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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS CLEITON TRAVASSO- ENFERMEIRO ESPECIALISTA EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ESPECIALISTA EM ENFERMAGEM DO TRABALHO ESPECIALISTA EM RESGATE ESPECIALISTA EM U.T.I SUMÁRIO 1 ANATOMIA E FISIOLOGIA ........................................................................... 03 1.1 Divisão do corpo humano ..................................................................... 03 2 SINAIS VITAIS .............................................................................................. 06 2.1 Temperatura ........................................................................................... 06 2.2 Pulso ....................................................................................................... 06 2.3 Respiração ............................................................................................. 07 2.4 Pressão arterial ..................................................................................... 08 3 ATENDIMENTO INICIAL A VÍTIMA TRAUMATIZADA ............................... 09 3.1 Abordagem Primária ............................................................................. 09 3.2 Abordagem Secundária ........................................................................ 10 4 OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS ............... 10 4.1 Procedimento para Desobstrução das Vias Aéreas .......................... 11 5 REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RPC) .............................................. 12 5.1 Respiração Artificial .............................................................................. 12 5.2 Compressão Torácica ........................................................................... 13 5.3 Procedimento para realização da RPC ................................................ 13 6 HEMORRAGIA .............................................................................................. 14 6.1 Tipos de Hemorragia ............................................................................. 14 6.2 Sinais e Sintomas de Hemorragia ........................................................ 14 6.3 Controle de Hemorragia Externa ......................................................... 15 7 QUEIMADURAS ............................................................................................ 16 7.1 Causas de uma Queimadura ................................................................. 16 7.2 Profundidade .......................................................................................... 16 7.3 Extensão .............................................................................,................... 17 7.4 Atendimento a Vítima de Queimadura ................................................. 17 7.5 Curativos ................................................................................................ 17 8 TRAUMATISMOS SUPERFICIAIS ............................................................... 17 8.1 Classificação dos Traumatismos ......................................................... 18 8.2 Classificação das Feridas quanto ao Agente Vulnerante ................. 18 8.3 Tratamento Básico ................................................................................ 18 9 FRATURAS, LUXAÇÕES E ENTORSES ..................................................... 19 9.1 Cuidados Específicos para Fratura Exposta ....................................... 19 9.2 Sinais e Sintomas de Fraturas .............................................................. 20 9.3 Luxações ................................................................................................. 20 9.4 Entorses .................................................................................................. 21 9.5 Contusões ............................................................................................... 21 10 CRISE CONVULSIVA .................................................................................... 21 10.1 Atendimento .......................................................................................... 22 11 SÍNCOPE ....................................................................................................... 23 11.1 Atendimento de Emergência ............................................................... 23 12 ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHETOS ............................................... 23 12.1 Ofídios – serpentes .............................................................................. 24 Gênero Bothrops ......................................................................................... 24 Gênero Crotalus .......................................................................................... 25 Gênero Micrurus .......................................................................................... 26 12.2 Aranhas ................................................................................................. 26 Aranha Marron .............................................................................................. 26 Aranha Armadeira ........................................................................................ 27 Aranha Tarântula ......................................................................................... 27 12.3 Escorpiões ........................................................................................... 28 12.4 Insetos .................................................................................................. 28 Lagartas ........................................................................................................ 28 13 INTOXICAÇÕES EXÓGENAS ...................................................................... 28 13.1 Abordagem Inicial a Vítima ................................................................. 29 13.2 Sinais e Sintomas mais comuns em vítima de intoxicação ............. 