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Resumo Políticas Públicas em Saúde

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Políticas Públicas em Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Políticas Públicas em Saúde 
 
Centro Universitário Barão de Mauá 
Disciplina: Psicologia da aprendizagem 
E-mail: euaugustonascimento@gmail.com 
Aula: 01 de fevereiro de 2021. 
 
Bases conceituais sobre políticas públicas 
 
Texto: ZIONI, F.; ALMEIDA, E. S. Políticas públicas e Sistemas 
de Saúde: a reforma sanitária e o SUS. In: ROCHA, A. A.; 
CESAR, C. L. G. Saúde pública: bases conceituais. São Paulo: 
Atheneu, 2013. 
 
Objetivos de aprendizagem: 
▪ Reconhecer as bases conceituais sobre políticas públicas, 
seus princípios e fases formulação; 
▪ Identificar o momento histórico de formulação das políticas 
públicas de saúde. 
 
O que significa política pública? 
De acordo com dicionário: 
Política: ciência de governar 
Público: refere se ao que é do povo, à coletividade 
 
Políticas públicas: 
▪ É o conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia dos 
direitos sociais, configurando um compromisso público que 
visa dar conta de determinada demanda, em diversas áreas. 
(GUARESCHI, 2004, p. 180); 
▪ São processos por meio dos quais os vários níveis de governo 
e as instâncias da sociedade civil organizada transformam 
seus propósitos em programas, projetos e ações. (SOUZA, 
2006, apud ZIONI; ALMEIDA, 2013); 
▪ Resultado de um complexo processo que envolve interesses 
discordantes confrontos e negociações entre várias instâncias 
e atores; 
▪ São instituídas por leis, pelo poder Legislativo, as quais as 
criam e regulamentam; 
▪ Atravessada por lutas de diferentes forças sociais, a 
construção de uma política pública é um processo de 
constituição de sujeitos sociais, na medida em que os 
mesmos ‘se constituem na relação que estabelecem nas 
disputas pelo poder’; 
▪ Abrange: pacto social, interesses diversas relações de poder; 
Uma política constitui se de: 
▪ Propósitos (objetivos); 
▪ Diretrizes (procedimento); 
▪ definição de responsabilidade das esferas do governo 
(parcerias); 
▪ Desdobramento de uma política: Programas/Projetos 
traduzidos em metas, cronograma e orçamento, estratégias 
de implementação das políticas (RH, dinheiro, tempo). 
Fases da formulação de políticas (elaboração, 
implantação, execução, avaliação). 
 
1. Reconhecimento de assuntos; 
2. Formulação de problemas; 
3. Identificação de necessidades; 
4. Fixação de objetivos; 
5. Consideração de opções; 
6. Intervenção; 
7. Avaliação de consequências. 
 
Ramificações de políticas públicas por setor: 
 
▪ Moradia; 
▪ Saúde; 
▪ Assistência social; 
▪ Transporte; 
▪ Trabalho; 
▪ Segurança; 
▪ Educação; 
▪ Ambiente. 
 
“É com políticas públicas que se cria um país” 
- Eliane Brum, 2019 
 
Aula: 08 de fevereiro de 2021. 
 
Histórico e legislação 
 
Texto: ZIONI, F.; ALMEIDA, E. S. Políticas públicas e 
Sistemas de Saúde: a reforma sanitária e o SUS. In: ROCHA, 
A. A.; CESAR, C. L. G. Saúde pública: bases conceituais São 
Paulo: Atheneu, 2013. 
 
Objetivos de aprendizagem: 
▪ Explicar o movimento sanitário; 
▪ Conceituar saúde ampliada, determinantes sociais da saúde 
e intersetorialidade; 
▪ Descrever a VIII Conferência Nacional de Saúde, a 
inserção da Saúde na Constituição. 
 
Breve Histórico: 
▪ Após a segunda guerra mundial Os estados assumem papel 
de 
▪ intervenção no campo social promotor do desenvolvimento 
e de políticas públicas de compensação das perdas; 
Responsabilidades do estado, direitos sociais 
(previdência). 
▪ No Brasil: 
▪ Período Militar 1964 1984; 
▪ 1974 criação do INAMPS prestar atendimento 
médico aos contribuintes da previdência social (carteira 
assinada); 
▪ Crescente mercantilização da saúde expansão e corrupção; 
▪ Desassistência à saúde; 
 
mailto:euaugustonascimento@gmail.com
 Políticas Públicas em Saúde 
 
▪ Crise do “milagre brasileiro” (e insatisfações com os “anos 
de chumbo” desemprego, repressão, mortalidade infantil, 
marginalização e exclusão do sistema. 
 
O movimento sanitário: 
 
▪ A saúde passou a ser um ponto de destaque entre todas as 
reivindicações populares: Padres da Teologia da Libertação, 
Profissionais de saúde e Intelectuais acadêmicos; 
▪ Sergio Arouca (ENSP/FIOCRUZ), em orientação de 
dissertação, em 1986 usa o termo movimento sanitário pela 
primeira vez; 
▪ "movimento pela reforma sanitária” 
▪ "movimento da reforma sanitária” 
▪ Considerando o “clima político”, o movimento foi inspirado 
pela busca de democratização e participação social; 
▪ Movimento reivindicatório e político Processo de 
participação social com objetivo comum garantia do direito 
universal à saúde e construção de um sistema de saúde único 
e público; 
▪ Saúde e democracia; 
▪ Inspirações: 
▪ Conferência de Alma Ata ( 1978 priorização da atenção 
primária à saúde para população carente; 
▪ Movimento sanitário italiano, que propunha uma “política 
de saúde de caráter universal, com uma concepção ampliada 
de saúde que se expressasse em termos de direito social, de 
componente de cidadania. 
(ZIANE ALMEIDA, 2013 p. 108.) 
 
CONCEITOS DE SAÚDE: 
 
▪ Conceito negativo ausência de doença 
▪ Conceito positivo: “estado de perfeito bem estar físico, 
mental e social (OMS); 
▪ Conceito ampliado Saúde é resultante de condições de 
alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, 
trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e 
posse da terra e acesso aos serviços de saúde (determinantes 
sociais da saúde); 
Resultado das formas de organização e produção social, as 
quais podem gerar desigualdades. 
 
Modelo de Interação dos Determinantes Sociais da Saúde 
(DSS): 
Concepção multicausal do processo saúde doença; 
Conceito ampliado de saúde; 
 
 
 
 
 
 
Desigualdade Social → Desigualdade no acesso aos serviços de 
saúde → Desigualdade nas condições de saúde; 
 
Conceito ampliado de saúde e 
Intersetorialidade 
 
Intersetorialidade: “Princípio de gestão das políticas sociais que 
privilegia a integração das políticas em sua elaboração, execução, 
monitoramento e avaliação Busca superar a fragmentação das 
políticas, respeitando as especificidades de cada área” ((Pequeno 
Dicionário Assistência Social de A a Z, 2001). 
“Remete ao conceito de REDE cuja prática requer articulação, 
vinculações, ações complementares, relações horizontais entre 
parceiros e interdependência de serviços formais e informais para 
garantir integralidade das ações” (O SUS de A a Z, 2009). 
 
VIII Conferência Nacional de Saúde 
1986: 
 
▪ Fórum democrático; 
▪ Marco do movimento sanitário; 
▪ Reuniu mais de 5 000 pessoas representantes de usuários, 
trabalhadores, partidos políticos, movimentos sociais; 
▪ Definiu as estratégias a serem defendidas; 
▪ na Constituinte de 1988. 
 
Princípios: 
 
▪ Conceito ampliado da saúde; 
▪ A condição de saúde resulta da garantia de outros direitos 
sociaism (moradia, trabalho...); 
▪ Reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever 
do Estado; 
▪ Defesa de um sistema único, de acesso universal, igualitário e 
descentralizado de saúde. 
 
Saúde na Nova Constituição 1988 “A 
Constituição Cidadã” 
 
Art. 196. 
“A saúde é um direito de todos e dever do Estado garantido 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do 
risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação. 
Capítulo II 
Dos Direitos Sociais 
Art 6 º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, 
o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a 
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
Art. 196 a 200 
 Políticas Públicas em Saúde 
 
▪ O conceito de seguridade social inclui contribuintes e não 
contribuintes; 
▪ O conceito de universalidade de cobertura 
(reconhecimento do direito de todos à saúde); 
▪ O princípiode que é dever do Estado garantir a saúde 
(reconhecimento da determinação social do processo saúde 
doença). 
 
