Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. 1 PORTUGUÊS 1. ORTOGRAFIA EMPREGO DOS “PORQUÊS” 01. PORQUE – Conjunção coordenativa explicativa (= pois) ou subordinativa causal. Ex.: Passou, porque estudou muito. (explicação) Porque estava doente, faltou ao trabalho. (causa) 02. PORQUÊ – Usado como substantivo, sinônimo de motivo, razão. Vem sempre precedido por uma palavra determinante = artigo, pronome etc.) Ex.: Não sei o porquê de tanta complicação. (= o motivo / a razão) 03. POR QUE Nas interrogativas diretas vem anteposto. Ex.: Por que você não estuda com mais empenho? Quando equivale a “pelo(a)(s) qual(is)” e flexões. Ex.: São muitas as dificuldades por que passamos. Quando depois dele vier subentendida ou expressa a palavra razão (ou motivo) nas frases interrogativas indiretas. Ex.: Não sei por que você se foi tão depressa. (por que motivo / razão) 04. POR QUÊ – É usado em fim de frase interrogativa ou de oração. Ex.: Você não estuda com mais empenho por quê? Observação Em final de frase, a palavra que deve ser sempre acentuada, por se tratar de um monossílabo tônico terminado em e. Ex.: Está preocupado com quê?/ Medo de quê? OUTRAS EXPRESSÕES 01. ONDE / AONDE AONDE – Dá ideia de movimento ou aproximação. Usado diante de verbos que indicam movimento. (ir, chegar, dirigir-se etc.) ONDE – Indica lugar fixo ou onde se passa algo. 02. MAU / MAL MAU – É adjetivo (contrário de BOM). MAL • Advérbio (= “erradamente”; oposto de BEM) • Substantivo (= “doença”, “moléstia”). • Conjunção temporal (= “assim que”, “quando”). 03. CESSÃO / SESSÃO / SECÇÃO / SEÇÃO CESSÃO (= ceder, dar; doação). SESSÃO (= Intervalo de tempo, encontro / evento). SECÇÃO ou SEÇÃO (= parte / segmento / subdivisão). 04. ACERCA DE / HÁ CERCA DE / CERCA DE / A CERCA DE • ACERCA DE – “sobre”, “a respeito de”. • HÁ CERCA DE – “Indica um período aproximado de tempo já transcorrido”. • CERCA DE – “durante, aproximadamente”. • A CERCA DE – “ideia de distância / tempo aproximado”. 05. HÁ / A – Na indicação de tempo • HÁ – Indica tempo passado (= fazer). • A – Preposição, usada para indicar tempo futuro. 06. AFIM / A FIM • AFIM – É adjetivo (igual, semelhante); relaciona- -se com a ideia de afinidade. • A FIM – Surge na locução prepositiva “a fim de”, que significa “para” e indica ideia de finalidade. 07. AO INVÉS DE / EM VEZ DE • AO INVÉS DE – “inverso / contrário de”. • EM VEZ DE – “no lugar de”. 08. EM PRINCÍPIO / A PRINCÍPIO • EM PRINCÍPIO – “= em geral”. • A PRINCÍPIO – “= no início”. 09. AO ENCONTRO DE / DE ENCONTRO A • AO ENCONTRO DE – Favorável, “aproximar-se de”. • DE ENCONTRO A – Indica oposição, choque, colisão. 10. SE NÃO / SENÃO • SE NÃO – Usado equivalendo a caso não. • SENÃO – Usado equivalendo a: * do contrário * a não ser * mas sim FIQUE ATENTO ÀS DICAS 2 nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. PORTUGUÊS 1. SÃO ou SSÃO ou ÇÃO? a) em todos os substantivos derivados de verbos terminados em GREDIR, MITIR e CEDER, devemos usar “ss”: Agredir – Agressão Progredir – Progressão Admitir – Admissão Omitir – Omissão Ceder – Cessão Conceder – Concessão b) Em todos os substantivos derivados de verbos terminados em ENDER, VERTER, PELIR, devemos usar “s”: Compreender – Compreensão Pretender – Pretensão Converter – Conversão Reverter – Reversão Expelir – Expulsão Repelir – Repulsão c) Em todos os substantivos derivados dos verbos TER e TORCER e seus derivados, devemos usar “ç”: Reter – Retenção Obter – Obtenção Torcer – Torção Contorcer – Contorção 2. ISAR OU IZAR? a) Escrevem-se com “s” os verbos derivados de palavras que já possuem o “s”: aviso – avisar pesquisa – pesquisar b) Escrevem-se com “z” os verbos derivados de palavras que não possuem a letra “s”: legal – legalizar ameno – amenizar 3. SINHO OU ZINHO? a) Escrevem-se com “s” os diminutivos derivados de palavras que já possuem o “s”: casa – casinha lápis – lapisinho b) Escrevem-se com “z” os diminutivos derivados de palavras que não possuem a letra “s”: flor – florzinha café – cafezinho 2. ACENTUAÇÃO REGRAS GERAIS 1. MONOSSÍLABAS Acentuam-se as monossílabas tônicas terminadas em A, E e O. Ex.: PÁ(S), FÉ(S), NÓ(S) 2. OXÍTONAS Acentuam-se oxítonas e monossílabos tônicos terminados em A, E, O seguidas ou não de S, mesmo seguidos de LO(S), LA(S). Ex.: cajá(s) café(s), jiló(s); cantá-la(s), fazê-la(s), pô-lo(s) Acentuam-se oxítonas terminadas por -em, -ens (com duas ou mais sílabas). Ex.: armazém, parabéns Observação: Não se acentuam as oxítonas terminadas em u(s) ou i(s). Ex.: caju, pitu, tupi 3. PAROXÍTONAS Acentuam-se as terminadas em: I, L, N, PS, R, US, UM (UNS), X; ditongo oral (crescente ou decrescente) seguido ou não de S. Ex.: ímã(s), órgão(s); pônei(s), hífen; júri, lápis; iândom, íons; bônus, álbum (uns); série(s), jóquei(s); bíceps; éter, látex, próton, cônsul. Paroxítonas não acentuadas: • Os prefixos paroxítonos terminados em i e r: Ex.: anti, semi, super, inter 4. PROPAROXÍTONAS Acentuam-se todas. Ex.: mágico, trêmulo, síndico MUDANÇAS NAS REGRAS DE ACENTUAÇÃO (Novo Acordo Ortográfico) 1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba). Como era Como fica andróide androide apóia (verbo apoiar) apoia apóio (verbo apoiar) apoio asteróide asteroide bóia boia estréia estreia estréio (verbo estrear) estreio heróico heroico idéia ideia Atenção: essa regra é válida somente para palavras nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. 3 PORTUGUÊS paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus. 2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo. Como era Como fica baiúca baiuca bocaiúva bocaiuva cauíla cauila feiúra feiura Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Ex.: tuiuiú, tuiuiús, Piauí. 3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s). Como era Como fica abençôo abençoo crêem (verbo crer) creem dêem (verbo dar) deem dôo (verbo doar) doo enjôo enjoo lêem (verbo ler) leem magôo (verbo magoar) magoo perdôo (verbo perdoar) perdoo povôo (verbo povoar) povoo vêem (verbo ver) veem vôos voos zôo zoo 4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. Atenção: • Permanece o acento diferencial em pôde / pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na terceira pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na terceira pessoa do singular. Ex.: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode. • Permanece o acento diferencial em pôr / por. Pôr é verbo. Por é preposição. Ex.: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim. • Permanecem os acentos que diferenciamo singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros. Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba. Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra. Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes. Ele detém o poder. / Eles detêm o poder. Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas. • É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma / fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo? 5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir. 6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. VEJA: a) Se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Exemplos: • verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem. • verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam. b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Veja as frases a seguir (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras): Exemplos: • verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem. • verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam. Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos. SÍLABA TÔNICA DE ALGUNS VOCÁBULOS Como era Como fica Ele pára o carro. Ele para o carro. Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte. Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo. Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos. Comi uma pêra. Comi uma pera. 4 nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. PORTUGUÊS 01. São Oxítonos – cateter, condor, ruim, ureter, Nobel, mister; 02. São Paroxítonos – avaro, austero, aziago, ciclope, filantropo, ibero, pudico, juniores, látex, recorde, rubrica, têxtil, dúplex. 