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DESENVOLVIMENTO-PSICOMOTOR-E-DESENVOLVIMENTO-HUMANO

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DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR E 
DESENVOLVIMENTO HUMANO 
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Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2 
Introdução ........................................................................................................ 3 
Um Breve Histórico, Conceitos e Fundamentos da Psicomotricidade ............. 5 
O Surgimento da Psicomotricidade no Brasil ............................................. 13 
As Principais Vertentes da Psicomotricidade ................................................ 14 
Evolução da Psicomotricidade como Área de Estudo e Trabalho ................. 15 
Principais Características do Desenvolvimento Psicomotor Infantil ........... 18 
A Influência da Maturação do Sistema Nervoso do Desenvolvimento Infantil
.............................................................................................................................. 20 
Relação da Motricidade com o Desenvolvimento Cognitivo ...................... 22 
Avaliação Psicomotora .................................................................................. 24 
DESENVOLVIMENTO HUMANO .............................................................. 26 
A ciência do desenvolvimento humano: uma perspectiva interdisciplinar ..... 29 
Psicologia do desenvolvimento humano: uma ciência em evolução ............. 30 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
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Fundamentos, Evolução e Desenvolvimento Psicomotor 
Introdução 
 
A psicomotricidade está presente basicamente em todas as atividades, e além 
de constituir-se como um fator indispensável ao desenvolvimento global e uniforme 
da criança, é também a base fundamental para o processo de aprendizagem dos 
indivíduos. 
A psicomotricidade é caracterizada como uma área do conhecimento que 
utiliza os movimentos físicos para atingir outras aquisições mais elaboradas, como as 
intelectuais, e durante o processo de ensino, os elementos básicos da 
psicomotricidade são utilizados com frequência, e cujo desenvolvimento psicomotor 
é mal constituído, poderá apresentar problemas na escrita, na leitura, na direção 
gráfica, na distinção de letras (ex:b/d), na ordenação de sílabas, no pensamento 
abstrato (matemática), na análise gramatical, dentre outras. 
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Um desenvolvimento psicomotor não estimulado pode acarretar uma série de 
problemas não só motores, mas no desenvolvimento total do indivíduo, fazendo com 
que as ações simples do cotidiano se tornem difíceis pela má formação. Como por 
exemplo, o desenvolvimento das habilidades psicomotoras para o aluno nos anos 
iniciais escolares poderá ser grande facilitador no desenvolvimento integral das 
etapas da alfabetização e levando-o a um desenvolvimento pleno. 
Assim os movimentos físicos são muito importantes para o desenvolvimento 
humano, transmitindo sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as 
possibilidades do uso de gestos e posturas corporais, que auxiliarão no processo de 
ensino-aprendizagem, considerando que um bom desenvolvimento psicomotor 
proporciona ao aluno algumas habilidades e um bom desempenho escolar. 
Neste sentido é importante refletir sobre a história, os conceitos e fundamentos 
da psicomotricidade, e os benefícios dessa prática para o desenvolvimento integral 
da criança, o surgimento da psicomotricidade no Brasil e suas principais vertentes. 
A Psicomotricidade é apresentada assim, como uma ciência que pretende 
transformar o corpo em um instrumento de relação e expressão com o outro, através 
do movimento dirigido ao ser em sua totalidade, em seus aspectos motores, 
emocionais, afetivos, intelectuais e sociais, considerando o homem como único, em 
constante evolução e essencialmente um ser interativo. 
 
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Um Breve Histórico, Conceitos e Fundamentos da 
Psicomotricidade 
 
O corpo é o ponto de referência que os seres humanos buscam conhecer e 
assim interagir com o mundo, servindo como base para o desenvolvimento nos 
aspectos cognitivos, sociais, físico-motor e afetivo-emocional. 
Fonseca (1988) informa que etimologicamente podemos definir o termo 
psicomotricidade como oriundo do grego psyqué = alma/mente e do verbo latino moto 
= mover frequentemente, agitar fortemente. A terminologia está ligada ao movimento 
corporal e sua intencionalidade. 
A motricidade humana tem sua 
origem na própria história social do homem, 
sendo fundamental às atividades no 
trabalho, em casa, na caça, na comunicação 
e na perpetuação da espécie. 
Já o termo “Psicomotricidade” 
apareceu pela primeira vez no discurso 
médico, no campo da neurologia, tendo 
como pioneiro o neurologista francês Ernest 
Dupré (1862 – 1921), que no século XIX 
constatou disfunções graves evidenciadas no corpo sem que o cérebro tivesse 
nenhuma lesão. São descobertos distúrbios da atividade gestual, da atividade 
práxica, onde o "esquema anátomo-clínico", que determinava para cada sintoma sua 
correspondente lesão focal, já não podia explicar alguns fenômenos patológicos, 
tendo então a necessidade de encontrar uma área que explicasse tais fenômenos 
clínicos, e então fez com que surgisse a palavra “Psicomotricidade” em 1870. 
Em 1909, Dupré definiu a síndrome da debilidade motora através das relações 
entre o corpo e a inteligência, dando partida para o estudo dos transtornos 
psicomotores, patologias não relacionadas a nenhum indício neurológico estudados 
pela Psicomotricidade. Somente no século XX a psicomotricidade passou realmente 
a ser considerada ciência. 
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Contudo, a prática psicomotora começou em 1935, com Eduard Guilmain, que 
elaborou protocolos de exames para medir e diagnosticar transtornos psicomotores. 
Passa-se a ter uma visão integral do indivíduo, de forma a respeitar suas limitações 
e necessidades, trabalhando-o integralmente o físico, cognitivo e o afetivo. 
A psicomotricidade é sustentada por três conhecimentos básicos: o 
movimento, o intelecto e o afeto. Sendo estruturada por três pilares: o querer fazer 
(emocional) – sistema límbico, o poder fazer (motor) – sistema reticular e o saber 
fazer (cognitivo) – córtex cerebral. Sendo importante que ocorra o equilíbrio entre 
eles, caso ao contrário pode acarretar uma desestruturação no processo de 
aprendizagem da criança. 
A motricidade tem a função de levar as experiências vivenciadas até o cérebro, 
que fará a decodificação de cada estimulo enviado e armazenará as informações 
sensoriais, afetivas e perceptivas que o indivíduo presenciou. De acordo com a 
Associação Brasileira de Psicomotricidade, a mesma pode ser definida como: 
 
