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Hipertensão na Gestação

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Este material é parte integrante do curso online “Atualização em Hipertensão na 
Gestação" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É 
proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem 
autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
Com certificado 
online 
80 horas 
Atualização em 
Hipertensão na Gestação 
Rachel Cardoso de Almeida 
 
 
 
 
 
 
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Gestação" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É 
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Atualização em 
Hipertensão na Gestação 
Rachel Cardoso de Almeida 
80 horas 
Com certificado 
online 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 5 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 6 
2.1 GESTAÇÃO DE RISCO ............................................................................................. 6 
2.1.1 Ações voltadas a atenção humanizada durante o pré-natal .................................. 7 
2.2 CONTEXTO EPIDEMIOLÓGICO DAS SÍNDORMES HIPERTENSIVAS ........... 8 
2.3 MORTALIDADE MATERNA .............................................................................. 9 
2.3.1 Conceito ................................................................................................................ 9 
2.4 FATORES DE RISCO .......................................................................................... 11 
CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................................ 13 
3.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA PREEXISTENTE ............................. 13 
3.2 HIPERTENSÃO GESTACIONAL ...................................................................... 15 
3.3 PRÉ-ECLÂMPSIA SUPERAJUNTADA ................................................................. 15 
3.4 PRÉ-ECLÂMPSIA .................................................................................................... 16 
3.5 ECLÂMPSIA ............................................................................................................ 17 
3.6 SÍNDROME HELLP ................................................................................................. 18 
ETIOPATOGENIA ........................................................................................................... 19 
4.1 DESREGULAÇÃO IMUNOLÓGICA PRÉ-CONCEPCIONAL ............................. 19 
4.2 PLACENTAÇÃO DEFEITUOSA ....................................................................... 19 
4.3 DISFUNÇÃO ENDOTELIAL .................................................................................. 21 
4.4 OUTRAS ALTERAÇÕES ........................................................................................ 21 
FISIOPATOLOGIA .......................................................................................................... 22 
5.1 ALTERAÇÕES RENAIS ..................................................................................... 22 
5.2 ALTERAÇÕES VASCULARES E CARDÍACAS .............................................. 23 
5.3 ALTERAÇÕES HEPÁTICAS ............................................................................. 23 
5.4 ALTERAÇÕES CEREBRAIS ............................................................................. 23 
5.5 ALTERAÇÕES SANGUÍNEAS .......................................................................... 24 
5.6 ALTERAÇÕES HIDROELETROLÍTICAS ........................................................ 24 
5.7 ALTERAÇÕES UTEROPLACENTÁRIAS ........................................................ 24 
5.8 ALTERAÇÕES FETAIS ........................................................................................... 25 
DIAGNÓSTICO ................................................................................................................ 25 
6.1 PARÂMETROS CLÍNICOS E LABORATORIAIS ........................................... 26 
6.2 PREDIÇÃO E PREVENÇÃO .............................................................................. 27 
TRATAMENTO ................................................................................................................ 28 
7.1 TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO .......................................................... 28 
7.2 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO .................................................................... 28 
Cuidados durante a administração de sulfato de magnésio ......................................... 30 
7.3 CONDUTA DURANTE A ECLÂMPSIA ................................................................ 30 
 
 
CONDUTA OBSTÉTRICA .............................................................................................. 31 
8.1 IDADE GESTACIONAL INFERIOR A 24 SEMANAS ......................................... 31 
8.2 IDADE GESTACIONAL ≥ 24 SEMANAS E < 34 SEMANAS .............................. 31 
8.3 IDADE GESTACIONAL ENTRE 34 E 37 SEMANAS .......................................... 31 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ............................................................................. 33 
9.1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ............................ 33 
9.2 PROCESSO DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA A GESTANTE COM 
SÍNDROMES HIPERTENSIVAS ESPECÍFICAS DA GESTAÇÃO ........................... 35 
9.2.1 Histórico ou coleta de dados ............................................................................... 35 
AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 41 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 45 
 
 
Unidade 1 – Apresentação 
 
 
5 
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conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa 
do autor (Artigo 29). 
 
01 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
O período gestacional, em sua totalidade, é uma condição fisiológica na vida da mulher, mas 
que não está isenta do surgimento de agravos que afetem tanto a mãe quanto o feto, de modo 
que, o aparecimento dos mesmos, depende de características particulares de cada mulher, 
bem como as condições do meio em que está inserida. 
Desse modo, no decorrer desse curso iremos abordar aspectos importantes sobre as 
Síndromes Hipertensivas na Gestação e a assistência de enfermagem prestada a mulher. 
A organização deste curso está articulada para que ao final, o profissional 
participante do curso seja capaz de: 
 Compreender os conceitos envolvendo as síndromes hipertensivas na gestação, 
mortalidade materna, bem como respectivos aspectos epidemiológicos; 
 Discutir sobre a fisiopatologia, alterações sistêmicas, formas clínicas e 
sintomatologia das síndromes hipertensivas na gestação; 
 Compreender os cuidados prestados frente as situações envolvendo as síndromes 
hipertensivas na gestação. 
Bons estudos!
Atualização em Hipertensão na Gestação 
 
 
6 
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02 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
A gestação, é interpretada como um aglomerado de acontecimentos fisiológicos que 
progridem para a formação de um novo ser, sendo um período de grande importância na vida 
da mulher. Este processo é mediado por transformaçõesespecíficas que serão vivenciadas 
de maneiras diferentes por gestantes e família, determinados por muitas transições físicas e 
emocionais. 
Quando há uma evolução desfavorável, ou seja, quando surge alguma intercorrência 
que atinge a saúde materno-fetal, considera-se então, uma gestação de alto risco, e passa, a 
necessitar de uma assistência mais rigorosa e detalhada. 
Esse é o caso das síndromes hipertensivas específicas da gestação (SHEG), que 
caracterizam a principal causa de morbimortalidade materna no Brasil e podem ainda 
acarretar inúmeras complicações para o crescimento e desenvolvimento fetal. 
As síndromes hipertensivas específicas da gestação envolvem a união de sinais e 
sintomas geralmente de etiologia desconhecida e consiste em uma doença multissistêmica 
que costuma ocorrer na segunda metade da gestação, caracterizada por hipertensão, 
proteinúria e convulsão na sua forma mais grave (REZENDE, 2017). 
 
 
2.1 GESTAÇÃO DE RISCO 
O período gestacional, é uma condição fisiológica na vida da mulher, mas que não está isenta 
do surgimento de agravos que afetem tanto a mãe quanto o feto, de modo que, o 
aparecimento destes agravos, depende de características particulares de cada mulher, bem 
como as condições do meio em que está inserida. Quando há uma evolução desfavorável, ou 
seja, quando surge alguma intercorrência que atinge a saúde materno-fetal, considera-se 
então, uma gestação de alto risco, que passa então, a necessitar de uma assistência mais 
rigorosa e detalhada. 
Unidade 2 – Introdução 
 
7 
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do autor (Artigo 29). 
 
Dentre as intercorrências clínicas que mais afetam a mulher no período gestacional, 
podemos destacar a hiperêmese, as síndromes hemorrágicas, a hepatite B, a toxoplasmose, 
o diabetes mellitus, as infecções do trato urinário, a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência 
Humana (HIV) e sífilis, o trabalho de parto prematuro, a gestação prolongada, os eventos 
tromboembólicos, os distúrbios neurológicos, a amniorrexe prematura e as doenças 
hipertensivas, sendo esta última, a principal causa de morbimortalidade materna no Brasil. 
 
