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Construção Civil Prof. Jefferson Homrich 1 4. Locação de Obras 2 4.1 – Introdução A locação da obra é o processo de transferência da planta baixa do projeto da edificação para o terreno, ou seja, os recuos, os afastamentos, os alicerces, as paredes, as aberturas etc. Na fase de execução da locação da obra deve se adotar o máximo rigor possível. A presença do engenheiro civil nesta fase deve ser constante. Deve-se ter em mente que os elementos de locação deverão permanecer na obra por um tempo razoável, até que se possa transferir para a edificação os pontos de referência definitivos. Necessário que todos os serviços preliminares de movimentação de terra, contenção e drenagem do terreno tenham sido concluídos. 3 4.2. – Processos de locação (gabarito): 1. Locação por cavaletes; 2. Locação por tábua corrida (tabeira). 4 4.2.1 – Locação por cavaletes A locação por cavaletes é indicada para obras de menor porte – garagens, barracões e ampliações - e com poucos elementos a serem locados. Nesse tipo de locação, os alinhamentos são definidos por pregos cravados nos cavaletes constituídos de duas ou três estacas cravadas diretamente no solo e travadas por uma travessa nivelada pregada nas estacas. Vantagem: utiliza menos quantidade de material (estacas e tábuas). 5 Lin ha (n ylo n) p rego ripa ou travessa 1” x2” Estaca ou ponta lete 2” x2” Detalhe A (em nível) . . . . . . Vantagem: Utilização de menor quantidade de madeira. 6 Figura 1- Locação utilizando cavaletes. 7 8 9 Desvantagem: A grande desvantagem dos cavaletes por serem isolados é a dificuldade de se perceber deslocamentos provocados pela circulação de equipamentos e operários, resultando com isso alinhamentos e locações fora do previsto. 10 4.2.2 – Locação por tábua corrida A locação por tábua corrida, também chamada de tabela ou tabeira, é indicada para obras com muitos elementos a serem locados. Consiste em contornar toda a futura edificação com um cavalete contínuo constituído de estacas e tábuas niveladas e em esquadro (polígono em esquadro). 11 Figura 4- Croqui de locação da obra por tábua corrida. 12 Depois de definidas as linhas do gabarito, sempre que possível distânciadas 1,20 m ou mais da futura construção, fincam-se no solo os pontaletes que darão rigidez ao cercado, devendo desde já ficarem alinhados e nivelados. No caso do terreno apresentar uma inclinação acentuada a locação pode ser feita com gabaritos em degraus (patamares), sempre em nível e esquadro. Futura construção ~1,20 m 13 OBS.:Para uma maior garantia (obras de maior vulto) convém concretar a base das estacas, aguardando pelo menos 24 horas para dar continuidade à locação. 14 Travamentos A fixação de mãos-francesas nos pontaletes ajuda a travar o conjunto. A parte inferior da mão-francesa é fixada a um pontalete menor, que também deve ser chumbado no solo. Outra solução para garantir a rigidez do gabarito é o contraventamento dos pontaletes principais com sarrafos. 15 Após a fixação dos pontaletes, estes devem ser serrados com o topo ficando no nível desejado. Determinação do nível: - nível eletrônico a laser; - ou em obras menores um nível de mangueira, constituído de uma mangueira transparente (cristal) de 12 a 15 mm de diâmetro, cheia de água limpa e livre de bolhas de ar no interior; 40 a 50 cm A B nível de mangueira 16 Outro método de transferir o nível é esticando uma linha entre os pontaletes e pregando uma tábua nivelada com nível de bolha. (não é muito preciso mais serve para marcações preliminares). Partindo de um ponto definido no primeiro pontalete, transfere-se o nível para os demais pontaletes. . . . . nível de bolha linha 17 Procedimentos que antecendem a locação da obra: o terreno deve estar limpo (capinado) e, preferencialmente, na cota de arrasamento das fundações (estacas ou sapatas). é necessário conseguir a referência inicial que pode ser um ponto definido no terreno e um rumo ou uma parede de construção vizinha. A referência mais comum em obras urbanas é o alinhamento predial que geralmente é marcada por equipe de topógrafo da prefeitura ou por empresa prestadora de serviços contratada pela município. estudar os projetos. providenciar todos os equipamentos e ferramentas necessários; 18 Equipamentos e ferramentas necessárias para se realizar a locação de uma obra: EPI’s; teodolitos e níveis (incluindo nível de bolha e de mangueira); Água limpa; trena metálica de 30 metros (jamais usar trena de lona, plástico ou metro de madeira); linhas de