30 1. ANATOMIA E FISIOLOGIA A anatomia é a ciência que estuda a estrutura do corpo humano e a fisiologia o seu funcionamento; ambas são essenciais para quem trabalha no atendimento a vítimas de trauma ou problemas clínicos. O conhecimento de anatomia é utilizado para classificar e descrever as lesões de acordo com sua localização, para prever lesões de órgãos internos baseando-se na localização externa da lesão e para aplicar corretamente técnicas de exame e de tratamento da vítima. O conhecimento de fisiologia é importante para se entender as alterações no funcionamento normal do organismo decorrentes do trauma e as medidas que são tomadas para se tentar reverter estas alterações. O socorrista que se propõe a atender vítimas de trauma e não conhece anatomia e fisiologia é como um mecânico que quer consertar automóveis sem conhecer suas partes e o seu funcionamento. 1.1 DIVISÃO DO CORPO HUMANO Obtida em 08/12/2018 às 18h32min: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-muscular/sistema- muscular-5.php O corpo humano divide-se em cabeça, tronco e membros. A cabeça é dividida em duas partes: crânio e face. Uma linha imaginária passando pelo topo das orelhas e dos olhos é o limite aproximado entre estas duas regiões. O crânio contém o encéfalo no seu interior, na chamada cavidade craniana. As lesões crânio encefálicas são as causas mais freqüentes de óbito nas vítimas de trauma. A face é a sede dos órgãos dos sentidos da visão, audição, olfação e paladar. Abriga as aberturas externas do aparelho respiratório e http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-muscular/sistema-muscular-5.php http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-muscular/sistema-muscular-5.php digestivo. As lesões da face podem ameaçar a vida devido ao sangramento e obstruçãodas vias aéreas. O tronco é dividido em pescoço, tórax, abdome e pelve. O pescoço contém várias estruturas importantes. É suportado pela coluna cervical que abriga no seu interior a porção cervical da medula espinhal. As porções superiores do trato respiratório e digestivo passam pelo pescoço em direção ao tórax e abdome. Contém também vasos sanguíneos calibroso responsáveis pela irrigação da cabeça. As lesões do pescoço de maior gravidade são as fraturas da coluna cervical com ou sem lesão medular, as lesões do trato respiratório e as lesões de grandes vasos com hemorragia severa. O tórax contém no seu interior, na chamada cavidade torácica, a parte inferior do trato respiratório (vias aéreas inferiores), os pulmões, o esôfago, o coração e os grandes vasos sangüíneos que chegam ou saem do coração. É sustentado por uma estrutura óssea da qual fazem parte a coluna vertebral torácica, as costelas, o esterno, as clavículas e a escápula. As lesões do tórax são a segunda causa mais frequente de morte nas vítimas de trauma. O abdome está separado internamente do tórax pelo músculo diafragma e contém basicamente órgãos do aparelho digestivo e urinário, portanto, da digestão e excreção. Possui no seu interior grandes vasos que irrigam as vísceras abdominais e os membros inferiores. É sustentado pela coluna vertebral posterior e por uma resistente camada músculo-aponeurótica anterior e lateral. As lesões do abdome podem levar a graves hemorragias devido a lesões de grandes vasos ou de vísceras bastante vascularizadas como o fígado, baço e rins e a infecções pelo vazamento do conteúdo contaminado das vísceras ocas para o interior da cavidade abdominal. A pelve liga o abdome aos membros inferiores e contém, na chamada cavidade pélvica, a porção distal do tubo digestivo e do aparelho urinário e o aparelho reprodutor masculino e feminino. As fraturas da pelve óssea são frequentes e muitas vezes graves devido à intensa hemorragia interna ou externa resultante. O corpo humano possui um par de membros superiores e um de membros inferiores. As lesões de membros estão entre as mais frequentes e possuem risco de vida se envolverem vasos sanguíneos calibroso. Com fins didáticos, abordaremos a anatomia e fisiologia na mesma seqüência utilizada na avaliação e manejo inicial das vítimas de trauma, ou seja: vias aéreas, aparelho respiratório, aparelho circulatório, sistema nervoso e exposição (restante da anatomia e fisiologia relevantes). Como a anatomia e a fisiologia são intimamente relacionadas falaremos algumas vezes sem separá-las. O organismo humano consiste em um complexo conjunto de órgãos agrupados em aparelhos ou sistemas. Os órgãos são formados por pequenas unidades vivas chamadas células. Todas as células do organismo humano necessitam de um suprimento de oxigênio e outros nutrientes para obter energia, para manter sua integridade estrutural e para sintetizar as substâncias essenciais à sua função e a do organismo. A produção de energia, a regulação da atividade celular e a síntese de substâncias são realizadas através de reações químicas; o conjunto destas reações químicas que ocorrem no organismo é chamado de metabolismo. As reações químicas intracelulares produzem substâncias (resíduos ou catabólitos), entre as quais o dióxido de carbono, que necessitam ser eliminadas porque o seu acúmulo leva à disfunção celular e finalmente à morte celular. Tanto o suprimento de oxigênio e nutrientes quanto à retirada dos resíduos é feita pelo sangue. O sangue se abastece de oxigênio e se desfaz do dióxido de carbono nos pulmões e se abastece de nutrientes através da absorção de alimentos digeridos no tubo digestivo. Certas células são mais dependentes de um suprimento contínuo de oxigênio do que outras: as fibras musculares cardíacas toleram apenas alguns segundos sem oxigênio e os neurônios cerebrais de 4 a 6 minutos. Algumas outras células podem passar períodos maiores sem oxigênio e ainda assim sobreviverem como as células musculares e da pele, por exemplo. A falta de oxigênio por um tempo acima do tolerável leva à morte celular que, por conseguinte, leva à morte de órgãos e finalmente à morte do organismo. 2. SINAIS VITAIS Os sinais vitais são indicadores das funções vitais do corpo e podem orientar o diagnostico inicial e acompanhar a evolução do quadro clínico de uma vítima. Os sinais vitais são: pulso, temperatura, pressão arterial e respiração. 