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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, 
 
● Abrange qualquer pessoa que esteja em território nacional, mesmo sendo estrangeiro não residente no país; 
● Os estrangeiros residentes no País, atendidos os requisitos constitucionais, são beneficiários da assistência social; 
● O direito de propriedade é garantido ao estrangeiro não residente; 
● Têm como titular as pessoas físicas; as pessoas jurídicas e até mesmo o próprio Estado; 
● O direito à vida não abrange apenas a vida extrauterina, mas também a vida intrauterina; 
● Assiste aos indivíduos o direito à busca pela felicidade (uniões homoafetivas são entidades familiares) - princípio da 
dignidade da pessoa humana; 
● O anencéfalo, por ser inviável, não seria titular do direito à vida; 
● É legítima e não ofende o direito à vida nem, tampouco, a dignidade da pessoa humana, a realização de pesquisas 
com células-tronco embrionárias, obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização “in vitro”; 
● Nem mesmo o direito à vida é absoluto, sendo admitida pela CF de 1988 a pena de morte em caso de guerra 
declarada. 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição 
 
● Igualdade na LEI - Destina-se ao LEGISLADOR 
● Igualdade PERANTE A LEI - Destina-se aos APLICADORES DO DIREITO 
Poderá haver tratamento desigual (discriminatório) entre pessoas que estão em situações diferentes. Nesse sentido, 
as ações afirmativas, como a reserva de vagas em universidades públicas para negros e índios, são consideradas 
constitucionais pelo STF. Da mesma forma, é compatível com o princípio da igualdade programa concessivo de bolsa 
de estudos em universidades privadas para alunos de renda familiar de pequena monta, com quotas para negros, 
pardos, indígenas e portadores de necessidades especiais. 
 
● A igualdade material não proíbe que a lei crie discriminações, desde que estas obedeçam ao princípio da 
razoabilidade; 
OBS: na autodeclaração, o próprio indivíduo se declara como negro ou pardo. Na heteroidentificação, é formada 
uma comissão plural responsável por entrevistar o candidato e verificar se a sua declaração foi verdadeira. 
● É legítima a previsão de limites de idade em concursos públicos, quando justificada pela natureza das atribuições do 
cargo a ser preenchido; 
● Não afronta o princípio da isonomia a adoção de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo 
feminino e masculino da Aeronáutica 
● O princípio da igualdade também busca impedir discriminações em virtude da identidade de gênero e da opção 
sexual do indivíduo. Com base nisso, reconheceu que os transgêneros têm o direito de alteração do nome e do gênero 
(sexo) diretamente no registro civil, independentemente da realização de cirurgia de transgenitalização ou de 
tratamento hormonal; 
● O princípio da isonomia não autoriza ao Poder Judiciário estender a alguns grupos vantagens estabelecidas por lei a 
outros. 
OBS: não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos 
sob fundamento de isonomia. 
 II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei 
 
- Princípio da Legalidade 
● Para os particulares, traz a garantia de que só podem ser obrigados a agirem ou a se omitirem por 
lei. Tudo é permitido a eles; 
● Já para o Poder Público, o princípio da legalidade consagra a ideia de que este só pode fazer o que é permitido pela 
lei; 
- Princípio da reserva legal 
● Reserva legal absoluta - a norma constitucional exige, para sua integral regulamentação, a edição de lei formal, 
entendida como ato normativo 
● Reserva legal relativa - apesar de a Constituição exigir lei formal, esta permite que a lei fixe apenas parâmetros de 
atuação para o órgão administrativo, que poderá complementá-la por ato infralegal 
● Reserva legal simples - exige lei formal para dispor sobre determinada matéria, mas não especifica qual o conteúdo 
ou a finalidade do ato. 
● Reserva legal qualificada - além de exigir lei formal para dispor sobre determinada matéria, já define, previamente, 
o conteúdo da lei e a finalidade do ato. 
 III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante 
 
 IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato 
 
● Liberdade de expressão - vedação ao anonimato e não consagra o direito à incitação ao racismo, ela não é absoluta, 
sendo proibidos os discursos de ódio; 
● As autoridades públicas não podem iniciar qualquer medida de persecução (penal ou disciplinar), apoiando-se 
apenas em peças apócrifas ou em escritos anônimos. As peças apócrifas não podem ser incorporadas, formalmente, 
ao processo, salvo quando tais documentos forem produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituírem, eles 
próprios, o corpo de delito. 
● É inconstitucional qualquer interpretação do Código Penal que possa ensejar a criminalização da defesa da 
legalização das drogas, ou de qualquer substância entorpecente específica, inclusive através de manifestações e 
eventos públicos; 
● A defesa da legalização do aborto não deve ser considerada incitação à prática criminosa; 
● A exigência de diploma de jornalismo e de registro profissional no Ministério do Trabalho não são condições para o 
exercício da profissão de jornalista, sendo inconstitucional; 
OBS: "Marcha da Maconha" é compatível com a liberdade de corpo de delito expressão 
 