Aula: 22 de fevereiro de 2021: 
 
Sistema único de saúde, SUS 
 
Objetivos de aprendizagem: 
▪ Descrever a Lei Orgânica da Saúde. 
▪ Analisar o Sistema Único de Saúde (SUS), em termos de 
objetivos e princípios, e sua relação com o setor privado. 
 
Lei Orgânica da Saúde: Cria o Sistema Único de Saúde (SUS) 
 
Lei 8.080, 19/09/1990: 
▪ A organização e a gestão; 
▪ As competências e atribuições das 3 níveis de governo; 
▪ Funcionamento e participação complementar do setor 
privado; 
▪ Política de recursos humanos; 
▪ Recursos financeiros, planejamento e orçamentos. 
 
Lei 8.142, 28/12/1990: 
▪ Define a participação social; 
▪ Transferências entre os governos de recursos de 
financiamento. 
▪ Você usa o SUS? 
▪ “Não usuário” = Não existe / Usuário passivo 
Sistema Único de Saúde: 
▪ Trata-se de um conjunto de elementos interdependentes de 
modo a formar um todo organizado; 
▪ Um único sistema para todo território nacional e todos os 
cidadãos; 
 
▪ Qual é o objetivo do SUS? 
▪ Oferecer assistência à população, baseando-se no modelo de 
promoção, proteção e recuperação da saúde. 
 
Princípios: regras, normas, orientações, que devem se 
desenvolver de forma interdependente. 
Éticos/doutrinários: doutrina; ideias fundamentais que norteiam 
as ações. (universalidade, equidade, integridade); 
Organizacionais/operativos: meios e estratégias para alcançar o 
objetivo. (decentralização, regionalização e hiequiarização, 
resolutividade e participação social). 
 
 
 
 
 
 
Princípios éticos/doutrinários (SUS) 
 
▪ Universalidade: garantia de acesso de toda e qualquer 
pessoa a todo e qualquer serviço de saúde, seja ele público 
ou contratado pelo poder público; independente de nível 
socioeconômico, cor, raça, religião, orientação sexual, 
situação de emprego... 
Equidade: garantia de acesso de qualquer pessoa em 
igualdade de condições aos diferentes níveis de 
complexidade do sistema, de acordo com a necessidade que 
do caso, a partir do reconhecimento das particularidades, em 
busca da diminuição das desigualdades sociais. 
▪ Integralidade: cada pessoa é um todo indivisível e 
integrante de um comunidade: integração do sujeito. 
▪ As ações de promoção, proteção e recuperação da saúde 
devem ser conjuntas e indissociáveis; não podem ser 
compartimentalizadas: integração das ações. 
▪ As unidades prestadoras de serviço, com seus diversos graus 
de complexidade, formam um todo indivisível configurando 
um sistema de assistência integral: integração dos serviços 
 
“O homem é um ser integral, bio-psico-social, e deverá ser 
atendido com esta visão integral por um sistema de saúde 
também integral, voltado a promover, proteger e recuperar 
sua saúde” 
 
Regionalização e Hierarquização 
 
Regionalização: serviços dispostos em área geográfica 
delimitada. 
Hierarquização: serviços organizados em níveis de densidade 
tecnológica crescente. O acesso se dá pelo nível primário, 
alcançando níveis maiores de densidade tecnológica em 
decorrência da necessidade. 
Nível terciário: hispitais de referência, resolvem 5% dos 
problemas da saúde; 
Nível segundário: centros ambulatórios de referência, 
resolvem 15% dos problemas; 
Nível primário: PSF e UBS, responsáveis por 80% dos 
problemas de saúde. 
 
Descentralização: redistribuição do poder decisório: divisão de 
responsabilidade quanto à gestão, financiamento e execução 
de cada esfera de governo. “Municipalização da saúde” 
. 
As três esferas de governos e responsabilidades: 
 
Federal → Ministério da Saúde: 
▪ Planejar e fiscalizar o SUS em todo o país. 
▪ Coordenar sistemas de saúde de alta densidade tecnológica 
Aplicar 12-15% de todos os recursos arrecadados na área da 
saúde. 
 
Estadual → Secretaria Estadual de Saúde 
▪ Coordenar hospitais de referência e gerenciar locais de 
atendimentos complexos (alta e média densidade 
tecnológica) 
▪ Aplicar 12% de sua receita (e os repassados pela União). 
 
 
Municipal → Secretaria Municipal de Saúde 
 Políticas Públicas em Saúde 
 
Garantir e prestar serviços de atenção básica (baixa densidade 
tecnológica); 
Aplicar 15% de sua receita (e os repassados pela União e pelo 
estado). 
 
Resolutividade 
▪ Capacidade do serviço em resolver o problema ao qual está 
designado; 
▪ O serviço deve estar preparado para atender as necessidades 
daqueles que o procuram, dentro de sua capacidade tecnológica. 
▪ Participação social 
▪ Garantia constitucional; 
▪ População exercer papel deliberativo e fiscalizador de políticas 
de saúde, por meio de instâncias representativas; 
▪ Os Conselhos de Saúde devem ser: Paritários (50% usuário, 25% 
▪ trabalhadores, 25% gestores) Tripartides (federal, estadual, 
municipal); 
▪ (10-20 membros não remunerados); 
▪ A Conferência Nacional de Saúde é a instância máxima de 
deliberação. 
 
A Lei nº 8.142/90 estabelece: 
O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão 
colegiado composto por representantes do governo, prestadores de 
serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de 
estratégias e no controle da execução da política de saúde na 
instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e 
financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder 
legalmente constituído em cada esfera do governo. 
Paridade – Representatividade Mínimo reunião mensal aberta ao 
público 
 
Participação social 
 
Problemas: 
▪ Colonização por interesses partidários, corporativos e de grupos 
▪ Baixa representatividade/Uso indevido 
▪ Pouco interesse: tempo e disposição 
▪ Dificuldades impostas pela gestão: não disponibiliza recursos 
(transporte, computador, telefone...) 
▪ Desigualdade (argumentativa) entre representantes 
▪ Necessário: capacitação constante; criação de possibilidade de 
comunicação entre distintas formas de linguagem 
 
Complementariedade do setor privado: 
 
▪ Público (SUS) 
▪ Privado (Saúde complementar, planos de saúde) 
▪ Liberal clássico (particulares autonomos) 
▪ 30% população brasileira tem plano de saúde privado 
Sobreposição de coberturas (sobrecobertura) 
▪ Estatística sobre uso: 70% população brasileira depende 
exclusivamente do SUS, O SUS, além da AB, por ano 
realizada: 2,3 bilhões de procedimentos ambulatoriais, 300 
milhões de consultas médicas, 2 milhões de partos, 11 mil 
transplantes, 215 mil cirurgias cardíacas, 9 milhões de 
procedimentos de quimio/radioterapia. 
11,3 milhões internações (67% do total de internações) 
 
Aula: 08 de março de 2021 
 
Rede de Atenção à Saúde (RAS) 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Implantação das Redes de Atenção 
à Saúde e outras estratégias da SAS. Brasília, 2014. 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/implantacao_redes_at
encao_saude_sas.pdf. (p. 9-10) 
 
Sistema integrado de saúde 
Rede. Poliarquia. Horizontalidade e Integralidade das ações 
Rede de Atenção à Saúde (RAS) 
 
APS → Urgência e emergência → Atenção especializada → 
Atenção hospitalar → Vigilância sanitária → Vigilância e 
monitoramento. 
 