2.1.1 Ações voltadas a atenção humanizada durante o pré-
natal 
Desse modo, conhecer as estratégias oferecidas atualmente a gestante, traz uma reflexão, aos 
profissionais, sobre as conquistas já alcançadas e os desafios enfrentados, na busca de 
aperfeiçoar cada vez mais a atenção a saúde da mulher, não só no período gravídico, mas em 
todo o ciclo vital. 
Antes de 2000, ano de instituição do Programa de Humanização no Pré-Natal e 
Nascimento (PHPN) pelo Ministério da Saúde (MS), não havia nenhum modelo de 
assistência normatizado às gestantes no Brasil. O PHPN foi implantado por meio da 
Portaria/GM nº 569, com o intuito de melhorar a cobertura e a qualidade da assistência pré-
natal, parto e puerpério estendendo os cuidados também ao recém-nascido. 
A partir de 2006, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) teve início no Brasil, como 
um aprimoramento do Programa Saúde da Família (PSF) anteriormente utilizado, e buscou 
uma forma mais eficaz de reorganização da assistência na atenção primária, na intenção de 
apresentar melhores condições de saúde à população, além de reduzir custos com problemas 
de saúde aos cofres públicos e famílias. A implementação do PHPN junto ao crescimento da 
ESF é vista como uma das estratégias relevantes na redução da mortalidade materna no 
Brasil. 
Em 2011, o Ministério da Saúde, considerando a necessidade de adotar medidas 
destinadas a assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do 
acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério e da assistência à criança até 
os 2 anos de idade, instituiu a Rede Cegonha no Brasil. Essa estratégia foi instituída no 
âmbito do SUS e fundamentada na humanização da atenção à saúde, e consiste em uma rede 
de cuidados para assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e atenção 
humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar à criança o direito ao 
nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. 
No âmbito da assistência em saúde ofertada a população, o pré-natal ganha destaque, 
por ser um conjunto de ações desenvolvidas às mulheres grávidas e aos recém-nascidos, com 
a finalidade de promover a saúde e prevenir agravos que possam ocorrer ao longo da 
gestação, além do acompanhamento de problemas já instalados, visando um prognóstico 
positivo. Sendo assim, o pré-natal torna-se uma ferramenta eficaz na redução das taxas de 
mortalidade materna e fundamental no diagnóstico precoce das doenças hipertensivas do 
período gestacional, bem como na prevenção da evolução para as formas mais graves. 
Atualização em Hipertensão na Gestação 
 
 
8 
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O pré-natal permite a detecção e tratamento precoce de complicações potenciais no 
período gestacional, bem como possui o papel de controlar os fatores de risco, com o objetivo 
de promover uma evolução favorável da gestação. Porém, a insuficiência na quantidade de 
consultas realizadas, têm se mostrado um grande fator de risco, pois as intervenções que 
caracterizam o pré-natal não são realizadas ou são realizadas tardiamente, o que aumenta o 
risco de mortalidade materna ou perinatal, principalmente no que se refere aos problemas 
hipertensivos. 
A assistência pré-natal é um momento único e oportuno para desenvolver as ações 
de educação em saúde, realizadas nas unidades de saúde por meio de grupos de gestantes ou 
individualmente, durante as consultas, permitindo a interação entre os profissionais e as 
gestantes, no qual constitui momentos de acolhimento, vínculos preciosos e trocas de 
experiências, além de tornar propício o esclarecimento de dúvidas. 
Conforme preconiza o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde 
(OMS), é direito de toda gestante, ter um mínimo de seis consultas intercaladas entre médico 
e enfermeiro, durante a gravidez, para que se busque uma evolução saudável desse período, 
um parto seguro e um diagnóstico precoce de qualquer intercorrência que possa surgir, 
visando a intervenção imediata. 
Posto isto, a assistência pré-natal engloba o atendimento de risco habitual e o de alto 
risco. Frente aos objetivos do pré-natal de risco habitual, implica na classificação dessa 
gestante por apresentar uma evolução saudável, sendo realizado o acompanhamento e 
prevenção de complicações para ela. Caso seja detectado algum fator, que interfira na saúde 
materno-fetal, a mulher é referenciada ao serviço especializado, para um acompanhamento 
mais detalhado. 
Já as gestações consideradas de alto risco, demandam uma assistência mais atenta e 
diferenciada, oferecida nos centros de referência, onde são disponibilizados atendimentos 
especializados a essas gestantes, pelo fato de possuírem maiores chances de evolução 
desfavorável, além de representar um desafio de adaptação no que tange aos domínios 
emocionais e relacionais, tanto pessoais como familiares, com acompanhamento médico 
prioritário. 
Mesmo que as demandas de risco habitual sejam cobertas no país, há ainda muitas 
dificuldades quando há o surgimento de complicações que afetam a saúde do binômio. Nessa 
área, atender as demandas do pré-natal de alto risco representa ainda um grande desafio ao 
Sistema Único de Saúde (SUS), e necessita ativamente da participação de todos os 
envolvidos no processo de promoversaúde. 
 
 
2.2 CONTEXTO EPIDEMIOLÓGICO DAS SÍNDORMES 
HIPERTENSIVAS 
As Síndromes Hipertensivas Específicas da Gestação (SHEG) possuem uma alta taxa de 
incidência e prevalência no país, sendo considerada como a primeira causa de morte materna, 
Unidade 2 – Introdução 
 
9 
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do autor (Artigo 29). 
 
principalmente quando se refere as suas formas mais graves como a eclâmpsia e a síndrome 
HELLP. 
Nesse sentido, a hipertensão é considerada uma condição clínica que mais acomete 
gestantes, apresentando-se em cerca de 10% das gestações, e pode elevar os níveis de 
complicações em até 15%. Seus impactos refletem em diversos aspectos individuais e 
coletivos como no caso do alto número de internações, morbimortalidade materna e 
neonatal, além de nascimentos pré-termo e restrição do crescimento intrauterino. 
Os distúrbios hipertensivos da gravidez estão associados a diversos riscos e são mais 
frequentes em primíparas. Desse modo, esses dados merecem destaque como questão de 
saúde pública, principalmente porque essas doenças são complicações evitáveis por meio 
de cuidados adequados antes e durante o parto, como é o caso do pré-natal, onde suas ações 
de promoção da saúde têm como objetivo prevenir complicações através da detecção 
precoce das síndromes hipertensivas, culminando para melhorias na saúde materno e fetal. 
 
 
2.3 MORTALIDADE MATERNA 
 
2.3.1 Conceito 
Mesmo com os avanços nas políticas de saúde ao longo do tempo e com as ações que visam 
contemplar o processo de redução da mortalidade materna no Brasil, tal realidade ainda 
configura um imenso desafio para os serviços de saúde, órgãos governamentais e sociedade 
como um todo. As altas taxas de mortalidade encontradas se caracterizam como violação 
dos direitos humanos de mulheres e crianças, no que tange as questões obstétricas e 
neonatais, por consequente ligação com a gestação e parto, além de ser um grave problema 
de saúde pública atual em constante tentativa de intervenção. 
A redução da mortalidade materna tem sido um desafio a ser revertido no decorrer 
dos anos, mesmo com a evolução das políticas públicas para as mulheres e incorporação da 
redução da mortalidade materna, nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e 
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas 
(ONU), ainda há um alto número de mortes todos os anos. É uma realidade preocupante 
quando observamos as causas que levam ao fato, de modo que uma boa assistência e maior 
qualificação dos profissionais envolvidos poderia auxiliar na redução desses números. 
Sendo assim, o reconhecimento do perfil das gestantes, bem como o 
desenvolvimento de ações de saúde, que impliquem na minimização dos fatores de risco, 
são imprescindíveis para uma assistência qualificada e resolutiva. Também se mostra 
necessário além dos cuidados com a gestante, estimular a participação e prestação de 
cuidados pelo núcleo familiar, haja vista, a colaboração do parceiro como fator fundamental 
no desenvolvimento saudável da gravidez. 
Atualização em Hipertensão na Gestação 
 
 
10 
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A morte materna, corresponde ao falecimento de uma mulher ocorrido durante a sua 
gestação ou até 42 dias após o parto, que se refere ao término da fase puerperal, mais 
conhecido como puerpério tardio. Tal evento pode decorrer por ocasião da própria gestação, 
ou por condições agravadas pela existência dela, sem restrições quanto a duração e 
localização. 
Esse mal desfecho obstétrico, divide-se ainda quanto a suas causas obstétricas, 
classificada em dois tipos: causas obstétricas diretas, que se originam de complicações que 
podem ocorrer durante a gestação, e as causas obstétricas indiretas, que resultam de 
condições preexistentes que são agravadas devido a gestação. Como exemplo considera-se: 
Entre as causas obstétricas diretas temos: 
 Eclampsia 
 Síndrome HELLP 
 Hemorragias 
 Infecção puerperal 
Entre as causas obstétricas indiretas temos: 
 Diabetes 
 Hipertensão 
 Doenças cardiovasculares 
Nesse caso, deve-se enfatizar que quase todas as causas diretas relacionadas às 
mortes maternas são evitáveis e quanto às causas indiretas, é importante ressaltar que estão 
vinculadas a mulheres que já possuem alguma doença, portanto, devem ser consideradas 
dentro das gestações de risco e com atenção redobrada, de modo que qualquer alteração seja 
identificada e tratada em tempo oportuno. Embora pouco falado, mas gestantes negras 
requerem maiores cuidados devido à maior incidência de Hipertensão Arterial Sistêmica, 
diabetes e morte materna nessa população, sendo de suma importância o conhecimento 
desses fatores por parte dos profissionais. 
O fato de estar relacionada à gravidez, aborto e até mesmo ao parto, perdurou por 
muitos anos como uma letalidade envolvendo mulheres no período reprodutivo. 
Gradualmente, esses eventos foram entendidos como indicadores diretamente relacionados 
à qualidade de vida de certas populações, e assim, foram estabelecidos serviços médicos 
qualificados a tempo de evitar grande parte das mortes. 
Assim, os números apontam que em torno de 280.000 mulheres morram anualmente 
de complicações gestacionais e do parto no mundo. Destas, pode-se observar que a maioria 
das mortes por doenças e complicações ocorrem nos países em desenvolvimento como 
exemplo o Brasil. 
Com base nos números brasileiros, de acordo com o Sistema de Informação sobre 
Mortalidade (SIM), gerido pelo Ministério da Saúde, em 2016 foram notificados cerca de 
Unidade 2 – Introdução 
 
11 
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do autor (Artigo 29). 
 