 V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou 
à imagem 
 
● Aplicável em relação a todas as ofensas, independentemente de elas configurarem ou não infrações penais; 
● A resposta deverá ser sempre proporcional, ou seja, veiculada no mesmo meio de comunicação utilizado pelo 
agravo, com mesmo destaque, tamanho e duração; 
● A resposta se aplica tanto a pessoas físicas quanto a pessoas jurídicas ofendidas pela expressão indevida de opiniões; 
● As indenizações material, moral e à imagem são cumuláveis (podem ser aplicadas conjuntamente), e, da mesma 
forma que o direito à resposta, aplicam-se tanto a pessoas físicas (indivíduos) quanto a pessoas jurídicas (“empresas”) 
e são proporcionais (quanto maior o dano, maior a indenização); 
● O direito à indenização independe de o direito à resposta ter sido, ou não, exercido, bem como de o dano 
caracterizar, ou não, infração penal; 
● O Tribunal de Contas da União (TCU) não pode manter em sigilo a autoria de denúncia contra administrador público 
a ele apresentada. 
 
 
 VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e 
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
 VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de 
internação coletiva 
 
● Brasil é um Estado laico; 
● Vedação aos entes federativos instituir impostos sobre templos de qualquer culto, essa imunidade alcança os 
cemitérios que consubstanciam extensões de entidade de cunho religioso; 
 
No Brasil, o ensino religioso é de matrícula facultativa, constituindo disciplina dos horários normais das escolas públicas 
de ensino fundamental. O STF decidiu que o ensino religioso em escolas públicas pode ter caráter confessional, ou seja, 
pode estar vinculado a uma religião específica. Não haverá, nesse caso, qualquer violação ao Estado laico. 
No Brasil, convivem inúmeras religiões, algumas das quais são chamadas de “religiões de matriz africana”, como é o 
caso do candomblé, quimbanda e umbanda. No candomblé, há cultos em que há o sacrifício de animais. É 
constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardara liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de 
animais em cultos de religiões de matriz africana, prevalecendo a liberdade religiosa. 
 
 VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção 
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir 
prestação alternativa, fixada em lei 
 
Se haver o descumprimento de obrigação legal, o Estado poderá impor, à pessoa que recorrer a esse direito, prestação 
alternativa fixada em lei. E se essa pessoa recusar-se, também, a cumprir a prestação alternativa, sofrerá restrição de 
direitos. Veja que, para isso, são necessárias, cumulativamente, duas condições: recusar-se a cumprir obrigação legal 
alegando escusa de consciência e, ainda, a cumprir a prestação alternativa fixada pela lei. Nesse caso, poderá haver a 
perda de direitos políticos 
 
 
 IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença; 
 
 
 
 
● É vedada a censura. Entretanto, a liberdade de expressão, como qualquer direito fundamental, é relativa; 
● O jornalista possui o direito de expender críticas a qualquer pessoa, porém responderá, penal e civilmente, pelos 
abusos que cometer; 
● A liberdade de manifestação do pensamento não pode ser restringida pelo exercício ilegítimo da censura estatal, 
ainda que praticada em sede jurisdicional; 
● Decisão judicial que determina a retirada de matéria jornalística de site da Internet configura censura inadmitida, 
sendo possível apenas em situações extremas, contra decisão judicial com esse teor, seria cabível reclamação perante 
o STF. 
 
 X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado 
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
 