Redes de Atenção à Saúde (RAS) 
 
Portaria nº 4279/2010 estabelece diretrizes para organização das 
RAS no âmbito do SUS 
RAS: “São arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, 
de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de 
sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a 
integralidade do cuidado ( 2014 p. 9). 
Ação cooperativa e interdependente (nós da rede) 
 
Características: 
▪ Formação de relações horizontais entre os pontos de atenção, 
tendo a Atenção Básica à Saúde como centro de 
comunicação (ABS coordena a atenção); 
▪ Centralidade nas necessidades de saúde da população 
▪ Atenção contínua e integral; 
▪ Ação cooperativa e interdependente entre os serviços; 
▪ Cuidado multiprofissional; 
▪ Compartilhamento de objetivos 
▪ Compromisso com resultadossanitários e econômicos 
 
Processo saúde/doença 
Promoção → prevenção → diagnóstico → tratamento → 
reabilitação 
 
Níveis de atenção 
Atenção básica → atenção segundária → atenção terciária → 
atenção quartenária 
 
INTEGRIDADE RAS 
 
Redes temáticas que compõem a RAS: priorizam linhas de 
cuidade 
▪ Rede Cegonha 
▪ Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) 
▪ Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência 
▪ Rede de Atenção à Saúde das 
▪ Pessoas com Doenças Crônicas 
▪ Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) 
 
 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/implantacao_redes_atencao_saude_sas.pdf.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/implantacao_redes_atencao_saude_sas.pdf.
 Políticas Públicas em Saúde 
 
Algumas Políticas/Programas específicos que 
compõem a RAS 
▪ Política Nacional de AT Básica Saúde 
▪ Política Nacional de Humanização 
▪ Política de Saúde Indígena 
▪ Política e Rede de Saúde Mental 
▪ Política Nacional de Saúde Integral da População Negra 
▪ Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher 
(PNAISM) 
▪ Estratégia de Saúde da Família (ESF) 
▪ Agencia Nacional Vigilância 
▪ Sanitária Saúde (ANVISA) 
▪ Programa Nacional de Imunização 
▪ Programa Nacional IST/AIDS 
▪ Sistema Nacional de Transplantes 
▪ SAMU/Rede de Urgência e Emergência 
▪ Política Nacional de Alimentação e nutrição 
▪ Modernização Sistema de informação em saúde 
▪ Saúde Bucal 
▪ Vigilância Epidemiológica 
▪ Política Nacional de Atenção ao Idoso 
▪ Diretrizes para Atenção Hospitalar e Especializada 
▪ Política Nacional de Gestão do Trabalho e da educação do 
SUS 
▪ Política de Gestão Participativa 
▪ Secretarias/coordenadorias especificas dentro do MS 
 
Política de Atenção Básica à Saúde 
 
Atenção básica em saúde (ABS) / Atenção primária em 
saúde (APS) 
▪ Consenso internacional importante para enfrentar as 
desigualdades e melhorar os resultados de saúde 
▪ Atendimento inicial (porta de entrada) e filtro organizador do 
fluxo da rede 
▪ Descentralização (municipalização) 
▪ Intersetorialidade 
▪ Ações de baixa densidade tecnológica e alta complexidade 
 
Serviços 
Unidade Básica de Saúde (UBS): Consultas regulares, 
acompanhamento, medicamentos e vacinas. Nos bairros. 
Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF): Equipe 
especializada que apoia a ABS e a Estratégia de Saúde da 
Família (ESF). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diferenças entre atenção convencional e 
atenção primária à saúde 
 Convencional Atenção primária 
Enfoque Doença 
Cura 
Saúde, prevenção, atenção 
tratamento 
Conteúdo Tratameto da doença 
Atenção por episódio 
Problemas específicos 
Promoção da saúde 
Atenção continuada 
Atenção abrangente 
Organização Especialistas 
Médicos 
Consultório individual 
Clinica geral 
Outros profissionais 
Equipe 
Responsabilidade Apenas o setor saúde 
Domínio pelo profissional 
Recepção passiva 
Intersetoriedade 
Participação da comunidade 
Autoresponsabilidade 
 
Política Nacional de Atenção Básica 
Política Nacional de Atenção Básica, 2006 
Objetivo da ABS: orientar sobre a promoção da saúde, 
prevenção de doenças, solucionar os possíveis casos de agravos 
e direcionar os mais graves para níveis de atendimento 
superiores em densidade tecnológica. 
 
Promoção de saúde (fomentar/gerar): 
“busca proporcionar às pessoas os meios necessários para 
melhorar sua saúde e exercer um controle maior sobre a mesma” 
(Conf Ottawa, 1986). 
“soma das ações que visam o desenvolvimento de melhores 
condições de saúde individual e coletiva”coletiva” (OMS). 
➔ Academias ao ar livre; 
 
Prevenção da doença (impedir/evitar): 
“ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural 
da doença, a fim de tornar improvável o progresso posterior da 
doença” 
➔ Vacinação, prevenção de hiv, tudo que envolve aquilo que 
previne doenças. 
 
Atributos e elementos essenciais 
 
Acessibilidade: primeiro recurso/contato a ser buscado e 
encontrado; 
Longitudinalidade: continuidade do cuidado; mantém o 
vínculo com o serviço; 
Integralidade: responsável pelos problemas de saúde; ainda 
que parte deles seja encaminhado a outro nível. 
Abrangência/ampliação do conceito de saúde. 
Coordenação do cuidado: ordenação do fluxo dos serviços a 
serem utilizados pelo paciente, acompanhamento do paciente. 
 
Política de Atenção Básica à Saúde 
▪ Programas relacionados 
▪ Estratégia de Saúde da Família ( 
▪ Programa de Agentes Comunitários de Saúde ( 
▪ Equipe de Consultórios de Rua Programa 
▪ Brasil Sorridente 
 
 
 
 
 Políticas Públicas em Saúde 
 
Estratégia de Saúde da Família (ESF) 
 
ANDRADE, l. O. M.; BARRETO, I. C. H. A Estratégia Saúde 
da Família e o SUS. In: ROUQUAYROL, M. Z. Epidemiologia 
e saúde. Rio de Janeiro: MedBook, 2013. (p. 601-619). 
 
Programa Saúde da Família (PSF) teve início em 1994; 
 
Programa → estratégia 
 
▪ A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da 
Família sua estratégia prioritária para expansão e 
consolidação da Atenção Básica. 
 
▪ Em 1994, MS lançou o PSF, com o objetivo de criar elos de 
comunicação entre serviço-comunidade, ampliar cobertura 
em regiões desassistidas, focar na atenção básica. Em 
expansão. 
▪ NOB/SUS-1996: maior incentivo financeiro aos municípios 
que implantassem a ESF. 
 
Em 2020: 
✓43 mil equipes da ESF; 
✓Presente em 98,4% dos municípios brasileiros; 
✓Média de 120 milhões pessoas atendidas (cobertura 60%) 
Relatório “Impactos da Estratégia Saúde da Família e Desafios 
para o “Desenvolvimento Infantil", elaborado pelo Núcleo 
Ciência pela Infância (NCPI) em 2020; 
 
Estratégia da Saúde da Família 
 
• Modelo de ABS com foco na UNIDADE FAMILIAR, com 
intervenções COMUNITÁRIAS; 
• Alto grau de descentralização e capilaridade; 
• Principal porta de entrada e centro de comunicação da rede 
serviços saúde; 
• Viabiliza o acesso universal; 
• Trabalha com os critérios: risco, vulnerabilidade, resiliência e 
ética; 
• Operacionalizada por meio de ações: Promoção da saúde - 
Prevenção e atenção às doenças - Tratamento – Reabilitação - 
Redução de danos; 
• Realizadas por EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA. 
 
Componentes: 
• Composição da equipe; 
• Definição do território de abrangência, adscrição da clientela e 
diagnóstico local de saúde; 
• Organização do processo ambulatorial; 
•Incorporação de práticas integrativas e complementares; 
•Cogestão coletiva da equipe; 
•Integralidade e coordenação do cuidado (NASF); 
•Atribuições: Agentes Comunitários de Saúde (ACS); 
 
 
 
 
 
 
Características e Processo de Trabalho 
 
• Composição da equipe: 
▪ No mínimo: 1 médico generalista/especializado em SF, 1 
enfermeiro, 1 auxiliar/técnico enfermagem, 4/6 agentes 
comunitários de saúde (ACS); 
▪ Pode ter psicólogo e outros profissionais (ex. dentista - 
Programa Brasil Sorridente) a critério do município 
▪ Responsáveis por 800 a 1000 famílias da área urbana/rural, 
com limites geográficos definidos e população adscrita; 
▪ Adscrição da população: proximidade, conhecimento e 
vínculo, longitudinalidade do cuidado. 
 
