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Políticas Públicas em Saúde Políticas Públicas em Saúde Centro Universitário Barão de Mauá Disciplina: Psicologia da aprendizagem E-mail: euaugustonascimento@gmail.com Aula: 01 de fevereiro de 2021. Bases conceituais sobre políticas públicas Texto: ZIONI, F.; ALMEIDA, E. S. Políticas públicas e Sistemas de Saúde: a reforma sanitária e o SUS. In: ROCHA, A. A.; CESAR, C. L. G. Saúde pública: bases conceituais. São Paulo: Atheneu, 2013. Objetivos de aprendizagem: ▪ Reconhecer as bases conceituais sobre políticas públicas, seus princípios e fases formulação; ▪ Identificar o momento histórico de formulação das políticas públicas de saúde. O que significa política pública? De acordo com dicionário: Política: ciência de governar Público: refere se ao que é do povo, à coletividade Políticas públicas: ▪ É o conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais, configurando um compromisso público que visa dar conta de determinada demanda, em diversas áreas. (GUARESCHI, 2004, p. 180); ▪ São processos por meio dos quais os vários níveis de governo e as instâncias da sociedade civil organizada transformam seus propósitos em programas, projetos e ações. (SOUZA, 2006, apud ZIONI; ALMEIDA, 2013); ▪ Resultado de um complexo processo que envolve interesses discordantes confrontos e negociações entre várias instâncias e atores; ▪ São instituídas por leis, pelo poder Legislativo, as quais as criam e regulamentam; ▪ Atravessada por lutas de diferentes forças sociais, a construção de uma política pública é um processo de constituição de sujeitos sociais, na medida em que os mesmos ‘se constituem na relação que estabelecem nas disputas pelo poder’; ▪ Abrange: pacto social, interesses diversas relações de poder; Uma política constitui se de: ▪ Propósitos (objetivos); ▪ Diretrizes (procedimento); ▪ definição de responsabilidade das esferas do governo (parcerias); ▪ Desdobramento de uma política: Programas/Projetos traduzidos em metas, cronograma e orçamento, estratégias de implementação das políticas (RH, dinheiro, tempo). Fases da formulação de políticas (elaboração, implantação, execução, avaliação). 1. Reconhecimento de assuntos; 2. Formulação de problemas; 3. Identificação de necessidades; 4. Fixação de objetivos; 5. Consideração de opções; 6. Intervenção; 7. Avaliação de consequências. Ramificações de políticas públicas por setor: ▪ Moradia; ▪ Saúde; ▪ Assistência social; ▪ Transporte; ▪ Trabalho; ▪ Segurança; ▪ Educação; ▪ Ambiente. “É com políticas públicas que se cria um país” - Eliane Brum, 2019 Aula: 08 de fevereiro de 2021. Histórico e legislação Texto: ZIONI, F.; ALMEIDA, E. S. Políticas públicas e Sistemas de Saúde: a reforma sanitária e o SUS. In: ROCHA, A. A.; CESAR, C. L. G. Saúde pública: bases conceituais São Paulo: Atheneu, 2013. Objetivos de aprendizagem: ▪ Explicar o movimento sanitário; ▪ Conceituar saúde ampliada, determinantes sociais da saúde e intersetorialidade; ▪ Descrever a VIII Conferência Nacional de Saúde, a inserção da Saúde na Constituição. Breve Histórico: ▪ Após a segunda guerra mundial Os estados assumem papel de ▪ intervenção no campo social promotor do desenvolvimento e de políticas públicas de compensação das perdas; Responsabilidades do estado, direitos sociais (previdência). ▪ No Brasil: ▪ Período Militar 1964 1984; ▪ 1974 criação do INAMPS prestar atendimento médico aos contribuintes da previdência social (carteira assinada); ▪ Crescente mercantilização da saúde expansão e corrupção; ▪ Desassistência à saúde; mailto:euaugustonascimento@gmail.com Políticas Públicas em Saúde ▪ Crise do “milagre brasileiro” (e insatisfações com os “anos de chumbo” desemprego, repressão, mortalidade infantil, marginalização e exclusão do sistema. O movimento sanitário: ▪ A saúde passou a ser um ponto de destaque entre todas as reivindicações populares: Padres da Teologia da Libertação, Profissionais de saúde e Intelectuais acadêmicos; ▪ Sergio Arouca (ENSP/FIOCRUZ), em orientação de dissertação, em 1986 usa o termo movimento sanitário pela primeira vez; ▪ "movimento pela reforma sanitária” ▪ "movimento da reforma sanitária” ▪ Considerando o “clima político”, o movimento foi inspirado pela busca de democratização e participação social; ▪ Movimento reivindicatório e político Processo de participação social com objetivo comum garantia do direito universal à saúde e construção de um sistema de saúde único e público; ▪ Saúde e democracia; ▪ Inspirações: ▪ Conferência de Alma Ata ( 1978 priorização da atenção primária à saúde para população carente; ▪ Movimento sanitário italiano, que propunha uma “política de saúde de caráter universal, com uma concepção ampliada de saúde que se expressasse em termos de direito social, de componente de cidadania. (ZIANE ALMEIDA, 2013 p. 108.) CONCEITOS DE SAÚDE: ▪ Conceito negativo ausência de doença ▪ Conceito positivo: “estado de perfeito bem estar físico, mental e social (OMS); ▪ Conceito ampliado Saúde é resultante de condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde (determinantes sociais da saúde); Resultado das formas de organização e produção social, as quais podem gerar desigualdades. Modelo de Interação dos Determinantes Sociais da Saúde (DSS): Concepção multicausal do processo saúde doença; Conceito ampliado de saúde; Desigualdade Social → Desigualdade no acesso aos serviços de saúde → Desigualdade nas condições de saúde; Conceito ampliado de saúde e Intersetorialidade Intersetorialidade: “Princípio de gestão das políticas sociais que privilegia a integração das políticas em sua elaboração, execução, monitoramento e avaliação Busca superar a fragmentação das políticas, respeitando as especificidades de cada área” ((Pequeno Dicionário Assistência Social de A a Z, 2001). “Remete ao conceito de REDE cuja prática requer articulação, vinculações, ações complementares, relações horizontais entre parceiros e interdependência de serviços formais e informais para garantir integralidade das ações” (O SUS de A a Z, 2009). VIII Conferência Nacional de Saúde 1986: ▪ Fórum democrático; ▪ Marco do movimento sanitário; ▪ Reuniu mais de 5 000 pessoas representantes de usuários, trabalhadores, partidos políticos, movimentos sociais; ▪ Definiu as estratégias a serem defendidas; ▪ na Constituinte de 1988. Princípios: ▪ Conceito ampliado da saúde; ▪ A condição de saúde resulta da garantia de outros direitos sociaism (moradia, trabalho...); ▪ Reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever do Estado; ▪ Defesa de um sistema único, de acesso universal, igualitário e descentralizado de saúde. Saúde na Nova Constituição 1988 “A Constituição Cidadã” Art. 196. “A saúde é um direito de todos e dever do Estado garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Capítulo II Dos Direitos Sociais Art 6 º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Art. 196 a 200 Políticas Públicas em Saúde ▪ O conceito de seguridade social inclui contribuintes e não contribuintes; ▪ O conceito de universalidade de cobertura (reconhecimento