● Espaço íntimo intransponível por intromissões ilícitas externas; 
● A violação a esses bens jurídicos ensejará indenização, cujo montante deverá observar o grau de reprovabilidade da 
conduta; 
● As indenizações por dano material e por dano moral são cumuláveis, ou seja, diante de um mesmo fato, é possível 
que se reconheça o direito a ambas indenizações; 
● As pessoas jurídicas também poderão ser indenizadas por dano moral, uma vez que são titulares dos direitos à honra 
e à imagem; 
● O STF considera que para que haja condenação por dano moral, não é necessário ofensa à reputação do indivíduo. 
Assim, a dor e o sofrimento de se perder um membro da família, por exemplo, pode ensejar indenização por danos 
morais; 
● O STF entende que não se pode coagir suposto pai a realizar exame de DNA; 
● É válida decisão judicial proibindo a publicação de fatos relativos a um indivíduo por empresa jornalística; 
● A privacidade dos agentes políticos é relativa, uma vez que estes devem à sociedade as contas da atuação 
desenvolvida; 
● O servidor público que, no exercício de suas funções, é injustamente ofendido em sua honra e imagem, o STF 
entende que a indenização está sujeita a uma cláusula de modicidade; 
O direito à privacidade também foi objeto de análise do STF na ADI 4815, na qual se avaliou a necessidade de 
autorização prévia para a publicação de biografias. É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente 
a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária autorização de pessoas retratadas como 
coadjuvantes (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas). Com essa decisão, o STF passou a admitir as 
 
biografias não-autorizadas. Porém, não exclui a possibilidade de indenização em virtude de dano material ou moral 
decorrente da violação da intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas. 
● A inviolabilidade do sigilo de dados complementa a previsão do direito à intimidade e vida privada; 
● Também relacionado aos direitos à intimidade e à vida privada está o sigilo bancário, que é verdadeira garantia de 
privacidade dos dados bancários. Quem pode? 
- O Poder Judiciário pode determinar a quebra do sigilo bancário e do sigilo fiscal. 
- As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) federais e estaduais podem determinar a quebra do sigilo 
bancário e fiscal. Porém, As CPIs municipais não podem. 
- As autoridades fiscais poderão requisitar informações às instituições financeiras, desde que: haja processo 
administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e as informações sejam consideradas 
indispensáveis pela autoridade administrativa competente. 
- O Ministério Público pode determinar a quebra do sigilo bancário de conta da titularidade de ente público. 
Em caráter excepcionalíssimo, se dará no âmbito de procedimento administrativo que vise à defesa do 
patrimônio público. 
OBS: STJ decidiu que são lícitas “as provas obtidas por meio de requisição do Ministério Público de informações 
bancárias de titularidade de prefeitura municipal para fins de apurar supostos crimes praticados por agentes 
públicos contra a Administração Pública 
OBS 2: o Tribunal de Contas da União (TCU) e os Tribunais de Contas dos Estados (TCEs) não podem determinar a 
quebra do sigilo bancário. Há que se mencionar, todavia, que o TCU tem competência para requisitar informações 
relativas a operações de crédito originárias de recursos públicos. 
Devido à gravidade jurídica de que se reveste o ato de quebra de sigilo bancário, este somente se dará em situações 
excepcionais, sendo fundamental demonstrar a necessidade das informações solicitadas e cumprir as condições legais. 
Além disso, para que a quebra do sigilo bancário ou do sigilo fiscal seja admissível, é necessário que haja 
individualização do investigado e do objeto da investigação. Não é possível, portanto, a determinação da quebra do 
sigilo bancário para apuração de fatos genéricos. 
Os dados bancários somente podem ser usados para os fins da investigação que lhes deu origem, não sendo possível 
seu uso quanto a terceiros estranhos à causa; 
Para o STF, não é necessária a oitiva do investigado para a determinação da quebra do sigilo bancário. Isso porque o 
princípio do contraditório não prevalece na fase inquisitorial. 
 
 
] 
 XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o 
dia, por determinação judicial; 
 
● Princípio da inviolabilidade domiciliar; 
● Casa é: qualquer compartimento habitado; qualquer aposento ocupado de habitação coletiva; qualquer 
compartimento privado não aberto ao público; 
Segundo o STJ, a arma apreendida no interior de um caminhão configura o crime de porte ilegal de arma de fogo (e 
não crime de posse!). Isso se deve ao fato de que o caminhão não é um ambiente estático e, portanto, não pode ser 
reconhecido como “local de trabalho”. Assim, a boleia de um caminhão não está protegida pela inviolabilidade do 
domicílio. 
 
● Não se pode invocar a inviolabilidade de domicílio como escudo para a prática de atos ilícitos em seu interior. 
● É válida ordem judicial que autorizava o ingresso de autoridade policial no estabelecimento profissional, inclusive 
durante a noite, para instalar equipamentos de captação de som (“escuta”) 
● O ingresso na “casa” de um indivíduo poderá ocorrer nas seguintes situações: 
- Com o consentimento do morador. 
- Sem o consentimento do morador, sob ordem judicial, apenas durante o dia (5h da manhã às 21h da noite). 
Perceba que, mesmo com ordem judicial, não é possível o ingresso na casa do indivíduo durante o período 
noturno. 
- A qualquer hora, sem consentimento do indivíduo, em caso de flagrante delito ou desastre, ou, ainda, para 
prestar socorro. 
● A inviolabilidade domiciliar também se aplica ao fisco e à polícia judiciária; 
A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em 
fundadasrazões, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante 
delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade dos atos 
praticados. 
 