• Definição do território de abrangência, adscrição da 
clientela e diagnóstico local de saúde 
▪ Garantir a acessibilidade e superar barreiras de acesso 
(geográfica, burocrática...) 
Territorialização: Delimitação geográfica. Descrição do 
segmento populacional determinado. Mapeamento da área 
(recursos naturais, materiais). 
Território = espaço vivo (movimento/transformação) 
Adscrição da clientela: Definição precisa do população 
abrangida no território. 
Cadastramento da família (Ficha A) 
 
Cartão da Família 
 
• Nome: quem respondeu ao ACS na hora do cadastramento 
• Escrever atrás, nome de todos os membros da família 
 
Diagnóstico local: Elaborado a partir da 
territorialização e adscrição, gera dados que possibilitam a 
análise da situação de saúde do território. Compreensão da 
dinâmica sociocultural. 
Constância no monitoramento (ausências consultas, aumento 
taxasdoenças...). 
Planejamento baseado na realidade local. 
 
Organização do processo ambulatorial 
Avaliação das necessidades e gestão dos recursos de saúde. 
Reconhecimento dos riscos e vulnerabilidades. 
Recepção Acolhimento 
Acolhimento com classificação de risco (escuta e resolução) 
Caso não agudo: intervenções programadas 
Caso agudo: atendimento imediato, prioritário 
Evitar burocratizar o acolhimento e fluxo do usuário 
 
Incorporação de práticas integrativas e 
complementares 
Integração da medicina popular no SUS (curandeiros 
rezadeiras): soro caseiro para desidratação reduziu 
mortalidade infantil; 
Lideranças populares: reconhecimento do saber da 
comunidade, estabelecimento de parceria. 
 
 
 
 Políticas Públicas em Saúde 
 
Cogestão coletiva da equipe 
▪ Debate e decisão democrático e participativo 
▪ Direito a voz e voto 
▪ Coordenado pelo gerente da UBS (liderança) 
 
Integralidade e coordenação do cuidado 
Depende: 
• da diversidade dos serviços (atenção integral); 
• do sistema de informação/gestão integrado (lista espera, prontuário 
eletrônico) para coordenação do fluxo; 
• da visão holística sobre o homem Superação do modelo 
ambulatorial de trabalho fragmentado e compartimentalizado; 
 
Construção de um “novo campo de saber comum a todas 
categorias” – interseção de conhecimentos. Colaboração que 
implica: diferença e comunhão. 
Evita desperdício de serviços de saúde e redução da duplicação de 
oferta. Maior eficácia na resolução dos problemas. 
 
▪ Integralidade do cuidado - necessidade de articulação entre 
ações da ESF e o campo da saúde mental (transversal em todos 
níveis da saúde); 
▪ Gerência os Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) 
▪ Com a imersão na dinâmica de vida dos 
usuários/famílias/entornos socioculturais, as equipes da ESF 
têm importância estratégica para o enfrentamento 
▪ da saúde mental; 
▪ Conexão entre aspetos psicossociais e saúde. 
 
Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) 
▪ Criado em 2008, objetiva ampliar a abrangência e resolutividade 
das ABS. 
▪ Composição definida pelos gestores municipais, de acordo 
dados epidemiológicos e necessidades do território. 
▪ Não são a porta de entrada. 
▪ Constituídos por profissionais especialistas que trabalham 
integrados à equipe da ESF, por meio do apoio matricial. 
▪ Não possuem unidades físicas independentes: atividades 
desenvolvidas nas UBS, Academias da Saúde ou em outros 
pontos do território. 
 
Apoio matricial (matriciamento): fornece 
orientações e supervisão, atende conjuntamente situações mais 
complexas, realiza visita domiciliares acompanhadas das EAB, 
atende casos mais complexos pro solicitação da AB. 
 
Agente Comunitário de Saúde (ACS) 
 
Vinculados a UBS com ESF ou Vinculados a UBS sem ESF 
(aqui, o ACS integra o Programa de Agentes Comunitários de 
Saúde -PACS) - O PACS é um programa de transição para a 
ESF. 
 
▪ É o “elo” entre equipe e comunidade 
▪ Residir na área de atuação, vivencia o cotidiano das famílias 
▪ Carga horária: 8 horas diárias 
 
▪ Dificuldades dos ACS: tempo, excesso de trabalho, preservação 
do espaço familiar, tempo de descanso, desqualificação social do 
trabalho e cansaço físico; 
ACS – ter no máximo 750 pessoas sob sua responsabilidade 
ESF – ter no máximo 12 ACS 
 
Impacto da ABS-ESF-ACS nos Indicadores de saúde 
 
• redução Taxa de mortalidade infantil; 
• redução Taxa de mortalidade materna; 
• redução Taxa de mortalidade em menores de cinco anos por 
diarreia e pneumonias; 
• redução Taxa de mortalidade cardiovascular e 
cerebrovascular; 
• redução da Taxa de internação por condições sensíveis 
(internações por doenças passíveis de controle/redução na ABS, 
com prevenção e continuidade do cuidado). 
 
"Para muitos brasileiros em áreas pobres e rurais, esse foi o 
primeiro contato com o poder público. Então esse programa é um 
dos maiores do mundo em termos de visitação domiciliar. É quase 
como uma pequena revolução, porque você traz informação sobre 
cuidados básicos, higiene, lavar as mãos, alimentação, 
necessidade das crianças de irem pra escola, pré-natal para as 
mães" 
Naercio Menezes Filho, pesquisador do 
Insper Relatório “Impactos da Estratégia 
Saúde da Família e Desafios para o 
Desenvolvimento Infantil", elaborado 
pelo Núcleo Ciência pela Infância 
(NCPI) em 2020. 
 
Aula: 22 de março de 2021 
 
Política Nacional de Humanização (PNH) 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização 
(PNH). Brasília, 2013. 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_hu
manizacao_pnh_folheto.pdf 
ANDRADE, l. O. M.; BARRETO, I. C. H. A Estratégia Saúde da 
Família e o SUS. In: ROUQUAYROL, M. Z. Epidemiologia e 
saúde. Rio de Janeiro: MedBook, 2013. (p. 601-619). 
 
HumanizaSUS 
Busca responder a percepção da população e trabalhadores da 
saúde frente a problemas, como: 
• insensibilidade dos trabalhadores; 
• tratamentos desrespeitosos; 
• isolamento das pessoas nos procedimentos, consultas e 
internações; 
• práticas de gestão autoritária 
• deficiências nas condições de trabalho (ambientes e relações). 
 
Criada em 2003, com o objetivo: qualificar práticas de gestão e 
atenção em saúde; 
Produção de novas atitudes e inclusão nos espaços da 
gestão/cuidado/formação de sujeitos; 
INCLUSÃO dos diferentes sujeitos no 
planejamento/implementação/avaliação dos processos de 
produção de saúde e formação do trabalhador de saúde. 
 Políticas Públicas em Saúde 
 
Princípios da PNH 
• Indissociabilidade gestão-cuidado (participação na tomada de 
decisão, conhecer como funciona a gestão); 
• Transversalidade (ampliação da comunicação; produção do 
comum, saberes diferentes se cruzarem); 
• Fomento do protagonismo e corresponsabilidade. 
 
Diretrizes da PNH 
• Clínica ampliada e compartilhada 
• Acolhimento 
• Acolhimento com classificação por risco* 
• Gestão participativa e cogestão 
• Ambiência 
• Valorização do trabalhador 
• Defesa dos direitos do usuário: acompanhante/visita ampliada 
• Rede HumanizaSUS 
• Ouvidoria 
 
Acolhimento com classificação de risco: A classificação de 
risco é um dispositivo da PNH, uma ferramenta de organização 
da “fila de espera” no serviço de saúde (por prioridade risco; e 
não por ordem de chegada) 
➔ Exemplos de ações da PNH... 
 
Aula: 21 de março de 2021 
 
ANDRADE, l. O. M.; BARRETO, I. C. H. A Estratégia Saúde 
da Família e o SUS. In: ROUQUAYROL, M. Z. Epidemiologia 
e saúde. Rio de Janeiro: MedBook, 2013. (p. 601-619). 
 