03. São Proparoxítonos – aerólito, ínterim, aríete, lêvedo, bávaro, crisântemo, monólito, trânsfuga. Observação: Há palavras que admitem dupla pronúncia (prosódia): • ajax / ájax; alópata / alopata; anídrido / anidrido; • acróbata / acrobata; biópsia / biopsia; • crisântemo / crisantemo; Dário / Dario; • Gândavo / Gandavo; hieróglifo / hieroglifo ; • Madagáscar / Madagascar (mais geral); • Oceânia / Oceania; ortoépia / ortoepia; • oxímoro / oximoro; projétil / projetil; réptil / reptil; • sóror / soror; transístor / transistor; xérox / xerox; etc. O melhor mesmo é não “chutar”. As dúvidas quanto à prosódia devem ser resolvidas por meio de consulta a um bom dicionário. 3. CLASSES GRAMATICAIS CLASSE CARACTERÍSTICA EXEMPLO Substantivo Designa os seres em geral. casa, homem, país, Brasil Adjetivo Caracteriza o substantivo, indicando qualidade, estado, modo de ser ou aspecto. Homem feliz, grande país Artigo Especifica ou generaliza o substantivo, indicando-lhe o gênero e o número. a casa, uma casa Numeral Indica quantidade, ordem, fração ou multiplicação. dois, terceiro, terço, quíntuplo Pronome Substitui ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso. Homem fez linda casa. Ele esta Verbo Situa um Acontecimento (ação, estado, mudança de estado ou fenômeno) no tempo. cantar, passei, partiremos Advérbio Modifica, indicando uma circunstância: ➢ verbo, ➢ adjetivo, ➢ outro advérbio. Anda devagar. Homem muito feliz. Anda muito devagar. Preposição Relaciona uma palavra a outra. café com leite, lata de óleo Conjunção Possibilita a ligação entre duas frases ou duas palavras. Pegou tudo. Saiu de casa. Pegou tudo e saiu de casa. Interjeição Exprime sentimento repentino. Ai! Oh! Puxa! Opa! Ora! VARIÁVEIS INVARIÁVEIS Substantivo Advérbio Adjetivo Preposição Artigo Conjunção Numeral Interjeição Pronome Verbo • SUBSTANTIVO FLEXÃO DO SUBSTANTIVO FLEXÃO DE GÊNERO: 1) Uniforme (grafia única para masculino e feminino) • Epiceno: cobra macho / fêmea • Comum-de-dois: o / a estudante • Sobrecomum: a criança, o indivíduo 2) Biforme (duas grafias: masculino e feminino) • Desinenciais: aluno / aluna • Heterônimos: homem / mulher Observações: 1) Substantivo tido como de gênero duvidoso ou livre: o / a personagem. 2) Gênero aparente: Existem certos substantivos que, variando de gênero, variam em seu significado. Por nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. 5 PORTUGUÊS exemplo, o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora), o capital (dinheiro) e a capital (cidade) etc. 3) Substantivos de origem grega terminados em EMA ou OMA são masculinos. Por exemplo: o axioma, o fonema, o poema, o sistema, o sintoma, o teorema etc. FLEXÃO DE NÚMERO: 1) Substantivos Simples A) Os terminados em vogal, ditongo oral e N fazem o plural pelo acréscimo de S. Ex.: troféu troféus; ímã ímãs, elétron elétrons Casos particulares: cânon e cânones espécimen (espécimens ou espécimenes) hífen (hifens ou hífenes) pólen (polens ou pólenes) B) Os terminados em IL fazem o plural de duas maneiras: • Quando oxítonos, em IS. Ex.: canil canis. • Quando paroxítonos, em EIS. Ex.: míssil mísseis. Atenção: • réptil (répteis) ou reptil (reptis) projétil (projéteis) ou projetil (projetis) • mal (males), mel (méis ou meles) cônsul (cônsules) C) Os terminados em S fazem o plural de duas maneiras: • Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo de ES. Ex.: ás ases, retrós retroses. • Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis. Ex.: o lápis os lápis; o ônibus os ônibus. Observação: Cais e cós são invariáveis. D) Os terminados em ÃO fazem o plural de três maneiras. Ex.: avião aviões (a maioria e muitos aumentativos) alemão alemães cidadão cidadãos E) Os terminados em X: • Monossílabo – Ex.: fax os fax ou faxes • Dissílabo – Ex.: tórax os tórax (invariáveis) 2) Substantivos Compostos NÃO SEPARADOS POR HÍFEN: Acrescenta-se o -s. Ex.: pernalongas, pontapés, passatempos SEPARADOS POR HÍFEN: A) Flexionam-se os dois elementos, quando for: • substantivo + substantivo couves-flores • substantivo + adjetivo amores-perfeitos • adjetivo + substantivo gentis-homens • numeral + substantivo quintas-feiras B) Flexiona-se somente o 2º elemento, quando for: • verbo + substantivo guarda-roupas, tira-dúvidas • palavra invariável + palavra variável contra-ataques • grão, grã e bel seguidos de substantivos grão-duques, grã-cruzes, bel-prazeres • palavras repetidas ou imitativas reco-recos Observações: 1) Se os elementos repetidos forem verbos: Ex.: corre(s)-corres, pisca(s)-piscas 2) Só devem ir para o plural os elementos representados por substantivos, adjetivos e numerais.Verbos, advérbios e prefixos (co-, ex-, vice- etc.) ficam invariáveis. C) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de: • substantivo + preposição clara + substantivo pés-de-moleque • substantivo + preposição oculta + substantivo cavalos-vapor • um segundo elemento limitando (ou determinando) a ideia do primeiro, indicando tipo, espécie ou finalidade. bananas-maçã, tatus-bola, canetas-tinteiro. Observação: No padrão culto, também é lícita a pluralização de ambos os elementos “bananas- -maçãs”, “canetas-tinteiros”... − Fonte: HOUAISS. D) Permanecem invariáveis, quando formados de: • verbo + advérbio os bota-fora, os pisa-mansinho • verbo + substantivo no plural os porta-lápis • verbos opostos os leva-e-traz, os ganha-perde Observações: 1) Substantivos estrangeiros aportuguesados: o chope – os chopes; o drope – os dropes; o clipe – os clipes); para os não aportuguesados, acrescenta-se o -s: o show – os shows. 2) Mudança de número com mudança de sentido: bem (felicidade, virtude, benefício) / bens (propriedades), 6 nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. PORTUGUÊS costa (litoral) / costas (dorso). 3) Outros plurais: pores-do-sol, os sem-terra, os capitães-mores; os arco-íris, os louva-a-deus, os diz- que-diz, os maria-vai-com-as-outras; bem- te-vis, bem-me-queres. 4) Duas formas de plural: guardas-marinha(s), padre(s)- nossos, salvo(s)-condutos, terra(s)- -novas, salários-família(s), máquinas-caixão(ões). FLEXÃO DE GRAU DO SUBSTANTIVO Aumentativos e diminutivos formais Ex.: cartão, portão, caldeirão etc. O grau com valor afetivo ou pejorativo Ex.: paizinho, mãezinha (afetivo); gentinha (pejorativo). Formação do diminutivo plural: Ex.: bar bares (plural) bare + s barezinhos • ADJETIVO FLEXÃO DO ADJETIVO FLEXÃO DE GÊNERO 1) UNIFORME (grafia única para masculino e feminino) Ex.: rapaz inteligente / moça inteligente 2) BIFORME (duas grafias: masculino e feminino) Ex.: rapaz bonito / moça bonita FLEXÃO DE NÚMERO 1) ADJETIVOS SIMPLES: • Seguem a mesma forma dos substantivos simples. Ex.: pessoas amigas, cães ferozes, crianças amáveis. • Substantivo usado como adjetivo fica invariável. Ex.: calças vinho, cursos relâmpago. 1) ADJETIVOS COMPOSTOS: REGRA GERAL: Somente o último elemento varia em gênero e número. Ex.: pastas verde-claras acordos luso-brasileiros... Casos Específicos: A) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto mantém no plural a mesma forma do singular. Ex.: pastas verde-abacate blusas vermelho-vinho B) Azul-marinho e azul-celeste são invariáveis, assim como os compostos formados por locuções adjetivas (na cor de, da cor de, cor de, de cor) e a expressão rosa- choque. Ex.: camisas azul-marinho, calças azul-celeste, sapatos cor de azul (da cor da terra), pulseiras cor de rosa. C) Os componentes sendo palavra (ou elemento) invariável + adjetivo, somente esse último se flexionará. Ex.: garotos mal-educados, esforços sobre- -humanos, crianças recém-nascidas. D) surdos-mudos; surdas-mudas. FLEXÃO DE GRAU Comparativo – Pode ser: A) de igualdade: tão + adjetivo + quanto (ou como) Ex.: Ela é tão inteligente quanto eu. B) de superioridade: mais + adjetivo + (do) que Ex.: Ela é mais inteligente (do) que eu. C) de inferioridade: menos + adjetivo + (do) que Ex.: Ela é menos inteligente (do) que eu. Observações: 1) Duas qualidades do mesmo ser. (forma analítica) Ex.: Ele é mais bom que inteligente. 2) Dois seres com a mesma qualidade. (forma sintética) Ex.: Ela é melhor que você. Superlativo – Pode ser: A) ABSOLUTO: a qualidade expressa não é posta em relação a outros elementos. • Analítico (duas ou mais palavras) Ex.: Este assunto é muito fácil. • Sintético (uma palavra) Ex.: Este assunto é facílimo. B) RELATIVO: a qualidade expressa é posta em relação a outros elementos. • de superioridade Ex.: Cláudia é a mais inteligente. • de inferioridade Ex.: Eles são os menos inteligentes. SEMÂNTICA: 1) Alguns adjetivos podem assumir significação variada de acordo com a posição em que aparecem: Ex.: grande homem (bom, correto...) homem grande (proporções físicas destacadas) o cético Marx (adjunto adnominal) Marx, o cético (aposto, título) 2) O contexto é determinante para se especificar o valor semântico de algumas locuções adjetivas. Ex.: água de chuva (pluvial) dia de chuva (chuvoso) problema de coração (cardíaco) nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. 