● A força policial, tendo ingressado na casa de indivíduo, durante o dia, com amparo em ordem judicial, prolongue 
suas ações durante o período noturno. 
 
 
 XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e 
das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na 
 
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal 
 
● Se o celular for apreendido em operação de busca e apreensão autorizada por ordem 
judicial, admite-se que a autoridade policial verifique o conteúdo que estiver armazenado no aparelho 
● Requisitos: 
- Ordem judicial; 
- Existência de investigação criminal ou instrução processual penal; 
- Lei que preveja as hipóteses e a forma em que esta poderá ocorrer 
● Hipóteses: 
- Se existirem razoáveis indícios de autoria ou participação na infração penal; 
- Se a prova não puder ser obtida por outros meios disponíveis; 
- Se o fato investigado constituir infração penal punida com reclusão. 
● É válida a prova de um crime descoberta acidentalmente durante a escuta telefônica autorizada judicialmente para 
apuração de crime diverso; 
● A interceptação telefônica será admitida mesmo em se tratando de conversa entre acusado em processo penal e 
seu defensor; 
● Os dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas ambientais, podem ser usados em 
procedimento administrativo disciplinar; 
A interceptação telefônica - captação de conversas telefônicas feita por terceiro (autoridade policial) sem o 
conhecimento de nenhum dos interlocutores 
A escuta telefônica - é a captação de conversa telefônica feita por um terceiro, com o conhecimento de apenas um dos 
interlocutores. 
A gravação telefônica é feita por um dos interlocutores do diálogo, sem o consentimento ou ciência do outro. 
 
É possível a gravação telefônica por um dos interlocutores sem a autorização judicial, caso haja investida criminosa 
daquele que desconhece que a gravação está sendo feita. Nesse caso, percebe-se que a gravação clandestina foi feita 
em legítima defesa, sendo, portanto, uma prova válida. 
Havendo a necessidade de coleta de prova via gravação ambiental (sendo impossível a apuração do crime por outros 
meios) e havendo ordem judicial nesse sentido, é lícita a interceptação telefônica. 
São ilícitas as provas obtidas por meio de interceptação telefônica determinada a partir apenas de denúncia anônima, 
sem investigação preliminar. Com efeito, uma denúncia anônima não é suficiente para que o juiz determine a 
interceptação telefônica; caso ele o faça, a prova obtida a partir desse procedimento será ilícita. 
 
 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer 
 
● Existente a lei, a profissão só poderá ser exercida por quem atender às qualificações legais; 
● Apenas quando houver potencial lesivo na atividade é que pode ser exigida inscrição em conselho de fiscalização 
profissional; 
● O STF considerou constitucional o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 
● É inconstitucional a exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista; 
● Não pode a Fazenda Pública obstaculizar a atividade empresarial com a imposição de penalidades no intuito de 
receber imposto atrasado; 
● Não é admissível a exigência, pela Fazenda Pública, de fiança para a impressão de notas fiscais; 
● A exigência, pela Fazenda Pública, de prestação de fiança, garantia real ou fidejussória para a impressão de notas 
fiscais de contribuintes em débito com o Fisco viola as garantias do livre exercício do trabalho, ofício ou profissão. 
 
 XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando 
necessário ao exercício profissional 
 
 
 XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de 
autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas 
exigido prévio aviso à autoridade competente 
 
● O exercício do direito de reunião é condicionado: 
- A reunião deverá ter fins pacíficos, e apresentar ausência de armas; 
- A reunião deverá ser realizada em locais abertos ao público; 
- O exercício do direito de reunião não poderá frustrar outra reunião convocada anteriormente para o mesmo 
local; 
- Desnecessidade de autorização; 
- Necessidade de prévio aviso à autoridade competente. 
 
 
 
● O direito de reunião é protegido por mandado de segurança, e não por habeas corpus. 
 
 XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; 
 XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a 
interferência estatal em seu funcionamento; 
 XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão 
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado 
 
● Requisitos para existir uma associação: 
- Pluralidade de pessoas: a associação é uma sociedade, uma união de pessoas com um fim determinado. 
- Estabilidade: ao contrário da reunião, que tem caráter transitório (esporádico), as associações têm caráter 
permanente. 
- Surgem a partir de um ato de vontade 
● A existência da associação independe da aquisição de personalidade jurídica. 
● Vedação às associações de caráter paramilitar - deve-se observar se elas se destinam ao treinamento de seus 
membros a finalidades bélicas e, ainda, se existe organização hierárquica e o princípio da obediência. 
 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 
 
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para 
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente 
 
Na representação processual, o representante não age como parte do processo; ele apenas atua em nome da parte, a 
pessoa representada. Para que haja representação processual, é necessária autorização expressa do representado. 
Na substituição processual, o substituto é parte do processo, agindo em nome próprio na salvaguarda de direito alheio. 
O substituído, por sua vez, deixa de sê-lo: sofre apenas os efeitos da sentença. Não está no processo. A sentença, 
todavia, faz coisa julgada tanto para o substituto quanto para o substituído. Quando cabível substituição processual, 
não há necessidade de autorização expressa do substituído. 
 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
 
 
 
 
 
 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade 
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos 
nesta Constituição 
 
● Casos em que a indenização pela desapropriação não será em dinheiro: 
- Desapropriação para fins de reforma agrária; 
- Desapropriação de imóvel urbano não-edificado que não cumpriu sua função social; 
- Desapropriação confiscatória. 
 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano 
 
● A requisição administrativa, que ocorre quando o Poder Público, diante de perigo público Iminente; 
● Não é possível, devido ao modelo federativo adotado pelo Brasil, que um ente político requisite administrativamente 
bens, serviços e pessoal de outro. 
 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela 
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de suaatividade produtiva, dispondo a 
lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento 
 
● O legislador constituinte deu, à pequena propriedade rural trabalhada pela família, a garantia de impenhorabilidade. 
● A impenhorabilidade depende da cumulação de dois requisitos: 
- Exploração econômica do bem pela família; 
- Origem na atividade produtiva do débito que causou a penhora 
● A propriedade rural: 
- A pequena propriedade rural trabalhada pela família pode ser objeto de penhora para pagamento de débitos 
estranhos à sua atividade produtiva. 
- A pequena propriedade rural trabalhada pela família não pode ser objeto de penhora para pagamento de 
débitos decorrentes de sua atividade produtiva. 
 
 
 
 
- A pequena propriedade rural, caso não trabalhada pela família, pode ser penhorada para pagamento de 
débitos decorrentes e débitos estranhos à sua atividade produtiva. 
 
 XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, 
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 
 XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: 
a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas 
atividades desportivas; o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que 
participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas 
 
● Protege o direito do autor; 
● Só após sua morte é que haverá limitação temporal do direito. 
● O direito autoral é transmissível aos herdeiros apenas pelo tempo que a lei fixar. 
 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como 
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, 
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País 
 
XXX - é garantido o direito de herança; 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do 
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus" 
 
● No caso de bens de estrangeiros localizados no País, seria aplicada a norma sucessória que mais beneficiasse os 
brasileiros sucessores 
 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor 
 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado 
 
 
 
 
 
 
 
 
● Titulares: pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras; 
● Âmbito de proteção: informações de interesse particular ou de interesse coletivo ou geral; 
● Exceção: as informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado não devem ser 
fornecidas; 
● Proteção: no caso de lesão ao direito à informação, o remédio constitucional a ser usado pelo particular é o mandado 
de segurança. 
● Obrigação de transparência; 
● A divulgação na Internet da remuneração de seus servidores são de interesse coletivo ou geral; 
● Fornecidas a pesquisador documentos impressos e arquivos fonográficos das sessões públicas e secretas realizadas 
pelo STM (Superior Tribunal Militar) durante o período dos governos militares; 
 
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de 
interesse pessoal 
 
● Petição é um pedido, no qual, o autor da petição pode fazer um pedido em favor de interesses próprios, coletivos, 
da sociedade como um todo, ou, até mesmo, de terceiros; 
● O direito de petição tem como finalidades a defesa de direitos e a defesa contra ilegalidade ou abuso de poder; 
● O direito de petição é um remédio administrativo, de natureza não-jurisdicional; 
● Todas as pessoas físicas (brasileiros ou estrangeiros) e pessoas jurídicas são legitimadas para peticionar 
administrativamente aos Poderes Públicos 
 
O direito de postular em juízo, ao contrário do direito de petição, necessita, para ser exercido, de representação por 
advogado, salvo em situações excepcionais (como é o caso do habeas corpus). Portanto, para o STF, não é possível, 
com base no direito de petição, garantir a qualquer pessoa ajuizar ação, sem a presença de advogado. Com efeito, o 
ajuizamento de ação está no campo do “direito de postular em juízo”, o que exige advogado. 
Quando há omissão do Poder Público (falta de resposta a petição ou negativa ilegal da certidão), o remédio 
constitucional adequado, a ser utilizado na via judicial, é o mandado de segurança. 
 