2.1 TEMPERATURA A temperatura é influenciada por meios físicos e químicos e o controle é feito através de estimulação do sistema nervoso. A temperatura reflete o balanceamento entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo. No termômetro, a graduação varia de 34ºc à 42ºc, pois raramente o homem sobrevive acima ou abaixo dessas temperaturas. Obtida em 09/12/2010 às 10h32min: http://www.google.com.br/images TABELA 1: Valores de referência de Temperatura (Cº) para crianças e adultos. Variações de 0,3ºc a 0,6ºc da média da temperatura são consideradas normais. As crianças têm temperaturas mais altas que os adultos, pois seu metabolismo é mais acelerado. A temperatura corporal pode se elevar em situações de infecção, medo, ansiedade, etc. Exposição ao frio, estado de choque, hemorragias, são causas de temperatura abaixo do normal. 2.2 PULSO O pulso nada mais é do que a pressão do sangue contra a parede arterial em cada batimento cardíaco. Os locais mais comuns para a obtenção de pulso Pontos de aferição Adulto Criança Oral 37ºc 37,4ºc Retal 37,5ºc 37,8ºc Axilar 36,7ºc 37,2ºc http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&source=imghp&biw=1020&bih=581&q=termometro&gbv=2&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai são nas artérias carótida, radial, femoral e braquial. O pulso aferido pela ausculta cardíaca é denominado de pulso apical. A taquicardia é o aumento da freqüência normal do pulso, já a bradicardia é a diminuição da freqüência normal do pulso. TABELA 2: Valores de referência para índice normais de pulso. ÍNDICES NORMAIS DE PULSO Adulto 60 a 100 batimentos por minuto Crianças 80 a 120 batimentos por minuto Bebês 100 a 160 batimentos por minuto Obtida em 09/12/2010 às 10h35min: http://www.google.com.br/images 2.3 RESPIRAÇÃO O termo respiração inclui a entrada de oxigênio na inspiração e eliminação do dióxido de carbono na expiração. A freqüência respiratória varia de crianças para adultos de acordo com a tabela abaixo: TABELA 3: Valores de referência para índice normais de respiração. ÍNDICES NORMAIS DE RESPIRAÇÃO Bebê 30 a 60 movimentos respiratórios por minuto Crianças 20 a 30 movimentos respiratórios por minuto Adulto 12 a 20 movimentos respiratórios por minuto Obtida em 09/12/2010 às 10h38min: http://www.google.com.br/images Alguns fatores podem alterar os valores normais de respiração, como por exemplo: exercícios físicos, hábito de fumar, medicamentos, fatores emocionais e http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&gbv=2&tbs=isch:1&&sa=X&ei=vtsATfSLD4GBlAegwenSAw&ved=0CDEQBSgA&q=pulso+carot%C3%ADdeo&spell=1&biw=1004&bih=581 http://www.google.com.br/images outros. Os termos empregados nas alterações dos padrões respiratórios são os seguintes: Apnéia: cessação intermitente ou persistente da respiração; Bradnéia: respiração lenta e regular; Taquipnéia: respiração rápida e regular; Dispnéia: respiração difícil que exige esforço aumentado e uso de músculos acessórios. 2.4 PRESSÃO ARTERIAL A pressão arterial (ou pressão sanguínea) é resultante da força exercida pelo sangue contra as paredes da artéria. A pressão arterial varia de acordo com a idade, porém ocorre o aumento da pressão arterial devido aos seguintes fatores: esforços físicos, susto, estresse, medo, etc. Embora a pressão alta, muitas vezes não manifeste sintomas, ela pode ocasionar doenças dehipertensão como o aneurisma, doenças coronárias, hemorragia cerebral, distúrbios de retina, colapso renal e outras. A pressão arterial baixa ou hipotensão pode ser ocasionada por hemorragia, estado de choque, etc. Para aferir a P.A, o manguito do esfigmomanômetro é colocado em qualquer um dos braços e inflado através da pêra para apertá-lo, interrompendo a pulsação, o que se houve com o estetoscópio. Então o manguito vai sendo esvaziado, até os batimentos cardíacos voltarem a serem ouvidos pelo estetoscópio, tem-se aí a pressão sistólica (ou máxima), e quando o som dos batimentos desaparecerem novamente afere-se a diastólica (ou mínima). TABELA 4: Valores de referência para índice normais pressão arterial VALOR NORMAL DA P.A. 4 anos 85/60 mm Hg 6 anos 95/62 mm Hg 12 anos 108/67 mm Hg Adulto 120/80 mm Hg Obtida em 09/12/2018 às 10h52min: http://www.google.com.br/images 3. ATENDIMENTO INICIAL A VÍTIMA TRAUMATIZADA Antes de iniciar o atendimento propriamente dito, verifique as condições de segurança para você, para a vítima e os demais na cena do acidente. Simultaneamente verifique a cena do acidente e colha informações sugestivas de mecanismo de lesões. Em seguida aproxime-se da vítima e, imobilize a sua cabeça com uma das mãos (da forma que ela estiver posicionada), diga quem você é, e que pretende ajudá-la, com isto você estará iniciando o exame primário. 3.1 ABORDAGEM PRIMÁRIA a) Visa identificar e manejar situações de ameaça a vida; b) É feita sem mover a vítima de sua posição inicial, salvo haja necessidade de intervir em alguns passos, por exemplo: desobstrução de vias aéreas; c) É sempre feita seguindo uma sequência fixa de passos; d) Só se passa para o passo seguinte depois de concluído o anterior; e) Muitas vezes, na prática, alguns passos podem ser avaliados simultaneamente. EXAME PRIMÁRIO 1º - Segurança no local; 2º - Controle de grandes hemorragias exsanguinante; (X) 3º - Controle da coluna cervical e faça a sua identificação para a vítima; (A) 4º - Verificação das vias aéreas; (A) 5º - Verificação da respiração; (B) 6º - Verificação da circulação – pulso central; (C) 7º - Avaliação do estado neurológico; (D) 8º - Evitar a exposição da vítima. (E) Obs.: uma pessoa só consegue falar se tiver ar nos pulmões e este ar passar pelas cordas vocais. Portanto, se a vítima responder normalmente, verifica-se que http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&biw=1020&bih=581&gbv=2&tbs=isch:1&&sa=X&ei=Rt0ATdq4K4aBlAeTzuh2&ved=0CDEQBSgA&q=aferir+pa&spell=1 as vias aéreas estão permeáveis e respiração espontânea, siga para o 6º passo da abordagem primária. 