Situação atual da saúde e desafios 
 
Brasil: Transição demográfica, epidemiológica e nutricional 
→ Coexistência de novos e antigos problemas 
 
Transição demográfica 
Aumento expectativa de vida; diminuição taxa de fecundidade; 
envelhecimento populacional 
 
Transição epidemiólogica (dois perfis 
morbi/mortalidade) 
Melhorias condições de vida (redução da pobreza, acesso à 
serviços) + Urbanização e estilos de vida 
• Diminuição dos problemas tradicionais: diarréias, infecções, 
doenças imunoprevisíveis, endemias 
parasitárias, dengue... 
• Surgimento de novos problemas: doenças crônicas, câncer, 
doenças respiratórias, acidente trânsito, 
consumo álcool/drogas, violência... 
 
Transição nutricional 
Declínio da desnutrição 
Aumento sobrepeso e obesidade (triplicou nos homens, duplicou 
nas mulheres) 
Elevado índice de anemia (crianças e gestantes) 
 
➔ Território-população 
➔ Corresponsabilidade da equipe 
➔ Agentes comunitários saúde 
➔ Ações de atenção primária 
Leva a melhora nos indicadores de saúde no 
Brasil 
 
▪ Redução taxa internação hospitalar 
crianças/adultos 
▪ Redução de consultas não urgentes nas 
Emergências 
▪ Redução do baixo peso ao nascer 
▪ Redução da mortalidade infantil* 
 
➔ Financiamento insuficiente 
➔ Insuficiência/inadequação RH 
➔ Infraestrutura precária 
➔ Desintegração da rede 
➔ Baixa valorização da ESF 
➔ Problemas gerenciais 
➔ Número de família por equipe➔ Não informatização/sistematização 
Levam à manutenção de problemas de saúde 
(após redução, mantém) 
 
▪ Taxa Mortalidade materna 
▪ Taxa incidência Câncer colo uterino 
 
Descompassos entre a lei e a realidade 
 
Falhas que dificultam que a saúde se constitua num 
dos pilares da estratégia nacional de 
desenvolvimento: 
• Subfinanciamento do SUS (gasto per capita e por 
procedimento) 
• Desigualdades de oferta nas diferentes regiões 
• Burocratização da gestão 
• Precarização do trabalho e baixo investimento na 
qualificação dos trabalhadores 
 
ABS e pandemia (extra): 
A atuação da ABS em quatro eixos 
1. Vigilância em saúde nos territórios -notificação, 
detecção e acompanhamento dos casos, 
com isolamento domiciliar dos casos e quarentena dos 
contatos. 
2. Atenção aos usuários com COVID-19 -organização 
de fluxos distintos para o cuidado dos 
pacientes com quadros leves – medianos - graves, 
garantindo encaminhamentos. Atendimento 
on-line via consulta remota. 
3. Suporte social a grupos vulneráveis (idosos, 
comórbidos, doentes crônicos, pessoas em 
situação de rua)- Viabilizar abrigos, visita domiciliar, 
ações solidárias (cestas básicas, confecção 
de máscaras). 
4. Continuidade das ações próprias - Readequação de 
procedimentos e incorporação de 
outros, incluindo novas formas de cuidado à distância 
(teleconsulta) 
UBS – vacinação 
 Políticas Públicas em Saúde 
 
Centro Universitário Barão de Mauá 
Disciplina: Políticas Públicas em Saúde 
E-mail: euaugustonascimento@gmail.com 
 
 
Aula: 12 de abril de 2021. 
 
Psicologia nas políticas públicas de saúde 
 
Referências bibliográficas: 
 
FERREIRA NETO, J. L. Psicologia e políticas públicas: novas 
questões para a formação. In:_______. Psicologia, políticas 
públicas e o SUS. São Paulo: Escuta, 2001. (p. 23-49) 
FERREIRA NETO, J. L. Psicologia no SUS: dos impasses e das 
potencialidades. In: _______.Psicologia, políticas públicas e o 
SUS. São Paulo: Escuta, 2001. (p.97-129). 
 
Governo militar (1964/1984) 
“Milagre econômico”: 
• classes média/alta demanda serviços psicológicos (valorização 
da subjetividade/intimidade); 
• aumento dos cursos de formação; 
A partir dec. 70: 
• crise econômica (recessão classe média/alta; agravamento das 
condições de vida da classe popular); 
• surgimento dos movimentos sociais (apontam outros modos de 
ser/viver; dão novo sentido para “política”: problematizada no 
cotidiano); 
Diante da conjuntura econômica e política: 
• Críticas a Psicologia: alto custo, exclui parcela população, 
descontextualizada da realidade brasileira, muito teórica. 
Requisitada a responder de outra forma. 
 
 Queda do poder aquisitivo/Muitos psicólogos formados; 
 Críticas à Psicologia; 
 Constituição 1988: contração de trabalhadores sociais 
(serviços públicos). 
O psicólogo se insere nos serviços públicos: 
✓adequação ao mercado de trabalho; 
✓contratações provocadas pela institucionalização do que os 
movimentos sociais reivindicavam; 
A “vocação ética-política” da psicologia não é tão genuína; 
 
Década de 60-70 
(Ditadura Militar) 
A partir dec. 80 
(Redemocratização) 
 
Milagre econômico 
Fim do “milagre econômico” 
Recessão da classe média/alta 
Cursos de psicologia, Oferta → 
Demanda 
Valorização da interioridade 
subjetiva 
Ampliação da concepção do que é 
político – movimentos sociais 
Formação clínica, escola, 
empresa 
Inserção nos serviços públicos 
Classe média/alta Classes populares 
Profissional liberal Trabalhador assalariado 
Trabalho isolado Trabalho multiprofissional 
(equipe) 
 
• Regulamentação da profissão “Psicologia” (áreas: clínica, 
escolar, industrial): 1964; 
• Sistemas de Conselhos de Psicologia (CFP, CRP): 1971; 
• Dec. 80: redemocraticação e Constituição de 1988; 
• O setor público passa ser grande contratador de profissionais, 
incluindo psicólogos; 
• Progressivo deslocamento na prática e na formação. 
 
Reforma Sanitária (Lei 8080/1990) / Reforma 
Psiquiátrica (Lei 10216/2001) 
Inserção da Psicologia na saúde pública foi via Saúde Mental / 
Psicologia comunitária. (Foi uma conquista); 
 
 Disjunções-Conjunções 
 Movimentos/Participação sociais 
 Mesmos princípios e diretrizes 
 Atenção à saúde como direito humano 
 Noção de rede de atenção (os serviços precisam trabalhar 
articulados); 
 Valorização atenção básica/comunitária 
 
A institucionalização do instituinte: 
• avanços sociais, garantia de recursos econômicos 
• enfraquece a potência inovadora promovida pelos movimentos 
sociais (perde inventabilidade, enrijece ações). 
 
Constituição de 1988 
Art. 200 (competências do SUS) 
“o ordenamento da formação de recursos humanos na área da 
saúde” 
➢Necessidade de articulação entre 
Ministério da Saúde e Ministério da Educação para definição das 
DCN 
 
Marcos 
✓Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) - 2004, para 
graduação em psicologia (é a atual) → (transformações na 
formação decorrem de mudanças no campo de trabalho). 
A prática tradicional torna-se insustentável
A inserção do Psicólogo no SUS operou uma 
desconstrução identitária
Necessário criar nova identidade
mailto:euaugustonascimento@gmail.com
 Políticas Públicas em Saúde 
 
✓Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas 
Públicas (CREPOP) – 2007 – produção de pesquisas em 
psicologia/políticas públicas → http://crepop.pol.org.br 
 
Diretriz Curricular Nacional (DCN) 2004, Art. 3: 
“compreensão crítica dos fenômenos sociais e políticos do país, 
fundamentais ao exercício da cidadania e da profissão” 
“atuação em diferentes contextos considerando as necessidades 
sociais, os direitos humanos” 
✓Currículo – seu centro se transfere da transmissão de conteúdos 
para a produção de capacidades de atuação em diferentes 
contextos (competências e habilidades); 
✓Equilíbrio do conteúdo da “clínica” e outras formas de 
atuação; 
✓Compreensão ampliada da clínica, com destaque para o contexto 
social; 
➔ Em discussão a nova DCN a temática “políticas públicas” e 
compromisso social. 
 