● Certidão é um atestado ou um ato que dá prova de um fato; 
● O direito à obtenção de certidões tem como finalidades a defesa de direitos e o esclarecimento de situações de 
interesse pessoal. Ele não serve para esclarecimento de interesse de terceiros; 
 
● O direito à obtenção de certidões em repartições públicos independe do pagamento de taxas. 
O remédio constitucional que protege o direito de certidão é o mandado de segurança. O habeas data é utilizado, como 
estudaremos mais à frente, quando não se tem acesso a informações pessoais do impetrante ou quando se deseja 
retificá-las. 
Quando alguém solicita uma certidão, já tem acesso às informações; o que quer é apenas receber um documento 
formal do Poder Público que ateste a veracidade das informações. Portanto, é incabível o habeas data. 
 
 
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito 
 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada 
 
● O Estado não é impedido de criar leis retroativas; estas serão permitidas, mas apenas se beneficiarem os indivíduos, 
impondo-lhes situação mais favorável do que a que existia sob a vigência da lei anterior; 
● A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável pela 
entidade estatal que a tenha editado. 
 
Não há direito adquirido contra: Normas constitucionais originárias, Mudança do padrão da moeda, Criação ou 
aumento de tributos, Mudança de regime estatutário 
 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente 
 
 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: 
 a plenitude de defesa; o sigilo das votações; a soberania dos veredictos; a competência para o julgamento dos 
crimes dolosos contra a vida 
 
A competência constitucional do Tribunal do Júri (art. 5º, XXXVIII) não pode ser afastada por lei estadual, nem usurpada 
por vara criminal especializada, sendo vedada, ainda, a alteração da forma de sua composição, que deve ser definida 
em lei nacional. 
A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular, e não do Tribunal do Júri. 
 
 
 
 
 
● A competência do tribunal do júri para julgar os crimes dolosos contra a vida não é absoluta. Isso porque não alcança 
os detentores de foro especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal; 
● Segundo o STF, é possível que lei ordinária amplie a competência do tribunal do júri, ou seja, não há qualquer ofensa 
à CF/88. 
 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal 
 
● Princípio da legalidade 
- Princípio da reserva legal determina que somente lei em sentido estrito (lei formal, editada pelo Poder 
Legislativo) poderá definir crime e cominar penas. 
- Princípio da anterioridade da lei penal, por sua vez, exige quea lei esteja em vigor no momento da prática 
da infração para que o crime exista. Em outras palavras, exige-se lei anterior para que uma conduta possa ser 
considerada como crime. Esse princípio confere segurança jurídica às relações sociais 
 
As normas penais em branco são aquelas que tipificam a conduta criminosa, mas que dependem de complementação 
em outra norma. Um exemplo de norma penal em branco é o crime de contrabando, que consiste em “importar ou 
exportar mercadoria proibida”. Para o estudo do Direito Constitucional, interessa-nos saber que a doutrina majoritária 
considera que as normas penais em branco não violam o princípio da reserva legal. 
 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu 
 
● Uma conduta somente será caracterizada como crime se, no momento da sua ocorrência, já existia lei em vigor que 
a definia como tal. 
● Abolitio Criminis” - assim considerada a lei que deixa de considerar como crime conduta que, antes, era tipificada 
como tal. Por ser benéfica ao réu, irá retroagir 
● A lei penal mais gravosa ao indivíduo só alcançará fatos praticados após sua vigência. É a irretroatividade da lei penal 
mais grave 
● Não é possível a combinação de leis no tempo 
 
EX TUNC = Máquina do tempo, atinge o que ficou para trás 
EX NUNC = Nunca mais, a partir de agora 
 
 
 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais. 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da 
lei; 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático 
 
IMPRESCRITÍVEIS: Racismo, Ação de Grupos Armados, Civis ou Militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático 
INAFIANÇÁVEIS: Racismo, Ação de Grupos Armados, Civis ou Militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático, Hediondos, Tortura, Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e Terrorismo 
INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA: Hediondos, Tortura, Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e Terrorismo 
 
 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o 
dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido 
 