3.2 ABORDAGEM SECUNDÁRIA a) Só se inicia depois de completada a abordagem primária; b) Examinar todos os seguimentos do corpo, sempre na mesma ordem (exame segmentar): crânio, face, pescoço, tórax, abdome, quadril, membros inferiores, membros superiores e dorso; c) Realizar inspeção e palpação, buscando: ferimentos, simetria, deformidade, crepitação, rigidez, alinhamento, temperatura, sudorese e flacidez; d) Finalizar com a verificação dos sinais vitais. 4. OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS A causa mais frequente de alterações das vias aéreas (obstrução) em vítimas de trauma é a inconsciência que provoca o relaxamento da língua que se projeta contra a orofaringe (fundo da garganta), nas vítimas em decúbito dorsal, impedindo a passagem de ar nas vias aéreas superiores para as vias aéreas inferiores. Avaliar e controlar as vias aéreas são condutas rápidas e simples, e não necessitam inicialmente de qualquer equipamento, bastando para tal a aplicação de técnicas manuais de controle e desobstrução de vias aéreas que não devem ser retardadas na espera de equipamento ou de pessoal. As vias aéreas são divididas em: 1) Vias aéreas superiores: - Nariz / boca - Laringe: - Nasofaringe; - Orofaringe; - Hipofaringe. Obtida em 08/12/2010 às 18h33min: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-respiratorio/sistema-respiratorio-2.php 2) Vias aéreas inferiores: - Faringe / traquéia; - Brônquios / bronquíolos; - Alvéolos pulmonares. Métodos de desobstrução de vias aéreas: 1) Quando ocorrer obstrução por líquidos: - Realizar o rolamento 90º; 2) Obstrução por sólidos: - Realizar a remoção manual; - Aplicar a manobra de Heimlich. As manobras de Heimlich são realizadas manualmente para a desobstrução das vias aéreas provocadas por sólidos, e consistem em compressões abdominais. 4.1 PROCEDIMENTO PARA DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS ÁREAS 1) Vítima em pé ou sentada: Posicionar-se atrás da vítima abraçando-a em torno do abdome, segure o punho fechado com a sua outra mão, e aplique-lhe 05 (cinco) compressões num ângulo de 45º contra o abdome no sentido de baixo para cima. Obs.: se a vítima estiver em pé, ampliar a sua base de sustentação afastando as suas pernas, mantendo uma delas entre as pernas da vítima, para que se evite a queda da mesma em caso de inconsciência. http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-respiratorio/sistema-respiratorio-2.php Obtida em 09/12/2010 às 11h38min: http://www.google.com.br/images 2) Vítima deitada: Posicione a vítima em decúbito dorsal e ajoelhe ao lado da mesma ou a cavaleiro sobre ela. Posicione a palma da mão (região hipo-tenar) sobre o abdome da vítima entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical, mantendo as mãos sobrepostas, e aplique 5 compressões abdominais no sentido do tórax. Obtida em 09/12/2010 às 11h34min: http://www.google.com.br/images 5. RCP Ressuscitação cardiorespiratória são manobras realizadas para restabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea, tais como respiração artificial e massagem cardíaca externa, manobras estas utilizadas nas vitimas em parada cardiorespiratória (morte clinica). Os melhores resultados são conseguidos quando as manobras de RCP são iniciadas nos primeiros quatro minutos da parada cardiorespiratória, pode existir dúvida quanto ao tempo exato de parada cardiorespiratória quando da abordagem da vitima, nesse caso deve se iniciar as manobras de RCP e posteriormente reavaliar a continuidade. 5.1 COMPRESSÃO TORÁCICA Compressões torácicas externas são iniciadas se nenhum pulso é palpável. Esta técnica consiste na compressão rítmica da metade inferior do http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&gbv=2&biw=1004&bih=581&tbs=isch:1&q=manobra+de+heimlich&revid=2114196692&sa=X&ei=W94ATd79FoKClAfbu5WgCA&ved=0CDEQ1QIoAA http://www.google.com.br/imagesWgCA&ved=0CDEQ1QIoAA esterno do paciente e frequência de no mínimo 100 a 120 vezes por minuto. A relação compressão/ventilação deve ser 30/2 para socorristas leigos treinados e profissionais de saúde, desde que tenham o equipamento de ventilação artificial. Para socorristas leigos treinados apenas em compressões torácicas, recomenda- apenas compressões torácicas durante 2 minutos, após 02 minutos, avalia-se a se se houve volta do pulso, não pode passar de 10 segundos essa avaliação, caso não há pulso, novamente 02 minutores de compressões torácicas. Profundidade do toráx: adulto 05 a 06 cm e crianças 04 a 05 cm. Obtida em 09/12/2018 às 11h34min: http://www.google.com.br/images 5.2 PROCEDIMENTO PARA REALIZAÇÃO DE RCP Quando for observado que uma vitima não apresenta pulso, respiração ou Gasping , deve se iniciar imediatamente a RCP: CAB (compressão, via aérea e a respiração) 1º passo - colocar a vitima em uma superfície rígida; 2º passo - sempre iniciar a RCP com compressões torácicas; 3º passo - as compressões torácicas devem ser realizadas dois dedos acima do apêndice xifóide, na frequência de 100 a 120 /min. Aproximadamente 0,5 segundo para cada compressão, ou seja duas compressões por segundo. 4ºpasso - parar a RCP somente nas seguintes situações: 1) Quando a vitima for entregue a um centro médico ou médico assumir a vitima; 2) Por exaustão; 3) Quando a vítima reanimar. 6. HEMORRAGIA É o extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos de uma ruptura de suas paredes. Podem ser classificadas em hemorragia interna (quando o sangue http://www.google.com.br/images extravasa para o interior do corpo), e externa (quando o sangue é extravasado para o meio ambiente). 6.1 TIPOS DE HEMORRAGIAS 1) Hemorragia arterial: é a perda de sangue por uma artéria. 2) Hemorragia venosa: é a perda de sangue por uma veia. 3) Hemorragia capilar: sangramento por um vaso capilar. A gravidade de uma hemorragia depende dos seguintes aspectos: 1 . Volume de sangue perdido (perda de 1,5 litros em um adulto ou de 200 ml em criança, é considerado grave); 2. Calibre do vaso rompido (o rompimento dos principais vasos do pescoço, tórax, abdome e coxa, podem levar a vitima a óbito de 1 à 3 minutos); 3. Tipos de vasos lesionados (o sangramento arterial é considerado o mais grave); 4. Velocidade da perda de sangue 6.2 SINAIS E SINTOMAS DE HEMORRAGIAS 1 Pulso fraco rápido; 2. Pele fria e úmida; 3. Queda de pressão arterial; 4. Muita sede; 5. Perda de consciência; 6. Choque hipovolêmico. 