7 PORTUGUÊS atendimento de coração (cordial) • VERBO Indica ação, estado, mudança de estado ou fenômeno da natureza MODO SUBJUNTIVO − Ação possível, hipótese PRESENTE (QUE) IMPERFEITO (SE) FUTURO (QUANDO) eu estude eu estudaSSE eu estudaR tu estudes tu estudasses tu estudaRES ele estude ele estudasse ele estudaR nós estudemos Nós estudássemos nós estudaRMOS vós estudeis Vós estudásseis vós estudaRDES eles estudem Eles estudassem eles estudaREM MODO IMPERATIVO – Indica ordem, sugestão AFIRMATIVO NEGATIVO --------------------------- --------------------------- estuda tu não estudes tu estude você não estude você estudemos nós não estudemos nós estudai vós não estudeis vós estudem vocês não estudem vocês FORMAS NOMINAIS DO VERBO INFINITIVO PESSOAL INFINITIVO IMPESSOAL estudar eu Estudar estudares tu GERÚNDIO estudar ele Estudando estudarmos nós PARTICÍPIO estudardes vós Estudado estudarem eles DESTAQUES VERBAIS I TER entreter, manter, abster... VER “quando” ou “se”: ver → vir; vir → vier VIR intervir, desavir, ... PÔR propor, dispor, compor, pressupor... DESTAQUES VERBAIS II * Haver (V) REAVER *pres. indic.: reavemos, reaveis * reouve (e não, “reaveu”) * reouvesse (e não, “reavesse”) PRECAVER(-SE) *pres. indic.: precavemos, precaveis DESTAQUES VERBAIS III PRECAVER(SE) *PRET. PERF.: precavi, precaveSTE, precaveU, precaveMOS, precaveSTES, precaveRAM *PRET. MQP.: precaveRA, ... *IMPERF. SUBJ.: precaveSSE, ... *FUT. SUBJ.: precaveR, ... PROVER *PRET. PERF.: provi, proveSTE, proveU, proveMOS, proveSTES, proveRAM *PRET. MQP.: proveRA, proveRAS... *IMPERF.SUBJ.: proveSSE, ... *FUT. SUBJ.: proveR, proveRES... REQUERER *PRES. INDIC.: requeiro, requeres... *PRET. PERF.: requeri, requereSTE, requereU, requereMOS, requereSTES, requereRAM *PRET. MQP.: requereRA, ... *IMPERF. SUBJ.: requereSSE, ... *FUT. SUBJ.: requereR, ... DESTAQUES VERBAIS IV - EAR NORTEAR * norteio, norteias, norteia, norteamos, norteais, norteiam MODO INDICATIVO − Ação real, certa PRESENTE FUTURO DO PRESENTE FUTURO DO PRETÉRITO eu estudo eu estudaREI eu estudaRIA tu estudas tu estudaRÁs tu estudarias ele estuda ele estudará ele estudaria Nós estudamos Nós estudaremos Nós estudaríamos vós estudais vós estudareis vós estudaríeis eles estudam eles estudarão Eles estudariam PRETÉRITO PERFEITO PRETÉRITO IMPERFEITO PRETÉR. MAIS QUE PERFEITO eu estudei eu estudaVA eu estudaRA Tu estudaSTE tu estudavas tu estudaras ele estudoU ele estudava ele estudara Nós estudaMOS Nós estudávamos Nós estudáramos Vós estudaSTES vós estudáveis vós estudáreis Eles estudaRAM eles estudavam eles estudaram Observação: Pretérito imperf.do indicativo: AR = “VA” (cantava); ER / IR = “-IA” (fazia, partia); Exceções: tinha, vinha, punha. 8 nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. PORTUGUÊS - IAR “M-A-R-I-O” (mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar) * medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais, medeiam VOZES DO VERBO ATIVA sujeito pratica a ação (1 verbo / 1 locução verbal) Ex.: Cláudia pintou um quadro. (sujeito agente/ativo = Cláudia) PASSIVA sujeito sofre a ação • Analítica 2 ou mais verbos (auxiliar + principal no particípio) Ex.: Um quadro foi pintado por Cláudia. * sujeito paciente/passivo = Um quadro * agente da passiva = por Cláudia • Sintética ou pronominal verbo + SE (partíc. passiva.) Ex.: Pintou-se um quadro. REFLEXIVA sujeito pratica e sofre a ação Ex1.: Daniela cortou-se com a faca. (SE pronome reflexivo / reflexividade = “a si mesma”) Ex2.: Os convidados cumprimentaram-se. (SE pron. reflexivo / reciprocidade = “uns aos outros”) Observações: 1) Na mudança de voz, o tempo e o modo do(s) verbo(s) sempre permanecerão inalterados. 2) As frases que aceitam conversão de voz verbal apresentam verbos transitivos diretos (VTD). VOZES VERBAIS E O AGENTE DA PASSIVA a) Voz ativa = sujeito pratica a ação b) Voz passiva = sujeito sofre a ação c) Voz reflexiva = sujeito pratica e sofre a ação ao mesmo tempo d) Voz recíproca = há correspondência de ações verbais Exemplos: 1. Eu reconheci os criminosos. [voz ativa] 2. Os criminosos foram reconhecidos por mim. [voz passiva analítica] 3. Reconheceram-se os criminosos. [voz passiva sintética] 4. Paulo feriu-se. [voz reflexiva] 5. Lourdes e Gustavo se amam. [voz recíproca] Observação: A voz passiva pode ser sintética e analítica. Havendo pronome apassivador, temos a voz passiva sintética (v.t.d. + se / v.t.d.i + se). Já a voz passiva analítica não apresenta partícula apassivadora. 6. Comunicaram os fatos ao diretor. [voz ativa] 7. Comunicaram-se os fatos ao diretor. [voz passiva sintética] 8. Os fatos foram comunicados ao diretor. [voz passiva analítica] 9. O que se vê é um poço sem fim, o mal em estado puro. OBSERVAÇÃO MUITO IMPORTANTE Todas as vezes que encontrarmos “o” antes do conectivo “que”, podendo substituir “o” por “aquele” ou “aquilo”, “o” é pronome demonstrativo e “que” é pronome relativo. No exemplo acima, “o” é pronome demonstrativo, pois podemos substituí-lo por “aquilo”. Sendo “que” pronome relativo, temos o início da oração subordinada adjetiva, visto que toda oração subordinada adjetiva é iniciada por pronome relativo. Trata-se a oração grifada acima de uma oração subordinada adjetiva restritiva. Sua voz verbal é passiva sintética (verbo transitivo direto acompanhado da partícula apassiva “se”). Já a oração principal “O ... é um poço sem fim, o mal em estado puro” não apresenta voz verbal, pois temos verbo de ligação em sua estrutura. Como teríamos voz verbal se verbo de ligação não expressa ação? 4. SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO Período é uma frase organizada em orações. O período simples é formado por uma única oração e o composto por duas ou mais orações, que se podem relacionar por meio de dois processos sintáticos diferentes: a subordinação e a coordenação. Ocorre subordinação quando um termo atua como determinante de um outro termo. A subordinação nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. 9 PORTUGUÊS ocorre no período composto quando surgem orações que desempenham funções sintáticas em outras orações. São três os tipos de orações subordinadas. ➢ Subordinadas Substantivas são as que exercem funções substantivas (sujeito, objeto direto e indireto, complemento nominal, aposto e predicativo). ➢ Subordinadas Adjetivas são as que desempenham funções adjetivas (adjuntos adnominais). ➢ Subordinadas Adverbiais são as que exercem funções adverbiais (adjuntos adverbiais que exprimem as mais variadas circunstâncias). SUBORDINADAS ADJETIVAS São as que desempenham funções adjetivas (adjuntos adnominais). Há orações subordinadas adjetivas que restringem o sentido do termo antecedente, individualizando-o: são as chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Outras realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido: são as subordinadas adjetivas explicativas. Observe: Pedi ajuda a um homem que passava naquele momento. A miséria parece não sensibilizar o homem, que se considera um ser emocionalmente privilegiado. Leia os períodos abaixo e identifique as diferenças de significado que as orações subordinadas adjetivas restritivas e explicativas apresentam: Recebi uma carta de minha irmã que está morando em Salvador. Recebi uma carta de minha irmã, que está morando em Salvador. O país que não investe em seu próprio povo tem poucas possibilidades de crescer. O país, que não investe em seu próprio povo, tem poucas possibilidades de crescer. Os homens cujos princípios não são sólidos acabam se corrompendo. Os homens, cujos princípios não são sólidos, acabam se corrompendo. SUBORDINADAS ADVERBIAIS Exercem a função de adjunto adverbial em relação à oração principal de que dependem. Normalmente, são introduzidas pelas seguintes conjunções e locuções conjuntivas. 1) Temporais – quando, enquanto, logo que, assim que, depois que, até que, apenas, mal etc. Ex.: Todos choramos, quando ele morreu. 2) Finais – a fim de que, para que, que (= para que) Ex.: Fiz-lhe sinal que se calasse. 3) Proporcionais – à proporção que, à medida que, quanto mais... etc. Ex.: Quanto mais convivo com ele, mais o aprecio. 