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ANATOMIA DA CABEÇA E DO PESCOÇO A anatomia da cabeça e do pescoço é extremamente importante para a prática cirúrgica nessas áreas, visto que elas possuem muitas estruturas nobres que podem ser lesadas facilmente. Cabeça → • Crânio → é formado por 5 camadas: pele, tecido celular subcutâneo, aponeurose epicrânica (gálea), tecido conjuntivo frouxo e periósteo. Escalpelamento é quando você tem a avulsão ou o descolamento dessas 5 camadas. O termo vem do mnemônico SCALP (Skin, Connective tissue, aponeurosis, Loose connective tissue e periosteum. • Irrigação → Anteriormente é realizada, principalmente, pelas artérias supraorbitárias e supratrocleares. Lateralmente, é realizada pelas arteriais temporais superficiais. Posteriormente é realizada pelos vasos occipitais. • Calota Craniana → Formado por: Osso frontal, Osso Occipital, 2 ossos parietais, osso temporal e pelas 2 assas maiores do osso esfenoide. • Fossas Cranianas → Fossa Anterior é formada pelo osso frontal, pelo osso etmoide e por uma parte do esfenoide. A Fossa Média é formada pelo esfenoide, pelo osso parietal e pelo osso temporal. Essa estrutura é importante por possuir uma alta quantidade de forames por onde passam várias estruturas, podendo ser destacado os forames redondo, oval e espinhoso. A Fossa Posterior é formada pelo temporal, pelo parietal e pelo esfenoide. Órbitas → é importante se atentar ao forame ou Canal Óptico por onde passam o Nervo Óptico e o Artéria Oftálmica. Além disso, é importante conhecer a Fissura Superior por onde passam os NN oculomotor, abducente, troclear e oftálmico e as veias oftálmicas. Nariz → dividido em uma região cartilaginosa e uma região óssea. Vai ser formado por 2 ossos nasais, 1 cartilagem septal, 2 cartilagens alares maiores, 2 cartilagens acessórias e 2 cartilagens alares menores. A Parede Medial é composta pelo septo nasal e era uma área cartilaginosa anteriormente e se tornou uma área óssea posteriormente, formada pelo vômer e Lâmina Perpendicular do Etmoide. A Parede Lateral é composta pelas conchas nasais, superior, média e inferior. O assoalho é composto pelo processo palatino da maxila. E a irrigação é realizada pela a. esfenopalatina que é o ramo terminal da a. maxilar interior. Por ser uma área extremamente irrigada, está muito sujeita a sangramentos. Nervo Facial → é o VII par craniano e é responsável pela inervação da musculatura da mímica facial. Ele emerge do forame estilomastóideo e possui 2 ramos: o cervicofacial (ramo cervical, marginal da mandíbula e bucal) e o cervicotemporal (ramo temporal e zigompatico). Pescoço → é uma área anatômica rica e complexa, possuindo vários nervos, vasos, músculos, glândulas e, até mesmo, o trato aerodigestivo. Por ser uma região fechada, todas as cavidades e acessos tem que ser criadas no momento da cirurgia, por isso, o índice de complicações depende do conhecimento da região. Limites → O limite inferior é formado pela Fúrcula pela margem superior da clavícula e pelo processo espinhoso de C7. Já o limite superior é formado pela borda inferior da mandíbula, pelo ápice do processo mastoide e pela protuberância occipital. E o limite lateral é formado pelo músculo esternocleidomastóideo e pela borda do músculo trapézio. Fáscias Cervicais → estruturas laminares de tecido conjuntivo fibroso que envolvem as estruturas cervicais. São divididas em superficiais e profundas. • A superficial está presente na parte anterior e lateral do pescoço, indo do processo zigomático até o tórax. Ela recobre o M. Platisma, formando o M. cervical superficial. Ela é inervada e pelos ramos cervical e mandibular do N. Facial. Além disso, ela ainda recobre as veias jugulares anteriores que são tributárias da veia jugular externa e envolve a cadeia linfática superficial. • Já a fáscia profunda se divide em 3 camadas: superficial, profunda e média. A Camada Superficial se origina inferiormente ao Platisma e insere-se no hioide anteriormente, no manúbrio e na clavícula inferiormente e fixa-se na espinha cervical posteriormente. Ela envolve os m. trapézio e o m. esternocleidomastóideo (bilaminar) e a região supraesternal (bilaminar) criando o Espaço Supraesternal de Burns. Além disso, ela ainda envolve as Glândulas submandibular, parótida e o Nervo Facial, bem como estruturas linfáticas. A Camada Média possui 3 Lâminas: a muscular, que é contínua com a camada superficial e vai englobar os mm. Esterno-hióideo, tireo- hiódeo e omo-hiódeo, a visceral, que vai englobar laringe, traqueia, esôfago, tireoide e paratireoide, e a carotídea, que vai englobar carótida comum, v. jugular interna, nervo vago e linfonodos profundos do pescoço. A Camada Profunda vai envolver a musculatura Pré-vertebral e paraespinhal, nervo frênico e plexos cervical e braquial, vértebras