6.3 CONTROLE DE HEMORRAGIA EXTERNA 1. Pressão direta no local da hemorragia; Obtida em 09/12/2018 às 12h14min: http://www.google.com.br/images http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&gbv=2&biw=1004&bih=581&tbs=isch%3A1&sa=1&q=controle+de+hemorragia&aq=f&aqi=g10&aql=&oq=&gs_rfai 5. Torniquete (poderá ser aplicado quando a compressão direta não funcionar). Obtida em 09/12/2018 às 12h14min: http://www.google.com.br/images a. AVALIAÇÃO DA POSSÍVEL EXISTÊNCIA DE HEMORRAGIA INTERNA 1. Verificar se apresenta sinais e sintomas de hemorragia; 2. Verificar a presença de rigidez abdominal; 3. Verificar a presença de ferida penetrante no crânio, tórax e abdome; Obs: O tratamento de hemorragia interna é somente cirúrgico. 7. QUEIMADURAS A pele não é simplesmente um tecido, mas sim o maior órgão do corpo humano. E composta por duas camadas: a epiderme e derme. Abaixo da pele situa-se o tecido subcutâneo. A epiderme é a camada mais externa, e não possui vasos sanguíneos e funciona como barreira protetora contra o meio ambiente. A derme é a camada mais interna, contém os vasos sanguíneos e terminações nervosas. O tecido subcutâneo, é a camada situada logo abaixo da derme, é uma combinação de tecido fibroso, elástico e gorduroso. 7.1 CAUSAS DE UMA QUEIMADURA a. Térmica. Ex: gases, líquidos ou sólidos quentes; b. Químicas. Ex: ácido; c. Eletricidade; Ex: corrente elétrica d. Radiação. Ex: raios ultravioletas do sol. 7.2 PROFUNDIDADE http://www.google.com.br/images a. Primeiro grau: são queimaduras que atingem apenas a epiderme. A pele fica avermelhada e quente. b. Segundo grau: são queimaduras que atingem a epiderme e derme e produzem dor severa e bolhas. c. Terceiro grau: Atinge toda a espessura da pele chegando ao tecido subcutâneo. As lesões são de cor esbranquiçadas e secas ou pretas de aparência carbonizadas. 7.3 EXTENSÃO Em rescém nascidos a crianças até 1 ano de idade: Obtida em 09/12/2018 às 12h44min: http://www.google.com.br/images 7.4 ATENDIMENTO À VÍTIMA a. Verificação da segurança do local. b. Extinguir as chamas sobre a vítima ou suas roupas. c. Remover a vitima do ambiente hostil. d. Remover as roupas que não estejam aderidas ao corpo da vitima. e. Promover o resfriamento da área afetada e remoção de fragmentos de roupas ou substâncias que não estejam aderidas ao corpo da vitima. f. Realizar o exame primário. 7.5 CURATIVOS 1. Cobrir a área afetada com compressas estéreis umidecidas com água limpa ou com soro fisiológico (de tratamento médico), e conduzir ao hospital para o centro de tratamento de queimados. Pode-se cobrir o local da área afetada, com um plástico limpo, pois além de não aderir ao ferimento, reterá o local umidecido. 2. Nunca coloque pasta de dentes, borra de café, extrato de tomate, ou outro tipo de substância na queimadura da vítima, você só irá agravar a situação da mesma. http://www.google.com.br/images Obtida em 09/12/2018 às 12h44min: http://www.google.com.br/images 8. TRAUMATISMOS SUPERFICIAIS São lesões ou perturbações produzidas em qualquer tecido pôr um agente externo, podendo este ser físico ou químico. 8.1 CLASSIFCAÇÃO DOS TRAUMATISMOS 1) Fechados: são as contusões – não existe ruptura da pele, a lesão ocorre no tecido adjacente à pele; 2) Abertos: são as feridas – quando ocorre a perda da solução de continuidade da pele. 8.2 CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS QUANTO AO AGENTE VULNERANTE a. Feridas incisas: aquelas que foram produzidas por um agente cortante e afiado. Ex: faca, estilete, bisturi, etc; b. Feridas contusas: feridas que foram produzidas por um agente com superfície romba c. Produzindo bordas muito traumatizadas. Ex.: pedra, pau, soco, etc; d. Feridas perfurantes: produzida por um objeto fino e pontiagudo capaz de perfurar a pele. Ex: prego; e. Ferida penetrante: quando o agente vulnerante atinge a cavidade natural do organismo; f. Ferida transfixante: é quando o agente vulnerante atravessa os tecidos de um órgão em toda sua espessura; g. Escoriações ou abrasões: produzida pelo atrito da pele contra uma superfície aspera; h. Avulção ou amputação: ocorre quando a parte do corpo é cortada ou arrancada; i. Laceração: é produzida por uma ação de pressão ou tração exercida sobre um tecido causando lesões irregulares; http://www.google.com.br/images 8.3 TRATAMENTO BÁSICO O atendimento pré-hospitalar dos ferimentos visa dois objetivos principais: 1. Proteger a ferida contra o trauma secundário e a infecção, através dos curativos. 2. Conter o sangramento. 9 FRATURAS, LUXAÇÕES E EXTORSÕES Podemos definir uma fratura como sendo a perda da continuidade óssea. Quanto ao traço ela pode ser completa (total) ou incompleta (parcial), quanto ao foco pode ser simples (fechada) ou exposta (aberta), quanto a lesões associadas pode ser simples (uma lesão) ou complicada (duas ou mais lesões). Nas fraturas fechadas não há o rompimento da pele sobre a lesão, já nas expostas ocorre tal rompimento, isto é, o osso fraturado fica exposto ao meio ambiente, possibilitando sangramentos e um aumento do risco de infecção. Quando executada de forma adequada, a imobilização alivia a dor, diminui a lesão tecidual, o sangramento e a possibilidade de contaminação de uma ferida aberta. As roupas da vítima devem ser removidas para que o socorrista possa visualizar o local da lesão e poder avaliá-lo mais corretamente. As extremidades devem ser alinhadas, sem, no entanto, tentar reduzir as fraturas expostas. Realize as imobilizações com o auxílio de talas rígidas de papelão ou madeira, ou ainda, com outros materiais improvisados, tais como: pedaços de madeira, réguas, etc. Nas fraturas expostas, antes de imobilizar o osso fraturado, o socorrista deverá cobrir o ferimento com um pano bem limpo ou com gaze estéril umedecido com soro fisiológico, isto diminuirá a possibilidade de contaminação e controlará as hemorragias que poderão ocorrer na lesão. É importante que nas fraturas com deformidade em articulações (ombros, joelhos, etc), o socorrista imobilize o membro na posição em que ele for encontrado, sem mobilizá-lo. A auto-imobilização é uma técnica muito simples, que consiste em fixar o membro inferior fraturado ao membro sadio, ou o membro superior fraturado ao tórax da vítima. É uma conduta bem aceita em situações que requeiram improvisação. Esta técnica é também muito utilizada no atendimento de fraturas nos dedos da mão. Na dúvida, imobilize e tratea vítima como portadora de fratura até que se prove o contrário. 