4) Causais – porque, visto que, como, uma vez que, já que, etc. Ex.: O tambor soa, porque é oco. 5) Condicionais – se, salvo se, contanto que, desde que, a menos que etc. Ex.: Se eu tivesse vinte anos, casar-me-ia com você. 6) Consecutiva – (tanto) que, (tão) que, (de tal forma) que etc. Ex.: Chovia, que era um horror! 7) Comparativas – (tal, como, quanto (mais...) do que, (menos...) do que, (tanto) quanto etc. Ex.: O silêncio é mais precioso do que o ouro. 8) Conformativas – como, conforme, segundo, consoante etc. Ex.: Cada um colhe conforme semeia. 9) Concessivas – embora, apesar de que, ainda que, se bem que, conquanto que etc. (as orações concessivas expressam um fato – real ou suposto – que poderia opor-se à realização de outro fato principal, porém não frustrará o cumprimento deste). Ex.: Mesmo que estivesse doente, ele trabalhava muito. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO Nesse período, as orações não têm função sintática. Na coordenação, ligam-se orações de mesmo valor. Segundo a natureza das orações que ligam, as orações independentes coordenadas classificam-se da mesma forma pelo qual classificam as conjunções coordenadas: 1) Aditivas – e, nem, locuções: não só..., mas também, tanto... como etc. Ex.: Não veio nem telefonou. 2) Adversativas – mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, senão etc. Ex.: Não saía, senão com os primos. 3) Alternativas – ou, ora... ora, quer... quer etc. Ex.: Venha agora ou perderá o lugar. 4) Conclusivas – logo, portanto, por isso, pois (após o verbo), de modo que etc. Ex.: O ideal é nobre; vamos, portanto, lutar por ele. 5) Explicativas – pois (antes do verbo), porque, porquanto, que etc. Ex.: Não leias no escuro, pois faz mal à vista. IMPORTANTE! DIFERENÇA ENTRECAUSAL E EXPLICATIVA 10 nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. PORTUGUÊS Na oração subordinada adverbial causal, existe, necessariamente, uma relação de causa e efeito. Uma oração causal é fator determinante de sua principal e, no tempo, ocorre antes dela. Em, por exemplo, “A rua está molhada porque choveu”, a segunda oração é causa da primeira. Por outro lado, com uma oração explicativa, o falante esclarece o porquê de ter feito a declaração anterior. Assim, em “Choveu, porque a rua está molhada”, com a segunda oração, o falante está apenas apresentando o motivo que o levou a fazer a declaração. É óbvio que não há qualquer relação de causa e efeito. Convém lembrar que, estando o verbo da primeira oração no imperativo, as conjunções que, porque, pois etc. são, segundo os gramáticos, coordenativas explicativas: Aguardem um pouco, que o doutor já está chegando. Não falem alto, pois estamos em um hospital. Tenham calma, porque todos serão atendidos. ORAÇÕES REDUZIDAS São aquelas que não apresentam conjunções, sendo introduzidas por um verbo em uma de suas formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio). Classifi- cam-se da mesma forma que as orações desenvolvidas. Ex.: É proibido fumar. (oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo) Terminada a reunião, todos saíram. (oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio) Chegando à estação, comprei as passagens. (oração subordinada adverbial temporal reduzida de gerúndio) 5. SINTAXE DE CONCORDÂNCIA Nominal e Verbal 1. CONCORDÂNCIA NOMINAL Principais casos Ocupa-se da relação entre as classes de palavras que compõem o chamado grupo nominal: substantivo, artigo, numeral, pronome e adjetivo. 1) Concordância do adjetivo (adjunto adnominal) com o substantivo O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere. Ex.: A casa amarela ficava no fim da rua. Um só adjetivo referindo-se a mais de um substantivo de gênero ou número diferentes: • Quando vem após os substantivos, concorda com o mais próximo ou com os dois (substantivos). Ex.: O rapaz e a moça apaixonada / apaixonados saíram. Observação: É importante lembrar o seguinte critério, quando o adjetivo concordar com os dois substantivos: masc. + masc., masc. + femin. ou femin. + masc. = masculino plural; femin. + femin. = feminino plural. • Quando vem antes dos substantivos, concorda com o mais próximo. Ex.: Os antigos postes e luminárias eram requintados. Dois adjetivos referindo-se ao mesmo substantivo: Ex.: Os líderes japonês e italiano se reuniram hoje. O líder japonês e o italiano se reuniram hoje. 2) Concordância do Particípio com o Substantivo O particípio concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere: • nas orações reduzidas Ex.: Dado o sinal, todos se retiraram. Concluídas as pesquisas, detalharemos os dados. • na voz passiva Ex.: Foram anotadas todas as reclamações. Haviam sido anotados os detalhes. • Quando o particípio se refere a dois ou mais substantivos de gêneros diferentes: Ex.: O empenho e a confiança foram ampliados. • O particípio não varia quando forma tempo composto Ex.: Ninguém havia anotado as reclamações. Todos haviam anotado as reclamações. 3) Casos Gerais É preciso / É necessário / É proibido ... • Sem elemento determinante ficam invariáveis. Caso contrário, concordam em gênero com ele. Ex.: É proibido entrada. (sem elemento determinante) É proibida a entrada. (com determinante) É preciso álcool para limpar a mesa. Seriam precisos vários conferencistas. Mesmo / próprio / incluso / anexo / obrigado / nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. 11 PORTUGUÊS quite • Concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem. Ex.: Seguem anexos (ou inclusos) os documentos. Muito obrigadas – responderam elas. Elas mesmas (ou próprias) fizeram o trabalho. Nós estamos quites com a receita federal. Observação: “Em anexo” = invariável. Bastante / Bastantes • Bastante = muito(a), suficiente. (função adverbial) Ex.: Conheceu bastante coisa durante a visita. Estudei bastante hoje. • Bastantes = muitos (as), suficientes. (função adjetiva) Ex.: Fiz bastantes coisas em casa. Estudei bastantes assuntos para o concurso. Caro / barato / alto / baixo Ex.: Elas são altas.(adjetivo) Elas falaram alto. (advérbio) A roupa é cara.(adjetivo) A roupa custou caro. (advérbio) Meio • = “um pouco”. (invariável - função adverbial) Ex.: Amanda está meio pensativa. • = “metade”. (variável - função adjetiva) Ex.: Tomamos meia garrafa de vinho. Estava a meio metro de distância. • = “veículo, caminho”. (variável - substantivo) Ex.: O(s) meio(s) de comunicação de massa... Só / a Sós • = “somente, apenas”. (invariável - função adverbial) Ex.: Só eles não concordaram com a proposta. • = “sozinho”. (variável - função adjetiva) Ex.: Ele(a)(s) estava(m) só(s). (ou “a sós” = invariável) Menos / alerta / pseudo / a olhos vistos • São invariáveis Ex.: Havia menos pessoas na reunião de hoje. Os policiais estavam alerta. (ou “em alerta” = invariável) Trata-se de pseudo-sábias. O dinheiro inflacionado desaparece a olhos vistos. Observação: Alerta = “aviso, sirene” é substantivo e sofre flexão. Ex.: Já dei vários alertas ao gerente. Possível / Possíveis • Usadas em expressões superlativas Ex.: O político obteve o maior elogio possível. As portas estavam o mais bem fechadas possível. As notícias que trouxe são as melhores possíveis. Ela fazia trabalhos os mais completos possíveis. Adjetivos adverbializados • Ficam invariáveis. Ex.: Márcio foi direto à secretaria. (= diretamente) Saiu rápido para o trabalho (= rapidamente) Tal qual • “Tal” concorda com o antecedente e “qual” com o consequente. Ex.: Raphael é tal quais os pais. As meninas eram tais qual a mãe. 2. CONCORDÂNCIA VERBAL Principais casos 1) Com o Sujeito Simples O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa, estando o sujeito antes ou depois do verbo. Ex.: Os presidiários faziam misérias. Vós conseguistes um bom dinheiro. 2) Com sujeito composto anteposto ao verbo O verbo concorda com os dois elementos do sujeito. Ex.: Ouro Preto e Mariana são cidades históricas. A secretária e o diretor chegaram ontem. • Se os núcleos forem sinônimos ou formados de palavras de um mesmo conjunto significativo. (singular ou plural) Ex.: A sinceridade e a franqueza é / são uma virtude. • Núcleos em sequência gradativa (singular ou plural) Ex.: Uma brisa, um vento, um furacão não o abalava / abalavam. • Núcleos resumidos por pronome indefinido (tudo, nada, todos...) Ex.: Papel, lápis, borracha, tudo era caro na loja. Tios, irmãos, primos, todos chegaram cedo. 3) Com sujeito composto posposto ao verbo O verbo concorda com o termo mais próximo ou com os dois elementos do sujeito. Ex.: Vende-se (ou vendem-se) casa e apartamentos. Chegou (ou chegaram) a carta e o bilhete. 