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INTESIVO I – Direito Tributário – Eduardo Sabbag – 02.07.2012 Material de aula elaborado pela monitora Adriana Firmino INTENSIVO I Disciplina: Direito Tributário Prof. Eduardo Sabbag Data: 02.07.2012 MATERIAL DE APOIO – MONITORIA CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA 1. CONSIDERAÇÕES - Fato Gerador: quando houver uma valorização imobiliária decorrente de uma obra pública – nexo de causalidade. - Obra que gera o tributo: obra pública – art. 2º do DL 195/67. - Paga-se uma vez (FG instantâneo) OBS: Diante da alteração da base de calculo, é bem provável que se tenha que paga um IPTU maior, o que é admissível, uma vez que o FG de um tributo não se confunde com o de outro – art. 4º, CTN. - Base De Cálculo: a base de cálculo da contribuição de melhoria NÃO PODE ser o valor da obra, nem mesmo o custo dela. Verdadeiramente, a base de cálculo será o “QUANTUM” de valorização experimentada pelo imóvel. Desta forma, diante de uma contribuição de melhoria municipal, não se pode cobrar o mesmo valor tributário do munícipe, sem fazer a necessária individualização. No Brasil, prevalece o sistema de duplo limite (sistema misto) em que haverá a presença de dois limites de cobrança: 1- Limite Individual: parte-se da valorização individualmente detectada. 2- Limite Global ou Total: respeita-se o “teto*” de valor gasto com a obra. * Verifique que o tributo, além de evitar o locupletamento do particular, obsta o locupletamento estatal. - Zona de Influência: Trata-se da área de irradiação dos efeitos valorizadores que decorrem da obra pública, ou seja, a demarcação de limites geográficos hábeis a indicar se o fulano é sujeito passivo ou não. - Momento do Pagamento: paga-se o tributo após a obra estar finda, uma vez que apena o término da obra INTESIVO I – Direito Tributário – Eduardo Sabbag – 02.07.2012 Material de aula elaborado pela monitora Adriana Firmino ofertará condições de verificação da ocorrência ou não do FG. OBS: O art. 9º do DL 195/67 indica a possibilidade aceitável de se cobrar o tributo ao término de etapas da obra, ainda que esta não esteja completamente finalizada. - Pavimentação Asfáltica: Diante das obras de asfaltamento, muitos municípios entenderam adequado cobrar taxas. O STF entendeu que a taxa de asfaltamento é inconstitucional, em razão da ausência da especificidade e de divisibilidade. No caso, o STF apontou para o único tributo adequado: a contribuição de melhoria. OBS: No caso do recapeamento asfáltico, por se tratar de um dever de manutenção da via pública, a ser custeado difusamente pela receita de impostos, não se cogitará da cobrança da contribuição de melhoria. STF DICA FINAL!!! A contribuição de melhoria é considerada “regra” diante do principio da anterioridade, que lhe será aplicado nas duas vertentes (anual e nonagesimal). Não perca de vista, entretanto, que a regra da anterioridade quanto ao momento da incidência da lei, deve pressupor o término da obra e a consequente valorização. Além disso, o art. 82, I, CTN, determina o cumprimento prévio de exigências editalícias, que tornam o tributo deveras “democrático, transparente e participativo” (Hugo de Brito Machado). No edital, por exemplo, deverá ser antecipado com transparência o orçamento do custo da obra. Pergunta-se: será isso de interesse do político inescrupuloso??? - Veja que o art. 82, II e III, do CTN, trata do contraditório e do processo administrativo e se abrem ao interessado irrisignado com as características da obra. TAXA 1. CONSIDERAÇÕES - art. 145, II da CF; Art. 77 a 79 do CTN -Fato Gerador: a taxa pode surgir de duas ações estatais (dois fatos geradores distintos): 1- Serviço Público: taxa de serviço ou de utilização – art. 79, CTN. 2- Poder de Polícia: taxa de polícia ou taxa de fiscalização) – art. 78, CTN. INTESIVO I – Direito Tributário – Eduardo Sabbag – 02.07.2012 Material de aula elaborado pela monitora Adriana Firmino 1.1. TAXA DE POLÍCIA - Tal tributo será cobrado em virtude do chamado “poder de polícia”, um dos poderes administrativos que se estuda no Direito Administrativo. - O poder de policia é atividade estatal DE FISCALIZAÇÃO que limita o exercício dos direitos e liberdades individuais, em prol da coletividade. - Ponto Controvertido: Tal fiscalização deve ser desempenhada efetivamente ou será possível cobrar o tributo diante da mera existência de um aparato administrativo fiscalizatório? R= A jurisprudência registrou o veredicto do STF em um emblemático caso, ligado à TCFA – Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – RE 416601/2005, entendendo que se pode prescindir da efetiva comprovação da atividade fiscalizatória, bastando a existência do aparato administrativo. Todavia, a doutrina tem discutido o tema e evitado tomá-lo como paradigma. – FGV já pediu o teor da ementa. 