do direito de todos à saúde); ▪ O princípiode que é dever do Estado garantir a saúde (reconhecimento da determinação social do processo saúde doença). Aula: 22 de fevereiro de 2021: Sistema único de saúde, SUS Objetivos de aprendizagem: ▪ Descrever a Lei Orgânica da Saúde. ▪ Analisar o Sistema Único de Saúde (SUS), em termos de objetivos e princípios, e sua relação com o setor privado. Lei Orgânica da Saúde: Cria o Sistema Único de Saúde (SUS) Lei 8.080, 19/09/1990: ▪ A organização e a gestão; ▪ As competências e atribuições das 3 níveis de governo; ▪ Funcionamento e participação complementar do setor privado; ▪ Política de recursos humanos; ▪ Recursos financeiros, planejamento e orçamentos. Lei 8.142, 28/12/1990: ▪ Define a participação social; ▪ Transferências entre os governos de recursos de financiamento. ▪ Você usa o SUS? ▪ “Não usuário” = Não existe / Usuário passivo Sistema Único de Saúde: ▪ Trata-se de um conjunto de elementos interdependentes de modo a formar um todo organizado; ▪ Um único sistema para todo território nacional e todos os cidadãos; ▪ Qual é o objetivo do SUS? ▪ Oferecer assistência à população, baseando-se no modelo de promoção, proteção e recuperação da saúde. Princípios: regras, normas, orientações, que devem se desenvolver de forma interdependente. Éticos/doutrinários: doutrina; ideias fundamentais que norteiam as ações. (universalidade, equidade, integridade); Organizacionais/operativos: meios e estratégias para alcançar o objetivo. (decentralização, regionalização e hiequiarização, resolutividade e participação social). Princípios éticos/doutrinários (SUS) ▪ Universalidade: garantia de acesso de toda e qualquer pessoa a todo e qualquer serviço de saúde, seja ele público ou contratado pelo poder público; independente de nível socioeconômico, cor, raça, religião, orientação sexual, situação de emprego... Equidade: garantia de acesso de qualquer pessoa em igualdade de condições aos diferentes níveis de complexidade do sistema, de acordo com a necessidade que do caso, a partir do reconhecimento das particularidades, em busca da diminuição das desigualdades sociais. ▪ Integralidade: cada pessoa é um todo indivisível e integrante de um comunidade: integração do sujeito. ▪ As ações de promoção, proteção e recuperação da saúde devem ser conjuntas e indissociáveis; não podem ser compartimentalizadas: integração das ações. ▪ As unidades prestadoras de serviço, com seus diversos graus de complexidade, formam um todo indivisível configurando um sistema de assistência integral: integração dos serviços “O homem é um ser integral, bio-psico-social, e deverá ser atendido com esta visão integral por um sistema de saúde também integral, voltado a promover, proteger e recuperar sua saúde” Regionalização e Hierarquização Regionalização: serviços dispostos em área geográfica delimitada. Hierarquização: serviços organizados em níveis de densidade tecnológica crescente. O acesso se dá pelo nível primário, alcançando níveis maiores de densidade tecnológica em decorrência da necessidade. Nível terciário: hispitais de referência, resolvem 5% dos problemas da saúde; Nível segundário: centros ambulatórios de referência, resolvem 15% dos problemas; Nível primário: PSF e UBS, responsáveis por 80% dos problemas de saúde. Descentralização: redistribuição do poder decisório: divisão de responsabilidade quanto à gestão, financiamento e execução de cada esfera de governo. “Municipalização da saúde” . As três esferas de governos e responsabilidades: Federal → Ministério da Saúde: ▪ Planejar e fiscalizar o SUS em todo o país. ▪ Coordenar sistemas de saúde de alta densidade tecnológica Aplicar 12-15% de todos os recursos arrecadados na área da saúde. Estadual → Secretaria Estadual de Saúde ▪ Coordenar hospitais de referência e gerenciar locais de atendimentos complexos (alta e média densidade tecnológica) ▪ Aplicar 12% de sua receita (e os repassados pela União). Municipal → Secretaria Municipal de Saúde Políticas Públicas em Saúde Garantir e prestar serviços de atenção básica (baixa densidade tecnológica); Aplicar 15% de sua receita (e os repassados pela União e pelo estado). Resolutividade ▪ Capacidade do serviço em resolver o problema ao qual está designado; ▪ O serviço deve estar preparado para atender as necessidades daqueles que o procuram, dentro de sua capacidade tecnológica. ▪ Participação social ▪ Garantia constitucional; ▪ População exercer papel deliberativo e fiscalizador de políticas de saúde, por meio de instâncias representativas; ▪ Os Conselhos de Saúde devem ser: Paritários (50% usuário, 25% ▪ trabalhadores, 25% gestores) Tripartides (federal, estadual, municipal); ▪ (10-20 membros não remunerados); ▪ A Conferência Nacional de Saúde é a instância máxima de deliberação. A Lei nº 8.142/90 estabelece: O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. Paridade – Representatividade Mínimo reunião mensal aberta ao público Participação social Problemas: ▪ Colonização por interesses partidários, corporativos e de grupos ▪ Baixa representatividade/Uso indevido ▪ Pouco interesse: tempo e disposição ▪ Dificuldades impostas pela gestão: não disponibiliza recursos (transporte, computador, telefone...) ▪ Desigualdade (argumentativa) entre representantes ▪ Necessário: capacitação constante; criação de possibilidade de comunicação entre distintas formas de linguagem Complementariedade do setor privado: ▪ Público (SUS) ▪ Privado (Saúde complementar, planos de saúde) ▪ Liberal clássico (particulares autonomos) ▪ 30% população brasileira tem plano de saúde privado Sobreposição de coberturas (sobrecobertura) ▪ Estatística sobre uso: 70% população brasileira depende exclusivamente do SUS, O SUS, além da AB, por ano realizada: 2,3 bilhões de procedimentos ambulatoriais, 300 milhões de consultas médicas, 2 milhões de partos, 11 mil transplantes, 215 mil cirurgias cardíacas, 9 milhões de procedimentos de quimio/radioterapia. 11,3 milhões internações (67% do total de internações) Aula: 08 de março de 2021 Rede de Atenção à Saúde (RAS) BRASIL. Ministério da Saúde. Implantação das Redes de Atenção à Saúde e outras estratégias da SAS. Brasília, 2014. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/implantacao_redes_at encao_saude_sas.pdf. (p. 9-10) Sistema integrado de saúde Rede. Poliarquia. Horizontalidade e Integralidade das ações Rede de Atenção à Saúde (RAS) APS → Urgência e emergência → Atenção especializada → Atenção hospitalar → Vigilância sanitária → Vigilância e monitoramento. Redes de Atenção à Saúde (RAS) Portaria nº 4279/2010 estabelece diretrizes para organização das RAS no âmbito do SUS RAS: “São arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado ( 2014 p. 9). Ação cooperativa e interdependente (nós da rede) Características: ▪ Formação de relações horizontais entre os pontos de atenção, tendo a Atenção Básica à Saúde como centro de comunicação (ABS coordena a atenção); ▪ Centralidade nas necessidades de saúde da população ▪ Atenção contínua e integral; ▪ Ação cooperativa e interdependente entre os serviços; ▪ Cuidado multiprofissional; ▪ Compartilhamento de objetivos ▪ Compromisso com resultadossanitários e econômicos Processo saúde/doença Promoção → prevenção → diagnóstico → tratamento → reabilitação Níveis de atenção Atenção básica → atenção segundária → atenção terciária → atenção quartenária INTEGRIDADE RAS Redes temáticas que compõem a RAS: priorizam linhas de cuidade ▪ Rede Cegonha ▪ Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) ▪ Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência ▪ Rede de Atenção à Saúde das ▪ Pessoas com Doenças Crônicas ▪ Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/implantacao_redes_atencao_saude_sas.pdf. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/implantacao_redes_atencao_saude_sas.pdf. Políticas Públicas em Saúde Algumas Políticas/Programas específicos que compõem a RAS ▪ Política Nacional de AT Básica Saúde ▪ Política Nacional de Humanização ▪ Política de Saúde Indígena ▪ Política e Rede de Saúde Mental ▪ Política Nacional de Saúde Integral da População Negra ▪ Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) ▪ Estratégia de Saúde da Família (ESF) ▪ Agencia Nacional Vigilância ▪ Sanitária Saúde (ANVISA) ▪ Programa Nacional de Imunização ▪ Programa Nacional IST/AIDS ▪ Sistema Nacional de Transplantes ▪ SAMU/Rede de Urgência e Emergência ▪ Política Nacional de Alimentação e nutrição ▪ Modernização Sistema de informação em saúde ▪ Saúde Bucal ▪ Vigilância Epidemiológica ▪ Política Nacional de Atenção ao Idoso ▪ Diretrizes para Atenção Hospitalar e Especializada ▪ Política Nacional de Gestão do Trabalho e da educação do SUS ▪ Política de Gestão Participativa ▪ Secretarias/coordenadorias especificas dentro do MS Política de Atenção Básica à Saúde Atenção básica em saúde (ABS) / Atenção primária em saúde (APS) ▪ Consenso internacional importante para enfrentar as desigualdades e melhorar os resultados de saúde ▪ Atendimento inicial (porta de entrada) e filtro organizador do fluxo da rede ▪ Descentralização (municipalização) ▪ Intersetorialidade ▪ Ações de baixa densidade tecnológica e alta complexidade Serviços Unidade Básica de Saúde (UBS): Consultas regulares, acompanhamento, medicamentos e vacinas. Nos bairros. Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF): Equipe especializada que apoia a ABS e a Estratégia de Saúde da Família (ESF). Diferenças entre atenção convencional e atenção primária à saúde Convencional Atenção primária Enfoque Doença Cura Saúde, prevenção, atenção tratamento Conteúdo Tratameto da doença Atenção por episódio Problemas específicos Promoção da saúde Atenção continuada Atenção abrangente Organização Especialistas Médicos Consultório individual Clinica geral Outros profissionais Equipe Responsabilidade Apenas o setor saúde Domínio pelo profissional Recepção passiva Intersetoriedade Participação da comunidade Autoresponsabilidade Política Nacional de Atenção Básica Política Nacional de Atenção Básica, 2006 Objetivo da ABS: orientar sobre a promoção da saúde, prevenção de doenças, solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar os mais graves para níveis de atendimento superiores em densidade tecnológica. Promoção de saúde (fomentar/gerar): “busca proporcionar às pessoas os meios necessários para melhorar sua saúde e exercer um controle maior sobre a mesma” (Conf Ottawa, 1986). “soma das ações que visam o desenvolvimento de melhores condições de saúde individual e coletiva”coletiva” (OMS). ➔ Academias ao ar livre; Prevenção da doença (impedir/evitar): “ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural da doença, a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença” ➔ Vacinação, prevenção de hiv, tudo que envolve aquilo que previne doenças. Atributos e elementos essenciais Acessibilidade: primeiro recurso/contato a ser buscado e encontrado; Longitudinalidade: continuidade do cuidado; mantém o vínculo com o serviço; Integralidade: responsável pelos problemas de saúde; ainda que parte deles seja encaminhado a outro nível. Abrangência/ampliação do conceito de saúde. Coordenação do cuidado: ordenação do fluxo dos serviços a serem utilizados pelo paciente, acompanhamento do paciente. Política de Atenção Básica à Saúde ▪ Programas relacionados ▪ Estratégia de Saúde da Família ( ▪ Programa de Agentes Comunitários de Saúde ( ▪ Equipe de Consultórios de Rua Programa ▪ Brasil Sorridente Políticas Públicas em Saúde Estratégia de Saúde da Família (ESF) ANDRADE, l. O. M.; BARRETO, I. C. H. A Estratégia Saúde da Família e o SUS. In: ROUQUAYROL, M. Z. Epidemiologia e saúde. Rio de Janeiro: MedBook, 2013. (p. 601-619). Programa Saúde da Família (PSF) teve início em 1994; Programa → estratégia ▪ A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica. ▪ Em 1994, MS lançou o PSF, com o objetivo de criar elos de comunicação entre serviço-comunidade, ampliar cobertura em regiões desassistidas, focar na atenção básica. Em expansão. ▪ NOB/SUS-1996: maior incentivo financeiro aos municípios que implantassem a ESF. Em 2020: ✓43 mil equipes da ESF; ✓Presente em 98,4% dos municípios brasileiros; ✓Média de 120 milhões pessoas atendidas (cobertura 60%) Relatório “Impactos da Estratégia Saúde da Família e Desafios para o “Desenvolvimento Infantil", elaborado pelo Núcleo Ciência pela Infância (NCPI) em 2020; Estratégia da Saúde da Família • Modelo de ABS com foco na UNIDADE FAMILIAR, com intervenções COMUNITÁRIAS; • Alto grau de descentralização e capilaridade; • Principal porta de entrada e centro de comunicação da rede serviços saúde; • Viabiliza o acesso universal; • Trabalha com os critérios: risco, vulnerabilidade, resiliência e ética; • Operacionalizada por meio de ações: Promoção da saúde - Prevenção e atenção às doenças - Tratamento – Reabilitação - Redução de danos; • Realizadas por EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA. Componentes: • Composição da equipe; • Definição do território de abrangência, adscrição da clientela e diagnóstico local de saúde; • Organização do processo ambulatorial; •Incorporação de práticas integrativas e complementares; •Cogestão coletiva da equipe; •Integralidade e coordenação do cuidado (NASF); •Atribuições: Agentes Comunitários de Saúde (ACS); Características e Processo de Trabalho • Composição da equipe: ▪ No mínimo: 1 médico generalista/especializado em SF, 1 enfermeiro, 1 auxiliar/técnico enfermagem, 4/6 agentes comunitários de saúde (ACS); ▪ Pode ter psicólogo e outros profissionais (ex. dentista - Programa Brasil Sorridente) a critério do município ▪ Responsáveis por 800 a 1000 famílias da área urbana/rural, com limites geográficos definidos e população adscrita; ▪ Adscrição da população: proximidade, conhecimento e vínculo, longitudinalidade do cuidado. • Definição do território de abrangência, adscrição da clientela e diagnóstico local de saúde ▪ Garantir a acessibilidade e superar barreiras de acesso (geográfica, burocrática...) Territorialização: Delimitação geográfica. Descrição do segmento populacional determinado. Mapeamento da área (recursos naturais, materiais). Território = espaço vivo (movimento/transformação) Adscrição da clientela: Definição precisa do população abrangida no território. Cadastramento da família (Ficha A) Cartão da Família • Nome: quem respondeu ao ACS na hora do cadastramento • Escrever atrás, nome de todos os membros da família Diagnóstico local: Elaborado a partir da territorialização e adscrição, gera dados que possibilitam a análise da situação de saúde do território. Compreensão da dinâmica sociocultural. Constância no monitoramento (ausências consultas, aumento taxasdoenças...). Planejamento baseado na realidade local. Organização do processo ambulatorial Avaliação das necessidades e gestão dos recursos de saúde. Reconhecimento dos riscos e vulnerabilidades. Recepção Acolhimento Acolhimento com classificação de risco (escuta e resolução) Caso não agudo: intervenções programadas Caso agudo: atendimento imediato, prioritário Evitar burocratizar o acolhimento e fluxo do usuário Incorporação de práticas integrativas e complementares Integração da medicina popular no SUS (curandeiros rezadeiras): soro caseiro para desidratação reduziu mortalidade infantil; Lideranças populares: reconhecimento do saber da comunidade, estabelecimento de parceria. Políticas Públicas em Saúde Cogestão coletiva da equipe ▪ Debate e decisão democrático e participativo ▪ Direito a voz e voto ▪ Coordenado pelo gerente da UBS (liderança) Integralidade e coordenação do cuidado Depende: • da diversidade dos serviços (atenção integral); • do sistema de informação/gestão integrado (lista espera, prontuário eletrônico) para coordenação do fluxo; • da visão holística sobre o homem Superação do modelo ambulatorial de trabalho fragmentado e compartimentalizado; Construção de um “novo campo de saber comum a todas categorias” – interseção de conhecimentos. Colaboração que implica: diferença e comunhão. Evita desperdício de serviços de saúde e redução da duplicação de oferta. Maior eficácia na resolução dos problemas. ▪ Integralidade do cuidado - necessidade de articulação entre ações da ESF e o campo da saúde mental (transversal em todos níveis da saúde); ▪ Gerência os Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) ▪ Com a imersão na dinâmica de vida dos usuários/famílias/entornos socioculturais, as equipes da ESF têm importância estratégica para o enfrentamento ▪ da saúde mental; ▪ Conexão entre aspetos psicossociais e saúde. Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) ▪ Criado em 2008, objetiva ampliar a abrangência e resolutividade das ABS. ▪ Composição definida pelos gestores municipais, de acordo dados epidemiológicos e necessidades do território. ▪ Não são a porta de entrada. ▪ Constituídos por profissionais especialistas que trabalham integrados à equipe da ESF, por meio do apoio matricial. ▪ Não possuem unidades físicas independentes: atividades desenvolvidas nas UBS, Academias da Saúde ou em outros pontos do território. Apoio matricial (matriciamento): fornece orientações e supervisão, atende conjuntamente situações mais complexas, realiza visita domiciliares acompanhadas das EAB, atende casos mais complexos pro solicitação da AB. Agente Comunitário de Saúde (ACS) Vinculados a UBS com ESF ou Vinculados a UBS sem ESF (aqui, o ACS integra o Programa de Agentes Comunitários de Saúde -PACS) - O PACS é um programa de transição para a ESF. ▪ É o “elo” entre equipe e comunidade ▪ Residir na área de atuação, vivencia o cotidiano das famílias ▪ Carga horária: 8 horas diárias ▪ Dificuldades dos ACS: tempo, excesso de trabalho, preservação do espaço familiar, tempo de descanso, desqualificação social do trabalho e cansaço físico; ACS – ter no máximo 750 pessoas sob sua responsabilidade ESF – ter no máximo 12 ACS Impacto da ABS-ESF-ACS nos Indicadores de saúde • redução Taxa de mortalidade infantil; • redução Taxa de mortalidade materna; • redução Taxa de mortalidade em menores de cinco anos por diarreia e pneumonias; • redução Taxa de mortalidade cardiovascular e cerebrovascular; • redução da Taxa de internação por condições sensíveis (internações por doenças passíveis de controle/redução na ABS, com prevenção e continuidade do cuidado). "Para muitos brasileiros em áreas pobres e rurais, esse foi o primeiro contato com o poder público. Então esse programa é um dos maiores do mundo em termos de visitação domiciliar. É quase como uma pequena revolução, porque você traz informação sobre cuidados básicos, higiene, lavar as mãos, alimentação, necessidade das crianças de irem pra escola, pré-natal para as mães" Naercio Menezes Filho, pesquisador do Insper Relatório “Impactos da Estratégia Saúde da Família e Desafios para o Desenvolvimento Infantil", elaborado pelo Núcleo Ciência pela Infância (NCPI) em 2020. Aula: 22 de março de 2021 Política Nacional de Humanização (PNH) BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização (PNH). Brasília, 2013. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_hu manizacao_pnh_folheto.pdf ANDRADE, l. O. M.; BARRETO, I. C. H. A Estratégia Saúde da Família e o SUS. In: ROUQUAYROL, M. Z. Epidemiologia e saúde. Rio de Janeiro: MedBook, 2013. (p. 601-619). HumanizaSUS Busca responder a percepção da população e trabalhadores da saúde frente a problemas, como: • insensibilidade dos trabalhadores; • tratamentos desrespeitosos; • isolamento das pessoas nos procedimentos, consultas e internações; • práticas de gestão autoritária • deficiências nas condições de trabalho (ambientes e relações). Criada em 2003, com o objetivo: qualificar práticas de gestão e atenção em saúde; Produção de novas atitudes e inclusão nos espaços da gestão/cuidado/formação de sujeitos; INCLUSÃO dos diferentes sujeitos no planejamento/implementação/avaliação dos processos de produção de saúde e formação do trabalhador de saúde. Políticas Públicas em Saúde Princípios da PNH • Indissociabilidade gestão-cuidado (participação na tomada de decisão, conhecer como funciona a gestão); • Transversalidade (ampliação da comunicação; produção do comum, saberes diferentes se cruzarem); • Fomento do protagonismo e corresponsabilidade. Diretrizes da PNH • Clínica ampliada e compartilhada • Acolhimento • Acolhimento com classificação por risco* • Gestão participativa e cogestão • Ambiência • Valorização do trabalhador • Defesa dos direitos do usuário: acompanhante/visita ampliada • Rede HumanizaSUS • Ouvidoria Acolhimento com classificação de risco: A classificação de risco é um dispositivo da PNH, uma ferramenta de organização da “fila de espera” no serviço de saúde (por prioridade risco; e não por ordem de chegada) ➔ Exemplos de ações da PNH... Aula: 21 de março de 2021 ANDRADE, l. O. M.; BARRETO, I. C. H. A Estratégia Saúde da Família e o SUS. In: ROUQUAYROL, M. Z. Epidemiologia e saúde. Rio de Janeiro: MedBook, 2013. (p. 601-619). Situação atual da saúde e desafios Brasil: Transição demográfica, epidemiológica e nutricional → Coexistência de novos e antigos problemas Transição demográfica Aumento expectativa de vida; diminuição taxa de fecundidade; envelhecimento populacional