Buscar

APOSTILA PRIMEIROS SOCORROS

Prévia do material em texto

APOSTILA DE 
PRIMEIROS SOCORROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLEITON TRAVASSO- ENFERMEIRO 
ESPECIALISTA EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
ESPECIALISTA EM ENFERMAGEM DO TRABALHO 
ESPECIALISTA EM RESGATE 
ESPECIALISTA EM U.T.I 
 
SUMÁRIO 
1 ANATOMIA E FISIOLOGIA ........................................................................... 03 
 1.1 Divisão do corpo humano ..................................................................... 03 
2 SINAIS VITAIS .............................................................................................. 06 
 2.1 Temperatura ........................................................................................... 06 
 2.2 Pulso ....................................................................................................... 06 
 2.3 Respiração ............................................................................................. 07 
 2.4 Pressão arterial ..................................................................................... 08 
3 ATENDIMENTO INICIAL A VÍTIMA TRAUMATIZADA ............................... 09 
 3.1 Abordagem Primária ............................................................................. 09 
 3.2 Abordagem Secundária ........................................................................ 10 
4 OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS ............... 10 
 4.1 Procedimento para Desobstrução das Vias Aéreas .......................... 11 
5 REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RPC) .............................................. 12 
 5.1 Respiração Artificial .............................................................................. 12 
 5.2 Compressão Torácica ........................................................................... 13 
 5.3 Procedimento para realização da RPC ................................................ 13 
6 HEMORRAGIA .............................................................................................. 14 
 6.1 Tipos de Hemorragia ............................................................................. 14 
 6.2 Sinais e Sintomas de Hemorragia ........................................................ 14 
 6.3 Controle de Hemorragia Externa ......................................................... 15 
7 QUEIMADURAS ............................................................................................ 16 
 7.1 Causas de uma Queimadura ................................................................. 16 
 7.2 Profundidade .......................................................................................... 16 
 7.3 Extensão .............................................................................,................... 17 
 7.4 Atendimento a Vítima de Queimadura ................................................. 17 
 7.5 Curativos ................................................................................................ 17 
8 TRAUMATISMOS SUPERFICIAIS ............................................................... 17 
 8.1 Classificação dos Traumatismos ......................................................... 18 
 8.2 Classificação das Feridas quanto ao Agente Vulnerante ................. 18 
 8.3 Tratamento Básico ................................................................................ 18 
9 FRATURAS, LUXAÇÕES E ENTORSES ..................................................... 19 
 9.1 Cuidados Específicos para Fratura Exposta ....................................... 19 
 
 
 9.2 Sinais e Sintomas de Fraturas .............................................................. 20 
 9.3 Luxações ................................................................................................. 20 
 9.4 Entorses .................................................................................................. 21 
 9.5 Contusões ............................................................................................... 21 
10 CRISE CONVULSIVA .................................................................................... 21 
 10.1 Atendimento .......................................................................................... 22 
11 SÍNCOPE ....................................................................................................... 23 
 11.1 Atendimento de Emergência ............................................................... 23 
12 ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHETOS ............................................... 23 
 12.1 Ofídios – serpentes .............................................................................. 24 
 Gênero Bothrops ......................................................................................... 24 
 Gênero Crotalus .......................................................................................... 25 
 Gênero Micrurus .......................................................................................... 26 
 12.2 Aranhas ................................................................................................. 26 
 Aranha Marron .............................................................................................. 26 
 Aranha Armadeira ........................................................................................ 27 
 Aranha Tarântula ......................................................................................... 27 
 12.3 Escorpiões ........................................................................................... 28 
 12.4 Insetos .................................................................................................. 28 
 Lagartas ........................................................................................................ 28 
13 INTOXICAÇÕES EXÓGENAS ...................................................................... 28 
 13.1 Abordagem Inicial a Vítima ................................................................. 29 
 13.2 Sinais e Sintomas mais comuns em vítima de intoxicação ............. 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. ANATOMIA E FISIOLOGIA 
A anatomia é a ciência que estuda a estrutura do corpo humano e a 
fisiologia o seu funcionamento; ambas são essenciais para quem trabalha no 
atendimento a vítimas de trauma ou problemas clínicos. O conhecimento de 
anatomia é utilizado para classificar e descrever as lesões de acordo com sua 
localização, para prever lesões de órgãos internos baseando-se na localização 
externa da lesão e para aplicar corretamente técnicas de exame e de tratamento 
da vítima. O conhecimento de fisiologia é importante para se entender as 
alterações no funcionamento normal do organismo decorrentes do trauma e as 
medidas que são tomadas para se tentar reverter estas alterações. O socorrista 
que se propõe a atender vítimas de trauma e não conhece anatomia e fisiologia é 
como um mecânico que quer consertar automóveis sem conhecer suas partes e o 
seu funcionamento. 
 