1.2. TAXA DE SERVIÇO - O serviço público que enseja a taxa terá duas características cumulativas (especifico E divisível), podendo ser desfrutado de modo distinto (efetivamente OU potencialmente). - Note que o contribuinte pode usar o serviço concretamente ou não o usar, uma vez que ele teria sido apenas posto à disposição. Nos dois casos a taxa poderá ser exigida. - Ex: taxa de coleta de lixo em Municípios com população flutuante – art. 145, II, CF e art. 79, I, CTN. – A lei deve rotulá-lo de utilização compulsória. - Serviço Público Específico: é aquele prestado em unidades autônomas de utilização, sendo possível identificar o sujeito passivo - “uti singuli” – art. 79, II, CTN. - Serviço Público Divisível: é aquele que se mostra quantificável – art. 79, III, CTN. IMPORTANTE! O serviço público GERAL NÃO PODE ensejar taxa no Brasil, uma vez que ele prestado indistintamente à coletividade – universal ou “uti universi”. - Ex. de Serviços Públicos Gerais: 1- Segurança Pública 2- Iluminação Pública – sumula 670 do STF INTESIVO I – Direito Tributário – Eduardo Sabbag – 02.07.2012 Material de aula elaborado pela monitora Adriana Firmino IMPORTANTE! Este tributo voltou no formato de contribuição, a chamada contribuição para o serviço de iluminação pública, conforme se ler no art. 149-A, CF (EC 39/2002) - COSIP 3- Limpeza Pública (de Logradouro): varrição, capinação e limpeza de bueiro. OBS: Não confunda este serviço com o de Coleta de Lixo, uma vez que a jurisprudência já entendeu que tal coleta pode estar revestida de especificidade e divisibilidade. Súmula Vinculante 19 – A taxa de coleta de lixo não viola o art. 145, II da CF. 4- Outros Serviços DICAS FINAIS! 1ª: Base de cálculo: A base de calculo da taxa (custo da ação estatal) NÃO PODE SE CONFUNDIR com a base de cálculo do imposto (valor). – art. 145, § 2º, CF e art. 77, parágrafo único, CTN. Motivo: a base de calculo valor decorre do fato que o imposto é um tributo unilateral, diferentemente do que ocorre com as taxas (tributo bilateral). 2ª: Taxa X Tarifa: TAXA TARIFA (preço público) Tributo Não é tributo Principal Tributo xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Compulsória Facultativa / Voluntária Lei Contrato Obrigação “ex lege” Obrigação “ex voluntate” Receita Derivada Receita Originária Ex: TCFA Ex: Âmbito da tarifação: - tarifa de ônibus (transporte público) - pedágio* * A natureza jurídica do pedágio é controvertida. O STF já teve oportunidade de o considerar como taxa, à época do “selo-pedágio” (Lei nº 7.712/88). Na ocasião, o STF vislumbrou a especificidade de a divisibilidade no gravame. INTESIVO I – Direito Tributário – Eduardo Sabbag – 02.07.2012 Material de aula elaborado pela monitora Adriana Firmino Além disso, o termo “pedágio’ é mencionado no art. 150, CF, no contexto de um princípio tributário, o que reforçaria a tese da taxação. Por outro lado, a indumentária do pedágio brasileiro vem colocando em xeque a sua feição tributária, em razão da desobediênciaaos princípios (legalidade, anterioridade etc.), sem contar a questão da facultatividade diante das vias alternativas. Desse modo, entendemos que o pedágio pode ser uma taxa (STF), entretanto, vem se mostrando mais fielmente como um gravame exigido no âmbito da tarifação. A matéria continua aberta para debates. IMPOSTOS 1. CONSIDERAÇÕES - A parte geral é estuda aqui, enquanto os impostos em espécie virão no Intensivo II. - Conceito: é um tributo não vinculado à atividade estatal, razão pela qual ele é “unilateral”, fato gerador é ação do particular – art. 16, CTN. - Lei Ordinária regra, dois impostos Lei Complementar (imposto sobre grande fortuna e imposto residual). - U / E / DF / M criam impostos = competência tributária é indelegável. - Ex de imposto que não foi criado: imposto sobre grandes fortunas. - Paga-se imposto para o CUSTEIO DIFUSO dos serviços públicos gerais. - art. 167, IV, CF – é vedada a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa. - Principio da Não Afetação dos Impostos ou não Vinculação dos Impostos: aumento de ICMS de 17% para 18%, com 1% voltado para construção de moradias populares. - Ressalvas: 1º: Repartição do produto da arrecadação dos impostos 2º: Ações e serviço público de saúde 3º: Manutenção e desenvolvimento do ensino 4º: Atividades da administração tributária 5º: Prestação de garantias às operações de credito por antecipação de receita -Decore dispositivos atrelados exclusivamente a impostos – art. 150, VI, “a”, “b” e “d”, CF e art. 105, I, CF (Princípio da Capacidade Contributiva). INTESIVO I – Direito Tributário – Eduardo Sabbag – 02.07.2012 Material de aula elaborado pela monitora Adriana Firmino - Competência PRIVATIVA (Impostos): > art. 153, CF – Federais – União > art. 155, CF – Estaduais – Estados e DF > art. 156, CF – Municipais – Municípios e DF – art. 147, parte final da CF. - Municipais: IPTU, ISS (ISSQN), ITBI (ITIV) - Estaduais: IPVA, ICMS, ITCMD, - DF: IPTU, TSS, ITBI, IPVA, ICMS, ITCMD - Federal: “o restante” – II, IE, IPI, IOF, IR, ITR, Imposto Residual, Imposto Extraordinário (de guerra), Imposto sobre grandes fortunas. MUNICIPAIS ESTADUAIS FEDERAIS IPTU ITCMN II ITBI ICMS IE ISS IPVA IR IPI IOF IGF - Compete ao DF: impostos