Transição epidemiólogica (dois perfis morbi/mortalidade) Melhorias condições de vida (redução da pobreza, acesso à serviços) + Urbanização e estilos de vida • Diminuição dos problemas tradicionais: diarréias, infecções, doenças imunoprevisíveis, endemias parasitárias, dengue... • Surgimento de novos problemas: doenças crônicas, câncer, doenças respiratórias, acidente trânsito, consumo álcool/drogas, violência... Transição nutricional Declínio da desnutrição Aumento sobrepeso e obesidade (triplicou nos homens, duplicou nas mulheres) Elevado índice de anemia (crianças e gestantes) ➔ Território-população ➔ Corresponsabilidade da equipe ➔ Agentes comunitários saúde ➔ Ações de atenção primária Leva a melhora nos indicadores de saúde no Brasil ▪ Redução taxa internação hospitalar crianças/adultos ▪ Redução de consultas não urgentes nas Emergências ▪ Redução do baixo peso ao nascer ▪ Redução da mortalidade infantil* ➔ Financiamento insuficiente ➔ Insuficiência/inadequação RH ➔ Infraestrutura precária ➔ Desintegração da rede ➔ Baixa valorização da ESF ➔ Problemas gerenciais ➔ Número de família por equipe➔ Não informatização/sistematização Levam à manutenção de problemas de saúde (após redução, mantém) ▪ Taxa Mortalidade materna ▪ Taxa incidência Câncer colo uterino Descompassos entre a lei e a realidade Falhas que dificultam que a saúde se constitua num dos pilares da estratégia nacional de desenvolvimento: • Subfinanciamento do SUS (gasto per capita e por procedimento) • Desigualdades de oferta nas diferentes regiões • Burocratização da gestão • Precarização do trabalho e baixo investimento na qualificação dos trabalhadores ABS e pandemia (extra): A atuação da ABS em quatro eixos 1. Vigilância em saúde nos territórios -notificação, detecção e acompanhamento dos casos, com isolamento domiciliar dos casos e quarentena dos contatos. 2. Atenção aos usuários com COVID-19 -organização de fluxos distintos para o cuidado dos pacientes com quadros leves – medianos - graves, garantindo encaminhamentos. Atendimento on-line via consulta remota. 3. Suporte social a grupos vulneráveis (idosos, comórbidos, doentes crônicos, pessoas em situação de rua)- Viabilizar abrigos, visita domiciliar, ações solidárias (cestas básicas, confecção de máscaras). 4. Continuidade das ações próprias - Readequação de procedimentos e incorporação de outros, incluindo novas formas de cuidado à distância (teleconsulta) UBS – vacinação Políticas Públicas em Saúde Centro Universitário Barão de Mauá Disciplina: Políticas Públicas em Saúde E-mail: euaugustonascimento@gmail.com Aula: 12 de abril de 2021. Psicologia nas políticas públicas de saúde Referências bibliográficas: FERREIRA NETO, J. L. Psicologia e políticas públicas: novas questões para a formação. In:_______. Psicologia, políticas públicas e o SUS. São Paulo: Escuta, 2001. (p. 23-49) FERREIRA NETO, J. L. Psicologia no SUS: dos impasses e das potencialidades. In: _______.Psicologia, políticas públicas e o SUS. São Paulo: Escuta, 2001. (p.97-129). Governo militar (1964/1984) “Milagre econômico”: • classes média/alta demanda serviços psicológicos (valorização da subjetividade/intimidade); • aumento dos cursos de formação; A partir dec. 70: • crise econômica (recessão classe média/alta; agravamento das condições de vida da classe popular); • surgimento dos movimentos sociais (apontam outros modos de ser/viver; dão novo sentido para “política”: problematizada no cotidiano); Diante da conjuntura econômica e política: • Críticas a Psicologia: alto custo, exclui parcela população, descontextualizada da realidade brasileira, muito teórica. Requisitada a responder de outra forma. Queda do poder aquisitivo/Muitos psicólogos formados; Críticas à Psicologia; Constituição 1988: contração de trabalhadores sociais (serviços públicos). O psicólogo se insere nos serviços públicos: ✓adequação ao mercado de trabalho; ✓contratações provocadas pela institucionalização do que os movimentos sociais reivindicavam; A “vocação ética-política” da psicologia não é tão genuína; Década de 60-70 (Ditadura Militar) A partir dec. 80 (Redemocratização) Milagre econômico Fim do “milagre econômico” Recessão da classe média/alta Cursos de psicologia, Oferta → Demanda Valorização da interioridade subjetiva Ampliação da concepção do que é político – movimentos sociais Formação clínica, escola, empresa Inserção nos serviços públicos Classe média/alta Classes populares Profissional liberal Trabalhador assalariado Trabalho isolado Trabalho multiprofissional (equipe) • Regulamentação da profissão “Psicologia” (áreas: clínica, escolar, industrial): 1964; • Sistemas de Conselhos de Psicologia (CFP, CRP): 1971; • Dec. 80: redemocraticação e Constituição de 1988; • O setor público passa ser grande contratador de profissionais, incluindo psicólogos; • Progressivo deslocamento na prática e na formação. Reforma Sanitária (Lei 8080/1990) / Reforma Psiquiátrica (Lei 10216/2001) Inserção da Psicologia na saúde pública foi via Saúde Mental / Psicologia comunitária. (Foi uma conquista); Disjunções-Conjunções Movimentos/Participação sociais Mesmos princípios e diretrizes Atenção à saúde como direito humano Noção de rede de atenção (os serviços precisam trabalhar articulados); Valorização atenção básica/comunitária A institucionalização do instituinte: • avanços sociais, garantia de recursos econômicos • enfraquece a potência inovadora promovida pelos movimentos sociais (perde inventabilidade, enrijece ações). Constituição de 1988 Art. 200 (competências do SUS) “o ordenamento da formação de recursos humanos na área da saúde” ➢Necessidade de articulação entre Ministério da Saúde e Ministério da Educação para definição das DCN Marcos ✓Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) - 2004, para graduação em psicologia (é a atual) → (transformações na formação decorrem de mudanças no campo de trabalho). A prática tradicional torna-se insustentável A inserção do Psicólogo no SUS operou uma desconstrução identitária Necessário criar nova identidade mailto:euaugustonascimento@gmail.com Políticas Públicas em Saúde ✓Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) – 2007 – produção de pesquisas em psicologia/políticas públicas → http://crepop.pol.org.br Diretriz Curricular Nacional (DCN) 2004, Art. 3: “compreensão crítica dos fenômenos sociais e políticos do país, fundamentais ao exercício da cidadania e da profissão” “atuação em diferentes contextos considerando as necessidades sociais, os direitos humanos” ✓Currículo – seu centro se transfere da transmissão de conteúdos para a produção de capacidades de atuação em diferentes contextos (competências e habilidades); ✓Equilíbrio do conteúdo da “clínica” e outras formas de atuação; ✓Compreensão ampliada da clínica, com destaque para o contexto social; ➔ Em discussão a nova DCN a temática “políticas públicas” e compromisso social. Diretriz Curricular 2004 Qual profissional deseja-se formar? Transmissão de conteúdos (saberes prontos) → Conteudista, tecnicista, fragmentado, reprodutor do conhecimento internacional. Desenvolvimento