1.1 DIVISÃO DO CORPO HUMANO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obtida em 08/12/2018 às 18h32min: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-muscular/sistema-
muscular-5.php 
O corpo humano divide-se em cabeça, tronco e membros. 
A cabeça é dividida em duas partes: crânio e face. Uma linha imaginária 
passando pelo topo das orelhas e dos olhos é o limite aproximado entre estas 
duas regiões. O crânio contém o encéfalo no seu interior, na chamada cavidade 
craniana. As lesões crânio encefálicas são as causas mais freqüentes de óbito nas 
vítimas de trauma. A face é a sede dos órgãos dos sentidos da visão, audição, 
olfação e paladar. Abriga as aberturas externas do aparelho respiratório e 
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-muscular/sistema-muscular-5.php
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-muscular/sistema-muscular-5.php
digestivo. As lesões da face podem ameaçar a vida devido ao sangramento e 
obstruçãodas vias aéreas. 
O tronco é dividido em pescoço, tórax, abdome e pelve. O pescoço 
contém várias estruturas importantes. É suportado pela coluna cervical que abriga 
no seu interior a porção cervical da medula espinhal. As porções superiores do 
trato respiratório e digestivo passam pelo pescoço em direção ao tórax e abdome. 
Contém também vasos sanguíneos calibroso responsáveis pela irrigação da 
cabeça. As lesões do pescoço de maior gravidade são as fraturas da coluna 
cervical com ou sem lesão medular, as lesões do trato respiratório e as lesões de 
grandes vasos com hemorragia severa. 
O tórax contém no seu interior, na chamada cavidade torácica, a parte 
inferior do trato respiratório (vias aéreas inferiores), os pulmões, o esôfago, o 
coração e os grandes vasos sangüíneos que chegam ou saem do coração. É 
sustentado por uma estrutura óssea da qual fazem parte a coluna vertebral 
torácica, as costelas, o esterno, as clavículas e a escápula. As lesões do tórax são 
a segunda causa mais frequente de morte nas vítimas de trauma. 
O abdome está separado internamente do tórax pelo músculo diafragma e 
contém basicamente órgãos do aparelho digestivo e urinário, portanto, da digestão 
e excreção. Possui no seu interior grandes vasos que irrigam as vísceras 
abdominais e os membros inferiores. É sustentado pela coluna vertebral posterior 
e por uma resistente camada músculo-aponeurótica anterior e lateral. As lesões 
do abdome podem levar a graves hemorragias devido a lesões de grandes vasos 
ou de vísceras bastante vascularizadas como o fígado, baço e rins e a infecções 
pelo vazamento do conteúdo contaminado das vísceras ocas para o interior da 
cavidade abdominal. 
A pelve liga o abdome aos membros inferiores e contém, na chamada 
cavidade pélvica, a porção distal do tubo digestivo e do aparelho urinário e o 
aparelho reprodutor masculino e feminino. As fraturas da pelve óssea são 
frequentes e muitas vezes graves devido à intensa hemorragia interna ou externa 
resultante. 
O corpo humano possui um par de membros superiores e um de 
membros inferiores. As lesões de membros estão entre as mais frequentes e 
possuem risco de vida se envolverem vasos sanguíneos calibroso. 
Com fins didáticos, abordaremos a anatomia e fisiologia na mesma 
seqüência utilizada na avaliação e manejo inicial das vítimas de trauma, ou seja: 
vias aéreas, aparelho respiratório, aparelho circulatório, sistema nervoso e 
exposição (restante da anatomia e fisiologia relevantes). Como a anatomia e a 
fisiologia são intimamente relacionadas falaremos algumas vezes sem separá-las. 
O organismo humano consiste em um complexo conjunto de órgãos 
agrupados em aparelhos ou sistemas. Os órgãos são formados por pequenas 
unidades vivas chamadas células. Todas as células do organismo humano 
necessitam de um suprimento de oxigênio e outros nutrientes para obter energia, 
para manter sua integridade estrutural e para sintetizar as substâncias essenciais 
à sua função e a do organismo. A produção de energia, a regulação da atividade 
celular e a síntese de substâncias são realizadas através de reações químicas; o 
conjunto destas reações químicas que ocorrem no organismo é chamado de 
metabolismo. As reações químicas intracelulares produzem substâncias 
(resíduos ou catabólitos), entre as quais o dióxido de carbono, que necessitam ser 
eliminadas porque o seu acúmulo leva à disfunção celular e finalmente à morte 
celular. Tanto o suprimento de oxigênio e nutrientes quanto à retirada dos 
resíduos é feita pelo sangue. 
O sangue se abastece de oxigênio e se desfaz do dióxido de carbono nos 
pulmões e se abastece de nutrientes através da absorção de alimentos digeridos 
no tubo digestivo. Certas células são mais dependentes de um suprimento 
contínuo de oxigênio do que outras: as fibras musculares cardíacas toleram 
apenas alguns segundos sem oxigênio e os neurônios cerebrais de 4 a 6 minutos. 
Algumas outras células podem passar períodos maiores sem oxigênio e ainda 
assim sobreviverem como as células musculares e da pele, por exemplo. A falta 
de oxigênio por um tempo acima do tolerável leva à morte celular que, por 
conseguinte, leva à morte de órgãos e finalmente à morte do organismo. 
 
2. SINAIS VITAIS 
Os sinais vitais são indicadores das funções vitais do corpo e podem 
orientar o diagnostico inicial e acompanhar a evolução do quadro clínico de uma 
vítima. Os sinais vitais são: pulso, temperatura, pressão arterial e respiração. 
 
2.1 TEMPERATURA 
A temperatura é influenciada por meios físicos e químicos e o controle é 
feito através de estimulação do sistema nervoso. A temperatura reflete o 
balanceamento entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo. 
No termômetro, a graduação varia de 34ºc à 42ºc, pois raramente o 
homem sobrevive acima ou abaixo dessas temperaturas. 
 
 
 
 
 
Obtida em 09/12/2010 às 10h32min: http://www.google.com.br/images 
 
TABELA 1: Valores de referência de Temperatura (Cº) para crianças e adultos. 
 
 
 
 
 
Variações de 0,3ºc a 0,6ºc da média da temperatura são consideradas 
normais. As crianças têm temperaturas mais altas que os adultos, pois seu 
metabolismo é mais acelerado. 
A temperatura corporal pode se elevar em situações de infecção, medo, 
ansiedade, etc. Exposição ao frio, estado de choque, hemorragias, são causas de 
temperatura abaixo do normal. 
 
2.2 PULSO 
O pulso nada mais é do que a pressão do sangue contra a parede arterial 
em cada batimento cardíaco. Os locais mais comuns para a obtenção de pulso 
Pontos de aferição Adulto Criança 
Oral 37ºc 37,4ºc 
Retal 37,5ºc 37,8ºc 
Axilar 36,7ºc 37,2ºc 
http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&source=imghp&biw=1020&bih=581&q=termometro&gbv=2&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai
são nas artérias carótida, radial, femoral e braquial. O pulso aferido pela ausculta 
cardíaca é denominado de pulso apical. A taquicardia é o aumento da freqüência 
normal do pulso, já a bradicardia é a diminuição da freqüência normal do pulso. 
 
TABELA 2: Valores de referência para índice normais de pulso. 
ÍNDICES NORMAIS DE PULSO 
 Adulto 60 a 100 batimentos por minuto 
Crianças 80 a 120 batimentos por minuto 
Bebês 100 a 160 batimentos por minuto 
 
 
 
 
Obtida em 09/12/2010 às 10h35min: http://www.google.com.br/images 
 
2.3 RESPIRAÇÃO 
O termo respiração inclui a entrada de oxigênio na inspiração e eliminação 
do dióxido de carbono na expiração. A freqüência respiratória varia de crianças 
para adultos de acordo com a tabela abaixo: 
 
TABELA 3: Valores de referência para índice normais de respiração. 
ÍNDICES NORMAIS DE RESPIRAÇÃO 
Bebê 30 a 60 movimentos respiratórios por minuto 
Crianças 20 a 30 movimentos respiratórios por minuto 
Adulto 12 a 20 movimentos respiratórios por minuto 
 
 
 
Obtida em 09/12/2010 às 10h38min: http://www.google.com.br/images 
 
Alguns fatores podem alterar os valores normais de respiração, como por 
exemplo: exercícios físicos, hábito de fumar, medicamentos, fatores emocionais e 
http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&gbv=2&tbs=isch:1&&sa=X&ei=vtsATfSLD4GBlAegwenSAw&ved=0CDEQBSgA&q=pulso+carot%C3%ADdeo&spell=1&biw=1004&bih=581
http://www.google.com.br/images
outros. Os termos empregados nas alterações dos padrões respiratórios são os 
seguintes: 
 Apnéia: cessação intermitente ou persistente da respiração; 
 Bradnéia: respiração lenta e regular; 
 Taquipnéia: respiração rápida e regular; 
 Dispnéia: respiração difícil que exige esforço aumentado e uso de músculos 
acessórios. 
 