Diretriz Curricular 2004 
Qual profissional deseja-se formar? 
 
Transmissão de conteúdos (saberes prontos) → Conteudista, 
tecnicista, fragmentado, reprodutor do conhecimento 
internacional. 
Desenvolvimento de habilidades e competências → (saberes em 
construção) → Produção de Capacidades de atuação em diferentes 
Contextos; 
 
Atuação Profissional (Pesquisas com psicólogos-2005) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como a “saúde mental” se adentrou no campo da saúde 
pública (BH). 
Três períodos: 
1º) Atenção não hospitalar (dec. 80) 
2º) Momento antimanicomial (déc. 90) 
3º) Inserção na ESF (anos 2000) 
 
 
1º) Atenção não hospitalar (dec. 80) 
• “Saúde mental” sem articulação com Reforma Psiquiátrica 
(psicose: psiquiatria) 
• Intervenção grupal (modismo devido à demanda) 
• Não substitutivo 
• Ambulatório ou hospital (sem serviço intermediário) 
 
2º) Momento antimanicomial (déc. 90) 
• 1987 II Encontro Nacional TSM Bauru / 1989 Intervenção Santos 
• Atenção aos pacientes graves (repensar agenda) 
• Construídos os CAPS/CERSAM 
• Visa a substituição do modelo hospitalar 
• Desmontagem do aparato manicomial: ações para efetivação 
• Serviços de Residência Terapêutica (SRT), Centros convivência e 
Cooperativa (Cecco), Fóruns de discussão... 
• Ampliação da clínica 
 
3º) Inserção na Estratégia Saúde Família (ESF) (anos 2000) 
• ESF + Equipes referência/complementar (especializadas em Saúde 
Mental - SM) 
• Equipe de SM oferece apoio matricial à ESF 
• Parceria + corresponsabilização + clientela em comum 
• Reuniões com discussão de casos clínicos 
• Agente Comunitário: papel essencial 
• Desinstitucionalização: inserção comunitária e social 
• Núcleo Saúde Família NASF (2008): pelo menos um profissional 
SM na equipe 
 
Apoio matricial / matriciamento oferecido pela Equipe Saúde 
Mental à Equipe AtençãoBásica, O Psicólogo oferecendo apoio 
matricial em saúde mental: 
• Prioriza casos de transtornos mentais severos, abuso de 
álcool/drogas, pacientes egressos de internações psiquiátricas, 
pacientes atendidos no CAPS, tentativas de suicídio, vítimas de 
violência doméstica; 
• Orienta quanto ao manejo dos casos 
• Desenvolve ações de mobilização de recursos comunitários em 
busca da construção de espaços de reabilitação psicossocial 
• Desenvolve ações conjuntas com EAB 
 
Contribuições da Psicologia na discussão e 
formulação das Políticas Públicas 
• Com formação científica e profissional, a psicologia é capacitada 
para abordar a dimensão subjetiva dos fenômenos sociais; 
• Esse conhecimento possibilita que o psicólogo proponha ações que 
possam compor políticas públicas; 
• A formulação de políticas públicas pressupõe determinados 
sujeitos e subjetividades a serem contemplados. Dimensão 
subjetiva presente no campo das políticas públicas. 
• compreender aspectos subjetivos que constituem o processo 
saúde-doença e os fenômenos sociais 
• proporcionar a não alienação e não exclusão do paciente no 
processo saúde-doença (importante no processo de recuperação) 
• orientar equipes de saúde, qualificando o entendimento dos 
problemas individuais e coletivos da população, tornando mais 
efetivas suas respostas 
• identificar como ideias, crenças, sentimentos e pensamentos são 
parte dos processos de prevenção e tratamento 
• atuar na humanização do atendimento e na qualificação da relação 
entre as equipes → usuários; 
Prática protegida 
(instituição de 
ensino e consultório) 
X Complexidade 
institucional(serviço 
público)
Reprodução de 
saberes de 
outros modelos 
X Produção de 
saber 
contextualizado 
Preconceito 
tecnológico 
(repertório 
limitado) X 
Criatividade para 
atender as 
demandas
http://crepop.pol.org.br/
 Políticas Públicas em Saúde 
 
• compreender problemas individuais e coletivos, sem 
dicotomizá-los; 
 
Atualmente 
• Compromisso Social da Psicologia: prática comprometida 
com a realidade social do país 
• Relação entre Psicologia e Políticas Públicas 
• A partir da inserção nas Políticas Públicas, a Psicologia 
amplia a possibilidade de acesso, com democracia e igualdade 
de oferta dos conhecimentos e fazeres para a sociedade 
 
Psicólogos no SUS e SUAS 
SUS e SUAS importantes dispositivos de fixação/contratação 
da profissão Psicologia nos aparelhos públicos. 
 
Dificuldades enfrentadas pelo Psicólogo na 
AB 
✓Baixa remuneração 
✓Trabalho em equipe 
✓Falta de estrutura física/material para trabalhar 
✓Formação insuficiente para trabalhar com demandas 
socioculturais 
✓Característica da clientela 
✓Abandono do tratamento (encaminhamentos: não demanda, 
longa espera) 
 
Perigos atuais: 
✓ Passar de uma formação conteudista para ações operativas 
sem necessário apuro conceitual; 
✓ Fragmentação do curso devido à disputas entre abordagens 
✓ Reprodução do velho modelo na nova realidade: não 
desenvolvimento de ações inovadoras (estar alocado nos 
serviços públicos não garante existência de práticas adequadas à 
realidade e/ou “compromisso social”) Necessidade de integrar 
teoria + prática + visão crítica do social; 
 
Principais campos de atuação da Psicologia 
em saúde pública: 
• Atenção Básica à Saúde 
• Rede de atenção psicossocial (RAPS) 
• Atenção às Urgências 
• Atenção a portadores de doenças crônicas 
• Atenção hospitalar 
 
Aula: 03 de maio de 2021 
 
Políticas públicas saúde e direitos humanos 
 
Objetivos de aprendizagem: 
•Analisar a intersecção entre políticas públicas e direitos 
humanos. 
•Discriminar as bases conceituais das políticas públicas 
afirmativas enquanto garantia de equidade. 
•Analisar o conceito e implicações do preconceito institucional no 
acesso aos serviços de saúde; 
 
Referência Bibliografia 
MACHADO, V. Direitos humanos e políticas públicas de saúde. 
Ribeirão Preto, 2021. Parte 1 (disponível no portal). 
 
Direitos humanos 
 
Declaração Universal dos Direitos Humanos delineia os direitos 
humanos básicos; foi adotada pela Organização das Nações 
Unidas (ONU), em 1948: 
 
artigo 1°: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em 
dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem 
agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.” 
 
Direitos inalienáveis inerentes a todos seres humanos, 
independentemente de qualquer condição. Incluem os direitos civis 
(liberdade individual...), políticos (participação no poder...) e 
sociais (ao trabalho, educação, saúde...); 
 
A saúde como um direito humano fundamental! 
 
Constituição brasileira de 1988: reconhece e insere os DH no 
conjunto de garantias fundamentais a serem asseguradas pelo 
Estado. 
 
Saúde e direitos humanos 
 
Aspectos étnico-raciais, de gênero e socioeconômicos influenciam: 
 
 
 
Reconhecimento das diversidades! 
 
Grupos minoritários 
Grupo humano que se encontram em posição subordinada, 
isolamento e desvantagem social, cultural, étnica, econômica, 
política ou jurídica. 
Direitos fragilizados por apresentarem características diferentes das 
do grupo social dominante. 
Mais vulneráveis à discriminação e à violência. 
Desigualdades Socais → Desigualdades na saúde 
 
 
 
 
 
 
 
Nascer
Viver
Adoecer
Morrer
Preconceito Exclusão social Prejuízo na QV
Perda DH
Inacessibilidade 
aos serviços
 Políticas Públicas em Saúde 
 
Preconceito Institucional 
• Violação dos direitos humanos praticada pelo estado; 
•Incapacidade coletiva em prover serviço apropriado às 
pessoas devido a sua cor, cultura, origem étnica...; 
 •Práticas discriminatórias consolidadas no cotidiano dos 
serviços: desvalorização de queixas, modo negativo e 
discriminatório de atendimento, desconsideração nas ações, não 
contratação/não promoção; 
•Discriminação via preconceito. 
 
