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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, ● Abrange qualquer pessoa que esteja em território nacional, mesmo sendo estrangeiro não residente no país; ● Os estrangeiros residentes no País, atendidos os requisitos constitucionais, são beneficiários da assistência social; ● O direito de propriedade é garantido ao estrangeiro não residente; ● Têm como titular as pessoas físicas; as pessoas jurídicas e até mesmo o próprio Estado; ● O direito à vida não abrange apenas a vida extrauterina, mas também a vida intrauterina; ● Assiste aos indivíduos o direito à busca pela felicidade (uniões homoafetivas são entidades familiares) - princípio da dignidade da pessoa humana; ● O anencéfalo, por ser inviável, não seria titular do direito à vida; ● É legítima e não ofende o direito à vida nem, tampouco, a dignidade da pessoa humana, a realização de pesquisas com células-tronco embrionárias, obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização “in vitro”; ● Nem mesmo o direito à vida é absoluto, sendo admitida pela CF de 1988 a pena de morte em caso de guerra declarada. I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição ● Igualdade na LEI - Destina-se ao LEGISLADOR ● Igualdade PERANTE A LEI - Destina-se aos APLICADORES DO DIREITO Poderá haver tratamento desigual (discriminatório) entre pessoas que estão em situações diferentes. Nesse sentido, as ações afirmativas, como a reserva de vagas em universidades públicas para negros e índios, são consideradas constitucionais pelo STF. Da mesma forma, é compatível com o princípio da igualdade programa concessivo de bolsa de estudos em universidades privadas para alunos de renda familiar de pequena monta, com quotas para negros, pardos, indígenas e portadores de necessidades especiais. ● A igualdade material não proíbe que a lei crie discriminações, desde que estas obedeçam ao princípio da razoabilidade; OBS: na autodeclaração, o próprio indivíduo se declara como negro ou pardo. Na heteroidentificação, é formada uma comissão plural responsável por entrevistar o candidato e verificar se a sua declaração foi verdadeira. ● É legítima a previsão de limites de idade em concursos públicos, quando justificada pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido; ● Não afronta o princípio da isonomia a adoção de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino e masculino da Aeronáutica ● O princípio da igualdade também busca impedir discriminações em virtude da identidade de gênero e da opção sexual do indivíduo. Com base nisso, reconheceu que os transgêneros têm o direito de alteração do nome e do gênero (sexo) diretamente no registro civil, independentemente da realização de cirurgia de transgenitalização ou de tratamento hormonal; ● O princípio da isonomia não autoriza ao Poder Judiciário estender a alguns grupos vantagens estabelecidas por lei a outros. OBS: não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia. II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei - Princípio da Legalidade ● Para os particulares, traz a garantia de que só podem ser obrigados a agirem ou a se omitirem por lei. Tudo é permitido a eles; ● Já para o Poder Público, o princípio da legalidade consagra a ideia de que este só pode fazer o que é permitido pela lei; - Princípio da reserva legal ● Reserva legal absoluta - a norma constitucional exige, para sua integral regulamentação, a edição de lei formal, entendida como ato normativo ● Reserva legal relativa - apesar de a Constituição exigir lei formal, esta permite que a lei fixe apenas parâmetros de atuação para o órgão administrativo, que poderá complementá-la por ato infralegal ● Reserva legal simples - exige lei formal para dispor sobre determinada matéria, mas não especifica qual o conteúdo ou a finalidade do ato. ● Reserva legal qualificada - além de exigir lei formal para dispor sobre determinada matéria, já define, previamente, o conteúdo da lei e a finalidade do ato. III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato ● Liberdade de expressão - vedação ao anonimato e não consagra o direito à incitação ao racismo, ela não é absoluta, sendo proibidos os discursos de ódio; ● As autoridades públicas não podem iniciar qualquer medida de persecução (penal ou disciplinar), apoiando-se apenas em peças apócrifas ou em escritos anônimos. As peças apócrifas não podem ser incorporadas, formalmente, ao processo, salvo quando tais documentos forem produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituírem, eles próprios, o corpo de delito. ● É inconstitucional qualquer interpretação