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BioeletrogêneseBioeletrogênese Identificar a importância da constituição da membrana celular na passagem de íons e, consequentemente, cargas iônicas identificar as diferenças de concentração intra e extracelular dos principais íons resposnsáveis pela polaridade de membrana identificar os mecanismos responsáveis pela polaridade de membrana (potencial de repouso) e pelo potencial de ação identificar os tipos de sinapse identificar os mecanismos envolvidos na sinapse química diferenciar hiperpolarização e despolarização identificar o mecanismo de ação dos anestésicos locais e da toxina botulínica fisiopatologia da esclerose múltipla e da miastenia gravis. objetivos Bioeletrogênese é a propriedade que algumas células possuem de alterar e gerar potenciais elétricos em sua membrana. Ela deriva da presença de gradientes iônicos no meio extracelular e no meio intracelular. Os íons altamente concentrados no meio extracelular são o cloreto (Cl-) e o sódio (Na+). Já o íon altamente concentrado no meio intracelular é o potássio (K+). Os gradientes de concentração originam-se por meio das bombas de membrana, processo ativo que consome ATP. Um exemplo é a bomba de sódio e potássio. Os canais de Cloreto (Cl-) e potássio (K+) ficam abertos quando a célula encontra-se em repouso (-70mV). Eles fecham-se quando há uma DESPOLARIZAÇÃO na membrana celular, ou seja, quando o potencial de ação ultrapassa o limite necessário para gerar um potencial. O aumento da entrada de sódio (Na+) na célula leva à despolarização da membrana. A despolarização induz a entrada de mais sódio, gerando um ciclo: Abertura do canal de Na+ Aumento da concentração de Na+ intracelular Na+ extracelular Despolarização Abertura do canal de Na+ BioeletrogêneseBioeletrogênese Conforme ocorre a entrada de sódio na célula, a despolarização abre o canal de potássio (K+), retirando-o do meio intracelular ao mesmo tempo que o sódio entra. O K+ flui a favor do gradiente de concentração: do meio mais concentrado para o meio menos concentrado. A repolarização da membrana ocorre quando há a diminuição do fluxo de sódio e quando há a saída de potássio de dentro da célula. O período que o fluxo de Na+ fica inativo chama-se período refratário do neurônio. https://youtu.be/XnksofQN8_s https://youtu.be/oa6rvUJlg7o Ou seja: na despolarização ocorre a abertura de canais de sódio, aumentando o sódio intracelular e diminuindo o extracelular. Nesse momento, a célula neuronal fica menos negativa (saindo de -70 mV e indo para 0 mV) do que no potencial de repouso, atingindo o valor de 0 mV. BioeletrogêneseBioeletrogênese Ainda na despolarização, há a abertura dos canais de potássio, diminuindo sua concentração intracelular e aumentando sua concentração extracelular. Nesse momento atinge-se o pico do potencial de ação. Durante a repolarização, há a diminuição do fluxo de sódio do meio extracelular para o meio intracelular, quase interrompendo por completo. Esse período chama-se período refratário. Também há o aumento da concentração de potássio do meio intracelular para o meio extracelular. A repolarização ocorre quando o interior do neurônio fica novamente mais negativo do que o exterior, chegando ao potencial de repouso (-70mV). Porém, durante a repolarização há a ultrapassagem desse valor, ficando mais negativo ainda (hiperpolarização), já que o potássio ainda está saindo da célula. Portanto, é necessária a ação da bomba de sódio e potássio para ajustar ao potencial de repouso do neurônio. abertura de canais de sódio concentração de sódio intracelular > que extracelular meio intracelular fica menos negativo do que meio extracelular Despolarização (chega a 0mV) abertura canais de potássio concentração extracelular de potássio maior que concentração intracelular Pico do potencial de ação (+40mV) canais de sódio fecham Período refratário (diminuição do fluxo de sódio) Aumento da concentração intracelular de