. Assim, diz-se que o delírio é irremovível.
O delírio é, quase sempre, um juízo falso; o seu conteúdo é impossível
Dimensões do delírio:
Grau de convicção. Este grau determina até que ponto o pacienteestá convencido da realidade de suas idéias delirantes.
Extensão. Trata-se da extensão com que as idéias delirantes envolvem diferentes áreas da vida do paciente.
Bizarrice ou implausibilidade. Trata-se do grau em que as crenças delirantes se distanciam das
Desorganização. Aqui se verifica até que ponto as idéias delirantes são consistentes internamente, têm lógica própria e em que grau são sistematizadas, com ordem interna.
Pressão ou preocupação. Isto tem a ver como o quanto o paciente está preocupado e envolvido com suas crenças delirantes, o quanto ele se sente pressionado pelo delírio.
Resposta afetiva ou afeto negativo. Trata-se do quanto as crenças delirantes abalam ou tocam afetivamente o paciente, do quanto ele fica assustado, ansioso, triste ou irritado em conseqüência do delírio.
Comportamento desviante. Aqui se verifica o quanto o paciente age em função de seu delírio e em que medida ele pratica atos estranhos, perigosos ou inconvenientes a partir de suas idéias delirantes.
Estrutura dos delírios
Delírios simples (monotemáticos). São idéias que se desenvolvem em torno de um só conteúdo, de um tema único, geralmente de um único tipo (apenas um tema religioso, persecutório, etc.).
Delírios complexos (pluritemáticos). São aqueles que englobam vários temas ao mesmo tempo, com múltiplas facetas, envolvendo conteúdos de perseguição, místico- religiosos, de ciúme, de reivindicação, etc.
Delírios não-sistematizados. Neste caso, são delírios sem concatenação consistente, pobre em conteúdo, desorganizado.
Delírios sistematizados. São os delírios bem-organizados, com histórias ricas, consistentes e bem concatenadas, que mantêm, ao longo do tempo, os mesmos conteúdos, com riquezas de detalhes
Os tipos de delírio segundo
seus conteúdos
DELÍRIO PERSECUTÓRIO OU DE PERSEGUIÇÃO O indivíduo acredita que é vítima de um complô e está sendo perseguido por pessoas conhecidas ou desconhecidas, tais como máfias, vizinhos, polícia, pais, esposa ou marido, chefe ou colegas do trabalho (ou do ambiente estudantil). 
Ele pensa que querem envenená-lo, prendê-lo, matá-lo, prejudicá-lo no trabalho ou na escola, desmoralizá-lo, expô-lo ao ridículo ou mesmo enlouquecê-lo... 
Cabe lembrar que a perseguição é o tema mais freqüente dos delírios.
DELÍRIO DE REFERÊNCIA (DE ALUSÃO OU AUTO-REFERÊNCIA)
Aqui o indivíduo apresenta a tendência dominante a experimentar fatos cotidianos fortuitos, objetivamente sem maiores implicações, como referentes à sua pessoa. Diz ser alvo freqüente ou constante de referência depreciativas, caluniosas.
Delírio de Relação
O indivíduo delirante constrói conexões significativas (delirantes) entre os fatos normalmente percebidos.
Por exemplo, o paciente agora sabe que tudo faz sentido, os fatos se relacionam (as chuvas do verão passado, o inverno atual mais frio, etc.), indicando “que realmente a guerra dos seres alienígenas irá começar”.
DELÍRIO MÍSTICO OU RELIGIOSO
O indivíduo afirma ser (ou estar em comunhão permanente com, receber mensagens ou ordens de) um novo messias, um Deus, Jesus, um santo poderoso ou, até, um demônio.
Essas são temáticas delirantes frequentes em nosso meio.
Os delírios religiosos freqüentemente apresentam aspecto grandioso, enfatizando a própria importância do sujeito que delira. Os delírios místico-religiosos podem ocorrer em quase todas as formas de psicose, predominando, porém, na mania delirante e na esquizofrenia.
DELÍRIO DE GRANDEZA (DE ENORMIDADE)
O indivíduo acredita ser extremamente especial, dotado de capacidades e poderes.
Assim, o delírio é dominado por idéias de poder e riqueza. O sujeito pensa que pode tudo, que tem poderes mentais, místicos ou religiosos, além de conhecimentos superiores ou especiais. 
A auto-estima pode estar extremamente aumentada. Os delírios de grandeza ocorrem tipicamente nos quadros maníacos.
DELÍRIO ERÓTICO (EROTOMANIA)
Aqui o indivíduo afirma que uma pessoa, geralmente de destaque social (um artista ou cantor famoso, um milionário, etc.) ou de grande importância para o paciente, está totalmente apaixonada por ele e irá abandonar tudo para que possam se casar.
Ocorre mais entre as mulheres, e a pessoa amada geralmente é mais rica, mais velha, de status social mais alto que o da paciente.