do Código Penal que possa ensejar a criminalização da defesa da legalização das drogas, ou de qualquer substância entorpecente específica, inclusive através de manifestações e eventos públicos; ● A defesa da legalização do aborto não deve ser considerada incitação à prática criminosa; ● A exigência de diploma de jornalismo e de registro profissional no Ministério do Trabalho não são condições para o exercício da profissão de jornalista, sendo inconstitucional; OBS: "Marcha da Maconha" é compatível com a liberdade de corpo de delito expressão V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem ● Aplicável em relação a todas as ofensas, independentemente de elas configurarem ou não infrações penais; ● A resposta deverá ser sempre proporcional, ou seja, veiculada no mesmo meio de comunicação utilizado pelo agravo, com mesmo destaque, tamanho e duração; ● A resposta se aplica tanto a pessoas físicas quanto a pessoas jurídicas ofendidas pela expressão indevida de opiniões; ● As indenizações material, moral e à imagem são cumuláveis (podem ser aplicadas conjuntamente), e, da mesma forma que o direito à resposta, aplicam-se tanto a pessoas físicas (indivíduos) quanto a pessoas jurídicas (“empresas”) e são proporcionais (quanto maior o dano, maior a indenização); ● O direito à indenização independe de o direito à resposta ter sido, ou não, exercido, bem como de o dano caracterizar, ou não, infração penal; ● O Tribunal de Contas da União (TCU) não pode manter em sigilo a autoria de denúncia contra administrador público a ele apresentada. VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva ● Brasil é um Estado laico; ● Vedação aos entes federativos instituir impostos sobre templos de qualquer culto, essa imunidade alcança os cemitérios que consubstanciam extensões de entidade de cunho religioso; No Brasil, o ensino religioso é de matrícula facultativa, constituindo disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. O STF decidiu que o ensino religioso em escolas públicas pode ter caráter confessional, ou seja, pode estar vinculado a uma religião específica. Não haverá, nesse caso, qualquer violação ao Estado laico. No Brasil, convivem inúmeras religiões, algumas das quais são chamadas de “religiões de matriz africana”, como é o caso do candomblé, quimbanda e umbanda. No candomblé, há cultos em que há o sacrifício de animais. É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardara liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana, prevalecendo a liberdade religiosa. VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei Se haver o descumprimento de obrigação legal, o Estado poderá impor, à pessoa que recorrer a esse direito, prestação alternativa fixada em lei. E se essa pessoa recusar-se, também, a cumprir a prestação alternativa, sofrerá restrição de direitos. Veja que, para isso, são necessárias, cumulativamente, duas condições: recusar-se a cumprir obrigação legal alegando escusa de consciência e, ainda, a cumprir a prestação alternativa fixada pela lei. Nesse caso, poderá haver a perda de direitos políticos IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; ● É vedada a censura. Entretanto, a liberdade de expressão, como qualquer direito fundamental, é relativa; ● O jornalista possui o direito de expender críticas a qualquer pessoa, porém responderá, penal e civilmente, pelos abusos que cometer; ● A liberdade de manifestação do pensamento não pode ser restringida pelo exercício ilegítimo da censura estatal, ainda que praticada em sede jurisdicional; ● Decisão judicial que determina a retirada de matéria jornalística de site da Internet configura censura inadmitida, sendo possível apenas em situações extremas, contra decisão judicial com esse teor, seria cabível reclamação perante o STF. X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; ● Espaço íntimo intransponível por intromissões ilícitas externas; ● A violação a esses bens jurídicos ensejará indenização, cujo montante deverá observar o grau de reprovabilidade da conduta; ● As indenizações por dano material e por dano moral são cumuláveis, ou seja, diante de um mesmo fato, é possível que se reconheça o direito a ambas indenizações; ● As pessoas jurídicas também poderão ser indenizadas por dano moral, uma vez que são titulares dos direitos à honra e à imagem; ● O STF considera que para que haja condenação por dano moral, não é necessário ofensa à reputação do indivíduo. Assim, a dor e o sofrimento de se perder um membro da família, por exemplo, pode ensejar indenização por danos morais; ● O STF entende que não se pode coagir suposto pai a