4) Outros Casos Gerais Quando o sujeito é formado de um coletivo: Ex.: O cardume escapou. Os cardumes escaparam. Quando o sujeito é formado de um coletivo singular: Ex.: Um grupo chegou. (não especificado) Um grupo de mães chegou / chegaram. (especificado) 12 nuceconcursos.com.brParte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. PORTUGUÊS Com nomes próprios só plural: Ex.: Minas Gerais não possui mar. (sem determinante) As Minas Gerais não possuem mar. (com determinante) Observação: Quando se trata de títulos de obras, admite-se o plural ou o singular. Ex.: Os lusíadas conta(m) a história de Portugal. Pronomes de tratamento: sempre usar 3ª pessoa. Ex.: Vossa Excelência conhece seu problema. Vossas Excelências conhecem seus problemas. Pronomes relativos QUE e QUEM Ex.: Fui eu que paguei a conta. Fomos nós quem pagou / pagamos a conta. Núcleos ligados por OU Ex.: Ana ou Júnior vencerá o jogo. (exclusão = verbo no singular) Recife ou Natal possuem belas praias. (adição = verbo no plural) Com a palavra “SE” Partícula apassivadora Analisou-se o plano de reforma agrária. Analisaram-se os planos de reforma agrária. Índice de Indeterminação do Sujeito Precisa-se de homens e mulheres corajosos. Descansa-se muito em Aldeia. COM SUJEITO FORMADO POR EXPRESSÕES a) Um ou outro – o verbo fica no singular. Ex.: Hoje, um ou outro viaja a Brasília. b) Um e outro, nem um nem outro, nem... nem... – o verbo vai, de preferência, para o plural. Ex.: Um e outro esculpiam a madeira da porta. c) Um dos que, uma das que – o verbo vai, de preferência, para o plural. (singular = ênfase) Ex.: Eu era uma das que mais estudavam. O aluno é um dos que menos aparecem no curso. d) Mais de, menos de – o verbo concorda com o numeral que segue a expressão. Ex.: Mais de um tenista representou o Brasil. Mais de cem pessoas morreram no incêndio. * Casos especiais: Mais de um aluno, mais de um professor faltaram. (expressões repetidas na mesma frase) Mais de um veículo chocaram-se. (“se” = indicando reciprocidade) e) A maior parte de (ou uma porção de, grande número de, a maioria de, metade de...) – o verbo fica, de preferência, no singular. Ex.: A maior parte precisa ler mais. (não especificado) A maior parte dos alunos precisa / precisam ler. f) Locuções pronominais [Qual(is) de nós...; muito(s) de vocês, ... ] – O verbo concorda com o pronome indefinido (ou interrogativo) ou com o pronome pessoal. Ex.: Qual de vós é humilde? Quais de vós são / sois humildes? Com número percentual Ex.: 1% (da produção) foi vendido. 5% (das pessoas) discordam da imposição. 1% das pessoas discorda(m) da imposição. Os 87% da produção de soja foram negociados. Expressão HAJA VISTA: “Vista” é invariável. Ex.: Haja(m) vista os ladrões de colarinho branco. CONCORDÂNCIA DOS VERBOS IMPESSOAIS Por não possuírem sujeito, os verbos impessoais ficam na 3ª pessoa do singular. • Haver (singular) usado no sentido de: “O F-E-R-A” (ocorrer, fazer, existir, realizar-se e acontecer) Ex.: Há alunos que estudam muito. (= existem) Houve uma grande festa. (= realizou-se) Há muitos anos que não nos vemos. (= faz) • FA-S-E (verbos fazer, ser e estar) indicando: tempo decorrido, hora, data ou fenômeno da natureza. “Fazer” e “estar” sempre no singular; o verbo “ser”, singular ou plural de acordo com o contexto. Ex.: Faz meses que te espero. (e não “fazem”) Era cedo quando cheguei. Estava um dia chuvoso. / Hoje é/são 20 de maio. • Verbos = Fenômenos da natureza (Chover, nevar, ventar, gear, trovejar, relampejar, anoitecer etc.) Ex.: Choveu ontem. / Anoiteceu lentamente. • Expressões “basta de”, “chega de”, “passa de” etc. Ex.: Chega de preguiça! Já passa de uma hora. Observações: 1 - Os verbos que exprimem fenômenos da natureza, quando usados em sentido figurado, deixam de ser impessoais. Ex.: Já amanheci disposto. Eu Choveram denúncias no INSS. denúncias. 2 - Quando acompanhado de verbo auxiliar, o verbo impessoal transmite a ele a sua impessoalidade. Ex.: Deverá haver feiras de artesanato na praça. Vai fazer cinco anos que te vi. 3 - Na língua popular é comum o uso do verbo ter, impessoal, no lugar de haver ou existir. nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. 13 PORTUGUÊS Ex.: Tem gente nova no pedaço. Tem dias em que a gente estuda demais. Concordância dos verbos dar, soar e bater Na indicação de horas, esses verbos concordam com o número de horas que, normalmente, é o sujeito. A não ser que sejam usadas outras palavras como sujeito. Ex.: Deu dez horas o relógio da matriz. Bateram cinco horas no relógio da matriz. Faltar, sobrar e bastar Esses verbos concordam com o sujeito. Ex.: Basta uma semana para terminar a promoção. Faltam quinze minutos para as duas horas. Concordância do verbo SER • O verbo ser ora concorda com o sujeito, ora concorda com o predicativo. Ex.: Esses sorrisos são a minha alegria. Minha vaidade são minhas filhas. O parlamentar sempre ausente sois vós. • Se o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito, menos de, mais de etc., o verbo ser fica no singular. Ex.: Cinco quilos de arroz é mais do que necessário. Trezentos reais pela passagem é muito. Concordância do verbo PARECER Antes do infinitivo admite duas concordâncias: Ex.: As brincadeiras pareciam alegrar a criançada. As brincadeiras parecia alegrarem a criançada. 6. REGÊNCIA NOMINAL Trata do mecanismo que regula as ligações entre um verbo ou nome e os seus complementos. 1. REGÊNCIA NOMINAL O termo regente é um nome REGÊNCIA DE ALGUNS NOMES (Advérbio, Substantivo ou Adjetivo) acessível (a) acostumado a, com afável com, para com aflito com, por antipatia a, contra, por apto a, para atencioso com, para com compaixão de / para com / por compatível com compreensível a comum a, de conforme a, com cruel com, para com, para cuidadoso com descontente com devoção a, para com, por dúvida acerca de, de, em, sobre fácil a, de, para falho de, em firme em generoso com grato a hábil em horror a hostil a, para com idêntico a incompatível com indiferente a liberal com natural de necessário a nocivo a paralelo a parecido a, com permissivo a pertinaz em preferível a prejudicial a propício a respeito a / com / de / para com / por semelhante a sensível a situado (sito, residente, morador) → em, entre suspeito a, de último a, de, em vereador, deputado, senador → por, pelo(a)(s) versado em PREDICAÇÃO VERBAL Trata da “transitividade” do verbo. Este pode ser: TRANSITIVO Precisa de um complemento chamado objeto. A) Direto (VTD) – Precisa de complemento sem preposição (objeto direto). Ex.: Martha comprou flores. VTD OD (o quê?) Hugo bebeu um refrigerante. VTD OD (o quê?) B) Indireto (VTI) – Precisa de complemento com preposição (objeto indireto). Ex.: Paula gosta de estudar. VTI OI (de quê?) Ela obedece ao chefe. VTI OI (a quem?) Todos simpatizam com o diretor. VTI OI (com quem?) C) Direto e Indireto (VTDI) – Precisa de dois complementos: um objeto direto e outro indireto Ex.: Ele entregou a encomenda ao rapaz. VTDI OD OI (o quê?) (a quem?) INTRANSITIVO Não precisa de complemento ou vem acompanhado por adjunto adverbial. Ex.: Poucos saíram ontem. VI adj. adverbial de tempo(quando?) Juliana mora em Paris. 14 nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. PORTUGUÊS VI adj. adverbial de lugar (onde?) OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 1) VTI NÃO admitem voz passiva Exceção: (des)obedecer Ex1.:“O filme foi assistido pelos alunos.” (errado) Os alunos assistiram ao filme. (certo) Ex2.: “O cargo era visado pelos gerentes.” (errado) Os gerentes visavam ao cargo. (certo) 2) Não se deve dar um único complemento a verbos de regências diferentes. Ex1.: “Entrou e saiu da sala.” (errado) Entrou na sala e saiu dela. (certo) Ex2.: “Assisti e gostei do filme.” (errado) Assisti ao filme e gostei dele. (certo) 3) Havendo pronome relativo, a preposição desloca-se para antes dele. Ex.: Esta é a faculdade a que aspiro. Este é o autor a cuja obra me refiro. Este é o autor de cuja obra gosto. Este é o autor por cuja obra tenho simpatia. 7. REGÊNCIA VERBAL 1. ASSISTIR No sentido de socorrer, dar assistência é VTD. Ex.: A enfermeira assistiu o doente. No sentido de ver, observar, presenciar é VTI (A) Ex.: Paulo assistiu ao (a um) filme na TV. Observação: Mesmo com a preposição A, este verbo não admite a forma oblíqua LHE (Esse filme? Assisto- lhe). Usa-se a forma convencional: Assisto a ele. No sentido de caber, pertencer é VTI (A) Ex.: Liberdade é um direito que assiste ao homem. Observação: Admite a forma oblíqua LHE. Ex.: É um direito que lhe assiste. No sentido de morar, residir é VI (EM) Ex.: Jéssica assiste em Recife. 