1.484 óbitos maternos, distribuídos em cada região do país, de modo que as regiões Sudeste 
e Nordeste concentram o maior número de mortes maternas, destas, 543 ocorreram na 
região Sudeste e 495 na região Nordeste. 
Nesse âmbito, a hipertensão entra como a principal causa de morte materna por 
causas obstétricas evitáveis, principalmente quando se refere as suas formas mais graves 
como a eclâmpsia e a síndrome HELLP, seguida de hemorragias, infecções e abortos. Assim, 
se reforça que uma boa assistência em saúde e maior qualificação dos profissionais 
envolvidos poderia auxiliar na redução desses números. 
Outro fator importante é que os determinantes sociais da mortalidade materna, 
incluindo o papel da educação, renda, local de nascimento e grau de opressão a que está 
sujeita a mulher na sociedade tem grande influência nos resultados em saúde, uma vez que, 
inserida em um contexto maior de saúde reprodutiva e direitos sexuais, a mortalidade 
materna passou a ser entendida como um indicador de desenvolvimento social. 
Nessa ótica, o âmbito da assistência pré-natal atua de forma preventiva essencial 
durante o período gravídico, pois permite o diagnóstico e tratamento de inúmeras 
complicações durante a gestação, além da redução ou eliminação de fatores e 
comportamentos de risco passíveis de serem corrigidos. 
Na presença de intercorrências, o atendimento qualificado às urgências e 
emergências obstétricas requer uma organização dos sistemas de saúde que articulem com 
os diferentes níveis de atenção. É importantedestacar, que para gerar uma nova mentalidade 
em qualidade dos serviços de saúde, deve-se incrementar os programas de educação 
continuada para conhecimento e reflexão sobre os conceitos de qualidade e os demais 
aspectos relativos à gestão da qualidade. 
 
 
2.4 FATORES DE RISCO 
Alguns fatores de risco podem ser considerados nas síndromes hipertensivas da gestação, 
muito embora seja uma síndrome de etiologia desconhecida e, portanto, não há como intervir 
nos principais fatores de risco. Porém, a identificação precoce de possíveis fatores 
predisponentes e dos primeiros sinais e sintomas oportuniza a obtenção de bons desfechos 
maternos e neonatais. Os fatores que possuem maior influência sobre o surgimento das 
síndromes são: 
 Nuliparidade 
 Fatores genéticos (histórico de síndromes hipertensivas em gestações de parentes de 
primeiro grau – mãe e irmã) 
 História prévia de pré-eclâmpsia em gestações anteriores 
 Gestação molar 
 
Atualização em Hipertensão na Gestação 
 
 
12 
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 Hipertensão arterial crônica e obesidade presente na primeira consulta de pré-natal 
 Diabetes melito preexistente 
 Gestação múltipla 
 Idade materna acima dos 40 anos 
 
Unidade 3 – Classificação 
 
13 
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03 
CLASSIFICAÇÃO 
 
 
 
 
Dentre os variados tipos que compõem as síndromes hipertensivas, podemos caracterizá-las 
como: 
 Hipertensão Arterial Crônica (HAC) 
 Hipertensão Gestacional (HG) 
 Pré-Eclâmpsia Superajuntada (PES) 
 Pré-Eclâmpsia (PE) 
 Eclâmpsia (E) 
 Síndrome HELLP 
As terminologias, pré-eclâmpsia leve e grave estão cada vez mais em desuso, tendo 
em vista que nos quadros mais graves onde há sinais de eminência das crises convulsivas, a 
intervenção deve ser imediata e precisa, tendo em vista a utilização de condutas que 
previnam a ocorrência da eclâmpsia. Para tanto, os próximos tópicos definem cada um de 
forma mais detalhada. 
 
 
3.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA PREEXISTENTE 
Sabe-se assim, que as patologias hipertensivas possuem como sintoma principal, o aumento 
nos valores pressóricos. Posto isto, quando o aumento dos valores pressóricos é identificado 
ou reportado pela gestante antes da 20° semana de gestação, considera-se que a gestante já 
apresentava um caso de hipertensão arterial sistêmica (HAS) pré-existente, e nesse caso, os 
valores não normalizam 6 ou 12 semanas após o parto. 
Atualização em Hipertensão na Gestação 
 
 
14 
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Nesse sentido, o valor considerado para hipertensão arterial em grávidas corresponde 
a pressão arterial (PA) ≥ 140 para pressão arterial sistólica (PAS) e/ou 90 mmHg para 
pressão arterial diastólica (PAD), com avaliação realizada após momento de repouso de pelo 
menos 5 minutos, com mulher em posição sentada, ou em decúbito lateral esquerdo, desde 
que as medidas não possuam discordância nos valores. É importante salientar que o 
manguito de aferição deve ser adequado ao público em questão, de modo que o seu 
cumprimento deve ser de pelo menos 1,5 a circunferência do braço. 
Nos casos em que não há dispositivos de mensuração adequados, utiliza-se uma 
tabela de correção conforme a circunferência do braço, proposta por Maxuel et al., (1982) 
conforme demonstrado no quadro abaixo. 
 
Circunferência do braço 
(cm) 
Correção PA sistólica 
(mmHg) 
Correção PA diastólica 
(mmHg) 
20 +11 +7 
22 +9 +6 
24 +7 +4 
26 +5 +3 
28 +3 +2 
30 0 0 
32 -2 -1 
34 -4 -3 
36 -6 -4 
38 -8 -6 
40 -10 -7 
42 -12 -9 
44 -14 -10 
46 -16 -11 
48 -18 -13 
50 -21 -14 
Fonte: Maxwell et al., 1982. Manual Técnico do Pré-natal e Puerpério - Secretaria de Estado 
da Saúde de São Paulo, 2010. 
Unidade 3 – Classificação 
 
15 
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do autor (Artigo 29). 
 
A tabela de correção é utilizada geralmente quando há um aumento da circunferência 
do braço, sendo realizada a medida deste em centímetros e de acordo com o resultado, são 
diminuídos ou acrescidos valores a PA sistólica e/ou diastólica, conforme números e valores 
expressos no quadro acima. 
 
 
3.2 HIPERTENSÃO GESTACIONAL 
A hipertensão gestacional é caracterizada por um aumento na resistência vascular periférica 
que leva a um descontrole dos níveis tensionais da pressão arterial, a qual ocorre 
especificamente durante a gestação, após a 20° semana, em mulheres previamente 
normotensas, sendo essa, na ausência de proteinúria ou das alterações sistêmicas e os níveis 
pressóricos retornam aos valores basais após 12 semanas de pós-parto. 
Caracteriza-se pelo surgimento de valores pressóricos acima de 140mmHg de valor 
sistólico e de 90mmHg ou mais de valor diastólico, com duas aferições consecutivas em um 
intervalo de 4horas, ou a presença de pressão arterial diastólica de 110mmHg em uma única 
medida. 
Ela possui grande relevância clínica na gravidez, pois pode ocasionar uma série de 
complicações à mãe e ao feto, principalmente se somada às condições socioeconômicas 
desfavoráveis, intercorrências obstétricas e clínicas. Portanto, mesmo quando a gestante não 
apresenta sinais clínicos adicionais para o diagnóstico de pré-eclâmpsia, o profissional 
responsável pelos cuidados em saúde no pré-natal deve ficar atento a qualquer manifestação, 
pois cerca de 25% das gestantes com hipertensão gestacional podem alterar o diagnóstico 
para outras formas, tendo em vista o surgimento de sintomas adicionais. 
 