realizar exame de DNA; ● É válida decisão judicial proibindo a publicação de fatos relativos a um indivíduo por empresa jornalística; ● A privacidade dos agentes políticos é relativa, uma vez que estes devem à sociedade as contas da atuação desenvolvida; ● O servidor público que, no exercício de suas funções, é injustamente ofendido em sua honra e imagem, o STF entende que a indenização está sujeita a uma cláusula de modicidade; O direito à privacidade também foi objeto de análise do STF na ADI 4815, na qual se avaliou a necessidade de autorização prévia para a publicação de biografias. É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas). Com essa decisão, o STF passou a admitir as biografias não-autorizadas. Porém, não exclui a possibilidade de indenização em virtude de dano material ou moral decorrente da violação da intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas. ● A inviolabilidade do sigilo de dados complementa a previsão do direito à intimidade e vida privada; ● Também relacionado aos direitos à intimidade e à vida privada está o sigilo bancário, que é verdadeira garantia de privacidade dos dados bancários. Quem pode? - O Poder Judiciário pode determinar a quebra do sigilo bancário e do sigilo fiscal. - As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) federais e estaduais podem determinar a quebra do sigilo bancário e fiscal. Porém, As CPIs municipais não podem. - As autoridades fiscais poderão requisitar informações às instituições financeiras, desde que: haja processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e as informações sejam consideradas indispensáveis pela autoridade administrativa competente. - O Ministério Público pode determinar a quebra do sigilo bancário de conta da titularidade de ente público. Em caráter excepcionalíssimo, se dará no âmbito de procedimento administrativo que vise à defesa do patrimônio público. OBS: STJ decidiu que são lícitas “as provas obtidas por meio de requisição do Ministério Público de informações bancárias de titularidade de prefeitura municipal para fins de apurar supostos crimes praticados por agentes públicos contra a Administração Pública OBS 2: o Tribunal de Contas da União (TCU) e os Tribunais de Contas dos Estados (TCEs) não podem determinar a quebra do sigilo bancário. Há que se mencionar, todavia, que o TCU tem competência para requisitar informações relativas a operações de crédito originárias de recursos públicos. Devido à gravidade jurídica de que se reveste o ato de quebra de sigilo bancário, este somente se dará em situações excepcionais, sendo fundamental demonstrar a necessidade das informações solicitadas e cumprir as condições legais. Além disso, para que a quebra do sigilo bancário ou do sigilo fiscal seja admissível, é necessário que haja individualização do investigado e do objeto da investigação. Não é possível, portanto, a determinação da quebra do sigilo bancário para apuração de fatos genéricos. Os dados bancários somente podem ser usados para os fins da investigação que lhes deu origem, não sendo possível seu uso quanto a terceiros estranhos à causa; Para o STF, não é necessária a oitiva do investigado para a determinação da quebra do sigilo bancário. Isso porque o princípio do contraditório não prevalece na fase inquisitorial. ] XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; ● Princípio da inviolabilidade domiciliar; ● Casa é: qualquer compartimento habitado; qualquer aposento ocupado de habitação coletiva; qualquer compartimento privado não aberto ao público; Segundo o STJ, a arma apreendida no interior de um caminhão configura o crime de porte ilegal de arma de fogo (e não crime de posse!). Isso se deve ao fato de que o caminhão não é um ambiente estático e, portanto, não pode ser reconhecido como “local de trabalho”. Assim, a boleia de um caminhão não está protegida pela inviolabilidade do domicílio. ● Não se pode invocar a inviolabilidade de domicílio como escudo para a prática de atos ilícitos em seu interior. ● É válida ordem judicial que autorizava o ingresso de autoridade policial no estabelecimento profissional, inclusive durante a noite, para instalar equipamentos de captação de som (“escuta”) ● O ingresso na “casa” de um indivíduo poderá ocorrer nas seguintes situações: - Com o consentimento do morador. - Sem o consentimento do morador, sob ordem judicial, apenas durante o dia (5h da manhã às 21h da noite). Perceba que, mesmo com ordem judicial, não é possível o ingresso na casa do indivíduo durante o período noturno. - A qualquer hora, sem consentimento do indivíduo, em caso de flagrante delito ou