2. ASPIRAR No sentido de respirar, sorver, inspirar é VTD Ex.: Nós aspiramos o/um perfume. No sentido de almejar, pretender é VTI (A) Ex.: Pedro aspira ao/a um cargo de chefia. Observação: Mesmo com a preposição A, este verbo não admite a forma oblíqua LHE (Esse posto? Aspiro- lhe). Usa-se a forma convencional: Aspiro a ele. 3. VISAR No sentido de mirar ou dar o visto é VTD Ex.: O atirador visou o alvo, mas errou o tiro. O professor visou os exercícios. No sentido de almejar, ter em vista é VTI (A) Ex.: Marcos ajudava sem visar a lucros. Observação: Nesse sentido, VISAR não admite a forma oblíqua LHE (“Esse posto? Viso-lhe”), mas sim “Esse posto? Viso a ele”. 4. CHAMAR No sentido de reunir, convocar é VTD Ex.: O presidente chamou a (ou pela) imprensa. O técnico chamou mais (ou por mais) dois jogadores. No sentido de apelidar, cognominar Ex.: Chamei (a) Ricardo (de) preguiçoso. 5. PROCEDER É VI no sentido de: originar-se (DE) e ter fundamento Ex.: A carta procede do Japão. Sua acusação não procede. É VTI para: executar (A) Ex.: Vossa Excelência irá proceder ao inquérito. 6. ESQUECER / LEMBRAR Ambos são VTD (quando não pronominais) Ex.: Mariana esqueceu (ou lembrou) tudo. São VTI (DE) quando pronominais Ex.: Mariana se esqueceu (se lembrou) de tudo. 7. AGRADAR No sentido de fazer carinho é VTD Ex.: A mãe agradava o seu filho. nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. 15 PORTUGUÊS No sentido de contentar, satisfazer é VTI (A) Ex.: As notas não agradaram aos professores. (ou não lhes agradaram) 8. INFORMAR, AVISAR, PREVENIR, ADVERTIR, NOTIFICAR, CIENTIFICAR e CERTIFICAR Apresentam OD (coisa) e OI (pessoa) ou vice- -versa: Ex.: Informe os novos prazos aos interessados. Informe os interessados dos novos prazos. (ou sobre os novos prazos) Caso se utilizem pronomes como complementos: Ex.: Informe-os aos interessados. (Informe-lhes os novos prazos) Informe-os dos novos prazos. (Informe-se deles ou sobre eles) 9. PAGAR / PERDOAR / AGRADECER Ex.: Paguei o livro. (VTD OD = coisa) Paguei ao livreiro. (VTI OI = pessoa) Paguei o livro ao livreiro. (VTDI) 10. QUERER No sentido de desejar é VTD Ex.: “Eu quero uma casa no campo.” (Zé Rodrix) No sentido de estimar, ter afeto é VTI (A) Ex.: Quero a meus amigos. 11. IMPLICAR No sentido de acarretar, provocar é VTD Ex.: Sua postura implicará demissões. No sentido de incomodar, embirrar é VTI (COM) Ex.: Ana implica com minhas amizades. No sentido de envolver-se é VTDI (EM / COM) Ex.: Implicaram o tio em atividades criminosas. 12. CUSTAR No sentido de ter o valor / preço de é VI Ex.: A calça custou vinte reais. No sentido de ser penoso / difícil é VTI Ex.: Custa a um cidadão acreditar nos políticos. Custou-nos (ou custou-lhes) ter que agir. Observação: São erradas as construções: “Custamos a / para entender o assunto.” *Usa-se: Custou-nos entender o assunto. 13. PREFERIR (VTDI) Ex.: Prefiro doces a salgados. 14. RESPONDER É VTD para dar o conteúdo da resposta diretamente. Ex.: Ele respondeu que não estava bem hoje. É VTI (A) quando se refere a “quem” ou o “que” produziu a pergunta. Ex.: Ele respondeu ao questionário / ao seu tio. OUTRAS REGÊNCIAS a) São Transitivos Diretos: abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, conservar, convidar, proteger, respeitar, prejudicar, visitar, socorrer, suportar, conhecer, eleger etc. b) São Transitivos Indiretos: simpatizar/ antipatizar (com), consistir (em), obedecer / desobedecer (a). c) São Indiferentemente Transitivos Diretos ou Transitivos Indiretos: abdicar (de), almejar (por), ansiar (por), anteceder (a), atender (a), atentar (em, para), cogitar (de, em), consentir (em), deparar-se (com), desdenhar (de), gozar (de), necessitar (de), preceder (a), presidir (a), renunciar (a), satisfazer (a), versar (sobre). 8. CRASE REGRA GERAL a) Vou à praia. (Vou ao campo.) b) As crianças foram à praça. (As crianças foram ao parque.) PRINCIPAIS CASOS EM QUE NÃO OCORRE A CRASE: 1. ANTES DE PALAVRA MASCULINA Ex.: • Compramos a TV a prazo. • Ele leva tudo a ferro e fogo. • Por favor, façam o exercício a lápis. 2. EM LOCUÇÃO FEMININA QUE INDIQUE INSTRUMENTO Ex.: • Ela escreveu a redação a caneta. 3. ANTES DE VERBO Ex.: • A pobre criança ficou a chorar o dia todo. • Quando os convidados começaram a chegar, tudo já estava pronto. 4. ENTRE PALAVRAS REPETIDAS QUE FORMEM UMA EXPRESSÃO Ex.: cara a cara, frente a frente, gota a gota CUIDADO! O PAÍS DECLAROU GUERRA À GUERRA EXPLICAÇÃO: Neste caso, a primeira palavra GUERRA representa o OD do verbo DECLARAR. A segunda, o OI do mesmo verbo. 5. ANTES DE ARTIGO INDEFINIDO CUIDADO! 16 nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. PORTUGUÊS Cheguei à uma hora da manhã. 6. QUANDO O A ESTIVER NO SINGULAR E A PALAVRA POSTERIOR ESTIVER NO PLURAL Ex.: Não me junto a pessoas corruptas. 7. APÓS PREPOSIÇÃO Ex.: Estou aqui DESDE as 8h. ATENÇÃO! Cheguei às 8h. 8. ANTES DOS SEGUINTES PRONOMES: a) Pessoais b) De tratamento (exceções: SENHORA, SENHORITA, DONA e MADAME) c) Demonstrativo (exceções: ÀQUELE, ÀQUELA e ÀQUILO) d) Relativos (exceções: À QUAL, ÀS QUAIS) e) Indefinidos [exceção: OUTRA (S)] CASOS FACULTATIVOS 1. ANTES DE NOME DE MULHER EX.: REFIRO-ME À / A MARIA. EXCEÇÃO: antes de nome de mulher que seja uma personalidade pública ou histórica. Ex.: Referiu-se A Joana d’Arc da Revolução Francesa.2. ANTES DE PRONOME POSSESSIVO NO SINGULAR Ex.: VOU À / A MINHA CIDADE NATAL. EXCEÇÕES a) Não deu valor às SUAS qualidades. b) Esta casa é igual à SUA. c) Fiz uma promessa a Nossa Senhora. 3. APÓS A PREPOSIÇÃO ATÉ EX.: VOU ATÉ À / A PRAIA. CASOS ESPECIAIS 1. AS PALAVRAS CASA E DISTÂNCIA DEVEM ESTAR ESPECIFICADAS PARA QUE POSSAM ADMITIR CRASE ANTES Ex.: A) Vou à casa DE MEUS AVÓS. B) Olhava a manifestação à distância DE CEM METROS. 2. A palavra TERRA não admite CRASE anteriormente se estiver com o significado de TERRA FIRME Ex.: Os marinheiros voltaram a terra. 3. ANTES DE NOME DE LUGAR a) Vou a Roma (VOLTO DE ROMA) b) Vou a Londres (VOLTO DE LONDRES) c) Vou à Bahia (VOLTO DA BAHIA) d) Vou à Roma dos belos monumentos arquitetônicos. (VOLTO DA ROMA DOS BELOS MONUMENTOS ARQUITETÔNICOS) 4. CRASE e paralelismo. Escreva assim: De segunda a sexta-feira De terça a quinta-feira Ou Da segunda à sexta-feira Da terça à quinta-feira Não escreva assim: De segunda à sexta-feira De terça à quinta-feira Escreva assim: De 9h a 11h De 8h30min a 11h30min Ou Das 9h às 11h Das 8h30min às 11h30min Não escreva assim: De 9h à 11h De 8h30min à 11h30min 9h às 11h 8h30min às 11h30min 9. PONTUAÇÃO Os sinais de pontuação são recursos típicos da língua escrita porque esta não dispõe do ritmo e da melodia da língua falada. É, pois, a pontuação um meio de representar, na escrita, as pausas e entonações da fala. Desse modo, não há critérios extremamente rígidos quanto ao uso dos sinais de pontuação. Mesmo assim, faremos um breve estudo acerca das principais regras para o emprego dos sinais de pontuação exigidos pelas principais bancas examinadoras. nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. 17 PORTUGUÊS OBSERVAÇÃO INICIAL SUJEITO VERBO COMPLEMENTO ADJUNTO ADVERBIAL ORDEM DIRETA DA ORAÇÃO OBS.: Quando uma oração está na ordem direta, não pode haver pontuação separando seus elementos formadores. USO DA VÍRGULA 1. ADJUNTO ADVERBIAL DESLOCADO Ex.: Após a explicação sobre o assunto, o aluno resolveu as questões. ATENÇÃO! CASO O ADJUNTO ADVERBIAL SEJA FORMADO POR APENAS UMA PALAVRA, A VÍRGULA SERÁ FACULTATIVA Ex.: Hoje, o aluno resolveu as questões. 2. ORAÇÃO ADVERBIAL DESLOCADA (VÍRGULA OBRIGATÓRIA) Ex.: Quando você chegar, avise-me. 3. ORAÇÃO ADVERBIAL EM ORDEM DIRETA (VÍRGULA FACULTATIVA) Ex.: Avise-me, quando você chegar. 4. SEPARA ELEMENTOS DE MESMA FUNÇÃO SINTÁTICA a) João, Pedro e Maria são irmãos. b) Comprei frutas, verduras e legumes. 5. SEPARA APOSTO Ex.: O Recife, a Veneza brasileira, é belo. 6. SEPARA VOCATIVO Maria, você irá ao cinema conosco? 7. SEPARA ORAÇÕES COMPOSTAS POR SUJEITOS DIFERENTRES E UNIDAS PELA CONJUNÇÃO E Ex.: João estuda, e Maria trabalha. 8. SEPARA ORAÇÕES NAS QUAIS HOUVE POLISSÍNDETO Ex.: Ele canta, e dança, e pula. 9. SUBSTITUI VERBO IMPLÍCITO (ZEUGMA = OMISSÃO DE TERMO JÁ CITADO) Ex.: Carlos estuda Medicina; Pedro, Engenharia. 