de habilidades e competências → (saberes em construção) → Produção de Capacidades de atuação em diferentes Contextos; Atuação Profissional (Pesquisas com psicólogos-2005) Como a “saúde mental” se adentrou no campo da saúde pública (BH). Três períodos: 1º) Atenção não hospitalar (dec. 80) 2º) Momento antimanicomial (déc. 90) 3º) Inserção na ESF (anos 2000) 1º) Atenção não hospitalar (dec. 80) • “Saúde mental” sem articulação com Reforma Psiquiátrica (psicose: psiquiatria) • Intervenção grupal (modismo devido à demanda) • Não substitutivo • Ambulatório ou hospital (sem serviço intermediário) 2º) Momento antimanicomial (déc. 90) • 1987 II Encontro Nacional TSM Bauru / 1989 Intervenção Santos • Atenção aos pacientes graves (repensar agenda) • Construídos os CAPS/CERSAM • Visa a substituição do modelo hospitalar • Desmontagem do aparato manicomial: ações para efetivação • Serviços de Residência Terapêutica (SRT), Centros convivência e Cooperativa (Cecco), Fóruns de discussão... • Ampliação da clínica 3º) Inserção na Estratégia Saúde Família (ESF) (anos 2000) • ESF + Equipes referência/complementar (especializadas em Saúde Mental - SM) • Equipe de SM oferece apoio matricial à ESF • Parceria + corresponsabilização + clientela em comum • Reuniões com discussão de casos clínicos • Agente Comunitário: papel essencial • Desinstitucionalização: inserção comunitária e social • Núcleo Saúde Família NASF (2008): pelo menos um profissional SM na equipe Apoio matricial / matriciamento oferecido pela Equipe Saúde Mental à Equipe AtençãoBásica, O Psicólogo oferecendo apoio matricial em saúde mental: • Prioriza casos de transtornos mentais severos, abuso de álcool/drogas, pacientes egressos de internações psiquiátricas, pacientes atendidos no CAPS, tentativas de suicídio, vítimas de violência doméstica; • Orienta quanto ao manejo dos casos • Desenvolve ações de mobilização de recursos comunitários em busca da construção de espaços de reabilitação psicossocial • Desenvolve ações conjuntas com EAB Contribuições da Psicologia na discussão e formulação das Políticas Públicas • Com formação científica e profissional, a psicologia é capacitada para abordar a dimensão subjetiva dos fenômenos sociais; • Esse conhecimento possibilita que o psicólogo proponha ações que possam compor políticas públicas; • A formulação de políticas públicas pressupõe determinados sujeitos e subjetividades a serem contemplados. Dimensão subjetiva presente no campo das políticas públicas. • compreender aspectos subjetivos que constituem o processo saúde-doença e os fenômenos sociais • proporcionar a não alienação e não exclusão do paciente no processo saúde-doença (importante no processo de recuperação) • orientar equipes de saúde, qualificando o entendimento dos problemas individuais e coletivos da população, tornando mais efetivas suas respostas • identificar como ideias, crenças, sentimentos e pensamentos são parte dos processos de prevenção e tratamento • atuar na humanização do atendimento e na qualificação da relação entre as equipes → usuários; Prática protegida (instituição de ensino e consultório) X Complexidade institucional(serviço público) Reprodução de saberes de outros modelos X Produção de saber contextualizado Preconceito tecnológico (repertório limitado) X Criatividade para atender as demandas http://crepop.pol.org.br/ Políticas Públicas em Saúde • compreender problemas individuais e coletivos, sem dicotomizá-los; Atualmente • Compromisso Social da Psicologia: prática comprometida com a realidade social do país • Relação entre Psicologia e Políticas Públicas • A partir da inserção nas Políticas Públicas, a Psicologia amplia a possibilidade de acesso, com democracia e igualdade de oferta dos conhecimentos e fazeres para a sociedade Psicólogos no SUS e SUAS SUS e SUAS importantes dispositivos de fixação/contratação da profissão Psicologia nos aparelhos públicos. Dificuldades enfrentadas pelo Psicólogo na AB ✓Baixa remuneração ✓Trabalho em equipe ✓Falta de estrutura física/material para trabalhar ✓Formação insuficiente para trabalhar com demandas socioculturais ✓Característica da clientela ✓Abandono do tratamento (encaminhamentos: não demanda, longa espera) Perigos atuais: ✓ Passar de uma formação conteudista para ações operativas sem necessário apuro conceitual; ✓ Fragmentação do curso devido à disputas entre abordagens ✓ Reprodução do velho modelo na nova realidade: não desenvolvimento de ações inovadoras (estar alocado nos serviços públicos não garante existência de práticas adequadas à realidade e/ou “compromisso social”) Necessidade de integrar teoria + prática + visão crítica do social; Principais campos de atuação da Psicologia em saúde pública: • Atenção Básica à Saúde • Rede de atenção psicossocial (RAPS) • Atenção às Urgências • Atenção a portadores de doenças crônicas • Atenção hospitalar Aula: 03 de maio de 2021 Políticas públicas saúde e direitos humanos Objetivos de aprendizagem: •Analisar a intersecção entre políticas públicas e direitos humanos. •Discriminar as bases conceituais das políticas públicas afirmativas enquanto garantia de equidade. •Analisar o conceito e implicações do preconceito institucional no acesso aos serviços de saúde; Referência Bibliografia MACHADO, V. Direitos humanos e políticas públicas de saúde. Ribeirão Preto, 2021. Parte 1 (disponível no portal). Direitos humanos Declaração Universal dos Direitos Humanos delineia os direitos humanos básicos; foi adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1948: artigo 1°: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.” Direitos inalienáveis inerentes a todos seres humanos, independentemente de qualquer condição. Incluem os direitos civis (liberdade individual...), políticos (participação no poder...) e sociais (ao trabalho, educação, saúde...); A saúde como um direito humano fundamental! Constituição brasileira de 1988: reconhece e insere os DH no conjunto de garantias fundamentais a serem asseguradas pelo Estado. Saúde e direitos humanos Aspectos étnico-raciais, de gênero e socioeconômicos influenciam: Reconhecimento das diversidades! Grupos minoritários Grupo humano que se encontram em posição subordinada, isolamento e desvantagem social, cultural, étnica, econômica, política ou jurídica. Direitos fragilizados por apresentarem características diferentes das do grupo social dominante. Mais vulneráveis à discriminação e à violência. Desigualdades Socais → Desigualdades na saúde Nascer Viver Adoecer Morrer Preconceito Exclusão social Prejuízo na QV Perda DH Inacessibilidade aos serviços Políticas Públicas em Saúde Preconceito Institucional • Violação dos direitos humanos praticada pelo estado; •Incapacidade coletiva em prover serviço apropriado às pessoas devido a sua cor, cultura, origem étnica...; •Práticas discriminatórias consolidadas no cotidiano dos serviços: desvalorização de queixas, modo negativo e discriminatório de atendimento, desconsideração nas ações, não contratação/não promoção; •Discriminação via preconceito. Políticas Públicas