Neste
sentido Dupré, foi um dos autores que influenciaram fortemente a 
Psicomotricidade, assim como Wallon, Piaget, Guilmain, Ajuriaguerra entre outros, 
que estudaram e comprovaram a relação entre o movimento e a aprendizagem. 
Segundo Wallon (1925), seus estudos estavam voltados para a relação entre 
as emoções e o certo comportamento tônico, mostrando a importância dos 
movimentos no desenvolvimento psicológico da criança. Seu olhar psicobiológico 
influenciou os psicomotricistas que estudam o desenvolvimento motor e mental da 
criança, auxiliando nos estudos relacionados à aquisição do conhecimento da criança, 
em seus aspectos intelectuais, motores e afetivos. 
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O que mais tarde será visto por Ferreira (1998), afirma que “não existe 
aprendizagem sem que seja registrado no corpo”. (p. 18), destacando a importância 
dos movimentos nas ações de construção do conhecimento. Nos estudos de De Meur 
& Staes (1984), assinala que “o intelecto se constrói a partir da atividade física”. 
As funções motoras (movimento) não podem ser separadas do 
desenvolvimento intelectual (memória, atenção, raciocínio) nem da afetividade 
(emoções e sentimentos). Para que o ato de ler e escrever se processe 
adequadamente, é indispensável o domínio de habilidades a ele relacionado, 
considerando que as habilidades são fundamentais manifestações psicomotoras. 
No enfoque das pesquisas de Levin (1995), “há uma diferença entre os 
pensamentos de Wallon e Dupré”; para Wallon, o movimento está relacionado ao 
afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos das crianças; para Dupré, a 
motricidade está relacionada inteligência. Assim é possível observar que no início a 
psicomotricidade tinha seus estudos voltados para a patologia. 
Porém Wallon, Piaget e Ajuriaguerra aprofundaram seus estudos voltados para 
o campo do desenvolvimento, nesta perspectiva Wallon se preocupou com a relação 
psicomotora, afeto e emoção, já Piaget se preocupou com a relação evolutiva da 
psicomotricidade com a inteligência e Ajuriaguerra consolida as bases da evolução 
psicomotora, de forma mais específica para o corpo e sua relação com o meio. Para 
ele, a evolução da criança está na conscientização do seu corpo. 
Estas contribuições muito avançaram para o conceito da psicomotricidade e as 
ações metodológicas para o desenvolvimento da aprendizagem, principalmente na 
aquisição da leitura e escrita. Assim para a psicomotricidade o indivíduo, para 
aprender, precisa sentir, pensar e agir, a psicomotricidade é a expressão de um 
pensamento pelo ato motor preciso, econômico e harmonioso. (AJURIAGUERRA, 
1983) 
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Em 1948, Ajuriaguerra redefiniu o conceito de debilidade motora e delimitou 
com clareza os transtornos psicomotores no seu Manual de Psiquiatria Infantil. Ele é 
o responsável por delimitar com clareza os transtornos psicomotores que oscilam 
entre o neurológico e o psiquiátrico. Com estas novas contribuições, a 
psicomotricidade diferencia-se de outras disciplinas, adquirindo sua própria 
especificidade e autonomia. 
O corpo é eixo comum na prática da psicomotricidade, porta-voz dos sintomas 
e sede dos problemas de aprendizagem e/ou psicomotores, podendo ser trabalhados 
através da reeducação, porém o profissional de 
educação deve se apropriar deste recurso para 
aplicá-lo nas rotinas educacionais. 
Os pesquisadores André Lapierre e 
Bernard Aucouturier, são considerados os pais 
da psicomotricidade relacional. Negrine (1995), 
afirma que com a influência desses dois 
professores de educação física, a psicomotricidade passou por três períodos: 
continuador, inovador e de ruptura. 
O período continuador é caracterizado pela primeira vertente adotada pelos 
autores Lapierre e Aucouturier, onde as publicações da época expressavam a linha 
teórico-metodológica funcionalista, marcando a origem da psicomotricidade como 
campo de estudo e como prática pedagógica, onde as crianças eram submetidas a 
testes que avaliavam seu perfil psicomotor. Já no período inovador, ao contrário do 
que acreditavam no estágio anterior, nesse período, o trabalho era desenvolvido com 
fundamento nas potencialidades dos alunos, unindo teoria e prática com bases 
relacionais, pois a psicomotricidade funcional não seria adequada quando se tratasse 
de educação ou reeducação. 
Assim surge o período da ruptura, onde os autores Lapierre e Aucouturier 
acabaram tendo suas práticas distanciadas. Lapierre trabalhou com base na 
potencialização dos jogos simbólicos, acreditando que sempre há uma intenção por 
trás deles, e que o adulto interviria no jogo simbólico da criança. Já Aucouturier 
defendia a potencialização dos jogos sensório-motor. 
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Segundo Alves (apud SILVA, 2004), “A psicomotricidade tem como principal 
propósito melhorar ou normalizar o comportamento geral do indivíduo, promovendo 
um trabalho constante sobre as condutas motoras, através das quais o indivíduo toma 
consciência do seu corpo, desenvolvendo o equilíbrio, controlando a coordenação 
global e fina e a respiração bem como a organização das noções espaciais e 
temporais.” 
É uma pratica pedagógica que contribui para o desenvolvimento da criança no 
processo de ensino aprendizagem. Favorece os aspectos físicos, mental, afetivo 
emocional e sócio cultural. É uma forma de ajudar a criança a superar as suas 
dificuldades e precaver possíveis inadaptações. (OLIVEIRA, 2002). 
O papel da psicomotricidade na educação é estimular o desenvolvimento das 
percepções da criança e seu esquema corporal. O ato de movimentar-se fisicamente 
é privilegiado com o trabalho psicomotor, porém leva-o ao trabalho mental, onde é 
aprendido a ouvir, interpretar, imaginar, organizar, representar e passar do abstrato 
para o concreto. 
O desenvolvimento é adquirido através de suas tentativas e erros. Ela 
transforma seus erros em aprendizado. Portanto a atividade motora é de extrema 
importância no desenvolvimento da criança. 
A psicomotricidade de Le Boulch (1983) justifica sua ação pedagógica 
colocando em evidência a prevenção das dificuldades pedagógicas, dando 
importância a uma educação do corpo que busque um desenvolvimento total da 
pessoa, tendo como principal papel na escola preparar seus educandos para vida, 
utilizando métodos pedagógicos renovados, procurando ajudar a criança a ser 
desenvolver da maneira possível, contribuindo dessa forma para uma boa formação 
da vida social. 
Muitos estudos tem na psicomotricidade um olhar apenas para o corpo e o 
movimento, porém vai além. É responsável também pela contribuição mental e pelo 
comportamento, neste sentido podemos observar que: 
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O movimento é a parte integrante do comportamento humano. No entanto, 
conforme os estudos de Santos; Cavalari (2010) para que haja desenvolvimento 
integral é preciso que tenhamos profissionais capazes e conscientes da importância 
da psicomotricidade, considerando-a como a ciência que envolve toda ação realizada 
pelo individuo, que represente suas necessidades e permita suas relações com os 
demais. 
Segundo Alves (2008), “O ser humano não é feito de uma só vez, mais se 
constrói pouco a pouco, por meio da ação com o meio e de suas próprias realizações, 
e nessa construção a psicomotricidade realiza um papel fundamental.” O que a cada 
dia torna-se essencial no processo de aprendizagem da criança, onde ela utiliza de 
seu próprio corpo para o processo de interação e conhecimento do mundo. 
De acordo com a afirmação de Alves (2012, p.144), “A psicomotricidade existe 
nos menores gestos e em todas as atividades que desenvolve a motricidade da 
criança, visando ao conhecimento e ao domínio do seu próprio corpo”. A estruturação 
psicomotora é a base para o processo de desenvolvimento intelectual da criança. 
O desenvolvimento evolui do geral para o específico. Apresentando desta 
forma ser um dos fatores essenciais ao desenvolvimento global e uniforme da criança.
Alexander Romanovich Luria foi um famoso psicólogo soviético especialista em 
psicologia do desenvolvimento e agrupou as bases psicomotoras em unidades 
funcionais ou neuroblocos, a primeira composta pela tonicidade e o equilíbrio, a 
segunda composta pela noção de corpo, lateralidade e estruturação espaço-temporal 
e a terceira é composta pelas praxias global e distal. 
A criança não nasce pronta, tudo se constrói aos poucos, por meio das próprias 
ações, cada ser tem seu eixo corporal que ao decorrer do tempo é adquirido pelo 
movimento e as experiências vividas. O ser humano necessita através do seu corpo, 
perceber as coisas que estão ao seu redor, adquirindo as noções de em cima, 
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embaixo, perto, longe, na frente e atrás, sendo sempre estimulada a se auto 
independe. 
No entanto esses desenvolvimentos variam de criança para criança, pois cada 
uma apresenta competências diferentes. A psicomotricidade trabalha os movimentos 
da criança, motiva a capacidade sensitiva, cultiva a capacidade perceptiva através da 
resposta corporal, organiza a capacidade dos movimentos, utilizando objetos reais e 
imaginários, amplia e valoriza a identidade própria, cria segurança e respeito aos 
espaços dos demais. 
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Os estudos baseados na psicomotricidade nos auxiliam a entender a 
importância do corpo para o desenvolvimento global do ser humano, associando 
dinamicamente o ato ao pensamento, o gesto à palavra, o símbolo ao conceito, e está 
relacionada ao processo de maturação. 
Antigamente a educação propôs que os aspectos motores e intelectuais 
poderiam ser medidos por testes, sendo o sujeito fragmentado, e assim vieram novos 
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tempos e novas ideias, e com isso o corpo e a imaginação só poderiam andar juntos, 
e o brincar passou a fazer parte da educação, contribuindo para aprendizagem. E as 
relações com o outro e com o meio, o ser humano se desenvolvia plenamente. 
 