2.4 PRESSÃO ARTERIAL 
A pressão arterial (ou pressão sanguínea) é resultante da força exercida 
pelo sangue contra as paredes da artéria. 
A pressão arterial varia de acordo com a idade, porém ocorre o aumento 
da pressão arterial devido aos seguintes fatores: esforços físicos, susto, estresse, 
medo, etc. Embora a pressão alta, muitas vezes não manifeste sintomas, ela pode 
ocasionar doenças dehipertensão como o aneurisma, doenças coronárias, 
hemorragia cerebral, distúrbios de retina, colapso renal e outras. A pressão arterial 
baixa ou hipotensão pode ser ocasionada por hemorragia, estado de choque, etc. 
Para aferir a P.A, o manguito do esfigmomanômetro é colocado em 
qualquer um dos braços e inflado através da pêra para apertá-lo, interrompendo a 
pulsação, o que se houve com o estetoscópio. Então o manguito vai sendo 
esvaziado, até os batimentos cardíacos voltarem a serem ouvidos pelo 
estetoscópio, tem-se aí a pressão sistólica (ou máxima), e quando o som dos 
batimentos desaparecerem novamente afere-se a diastólica (ou mínima). 
 
TABELA 4: Valores de referência para índice normais pressão arterial 
 
 
VALOR NORMAL DA P.A. 
4 anos 85/60 mm Hg 
6 anos 95/62 mm Hg 
12 anos 108/67 mm Hg 
Adulto 120/80 mm Hg 
 
 
 
 
 
Obtida em 09/12/2018 às 10h52min: http://www.google.com.br/images 
 
3. ATENDIMENTO INICIAL A VÍTIMA TRAUMATIZADA 
Antes de iniciar o atendimento propriamente dito, verifique as condições 
de segurança para você, para a vítima e os demais na cena do acidente. 
Simultaneamente verifique a cena do acidente e colha informações sugestivas de 
mecanismo de lesões. Em seguida aproxime-se da vítima e, imobilize a sua 
cabeça com uma das mãos (da forma que ela estiver posicionada), diga quem 
você é, e que pretende ajudá-la, com isto você estará iniciando o exame primário. 
 
3.1 ABORDAGEM PRIMÁRIA 
a) Visa identificar e manejar situações de ameaça a vida; 
b) É feita sem mover a vítima de sua posição inicial, salvo haja necessidade de 
intervir em alguns passos, por exemplo: desobstrução de vias aéreas; 
c) É sempre feita seguindo uma sequência fixa de passos; 
d) Só se passa para o passo seguinte depois de concluído o anterior; 
e) Muitas vezes, na prática, alguns passos podem ser avaliados simultaneamente. 
EXAME PRIMÁRIO 
1º - Segurança no local; 
2º - Controle de grandes hemorragias exsanguinante; (X) 
3º - Controle da coluna cervical e faça a sua identificação para a vítima; (A) 
4º - Verificação das vias aéreas; (A) 
5º - Verificação da respiração; (B) 
6º - Verificação da circulação – pulso central; (C) 
7º - Avaliação do estado neurológico; (D) 
8º - Evitar a exposição da vítima. (E) 
Obs.: uma pessoa só consegue falar se tiver ar nos pulmões e este ar passar 
pelas cordas vocais. Portanto, se a vítima responder normalmente, verifica-se que 
http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&biw=1020&bih=581&gbv=2&tbs=isch:1&&sa=X&ei=Rt0ATdq4K4aBlAeTzuh2&ved=0CDEQBSgA&q=aferir+pa&spell=1
as vias aéreas estão permeáveis e respiração espontânea, siga para o 6º passo 
da abordagem primária. 
 
 
3.2 ABORDAGEM SECUNDÁRIA 
a) Só se inicia depois de completada a abordagem primária; 
b) Examinar todos os seguimentos do corpo, sempre na mesma ordem (exame 
segmentar): crânio, face, pescoço, tórax, abdome, quadril, membros inferiores, 
membros superiores e dorso; 
c) Realizar inspeção e palpação, buscando: ferimentos, simetria, deformidade, 
crepitação, rigidez, alinhamento, temperatura, sudorese e flacidez; 
d) Finalizar com a verificação dos sinais vitais. 
 
4. OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS 
A causa mais frequente de alterações das vias aéreas (obstrução) em 
vítimas de trauma é a inconsciência que provoca o relaxamento da língua que se 
projeta contra a orofaringe (fundo da garganta), nas vítimas em decúbito dorsal, 
impedindo a passagem de ar nas vias aéreas superiores para as vias aéreas 
inferiores. 
Avaliar e controlar as vias aéreas são condutas rápidas e simples, e não 
necessitam inicialmente de qualquer equipamento, bastando para tal a aplicação 
de técnicas manuais de controle e desobstrução de vias aéreas que não devem 
ser retardadas na espera de equipamento ou de pessoal. 
As vias aéreas são divididas em: 
1) Vias aéreas superiores: 
- Nariz / boca 
- Laringe: - Nasofaringe; 
 - Orofaringe; 
 - Hipofaringe. 
Obtida em 08/12/2010 às 18h33min: 
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-respiratorio/sistema-respiratorio-2.php 
2) Vias aéreas inferiores: 
- Faringe / traquéia; 
- Brônquios / bronquíolos; 
- Alvéolos pulmonares. 
Métodos de desobstrução de vias aéreas: 
1) Quando ocorrer obstrução por líquidos: 
- Realizar o rolamento 90º; 
2) Obstrução por sólidos: 
- Realizar a remoção manual; 
- Aplicar a manobra de Heimlich. 
As manobras de Heimlich são realizadas manualmente para a 
desobstrução das vias aéreas provocadas por sólidos, e consistem em 
compressões abdominais. 
 