9.1 CUIDADOS ESPECÍFICOS PARA FRATURA EXPOSTA Coloque uma gaze, chumaço ou um pano limpo sobre o ferimento; Fixe firmemente o curativo no lugar, utilizando uma bandagem ou atadura; No caso de hemorragia grave, utilize as técnicas de hemostasia (prioridade); Mantenha o controle cervical e mantenha a vítima consciente; Transporte a vítima somente após imobilizar a parte fraturada; Em caso de amputação, coloque a parte seccionada dentro de um saco plástico que não tenha sido usado. Acondicione o saco com a parte amputada em uma vasilha com gelo e ENVIE COM A VÍTIMA para um hospital. 9.2 SINAIS E SINTOMAS DE FRATURAS a. Dor ou sensibilidade anormal (a vítima pode segurar o local afetado, tentando proteger-se da dor). b. Inchaço no local. c. Deformidade no local. d. Presença de áreas arroxeadas. e. Ausência de movimentos ou enorme dificuldade para movimentar-se. f. Sensação de ossos quebrados sob a pele (crepitação). 9.3 LUXAÇÕES Junta é o local onde dois ossos se tocam. Algumas são fixas (ex.: crânio), onde os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras juntas, chamadas articulações, os ossos são móveis, permitindo ao esqueleto realizar movimentos. Há vários tipos de articulações: a. Tipo "bola-e-soquete" - Nos ombros, possibilitando movimentos giratórios dos braços. b. Tipo "dobradiça" - Nos joelhos e cotovelos, permitindo dobrar. A luxação é uma lesão onde as extremidades ósseas que formam uma articulação ficam deslocadas, permanecendo desalinhadas e sem contato entre si, é caracterizada pela perda da congruência articular, ou seja, “um osso que sai do seu encaixe normal”. O desencaixe de um osso da articulação (luxação) pode ser causado por uma pressão intensa, que deixará o osso numa posição anormal, ou também por uma violenta contração muscular. Com isto, poderá haver uma ruptura dos ligamentos. 9.4 ENTORSES Entorse pode ser definida como uma separação momentânea das superfícies ósseas, ao nível da articulação, também conhecida por torção, é provocada pela movimentação de uma articulação além dos seus limites (capacidade) fisiológicos. A lesão provocada pela deformação brusca, geralmente produz o estiramento dos ligamentos na articulação ou perto dela. Os músculos e os tendões podem ser estirados em excesso e rompidos por movimentos repentinos e violentos. Uma lesão muscular poderá ocorrer por três motivos distintos: distensão, ruptura ou contusão profunda. A entorse manifesta-se por um dor de grande intensidade, acompanhada de inchaço e equimose no local da articulação. O socorrista deve evitar a movimentação da área lesionada, pois o tratamento da entorse também consiste em imobilização e posterior encaminhamento para avaliação médica. Em resumo, o objetivo básico da imobilização provisória consiste em prevenir a movimentação dos fragmentos ósseos fraturados ou luxados. A imobilização diminui a dor e pode ajudar a prevenir também uma futura lesão de músculos, nervos, vasos sangüíneo, ou ainda, da pele em decorrência da movimentação dos fragmentos ósseos. 9.5 CONTUSÕES É uma área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. Pode apresentar sinais semelhantes aos da fratura fechada. Se o local estiver arroxeado, é sinal de que houve hemorragia sob a pele (hematoma). 10 CRISE CONVULSIVA A convulsão é uma desordem cerebral. Durante um breve período de tempo, o cérebro deixa de funcionar normalmente e passa a ter uma atividade anormal enviando estímulos desordenados ao resto do corpo, iniciando as crises convulsivas, também conhecidas como ataque. As crises convulsivas podem se manifestar de várias maneiras, mas o tipo mais comum em que geralmente se solicita ajuda é conhecida como “GRANDE MAL”, ou “CRISE CONVULSIVA TÔNICA-CRÔNICA”, que pode fazer com que a pessoa caia no chão, ficando com o corpo rígido e comece com movimentos desordenados e involuntários com perda de consciência. Outros tipos de epilepsia são o “PEQUENO MAL” ou “CRISES DE AUSÊNCIA”, onde a pessoa fica com o olhar fixo por alguns instantes e sem responder ou se lembrar daquele desligamento. Existem vários outros tipos de crise. São inúmeras as causas de crise convulsiva, dentre elas podemos citar as complicações durante o parto, meningites, intoxicação por drogas ou álcool, tumores cerebrais, trauma craniano, acidente vascular encefálico (AVE). 10.1 ATENDIMENTO Manter-se calmo e procurar acalmar os demais; Colocar algo macio sob a cabeça da vítima; Remover da área objetos que possam vir a ferir o paciente; Afrouxar as roupas, deixando a vítima confortável; Girar o paciente para o lado (90º) para que a saliva e o relaxamento da língua não dificultem a respiração; Não introduzir nada pela boca, também não prenda a língua com colher ou com qualquer outro objeto, pois não existe o perigo da vítima engolir a língua; Não tentar fazê-lo voltar a sí, lançando-lhe água ou obrigando-o a tomá-la; Não o agarrar na tentativa de mantê-lo quieto; Ficar ao seu lado até que sua respiração volte ao normal e ele se levante; Caso o ataque demore indefinidamente, ou seja, ataques sucessivos, ou a pessoa não recupere a consciência, reporte ao atendimento médico. 