 
3.3 PRÉ-ECLÂMPSIA SUPERAJUNTADA 
Nos casos em que a mulher já apresentava hipertensão arterial sistêmica anterior a gestação, 
ou quando surge ainda nas primeiras semanas de gestação, e após a 20° semana iniciar a 
sintomatologia referente à pré-eclâmpsia, denomina-se que essa gestante possui um quadro 
de pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica ou pré-eclâmpsia superajuntada. 
Além disso, é importante considerar algumas situações: 
 Gestante com proteinúria nas primeiras semanas de gestação, e após o período de 20 
semanas, surge um aumento considerável nos valores, algo em torno de 3x o valor 
detectado anteriormente 
 Gestante sem proteinúria significativa nas primeiras semanas, e ocorre o seu 
aparecimento após a vigésima semana gestacional 
 Gestante que já possui hipertensão crônica anterior a gestação e precisa realizar 
associação medicamentosa ou aumento das doses anteriores 
Atualização em Hipertensão na Gestação 
 
 
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 Gestante que apresente manifestações indicativas de alterações em órgãos-alvo 
 
 
3.4 PRÉ-ECLÂMPSIA 
A pré-eclâmpsia corresponde ao aumento da pressão arterial sistólica, de 140mmHg ou 
superiore/ou pressão arterial diastólica de 90mmHg ou superior, acompanhada de 
proteinúria significativa, com surgimento por volta da 20° semana gestacional. 
Possui um alto potencial de letalidade e morbidade, com risco de acometimento 
multissistêmico e possui incidência de até 20% das gestações classificadas como de alto 
risco. 
Sobre a proteinúria, vale salientar que quando presente, ela é considerada 
significativa ao apresentar um valor a partir de 300mg ou 3g de proteína em uma amostra de 
urina de 24 horas, ou ainda, 1+ (uma cruz, correspondente a 30 mg/dL) ou mais, em amostra 
simples de urina (exame de fita). Outro dado importante é que nem sempre a proteinúria está 
presente nos casos de pré-eclâmpsia, não sendo considerada pelos órgãos responsáveis, 
como mandatória para diagnóstico, porém, outras alterações devem ser identificadas, 
sobretudo quando indicam alterações sistêmicas, deterioração de órgãos-alvo e/ou 
comprometimento placentário. Para tanto, é válido considerar as seguintes situações: 
Alterações sistêmicas e/ou deterioração de órgãos-alvo 
 Sinais de iminência de eclâmpsia ou eclâmpsia 
 Insuficiência renal 
 Disfunção hepática 
 Trombocitopenia 
 Edema agudo de pulmão 
Alterações relacionadas ao comprometimento placentário 
 Restrição do crescimento fetal intraútero 
 Alterações dopplervelocimétricas em decorrência das restrições na circulação útero-
placentária (identifica a resistência ao fluxo sanguíneo em diferentes vasos fetais, 
assim como repercussões na hemodinâmica fetal) 
Portanto, é imprescindível ressaltar, que muitas gestantes com quadro de pré-
eclâmpsia, podem evoluir rapidamente para as formas mais graves da síndrome e apresentar 
um quadro de iminência de eclâmpsia, conhecido ainda em algumas literaturas como pré-
eclâmpsia grave, com a presença de qualquer um dos seguintes sinais: 
Unidade 3 – Classificação 
 
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 Pressão arterial sistólica ≥ 160mmHg e/ou pressão arterial diastólica ≥ 110mmHg, 
persistindo após 30 minutos em decúbito lateral esquerdo 
 Cefaleia (mais regionalizada na nuca, também referida como nucalgia) 
 Dor epigástrica ou em hipocôndrio direito 
 Alterações visuais (escotomas, visão turva, fotofobia e diplopia) 
 Oligúria (diurese inferior a 500 mL/24h) 
 Presença de náuseas e vômitos 
Desse modo, vale destacar que os sintomas que envolvem a síndrome clínica das 
alterações hipertensivas podem ser identificadas através de uma anamnese minuciosa, exame 
físico completo e exames laboratoriais específicos, de modo que quanto mais cedo as 
alterações forem identificadas, melhor será o prognóstico e as chances de evitar um mal 
desfecho obstétrico e neonatal aumentam. 
 
 
3.5 ECLÂMPSIA 
A eclâmpsia é conhecida como forma grave das síndromes hipertensivas da gestação e pode 
ser procedida de uma pré-eclâmpsia com sinais de iminência. Manifesta-se com a presença 
de uma ou mais crises convulsivas do tipo tônico-clônicas generalizadas, sem histórico de 
doenças neurológicas como a epilepsia, e em gestantes hipertensas ou que possuíram pré-
eclâmpsia anteriormente ao surgimento dos sintomas. 
Está relacionada a um alto índice de mortalidade, em decorrência do agravamento 
clínico das alterações. No Brasil e em outros países, a eclâmpsia é a patologia responsável 
por 37% das mortes maternas de causas obstétricas diretas. 
Recomenda-se que as gestantes com eclâmpsia em curso, sejam transferidas a uma 
unidade de referência, com importância para a tomada de providências durante este 
transporte, tais como a manutenção das vias aéreas liberadas, oxigenoterapia via cateter nasal 
ou máscara de oxigenação, sondagem vesical de demora e acesso venoso de grosso calibre, 
bem como a terapia com anticonvulsivantes e anti-hipertensivos. 
As convulsões podem acontecer antes, durante ou após o parto e em 
aproximadamente 8,8% dos casos de pré-eclâmpsia e em 11,1% nos casos de pré-eclâmpsia 
com sinais de iminência, o que justifica o tratamento medicamentoso o quanto antes. 
Previamente a ocorrência das convulsões, a gestante pode apresentar alguns achados clínicos 
como presença de hipertensão, proteinúria acentuada ou ausente e presença ou ausência de 
edema, além de cefaleias occipitais ou frontais intensas, visão embaçada, fotofobia, 
escotomas, dor epigástrica ou na região do quadrante superior direito, alterações no estado 
mental ou hiperreflexia, os mesmos considerados na avaliação dos sinais de antecedem a 
eclâmpsia. 
 
Atualização em Hipertensão na Gestação 
 
 
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3.6 SÍNDROME HELLP 
A síndrome HELLP é determinada como uma variação da pré-eclâmpsia grave e eclâmpsia, 
caracterizada pela hemólise, elevação de enzimas hepáticas resultantes de alterações no 
fígado e pela plaquetopenia, sendo esta última evidenciada por disfunções na coagulação 
sanguínea. O termo HELLP é derivado do inglês e se refere: 
 
H (Hemolysis – intensa hemólise) 
EL (Elevated Liver enzymes – comprometimento hepático e elevação de enzimas) 
LP (Low Platelets – consumo e diminuição de plaquetas) 
Esta síndrome, pode ocorrer por volta de 27 a 37 semanas, ou no pós-parto imediato 
com cerca de 15 a 25% dos casos. Origina-se em decorrência do desenvolvimento defeituoso 
da placenta, estresse oxidativo e lesão do endotélio, principalmente nos endotélios hepáticos. 
Para tanto, o diagnóstico é realizado por meio de exames laboratoriais, definido por 
anemia hemolítica microangiopática, com presença de esquizócitos (alteração na forma do 
eritrócito normal) no sangue periférico, com contagem de plaquetas para identificação de 
plaquetopenia, ou bilirrubinas totais com valores maiores ou igual a 1,2mg/dl, e ainda, 
desidrogenase lática (LDH) com valor maior ou igual a 600UI/L. 
Referente a contagem de plaquetas, a alteração plaquetária da síndrome HELLP é 
dividida em 3 classes: a classe I caracterizada pela contagem de plaquetas menor que 
50.000/mm; classe II que ocorre quando a contagem de plaquetas está entre 50.000 a 
100.000/mm; e a classe III determinada pela contagem de plaquetas com valor maior que 
100.000/mm, sendo a classe I de pior prognóstico devido a diminuição severa do número 
plaquetário. 
O tratamento ainda é um desafio para os obstetras em todo o mundo, sendo 
recomendado a internação hospitalar das pacientes com suspeita e realização de condutas 
imediatas para a antecipação do diagnóstico, avaliação das condições fetais para 
identificação das necessidades de um parto imediato, controle da pressão arterial, terapia 
farmacológica para prevenção de convulsões, administração de fluídos e eletrólitos, 
utilização de sangue, tratamento intensivo após o parto e avaliação constante devido ao risco 
de falência de órgãos, além de aconselhamentos para as gestações futuras. 
Desse modo, as intercorrências obstétricas devem ser consideradas com o maior rigor 
possível, especialmente na atenção primária, onde os fatores e risco precisam ser 
constantemente observados, assim como as alterações devem ser identificadas o mais 
precoce possível, tendo em vista que quanto mais rápido for feito o diagnóstico e 
intervenção, maiores são as chances de se obter um bom desfecho materno e fetal. Para isso, 
é de extrema relevância o conhecimento dos aspectos que envolvem a fisiopatologia e 
manifestações clínicas das síndromes hipertensivas. 
Unidade 4 – Etiopatogenia19 
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04 
ETIOPATOGENIA 
 
 
 
 
Embora as causas da pré-eclâmpsia sejam pouco conhecidas, ela parece estar relacionada a 
alterações na formação e organização placentária, no qual apresenta defeitos de perfusão 
uterina, com indução de um estado de hipercoagulabilidade. Esta última característica, pode 
decorrer de uma deficiência relativa na produção de prostaciclinas, vasodilatadores 
importantes, e produção excessiva de tromboxano, que é uma prostaglandina vasoconstritora 
sintetizada quando ocorre a agregação plaquetária. Para tanto, alguns eventos devem ser 
considerados para compreender o surgimento de alterações e manifestações clínicas. 
 