10. SEPARA CONJUNÇÃO DESLOCADA Ex.: Ele queria ir à praia; não irá, porém, devido à chuva. OBSERVAÇÃO O PONTO E VÍRGULA usado nos casos 9 e 10 separa orações quando uma delas já possui vírgula. VÍRGULA E ALTERAÇÃO DE SENTIDO 1. a) O advogado do médico, Carlos Silva, requereu no Supremo Tribunal de Justiça a anulação da prisão temporária de seu cliente. b) O advogado do médico Carlos Silva requereu no Supremo Tribunal de Justiça a anulação da prisão temporária de seu cliente. Na letra A, a presença das vírgulas indica que o nome do advogado do médico é Carlos Silva e o nome do médico é desconhecido por nós. Porém, na letra B, a ausência das vírgulas indica que Carlos Silva é o nome do médico. Neste caso, o nome do advogado é desconhecido por nós. 2. a) João quer almoçar. b) João, quer almoçar? As duas orações são compostas das mesmas palavras, mas a pontuação diferente altera-lhes substancial- mente o sentido. Na letra A, há uma frase declarativa, marcada pelo ponto final. O termo “João” é o sujeito da oração. Na letra B, há uma frase interrogativa. A vírgula, após o termo “João”, indica que ele funciona como vocativo da oração. 3. a) Os alunos que esqueceram o caderno não participaram da aula. b) Os alunos, que esqueceram o caderno, não participaram da aula. Na letra A, entende-se que apenas os alunos sem o caderno não participaram da aula. Já na letra B, compreende-se que todos os alunos estavam sem caderno e não participaram da aula. OUTRAS PONTUAÇÕES 1. PONTO FINAL Utilizado para encerrar qualquer tipo de frase declarativa ou imperativa. Representa a pausa máxima da voz. Ex.: É preciso estudar tudo. Observação: Também é usado para indicar abreviação de palavras (Sr. / Sra. / Obs.). 2. PONTO DE INTERROGAÇÃO Usado em frases interrogativas diretas, ainda que a pergunta não exija resposta. Ex.: Por que você faltou ontem? 3. PONTO DE EXCLAMAÇÃO Usado ao final de frases exclamativas e imperativas. Também é comum após interjeições ou orações que indiquem surpresa, entusiasmo. Ex.: Saia daqui! / Que bom! 18 nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. PORTUGUÊS 4. PONTO E VÍRGULA Pausa superior à vírgula. A) Separa os diversos itens de uma enumeração. Ex.: Os manifestantes entregaram uma pauta de reivindicação constando os seguintes itens: redução da jornada de trabalho; direito a descanso remunerado; fim das demissões e garantia dos direitos adquiridos na última assembleia. B) Separa orações que em seu interior já tenham vírgula. Ex.: Antes, você dirigia tudo; agora, dirijo eu. 5. DOIS-PONTOS Usados para “anunciar” algo. A) Citação. Ex.: Recordando um verso de Manuel Bandeira: “A vida inteira que poderia ter sido e que não foi”. B) Enumeração. Ex.: Ganhei muitos presentes: roupas, sapatos etc. C) Na invocação das correspondências. Ex.: Prezado Senhor: Penso que não poderei comparecer à sua festa, na próxima semana. (...) 6. RETICÊNCIAS Indicam interrupção do pensamento. Ex.: E eu que trabalhei tanto pensando que... 7. ASPAS A) Para isolar citação textual colhida a outrem. Ex.: Como afirma McLuhan: “O meio é a mensagem”. B) Para isolar palavras ou expressões estranhas à língua culta (expressões populares, gírias, estrangeirismos, neologismos, arcaísmos etc.). Ex.: Ele era um “gentleman”. Pedro estava “numa nice”. C) Indicar sentido diverso do usual (ironia). Ex.: Ficou “lindo” (= feio). 8. PARÊNTESES Servem para isolar explicações, indicações ou comentários acessórios. Ex.: Marcos leva uma vida mansa (dinheirinho, casa, comida, roupa lavada etc.) e ainda reclama da vida. 9. TRAVESSÃO Pode ser usado: A) nos diálogos, indicando que alguém está falando de viva voz (discurso direto), marcando a mudança de interlocutor. Ex.: – Olá! Como vai? – Vou bem. E você? (...) B) para substituir a dupla vírgula (o duplo travessão). Ex.: Castro Alves – poeta romântico – foi um grande abolicionista. C) diante de enumeração, substituindo os dois- -pontos. Ex.: Apesar da imensa crise financeira por que passou, decidiu comprar tudo – roupas, sapatos, toalhas etc. 10. INTERPRETAÇÃO X COMPREENSÃO É muito comum, entre os candidatos a um cargo público, a preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltaminformações específicas a respeito dessa tarefa constante em provas relacionadas a concursos públicos. Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder às questões relacionadas a textos. TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR). CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. INTERTEXTO – comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores por meio de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: 1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram- -se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). 2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 3. COMENTAR – é relacionar o conteúdo apresen-tado com uma realidade, opinando a respeito. 4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras. EXEMPLO TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. 19 PORTUGUÊS “O HOMEM UNIDO” A INTEGRAÇÃO DO MUNDO A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE A UNIÃO DO HOMEM HOMEM + HOMEM = MUNDO A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA) CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR Fazem-se necessários: a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática. b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico. OBSERVAÇÃO: Na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros. c) Capacidade de observação e de síntese. d) Capacidade de raciocínio. INTERPRETAR X COMPREENDER INTERPRETAR SIGNIFICA COMPREENDER SIGNIFICA − EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR, TIRAR CONCLUSÕES, DEDUZIR. TIPOS DE ENUNCIADO • Através do texto, INFERE-SE que... • É possível DEDUZIR que... • O autor permite CONCLUIR que... • Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar que... − INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO, ATENÇÃO AO QUE REALMENTE ESTÁ ESCRITO. − TIPOS DE ENUNCIADO: • O texto DIZ que... • É SUGERIDO pelo autor que... • De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRADA a afirmação... • O narrador AFIRMA... ERROS DE INTERPRETAÇÃO É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes são: a) Extrapolação (viagem) Ocorre quando se sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. b) Redução É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. c) Contradição Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão. OBSERVAÇÃO: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada mais. COESÃO – é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá- -se quando, por meio de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. OBSERVAÇÃO: São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso, a necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber: QUE (NEUTRO) – relaciona-se com qualquer antecedente, mas depende das condições da frase. QUAL (NEUTRO) – IDEM AO ANTERIOR. QUEM (PESSOA) CUJO (POSSE) – antes dele, aparece o possuidor e, depois, o objeto possuído. COMO (MODO) ONDE (LUGAR) QUANDO (TEMPO) QUANTO (MONTANTE) EXEMPLO: Falou tudo QUANTO queria (correto) Falou tudo QUE queria (errado – antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O). LOCUTOR E INTERLOCUTOR A noção de interlocução – que envolve os dois interlocutores e a situação – é uma noção fundamental para qualquer trabalho com a linguagem. É uma das 20 nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. PORTUGUÊS competências necessárias para se chegar a ser um bom leitor e um bom usuário da língua, falada e escrita, porque a língua que nos interessa estudar e analisar é a língua em uso, que se dá entre aquele que fala ou escreve e aqueles que leem ou escutam. A noção de interlocução, além de supor a existência de um locutor (o sujeito que fala ou escreve) e de alguém a quem a enunciação é dirigida (o interlocutor), supõe necessariamente a existência de uma situação, a situação de comunicação. É só no cruzamento de um locutor com um interlocutor numa situação específica que um enunciado ganha sentido. * Tomemos como exemplo a frase “Estou com frio”. É possível imaginar diversas situações em que ela poderia ser proferida e os mais variáveis sentidos que poderiam ser a ela atribuídos: 1) Feche a janela, por favor. 2) Você sempre deixa a janela aberta. 3) Me aqueça. 