Afirmativas ➔ São constitucionais e necessárias para o desenvolvimento do país; Objetivam: ▪ diminuir diferenças de ordem socioeconômica entre categorias sociais ▪ reverter representação negativa (valoriza diversidade) ▪ promover igualdade de oportunidades ▪ combater o preconceito ▪ Ações positivas de compensação das desvantagens históricas das minorias a fim de proteger e promover ativamente sua cultura. ▪ As pessoas que pertençam as minorias devem ter a oportunidade de contribuir para uma sociedade culturalmente diversa. ▪ O poder público deve garantir que minorias possam exercer plena e eficazmente seus DH fundamentais em plena igualdade perante a lei. ▪ No setor saúde: busca pela igualdade de direitos perante a assistência à saúde. Equidade Expresso na Constituição / diretriz ética da SUS Reconhecimento das diferenças nas condições de vida e saúde e nas necessidades das pessoas, considerando que o direito à saúde deve atender a diversidade. Políticas públicas pautadas nos direitos humanos implicam: Universalização Concerne ao direito de todo cidadão ao acesso a serviços públicos. Garantia dos serviços, indiscriminadamente, a todas as pessoas. Focalização Concentração de recursos específicos a determinado grupo populacional em maior desvantagem social. Políticas públicas afirmativas/solidariedade (enquanto estratégias de promoção da equidade) focalizam recursos sobre os mais desfavorecidos. “A promoção e proteção dos direitos das pessoas pertencentes a minorias nacionais ou étnicas, religiosas e linguísticas contribuem para a estabilidade política e social dos Estados em que vivem” (Declaração da ONU sobre os Direitos das pessoas pertencentes a minorias nacionais ou étnicas, religiosas e linguísticas, 1992). Visão afirmativa da diversidade A valorização da diversidade é fundamental para o fortalecimento da cultura e do desenvolvimento humano do país. Aula: 21 de maio de 2021. Políticas públicas desaúde para populações específicas Objetivos de aprendizagem: •Analisar as políticas públicas em saúde voltadas à população negra e indígena •Analisar as políticas públicas em saúde voltadas à mulheres e população LGBT •Analisar as políticas públicas em saúde voltadas à população encarcerada e em situação de rua Referência Bibliográfica: MACHADO, V. Direitos humanos e políticas públicas de saúde. Ribeirão Preto, 2021. Parte 2. (disponível no portal) Saúde da População Negra 54% da população brasileira se declara negra Maioria da camada mais pobre (¾) Renda 40% menor Taxa de analfabetismo é 2X maior Desemprego é maior entre mulheres negras Menor participação na política Maior: •Taxa de prematuridade ao nascer e mortalidade infantil •Taxa de mortalidade materna •Maior risco desnutrição •Maior risco de morte por doenças transmissíveis e causa externa (violência, acidentes)- reduz expectativa vida. Necessidade de reconhecimento do preconceito, das desigualdades étnico-raciais e do preconceito institucional como determinantes sociais das condições de saúde. Busca da promoção da equidade em saúde. Política Nacional de Saúde Integral da População Negra 2007 • Objetivo: garantir maior grau de equidade na efetivação do direito humano à saúde. • Estratégias: uso do critério “cor” na produção de informações epidemiológicas para a definição de prioridades e tomada de decisão desenvolvimento de ações de combate/prevenção do preconceito institucional. Políticas Públicas em Saúde Implementação de ações afirmativas de promoção igualdade racial ampliação e fortalecimento do controle social incentivo à produção do conhecimento científico e tecnológico em saúde da população negra. Saúde da População Indígena ✓Constituição 1988 confere tratamento inédito aos povos indígenas; ✓Direito à diferença: usufruto exclusivo do territórios ocupados. Saúde dos Povos Indígenas ▪ O histórico abandono e preconceito institucional: demarcações; ▪ Brasil: 33% das terras indígenas aguardam demarcação. Situação: ✓deterioração crescente das condições de vida em decorrência do contato com os brancos; ✓baixa execução orçamentária: fraca cobertura sanitária das comunidades indígenas; ✓condições inadequadas: ausência de saneamento básico, assistência médica e ações preventivas; ✓ausência de busca ativa dos casos infecciosos; ✓problemas de acessibilidade (geográfica, econômica, linguística e cultural. Problemas: ✓mortalidade infantil ✓epidemias de doenças (tuberculose, HIV, diabetes por causa do consumo de açúcar) ✓alcoolismo e depressão ✓suicídio (tx 3 x maior) ✓baixa expectativa de vida (40 anos) Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas 2002 Distrito Sanitário: Modelo de organização de serviços orientado para um espaço etnocultural dinâmico, geográfico, populacional e administrativo delimitado. Atividades técnicas, com estímulo à participação e controle social nos conselhos de direito. Agentes Indígenas de Saúde (AIS): Principal alicerce, elo fundamental entre o conhecimento tradicional e o sistema oficial de saúde (comunicação intercultural). Formação, capacitação continuada, valorizando os conhecimentos da medicina indígena e trazendo novos conhecimentos. Saúde da mulher • Mulheres: maioria da população brasileira (50,77%); • Principais usuárias do SUS; • Discriminação nas relações de trabalho; • Sobrecarga com as responsabilidades com o trabalho doméstico; • Maior expectativa de vida; maior adoecimento; • O gênero expõe a padrões distintos de sofrimento, adoecimento e morte. Taxa cesárea Brasil: 55% No setor privado: 85% OMS: 10-15% • Mortalidade materna • Desinformação e precariedade da assistência obstétrica • Abortamento em condições de risco • Precariedade da assistência em anticoncepção • DST/HIV/Aids • Violência doméstica e sexual • Transtornos mentais, especialmente uso SPA • Câncer ginecológico • Mulheres na prisão Violência obstétrica ✓Momento da gestação, parto, nascimento e/ou pós-parto; ✓Física, psicológica, verbal, simbólica e/ou sexual, além de negligência, discriminação e/ou condutas prejudiciais e sem embasamento em evidências científicas; ✓Submetem mulheres a normas e rotinas rígidas desnecessárias, não respeito aos corpos e ritmos naturais. Exemplos: Lavagem intestinal e restrição de dieta - Ameaças, gritos, chacotas, piadas, etc. Omissão de informações, procedimentos sem consentimento Não permitir acompanhante - Empurrar a barriga (manobra de Kristeller) Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher 2004 Objetivo: contribuir para a garantia dos direitos humanos, sexuais e reprodutivos das mulheres e reduzir a morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis. Inclui: melhoria da atenção obstétrica, planejamento familiar, atenção ao abortamento inseguro e combate à violência doméstica e sexual; prevenção e tratamento de mulheres vivendo com HIV/aids e às portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e com câncer ginecológico. Políticas Públicas em Saúde Saúde da mulher Rede Cegonha 2011 Humanização da assistência pré-natal, parto e nascimento, puerpério e atenção integral à saúde da criança, com vista à