O Surgimento da Psicomotricidade no Brasil 
 
No Brasil, a Psicomotricidade foi introduzida em meados da década de 70, 
trazida por profissionais oriundos da Europa. Nesta época, as práticas eram 
direcionadas a Educação e Reeducação Psicomotora. E em 1976, com a estada de 
Françoise Désobeau, uma das pioneiras em psicanálise infantil, foi introduzida a 
Terapia Psicomotora que propunha a substituição das técnicas instrumentais por 
atividades mais livres, valorizando o jogo e o brincar. Assim, em 1980 foi fundada a 
Sociedade Brasileira de Psicomotricidade. 
O início da Psicomotricidade no Brasil ocorreu com profissionais que foram 
para a França especializar-se em clínica infantil e, depois, em psicomotricidade com 
Ajuriaguerra - psiquiatra e professor e, depois, com Bergès que era seguidor de 
Ajuriaguerra, no hospital Henri-Roussele, na escola da equipe de Giselle. B 
Soubiranterapeuta psicomotora. 
Airton Negrine, é uma das primeiras referências no Brasil na área da 
Psicomotricidade, passando de partidário da linha funcionalista, para defensor da 
linha relacional, onde o professor deve buscar sempre estratégias para impulsionar o 
desenvolvimento dos alunos que apresentam dificuldades. 
A educação especial foi o elo entre o surgimento da psicomotricidade na 
Europa e no Brasil. De acordo com Negrine (2002), os primeiros trabalhos 
relacionados à psicomotricidade no Brasil foram realizados por professores das 
disciplinas ligadas ao ensino de educação física na educação infantil, em cursos 
superiores de educação física. 
Esses professores lutaram para que a psicomotricidade fosse uma disciplina 
integrante do currículo dos cursos de educação física e pedagogia. Antes que isso 
acontecesse, a psicomotricidade já era desenvolvida dentro de clínicas privadas de 
reeducação. 
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A história da psicomotricidade chega tardiamente no Brasil, contudo, vêm 
despertando interesse de muitos estudiosos, 
principalmente de profissionais da área da 
educação que buscam melhorar o desempenho de 
seus alunos no desenvolvimento global, para 
facilitar a aquisição de conhecimentos, 
principalmente no processo de alfabetização, onde 
são encontradas as maiores dificuldades trazidas 
pelos alunos. 
 