potássio Repolarização (chega a -70mV) Ultrapassagem do valor de -70 mV: fica mais negativo ainda (hiperpolarização) Bomba de sódio e potássio Potencial de repouso recuperado BioeletrogêneseBioeletrogênese As células nervosas são divididas em glia e em neurônios. As glias são divididas em: astrócitos oligodendrócitos micróglias Os astrócitos são células de sustentação que formam a barreira hematoencefálica (divide sangue e cérebro). Elas são também um guia para a migração de neurônios em desenvolvimento. Os oligodendrócitos formam a bainha de mielina. A bainha de mielina é responsável por acelerar a transmissão do impulso nervoso e isola o neurônio, permitindo uma transmissão saltatória. A transmissão saltatória é o impulso realizado pelos nódulos de Ranvier, regiões não mielinizadas entre as células de Schwann. Se a bainha de mielina estiver ausente, o impulso será conduzido em menor velocidade ou Células nervosas BioeletrogêneseBioeletrogênese não será transmitido. As micróglias são células que realizam fagocitose e conferem proteção imunológica. Os neurônios são divididos em: dendritos, corpo celular, axônio e terminações sinápticas. Eles processam a maioria das informações presentes no nosso organismo. Dendritos => recebem sinais de outros neurônios, processando e modificando informações para conduzir os sinais ao corpo celular. Corpo celular => contém um núcleo que possui elementos genéticos para codificar e fabricar elementos necessários para a função celular. Realiza síntese, processamento e transporte de elementos. Axônio => realiza a transmissão da informação a longas distâncias, ramificando-se para formar sinapses. Terminações sinápticas => possui uma zona ativa pré-sináptica que libera neurotransmissores e uma densidade pós-sináptica onde localizam-se os receptores para os neurotransmissores (na membrana dos dendritos pós sinápticos). Célula pré-sináptica Liberação de neurotransmissor Fluxo iônico por membrana Sinais elétricos no corpo celular Despolarização do início do axônio Potencial de ação Terminação do axônio Influxo de Ca2+ (cálcio) Exocitose de neurotransmissores Fenda sináptica Ativação de receptores na densidade pós sináptica BioeletrogêneseBioeletrogênese Sinapses Existem diferentes tipos de sinapses interneurônios: axodendrítica (axônio- dendritos) axossomática (axônio-corpo celular) dendritodendríticas (dendrito- dendrito) somatossomática (corpo celular - corpo celular) axoaxônica (axônio - axônio) As sinapses axodendríticas ocorrem em neurônios de projeção que transmitem informações de diferentes regiões do cérebro. As sinapses somatossomáticas formam um circuito neural sem disparar potencial de ação. Os axônios podem formar sinapses axoaxônicas e modular liberação de neurotransmissores, inibindo ou facilitando a região pré- sináptica. O potencial de ação é uma onda elétrica que é transmitida ao longo do axônio. Veja como ocorre a transmissão do impulso elétrico: BioeletrogêneseBioeletrogênese Neurotransmissores Os neurotransmissores podem ser químicos ou elétricos. Os químicos são mais lentos e permitem a amplificação do sinal, podendo ser inibitórios ou excitatórios. Os neurotransmissores são divididos em: pequenas moléculas transmissoras neuropeptídeos https://youtu.be/mItV4rC57kM https://youtu.be/SBia0Zv82VQ https://youtu.be/OvVl8rOEncE Hiperpolarização BioeletrogêneseBioeletrogênese As pequenas moléculas de transmissores possuem uma transmissão sináptica rápida. Elas são armazenadas em vesículas pequenas e claras. Os neuropeptídeos modulam a transmissão sináptica e são armazenados em grandes vesículas e densas. A ação neurotransmissora depende do tipo de receptor pós sináptico. Eles podem ser divididos em: receptores ionotrópicos receptores metabotrópicos Os receptores ionotrópicos são acoplados a um canal iônico e modificam-se quando há ligação com o neurotransmissor, abrindoo canal. Isso causa a despolarização ou a hiperpolarização do neurônio. Se