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AS CÉLULAS DO TECIDO NERVOSO - HILARIO OLIVEIRA

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AS CÉLULAS DO TECIDO NERVOSO – HILARIO OLIVEIRA T29 
Tecido Nervoso 
O sistema nervoso é o principal regulador de nossas funções, 
exercendo controle sobre quase todas as atividades ou eventos que 
ocorrem a cada momento no nosso corpo. Tal controle é feito 
através da transmissão de impulsos que percorrem os diversos 
circuitos neuronais e liberação de mediadores químicos através das 
numerosas terminações encontradas nas células. 
O tecido nervoso é sensível a vários estímulos que se origina de fora 
ou do interior do organismo. Ao ser estimulado, esse tecido torna-se 
capaz de conduzir os impulsos nervosos de maneira rápida e, às 
vezes, por distâncias relativamente grandes. 
Trata-se de um dos tecidos mais especializados do organismo 
animal. 
O sistema nervoso é anatomicamente dividido em Sistema Nervoso 
Central (SNC), formado pelo encéfalo e pela medula espinhal e 
Sistema Nervoso Periférico (SNP), formado pelos nervos e gânglios 
nervosos. Tais tecidos são compostos pelos neurônios e células da 
glia. 
Células do tecido nervoso 
As células do sistema nervoso dividem-se em: 
• Neurônios – os quais são responsáveis pelas funções 
receptivas. 
• Células da Glia ou Neuróglia – as quais são 
responsáveis pela sustentação e pela proteção dos 
neurónios. 
Os Neurônios 
Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e 
transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), 
possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas 
para a manutenção da homeostase. Para exercerem tais funções, 
contam com duas propriedades fundamentais: a excitabilidade e a 
condutibilidade. Excitabilidade é a capacidade que permite a uma 
célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. 
Portanto, excitabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que 
torna a célula apta a responder. Essa propriedade é inerente aos 
vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas 
emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das 
outras. A resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma 
corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez 
excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de 
excitação – chamada de impulso nervoso – por toda a sua extensão 
em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse 
fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade. 
Para compreendermos melhor as funções de coordenação e 
regulação exercidas pelo sistema nervoso, precisamos primeiro 
conhecer a estrutura básica de um neurônio e como a mensagem 
nervosa é transmitida. 
Os neurônios são considerados a unidade básica do sistema 
nervoso. Estas são as verdadeiras células condutoras do tecido 
nervoso, as responsáveis pela recepção e pela transmissão dos 
impulsos nervosos sob a forma de sinais eléctricos. Estas células não 
têm a capacidade de se regenerar. 
Os neurônios são compostos pelo corpo celular ou pericário, 
dendritos e axônios. 
• Pericário ou corpo celular: é nesta estrutura que se 
dá a síntese proteica, sendo também nesta aqui que 
ocorre a convergência das correntes eléctricas 
geradas na árvore dendrítica. Cada corpo celular 
neuronal contém apenas um núcleo que se encontra 
no centro da célula. É também nesta estrutura que 
estão alojadas todas as funções celulares em geral. 
• Dendritos: São prolongamentos especializados em 
receber e transportar os estímulos das células 
sensoriais, dos axônios, e de outros neurônios. 
Possuem múltiplas ramificações e extremidades 
arborizadas, o que lhes dá a capacidade de receber 
múltiplos estímulos de vários neurônios de maneira 
simultânea. 
• Axônios: são prolongamentos únicos especializado 
na condução de impulsos, que transmitem 
informações do neurônio para outras células 
(nervosas, musculares, glandulares). Normalmente 
existe apenas um único axônio em cada neurônio. 
 
Classificação dos neurônios: 
Os neurônios podem ser divididos e classificados segundo algumas 
características particulares como a forma e a função. 
Quanto à forma: 
• Multipolares: possuem vários dendritos e um 
axônio 
• Bipolares: possuem um dendrito e um axônio. 
• Pseudo-unipolares: apresentam próximo ao corpo 
celular, prolongamento único, mas este se divide em 
dois, dirigindo-se um ramo para a periferia e outro 
para o sistema nervoso central. 
 