desastre, ou, ainda, para prestar socorro. ● A inviolabilidade domiciliar também se aplica ao fisco e à polícia judiciária; A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadasrazões, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade dos atos praticados. ● A força policial, tendo ingressado na casa de indivíduo, durante o dia, com amparo em ordem judicial, prolongue suas ações durante o período noturno. XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal ● Se o celular for apreendido em operação de busca e apreensão autorizada por ordem judicial, admite-se que a autoridade policial verifique o conteúdo que estiver armazenado no aparelho ● Requisitos: - Ordem judicial; - Existência de investigação criminal ou instrução processual penal; - Lei que preveja as hipóteses e a forma em que esta poderá ocorrer ● Hipóteses: - Se existirem razoáveis indícios de autoria ou participação na infração penal; - Se a prova não puder ser obtida por outros meios disponíveis; - Se o fato investigado constituir infração penal punida com reclusão. ● É válida a prova de um crime descoberta acidentalmente durante a escuta telefônica autorizada judicialmente para apuração de crime diverso; ● A interceptação telefônica será admitida mesmo em se tratando de conversa entre acusado em processo penal e seu defensor; ● Os dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas ambientais, podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar; A interceptação telefônica - captação de conversas telefônicas feita por terceiro (autoridade policial) sem o conhecimento de nenhum dos interlocutores A escuta telefônica - é a captação de conversa telefônica feita por um terceiro, com o conhecimento de apenas um dos interlocutores. A gravação telefônica é feita por um dos interlocutores do diálogo, sem o consentimento ou ciência do outro. É possível a gravação telefônica por um dos interlocutores sem a autorização judicial, caso haja investida criminosa daquele que desconhece que a gravação está sendo feita. Nesse caso, percebe-se que a gravação clandestina foi feita em legítima defesa, sendo, portanto, uma prova válida. Havendo a necessidade de coleta de prova via gravação ambiental (sendo impossível a apuração do crime por outros meios) e havendo ordem judicial nesse sentido, é lícita a interceptação telefônica. São ilícitas as provas obtidas por meio de interceptação telefônica determinada a partir apenas de denúncia anônima, sem investigação preliminar. Com efeito, uma denúncia anônima não é suficiente para que o juiz determine a interceptação telefônica; caso ele o faça, a prova obtida a partir desse procedimento será ilícita. XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer ● Existente a lei, a profissão só poderá ser exercida por quem atender às qualificações legais; ● Apenas quando houver potencial lesivo na atividade é que pode ser exigida inscrição em conselho de fiscalização profissional; ● O STF considerou constitucional o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). ● É inconstitucional a exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista; ● Não pode a Fazenda Pública obstaculizar a atividade empresarial com a imposição de penalidades no intuito de receber imposto atrasado; ● Não é admissível a exigência, pela Fazenda Pública, de fiança para a impressão de notas fiscais; ● A exigência, pela Fazenda Pública, de prestação de fiança, garantia real ou fidejussória para a impressão de notas fiscais de contribuintes em débito com o Fisco viola as garantias do livre exercício do trabalho, ofício ou profissão. XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente ● O exercício do direito de reunião é condicionado: - A reunião deverá ter fins pacíficos, e apresentar ausência de armas; - A reunião deverá ser realizada em locais abertos ao público; - O exercício do direito de reunião não poderá frustrar outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local; - Desnecessidade de autorização; - Necessidade de prévio aviso à autoridade competente. ● O direito de reunião é protegido por mandado de segurança, e não por habeas corpus. XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado ● Requisitos para existir uma associação: - Pluralidade de pessoas: a associação é uma sociedade, uma união de pessoas com um fim determinado. - Estabilidade: ao contrário da reunião, que tem caráter transitório (esporádico), as associações têm caráter permanente. - Surgem a partir de um ato de vontade ● A existência da associação independe da aquisição de personalidade jurídica. ● Vedação às associações de caráter paramilitar - deve-se