4.1 PROCEDIMENTO PARA DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS ÁREAS 
1) Vítima em pé ou sentada: 
Posicionar-se atrás da vítima abraçando-a em torno do abdome, segure o punho 
fechado com a sua outra mão, e aplique-lhe 05 (cinco) compressões num ângulo 
de 45º contra o abdome no sentido de baixo para cima. 
Obs.: se a vítima estiver em pé, ampliar a sua base de sustentação afastando as 
suas pernas, mantendo uma delas entre as pernas da vítima, para que se evite a 
queda da mesma em caso de inconsciência. 
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-respiratorio/sistema-respiratorio-2.php
 
Obtida em 09/12/2010 às 11h38min: http://www.google.com.br/images 
 
2) Vítima deitada: 
Posicione a vítima em decúbito dorsal e ajoelhe ao lado da mesma ou a cavaleiro 
sobre ela. Posicione a palma da mão (região hipo-tenar) sobre o abdome da vítima 
entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical, mantendo as mãos sobrepostas, e 
aplique 5 compressões abdominais no sentido do tórax. 
 
 
 
 
 
 
Obtida em 09/12/2010 às 11h34min: http://www.google.com.br/images 
5. RCP 
Ressuscitação cardiorespiratória são manobras realizadas para 
restabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea, tais como respiração 
artificial e massagem cardíaca externa, manobras estas utilizadas nas vitimas em 
parada cardiorespiratória (morte clinica). Os melhores resultados são conseguidos 
quando as manobras de RCP são iniciadas nos primeiros quatro minutos da 
parada cardiorespiratória, pode existir dúvida quanto ao tempo exato de parada 
cardiorespiratória quando da abordagem da vitima, nesse caso deve se iniciar as 
manobras de RCP e posteriormente reavaliar a continuidade. 
 
5.1 COMPRESSÃO TORÁCICA 
 Compressões torácicas externas são iniciadas se nenhum pulso é 
palpável. Esta técnica consiste na compressão rítmica da metade inferior do 
http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&gbv=2&biw=1004&bih=581&tbs=isch:1&q=manobra+de+heimlich&revid=2114196692&sa=X&ei=W94ATd79FoKClAfbu5WgCA&ved=0CDEQ1QIoAA
http://www.google.com.br/imagesWgCA&ved=0CDEQ1QIoAA
esterno do paciente e frequência de no mínimo 100 a 120 vezes por minuto. A 
relação compressão/ventilação deve ser 30/2 para socorristas leigos treinados e 
profissionais de saúde, desde que tenham o equipamento de ventilação artificial. 
Para socorristas leigos treinados apenas em compressões torácicas, recomenda- 
apenas compressões torácicas durante 2 minutos, após 02 minutos, avalia-se a se 
se houve volta do pulso, não pode passar de 10 segundos essa avaliação, caso 
não há pulso, novamente 02 minutores de compressões torácicas. 
Profundidade do toráx: adulto 05 a 06 cm e crianças 04 a 05 cm. 
 
 
 
 
Obtida em 09/12/2018 às 11h34min: http://www.google.com.br/images 
 
 
5.2 PROCEDIMENTO PARA REALIZAÇÃO DE RCP 
Quando for observado que uma vitima não apresenta pulso, respiração ou 
Gasping , deve se iniciar imediatamente a RCP: CAB (compressão, via aérea e a 
respiração) 
1º passo - colocar a vitima em uma superfície rígida; 
2º passo - sempre iniciar a RCP com compressões torácicas; 
3º passo - as compressões torácicas devem ser realizadas dois dedos acima do 
apêndice xifóide, na frequência de 100 a 120 /min. Aproximadamente 0,5 segundo 
para cada compressão, ou seja duas compressões por segundo. 
4ºpasso - parar a RCP somente nas seguintes situações: 
1) Quando a vitima for entregue a um centro médico ou médico assumir a vitima; 
2) Por exaustão; 
3) Quando a vítima reanimar. 
 
6. HEMORRAGIA 
É o extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos de uma ruptura de 
suas paredes. Podem ser classificadas em hemorragia interna (quando o sangue 
http://www.google.com.br/images
extravasa para o interior do corpo), e externa (quando o sangue é extravasado 
para o meio ambiente). 
 
6.1 TIPOS DE HEMORRAGIAS 
1) Hemorragia arterial: é a perda de sangue por uma artéria. 
2) Hemorragia venosa: é a perda de sangue por uma veia. 
3) Hemorragia capilar: sangramento por um vaso capilar. 
A gravidade de uma hemorragia depende dos seguintes aspectos: 
1 . Volume de sangue perdido (perda de 1,5 litros em um adulto ou de 200 ml em 
criança, é considerado grave); 
2. Calibre do vaso rompido (o rompimento dos principais vasos do pescoço, tórax, 
abdome e coxa, podem levar a vitima a óbito de 1 à 3 minutos); 
3. Tipos de vasos lesionados (o sangramento arterial é considerado o mais grave); 
4. Velocidade da perda de sangue 
 
6.2 SINAIS E SINTOMAS DE HEMORRAGIAS 
1 Pulso fraco rápido; 
2. Pele fria e úmida; 
3. Queda de pressão arterial; 
4. Muita sede; 
5. Perda de consciência; 
6. Choque hipovolêmico. 
 
6.3 CONTROLE DE HEMORRAGIA EXTERNA 
1. Pressão direta no local da hemorragia; 
 
 
 
 
 
 
 
Obtida em 09/12/2018 às 12h14min: http://www.google.com.br/images 
 
http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&gbv=2&biw=1004&bih=581&tbs=isch%3A1&sa=1&q=controle+de+hemorragia&aq=f&aqi=g10&aql=&oq=&gs_rfai
 
5. Torniquete (poderá ser aplicado quando a compressão direta não funcionar). 
 
 
 
 
 
 
Obtida em 09/12/2018 às 12h14min: http://www.google.com.br/images 
 
a. AVALIAÇÃO DA POSSÍVEL EXISTÊNCIA DE HEMORRAGIA INTERNA 
1. Verificar se apresenta sinais e sintomas de hemorragia; 
2. Verificar a presença de rigidez abdominal; 
3. Verificar a presença de ferida penetrante no crânio, tórax e abdome; 
Obs: O tratamento de hemorragia interna é somente cirúrgico. 
 
7. QUEIMADURAS 
A pele não é simplesmente um tecido, mas sim o maior órgão do corpo 
humano. E composta por duas camadas: a epiderme e derme. Abaixo da pele 
situa-se o tecido subcutâneo. 
A epiderme é a camada mais externa, e não possui vasos sanguíneos e 
funciona como barreira protetora contra o meio ambiente. A derme é a camada 
mais interna, contém os vasos sanguíneos e terminações nervosas. O tecido 
subcutâneo, é a camada situada logo abaixo da derme, é uma combinação de 
tecido fibroso, elástico e gorduroso. 
 