Quanto à função: 
• Motores (eferentes): controlam órgãos efetores, 
como glândulas e fibras musculares. 
• Sensoriais (aferentes): recebem estímulos do 
organismo ou do ambiente. 
• Interneurônios: estabelecem conexões entre outros 
neurônios, formando circuitos complexos. 
https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2019/09/neur%C3%B4nio.jpg
https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2019/09/Imagem1.jpg
 
As células da glia 
As células da glia possuem a função de envolver e nutrir os 
neurônios, mantendo-os unidos. Os principais tipos de células desta 
natureza são os Astrócitos, oligodendrócitos, micróglias e células 
de Schuwan. 
• Astrócitos: têm a forma de estrela, com inúmeros 
prolongamentos; em grande quantidade, 
apresentam-se sob duas formas: Astrócitos 
protoplasmáticos, localizados na substância 
cinzenta; e Astrócitos fibrosos localizados na 
substância branca. Têm como funções sustentação, 
participam da composição iônica e molecular do 
ambiente extracelular dos neurônios. Alguns 
Astrócitos apresentam prolongamentos chamados 
pés vasculares, que se expandem sobre os capilares 
sanguíneos. Admite-se que esses prolongamentos 
transferem moléculas e íons do sangue para os 
neurônios. 
• Oligodendrócitos: produzem as bainhas de mielina 
que servem de isolantes elétricos para os neurônios 
do SNC. Os oligodendrócitos têm prolongamentos 
que se enrolam em volta dos axônios, produzindo a 
bainha de mielina. 
• Micróglia: células pequenas com poucos 
prolongamentos, presentes tanto na substância 
branca, como na substância cinzenta. São células 
fagocitárias e derivam de precursores trazidos da 
medula óssea pelo sangue, representando o sistema 
mononuclear fagocitário no sistema nervoso central. 
• Células de Schuwan: as células de Schuwan têm a 
mesma função dos oligodendrócitos, porém se 
localizam em volta do sistema nervoso periférico. 
Cada célula de Schuwan forma uma bainha de 
mielina em torno de um segmento de um único 
axônio. Ao contrário, os oligodendrócitos têm 
prolongamentos por intermédio dos quais envolvem 
diversos axônio. Essa bainha de mielina atua como 
isolante elétrico e contribui para o aumento da 
velocidade de propagação do impulso nervoso ao 
longo do axônio, porém, não é contínua, entre uma 
célula de Schuwan e outra existe uma região de 
descontinuidade da bainha, o quacarreta a 
existência de uma constrição (estrangulamento) 
denominada nódulo de Ranvier. 
 
Existem axônios em que as células de Schuwan não formam a 
bainha de mielina. Por isso, há duas variedades de axônios: os 
mielínicos e os amielínicos. Em uma fibra mielinizada, temos três 
bainhas envolvendo o axônio: bainha de mielina (de natureza 
lipídica), bainha de Schuwan e o endoneuro. 
Sistema Nervoso Central 
O sistema nervoso central é constituído pelo cérebro, cerebelo e 
medula espinhal. Como não contém um estroma de tecido 
conjuntivo, o sistema nervoso central tem a consistência de uma 
massa mole. 
Quando corados, o cérebro, o cerebelo e a medula espinhal 
mostram regiões brancas (substância branca) e regiões acinzentadas 
(substância cinzenta). A distribuição da mielina é responsável por 
essa diferença de cor, que é visível a fresco. Os principais 
constituintes da substância branca são axônio mielinizados, 
oligodendrócitos produtores de mielina. Ela possui também outras 
células da glia. A substância branca não contém corpos de 
neurônios. 
A substância cinzenta é formada de corpos de neurônios, dendritos, 
a porção inicial não mielinizada dos axônios e células da glia. Na 
substância cinzenta têm lugar as sinapses do sistema nervoso 
central. A substânciacinzenta predomina na superfície do cérebro e 
do cerebelo, constituindo o córtex cerebral e o córtex cerebelar, 
enquanto a substância branca predomina nas partes mais centrais. 
Em cortes transversais da medula espinhal, a substância branca se 
localiza externamente e a cinzenta internamente, com forma de 
letra H. 
 