 
4.1 DESREGULAÇÃO IMUNOLÓGICA PRÉ-CONCEPCIONAL 
Considerando os fatores de risco primigestação e multiplicidade de parceiros, há uma teoria 
considerada inicial que explica o motivo pelo qual alterações imunológicas pré-
concepcionais podem causar a pré-eclâmpsia, de modo que o primeiro contato com o sêmen 
paterno teria relação direta com o surgimento de alterações (REZENDE, 2018). 
Tal teoria refere, que uma exposição pré-concepcional materna ao líquido seminal 
paterno, poderia desencadear respostas imunes desreguladas, onde a mãe se torna tolerante 
aos aloantígenos feto-paternos, fazendo com que o risco para a pré-eclâmpsia se torne 
aumentado (REZENDE, 2018). 
 
 
4.2 PLACENTAÇÃO DEFEITUOSA 
Inicialmente é necessário compreender o que ocorre em uma gestação sem alterações, no 
que se refere a placentação normal. Na gestação normal, as artérias espiraladas são invadidas 
pelo citotrofoblasto (células embrionárias), no qual algumas porções endoteliais dos vasos 
são substituídas e os trofoblastos são eliminados da túnica média dessas artérias. Esse 
Atualização em Hipertensão na Gestação 
 
 
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processo consiste na segunda onda de invasão trofoblástica, no qual essas adaptações 
aumentam o diâmetro das artérias e consequentemente aumento do aporte sanguíneo para a 
placenta (REZENDE, 2018). O esquema de invasão trofoblástica é representado na figura 
abaixo: 
Conforme apresentado na imagem acima, as artérias espiraladas estão presentes nas 
camadas uterinas e atuam na vascularização do órgão, em uma mulher não grávida, elas são 
mais estreitas e em formato semelhante a uma espiral. Já na mulher grávida, com o decorrer 
da gestação o volume sanguíneo corporal aumenta e o aporte sanguíneo para a região uterina 
também precisa ser maior, uma vez que a nutrição e trocas gasosas materno-fetal ocorre por 
meio dos espaços intervilosos da placenta, assim, consequentemente os vasos sanguíneos do 
útero precisam de uma maior complacência e baixa resistência, para conseguir fazer uma 
passagem sanguínea placentária de forma eficaz. 
Para obter essa adequação dos vasos células do citotrofoblasto migram para o lúmen 
das artérias espiraladas e sensibilizam a musculatura e membrana elástica do vaso, processo 
conhecido como ondas de migração trofoblástica. Vale salientar que esse evento ocorre em 
duas ondas, a 1° onda de migração trofoblástica ocorre dentro da 8° e 10° semana de gestação 
e a 2° onde de migração trofoblástica ocorre por volta da segunda metade da gestação, 
compreendendo o período entre a 14° e a 24° semana gestacional. 
Todo esse processo descrito, é fundamental para o desenvolvimento adequado da 
gestação e pode ser conhecido como remodelação vascular fisiológica das artérias uterinas. 
Diferentemente de como ocorre em uma gestação normal, na pré-eclâmpsia a invasão 
das artérias espiraladas ocorre de forma limitada, induzindo a redução do diâmetro das 
artérias pela metade quando comparada a uma gravidez normal. Esta limitação prejudica a 
reposta do organismo frente ao aumento das demandas sanguíneas que ocorrem na gestação, 
e assim diminui a perfusão uteroplacentária e como consequência provoca isquemia 
placentária, estresse oxidativo e constante produção de fatores inflamatórios (REZENDE, 
2018). 
Unidade 4 – Etiopatogenia 
 
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Desse modo, entende-se que na pré-eclâmpsia há ausência da 2° onda de migração 
trofoblástica, que por ser um evento característico da segunda metade da gestação, justifica 
o surgimento das manifestações clínicas das síndromes hipertensivas, após a 20° semana de 
gestação. 
 
 
4.3 DISFUNÇÃO ENDOTELIAL 
Partindo da placentação defeituosa e da ativação de fatores inflamatórios, ocorre um evento 
conhecido como disfunção endotelial sistêmica. Acredita-se que a ativação desses fatores 
gera um desequilíbrio de substâncias vasoativas na circulação, levando a diminuição de 
prostaciclinas como é o caso da (PGI2), substância vasodilatadora e inibidora da agregação 
plaquetária, que em consequência, causa uma elevação da atividade do tromboxano (A2), 
potente vasoconstritor, no qual resulta no aumento da reação vascular, agregação plaquetária 
e por fim, diminuição do fluxo sanguíneo uteroplacentário (REZENDE, 2018). 
Ao passo que esses fatores lesivos incidem no endotélio sistêmico arterial materno 
(artérias espiraladas), há o surgimento das manifestações clínicas da pré-eclâmpsia: elevação 
dos níveis pressóricos seguida por lesão do endotélio renal levando a glomeruloendoteliose 
e proteinúria acentuada. 
 
4.4 OUTRAS ALTERAÇÕES 
Constantemente são realizados novos estudos com a finalidade de compreender melhor a 
etiologia das síndromes hipertensivas e assim, atuar de forma efetiva na prevenção primária, 
com base em fatores de risco e possíveis causas, estratégia que até então não há como ser 
realizada considerando o desconhecimento de suas causas. 
Desse modo, outras alterações estão em pesquisas, porém vale salientar que algumas 
evidências apontam para uma possível relação entre as alterações metabólicas observadas 
no processo gestacional fisiológico, tornando-se exacerbadas por ocasião da pré-eclâmpsia 
e desencadeando a forma clínica da doença. Condições preexistentes como obesidade ou 
índice aumentado de massa corporal (IMC >30 kg/m2), bem como síndromes metabólicas, 
podem causar respostas inflamatórias em decorrência do estado crônico de inflamação 
sistêmica, pela ativação das vias inflamatórias na interface materno-fetal. 
Sendo assim, o reconhecimento do perfil das gestantes, bem como o 
desenvolvimento de ações de saúde, que impliquem na minimização dos fatores de risco, 
são imprescindíveis para uma assistência qualificada e resolutiva. Também se mostra 
necessário além dos cuidados com a gestante, estimular a participação e prestação de 
cuidados pelo núcleo familiar, haja vista, a colaboração da parceria sexual como fator 
fundamental no desenvolvimento saudável da gravidez. 
Assim, com base nas manifestações materno-fetais, estas serão descritas com mais 
detalhes no próximo tópico, sempre levando em consideração as alterações advindas da má 
remodelação das artérias espiraladas. 
Atualização em Hipertensão na Gestação 
 
 
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05 
FISIOPATOLOGIA 
 
 
 
 
A fisiopatologia das síndromes hipertensivas da gestação pode ser compreendida através do 
reconhecimento do seu efeito multissistêmico, de modo que acarreta prejuízos tanto para a 
grávida quanto para o feto. Para melhor compreensão, as manifestações serão apresentadas 
conforme local de desenvolvimento. 
 
5.1 ALTERAÇÕES RENAIS 
Durante a gestação, ocorrem inúmeras mudanças e adaptações fisiológicas no corpo 
materno, com vistas a suprir as demandas orgânicas da gestante e do feto, uma vez que essas 
demandas se tornam cada vez mais aumentadas a medida em que o processo gestatório 
progride. 
Um exemplo a ser considerado é o aumento do volume sanguíneo, com consequente 
elevação da taxa de filtração glomerular renal, com valores em média de 50% a mais, em 
relação a taxa de filtração de uma mulher não grávida. Já na presença da pré-eclâmpsia, esse 
valor tende a cair consideravelmente em relação aos números não gravídicos, demonstrando 
em torno de 30 a 40% de queda na taxa de filtração glomerular renal. Assim, essa alteração 
pode, consequentemente, causar um aumento dos níveis de ureia e creatinina. 
Dentre as alterações renais, o intenso vasoespasmo promove lesão tubular, sobretudo 
lesão glomerular, que promove aumento da permeabilidade de proteínas e estaria 
diretamente ligada com a presença de proteinúria. Outro achado importante é a oligúria, 
presente nas manifestações clínicas mais graves, e está relacionada a diminuição do fluxo 
sanguíneo renal e hemoconcentração. 
 