7.1 CAUSAS DE UMA QUEIMADURA 
a. Térmica. Ex: gases, líquidos ou sólidos quentes; 
b. Químicas. Ex: ácido; 
c. Eletricidade; Ex: corrente elétrica 
d. Radiação. Ex: raios ultravioletas do sol. 
 
7.2 PROFUNDIDADE 
http://www.google.com.br/images
a. Primeiro grau: são queimaduras que atingem apenas a epiderme. A pele fica 
 avermelhada e quente. 
b. Segundo grau: são queimaduras que atingem a epiderme e derme e 
 produzem dor severa e bolhas. 
c. Terceiro grau: Atinge toda a espessura da pele chegando ao tecido 
 subcutâneo. As lesões são de cor esbranquiçadas e secas ou pretas de 
aparência carbonizadas. 
7.3 EXTENSÃO 
Em rescém nascidos a crianças até 1 ano de idade: 
 
 
 
 
 
Obtida em 09/12/2018 às 12h44min: http://www.google.com.br/images 
 
7.4 ATENDIMENTO À VÍTIMA 
a. Verificação da segurança do local. 
b. Extinguir as chamas sobre a vítima ou suas roupas. 
c. Remover a vitima do ambiente hostil. 
d. Remover as roupas que não estejam aderidas ao corpo da vitima. 
e. Promover o resfriamento da área afetada e remoção de fragmentos de roupas 
ou substâncias que não estejam aderidas ao corpo da vitima. 
f. Realizar o exame primário. 
 
7.5 CURATIVOS 
1. Cobrir a área afetada com compressas estéreis umidecidas com água 
limpa ou com soro fisiológico (de tratamento médico), e conduzir ao hospital para 
o centro de tratamento de queimados. Pode-se cobrir o local da área afetada, com 
um plástico limpo, pois além de não aderir ao ferimento, reterá o local umidecido. 
2. Nunca coloque pasta de dentes, borra de café, extrato de tomate, ou 
outro tipo de substância na queimadura da vítima, você só irá agravar a situação 
da mesma. 
http://www.google.com.br/images
 
Obtida em 09/12/2018 às 12h44min: 
http://www.google.com.br/images 
 
 
8. TRAUMATISMOS SUPERFICIAIS 
São lesões ou perturbações produzidas em qualquer tecido pôr um agente 
externo, podendo este ser físico ou químico. 
8.1 CLASSIFCAÇÃO DOS TRAUMATISMOS 
1) Fechados: são as contusões – não existe ruptura da pele, a lesão ocorre no 
tecido adjacente à pele; 
2) Abertos: são as feridas – quando ocorre a perda da solução de continuidade da 
pele. 
 
8.2 CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS QUANTO AO AGENTE VULNERANTE 
a. Feridas incisas: aquelas que foram produzidas por um agente cortante e afiado. 
Ex: faca, estilete, bisturi, etc; 
b. Feridas contusas: feridas que foram produzidas por um agente com superfície 
romba 
c. Produzindo bordas muito traumatizadas. Ex.: pedra, pau, soco, etc; 
d. Feridas perfurantes: produzida por um objeto fino e pontiagudo capaz de 
perfurar a pele. Ex: prego; 
e. Ferida penetrante: quando o agente vulnerante atinge a cavidade natural do 
organismo; 
f. Ferida transfixante: é quando o agente vulnerante atravessa os tecidos de um 
órgão em toda sua espessura; 
g. Escoriações ou abrasões: produzida pelo atrito da pele contra uma superfície 
aspera; 
h. Avulção ou amputação: ocorre quando a parte do corpo é cortada ou arrancada; 
i. Laceração: é produzida por uma ação de pressão ou tração exercida sobre um 
tecido causando lesões irregulares; 
 
http://www.google.com.br/images
8.3 TRATAMENTO BÁSICO 
O atendimento pré-hospitalar dos ferimentos visa dois objetivos principais: 
1. Proteger a ferida contra o trauma secundário e a infecção, através dos 
curativos. 
2. Conter o sangramento. 
 
9 FRATURAS, LUXAÇÕES E EXTORSÕES 
Podemos definir uma fratura como sendo a perda da continuidade óssea. 
Quanto ao traço ela pode ser completa (total) ou incompleta (parcial), quanto ao 
foco pode ser simples (fechada) ou exposta (aberta), quanto a lesões associadas 
pode ser simples (uma lesão) ou complicada (duas ou mais lesões). Nas fraturas 
fechadas não há o rompimento da pele sobre a lesão, já nas expostas ocorre tal 
rompimento, isto é, o osso fraturado fica exposto ao meio ambiente, possibilitando 
sangramentos e um aumento do risco de infecção. Quando executada de forma 
adequada, a imobilização alivia a dor, diminui a lesão tecidual, o sangramento e a 
possibilidade de contaminação de uma ferida aberta. 
As roupas da vítima devem ser removidas para que o socorrista possa 
visualizar o local da lesão e poder avaliá-lo mais corretamente. As extremidades 
devem ser alinhadas, sem, no entanto, tentar reduzir as fraturas expostas. 
Realize as imobilizações com o auxílio de talas rígidas de papelão ou 
madeira, ou ainda, com outros materiais improvisados, tais como: pedaços de 
madeira, réguas, etc. Nas fraturas expostas, antes de imobilizar o osso fraturado, 
o socorrista deverá cobrir o ferimento com um pano bem limpo ou com gaze estéril 
umedecido com soro fisiológico, isto diminuirá a possibilidade de contaminação e 
controlará as hemorragias que poderão ocorrer na lesão. É importante que nas 
fraturas com deformidade em articulações (ombros, joelhos, etc), o socorrista 
imobilize o membro na posição em que ele for encontrado, sem mobilizá-lo. 
A auto-imobilização é uma técnica muito simples, que consiste em fixar o 
membro inferior fraturado ao membro sadio, ou o membro superior fraturado ao 
tórax da vítima. É uma conduta bem aceita em situações que requeiram 
improvisação. Esta técnica é também muito utilizada no atendimento de fraturas 
nos dedos da mão. 
Na dúvida, imobilize e tratea vítima como portadora de fratura até 
que se prove o contrário. 
 
9.1 CUIDADOS ESPECÍFICOS PARA FRATURA EXPOSTA 
 Coloque uma gaze, chumaço ou um pano limpo sobre o ferimento; 
 Fixe firmemente o curativo no lugar, utilizando uma bandagem ou atadura; 
 No caso de hemorragia grave, utilize as técnicas de hemostasia (prioridade); 
 Mantenha o controle cervical e mantenha a vítima consciente; 
 Transporte a vítima somente após imobilizar a parte fraturada; 
 Em caso de amputação, coloque a parte seccionada dentro de um saco 
plástico que não tenha sido usado. Acondicione o saco com a parte amputada em 
uma vasilha com gelo e ENVIE COM A VÍTIMA para um hospital. 
 