observar se elas se destinam ao treinamento de seus membros a finalidades bélicas e, ainda, se existe organização hierárquica e o princípio da obediência. XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente Na representação processual, o representante não age como parte do processo; ele apenas atua em nome da parte, a pessoa representada. Para que haja representação processual, é necessária autorização expressa do representado. Na substituição processual, o substituto é parte do processo, agindo em nome próprio na salvaguarda de direito alheio. O substituído, por sua vez, deixa de sê-lo: sofre apenas os efeitos da sentença. Não está no processo. A sentença, todavia, faz coisa julgada tanto para o substituto quanto para o substituído. Quando cabível substituição processual, não há necessidade de autorização expressa do substituído. XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição ● Casos em que a indenização pela desapropriação não será em dinheiro: - Desapropriação para fins de reforma agrária; - Desapropriação de imóvel urbano não-edificado que não cumpriu sua função social; - Desapropriação confiscatória. XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano ● A requisição administrativa, que ocorre quando o Poder Público, diante de perigo público Iminente; ● Não é possível, devido ao modelo federativo adotado pelo Brasil, que um ente político requisite administrativamente bens, serviços e pessoal de outro. XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de suaatividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento ● O legislador constituinte deu, à pequena propriedade rural trabalhada pela família, a garantia de impenhorabilidade. ● A impenhorabilidade depende da cumulação de dois requisitos: - Exploração econômica do bem pela família; - Origem na atividade produtiva do débito que causou a penhora ● A propriedade rural: - A pequena propriedade rural trabalhada pela família pode ser objeto de penhora para pagamento de débitos estranhos à sua atividade produtiva. - A pequena propriedade rural trabalhada pela família não pode ser objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva. - A pequena propriedade rural, caso não trabalhada pela família, pode ser penhorada para pagamento de débitos decorrentes e débitos estranhos à sua atividade produtiva. XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas ● Protege o direito do autor; ● Só após sua morte é que haverá limitação temporal do direito. ● O direito autoral é transmissível aos herdeiros apenas pelo tempo que a lei fixar. XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus" ● No caso de bens de estrangeiros localizados no País, seria aplicada a norma sucessória que mais beneficiasse os brasileiros sucessores XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado ● Titulares: pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras; ● Âmbito de proteção: informações de interesse particular ou de interesse coletivo ou geral; ● Exceção: as informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado não devem ser fornecidas; ● Proteção: no caso de lesão ao direito à informação, o remédio constitucional a ser usado pelo particular é o mandado de segurança. ● Obrigação de transparência; ● A divulgação na Internet da remuneração de seus servidores são de interesse coletivo ou geral; ● Fornecidas a pesquisador documentos impressos e arquivos fonográficos das sessões públicas e secretas realizadas pelo STM (Superior Tribunal Militar) durante o período dos governos militares; XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal ● Petição é um pedido, no qual, o autor da petição pode fazer um pedido em favor de interesses próprios, coletivos, da sociedade como um todo, ou, até mesmo, de terceiros; ● O direito de petição tem como finalidades a defesa de direitos e a defesa contra ilegalidade ou abuso de poder; ● O direito de petição é um remédio administrativo, de natureza não-jurisdicional; ● Todas as pessoas físicas (brasileiros ou estrangeiros) e pessoas jurídicas são legitimadas para peticionar administrativamente aos Poderes Públicos O direito de postular em juízo, ao contrário do direito de petição, necessita, para ser exercido, de representação por advogado, salvo em situações excepcionais (como é o caso do habeas corpus). Portanto, para o STF, não é possível, com base no direito de petição, garantir a qualquer pessoa ajuizar ação, sem a presença de advogado. Com efeito, o ajuizamento de ação está no campo do “direito de postular em juízo”, o que exige advogado. Quando há omissão do Poder Público (falta de resposta a petição ou