 
Unidade 5 – Fisiopatologia 
 
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5.2 ALTERAÇÕES VASCULARES E CARDÍACAS 
Com relação as alterações cardíacas relacionadas às síndromes hipertensivas, vale destacar 
a lesão endotelial, que repercute para o aumento da permeabilidade capilar e 
consequentemente extravasamento de plasma para o meio extravascular, dando origem a 
alterações e manifestações clínicas importantes como o edema e a hemoconcentração, sendo 
a viscosidade sanguínea relacionada a eventos trombóticos. Sobre o volume plasmático, há 
uma diminuição quando comparado a uma gestação normal. 
Outra questão importante é relacionada ao estreitamento importante dos vasos e lesão 
vascular generalizada, sendo caracterizado como vasoespasmo generalizado, com resistência 
periférica e isquemia dos órgãos, de modo que essa resistência periférica total estaria 
totalmente relacionada ao aumento dos níveis pressóricos identificados na gestante com pré-
eclâmpsia. 
Tendo em vista as alterações vasculares, compreende-se ainda a maior 
biodisponibilidade de substâncias vasoconstrutoras como é o caso do tromboxano, e 
consequente diminuição de prostaciclinas (PGI2) e óxido nítrico, conhecidas como 
substâncias vasodilatadoras. 
 
5.3 ALTERAÇÕES HEPÁTICAS 
As alterações hepáticas são secundárias ao vasoespasmo intenso generalizado e estão 
presentes no quadro de sinais e sintomas da síndrome HELLP, o que constitui um quadro de 
agravamento da doença, sendo de extrema importância a identificação precoce de 
manifestações iniciais. 
A elevação das enzimas hepáticas aspartato aminotransferase (AST) e alanina 
aminotransferase (ALT) são decorrentes de necrose hemorrágica periportal, com depósitos 
de fibrina nos sinusoides hepáticos. Vale destacar que o sintoma de dor no quadrante superior 
do abdome é ocasionado pela hemorragia intra-hepática, com hematoma subcapsular, 
geralmente fatal, porém sua ocorrência é rara quando comparado aos demais, o que não 
isenta a necessidade de o profissional avaliador buscar essa manifestação nas gestantes. 
 
 
5.4 ALTERAÇÕES CEREBRAIS 
No que se refere as alterações cerebrais, é importante destacar a sua total ligação com a 
presença de eclâmpsia, uma vez que indica, dentre outras, a ocorrência de convulsões do tipo 
tônico-clônicas. 
A convulsão na eclampsia foi explicada por muito tempo em decorrência do 
vasoespasmo generalizado que atingia a região cerebral e causava isquemia. Porém, com o 
aperfeiçoamento dos estudos e avaliações, viu-se que a causa primária seria a pressão de 
perfusão elevada, também referida como encefalopatia hipertensiva, que leva ao surgimento 
de edema vasogênico e barotrauma cerebral. A presença de encefalopatia hipertensiva pode 
Atualização em Hipertensão na Gestação 
 
 
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ser justificada pela quebra dos mecanismos de autorregulação da circulação cerebral, 
advindo de um aumento abrupto de pressão arterial, como é o caso dos valores observados 
antes do evento da convulsão propriamente dita (REZENDE, 2017). 
 
 
5.5 ALTERAÇÕES SANGUÍNEAS 
Assim como foi observado nas alterações cerebrais, as modificações no componente 
sanguíneo também possuem relação com a síndrome HELLP, uma vez que a presença de 
plaquetopenia e hemólise fazem parte das manifestações clínicas e laboratoriais dessa grave 
complicação da pré-eclâmpsia. 
Desse modo, a plaquetopenia é caracterizada pelo número de plaquetas inferior a 
100.000/mm3 e tem como consequência a hemorragia cerebral, hepática e durante a cesárea, 
se for o caso de parto por via abdominal. 
As hemácias passam a demonstrar alterações em seus formatos habituais e se 
demonstram como esquizócitos, observada no esfregaço de sangue. Essa alteração leva o 
nome de hemólise microangiopática e ocorre pelo atrito entre as hemácias e os vasos 
sanguíneos lesionados, com deposição de fibrina. 
 
 
5.6 ALTERAÇÕES HIDROELETROLÍTICAS 
Anteriormente, o edema era considerado uma manifestação típica das síndromes 
hipertensivas e estaria ligado ao extravasamento de líquidos e aumento da retenção de sódio 
e água, observados na gestante com alterações hipertensivas. Entretanto, essa alteração 
deixou de ser considerada como condição diagnóstica necessária, tendo em vista que na 
gestação normal também pode ocorrer a presença de edema mais generalizado. 
Assim, a presença de edema generalizado, especialmente de mãos e face pode ser 
comumente identificado em gestantes com síndromes hipertensivas, porém sua presença não 
está restrita a esses casos, sendo também observado em gestações normais. 
 
5.7 ALTERAÇÕES UTEROPLACENTÁRIAS 
Com base nas alterações arteriolares descritas na unidade referente a etiopatogenia das 
síndromes hipertensivas, conclui-se que o fluxo uteroplacentário se encontra diminuído, com 
presença de infartos placentários, restrição do crescimento placentário e descolamento 
prematuro de placenta, com consequente restrição do crescimento fetal e alta mortalidade 
perinatal. 
Sabe-se que as trocas materno-fetal ocorrem através dos espaços placentários, e uma 
alteração desse nível prejudica todo esse processo, por isso, há a presença marcante das 
alterações fetais. 
Unidade 5 – Fisiopatologia 
 
25 
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5.8 ALTERAÇÕES FETAIS 
Em decorrência dos achados uteroplacentários, o crescimento e desenvolvimento fetal 
também apresentam graves alterações, sendo de suma importância um acompanhamento 
preciso. Comomencionado anteriormente, a principal alteração fetal é a restrição do 
crescimento intrauterino, associada a sinais de sofrimento fetal e oligodramnia. Recém-
nascidos pequenos para a idade gestacional (PIG) também são observados como 
consequência da redução do fluxo sanguíneo placentário. 
 
06 
DIAGNÓSTICO 
 
 
 
 
O diagnóstico é realizado por meio da avaliação do quadro clínico e exames laboratoriais, 
sendo adotados alguns exames específicos para os casos. Como já mencionado, devido a 
etiologia desconhecida, não há como fazer um trabalho efetivo de prevenção primária com 
base nos fatores de risco, de modo que muitos estudos estão sendo desenvolvidos, porém 
ainda não há um consenso quanto a eles. 
Nesse sentido, na fase inicial a gestante pode não apresentar sintomas, portanto, a 
avaliação, anamnese e exame físico devem ser constante, no sentido de identificar alterações 
ainda no início e de forma mais precoce possível. Todas essas condutas são realizadas 
sobremaneira nas consultas periódicas de pré-natal, dando ênfase a importância de captar o 
quanto antes essa paciente. 
Em complemento as ações supracitadas, vale salientar as buscas por fatores de risco, 
que mesmo sem a possibilidade de atuar frente a eles, mas a sua identificação chama a 
atenção dos profissionais para o constante acompanhamento de questões como: 
 Medida da pressão arterial 
 Acompanhamento do ganho de peso e cálculo do IMC 
Atualização em Enfermagem Obstétrica 
 
 
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deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
 Busca por sinais de dor, cefaleia, edema generalizado sem diminuição após repouso 
em decúbito lateral esquerdo, dentre outros 
 Demais queixas espontâneas 
 
 
6.1 PARÂMETROS CLÍNICOS E LABORATORIAIS 
De modo mais específico, é necessário relembrar algumas alterações clínicas citadas nos 
capítulos anteriores, de modo a organizar o raciocínio lógico e compreender alguns sinais de 
alerta que precisam ser considerados pelo profissional avaliador. 
ATENÇÃO: mesmo a enfermagem não possuindo competência legal e habilitação 
profissional para estabelecer diagnósticos patológicos, este deve estar atento as principais 
modificações, e assim estabelecer encaminhamentos corretos e resolutivos, especialmente 
por ser peça chave na assistência pré-natal e obstétrica de modo geral. 
Assim, os principais parâmetros clínicos e laboratoriais que devem ser considerados 
para as síndromes hipertensivas serão listados a seguir: 
Pressão arterial aumentada: valores maiores ou iguais a 140mmHg para o valor 
sistólico e 90mmHg para o valor diastólico. Valores acima de ≥ 160 e/ou 110 mmHg 
confirmados após intervalo de 15 minutos, representam uma crise hipertensiva e merece 
atenção imediata. 
Sinais de iminência de eclampsia: manifestações de comprometimento do sistema 
nervoso (cefaleia, fotofobia, escotomas), hiperreflexia, sintomas relacionados ao 
comprometimento hepático (náuseas, vômitos, dor epigástrica ou no hipocôndrio direito). 
Eclâmpsia propriamente dita: presença de convulsões do tipo tônico-clônicas. 
Atentar para as gestantes que já apresentavam quadros convulsivos anterior a gestação. 
Alterações sugestivas de síndrome HELLP: hemólise caracterizada pela presença 
de anemia microangiopática e se realizado o esfregaço sanguíneo há presença de 
esquizócitos, elevação de enzimas hepáticas AST e ALT (considerar acima de duas vezes o 
seu valor normal), desidrogenase lática (DHL) acima de 600 UI/L, valores de bilirrubinas 
indiretas acima de 1,2 mg/dL, plaquetopenia observada através de hemograma e com valores 
abaixo de 100.000/mm3, considerando que quanto menor o valor pior é o prognóstico. 
Oligúria e insuficiência renal aguda: identificadas através da avaliação da diurese 
quando inferior a 500 mL/24h e creatinina sérica ≥ 1,2 mg/dL respectivamente. 
Sinais de edema agudo de pulmão: dispneia, tosse seca ou com expectoração rósea, 
taquipneia e estertores. 
 