As Principais Vertentes da Psicomotricidade 
 
Com o intuito de facilitar a compreensão das características das principais 
vertentes da Psicomotricidade, algumas características são analisadas e destacadas 
em cada uma delas. 
A psicomotricidade evidencia três vertentes: a reeducativa, terapêutica e 
educativa. 
A Reeducação atende individualmente, ou em pequenos grupos, que 
apresentam sintomas de ordem psicomotora. Estes sintomas podem vir 
acompanhados de distúrbios mentais, orgânicos, psiquiátricos, neurológicos, 
relacionais e afetivos. O trabalho de reeducação privilegia a princípio três situações, 
que são: o alívio do problema, a redução do sintoma e a adaptação ao problema 
através de jogos e exercícios psicomotores. 
A Terapia Psicomotora é realizada individualmente ou em pequenos grupos 
que apresentam grandes perturbações de ordem patológica, tem como objetivo uma 
ação diagnóstica dos atrasos psicomotores ou características da personalidade com 
a utilização do corpo, com seus movimentos e sua expressividade. A terapia 
psicomotora utiliza-se das contribuições da teoria psicanalítica. 
Nesta vertente os psicomotricistas estão atentos à vida emotiva de seus 
pacientes, delegando importância à emoção, à expressão e à afetividade. O corpo é 
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considerado como uma unidade que conjuga a emoção e a motricidade (LEVIN, 
1995). 
A Educação Psicomotora é realizada no âmbito escolar, é uma atividade 
preventiva, aplicada principalmente na Educação Infantil e no Ensino Fundamental 
séries iniciais. Sua intensificação como prática pedagógica teve origem na França, 
com o professor de Educação física Jean Le Boulch, na segunda metade da década 
de 60, tendo como foco o desenvolvimento global do indivíduo por meio dos 
movimentos, evitando distúrbios de aprendizagem, proporcionando para os 
indivíduos, ambientes que estimulem as vivências corporais, desafiando os alunos a 
alcançarem suas zonas de desenvolvimento, como defende Vygotsky. 
Segundo Le Boulch (1987) “a Educação Psicomotora deve ser considerada 
como uma educação básica para o ensino fundamental.” A Educação Psicomotora 
proporciona atividades escolares, que não podem ser conduzidas se a crianças não 
tiver alcançado a consciência do seu corpo, lateralizar-se, e se não tiver adquirido 
habilidades e coordenação de seus gestos e movimentos. 
Evolução da Psicomotricidade como Área de Estudo e 
Trabalho 
 
 A Psicomotricidade é uma ciência relativamente nova que começou a evoluir 
no início do século XIX, em primeiro lugar por neurologistas a fim de aprimorar o 
conhecimento acerca das estruturas cerebrais referentes a motricidade. 
Posteriormente por psiquiatras abordando os aspectos patológicos do 
desenvolvimento psicomotor com o objetivo de clarearem suas ideias sobre o 
assunto. 
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Dupré, um psiquiatra francês em 1907, formulou uma noção de 
Psicomotricidade destacando a relação entre o desenvolvimento da motricidade, 
inteligência e afetividade. Em seguida, em 1925, Henri Wallon estuda a relação entre 
motricidade e caráter, ou seja, a motricidade e 
sua relação com o afeto, a emoção, ao meio 
ambiente e aos hábitos de cada indivíduo. 
(Campos, 2004) 
Ajuriaguerra atualizou o conceito de 
Psicomotricidade associando-o ao movimento 
criando as primeiras técnicas psicomotoras e 
enriquecendo a história da Psicomotricidade. 
(Campos, 2004) Piaget também colaborou com a literatura da Psicomotricidade 
quando destaca em seus estudos as inter-relações da motricidade com a percepção. 
Segundo ele a motricidade interfere na inteligência, antes da aquisição da linguagem. 
Conforme Fonseca “a Psicomotricidade é hoje concebida com a integração 
superior da motricidade, produto de uma relação
inteligível entre a criança e o meio, 
e instrumento privilegiado através do qual a consciência se forma e materializa-se”. 
(Fonseca 1995, p. 12) 
Na definição da Sociedade Brasileira de Psicomotricidade: “é a ciência que tem 
como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação 
ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar e 
agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de 
maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas”. 
(SBP, 1999, p. 58) 
A ação motora, portanto, é a principal fonte de expansão dos pensamentos, de 
compreensão das emoções e de abstração dos conhecimentos. A Psicomotricidade 
enfatiza esta relação imprescindível existente entre a ação motora e a ação psíquica. 
Percebe-se que o movimento vivenciado através do corpo é representante da 
experiência de cada indivíduo. É a expressão clara das suas relações com o meio. 
Compreende-se também que a atuação do indivíduo com o objeto, com o outro e 
consigo mesmo, possibilita a ele um desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo 
maduro. 
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As contribuições de Piaget, Wallon e Ajuriaguerra entre outros influenciaram o 
pensamento de muitos autores permitindo-lhes fornece novos objetivos da 
psicomotricidade enfatizando a relação, as emoções e o movimento. Os 
conhecimentos acerca do assunto foi evoluindo chegando a obter três áreas de 
atuação: Educação Psicomotora, Terapia Psicomotora e a Clínica Psicomotora. 
 
A Educação Psicomotora visa favorecer o desenvolvimento do indivíduo com 
dificuldades no meio escolar, proporcionando o desenvolvimento de suas 
potencialidades. A Terapia Psicomotora opera num corpo em movimento que se 
desloca, que constrói a realidade, que conhece à medida que começa a movimentar-
se, que sente, que se emociona e cuja emoção manifesta-se tonicamente (Campos, 
2004). 
E finalmente a Clínica Psicomotora, com a contribuição da teoria psicanalítica, 
está centrada no corpo de um sujeito desejando, e não mais numa terapêutica 
fundamentada em objetivos e técnicas. (Campos, 2004). 
O foco desta revisão é a educação psicomotora que por volta da década de 70 
surgiu com os trabalhos de Le Boulch visando sensibilizar os docentes quanto a 
necessidade de aplicar a educação psicomotora na escola a fim de ajudar a criança 
inadaptada a desenvolver suas potencialidades favorecendo sua evolução no mundo 
escolar. 
No entanto, o contexto pedagógico da época estava voltado para aquisição de 
habilidades onde as técnicas de Educação Física e Fisioterapia atendiam seus 
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objetivos. A solução surgiu então baseada na psicologia genética, a qual evidencia 
que a criança desenvolve o conhecimento de si mesma e do mundo que a cerca 
através de sua ação. 
Nesse sentido vê-se que a educação psicomotora articulada à Pedagogia só 
vem favorecer o desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo da criança no meio 
escolar. No entanto, a educação psicomotora vai além da vida escolar, ela busca 
atuar no indivíduo de forma global mediando suas relações, pois seu objetivo é ajuda-
lo a crescer no seu aspecto relacional através da sua atuação dentro do meio em que 
se encontra. 
De acordo com Le Boulch apud Campos (2004, p.34): “A Educação 
Psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola primária. 
Ela condiciona todas as aprendizagens pré-escolares e escolares: leva a criança a 
tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar o 
tempo, a adquirir habilidade suficiente e coordenação de seus gestos e movimentos. 
A Educação Psicomotora deve ser praticada desde o início da infância e 
conduzida com perseverança, para prevenir certas inadaptações difíceis de melhorar, 
quando já estruturadas”. Dessa forma a educação psicomotora é indispensável para 
o desenvolvimento da criança visto sua importância na aquisição de habilidades que 
proporcionam a aprendizagem inerente ao crescimento. 
 