4) Vamos embora? Tomemos como segundo exemplo a frase “Há mendigos novamente morando embaixo da ponte”. Imagine a diversidade de sentidos que ela pode ter, se proferida por um vereador preocupado com o embelezamento de sua cidade, se proferida por uma assistente pessoal, se proferida por um comerciante das redondezas etc. Uma situação de escrita ou mesmo de fala não se dá sempre em forma de diálogo. Isto não significa, no entanto, que não haja um locutor, um interlocutor e uma situação de comunicação. Um conto, por exemplo: ele é narrado por alguém (neste caso, temos um narrador como locutor) e ele é escrito para alguém (os interlocutores, neste caso, são leitores imaginados). Um discurso de um candidato a um cargo político tem como locutor, obviamente, o candidato; como interlocutores, os possíveis eleitores, os partidários e os adversários; a eles o político se dirige e a eles tentará sensibilizar, comover, persuadir, dissuadir. Chegamos assim a perceber que a noção de interlocução traz outra, atrelada aela: a noção de adequação da linguagem aos interlocutores, à situação de comunicação e à intenção. Concurso público exige adequada preparação em interpretação de texto. Não se trata de estudo subjetivo como muitos pensam. Assim como as questões de gramática, a análise de texto apresenta fundamentos bem sólidos em seus critérios de correção. Destaco, aqui, a cobrança de questões com base nas ideias explícitas ou implícitas. Explícito é aquilo que, literalmente, está escrito. Observe a seguinte construção: “Isabela estuda todos os dias apostilas e questões relacionadas a concurso público”. Se o candidato afirmar que Isabela fará concurso público, a resposta será incorreta. A construção apresentada não afirma explicitamente que ela fará. Afirma que ela estuda apostilas e questões relacionadas a concurso público. Comandos comuns para ideias explícitas são: “de acordo com o texto”, “com base no texto”, “no texto”. Se, no entanto, o comando for apresentado assim: depreende-se do texto (infere-se, deduz-se) que Isabela fará concurso público, a resposta será correta. Implícito é aquilo que não está escrito literalmente, mas você pode deduzir ou inferir das construções. Não se pode extrapolar. Deve haver relação lógica. O próprio comando na prova deve deixar claro qual linha de interpretação o candidato deve seguir. Observe texto e questão de prova com interpretação explícita. “A televisão procura atender ao gosto da população a que se dirige. Assim, acomoda essa grande massa de consumidores a antigos hábitos e tradições, em vez de propor, aos que assistem a ela, inquietações novas e uma visão mais crítica do mundo em que vivem.” De acordo com o texto: a) Porque se dirige a um público desinteressado, a televisão não se preocupa com a qualidade de seus programas. b) A televisão não se preocupa em elevar o nível de seus programas já que o público que a ele assiste não se interessa por problemas sérios. c) Embora resulte do gosto de um público inquieto com seus valores, a televisão nega-se a mudar o aspecto formal dos programas. d) O interesse de baixo nível cultural merece uma televisão que não questiona em profundidade os problemas do mundo. e) O interesse do público determina os conteúdos veiculados pela televisão que, assim, se furta às propostas culturais novas. O gabarito foi a letra “e”. Houve apenas a mudança da ordem “televisão” e “público” e termos sinônimos. Observe, agora, o concurso do Senado com interpretação implícita. “O nome é um pouco esquisito, mas se trata de algo bastante conhecido: hoax é sinônimo de boato no mundo digital. Quem nunca recebeu mensagens difamando empresas ou noticiando o caso do garoto com câncer? Ou então a história de ter os rins retirados e acordar em uma banheira de gelo, que, no final, ainda pede para enviar o e-mail para os amigos? Nunca se sabe como os boatos surgem. Dizem os especialistas que o prazer de quem envia boatos por e-mail é receber as histórias escritas por eles mesmos depois de algum tempo.” A partir das ideias explícitas e implícitas no texto acima, julgue os itens abaixo. 1. A grande maioria das pessoas que vivem nos centros urbanos costuma receber mensagens eletrônicas apelativas, com propagandas de instituições comerciais ou com solicitações de auxílio, principalmente envolvendo crianças e/ou velhos doentes. 2. A circulação de algumas mensagens, como a de se ter os “rins retirados e acordar em uma banheira de gelo”, de caráter jocoso e assustador, pode partir do princípio de que alguns usuários desse tipo de comunicação são ingênuos – acatam e divulgam, sem julgamento prévio, nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila do NUCE. Todos os direitos reservados ao professor Tiago Xavier © Copyright. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. 21 PORTUGUÊS tudo o que leem. 3. Embora os destinatários possam ignorar a real procedência e a veracidade das informações da correspondência, geralmente os remetentes últimos podem ser reconhecidos pelos recebedores que, a partir dos dados do endereçamento, acompanham as informações de quem a enviou. Geralmente, questões com interpretações implícitas são mais difíceis. O gabarito acima foi o seguinte: 1. E (extrapolou), 2. C, 3. C (muitos candidatos reclamaram na época, mas todo o texto se relaciona ao tema informática e fofoca). 11. ANÁLISE DE TEXTOS 1.1 TEMA, IDEIA GLOBAL E TÓPICO DE UM PARÁGRAFO ➢ Tema: Proposição essencial que vai ser tratada ou demonstrada. Assunto primordial de que trata o texto. ➢ Ideia Global: Conceito integral (opinião ou pensamento) baseado nos objetivos discursivos do emissor que permeia todo o texto e o justifica. ➢ Tópico de um Parágrafo: Temática central apresentada e discutida no parágrafo considerado, geralmente mediante desenvolvimento da argumentação. 1.2 ARGUMENTO PRINCIPAL DEFENDIDO PELO AUTOR Corresponde à tese (proposição exposta para debate). Geralmente é apoiada em argumentos com o intuito de convencer um público-leitor sobre o ponto de vista chave apresentado pelo autor. 1.3 OBJETIVO OU FINALIDADE PRETENDIDA Diz respeito ao que o produtor de um texto pretende (intencionalidade), tem em mente ou quer que o leitor faça, a partir da leitura de seu texto. 1.4 SÍNTESE DO CONTEÚDO GLOBAL DO TEXTO É um texto conciso com a seleção e a apresentação, de forma global e organizada, de pontos fundamentais para a compreensão de um determinado texto. 1.5 GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS CARACTERÍSTICAS GÊNEROS TEXTUAIS São práticas histórico-sociais que se constituem como ações para agir sobre o mundo e dizer o mundo, constituindo-o de algum modo. São formas verbais de ação social relativamente estáveis realizadas em textos situados em comunidades de práticas sociais típicas e em domínios discursivos específicos. Em outras palavras, “Gênero Textual é um conceito geral que engloba textos com características comuns em relação à linguagem, ao conteúdo e à estrutura, utilizados em determinadas situações comunicacio-nais, orais ou escritas.” Constituem-se como exem-plos de gêneros: cartas, bulas, e-mails, anúncios, postais, avisos, artigos, requerimentos, editais, crônicas, fábulas, contos, rezas, piadas, receitas, notícias, provérbios, entre muitos outros. Sempre que nos comunicamos por meio de palavras, empregamos um gênero. Os textos (orais ou escritos) constituem gêneros cuja especificidade depende da situação de interação verbal, do momento em que ela ocorre e das relações que a envolvem. Os estudos referentes à comunicação agrupam os gêneros textuais por domínio discursivo. Daí encontrarmos vários tipos de domínio discursivo: jornalístico, didático, científico, religioso, jurídico etc. As fronteiras entre esses domínios são, em algumas situações comunicativas, meio nebulosas, pois os gêneros podem ter uma configuração híbrida, circulando por vários domínios. Vejamos agora alguns exemplos de gêneros textuais usados no cotidiano e suas respectivas características gerais: • E-mail – É uma mensagem enviada e recebida por meio de um sistema de correio eletrônico. Como é utilizado em diversas situações comunicacionais, formais ou informais, a linguagem pode variar. Tem a estrutura padrão da carta e, em geral, os parágrafos são curtos. • Poema – É a unidade da poesia, em versos com ou sem rima. Esse gênero textual, em geral, apresenta recursos de sonoridade e ritmo, bem como palavras em sentido conotativo e figuras de linguagem. O conteúdo da composição poética é, em geral, abstrato, expressivo, subjetivo e conotativo. • Fábula – É um gênero textual que transmite um ensinamento e cujos personagens, em geral, são animais 22 nuceconcursos.com.br Parte integrante da apostila
Compartilhar