11 SÍNCOPE Qualquer tipo de perda de consciência de curta duração que não necessite de manobras especifica para recuperação. O termo lipotímia tem sido utilizado para designar episódio de perda incompleta da consciência. A causa fundamental da síncope é a diminuição da atividade cerebral, e pode ser classificada em: A. Síncope Vasogênica - é a mais frequente. Queda súbita da P.A., cuja a causa pode ser emocional, dor súbita, esforço físico, ambiente lotado, cena de sangue, calor excessivo. O episódio sincopal surge geralmente quando a vítima esta em pé. O paciente pode apresentar-se pálido, frio, com respiração suspirosa – após alguns minutos ocorre tontura, visão embaraçada e súbita perda de consciência. B. Síncope Metabólica – Quando a causa é a alteração metabólica como na diabete ou na hipoglicemia. C. Síncope Neurogênica - Agressão direta ao encéfalo como no trauma, intoxicações, hipertensão intracraniana, etc. 11.1 ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA 1. Mantê-lo deitado, preferencialmente com a cabeça abaixo do corpo; se estiver deitado eleve os membros inferiores aproximadamente 20cm do solo, mantê-lo deitado por alguns minutos mesmos após a vítima se recuperar; 2. Arejar o local em que se encontra a vítima; 3. Liberar vestimentas que estejam apertadas; 4. Não dar nada para o paciente comer ou beber; 5. Informar-se sobre o histórico da vítima (doenças, medicamentos utilizados, etc), reportar ao médico tais informações. 12. ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS Animais peçonhentos - São aqueles que possuem glândula de veneno que se comunica com dentes ocos, ferrões ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente. Ex: Serpentes. aranhas, escorpiões, arraias, etc. Animais venenosos - São aqueles que possuem veneno mas não possuem um aparelho inoculador (dentes ou ferrões), provocando envenenamento por contato (lagartas) por compressão (sapos) ou por ingestão (peixe-baiacu). 12.1 OFÍDIOS (Serpentes) Para sabermos se uma serpente é peçonhenta ou não, três características são fundamentais: 1. presença de fosseta loreal ou lacrimal; 2. presença de guizo ou chocalho no final da cauda; 3. presença de anéis coloridos (vermelho, preto ou amarelo). A fosseta loreal é um órgão termo-sensorial entre o olho e a narina, que permite à serpente detectar variações mínimas de temperatura no ambiente. No Estado de Mato Grosso do Sul existem os seguintes gêneros: - Bothrops ( possui 14 espécies representantes ) - Crotalus ( possui 01 espécie representante ) - Micrurus ( possui 13 espécies representantes ) - Lachesis( com um único representante, a surucucu, que é a maior serpente peçonhenta do Brasil). GÊNERO BOTHROPS - pertencem a este grupo a jararaca, urutu, cruzeira, cotiara, jararacuçu, etc. Possuem fosseta loreal ou lacrimal e tendo a extremidade da cauda com escamas: são de cor geralmente parda e vivem em locais úmidos, podem atingir na idade adulta o tamanho de 40 cm a 2m. Agressivas, seu veneno possui ação proteolítica e hemorrágica. JARARACA QUADRO CLÍNICO Manifestações locais: (edema, eritema, dor) de instalação precoce e caráter evolutivo com aparecimento de equimose, bolhas. sangramento no local da picada e necrose. Nos acidentes causados por filhotes as manifestações locais podem estar ausentes. Manifestações Sistêmicas (gerais): náuseas, vômitos, sudorese, hipotermia, hipotensão arterial, choque anafilático, hemorragias a distância (epistaxes, sangramento gengival, digestivo, hematúria) e insuficiência renal aguda. MEDIDAS GERAIS 1. Lave o local da picada (água e sabão); 2. NÃO faça cortes, perfurações, torniquetes, nem coloque outros produtos sobre a lesão; 3. Mantenha o acidentado calmo e imóvel: 4. Transporte a vítima levando, se possível, o animal agressor, mesmo morto, para facilitar o diagnóstico e a escolha do soro mais adequado. TRATAMENTO O único tratamento específico é a administração do soro, com a maior brevidade possível, via endovenosa em dose única. GÊNERO CROTALUS - é o grupo das cascavéis. CASCAVEL Sua característica mais importante é a presença de guizo ou chocalho na ponta da cauda. Possuem fosseta loreal, atingem na idade adulta 1,6 m de comprimento, vivem em lugares secos, regiões pedregosas e pastos, não sendo encontradas nas regiões litorâneas. São menos agressivas que as jararacas. Seu veneno possui ação neurotóxica, miotóxica (lesão da musculatura esquelética) e coagulante. QUADRO CLÍNICO Manifestações locais: ausentes ou pouco intensas, edema e parestesias (formigamento) discretos, pouca dor. Manifestações sistêmicas: Sintomas gerais: Cefaléia, náusea, prostração, sonolência. Diplopia (visão dupla), visão turva, midriase, ptose palpebral (queda da pálpebra), dificuldade para deglutir, mialgias (dores musculares), e urina escura. TRATAMENTO Soroterapia específica com soro anti-crotálico (SAC). Em caso de dúvidas quanto ao agressor, pode ser utilizado o soro anti Botrópico-Crotálico (SABC). GÊNERO MICRURUS - é o grupo das corais. COBRA CORAL São serpentes peçonhentas que não possuem fosseta loreal (isto é uma EXCEÇÃO), e não tem um aparelho inocular de veneno tão eficiente quanto as jararacas e cascavéis, o veneno é inoculado através de dentes pequenos e fixos. Possuem um padrão de cor VERMELHO (ou alaranjado), BRANCO (ou amarelo) e PRETO. Habitam preferencialmente buracos tornando os acidentes raros, mas muito graves pela característica de seu veneno de provocar parada respiratória. O veneno deste gênero possui uma elevada toxicidade, de características neurotóxica e miotóxica. QUADRO CLÍNICO Manifestações locais: em geral ausentes. Manifestações Sistêmicas: vômitos, salivação, ptose palpebral, sonolência, perda de equilíbrio, fraqueza muscular, midríase, paralisia flácida que pode evoluir comprometendo a musculatura respiratória com apnéia e insuficiência respiratória aguda. Todos os casos devem ser considerados graves. TRATAMENTO Soro anti-elapídico via endovenosa. 