9.2 SINAIS E SINTOMAS DE FRATURAS 
a. Dor ou sensibilidade anormal (a vítima pode segurar o local afetado, tentando 
proteger-se da dor). 
b. Inchaço no local. 
c. Deformidade no local. 
d. Presença de áreas arroxeadas. 
e. Ausência de movimentos ou enorme dificuldade para movimentar-se. 
f. Sensação de ossos quebrados sob a pele (crepitação). 
 
9.3 LUXAÇÕES 
Junta é o local onde dois ossos se tocam. Algumas são fixas (ex.: crânio), 
onde os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras juntas, chamadas 
articulações, os ossos são móveis, permitindo ao esqueleto realizar movimentos. 
Há vários tipos de articulações: 
a. Tipo "bola-e-soquete" - Nos ombros, possibilitando movimentos giratórios dos 
braços. 
b. Tipo "dobradiça" - Nos joelhos e cotovelos, permitindo dobrar. 
A luxação é uma lesão onde as extremidades ósseas que formam uma 
articulação ficam deslocadas, permanecendo desalinhadas e sem contato entre si, 
é caracterizada pela perda da congruência articular, ou seja, “um osso que sai do 
seu encaixe normal”. O desencaixe de um osso da articulação (luxação) pode ser 
causado por uma pressão intensa, que deixará o osso numa posição anormal, ou 
também por uma violenta contração muscular. Com isto, poderá haver uma 
ruptura dos ligamentos. 
 
9.4 ENTORSES 
Entorse pode ser definida como uma separação momentânea das 
superfícies ósseas, ao nível da articulação, também conhecida por torção, é 
provocada pela movimentação de uma articulação além dos seus limites 
(capacidade) fisiológicos. A lesão provocada pela deformação brusca, geralmente 
produz o estiramento dos ligamentos na articulação ou perto dela. Os músculos e 
os tendões podem ser estirados em excesso e rompidos por movimentos 
repentinos e violentos. Uma lesão muscular poderá ocorrer por três motivos 
distintos: distensão, ruptura ou contusão profunda. 
A entorse manifesta-se por um dor de grande intensidade, acompanhada 
de inchaço e equimose no local da articulação. O socorrista deve evitar a 
movimentação da área lesionada, pois o tratamento da entorse também consiste 
em imobilização e posterior encaminhamento para avaliação médica. 
Em resumo, o objetivo básico da imobilização provisória consiste em 
prevenir a movimentação dos fragmentos ósseos fraturados ou luxados. A 
imobilização diminui a dor e pode ajudar a prevenir também uma futura lesão de 
músculos, nervos, vasos sangüíneo, ou ainda, da pele em decorrência da 
movimentação dos fragmentos ósseos. 
 
9.5 CONTUSÕES 
É uma área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. 
Pode apresentar sinais semelhantes aos da fratura fechada. Se o local estiver 
arroxeado, é sinal de que houve hemorragia sob a pele (hematoma). 
 
10 CRISE CONVULSIVA 
A convulsão é uma desordem cerebral. Durante um breve período de 
tempo, o cérebro deixa de funcionar normalmente e passa a ter uma atividade 
anormal enviando estímulos desordenados ao resto do corpo, iniciando as crises 
convulsivas, também conhecidas como ataque. 
As crises convulsivas podem se manifestar de várias maneiras, mas o tipo 
mais comum em que geralmente se solicita ajuda é conhecida como “GRANDE 
MAL”, ou “CRISE CONVULSIVA TÔNICA-CRÔNICA”, que pode fazer com que a 
pessoa caia no chão, ficando com o corpo rígido e comece com movimentos 
desordenados e involuntários com perda de consciência. Outros tipos de epilepsia 
são o “PEQUENO MAL” ou “CRISES DE AUSÊNCIA”, onde a pessoa fica com o 
olhar fixo por alguns instantes e sem responder ou se lembrar daquele 
desligamento. Existem vários outros tipos de crise. 
São inúmeras as causas de crise convulsiva, dentre elas podemos citar as 
complicações durante o parto, meningites, intoxicação por drogas ou álcool, 
tumores cerebrais, trauma craniano, acidente vascular encefálico (AVE). 
 
10.1 ATENDIMENTO 
 Manter-se calmo e procurar acalmar os demais; 
 Colocar algo macio sob a cabeça da vítima; 
 Remover da área objetos que possam vir a ferir o paciente; 
 Afrouxar as roupas, deixando a vítima confortável; 
 Girar o paciente para o lado (90º) para que a saliva e o relaxamento da língua 
não dificultem a respiração; 
 Não introduzir nada pela boca, também não prenda a língua com colher ou 
com qualquer outro objeto, pois não existe o perigo da vítima engolir a língua; 
 Não tentar fazê-lo voltar a sí, lançando-lhe água ou obrigando-o a tomá-la; 
 Não o agarrar na tentativa de mantê-lo quieto; 
 Ficar ao seu lado até que sua respiração volte ao normal e ele se levante; 
Caso o ataque demore indefinidamente, ou seja, ataques sucessivos, ou a 
pessoa não recupere a consciência, reporte ao atendimento médico. 
 
11 SÍNCOPE 
Qualquer tipo de perda de consciência de curta duração que não 
necessite de manobras especifica para recuperação. O termo lipotímia tem sido 
utilizado para designar episódio de perda incompleta da consciência. A causa 
fundamental da síncope é a diminuição da atividade cerebral, e pode ser 
classificada em: 
A. Síncope Vasogênica - é a mais frequente. Queda súbita da P.A., cuja a causa 
pode ser emocional, dor súbita, esforço físico, ambiente lotado, cena de sangue, 
calor excessivo. O episódio sincopal surge geralmente quando a vítima esta em 
pé. O paciente pode apresentar-se pálido, frio, com respiração suspirosa – após 
alguns minutos ocorre tontura, visão embaraçada e súbita perda de consciência. 
B. Síncope Metabólica – Quando a causa é a alteração metabólica como na 
diabete ou na hipoglicemia. 
C. Síncope Neurogênica - Agressão direta ao encéfalo como no trauma, 
intoxicações, hipertensão intracraniana, etc. 
 
11.1 ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA 
1. Mantê-lo deitado, preferencialmente com a cabeça abaixo do corpo; se estiver 
deitado eleve os membros inferiores aproximadamente 20cm do solo, mantê-lo 
deitado por alguns minutos mesmos após a vítima se recuperar; 
2. Arejar o local em que se encontra a vítima; 
3. Liberar vestimentas que estejam apertadas; 
4. Não dar nada para o paciente comer ou beber; 
5. Informar-se sobre o histórico da vítima (doenças, medicamentos utilizados, etc), 
reportar ao médico tais informações. 
 