Principais Características do Desenvolvimento Psicomotor 
Infantil 
 
A criança atua no mundo por meio de seus movimentos. Esta relação é 
estabelecida devido suas capacidades motoras, intelectuais e afetivas. As 
experiências vivenciadas pela criança através da sua relação com o meio são de 
grande importância para o desenvolvimento de sua independência e autonomia 
corporal, além da sua maturidade sócio emocional. 
O desenvolvimento infantil não acontece de um modo regular, mas de forma 
gradativa, onde os progressos vão acontecendo qualitativamente de acordo com a 
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maturação de cada criança. Para que haja uma evolução competente é necessário 
que a criança possa integrar cada um de seus progressos, antes de adquirir um novo. 
 
O desenvolvimento motor nas crianças até o primeiro ano de vida envolve, 
principalmente, as funções motoras: estruturação do esquema corporal, maturação 
do tônus e a coordenação. 
Segundo Wallon apud Bueno (1998, p. 27) “o movimento é a primeira estrutura 
de relação com o meio, com os objetos e com os outros. Além disso, é a primeira 
expressão da emoção e do comportamento”. 
Para Wallon o desenvolvimento infantil passa por fases que não podem ser 
limitadas porque sofrem influências biológicas e sociais. Estas fases são colocadas 
na seguinte sequência: impulsiva, tônico-postural, sensório-motora, projetiva e a 
personalística. 
A fase impulsiva é característica do recém -nascido. Trata da dependência total 
na relação com o meio aplicando uma grande impulsividade motora: atividades 
reflexas provocando prazer e desprazer. 
Na fase tônico-postural (6-12 meses) o movimento já esboça significados: 
simbiose afetiva com a mãe, a emoção desencadeando ações e um exagero nas 
funções tônicas. 
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A fase sensório-motora (12 aos 24 meses) é a fase em que o motor e a 
sensação estão integrados, destacando o surgimento do andar. Além disso, a 
organização das emoções, a percepção mais precisa proporciona um movimento 
repetido com maior eficácia. Este movimento sempre voltado para o outro com uma 
linguagem emocional e não-verbal. 
A fase seguinte é a projetiva que vai dos 3 aos 4 anos. Nesse período a 
aquisição da linguagem facilita a objetivação da intenção, ou seja, a ação já é produto 
da atividade mental. A criança apresenta uma autonomia postural e a imitação surge 
como elo de ligação entre percepção e movimento. 
Finalmente, a fase personalística que vai dos 5 aos 6 anos. Agora as ações 
passam a ser os primeiros esboços dos desejos e evidencia-se a evolução do “eu” 
através da consciência da sua pessoa. 
 
A Influência da Maturação do Sistema Nervoso do 
Desenvolvimento Infantil 
 
O desenvolvimento cerebral é um processo contínuo fundamental a nossa 
vida. As alterações no cérebro possibilitam a adaptação ao ambiente e ao convívio 
social interferindo, portanto, no nosso comportamento. A princípio, o cérebro é 
construído em níveis, cada um com uma função diferente. 
Esse processo de construção sofre influência interna, por parte dos hormônios 
e externa através de experiências vivenciadas no útero ou mesmo após o nascimento. 
A medida que as estruturas cerebrais se desenvolvem e acontece a maturação das 
células neurais o comportamento humano também se modifica. 
A maturação é um fator imprescindível nesse processo, pois mesmo que o 
bebê apresente um organismo funcional perfeito e passe por um longo treinamento 
fonológico ele não falará enquanto suas estruturas neurais que controlam a fala não 
estiverem suficientemente maduras. 
O mesmo ocorre com o sistema motor, o bebê não realizará atividades motoras 
que não estejam de acordo com sua maturidade neurológica. Além da maturidade 
21 
 
 
neurológica, o desenvolvimento humano está relacionado com os estímulos 
ambientais que recebe. 
Esses estímulos e as informações introduzidas a partir dos órgãos sensoriais
são integrados pelo sistema nervoso para determinar a resposta a ser executada pelo 
organismo. O relacionamento com o outro é indispensável para que possa 
desenvolver suas potencialidades. A qualidade desta relação no decorrer da primeira 
infância terá influência determinante na orientação do temperamento e personalidade 
do indivíduo, além de contribuir fundamentalmente no desenvolvimento da atividade 
motora. 
A relação humana e o desenvolvimento funcional estão interligados, são 
interdependentes, um depende do outro para que haja um progresso qualitativo no 
crescimento humano. O mesmo acontece com a maturação e as experiências, ambas 
desempenham papéis fundamentais neste processo. 
A capacidade do indivíduo de modificar seu comportamento através da 
exercitação de suas experiências caracteriza-se como aprendizagem. É esta 
aprendizagem que o capacita a ajustar-se às exigências do meio. Do ponto de vista 
neurológico, nenhuma ação se repete exatamente como as anteriores, significando 
dizer que o ser humano é um eterno aprendiz. 
 