negativa ilegal da certidão), o remédio constitucional adequado, a ser utilizado na via judicial, é o mandado de segurança. ● Certidão é um atestado ou um ato que dá prova de um fato; ● O direito à obtenção de certidões tem como finalidades a defesa de direitos e o esclarecimento de situações de interesse pessoal. Ele não serve para esclarecimento de interesse de terceiros; ● O direito à obtenção de certidões em repartições públicos independe do pagamento de taxas. O remédio constitucional que protege o direito de certidão é o mandado de segurança. O habeas data é utilizado, como estudaremos mais à frente, quando não se tem acesso a informações pessoais do impetrante ou quando se deseja retificá-las. Quando alguém solicita uma certidão, já tem acesso às informações; o que quer é apenas receber um documento formal do Poder Público que ateste a veracidade das informações. Portanto, é incabível o habeas data. XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada ● O Estado não é impedido de criar leis retroativas; estas serão permitidas, mas apenas se beneficiarem os indivíduos, impondo-lhes situação mais favorável do que a que existia sob a vigência da lei anterior; ● A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado. Não há direito adquirido contra: Normas constitucionais originárias, Mudança do padrão da moeda, Criação ou aumento de tributos, Mudança de regime estatutário XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a plenitude de defesa; o sigilo das votações; a soberania dos veredictos; a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida A competência constitucional do Tribunal do Júri (art. 5º, XXXVIII) não pode ser afastada por lei estadual, nem usurpada por vara criminal especializada, sendo vedada, ainda, a alteração da forma de sua composição, que deve ser definida em lei nacional. A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular, e não do Tribunal do Júri. ● A competência do tribunal do júri para julgar os crimes dolosos contra a vida não é absoluta. Isso porque não alcança os detentores de foro especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal; ● Segundo o STF, é possível que lei ordinária amplie a competência do tribunal do júri, ou seja, não há qualquer ofensa à CF/88. XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal ● Princípio da legalidade - Princípio da reserva legal determina que somente lei em sentido estrito (lei formal, editada pelo Poder Legislativo) poderá definir crime e cominar penas. - Princípio da anterioridade da lei penal, por sua vez, exige quea lei esteja em vigor no momento da prática da infração para que o crime exista. Em outras palavras, exige-se lei anterior para que uma conduta possa ser considerada como crime. Esse princípio confere segurança jurídica às relações sociais As normas penais em branco são aquelas que tipificam a conduta criminosa, mas que dependem de complementação em outra norma. Um exemplo de norma penal em branco é o crime de contrabando, que consiste em “importar ou exportar mercadoria proibida”. Para o estudo do Direito Constitucional, interessa-nos saber que a doutrina majoritária considera que as normas penais em branco não violam o princípio da reserva legal. XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu ● Uma conduta somente será caracterizada como crime se, no momento da sua ocorrência, já existia lei em vigor que a definia como tal. ● Abolitio Criminis” - assim considerada a lei que deixa de considerar como crime conduta que, antes, era tipificada como tal. Por ser benéfica ao réu, irá retroagir ● A lei penal mais gravosa ao indivíduo só alcançará fatos praticados após sua vigência. É a irretroatividade da lei penal mais grave ● Não é possível a combinação de leis no tempo EX TUNC = Máquina do tempo, atinge o que ficou para trás EX NUNC = Nunca mais, a partir de agora XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais. XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático IMPRESCRITÍVEIS: Racismo, Ação de Grupos Armados, Civis ou Militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático INAFIANÇÁVEIS: Racismo, Ação de Grupos Armados, Civis ou Militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático, Hediondos, Tortura, Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e Terrorismo INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA: Hediondos, Tortura, Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e Terrorismo XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido ● Intranscendência das penas/intransmissibilidade das penas/personalização da pena ● Ninguém sofrerá os