nylon; Martelo; Prumo de centro; Esquadro de alumínio; Cavadeira; 19 Equipamentos e ferramentas necessárias para se realizar a locação de uma obra: Marreta de 5,0 Kg; Serrote; Arame; tinta esmalte (cores vermelha e branca), 20 Alguns materiais necessários: Sarrafo de 1” x 4”; Tábuas de 1” x 12”; Pontaletes de 3” x 3”; Piquetes (estacas de posição); Pregos 18x27; Equipe necessária: 1 Mestre de obras; 1 Carpinteiro 1 Servente; 21 22 4.3. Sequência genérica para a locação de obra 1. Conferir a referência e limitar o terreno a partir do alinhamento, marcando os limites do terreno; 2. Marcar uma das faces (pode ser a frontal) do gabarito a 1,2 metros da futura construção (1,2 a 1,5 m), considerando como a obra vai ficar no terreno (recuo - o alinhamento frontal recuado em 3 metros, a partir do alinhamento predial (depende do código de obras da cidade); 23 rua passeio . . . . Alinhamento pred ia l p ro fu nd id a d e d o te rre no co m p rim en to d a c on st ru çã o a fastamento la tera l Afast. la tera l re cu o fro nt a l meio-fio Largura da construção . 4 m 3 m 5 m 18 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Seqüência para locação da obra • Seguir a ordem c rescente dos a lgarismos (pontos); • pontos 17. 18, 19 e 20 deverão esta r nos vértices de 4 triângulos retângulos 24 3. Confeccionar a face escolhida com estacas ou pontaletes (3"x3") espaçados de 1,5 a 3,0 metros e alinhados rigorosamente por uma das faces (esticar uma linha de nylon). 4. Depois de consolidados no terreno, os pontaletes devem ser nivelados (nível de mangueira), cortados no topo a uma altura de 40 a 50 cm do solo (até 1 a 1,2 m) e ter pregado na sua face interna tábuas (de boa qualidade) de 1"x4" devidamente niveladas; 5. A partir da primeira face, marcar e confeccionar as demais faces do gabarito, usando triângulos retângulos (gabaritos) para garantir a ortogonalidade do conjunto (esquadro), conferindo sempre até travar todo o conjunto com mãos- francesas e contraventamento, se necessário; 25 6. Pintar o gabarito, preferencialmente, com tinta esmalte branca (pode ser látex); 7. Dependendo do método de locação utilizado ou da existência de projeto de locação, faz-se a marcação no topo da tábua interna colocando pregos em alturas diferentes(ou de diferentesdiâmetros) para identificar eixos, faces laterais de paredes etc. Marcar na tábua a linha de pilares com tinta esmalte vermelha; 26 8. Marcar todos os pontos de referência na tábua sempre usando trena metálica e efetuar a conferência (mestre ou engenheiro). Um bom método de conferência é o inverso, ou seja, voltar do último ponto marcado, fazendo o caminho inverso da locação; 27 9. Com duas linhas de nylon n.80 (preferência arame de aço recozido n.18) esticadas a partir das marcações do gabarito e no cruzamento das linhas transferir as coordenadas das estacas (sapata ou elemento que venha a ser executado) para o terreno, usando um fio de prumo (250 g) marcar o ponto exato da estaca (centro), cravando um piquete (pintado de branco); 28 10. No caso de haver movimentação de equipamentos pesados (bate-estacas, máquinas e caminhões) proceder a cravação com um rebaixo em relação ao terreno e marcar o local do piquete com cal ou areia, remarcar sempre que ocorrer dúvida em relação a locação do piquete; 11. Colocar proteções e avisos da existência do gabarito para evitar abalroamento e deslocamentos que possam por em risco a exatidão do controle geométrico da obra. Alertar para que não utilizem o gabarito como andaime, apoio para materiais, passarelas, etc. i) 29 30 31 Termos utilizados na locação de obras Cota de arrasamento ou de respaldo – é a cota da face superior das estacas ou sapatas. Esquadros - são gabaritos ou triângulos retângulos, com lados de 30, 40 e 50 cm, ou 60, 80 e 100, ou ainda, 90, 120 e 150 cm,. Para esquadros maiores pode-se usar trenas com lados de 3, 4 e 5 metros ou mais. Piquetes – pequenas estacas de madeira que servem para marcar o local de execução de um elemento estrutural. Pontos notáveis – são pontos de referência iniciais, como por exemplo: alinhamento de parede de edificação vizinha, alinhamento predial, marco topográfico, árvore, poste etc. RN – é referência de nível, ou seja a cota 0,0. 32 Testemunhos – são marcos de concreto que geralmente marcam a existência de um piquete para realizar conferências no gabarito. Tolerância – é o erro admitido nas marcações (até 3 mm no lado maior do esquadro de 5 metros). Triangulação – verificação do esquadro com os triângulos retângulos. 33 34 35