Políticas Públicas Afirmativas 
➔ São constitucionais e necessárias para o desenvolvimento 
do país; 
 
Objetivam: 
▪ diminuir diferenças de ordem socioeconômica entre categorias 
sociais 
▪ reverter representação negativa (valoriza diversidade) 
▪ promover igualdade de oportunidades 
▪ combater o preconceito 
▪ Ações positivas de compensação das desvantagens históricas 
das minorias a fim de proteger e promover ativamente sua 
cultura. 
▪ As pessoas que pertençam as minorias devem ter a 
oportunidade de contribuir para uma sociedade culturalmente 
diversa. 
▪ O poder público deve garantir que minorias possam 
exercer plena e eficazmente seus DH fundamentais em plena 
igualdade perante a lei. 
▪ No setor saúde: busca pela igualdade de direitos perante a 
assistência à saúde. 
 
Equidade 
Expresso na Constituição / diretriz ética da SUS 
Reconhecimento das diferenças nas condições de vida e saúde e nas 
necessidades das pessoas, considerando que o direito à saúde deve 
atender a diversidade. 
 
Políticas públicas pautadas nos direitos 
humanos implicam: 
 
Universalização 
Concerne ao direito de todo cidadão ao acesso a serviços 
públicos. Garantia dos serviços, indiscriminadamente, a todas as 
pessoas. 
 
Focalização 
Concentração de recursos específicos a determinado grupo 
populacional em maior desvantagem social. Políticas públicas 
afirmativas/solidariedade (enquanto estratégias de promoção da 
equidade) focalizam recursos sobre os mais desfavorecidos. 
 
 
 
 
 
 
 
“A promoção e proteção dos direitos das pessoas pertencentes a 
minorias nacionais ou étnicas, religiosas e linguísticas contribuem 
para a estabilidade política e social dos Estados em que vivem” 
(Declaração da ONU sobre os Direitos das pessoas pertencentes a 
minorias nacionais ou étnicas, religiosas e linguísticas, 1992). 
 
Visão afirmativa da diversidade 
A valorização da diversidade é fundamental para o fortalecimento da 
cultura e do desenvolvimento humano do país. 
 
Aula: 21 de maio de 2021. 
 
Políticas públicas desaúde para populações 
específicas 
 
Objetivos de aprendizagem: 
•Analisar as políticas públicas em saúde voltadas à população negra e 
indígena 
•Analisar as políticas públicas em saúde voltadas à mulheres e 
população LGBT 
•Analisar as políticas públicas em saúde voltadas à população 
encarcerada e em situação de rua 
 
Referência Bibliográfica: 
MACHADO, V. Direitos humanos e políticas públicas de saúde. 
Ribeirão Preto, 2021. Parte 2. (disponível no portal) 
 
Saúde da População Negra 
 
54% da população brasileira se declara negra 
Maioria da camada mais pobre (¾) Renda 40% menor 
Taxa de analfabetismo é 2X maior 
Desemprego é maior entre mulheres negras 
Menor participação na política 
 
Maior: 
•Taxa de prematuridade ao nascer e mortalidade infantil 
•Taxa de mortalidade materna 
•Maior risco desnutrição 
•Maior risco de morte por doenças transmissíveis e causa externa 
(violência, acidentes)- reduz expectativa vida. 
 
Necessidade de reconhecimento do preconceito, das desigualdades 
étnico-raciais e do preconceito institucional como determinantes sociais 
das condições de saúde. 
Busca da promoção da equidade em saúde. 
 
Política Nacional de Saúde Integral da População 
Negra 2007 
 
• Objetivo: garantir maior grau de equidade na efetivação do direito 
humano à saúde. 
• Estratégias: uso do critério “cor” na produção de informações 
epidemiológicas para a definição de prioridades e tomada de decisão 
desenvolvimento de ações de combate/prevenção do preconceito 
institucional. 
 Políticas Públicas em Saúde 
 
Implementação de ações afirmativas de promoção igualdade racial 
ampliação e fortalecimento do controle social incentivo à 
produção do conhecimento científico e tecnológico em saúde da 
população negra. 
 
Saúde da População Indígena 
 
✓Constituição 1988 confere tratamento inédito aos povos 
indígenas; 
✓Direito à diferença: usufruto exclusivo do territórios ocupados. 
 
Saúde dos Povos Indígenas 
▪ O histórico abandono e preconceito institucional: 
demarcações; 
▪ Brasil: 33% das terras indígenas aguardam demarcação. 
 
Situação: 
✓deterioração crescente das condições de vida em decorrência 
do contato com os brancos; 
✓baixa execução orçamentária: fraca cobertura sanitária das 
comunidades indígenas; 
✓condições inadequadas: ausência de saneamento básico, 
assistência médica e ações preventivas; 
✓ausência de busca ativa dos casos infecciosos; 
✓problemas de acessibilidade (geográfica, econômica, linguística 
e cultural. 
 
Problemas: 
✓mortalidade infantil 
✓epidemias de doenças (tuberculose, HIV, diabetes por causa do 
consumo de açúcar) 
✓alcoolismo e depressão 
✓suicídio (tx 3 x maior) 
✓baixa expectativa de vida (40 anos) 
 
Política Nacional de Atenção à Saúde dos 
Povos Indígenas 2002 
 
Distrito Sanitário: Modelo de organização de serviços 
orientado para um espaço etnocultural dinâmico, geográfico, 
populacional e administrativo delimitado. Atividades técnicas, 
com estímulo à participação e controle social nos conselhos de 
direito. 
Agentes Indígenas de Saúde (AIS): Principal alicerce, elo 
fundamental entre o conhecimento tradicional e o sistema 
oficial de saúde (comunicação intercultural). Formação, 
capacitação continuada, valorizando os conhecimentos da 
medicina indígena e trazendo novos conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saúde da mulher 
 
• Mulheres: maioria da população brasileira (50,77%); 
• Principais usuárias do SUS; 
• Discriminação nas relações de trabalho; 
• Sobrecarga com as responsabilidades com o trabalho 
doméstico; 
• Maior expectativa de vida; maior adoecimento; 
• O gênero expõe a padrões distintos de sofrimento, 
adoecimento e morte. 
 
Taxa cesárea Brasil: 55% 
No setor privado: 85% 
OMS: 10-15% 
• Mortalidade materna 
• Desinformação e precariedade da assistência obstétrica 
• Abortamento em condições de risco 
• Precariedade da assistência em anticoncepção 
• DST/HIV/Aids 
• Violência doméstica e sexual 
• Transtornos mentais, especialmente uso SPA 
• Câncer ginecológico 
• Mulheres na prisão 
 
Violência obstétrica 
✓Momento da gestação, parto, nascimento e/ou pós-parto; 
✓Física, psicológica, verbal, simbólica e/ou sexual, além de 
negligência, discriminação e/ou condutas prejudiciais e sem 
embasamento em evidências científicas; 
✓Submetem mulheres a normas e rotinas rígidas 
desnecessárias, não respeito aos corpos e ritmos naturais. 
 
Exemplos: 
Lavagem intestinal e restrição de dieta - Ameaças, gritos, 
chacotas, piadas, etc. 
Omissão de informações, procedimentos sem consentimento 
Não permitir acompanhante - Empurrar a barriga (manobra de 
Kristeller) 
 
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde 
da Mulher 2004 
 
Objetivo: contribuir para a garantia dos direitos humanos, sexuais 
e reprodutivos das mulheres e reduzir a morbimortalidade por 
causas preveníveis e evitáveis. 
Inclui: melhoria da atenção obstétrica, planejamento familiar, 
atenção ao abortamento inseguro e combate à violência doméstica 
e sexual; prevenção e tratamento de mulheres vivendo com 
HIV/aids e às portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e 
com câncer ginecológico. 
 
 
 
 
 
 
 Políticas Públicas em Saúde 
 
Saúde da mulher Rede Cegonha 2011 
 
Humanização da assistência pré-natal, parto e nascimento, 
puerpério e atenção integral à saúde da criança, com vista à 
abolição da violência obstétrica; 
Construção e custeio de Centros de Parto Normal (CPN): 
atendimento humanizado ao parto. 
 