efeitos penais da condenação de outra pessoa. ● A obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens podem ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, mas apenas até o limite do valor do patrimônio transferido. XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: privação ou restrição da liberdade; perda de bens; multa; prestação social alternativa; suspensão ou interdição de direitos XLVII - não haverá penas: de morte, salvo em caso de guerra declarada; de caráter perpétuo; de trabalhos forçados; de banimento; cruéis; ● A pena de banimento não se confunde com a expulsão de estrangeiro do Brasil ● A pena de caráter perpétuo, o máximo penal legalmente exequível, no ordenamento positivo nacional, é de 40 anos L- às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião ● Extradição - Extradição ativa acontecerá quando o Brasil requerer a um outro Estado estrangeiro a entrega de um indivíduo para que aqui seja julgado ou punido. - Extradição passiva ocorrerá quando um Estado estrangeiro requerer ao Brasil que lhe entregue um indivíduo. ● O brasileiro nato (que é o brasileiro “de berço”, que recebeu sua nacionalidade ao nascer) não poderá ser extraditado; trata-se de hipótese de vedação absoluta à extradição Caso o brasileiro nato perca a sua nacionalidade pela aquisição voluntária de outra nacionalidade, ele estará sujeito à extradição. Perceba que, nesse caso, ele não se enquadra mais na condição de brasileiro nato. ● O brasileiro naturalizado (que é aquele que nasceu estrangeiro e se tornou brasileiro, vale também para português equiparado, aquele que possui residência permanente no Brasil), poderá ser extraditado em: - Crime comum, praticado antes da naturalização - Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal ● Princípio da Proporcionalidade: não se busca apenas coibir os excessos do Estado (proibição de excesso), mas também impor ao Estado um dever de proteção (proibição de proteção deficiente). - Adequação - Necessidade - Proporcionalidade em sentido estrito LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes ● O advogado tem direito, no interesse de seu cliente, a ter acesso aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado pela polícia, digam respeito ao exercício do direito de defesa. ● É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento de bens para admissibilidade de recurso administrativo. LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos ILÍCITO ● É ilícita a prova obtida por meio de interceptação telefônica sem autorização judicial. ● São ilícitas as provas obtidas por meio de interceptação telefônica determinada a partir apenas de denúncia anônima, sem investigação preliminar. ● São ilícitas as provas obtidas mediante gravação de conversa informal do indiciado com policiais, por constituir-se tal prática em “interrogatório sub-reptício”, realizado sem as formalidades legais do interrogatório no inquérito policial e sem que o indiciado seja advertido do seu direito ao silêncio. ● São ilícitas as provas obtidas mediante confissão durante prisão ilegal. Ora, se a prisão foi ilegal, todas as provas obtidas a partir dela também o serão. OBS: a prova ilícita não contamina todo o processo. LÍCITO ● É lícita a prova obtida mediante gravação telefônica feita por um dos interlocutores sem a autorização judicial, caso haja investida criminosa daquele que desconhece que a gravação está sendo feita. Nessa situação, tem-se a legítima defesa. ● É lícita a prova obtida por gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, quando ausente causa legal de sigilo ou de reserva da conversação. ● É lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro. LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentadano prazo legal LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança ● Hipóteses em que é possível a prisão: - Flagrante delito; - Transgressão militar ou crime propriamente militar; - Ordem de juiz, escrita e fundamentada. LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária ● O uso de algemas é admitido nas seguintes situações: resistência, fundado receio de fuga ou perigo à integridade física própria ou alheia. Trata-se de medida de caráter excepcional, que precisa ser justificada por escrito. LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel ● É lícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens ● Não pode o Poder Público cercear o livre trânsito de pessoas, salvo em situações excepcionais. LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder ● Caráter preventivo ou repressivo; ● Finalidade: proteger a liberdade de locomoção; ● Legitimados