● Intranscendência das penas/intransmissibilidade das penas/personalização da pena 
● Ninguém sofrerá os efeitos penais da condenação de outra pessoa. 
● A obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens podem ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, mas apenas até o limite do valor do patrimônio transferido. 
 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
privação ou restrição da liberdade; perda de bens; multa; prestação social alternativa; suspensão ou interdição de 
direitos 
 XLVII - não haverá penas: 
 de morte, salvo em caso de guerra declarada; de caráter perpétuo; de trabalhos forçados; de banimento; cruéis; 
 
● A pena de banimento não se confunde com a expulsão de estrangeiro do Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
● A pena de caráter perpétuo, o máximo penal legalmente exequível, no ordenamento positivo nacional, é de 40 anos 
 
L- às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período 
de amamentação; 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o 
sexo do apenado; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral 
 
 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da 
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião 
 
● Extradição 
- Extradição ativa acontecerá quando o Brasil requerer a um outro Estado estrangeiro a entrega de um 
indivíduo para que aqui seja julgado ou punido. 
- Extradição passiva ocorrerá quando um Estado estrangeiro requerer ao Brasil que lhe entregue um indivíduo. 
● O brasileiro nato (que é o brasileiro “de berço”, que recebeu sua nacionalidade ao nascer) não poderá ser 
extraditado; trata-se de hipótese de vedação absoluta à extradição 
 
Caso o brasileiro nato perca a sua nacionalidade pela aquisição voluntária de outra nacionalidade, ele estará sujeito à 
extradição. Perceba que, nesse caso, ele não se enquadra mais na condição de brasileiro nato. 
● O brasileiro naturalizado (que é aquele que nasceu estrangeiro e se tornou brasileiro, vale também para português 
equiparado, aquele que possui residência permanente no Brasil), poderá ser extraditado em: 
- Crime comum, praticado antes da naturalização 
- Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins 
 
 LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal 
 
● Princípio da Proporcionalidade: não se busca apenas coibir os excessos do Estado (proibição de excesso), mas 
também impor ao Estado um dever de proteção (proibição de proteção deficiente). 
- Adequação 
 
 
 
 
 
 
- Necessidade 
- Proporcionalidade em sentido estrito 
 
 LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes 
 
 
● O advogado tem direito, no interesse de seu cliente, a ter acesso aos elementos de prova que, já documentados em 
procedimento investigatório realizado pela polícia, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
● É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento de bens para admissibilidade de recurso administrativo. 
 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos 
ILÍCITO 
● É ilícita a prova obtida por meio de interceptação telefônica sem autorização judicial. 
● São ilícitas as provas obtidas por meio de interceptação telefônica determinada a partir apenas de denúncia 
anônima, sem investigação preliminar. 
● São ilícitas as provas obtidas mediante gravação de conversa informal do indiciado com policiais, por constituir-se 
tal prática em “interrogatório sub-reptício”, realizado sem as formalidades legais do interrogatório no inquérito policial 
e sem que o indiciado seja advertido do seu direito ao silêncio. 
● São ilícitas as provas obtidas mediante confissão durante prisão ilegal. Ora, se a prisão foi ilegal, todas as provas 
obtidas a partir dela também o serão. 
OBS: a prova ilícita não contamina todo o processo. 
LÍCITO 
● É lícita a prova obtida mediante gravação telefônica feita por um dos interlocutores sem a autorização judicial, caso 
haja investida criminosa daquele que desconhece que a gravação está sendo feita. Nessa situação, tem-se a legítima 
defesa. 
● É lícita a prova obtida por gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, sem conhecimento do 
outro, quando ausente causa legal de sigilo ou de reserva da conversação. 
● É lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento do 
outro. 
 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória 
 
 
 
 
 
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei 
 
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentadano prazo legal 
 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social o exigirem 
 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada 
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, 
definidos em lei; 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade 
provisória, com ou sem fiança 
 
● Hipóteses em que é possível a prisão: 
- Flagrante delito; 
- Transgressão militar ou crime propriamente militar; 
- Ordem de juiz, escrita e fundamentada. 
 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz 
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a 
assistência da família e de advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária 
 
● O uso de algemas é admitido nas seguintes situações: resistência, fundado receio de fuga ou perigo à integridade 
física própria ou alheia. Trata-se de medida de caráter excepcional, que precisa ser justificada por escrito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de 
obrigação alimentícia e a do depositário infiel 
 
● É lícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. 
 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, 
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens 
 