 
12. ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS 
Animais peçonhentos - São aqueles que possuem glândula de veneno 
que se comunica com dentes ocos, ferrões ou aguilhões, por onde o veneno 
passa ativamente. Ex: Serpentes. aranhas, escorpiões, arraias, etc. 
Animais venenosos - São aqueles que possuem veneno mas não 
possuem um aparelho inoculador (dentes ou ferrões), provocando envenenamento 
por contato (lagartas) por compressão (sapos) ou por ingestão (peixe-baiacu). 
 
12.1 OFÍDIOS (Serpentes) 
Para sabermos se uma serpente é peçonhenta ou não, três características 
são fundamentais: 
1. presença de fosseta loreal ou lacrimal; 
2. presença de guizo ou chocalho no final da cauda; 
3. presença de anéis coloridos (vermelho, preto ou amarelo). 
A fosseta loreal é um órgão termo-sensorial entre o olho e a narina, que 
permite à serpente detectar variações mínimas de temperatura no ambiente. 
No Estado de Mato Grosso do Sul existem os seguintes gêneros: 
- Bothrops ( possui 14 espécies representantes ) 
- Crotalus ( possui 01 espécie representante ) 
- Micrurus ( possui 13 espécies representantes ) 
- Lachesis( com um único representante, a surucucu, que é a maior 
serpente peçonhenta do Brasil). 
 
 GÊNERO BOTHROPS - pertencem a este grupo a jararaca, urutu, cruzeira, 
cotiara, jararacuçu, etc. 
 Possuem fosseta loreal ou lacrimal e tendo a extremidade da cauda com 
escamas: são de cor geralmente parda e vivem em locais úmidos, podem atingir 
na idade adulta o tamanho de 40 cm a 2m. Agressivas, seu veneno possui ação 
proteolítica e hemorrágica. 
 
JARARACA 
QUADRO CLÍNICO 
Manifestações locais: (edema, eritema, dor) de instalação precoce e caráter 
evolutivo com aparecimento de equimose, bolhas. sangramento no local da picada 
e necrose. Nos acidentes causados por filhotes as manifestações locais podem 
estar ausentes. 
Manifestações Sistêmicas (gerais): náuseas, vômitos, sudorese, hipotermia, 
hipotensão arterial, choque anafilático, hemorragias a distância (epistaxes, 
sangramento gengival, digestivo, hematúria) e insuficiência renal aguda. 
MEDIDAS GERAIS 
1. Lave o local da picada (água e sabão); 
2. NÃO faça cortes, perfurações, torniquetes, nem coloque outros produtos sobre 
a lesão; 
3. Mantenha o acidentado calmo e imóvel: 
4. Transporte a vítima levando, se possível, o animal agressor, mesmo morto, para 
 facilitar o diagnóstico e a escolha do soro mais adequado. 
TRATAMENTO 
 O único tratamento específico é a administração do soro, com a maior 
brevidade possível, via endovenosa em dose única. 
 
 GÊNERO CROTALUS - é o grupo das cascavéis. 
CASCAVEL 
Sua característica mais importante é a presença de guizo ou chocalho na 
ponta da cauda. Possuem fosseta loreal, atingem na idade adulta 1,6 m de 
comprimento, vivem em lugares secos, regiões pedregosas e pastos, não sendo 
encontradas nas regiões litorâneas. São menos agressivas que as jararacas. 
Seu veneno possui ação neurotóxica, miotóxica (lesão da musculatura 
esquelética) e coagulante. 
QUADRO CLÍNICO 
Manifestações locais: ausentes ou pouco intensas, edema e parestesias 
(formigamento) discretos, pouca dor. 
Manifestações sistêmicas: Sintomas gerais: Cefaléia, náusea, prostração, 
sonolência. Diplopia (visão dupla), visão turva, midriase, ptose palpebral (queda 
da pálpebra), dificuldade para deglutir, mialgias (dores musculares), e urina 
escura. 
TRATAMENTO 
Soroterapia específica com soro anti-crotálico (SAC). Em caso de dúvidas 
quanto ao agressor, pode ser utilizado o soro anti Botrópico-Crotálico (SABC). 
 
 GÊNERO MICRURUS - é o grupo das corais. 
COBRA CORAL 
São serpentes peçonhentas que não possuem fosseta loreal (isto é uma 
EXCEÇÃO), e não tem um aparelho inocular de veneno tão eficiente quanto as 
jararacas e cascavéis, o veneno é inoculado através de dentes pequenos e fixos. 
 Possuem um padrão de cor VERMELHO (ou alaranjado), BRANCO (ou 
amarelo) e PRETO. Habitam preferencialmente buracos tornando os acidentes 
raros, mas muito graves pela característica de seu veneno de provocar parada 
respiratória. 
 O veneno deste gênero possui uma elevada toxicidade, de características 
neurotóxica e miotóxica. 
QUADRO CLÍNICO 
Manifestações locais: em geral ausentes. 
Manifestações Sistêmicas: vômitos, salivação, ptose palpebral, sonolência, perda 
de equilíbrio, fraqueza muscular, midríase, paralisia flácida que pode evoluir 
comprometendo a musculatura respiratória com apnéia e insuficiência respiratória 
aguda. Todos os casos devem ser considerados graves. 
TRATAMENTO 
 Soro anti-elapídico via endovenosa. 
 
12.2 ARANHAS 
Aranha marrom (Loxosceles) pequena (4cm), pouco agressiva com 
hábitos noturnos, encontrada em pilhas de tijolos, telhas e no interior das 
residências, atrás de móveis, cortinas e eventualmente nas roupas. 
ARANHA MARROM 
QUADRO CLÍNICO 
A picada ocorre em geral quando a aranha é comprimida contra o corpo (ao 
vestir-se ou ao deitar), não produz dor imediata. A evolução é mais freqüente para 
a forma “cutânea” evoluindo para eritema (vermelhidão), edema duro e dor local 
(6h-12h), em 24h a 36h aparece um ponto de necrose central (escuro) 
circundando por um halo isquêmico (claro) - LESÃO EM ALVO - até 72h febre, mal 
estar e ulceração local. 
Na forma “cutâneo-visceral” (mais grave), alem do quadro acima 12h a 24h 
após a picada surgem: febre, cefaléia, náuseas, vômitos, URINA ESCURA (cor de 
lavado de carne). ANURIA e INSUFICIENCIA RENAL AGUDA. 
TRATAMENTO 
Local: antissepsia, curativo local, compressas frias. Medidas de suporte e 
soroterapia específica. 
 