abolição da violência obstétrica; Construção e custeio de Centros de Parto Normal (CPN): atendimento humanizado ao parto. Saúde da população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros) Saúde da população LGBT ❖Questões relacionadas: violência união civil reconhecimento das famílias homoparentais direitos sexuais e reprodutivos situações de desigualdades de direitos preconceito institucional patologização. Política Nacional de Saúde Integral de LGBT 2012 ✓Marco histórico de reconhecimento das demandas desta população em condição de vulnerabilidade; documento norteador e legitimador das suas necessidades específicas; ✓Reconhecimento dos efeitos da discriminação e da exclusão no processo de saúde-doença da população LGB; ✓Objetivo: mudanças na determinação social da saúde, com vistas à redução das desigualdades relacionadas à saúde destes grupos social. Estratégias: • Ações intersetoriais de educação (campanhas e currículos escolares); • Sensibilização e educação permanente dos profissionais; • Inclusão dos quesitos de identidade de gênero/orientação sexual nos formulários, prontuários e sistemas de informação em saúde; • Ampliação participação dos movimentos sociais LGBT nos conselhos saúde; • Incentivo à produção de pesquisas científicas e inovações tecnológicas; • Garantia dos direitos sexuais e reprodutivos; • Fortalecimento de ações da prevenção das DST/Aids; • Aprimoramento do Processo Transexualizador. “O Conselho foi admitido levando em consideração sua competência sobre essa matéria, e todo o nosso trabalho, como entidade de classe, pela proteção e por um tratamento mais igualitário e socialmente inclusivo de todas as pessoas, dentro do leque da diversidade de gênero. É um reconhecimento à nossa competência e à nossa tradição de luta por direitos iguais para as pessoas e suas formas de estar no mundo” (presidente do CFP) Sugestões filmes (População LCBT e Mulheres): Renascimento do parto Nascer no Brasil (série da FIOCRUZ) Laerte-se A garota dinamarquesa Saúde da população encarcerada ✓Taxa de ocupação no sistema prisional brasileiro é de 197,4% ✓3ª maior população prisional do mundo ✓40% presos provisórios / 70% reincidentes ✓Perfil: 94,2% homens 55% jovem de 18-29 anos 64% negros 60% solteiros 72% de analfabeto até ensino fundamental completo Situação da população encarcerada ▪ Estruturas físicas sem manutenção, celas superlotadas, úmidase escuras, precária alimentação, sedentarismo, uso generalizado de substâncias psicoativas e falta de higiene; ▪ Condições favoráveis à proliferação de epidemias e ao desenvolvimento de psicopatologias; ▪ Problemas de saúde: altos índices de tuberculose, pneumonias, dermatoses, hepatites, traumas e doenças infecciosas, transtornos mentais e dependência química. Saúde da população encarcerada • Mulheres presas: 5,8% do total • 63% condenadas por crimes de associação ao tráfico, nº vem crescendo • Situação mais grave: dificuldade de realizar exames de rotina, ausência de controle e tratamento de DST, insuficientes condições de pré-natal. • Visita: menos de 40% recebem visita (80% dos homens recebem) • Diante da vulnerabilidade social da condição feminina, a mulher fica mais exposta à prisão e, quando presa, ao abandono por parte dos familiares. Mulheres presas que ganham bebês: recém-nascidos ficam nas mesmas condições insalubres, até que o bebê seja afastado da mãe. Seus filhos, sem pai presente, passam a ser cuidados por outros familiares ou enviados para abrigos. Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário, 2003 ✓Prevê a inclusão da população penitenciária no SUS, mediante ações e serviços de AB nas unidades prisionais, prestados por equipes interdisciplinares e acesso aos demais níveis de atenção em saúde; ✓Mesmo assim, a cobertura de cuidados de saúde é de apenas 30% do total de pessoas encarceradas, havendo subnotificação dos problemas de saúde. Políticas Públicas em Saúde Saúde da população em situação de rua O Bicho Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. (Manuel Bandeira) “grupo populacional heterogêneo, composto por pessoas com diferentes realidades, em comum há condição de pobreza absoluta, vínculos interrompidos ou fragilizados e inexistência de moradia convencional regular, sendo compelidos a utilizarem a rua como espaço de moradia e sustento, por contingência temporária ou de forma permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória” (MD, 2009) •Não há censo oficial, estima-se mais de 100.000 pessoas vivendo na rua; •Retrata os agravamentos na situação social do país, o preconceito e a ausência de políticas. Perfil: • homens (82%) • negros (67%) • exercem alguma atividade remunerada (70%) • motivo de estar na rua: desemprego (29,8%), conflitos familiares (29,1%) e alcoolismo/drogas (35,5%) • quase 25% sem documentos pessoais • quase 62% não votam • alimentam-se uma vez ao dia (79,6%) • afirmam não receber benefícios governamentais (88%) Vivem em condições de vulnerabilidade, vínculos familiares prejudicados e negligenciados socialmente (desprezo, incômodo e hostilidade). Vulnerabilidade à violência, insuficiente/não qualidade alimentar, ausência de higiene, pouco acesso à água potável, privação de sono e dificuldade de adesão aos atendimentos em saúde; Condições de rua favoráveis ao desenvolvimento de doenças; Problemas de saúde: dermatológicos, infestações, DST/HIV/Aids, gravidez de risco, doenças crônicas, doenças bucais, tuberculose, transtornos mentais e associados ao uso de substâncias psicoativas. Política Nacional para a População em Situação de Rua, 2009 ✓Objetiva assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as diversas políticas públicas de saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda; criar meios de articulação entre o SUAS e o SUS; ✓Busca assegurar universalidade dos direitos, reconhecendo a especificidade e vulnerabilidade social, por meio da integração das ações. Consultório na Rua Instituído pela Política Nacional de Atenção Básica (2011); É de responsabilidade da AB; Equipes multiprofissionais, formadas por, no mínimo, quatro profissionais (o psicólogo pode ser um deles) Atendimento especial à população em situação de rua (que também deve ser recebida em outros serviços da rede SUS); Atividade itinerante e busca ativa Usa infra e trabalha em parceria com UBS; O território de atuação é dividido a partir de censo da população de rua e cadastro das pessoas localizadas nestes espaços. Sugestões (Pop. em situação de rua e encarcerada) Site INFOPEN - Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias <http://depen.gov.br/DEPEN/depen/sisdepen/infopen> Justificando – “mentes inquietas pensam direito” (política e justiça) <https://www.justificando.com> #52 - O colapso do Sistema Prisional durante a pandemia #55 - Como estão sobrevivendo as pessoas em situação de rua Site “Determinantes sociais da saúde: portal e observatório sobre iniquidades em saúde” <http://dssbr.org/site> https://www.justificando.com/ Políticas Públicas em Saúde
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