e artéria e veia vertebral. Ela também se divide em 2 lâminas: a lâmina alar ,que se estende entre a lâmina pré- vertebral e a camada média da fáscia profunda, e a lâmina pré- vertebral, que se situa diretamente sobre o osso e inicia-se nos corpos vertebrais. Entre a lâmina alar e a pré-vertebral, existe o “Danger Space” que se estende da base do crânio ao diafragma. Esse espaço não possui uma “válvula” que bloquei a infecção, portanto, se o paciente tiver uma infecção nessa área, ela irá se estender desde a base do crânio até o diafragma. Musculatura Anterior → O músculo Platisma é de extrema importância na dissecação de cabeça e pescoço, uma vez que, praticamente, todo acesso na nessa região levanta um retalho subplastimal. Ele possui origem na fáscia e na pele sobre o m. peitoral e o m. deltoide e possui inserção na borda mandibular inferior e na pele inferior da face. Ele vai ser inervado pelo ramo cervical do nervo facial. Músculos Supra-hióideos → O M. Digástrico é importante por não passar nenhuma estrutura importante superficialmente a ele, sendo um marco importante. Possui 2 ventres: o anterior está localizado na região submentoniana e é inervado pelo ramo milo-hióideo do nervo alveolar inferior, já o ventre posterior está localizado na região submandibular e é inervado pelo nervo facial. Estruturas Profundas: N. Hipoglosso, N. vago e V. Jugular. Estruturas Superficiais: V. Facial, N. Auricular magno (as vezes é sacrificado durante o acesso cervical) e R. marginal da mandíbula do N. Facial. Outros Músculos Supra- hióideos: Estilo-hióideo, o milo-hióideo, o gênio-hióideo. Todos esses músculos formam diagrama bucal e correspondem ao assoalho da boca. Músculos Infra-Hióideos → são inervados por ramos da alça cervical no N. Hipoglosso. M. Tireo-hióideo, omo- hióideo, esterno-hióideo e esternotireóideo. Musculatura Lateral → Esternocleidomastóideo é inervado pelo N. Acessório e pelo plexo cervical (C2 + C3) e é importante pois na hora de fazer um acesso, deve-se basear no espaço formado pela cabeça clavicular e pela cabeça esternal. Além disso ainda há o escaleno anterior, médio e posterior que são inervados pelo plexo cérvico- braquial (C3 a C5). O escaleno anterior é importante para localizar o N. frênico na cirurgia, o qual anterior ao músculo. Musculatura Posterior → é composta pelos músculos: semi-espinhal da cabeça, esplênio da cabeça, trapézio, reto posterior maior e menor, oblíquo superior e inferior, semi-espinhal do pescoço e esplênio cervical. Vascularização → Realizada pela Carótida Comum Esquerda, originada pelo Arco aórtico, e Carótida Comum Direita, originada pelo Tronco Braquiocefálico. O TBC acima da clavícula eleva os riscos de lesão. Só quem emiti ramos é a Carótida Externa (anteromedial) e a Carótida Interna é Posterolateral.Ramos Anteriores: A. tireóidea superior, lingual e facial. Ramo Médio: A. faríngea ascendente. Ramo Posterior: A. occipital e auricular posterior. Ramos Terminais: A. temporal superficial e maxilar. Drenagem → Jugular interna drena as veias faríngeas, tireóideas superior, média, lingual e veias do seio petroso inferior. Jugular Externa drena a região retromandibular e auricular posterior. Jugular Interior drena região suprahióidea até desembocar na veia jugular externa. Inervação → Realizada pelo N. Vago, Faríngeos, Laríngeo Superior, Laríngeo Recorrente, N. acessório e N. hipoglosso. Drenagem Linfática → é dividida em níveis (grupos de linfonodos). Nível I : Submentoniano, submandibular e vasos faciais. Nível II : Jugulodigástrico, porção superior do acessório e veia jugular interna. Nível III : juguloomo-hióideo (porção média da jugular interna). Nível IV : Jugular Inferior. Nível V : vasos cervicais transversos, porção inferior do acessório. Nível VI : Delphianos, esofagotraqueal, mediastino superior. Trígonos do Pescoço → • Submentoniano: Linfonodos, porção terminal da artéria submentoniana. • Trígono Submandibular: Linfonodos, Glândula Submandibular, Artéria e Veia Facial. • Trígono Carotídeo: A. carótida Comum Externa e Interna, veia jugular interna, pares cranianos (X, XI e XII), nervos laríngeos externo e interno, laringe e faringe. • Trígono Muscular: Veia Jugular Anterior, Tireoide, Laringe, Traqueia, Esôfago e músculos Infra- Hióideos. • Trígono Occipital: N. acessório e Plexo Braquial. • Trígono Subclávio: A. subclávia, veia jugular externa e plexo braquial. Ducto Torácico → estrutura extremamente importante para a drenagem linfática do organismo. É posterior a Artéria Carótida Comum e a veia Jugular Interna e anterior ao Músculo Escaleno anterior. É importante deixar ele ligado durante o esvaziamento cervical desse nível, uma vez que se ele não for ligado haverá a formação de uma fístula quillosa.
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