 
Unidade 7 – Prognóstico 
 
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6.2 PREDIÇÃO E PREVENÇÃO 
Mesmo diante da imprevisibilidade em prever as chances de uma mulher desenvolver a 
síndrome hipertensiva, sua história clínica não deve ser descartada, pois alguns fatores 
precisam ser acompanhados de perto, como é o caso de história familiar, antecedentes 
obstétricos de pré-eclâmpsia e condições crônicas preexistentes a gestação. 
Assim, outras questões de cunho preventivo precisam ser destacadas, tendo em vista 
as dificuldades encontradas nesse sentido. As principais são: 
 Repouso, dieta hipossódica e ingestão de vitaminas, não apresentam até o momento, 
evidencias cientificas suficientes que comprovem seu uso como estratégias 
preventivas para a não ocorrência de pré-eclâmpsia 
 Discussões mais recentes têm apontado diminuição dos riscos para pré-eclâmpsia, 
mediante utilização terapêutica de ácido acetilsalicílico (AAS) e suplementação de 
cálcio. Para o AAS considerar doses terapêuticas de 100 a 150g/dia para gestantes 
com fatores de risco aumentados, com início em torno da 12° semana e término a 
partir da 36° semana, visando a renovação plaquetária e preparação para o parto. Já 
sobre a suplementação de cálcio, podem ser consideradas doses diárias de 1,0 a 2,0g, 
sobretudo quando houver risco aumentado para a doença e/ou dieta pobre em cálcio. 
Assim, a avaliação deve ser constante e minuciosa, considerando as particularidades 
da gestante, assim como, envolvendo família e comunidade no processo educativo para 
identificação precoce de alterações e procura rápida aos serviços de saúde sempre que 
necessário. 
 
Atualização em Enfermagem Obstétrica 
 
 
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07 
TRATAMENTO 
 
 
 
 
O tratamento das síndromes hipertensivas compreende diversas condutas, onde podem ser 
observadas, condutas não farmacológicas, farmacológicas e assistência frente aos casos de 
eclampsia. A seguir, as condutas terapêuticas serão descritas mais detalhadamente. 
 
 
7.1 TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO 
O tratamento não farmacológico envolve ações que visam promover bem-estar e 
acompanhar o decorrer da gestação em busca de possíveis alterações. Atua de modo 
associado aos métodos medicamentosos e devem ser orientados durantes as consultas de pré-
natal. 
A dieta hipossódica não é indicada, porém os níveis de sal nos alimentos devem ser 
observados com cuidado, assim como em qualquer outra situação alimentar. 
O acompanhamento hospitalar e ambulatorial, devem ser avaliados conforme 
necessidade e quadro clínico de cada gestante, sendo os exames clínicos, importantes para 
identificação precoce de alterações em órgãos-alvo, os seguintes exames: hemograma, 
principalmente no que se refere a contagem de plaquetas, hemoglobina e hematócrito, 
desidrogenase lática, bilirrubinas totais, creatinina e enzimas hepáticas. 
 
 
7.2 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
O uso contínuo de anti-hipertensivos durante a gestação deve ser observado com cautela, de 
modo que informações científicas apontam sobre a observância dos níveis pressóricos, ao 
optar por uma terapêutica, tendo em vista assegurar a saúde materno-fetal. 
Unidade 7 – Tratamento 
 
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Para o tratamento da hipertensão arterial na gravidez, é considerado o fator protetor 
para hipertensão grave, sendo introduzidos quando há persistência dos níveis elevados da 
pressão arterial. Assim, alguns medicamentos possuem segurança aceitável para uso 
gestacional e são recomendados em detrimento a outras medicações anti-hipertensivas, 
sendo a metildopa, considerada droga de primeira escolha, inclusive para substituição de 
medicamentos anteriores utilizados por gestantes com hipertensão crônica. É administrada 
na dose de 750 mg a 2.000 mg/dia, podendo provocar como efeito adverso, hipotensão 
postural com comprometimento da perfusão placentária, se administrada em altas dosagens. 
Na emergência hipertensiva, a gestante deve ser levada ao serviço médico, pois são 
necessárias avaliações mais precisas, especialmente no que se refere as condições de saúde 
maternas e fetais. Utiliza-se muito nos casos agudos, a hidralazina, um vasodilatador 
periférico de ação máxima rápida. A dose recomendada é de 5 mg via intravenosa, 
encontrada em solução injetável (20 mg/ml – 1ml), sendo uma ampola diluída em 19 ml de 
água destilada. 
Durante a administração de hidralazina é necessário atentar para sinais de hipotensão, 
sendo recomendada a elevação de membros inferiores e suspensão da medicação. Outra 
questão a ser observada em qualquer administração de anti-hipertensivos, é a queda brusca 
da pressão arterial, pois isso pode causar acidente vascular cerebral ou infarto na gestante e 
diminuir demasiadamente o fluxo uteroplacentário, acentuando os efeitos negativos ao feto. 
Outra medicação importante no tratamento das síndromes hipertensivas é o sulfato 
de magnésio MgSO4, sendo a droga escolhida como conduta na iminência de eclampsia e 
durante a sua ocorrência. É o fármaco mais eficaz neste tipo de tratamento, agindo na 
redução da excitabilidade dos neurônios, impedindo a convulsão. 
Assim, o sulfato de magnésio é a droga de escolha para manter o controle e prevenir 
convulsões recidivantes. Sua administração segue dois principais esquemas, o de Pritchard 
e o de Zuspan, sendo o primeiro (Pritchard – intramuscular) preferencialmente recomendado 
nos casos em que a paciente precisa ser transportada a outro serviço. O quadro abaixo 
demonstra os dois esquemas conforme dose de ataque e dose de manutenção. 
Esquema do 
sulfato de 
magnésio 
Dose de ataque Dose de manutenção 
Pritchard 
(Intravenoso e 
intramuscular) 
4g por via intravenosa (bolus), 
administrados lentamente + 10g 
intramuscular (5g em cada 
nádega) 
5g por via intramuscular profunda a 
cada 4 horas 
Zuspan 
(Somente 
intravenoso) 
4g por via intravenosa (bolus), 
administrados lentamente 
1g por via intravenosa por hora em 
bomba de infusão contínua 
Atualização em Enfermagem Obstétrica 
 
 
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Com base no exposto, alguns cuidados precisam ser tomados durante a administração 
do medicamento, tendo em vista assegurar o bem-estar e a saúde materno-fetal. 
 
 
Cuidados durante a administração de sulfato de magnésio 
O cuidado relacionado à administração do sulfato de magnésio é de responsabilidade da 
equipe de enfermagem e deve ser realizado de modo cauteloso. Dentre estes cuidados, a 
literatura destaca a verificação dos sinais vitais antes, durante e após a administração do 
fármaco, além de outras possíveis alterações: 
 Ausculta dos batimentos cardiofetais e observação dos movimentos 
 Orientar a gestante quanto a importância do decúbito lateral esquerdo e encorajá-la 
a colocar em prática este decúbito 
 Observar possíveis perdas vaginais e sangramento 
 Realizar balanço hídrico e controle da diurese, onde essa, deve ser maior que 30ml/h 
 Inspecionar a presença de edemas 
 Verificar o reflexo patelar e a frequência respiratória, que não deve estar menor que 
16 irpm 
 Preparo do gluconato de cálcio que é o antagonista do sulfato de magnésio caso seja 
observado algum desvio nos padrões normais observados 
Todas as medicações devem ser devidamente prescritas pelo médico responsável, 
verificadas e administradas pelo profissional de enfermagem de acordo com os certos da 
medicação, estabelecidos para segurança do cuidado ao paciente. 
 