Proteção do Sistema Nervoso Central 
O sistema nervoso central é protegido por três envoltórios formados 
por tecido conjuntivo denso, denominados, como meninges sendo 
estas, na ordem do interior para o exterior: 
• Pia-máter: localizada mais intimamente ao sistema 
nervoso, é impossível de ser totalmente removida 
sem remover consigo o próprio tecido nervoso, essa 
camada é altamente vascularizada. 
• Aracnoide: situada entre a Pia-máter e Dura-máter, 
é provida de trabéculas que permite a circulação do 
líquido cefalorraquidiano. 
• Dura-máter: trata-se do envoltório mais externo e 
mais forte, constituída de tecido conjuntivo denso, 
continuo com o periósteo dos ossos da caixa 
craniana. A dura-máter que envolve a medula 
espinhal é separada do periósteo das vértebras, 
formando-se entre os dois, o espaço peridural. 
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 Sistema nervoso periférico 
Os componentes do SNP são os nervos, gânglios e terminações 
nervosas. Os nervos são feixes de fibras nervosas envolvidas por 
tecido conjuntivo. 
Fibras nervosas 
As fibras nervosas são constituídas por um axônio e suas bainhas 
envoltórias. O tecido conjuntivo que reveste um axônio e suas 
bainhas envoltórias é chamado de endoneuro. Um grupo de fibras 
nervosas formam os feixes ou tratos do SNC e os nervos do SNP. 
As fibras nervosas organizam-se em feixes. Cada feixe, por sua vez, é 
envolvido por uma bainha conjuntiva denominada Perin euro. 
Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo 
também é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo, 
chamada epineuro.
 
Os nervos não contêm os corpos celulares dos neurônios; esses 
corpos celulares localizam-se no sistema nervoso central ou nos 
gânglios nervosos, que podem ser observados próximos à medula 
espinhal. 
Quando partem do encéfalo, são chamados de cranianos; quando 
partem da medula espinhal, denominam raquidianos. 
Os nervos permitem a comunicação dos centros nervosos com os 
órgãos receptores (sensoriais) ou, ainda, com os órgãos efetores 
(músculos e glândulas). De acordo com o sentido da transmissão do 
impulso nervoso, os nervos podem ser: 
• Sensitivos ou aferentes: quando transmitem os 
impulsos nervosos dos órgãos receptores até o 
sistema nervoso central; 
• Motores ou eferentes: quando transmitem os 
impulsos nervosos do sistema nervoso central para 
os órgãos efetores; 
• Misto: quando possuem tanto fibras sensitivas 
quanto fibras motoras. São os mais comuns no 
organismo. 
Os gânglios 
São acúmulos de neurônios localizados fora do SNC. Em sua maior 
parte, são órgãos esféricos, protegidos por cápsulas de tecido 
conjuntivo e associados a nervos. 
Conforme a direção do impulso nervoso, os gânglios podem ser 
sensoriais (aferentes) ou gânglios do sistema nervoso autônomo 
(eferentes). 
O Sistema Nervoso Autônomo 
É a parte do sistema nervoso que está relacionada ao controle da 
vida vegetativa, ou seja, controla funções como a respiração, 
circulação do sangue, controle de temperatura e digestão. No 
entanto, ele não se restringe a isso. É também o principal 
responsável pelo controle automático do corpo frente às 
modificações do ambiente. Por exemplo, quando o indivíduo entra 
em uma sala com um ar-condicionado que lhe dá frio, o sistema 
nervoso autônomo começa a agir, tentando impedir uma queda de 
temperatura corporal. Dessa maneira, seus pelos se arrepiam 
(devido à contração do músculo pilo-eretor) e ele começa a tremer 
para gerar calor. Ao mesmo tempo ocorre vasoconstrição nas 
extremidades para impedir a dissipação do calor para o meio. Essas 
medidas, aliadas à sensação desagradável de frio, foram as 
principais responsáveis pela sobrevivência de espécies em condições 
que deveriam impedir o funcionamento de um organismo. Dessa 
maneira, pode-se perceber que o organismo possui um mecanismo 
que permite ajustes corporais, mantendo assim o equilíbrio do 
corpo: a homeostasia. 
O SNA é dividido em duas partes: 
• Sistema nervoso simpático (toracolombar) 
• Sistema nervoso parassimpático (craniossacral) 
Trata-se de uma divisão baseada nas características anatômicas de 
cada divisão e nas funções que cada uma delas desempenha. 
Normalmente as fibras nervosas dos sistemas simpáticos e 
parassimpáticos secretam dois neurotransmissores 
principais: noradrenalina e acetilcolina. As fibras que secretam 
noradrenalina ativam receptores adrenérgicos, e as que secretam 
acetilcolina ativam receptores colinérgicos. 
Organização do Sistema Nervoso Autônomo
 
 
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