22 
 
 
Aprendizagem e vivência não podem se dissociar. A construção do 
conhecimento não é algo adquirido de fora para dentro. “Depende das ações 
sensórios-motoras que coordenadas, ativam, organizam e estruturam o sistema 
nervoso do organismo”. (Thompson, 2000 p.518) 
Nessa perspectiva compreende-se que de acordo com o crescimento da 
criança, o sistema nervoso se modifica, assim como modificam-se o comportamento 
e o raciocínio. 
Relação da Motricidade com o Desenvolvimento Cognitivo 
 
O desenvolvimento cognitivo humano é a base dos estudos de Piaget 
realizados, a cerca de 60 anos atrás, em seus três filhos. Sua teoria “se mantém como 
nosso modelo mais abrangente da cognição infantil, e a precisão descritiva de muito 
do que ele viu em seus próprios bebês foi amplamente confirmada por estudos mais 
rigorosos e objetivos” (Flavell, 1999, p. 44). 
Piaget identifica três estágios no desenvolvimento cognitivo: o sensório -motor, 
que vai do nascimento até 2 anos aproximadamente e que culmina com a construção 
da primeira estrutura intelectual; o estágio das operações concretas que vai dos 2 
anos até 10 ou 11 anos aproximadamente e culmina com a construção das estruturas 
operatórias concretas; finalmente, o estágio das operações formais, que dirige-se 
para a construção das estruturas intelectuais próprias do raciocínio hipotético-
dedutivo aos 15 ou 16 anos. (Coll, 2005) 
Portanto, o desenvolvimento cognitivo é concebido como uma sucessão de 
estágios que culminam com aquisições de habilidades e conhecimentos referentes a 
cada um deles. Os estágios são caracterizados por esquemas que se organizam e se 
combinam formando novas estruturas. 
Estas estruturas são cumulativas, passando a ser integradas pelas estruturas 
do estágio seguinte e assim sucessivamente. Nesse processo, a unidade básica de 
organização da ação é o esquema, pois ele é o conjunto estruturado de 
características que permitem repetir a mesma ação ou aplicá-la a novos objetos. 
O processo do conhecimento para Piaget é fundamentalmente interativo, onde 
a maturação, a experiência com os objetos e a experiência com o outro são fatores 
23 
 
 
imprescindíveis para explicar o desenvolvimento. Além desses, surge um outro, “a 
equilibração”, este é um fator interno que funciona como coordenador dos demais 
fatores, proporcionando ao sistema cognitivo humano a organização das aquisições 
ocorridas através das influências externas adquiridas, principalmente, da relação com 
o objeto e com o outro e internas advindas da maturidade orgânica. 
 
A maturidade consiste em abrir novas possibilidades de comportamento à 
medida que se vai produzindo. Além disso, é um fator necessário e indispensável 
para compreender a sucessão dos estágios. A experiência com o objeto é um fator 
que varia de uma pessoa para outra, pois a construção intelectual vai depender dos 
esquemas disponíveis de cada um para que haja uma interpretação e 
consequentemente uma assimilação ativa da experiência vivenciada. 
A experiência com o outro é um fator que contribui para exercitar e modificar 
os esquemas; ao mesmo tempo seus efeitos dependem dos instrumentos intelectuais 
que a pessoa dispõe em cada ocasião. Por isso, tende a ser valorizada como uma 
consequência do processo de desenvolvimento cognitivo. 
Finalmente, a equilibração constitui uma forma de funcionamento intelectual 
que se mantém constante durante todo o desenvolvimento cognitivo e se apoia na 
24 
 
 
tendência que o comportamento tem de garantir um equilíbrio dos intercâmbios entre 
o sujeito e o seu meio. Esse funcionamento organiza e articula a ação dos três fatores 
anteriores de uma maneira constante e coerente, sem se sobrepor aos demais. (Coll, 
2005) 
Avaliação Psicomotora 
 
A avaliação psicomotora é realizada com o objetivo de diagnosticar possíveis 
dificuldades no desenvolvimento cognitivo, emocional e relacional que possam estar 
afligindo um indivíduo ou um grupo. Ela nos oferecerá a possibilidade de relação e 
identificação das áreas fortes e fracas do ser em questão. 
Uma avaliação psicomotora é composta por três momentos específicos: a 
anamnese, a observação nas brincadeiras livres e uma bateria de atividades dirigidas 
pelo profissional de acordo com a necessidade do aluno ou do grupo. 
A anamnese é a primeira fase do atendimento onde a família é convidada a 
participar de uma conversa com o profissional, a fim de informar ao mesmo os motivos 
pelos quais o procuraram. Nesta entrevista, muitas outras informações sobre o aluno 
ou o paciente são adquiridas. Estas informações são utilizadas para dar um 
diagnóstico mais eficaz. 
Na avaliação psicomotora o jogo é um aliado indispensável, pois através dele 
são percebidos comportamentos reveladores sobre a personalidade dos indivíduos, 
comportamentos não demonstrados em outras situações. 
25 
 
 
 
A liberdade do brincar proporciona a criança expressão de sentimentos como: 
angústia, tristeza, alegria, medo e etc. Durante a avaliação a observação é 
indispensável para diagnosticar alguma dificuldade apresentada pela criança. É 
importante observá-la agindo em diferentes situações: sozinha, com o outro e com os 
objetos. 
A atividade livre compõe uma fase muito importante da avaliação. É onde o 
indivíduo expõe seus sentimentos com liberdade sem a interferência do observador. 
Este momento de liberdade expressiva pode acontecer no pátio com outros colegas, 
ou numa sala repleta de estímulos, onde o observador se posicione discretamente e 
alheio ao aluno. 
No processo de avaliação é necessário uma diversificada oferta de materiais e 
um espaço apropriado para realização de atividades dirigidas. Um outro aspecto 
indispensável é o número de alunos. Para realizar uma observação confiável o grupo 
de alunos precisa ser pequeno. Finalmente, a execução de atividades dirigidas pode 
mostrar as dificuldades motoras mais específicas. O exame psicomotor realizado fica 
a critério do profissional. 
O principal objetivo da avaliação é o diagnóstico. Ele é o elemento norteador 
dos processos e das estratégias de intervenção. Seja qual for o método, o 
psicomotricista sempre tomará como base o diagnóstico. Não há como elaborar 
26 
 
 
programas de atuação educadora, reeducadora e terapêutica se a identificação não 
for realizada com critério e profissionalismo. 
 