estaduais e municipais. - Território: compete à União, nos territórios, os impostos federais, estaduais e municipais, desde que, com relação a estes, os territórios NÃO SEJAM divididos em municípios. INTESIVO I – Direito Tributário – Eduardo Sabbag – 02.07.2012 Material de aula elaborado pela monitora Adriana Firmino LOUSA INTESIVO I – Direito Tributário – Eduardo Sabbag – 02.07.2012 Material de aula elaborado pela monitora Adriana Firmino INTESIVO I – Direito Tributário – Eduardo Sabbag – 02.07.2012 Material de aula elaborado pela monitora Adriana Firmino QUESTÕES 1. Um determinado, contribuinte do IPTU, reside em imóvel de sua propriedade, defronte a uma praça municipal. A Prefeitura local canalizou ali um córrego, asfaltou as ruas adjacentes à praça, arborizando-a e ajardinando-a. Por consequência, a casa deste contribuinte sofreu uma valorização imobiliária, aumentando o valor de mercado. Em face do exposto, ele, em razão da valorização de sua propriedade, está potencialmente sujeito ao pagamento do (de): a) taxa pelo serviço de asfaltamento. b) contribuição de melhoria. c) taxa pela utilização de serviços públicos de urbanização. d) taxas pelo exercício do poder de polícia. 2. Com relação a taxas e contribuições, assinale a opção correta. a) É cabível a cobrança de contribuição de melhoria em virtude da construção de estradas de rodagem e do recapeamento de via pública já asfaltada. b) As contribuições sociais residuais devem ser instituídas por lei complementar, ser não cumulativas e ter bases de cálculo e fatos geradores diferentes dos de outras contribuições sociais. c) Aplicam-se às contribuições para o fundo de garantia do tempo de serviço as disposições do CTN. d) Em conformidade com a legislação local aplicável, é legítima a cobrança de taxa de calçamento. INTESIVO I – Direito Tributário – Eduardo Sabbag – 02.07.2012 Material de aula elaborado pela monitora Adriana Firmino e) É ilegítima a cobrança da contribuição para financiamento da seguridade social (COFINS) sobre as operações relativas a serviços de telecomunicações. 3. Marque a alternativa CORRETA: a) Taxa é tributo que pode ser instituído em razão de serviços públicos específicos e indivisíveis prestados ou colocados à disposição do contribuinte. b) As taxas podem ter base de cálculo própria de impostos, desde que se refiram ao exercício do poder de polícia ou a serviços públicos específicos e divisíveis. c) Contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas, é tributo que pode ser instituído pela União, Estados e Municípios. d) Os Estados podem instituir impostos cumulativos sobre operações relativas à circulação de mercadorias. 4. Após a leitura das afirmações a seguir, assinale a alternativa correta: I. Conforme o Código Tributário estadual, em seu art.48, o ICMS será pago na forma e no prazo fixado pelo Poder Executivo, podendo porém este determinar que o imposto seja pago em local diferente daquele onde ocorrer o fato gerador, ressalvado o direito do Município à participação do imposto. II. É imune aos impostos a instituição de educação sem fins lucrativos, que não distribua qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título, aplique integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais e mantenha escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. III. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à, entre outros quesitos, segurança, disciplina da produção e do mercado e ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. IV. Os Municípios recebem 80% (oitenta por cento) da receita do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural arrecadada em seu território, mas podem reter toda a receita se firmarem convênio com a União com o intuito de fiscalizar e cobrar referido imposto. A sequência correta é: INTESIVO I – Direito Tributário – Eduardo Sabbag – 02.07.2012 Material de aula elaborado pela monitora Adriana Firmino a) As assertivas I, II, III e IV estão corretas. b) As assertivas I, II e III estão corretas. c) Apenas as assertivas II e III estão corretas. d) Apenas as assertivas I e II estão corretas. 5. Assinale a única afirmação correta: a) O imposto sobre produtos industrializados tem como fato gerador, conforme dispõe o CTN, tão somente o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira e a sua saída dos estabelecimentos importador, industrial ou comerciante. b) O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade ou o domínio útil de bem imóvel por natureza, como definido na lei tributária, localizado na zona urbana do Município. c) A taxa, conforme determinação do Código Tributário Nacional, não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a impostos, mas pode ser calculada em função do capital das empresas. d) Contribuinte do imposto sobre a importação de produtos estrangeiros é o importador ou quem a lei a ele equiparar, bem como o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados. RESPOSTAS 1. B 2. B 3. C 4. B 5. D
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