DELÍRIO DE RUÍNA (OU NIILISTA)
Neste caso, o indivíduo vive em um mundo repleto de desgraças, está condenado à miséria, ele e sua família irão passar fome, o futuro lhe reserva apenas sofrimentos e fracassos. Em alguns casos, o paciente acredita estar morto ou que o mundo inteiro está destruído e todos estão mortos.
DELÍRIO DE CULPA E DE AUTO-ACUSAÇÃO
Aqui o indivíduo afirma, sem base real para isso, ser culpado por tudo de ruim que acontece no mundo e na vida das pessoas que o cercam, ter cometido um grave crime, ser uma pessoa indigna, pecaminosa, suja, irresponsável, que deve ser punida por seus pecados. 
O delírio de culpa ou autoacusação é bastante característico das formas graves de depressão.
DELÍRIO DE NEGAÇÃO DE ÓRGÃOS
O indivíduo experimenta profundas alterações corporais. Relata que seu corpo está destruído ou morto, que não tem mais um ou vários órgãos, como o coração, o fígado ou o cérebro, suas veias “estão secas”, não tem mais nem uma gota de sangue, seu corpo secou ou apodreceu, seus braços pernas estão se “esfarelando”.
DELÍRIO HIPOCONDRÍACO
O indivíduo crê com convicção extrema que tem uma doença grave, incurável, que está contaminado pelo vírus da AIDS, que irá morrer brevemente em decorrência do câncer.
O delírio hipocondríaco ocorre em pacientes com depressões graves, em casos de transtorno delirante (paranóia) e também na esquizofrenia.
DELÍRIO DE REIVINDICAÇÃO (OU QUERELÂNCIA)
Neste caso, o indivíduo, de forma completamente desproporcional em relação à realidade, afirma ser vítima de terríveis injustiças e discriminações e, em consequência disso, envolve-se em intermináveis disputas legais, querelas familiares, processos trabalhistas, etc.
Ocorre mais comumente em transtornos delirantes (paranóia).
DELÍRIO DE INVENÇÃO OU DESCOBERTA
Aqui o indivíduo, mesmo completamente leigo na ciência ou na área tecnológica em questão, revela ter descoberto a cura de uma doença grave (da AIDS, do câncer, etc.), ou ter desenvolvido um aparelho moderno fantástico; enfim, descobertasou invenções que irão mudar o mundo. 
Verifica- se principalmente nos transtornos delirantes (antiga paranóia), na esquizofrenia e na mania.
DELÍRIO DE REFORMA (OU SALVACIONISMO)
Ocorre entre indivíduos que se sentem destinados a salvar, reformar, revolucionar ou redimir o mundo ou a sua sociedade. 
Tal plano revolucionário ou salvacionista está muitas vezes fundamentado em dogma ou sistema religioso ou político, desenvolvido pelo próprio delírio.
Esses delirantes têm convicção plena de que seu sistema religioso ou político é absolutamente o único capaz de salvar de fato a humanidade.
DELÍRIO CENESTOPÁTICO
O indivíduo afirma que existem animais (cobra, rato, etc.) ou objetos dentro de seu corpo. 
Esse tipo de delírio baseia-se na interpretação delirante de sensações corporais vivenciadas pelo paciente, mas sem a temática de doença.
Pode ocorrer principalmente na esquizofrenia e nos transtornos delirantes.
DELÍRIO DE INFESTAÇÃO (SÍNDROME DE EKBOM)
O indivíduo acredita que seu corpo (principalmente sua pele e/ou seus cabelos) está infestado por pequenos (mas macroscópicos) organismos.
Acompanhando o delírio, podem ocorrer alucinações táteis (correspondentes aos “pequenos insetos”). 
Esse tipo de delírio ocorre em pacientes esquizofrênicos, deprimidos, no delirium tremens, em intoxicações por cocaína ou alucinógenos e em indivíduos obcecados pela higiene corporal.
DELÍRIO FANTÁSTICO
O indivíduo descreve histórias fantásticas com convicção plena, sem qualquer crítica.
Esse tipo de delírio é notável pelas histórias e narrativas fabulosas, totalmente irreais, descrições que se assemelham a contos fantásticos, ricos em detalhes e francamente inverossímeis.
 O delírio fantástico ocorre tipicamente na parafrenia
Mitomania versus idéias delirantes
A mitomania deve ser diferenciada sobretudo do delírio fantástico. 
A mitomania é definida como a tendência patológica a mentir e criar mitos, de modo mais ou menos voluntário e consciente. 
O paciente mitômano conta longas e complicadas histórias (que mais parecem fábulas), seus feitos, suas aventuras, tudo é falso.
Mitomania maligna, Mitomania vaidosa, Mitomania da criança.
Valor diagnóstico: Em adultos, a mitomania ocorre mais freqüentemente em transtornos da personalidade, sobretudo nos subtipos sociopático, esquizotípico, histriônico e borderline.

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