DESENVOLVIMENTO HUMANO 
Para os teóricos da aprendizagem o desenvolvimento humano “resulta da 
aprendizagem, com base na experiência ou adaptação ao ambiente”, reforçando que” 
a vida é um contínuo processo de aprendizagem: novos eventos e novas experiências 
desenvolvem novos padrões de comportamento” (Berger, 2003). 
Neste contexto, surgiu a teoria behaviorista defendendo que os seres humanos 
em todas as idades aprendem sobre o mundo da mesma maneira que os outros 
animais: reagindo a
aspectos do meio ambiente que acham agradáveis, dolorosos ou 
ameaçadores esta teoria centra-se em dois tipos de aprendizagem: o 
condicionamento clássico (Pavlov, 1849-1936) e posteriormente aplicado em crianças 
por Watson (1878-1958) e o condicionamento operante (Skinnerl904-1990). 
Mais recentemente Bandura (1983) desenvolveu uma extensão da teoria da 
aprendizagem, denominada aprendizagem social. Esta teoria dá ênfase à 
aprendizagem observacional e à modelagem. Assim os indivíduos modificam o seu 
comportamento em função do modo como as outras pessoas do grupo se comportam. 
A aprendizagem social também é influenciada pelo auto-conhecimento. Deste modo, 
os padrões que estabelecemos para nós mesmos e a confiança que temos na nossa 
capacidade para os cumprir, influenciam a nossa disposição para aprender com as 
outras pessoas, sejam elas os nossos pais, amigos, orientadores ou celebridades. 
Na sequência desta teoria surgiu a perspectiva cognitiva centrada nas mudanças 
qualitativas, nos processos de pensamento e no comportamento que reflete tais 
mudanças. Nesta teoria o desenvolvimento cognitivo resulta numa capacidade 
crescente de adquirir e usar o conhecimento sobre o mundo. Também enfatiza as 
mudanças qualitativas, considerando a pessoa como contribuinte ativo no seu próprio 
desenvolvimento. 
As várias perspectivas cognitivas têm a sua origem na perspectiva estrutural 
cognitiva de Piaget (1896-1980) que, conceptualiza o desenvolvimento humano em 
estádios, que se vão complexificando numa sequência hierárquica, a partir das 
27 
 
 
experiências que são proporcionadas aos sujeitos em desenvolvimento (Berger, 
2003). 
As teorias psicanalista, da aprendizagem e cognitivista são consideradas como 
grandes teorias porque cada qual apresenta uma poderosa estrutura que nos 
possibilita interpretar e compreender as modificações e o desenvolvimento de todos 
os indivíduos, em todos os contextos, através de todos os aspectos (Renninger e 
Amsel, 1997 citado por Berger, 2003). 
Outras são chamadas teorias emergentes, porque procedem de várias mini 
teorias acumuladas que se podem tornar nas teorias sistemáticas e abrangentes do 
futuro. Por exemplo, a teoria sociocultural (Vvgotsks, 1896-1934) enfatiza uma nova 
apreciação do contexto social, procurando explicar o crescimento do conhecimento e 
das qualificações individuais em função da orientação, do suporte e da estrutura que 
a sociedade nos oferece. 
Abreu (2003), fundamentando-se na teoria de Vygotsky, e na de Spouse 
(1998), afirma que em oposição às teorias Behavioristas que o desenvolvimento 
pessoal seria o resultado de maturação física e cultural, sendo que a aprendizagem 
social e cognitiva influencia a maturação e é facilitada pelo contato social. Resultando 
destes pensamentos que a interação social será uma fonte dominante de 
aprendizagem e de desenvolvimento pessoal, social e profissional. 
Surge, também, a teoria dos sistemas epigenéticos que realça a interação 
dinâmica e recíproca entre os genes e o ambiente, a partir da perspectiva 
etológica (Lorenz, 1957; Eowlhy, 1951) de bases biológicas e evolutivas do 
comportamento, particularmente nos períodos de desenvolvimento. 
A teoria Ecológica do Desenvolvimento Humano de Une Bronfenbrenner 
(1992), é a mais recente teoria, veio a acrescentar a variável contexto para a 
compreensão do desenvolvimento humano. Esta teoria ressalta basicamente que o 
desenvolvimento humano é apoiado em quatro níveis dinâmicos e interrelacionados: 
a Pessoa, o Processo, o Contexto e o Tempo (Bronfenbrenner, 1996 citado. Por 
Alves, 1997). Para este teórico toda a pessoa é significativamente influenciada pelas 
interações entre os ecossistemas que se sobrepõem: mesosistema, microssistema, 
exossistema, e macrossistema, denominados contexto do desenvolvimento humano, 
que compõem o cronossistema. Os contextos sociais, económicos, culturais e 
28 
 
 
históricos fazem parte cio macrossistema; o sistema escolar, sistema de saúde, a 
comunidade e a comunicação social integram o exossistema; do microssistema fazem 
parte a família, os amigos e a estrutura religiosa (Berger, 2003). 
Nos anos 50 e 60 em resposta às crenças negativas sobre a natureza humana 
subjacentes às teorias psicanalíticas e behavioristas surge a perspectiva humanista. 
Os teóricos humanistas enfatizam a capacidade das pessoas, independentemente da 
idade ou circunstâncias de assumirem o controle das suas vidas e promoverem o seu 
próprio desenvolvimento por meio das capacidades exclusivamente humanas de 
escolha, criatividade e auto realização. 
As concepções teóricas desenvolvidas por Carl Rogers baseiam-se, sobretudo 
na sua experiência clínica e assentam num conjunto de conceitos 
chave: autenticidade, congruência, aceitação incondicional e empatia (Rogers, 1985). 
A noção de desenvolvimento pessoal surgiu nos anos 1950-1960 nos Estados 
Unidos, e tem origem no conceito de desenvolvimento apresentado por C. Rogers e 
G. M. Kinget: “Em última análise é, portanto, a capacidade do ser humano tomar 
consciência da sua experiência, avaliá-la, verificá-la, corrigi-la, que exprime a sua 
tendência inerente ao desenvolvimento para a maturidade, ou seja, para a autonomia 
e a responsabilidade”. 
Este teórico realça a capacidade natural do indivíduo para a auto realização. 
Defende também, na relação interpessoal uma abordagem não diretiva centrada na 
pessoa, de modo a criar um clima propício ao crescimento, onde o indivíduo possa 
ser autêntico, compreendido e aceite sem condições. 
Abraham Maslow (1908-1970) foi outro dos teóricos que contribuíram para a 
perspectiva humanista. Desenvolveu a teoria da motivação centrada no conceito da 
auto realização. Este conceito transmite segundo o autor “o desenvolvimento máximo 
dos potenciais de cada ser humano. Cada pessoa atinge a sua auto realização na 
medida em que procura atualizar os seus potenciais.” 
Os contributos das diferentes perspectivas do desenvolvimento humano 
podem ser instrumentos de análise como forma de fundamentação e sistematização 
do desenvolvimento pessoal. A reflexão sobre esta experiência pode ser mais 
compreensiva e profunda se fizermos este diálogo interdisciplinar. 
29 
 