ARANHA ARMADEIRA 
 Aranha muito agressiva encontrada em bananeiras. folhagens, entre 
madeiras e pedras empilhadas e no interior das residências. Tem coloração 
marrom-escura com manchas claras e atingem 12 cm de diâmetro. 
QUADRO CLÍNICO 
Predominam as manifestações locais. A dor é imediata e em geral intensa, 
podendo irradiar para a raiz do membro acometido. Ocorrem edema, eritema. 
parestesia e sudorese no local da picada, aonde podem ser encontradas duas 
marcas em forma de pontos. Pode ocorrer, especialmente em crianças, sudorese, 
náuseas, vômitos, hipotensão e choque. 
TRATAMENTO 
 Sintomático e nos casos mais graves está indicada a soroterapia 
específica. 
 
ARANHA TARÂNTULA 
 Aranha pouco agressiva com hábitos diurnos, encontrada em jardins, 
gramados e residências. NÃO FAZ TEIA. 
Causam acidentes leves, sem necessidade de tratamento específico. 
Sintomas: geralmente sem sintomas, pode haver pequena dor local, 
havendo a possibilidade de evoluir para necrose local. 
TRATAMENTO 
 Analgésicos 
 
12.3 ESCORPIÕES 
Existem diversas espécies, mas somente o gênero Titvus tem interesse 
médico. O escorpião amarelo (T. serrulatus) é o responsável pela maioria dos 
casos graves em nosso meio: o veneno do escorpião preto (bothriurus) é menos 
tóxico provocando apenas sintomas locais. 
Os escorpiões picam com a cauda; medem de 6 a 8 cm e têm hábitos 
noturnos escondendo-se durante o dia sob cascas de árvores, pedras, troncos e 
dentro de residências. 
 
12.4 INSETOS 
LAGARTAS 
 Também chamadas de taturanas, lagartas de fogo ou orugas, são larvas de 
mariposas e medem 6 a 7 cm. possuem o corpo revestido de espinhos urticantes 
que contêm uma poderosa toxina. Sua cor é marrom esverdeada ou marrom 
amarelada com listas longitudinais castanho escuras. 
Vivem durante o dia nos troncos de árvores, onde causam acidentes em 
contato com seus espinhos, podendo surgir manifestações hemorrágicas como 
manchas pelo corpo, sangramentos gengivais, pelo nariz, pela urina e por 
ferimentos recentes; os casos mais graves podem evoluir para insuficiência renal 
e morte. 
 
13. INTOXICAÇÕES EXÓGENAS 
Venenos são substâncias químicas que podem causar dano ao organismo. 
Os envenenamentos/intoxicações são na sua maioria acidentais, mas resultam 
também de tentativas de suicídios e mais raramente até de tentativas de 
homicídio. 
 Os antídotos (antagonista específicos dos venenos) eficazes não são 
muitos, mas é MUITO IMPORTANTE tentar identificar a substância responsável 
pelo envenenamento o mais breve possível. Caso isso não seja possível no início, 
posteriormente devem ser feitas tentativas de obter informações e ou amostra da 
substância e da circunstância em que ocorreu o envenenamento. 
 Um envenenamento pode penetrar no organismo por diversos meios ou 
VIAS de ADMINISTRAÇÃO. Podendo ser: 
 
a- Ingeridos- Ex: medicamentos, substâncias químicas industriais, derivados de 
petróleo, agrotóxicos, raticidas, formicidas, plantas, alimentos contaminados 
(toxinas). 
b- Inalado- gases e poeiras tóxicas. Ex: monóxido de carbono, amônia, 
agrotóxicos, colas base de tolueno (cola de sapateiro), acetona, benzina, éter, 
G.L.P. (gás de cozinha), fluido de isqueiro e outras substâncias voláteis, gases 
liberados durante a queima de diversos materiais (plásticos, tintas, 
componentes eletrônicos) etc. 
c- Absorvidos- Inseticidas agrotóxicos e outras substâncias químicas que podem 
penetrar no organismopela pele ou mucosas. 
d- Injetados- Toxinas de diversas fontes como, aranhas, escorpiões ou drogas 
injetadas por meio de seringas com agulhas. 
 
13.1 ABORDAGEM INICIAL À VÍTIMA 
Verifique inicialmente se o local é seguro, procure identificar a via de 
administração e o veneno em questão. Aborde a vítima como de costume, 
identifique-se e faça o exame primário, esteja preparado para intervir com 
manobras para liberação das vias aéreas e de R.C.P., caso seja necessário. 
Proceda ao exame secundário e remova a vítima do local. Há situações em que a 
vítima deve ser removida imediatamente para diminuir a exposição ao veneno e 
preservar a segurança da equipe. 
Se o veneno for ingerido e a vítima estiver CONSCIENTE E ALERTA dê 
dois ou três copos de água para a vítima beber, isto diluíra o veneno. Se a 
ingestão ocorreu há menos de quatro horas, INDUZA O VÔMITO, mas CUIDADO 
existem casos em que isto NÃO deve ser feito, como nos casos de ingestão de 
derivados de petróleo (gasolina, querosene, etc.) de corrosivos como soda 
cáustica e quando a vítima está sonolenta ou comatosa. 
Nos casos indicados, o vômito pode ser obtido pela estimulação cuidadosa 
do retro faringe com o dedo ou cabo rombo de colher, após a ingestão de um ou 
dois copos de água. 
Existem medicamentos emetizantes (que provocam vômito) dos qual o mais 
comum é o XAROPE de IPECA que é eficaz e praticamente atóxico, embora não 
deva ser utilizado em crianças menores de 2 anos, em gestantes e cardiopatas. 
Caso o vômito não ocorra em 30 minutos pode se repetir a dose, se em 
duas horas não ocorrer de ser realizada uma lavagem gástrica. 
1) Comunique os dados á central. 
2) Administre oxigênio e transporte a vítima em decúbito lateral, para 
prevenir a aspiração no caso de vômitos. Leve para o hospital qualquer objeto que 
possa obter amostra do veneno (frasco, roupas, vômito). 
3) Esteja certo de que a vítima que você esta atendendo é a única 
intoxicada. 
13.2 SINAIS E SINTOMAS MAIS COMUNS EM VÍTIMAS DE INTOXICAÇÃO 
 Queimaduras ou manchas ao redor da boca; 
 Odores característicos do produto ingerido; 
 Respiração anormal; 
 Alterações pupilares; 
 Pulso irregular; 
 Pele (pálida, vermelha ou cianótica); 
 Alterações da consciência; 
 Estado de choque; 
 Vômitos; 
 Dor de cabeça e abdominal. 
 
 
E-mail: cleitontravasso@gmail.com

Continue navegando