ativos: qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira. Só pode ser impetrado a favor de pessoa natural, jamais de pessoa jurídica; ● Legitimados passivos: autoridade pública e pessoa privada; ● Natureza Penal; ● Isenção de custas; ● Medida Liminar: possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora”; ● Penas de multa, de suspensão de direitos políticos, bem como disciplinares não resultam em cerceamento da liberdade de locomoção. Por isso, não cabe “habeas corpus” para impugná-las OBS: A liminar é uma ordem judicial proferida pronta, sumária (rito breve) e precariamente (não é definitiva). Visa proteger direito que esteja sendo discutido em outra ação, e que, sem a liminar, poderia sofrer danos de difíceis reparações, devido à demora na prestação jurisdicional. LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas corpus” ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público INDIVIDUAL ● Caráter preventivo ou repressivo; ● Finalidade de proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas corpus” ou “habeas data” ● Legitimados ativos: todas as pessoas físicas ou jurídicas, as universalidades reconhecidas por lei como detentoras de capacidade processual, alguns órgãos públicos e o Ministério Público ● Legitimados passivos: Poder público e particulares no exercício da função pública ● Natureza civil; ● Sem isento de custas ● Medida liminar: possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora”, mas há exceções LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados COLETIVO ● Caráter preventivo ou repressivo; ● Finalidade: proteger direitos líquidos e certos coletivos ou individuais homogêneos, não amparados por HC ou HD (caráter residual); ● Legitimados ativos: Partido político com representação no Congresso Nacional; Organização sindical e entidade de classe; Associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 01 ano ● Legitimados passivos: Autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público ● Natureza civil; ● Sem isento de custas; ● Medida liminar: possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora”; ● Substituição processual. LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania ● Finalidade: suprir a falta de norma regulamentadora, que torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania ● Legitimados ativos: qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira. ● Legitimados passivos: autoridade que se omitiu quanto à proposição da lei ● Natureza civil; ● Sem isento de custas; ● Sem medida liminar; ● Pressupostos para cabimento: falta de regulamentação de norma constitucional programática propriamente dita ou que defina princípios institutivos ou organizativos de natureza impositiva; nexo de causalidade entre a omissão do legislador e a impossibilidade de exercício de um direito ou liberdade constitucional ou prerrogativa inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania e o decurso de prazo razoável para elaboração da norma regulamentadora. ● Não cabe mandado de injunção: se já houver norma regulamentadora; se faltar norma regulamentadora de direito infraconstitucional; se faltar regulamentação de medida provisória ainda não convertida em lei pelo Congresso Nacionalidade; se não houver obrigatoriedade de regulamentação. LXXII - conceder-se-á "habeas-data": para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; ● É parte legítima para impetrar habeas data o cônjuge sobrevivente na defesa de interesse do falecido ● Finalidade: proteger direito relativo à informação e retificação sobre a pessoa do impetrante constante de registros ou bancos de dados; ● Natureza civil; ● Isento de custas; ● Sem medida liminar; ● Destina-se a garantir o acesso a informações relativas à pessoa do impetrante, ou seja, do requerente, solicitante. Jamais para garantir acesso a informações de terceiros! Só pode ser impetrado diante da negativa da autoridade administrativa de garantir o acesso aos dados relativos ao impetrante. Sua impetração não se sujeita a decadência ou prescrição. LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência ● O MP pode atuar como: - Parte autônoma; - Órgão ativador da produção de prova e auxiliar do autor popular; - Substituto do autor; - Sucessor do autor LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiênciade recursos LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania OBS: são gratuitos o habeas corpus e o habeas data aos que comprovarem insuficiência de recursos – assistência gratuita. LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
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