 
 
A ciência do desenvolvimento humano: uma 
perspectiva interdisciplinar 
 
 
O início do novo milênio tem se caracterizado por um período de transição, 
com rupturas em estruturas sociais, flutuações em níveis de recursos econômicos, 
afloramento de tecnologias genéticas, imigração global, acesso rápido a informações, 
relacionamento virtual, emergência de questões ecológicas como a degradação e a 
preservação ambiental, dentre outros fenômenos. Esses fatos têm gerado crises e 
inconstância sem precedentes históricos (Giddens, 2000; Shanahan et al., 2000; 
Stern, 2000). 
Paralelamente, na prática científica, vivemos um momento de rupturas 
paradigmáticas, em que vemos emergir a relevância do contexto social na 
investigação dos fenômenos. No caso do desenvolvimento humano, o contexto serve 
como tela de fundo para se compreender a contínua interação entre as mudanças 
que ocorrem no organismo e no seu ambiente imediato. O contexto refere-se às 
30 
 
 
condições de vida, aos sistemas sócio-histórico-culturais, ao ambiente físico e de 
pessoas que compõem o cenário no qual se insere o sistema indivíduo-ambiente em 
desenvolvimento (Cohen e Siegel, 1991). Fatores relacionados à idade, ao gênero, 
ao estágio de vida, à trajetória ou ao curso de vida, se inseridos em um dado contexto, 
assumem certas características que, se analisadas sob outros contextos, dificilmente 
seriam iguais. 
Dessa forma, compreender as interações complexas, dinâmicas e 
multifacetadas entre a pessoa e o seu ambiente, em um determinado contexto social, 
histórico e cultural, requer uma perspectiva de investigação sistêmica e 
interdisciplinar. Este capítulo introdutório é dedicado a apresentar
os pressupostos 
básicos da ciência do desenvolvimento humano, uma disciplina que emergiu em 
função do avanço do conhecimento em psicologia do desenvolvimento e áreas afins 
ocorrido nas últimas décadas. 
 
Psicologia do desenvolvimento humano: uma ciência 
em evolução 
 
 
 Um breve histórico sobre a psicologia do desenvolvimento 
 
Conforme evidencia Palácios (1995), os primeiros autores que se ocuparam de 
questões evolutivas sob uma perspectiva propriamente psicológica datam apenas da 
metade do século XIX e das primeiras décadas do século XX. Todavia, alguns 
filósofos dos séculos XVII e XVIII, como J. Locke (1632-1704), D. Hume (1711-1776), 
31 
 
 
J.-J. Rousseau (1712-1778) e I. Kant (1724-1804), já concebiam ideias que 
influenciariam a psicologia do desenvolvimento. Por exemplo, Locke acreditava que 
a mente humana poderia ser comparada, desde o nascimento, a um quadro em 
branco e toda a estimulação do ambiente é que formaria a psique. Rousseau e Kant, 
por sua vez, enfatizavam a existência de características inatas do ser humano. 
Enquanto Rousseau defendia a bondade natural da criança e já mostrava a divisão 
da infância em estágios com características próprias, Kant enfatizava a existência de 
categorias inatas do pensamento. 
Essas tendências filosóficas acabaram por influenciar a construção das teorias 
da psicologia do desenvolvimento, no século XX. De um lado, os modelos 
mecanicistas que enfatizavam a esfera do empirismo, buscando operacionalizar as 
investigações dentro do que poderia ser medido e quantificado, sendo o 
desenvolvimento humano visto como modelado pelo ambiente. A história do indivíduo 
não era nada mais do que o acúmulo de experiências de aprendizagem. A filosofia 
behaviorista e as teorias de aprendizagem social constituem exemplos deste modelo. 
De outro lado, os modelos organicistas valorizavam os processos de caráter universal 
presentes no desenvolvimento de qualquer indivíduo (Palácios, 1995). Estes modelos 
ressaltavam os processos internos mais que os externos, sugerindo a existência de 
uma certa necessidade evolutiva que faria com que o desenvolvimento percorresse 
determinados estágios. A psicanálise e, até certo ponto, a teoria piagetiana1, são 
exemplos de tal modelo. 
Assim, a psicologia do desenvolvimento, enquanto disciplina científica que 
procura explorar, descrever e explicar os padrões comportamentais de estabilidade e 
mudança, expressos pelo indivíduo durante o seu curso de vida, foi conquistada ao 
longo do século XX, a partir da adoção de paradigmas metodológicos inspirados no 
positivismo e nas ciências naturais (Dasen e Mishra, 2000; Hinde, 1992). As principais 
técnicas investigativas que mais serviram às conquistas da psicologia do 
desenvolvimento foram: a observação direta do comportamento, a entrevista e o 
questionário. Os dados obtidos eram integrados em um todo coerente, dando início 
às diversas teorias que serviram de base para a construção de conceitos e de novas 
investigações (Breakwell et al., 1995). Com essas técnicas e instrumentos, os 
padrões de desenvolvimento do indivíduo foram explorados, desde a sua concepção 
32 
 
 
até o final da adolescência, sugerindo o cessar dessas transformações ou mudanças 
quando o indivíduo atingisse a maturidade. 
Portanto, as teorias da psicologia do desenvolvimento, até meados da segunda 
metade do século XX, propunham definir parâmetros ou padrões normativos que 
pudessem explicar o que, como e por que as mudanças ocorriam na infância e na 
adolescência, além dos possíveis desvios que poderiam ocorrer nessa trajetória. O 
desenvolvimento foi organizado em estágios evolutivos, enfatizando aspectos 
distintos do desenvolvimento humano: orgânicos, motores, cognitivos, afetivos, 
sexuais, morais, sociais, históricos e culturais. Entretanto, a partir da segunda metade 
do século XX, a sociedade pós-moderna e pós-industrial viu surgir um novo 
paradigma nas ciências sociais e nas ciências naturais que vem se consolidando 
como o paradigma para o século XXI. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
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