Saúde da população LGBT (Lésbicas, Gays, 
Bissexuais, Transgêneros) 
 
Saúde da população LGBT 
❖Questões relacionadas: violência união civil reconhecimento 
das famílias homoparentais direitos sexuais e reprodutivos 
situações de desigualdades de direitos preconceito institucional 
patologização. 
 
 
Política Nacional de Saúde Integral de LGBT 
2012 
 
✓Marco histórico de reconhecimento das demandas desta 
população em condição de vulnerabilidade; documento 
norteador e legitimador das suas necessidades específicas; 
✓Reconhecimento dos efeitos da discriminação e da exclusão no 
processo de saúde-doença da população LGB; 
✓Objetivo: mudanças na determinação social da saúde, com vistas 
à redução das desigualdades relacionadas à saúde destes grupos 
social. 
 
Estratégias: 
• Ações intersetoriais de educação (campanhas e currículos 
escolares); 
• Sensibilização e educação permanente dos profissionais; 
• Inclusão dos quesitos de identidade de gênero/orientação sexual 
nos formulários, prontuários e sistemas de informação em saúde; 
• Ampliação participação dos movimentos sociais LGBT nos 
conselhos saúde; 
• Incentivo à produção de pesquisas científicas e inovações 
tecnológicas; 
• Garantia dos direitos sexuais e reprodutivos; 
• Fortalecimento de ações da prevenção das DST/Aids; 
• Aprimoramento do Processo Transexualizador. 
 
“O Conselho foi admitido levando em consideração sua 
competência sobre essa matéria, e todo o nosso trabalho, como 
entidade de classe, pela proteção e por um tratamento mais 
igualitário e socialmente inclusivo de todas as pessoas, dentro do 
leque da diversidade de gênero. É um reconhecimento à nossa 
competência e à nossa tradição de luta por direitos iguais para as 
pessoas e suas formas de estar no mundo” (presidente do CFP) 
 
Sugestões filmes (População LCBT e Mulheres): 
Renascimento do parto 
Nascer no Brasil (série da FIOCRUZ) 
Laerte-se 
A garota dinamarquesa 
Saúde da população encarcerada 
 
✓Taxa de ocupação no sistema prisional brasileiro é de 197,4% 
✓3ª maior população prisional do mundo 
✓40% presos provisórios / 70% reincidentes 
✓Perfil: 
94,2% homens 
55% jovem de 18-29 anos 
64% negros 
60% solteiros 
72% de analfabeto até ensino fundamental completo 
 
Situação da população encarcerada 
▪ Estruturas físicas sem manutenção, celas superlotadas, 
úmidase escuras, precária alimentação, sedentarismo, uso 
generalizado de substâncias psicoativas e falta de higiene; 
▪ Condições favoráveis à proliferação de epidemias e ao 
desenvolvimento de psicopatologias; 
▪ Problemas de saúde: altos índices de tuberculose, 
pneumonias, dermatoses, hepatites, traumas e doenças 
infecciosas, transtornos mentais e dependência química. 
 
Saúde da população encarcerada 
 
• Mulheres presas: 5,8% do total 
• 63% condenadas por crimes de associação ao tráfico, nº vem 
crescendo 
• Situação mais grave: dificuldade de realizar exames de rotina, 
ausência de controle e tratamento de DST, insuficientes condições 
de pré-natal. 
• Visita: menos de 40% recebem visita (80% dos homens 
recebem) 
• Diante da vulnerabilidade social da condição feminina, a 
mulher fica mais exposta à prisão e, quando presa, ao 
abandono por parte dos familiares. 
 
Mulheres presas que ganham bebês: recém-nascidos ficam nas 
mesmas condições insalubres, até que o bebê seja afastado da 
mãe. Seus filhos, sem pai presente, passam a ser cuidados por 
outros familiares ou enviados para abrigos. 
 
Plano Nacional de Saúde no Sistema 
Penitenciário, 2003 
✓Prevê a inclusão da população penitenciária no SUS, 
mediante ações e serviços de AB nas unidades prisionais, 
prestados por equipes interdisciplinares e acesso aos demais níveis 
de atenção em saúde; 
✓Mesmo assim, a cobertura de cuidados de saúde é de apenas 
30% do total de pessoas encarceradas, havendo subnotificação 
dos problemas de saúde. 
 
 
 
 
 
 
 Políticas Públicas em Saúde 
 
Saúde da população em situação de rua 
 
O Bicho 
Vi ontem um bicho 
Na imundície do pátio 
Catando comida entre os detritos. 
Quando achava alguma coisa, 
Não examinava nem cheirava: 
Engolia com voracidade. 
O bicho não era um cão, 
Não era um gato, 
Não era um rato. 
O bicho, meu Deus, era um homem. (Manuel Bandeira) 
 
“grupo populacional heterogêneo, composto por pessoas com 
diferentes realidades, em comum há condição de pobreza 
absoluta, vínculos interrompidos ou fragilizados e inexistência de 
moradia convencional regular, sendo compelidos a utilizarem a 
rua como espaço de moradia e sustento, por contingência 
temporária ou de forma permanente, bem como as unidades de 
acolhimento para pernoite temporário ou como moradia 
provisória” (MD, 2009) 
 
•Não há censo oficial, estima-se mais de 100.000 pessoas vivendo 
na rua; 
•Retrata os agravamentos na situação social do país, o 
preconceito e a ausência de políticas. 
 
Perfil: 
• homens (82%) 
• negros (67%) 
• exercem alguma atividade remunerada (70%) 
• motivo de estar na rua: desemprego (29,8%), conflitos familiares 
(29,1%) e alcoolismo/drogas (35,5%) 
• quase 25% sem documentos pessoais 
• quase 62% não votam 
• alimentam-se uma vez ao dia (79,6%) 
• afirmam não receber benefícios governamentais (88%) Vivem em 
condições de vulnerabilidade, vínculos familiares prejudicados 
e negligenciados socialmente (desprezo, incômodo e 
hostilidade). 
 
Vulnerabilidade à violência, insuficiente/não qualidade alimentar, 
ausência de higiene, pouco acesso à água potável, privação de sono 
e dificuldade de adesão aos atendimentos em saúde; 
Condições de rua favoráveis ao desenvolvimento de doenças; 
Problemas de saúde: dermatológicos, infestações, DST/HIV/Aids, 
gravidez de risco, doenças crônicas, doenças bucais, tuberculose, 
transtornos mentais e associados ao uso de substâncias psicoativas. 
 
Política Nacional para a População em 
Situação de Rua, 2009 
✓Objetiva assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos 
serviços e programas que integram as diversas políticas públicas de 
saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, 
segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda; criar meios 
de articulação entre o SUAS e o SUS; 
✓Busca assegurar universalidade dos direitos, reconhecendo a 
especificidade e vulnerabilidade social, por meio da integração das 
ações. 
 
Consultório na Rua 
Instituído pela Política Nacional de Atenção Básica (2011); 
É de responsabilidade da AB; 
Equipes multiprofissionais, formadas por, no mínimo, quatro 
profissionais (o psicólogo pode ser um deles) Atendimento especial 
à população em situação de rua (que também deve ser recebida em 
outros serviços da rede SUS); 
Atividade itinerante e busca ativa Usa infra e trabalha em 
parceria com UBS; 
 O território de atuação é dividido a partir de censo da população 
de rua e cadastro das pessoas localizadas nestes espaços. 
 
Sugestões 
(Pop. em situação de rua e encarcerada) 
Site INFOPEN - Levantamento Nacional de Informações 
Penitenciárias 
<http://depen.gov.br/DEPEN/depen/sisdepen/infopen> 
 Justificando – “mentes inquietas pensam direito” (política e 
justiça) 
<https://www.justificando.com> 
#52 - O colapso do Sistema Prisional durante a pandemia 
#55 - Como estão sobrevivendo as pessoas em situação de rua Site 
“Determinantes sociais da saúde: portal e observatório sobre 
iniquidades em saúde” 
<http://dssbr.org/site> 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.justificando.com/
 Políticas Públicas em Saúde

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