causar a despolarização, o potencial é excitatório. Se causar a hiperpolarização, o potencial é inibitório. Neurotransmissor Receptor ionotrópico Abertura do canal iônico Despolarização Potencial excitatório Potencial inibitório Os receptores metabotrópicos não conectam-se a canais. Sua função é regular a função celular por meio da ativação de proteínas G. As proteínas G conectam- se à cascatas de segundos mensageiros e possuem efeitos modulatórios a longo prazo. A ativação das proteínas G ativa as quinases, regula a função celular e aumenta a concentração de cálcio (Ca2+) intracelular. BioeletrogêneseBioeletrogênese A toxina botunínica é produzida pela bactéria anaeróbica Clostridium botulinum, causadora da doença Botulismo. Ela basicamente inibe a liberação de acetilcolina por exocitose nos terminais sinápticos dos neurônios motores, levando à diminuição da capacidade de contração muscular. Devido à isso, o botulismo pode levar até à paralisia. Ativa quinases Receptor metabotrópico Regula função celular Neurotransmissor Ativação de proteínas G Aumenta concentração de cálcio intracelular https://youtu.be/mItV4rC57kM https://youtu.be/FD8Qaw1TS-k Toxina botulínica A toxina botunínica é produzida pela Essa toxina é utilizada em patologias, para auxiliar no tratamento. Ela pode ajudar em: relazamento muscular ação antinociceptiva => bloqueio da liberação de peptídeos relacionados com a dor sistema nervoso autônomo => ação sobre as glândulas (salivar, sudorípara e lacrimal), bexiga e próstata efeitos diretos e indiretos sobre o SNC. amenizar linhas de expressão e rugas Anestésicos Os anestésicos inibem a despolarização do neurônio, ou seja, impede a transmissão do impulso elétrico. Eles podem ser tópicos ou injetáveis (local). Se não há a transmissão do impulso, não há a condução do neurotransmissor e, consequentemente, não há a realização de sinapses daquele neurotransmissor. BioeletrogêneseBioeletrogênese É uma doença neurológica autoimune que destrói a bainha de mielina (desmielinizante). É provocada por mecanismos inflamatórios e degenerativos que comprometem a bainha de mielina. Alguns locais no sistema nervoso podem ser alvo preferencial da desmielinização: cérebro tronco cerebral nervos ópticos medula espinal As causas envolvem: predisposição genética fatores ambientais infecções virais (vírus Epstein- Barr) exposição ao sol e baixos níveis de vitamina D exposição ao tabagismo obesidade https://youtu.be/B_tTymvDWXk Esclerose múltipla exposição a solventes orgânicos Nos portadores de esclerose múltipla, o próprio sistema imune ataca as próprias células, causando inflamações que afetam a bainha de mielina. Como a mielina e os axônios estão pesados pelas inflamações, suas funções coordenadas pelas estruturas do SNC ficam comprometidas. Aí que surgem os sintomas típicos da doença: alterações na visão sensibilidade do corpo sensibilidade no equilíbrio sensibilidade no controle esfinctérico redução da mobilidade ou locomoção sensibilidade na força muscular. Fadiga problemas de memória, de atenção e dificuldade de processar informações. https://youtu.be/BMrjRfDLvr8 BioeletrogêneseBioeletrogênese A miastenia gravis é uma doença autoimune na qual o corpo deixa de reconhecer os receptores de acetilcolina da musculatura esquelética como “seus”, produzindo anticorpos contra esses receptores. Os anticorpos ligam-se às proteínas de acetilcolina e os alteram, de modo que as células musculares renovam os receptores da membrana e o destroem. Essa destruição deixa o músculo com menos receptores de acetilcolina na membrana. Miastenia gravis https://youtu.be/BMrjRfDLvr8 Mesmo que a destruição de neurotransmissor seja normal, o músculo-alvo possui uma resposta diminuída, que se apresenta como fraqueza muscular. Atualmente, a ciência médica não possui cura para esta doença, apesar de vários fármacos ajudarem a controlar os sintomas da miastenia gravis.
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