● Não pode o Poder Público cercear o livre trânsito de pessoas, salvo em situações excepcionais. 
 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado 
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder 
 
● Caráter preventivo ou repressivo; 
● Finalidade: proteger a liberdade de locomoção; 
● Legitimados ativos: qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira. Só pode ser impetrado a favor de 
pessoa natural, jamais de pessoa jurídica; 
● Legitimados passivos: autoridade pública e pessoa privada; 
● Natureza Penal; 
● Isenção de custas; 
● Medida Liminar: possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora”; 
● Penas de multa, de suspensão de direitos políticos, bem como disciplinares não resultam em cerceamento da 
liberdade de locomoção. Por isso, não cabe “habeas corpus” para impugná-las 
OBS: A liminar é uma ordem judicial proferida pronta, sumária (rito breve) e precariamente (não é definitiva). Visa 
proteger direito que esteja sendo discutido em outra ação, e que, sem a liminar, poderia sofrer danos de difíceis 
reparações, devido à demora na prestação jurisdicional. 
 
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas 
corpus” ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público 
 
 
 
 
 
INDIVIDUAL 
● Caráter preventivo ou repressivo; 
● Finalidade de proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas corpus” ou “habeas data” 
● Legitimados ativos: todas as pessoas físicas ou jurídicas, as universalidades reconhecidas por lei como detentoras de 
capacidade processual, alguns órgãos públicos e o Ministério Público 
● Legitimados passivos: Poder público e particulares no exercício da função pública 
● Natureza civil; 
● Sem isento de custas 
● Medida liminar: possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora”, mas há exceções 
 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados 
 
COLETIVO 
● Caráter preventivo ou repressivo; 
● Finalidade: proteger direitos líquidos e certos coletivos ou individuais homogêneos, não amparados por HC ou HD 
(caráter residual); 
● Legitimados ativos: Partido político com representação no Congresso Nacional; Organização sindical e entidade de 
classe; Associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 01 ano 
● Legitimados passivos: Autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público 
● Natureza civil; 
● Sem isento de custas; 
● Medida liminar: possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora”; 
● Substituição processual. 
 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania 
 
 
 
● Finalidade: suprir a falta de norma regulamentadora, que torne inviável o exercício de direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania 
● Legitimados ativos: qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira. 
● Legitimados passivos: autoridade que se omitiu quanto à proposição da lei 
● Natureza civil; 
● Sem isento de custas; 
● Sem medida liminar; 
● Pressupostos para cabimento: falta de regulamentação de norma constitucional programática propriamente dita ou 
que defina princípios institutivos ou organizativos de natureza impositiva; nexo de 
causalidade entre a omissão do legislador e a impossibilidade de exercício de um direito ou liberdade constitucional 
ou prerrogativa inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania e o decurso de prazo razoável para elaboração da 
norma regulamentadora. 
● Não cabe mandado de injunção: se já houver norma regulamentadora; se faltar norma regulamentadora de direito 
infraconstitucional; se faltar regulamentação de medida provisória ainda não convertida em lei pelo Congresso 
Nacionalidade; se não houver obrigatoriedade de regulamentação. 
 
LXXII - conceder-se-á "habeas-data": para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
 para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; 
 
● É parte legítima para impetrar habeas data o cônjuge sobrevivente na defesa de interesse do falecido 
● Finalidade: proteger direito relativo à informação e retificação sobre a pessoa do impetrante constante de registros 
ou bancos de dados; 
● Natureza civil; 
● Isento de custas; 
● Sem medida liminar; 
● Destina-se a garantir o acesso a informações relativas à pessoa do impetrante, ou seja, do requerente, solicitante. 
Jamais para garantir acesso a informações de terceiros! Só pode ser impetrado diante da negativa da autoridade 
administrativa de garantir o acesso aos dados relativos ao impetrante. Sua impetração não se sujeita a decadência ou 
prescrição. 
 
 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao 
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas 
judiciais e do ônus da sucumbência 
 
● O MP pode atuar como: 
- Parte autônoma; 
- Órgão ativador da produção de prova e auxiliar do autor popular; 
- Substituto do autor; 
- Sucessor do autor 
 
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiênciade recursos 
 
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado 
na sentença 
 
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: 
a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito 
 
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao 
exercício da cidadania 
OBS: são gratuitos o habeas corpus e o habeas data aos que comprovarem insuficiência de recursos – assistência 
gratuita. 
 
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios 
que garantam a celeridade de sua tramitação 
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos 
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
 
 
 
 
 
 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

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