12.2 ARANHAS Aranha marrom (Loxosceles) pequena (4cm), pouco agressiva com hábitos noturnos, encontrada em pilhas de tijolos, telhas e no interior das residências, atrás de móveis, cortinas e eventualmente nas roupas. ARANHA MARROM QUADRO CLÍNICO A picada ocorre em geral quando a aranha é comprimida contra o corpo (ao vestir-se ou ao deitar), não produz dor imediata. A evolução é mais freqüente para a forma “cutânea” evoluindo para eritema (vermelhidão), edema duro e dor local (6h-12h), em 24h a 36h aparece um ponto de necrose central (escuro) circundando por um halo isquêmico (claro) - LESÃO EM ALVO - até 72h febre, mal estar e ulceração local. Na forma “cutâneo-visceral” (mais grave), alem do quadro acima 12h a 24h após a picada surgem: febre, cefaléia, náuseas, vômitos, URINA ESCURA (cor de lavado de carne). ANURIA e INSUFICIENCIA RENAL AGUDA. TRATAMENTO Local: antissepsia, curativo local, compressas frias. Medidas de suporte e soroterapia específica. ARANHA ARMADEIRA Aranha muito agressiva encontrada em bananeiras. folhagens, entre madeiras e pedras empilhadas e no interior das residências. Tem coloração marrom-escura com manchas claras e atingem 12 cm de diâmetro. QUADRO CLÍNICO Predominam as manifestações locais. A dor é imediata e em geral intensa, podendo irradiar para a raiz do membro acometido. Ocorrem edema, eritema. parestesia e sudorese no local da picada, aonde podem ser encontradas duas marcas em forma de pontos. Pode ocorrer, especialmente em crianças, sudorese, náuseas, vômitos, hipotensão e choque. TRATAMENTO Sintomático e nos casos mais graves está indicada a soroterapia específica. ARANHA TARÂNTULA Aranha pouco agressiva com hábitos diurnos, encontrada em jardins, gramados e residências. NÃO FAZ TEIA. Causam acidentes leves, sem necessidade de tratamento específico. Sintomas: geralmente sem sintomas, pode haver pequena dor local, havendo a possibilidade de evoluir para necrose local. TRATAMENTO Analgésicos 12.3 ESCORPIÕES Existem diversas espécies, mas somente o gênero Titvus tem interesse médico. O escorpião amarelo (T. serrulatus) é o responsável pela maioria dos casos graves em nosso meio: o veneno do escorpião preto (bothriurus) é menos tóxico provocando apenas sintomas locais. Os escorpiões picam com a cauda; medem de 6 a 8 cm e têm hábitos noturnos escondendo-se durante o dia sob cascas de árvores, pedras, troncos e dentro de residências. 12.4 INSETOS LAGARTAS Também chamadas de taturanas, lagartas de fogo ou orugas, são larvas de mariposas e medem 6 a 7 cm. possuem o corpo revestido de espinhos urticantes que contêm uma poderosa toxina. Sua cor é marrom esverdeada ou marrom amarelada com listas longitudinais castanho escuras. Vivem durante o dia nos troncos de árvores, onde causam acidentes em contato com seus espinhos, podendo surgir manifestações hemorrágicas como manchas pelo corpo, sangramentos gengivais, pelo nariz, pela urina e por ferimentos recentes; os casos mais graves podem evoluir para insuficiência renal e morte. 13. INTOXICAÇÕES EXÓGENAS Venenos são substâncias químicas que podem causar dano ao organismo. Os envenenamentos/intoxicações são na sua maioria acidentais, mas resultam também de tentativas de suicídios e mais raramente até de tentativas de homicídio. Os antídotos (antagonista específicos dos venenos) eficazes não são muitos, mas é MUITO IMPORTANTE tentar identificar a substância responsável pelo envenenamento o mais breve possível. Caso isso não seja possível no início, posteriormente devem ser feitas tentativas de obter informações e ou amostra da substância e da circunstância em que ocorreu o envenenamento. Um envenenamento pode penetrar no organismo por diversos meios ou VIAS de ADMINISTRAÇÃO. Podendo ser: a- Ingeridos- Ex: medicamentos, substâncias químicas industriais, derivados de petróleo, agrotóxicos, raticidas, formicidas, plantas, alimentos contaminados (toxinas). b- Inalado- gases e poeiras tóxicas. Ex: monóxido de carbono, amônia, agrotóxicos, colas base de tolueno (cola de sapateiro), acetona, benzina, éter, G.L.P. (gás de cozinha), fluido de isqueiro e outras substâncias voláteis, gases liberados durante a queima de diversos materiais (plásticos, tintas, componentes eletrônicos) etc. c- Absorvidos- Inseticidas agrotóxicos e outras substâncias químicas que podem penetrar no organismopela pele ou mucosas. d- Injetados- Toxinas de diversas fontes como, aranhas, escorpiões ou drogas injetadas por meio de seringas com agulhas. 13.1 ABORDAGEM INICIAL À VÍTIMA Verifique inicialmente se o local é seguro, procure identificar a via de administração e o veneno em questão. Aborde a vítima como de costume, identifique-se e faça o exame primário, esteja preparado para intervir com manobras para liberação das vias aéreas e de R.C.P., caso seja necessário. Proceda ao exame secundário e remova a vítima do local. Há situações em que a vítima deve ser removida imediatamente para diminuir a exposição ao veneno e preservar a segurança da equipe. Se o veneno for ingerido e a vítima estiver CONSCIENTE E ALERTA dê dois ou três copos de água para a vítima beber, isto diluíra o veneno. Se a ingestão ocorreu há menos de quatro horas, INDUZA O VÔMITO, mas CUIDADO existem casos em que isto NÃO deve ser feito, como nos casos de ingestão de derivados de petróleo (gasolina, querosene, etc.) de corrosivos como soda cáustica e quando a vítima está sonolenta ou comatosa. Nos casos indicados, o vômito pode ser obtido pela estimulação cuidadosa do retro faringe com o dedo ou cabo rombo de colher, após a ingestão de um ou dois copos de água. Existem medicamentos emetizantes (que provocam vômito) dos qual o mais comum é o XAROPE de IPECA que é eficaz e praticamente atóxico, embora não deva ser utilizado em crianças menores de 2 anos, em gestantes e cardiopatas. Caso o vômito não ocorra em 30 minutos pode se repetir a dose, se em duas horas não ocorrer de ser realizada uma lavagem gástrica. 1) Comunique os dados á central. 2) Administre oxigênio e transporte a vítima em decúbito lateral, para prevenir a aspiração no caso de vômitos. Leve para o hospital qualquer objeto que possa obter amostra do veneno (frasco, roupas, vômito). 3) Esteja certo de que a vítima que você esta atendendo é a única intoxicada. 13.2 SINAIS E SINTOMAS MAIS COMUNS EM VÍTIMAS DE INTOXICAÇÃO Queimaduras ou manchas ao redor da boca; Odores característicos do produto ingerido; Respiração anormal; Alterações pupilares; Pulso irregular; Pele (pálida, vermelha ou cianótica); Alterações da consciência; Estado de choque; Vômitos; Dor de cabeça e abdominal. E-mail: cleitontravasso@gmail.com
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