 
7.3 CONDUTA DURANTE A ECLÂMPSIA 
Recomenda-se que as gestantes com eclâmpsia em curso, sejam transferidas a uma unidade 
de referência, com importância para a tomada de providências durante este transporte, 
algumas ações devem ser estabelecidas como a manutenção das vias aéreas liberadas, 
oxigenoterapia via cateter nasal ou máscara de oxigenação, sondagem vesical de demora, 
acesso venoso de grosso calibre, evitar trauma por queda, prevenir a aspiração em caso de 
vômito, colocando a gestante em decúbito lateral esquerdo. 
Unidade 8 – Conduta Obstétrica 
 
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08 
CONDUTA OBSTÉTRICA 
 
 
 
 
A conduta obstétrica varia conforme condições da gestante e do feto, o que exige avaliação 
rigorosa de questões como interrupção da gravidez e escolha da via de nascimento. As 
recomendações conforme estado de saúde e idade gestacional serão apresentadas a diante. 
 
 
8.1 IDADE GESTACIONAL INFERIOR A 24 SEMANAS 
Nesse período considera-se a conduta expectante, com controle da PA, monitoramento 
laboratorial, observação constante da presença de sinais e sintomas e administração de 
sulfato de magnésio. 
 
 
8.2 IDADE GESTACIONAL ≥ 24 SEMANAS E < 34 SEMANAS 
A conduta aplicada nesses casos é semelhante a citada anteriormente, acrescida de 
monitoração fetal constante, com avaliação do perfil biofísico fetal e administração de 
corticoide para maturação pulmonar 
 
 
8.3 IDADE GESTACIONAL ENTRE 34 E 37 SEMANAS 
Condutas semelhantes são aplicadas nesse período, levando em consideração sempre o bem-
estar materno e fetal tendo em vista aguardar o termo se possível, sem colocar em risco a 
vida do binômio. Sobre a via de parto indica-se via vaginal mediante avaliação e sem 
emergências obstétricas que impeçam aguardar o transcorrer do parto natural. Procedimentos 
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indutores para o preparo do colo uterino também podem ser realizados, com indicação e 
avaliação médica. 
Unidade 9 – Assistência de Enfermagem 
 
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09 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
 
 
 
A enfermagem possui um grande diferencial que consiste na capacidade de apoiar e 
comunicar-se com a parturiente e familiares, fortalecendo o contato e o vínculo, promovendo 
uma relação interpessoal importante,principalmente durante a parturição, tornando-se 
primordial desde o início. 
Portanto, as atividades realizadas pelo enfermeiro demandam responsabilidades 
múltiplas, além de conhecimentos específicos e de habilidades, possuindo competência para 
identificação de riscos de forma precoce e complicações nas gestantes em trabalho de parto 
ou não, além de desempenhar a assistência de acordo com os preceitos da integralidade e 
equidade, objetivando um atendimento humanizado individual e coletivo. 
Com base na execução de uma assistência aliada a bons resultados em saúde, a 
enfermagem possui aparatos científicos e baseados em evidências, que quando aliados teoria 
e prática, tornam possível um cuidado resolutivo e pautado nas reais necessidades do 
paciente. 
A partir dessa perspectiva, vale ressaltar uma ferramenta específica da profissão, que 
serve como base para todo o cuidado de enfermagem, sendo de suma importância, que o 
profissional tome conhecimento e seja estimulado a sua utilização na prática clínica. Os 
tópicos abaixo irão abordar de modo mais detalhado sobre a Sistematização da Assistência 
de Enfermagem, com enfoque para o processo de enfermagem, como ferramenta essencial 
do cuidado e sua aplicação na assistência prestada a mulher com síndromes hipertensivas 
específicas da gestação. 
 
 
9.1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
Com base no exposto, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), pode ser 
aplicada as diversas necessidades do paciente, o que inclui o cuidado de enfermagem em 
saúde da gestante, nas síndromes hipertensivas, atuando de forma relevante, pois representa 
Atualização em Enfermagem Obstétrica 
 
 
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uma etapa importante no contato profissional com o paciente, considerando uma ferramenta 
teórico científica, que contribui para o crescimento da profissão enquanto ciência, embasa o 
raciocínio clínico, a tomada de decisões e o planejamento dos cuidados de enfermagem. 
A possibilidade de aplicar a SAE no cotidiano dos diferentes cenários assistenciais 
torna o enfermeiro capaz de exercer as suas funções privativas, sem relegar suas funções 
junto a equipe. A SAE é um instrumento do cuidado e deve ser desenvolvida com vistas a 
qualificar a assistência e minimizar os riscos aos usuários. 
O enfermeiro deve compreender a SAE e aplicá-la em seu trabalho para construir 
seu compromisso com a melhoria da qualidade da assistência e a promoção da autonomia 
do indivíduo. Porém, constata-se que a maioria dos profissionais apresenta 
desconhecimento desse método de trabalho, não utilizando-o na prática profissional, ou 
apenas realizando algumas de suas etapas. 
Sobretudo, a SAE organiza o trabalho profissional quanto ao método, de pessoal e os 
instrumentos metodológicos, tornando possível a operacionalização do Processo de 
Enfermagem, que orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da 
prática profissional. 
Desse modo, integrado a SAE, utiliza-se o Processo de Enfermagem (PE) dividido 
em cinco etapas, que segundo Wanda Horta, são inter-relacionadas, sendo elas: histórico de 
enfermagem ou coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento de enfermagem, 
implementação e avaliação de enfermagem. A imagem abaixo demonstra as cinco etapas do 
processo de enfermagem de modo interligado e interdependente. 
O termo Processo de Enfermagem (PE) esteve sempre presente entre a profissão de 
enfermagem, mesmo sem o devido reconhecimento e utilização. Desde os primórdios, já se 
observava a necessidade de sistematizar a assistência, especificamente, quando Florence 
PROCESSO DE 
ENFERMAGEM 
Histórico ou 
Coleta de 
Dados
Diagnóstico 
de 
Enfermagem
Planejamento 
da 
Assistência
Evolução de 
Enfermagem
Avaliação da 
assistência
Unidade 9 – Assistência de Enfermagem 
 
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Nightingale já observava a necessidade de as enfermeiras possuírem um olhar crítico, 
observando cada paciente e realizando julgamentos críticos acerca do encontrado. 
De acordo com a resolução COFEN 358/09, o processo de enfermagem que integra 
a SAE, visa oferecer um cuidado que atue nas necessidades individualizadas de cada 
indivíduo ou coletividade. Todos os profissionais de enfermagem devem participar da 
elaboração e execução do processo de enfermagem e suas etapas, desde que respeitadas as 
recomendações previstas pela legislação profissional de cada um, onde os técnicos de 
enfermagem ou auxiliares de enfermagem, devem realizar as atividades que lhe couberem 
de modo ético e legal, sempre sob a supervisão de um profissional enfermeiro. 
No contexto da Atenção Básica e Saúde da Mulher a Sistematização da Assistência 
de Enfermagem pode ser utilizada para ajudar o profissional no cuidado da mulher durante 
o período gestacional. Essa assistência consiste em um planejamento qualificado para o 
acompanhamento da mulher durante a gestação. 
Sendo assim, alguns cuidados devem ser observados em diferentes momentos, tanto 
na prevenção de agravos relacionados as síndromes hipertensivas, quanto nas urgências 
hipertensivas. 
 
 
9.2 PROCESSO DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA A GESTANTE 
COM SÍNDROMES HIPERTENSIVAS ESPECÍFICAS DA 
GESTAÇÃO 
Na atenção básica, durante o pré-natal, o enfermeiro deve buscar achados que possam 
demonstrar risco ou evidência de complicações dessa ordem. Neste contexto, na coleta de 
dados o profissional deve acolher e dialogar com a gestante, ouvindo-a atentamente em suas 
necessidades e queixas. Interrogar se não tinha hipertensão anterior e caso tenha, registrar 
quando ocorreu, verificar antecedentes familiares. Portanto, deve reealizar anamnese e 
exame físico completos. 
 
 
9.2.1 Histórico ou coleta de dados 
Assim, durante a consulta de enfermagem, mais especificamente na fase de anamnese, o 
enfermeiro deve acolher a mulher desde a sua chegada à unidade de saúde, promover uma 
escuta ativa das suas demandas, sempre articulando com outros serviços e demais 
profissionais da equipe para dar continuidade a assistência, investigando sinais associados a 
cada alteração causada pelo climatério. 
Em consonância, deve ser realizado um exame físico céfalo-caudal, com atenção para 
alguns aspectos: 
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 Verificar a pressão arterial (PA) que deve ser realizada idealmente após um descanso 
de pelo menos cinco minutos, com a mulher sentada confortavelmente, sem falar, 
pernas descruzadas, costas apoiadas e braço apoiado, de modo que a medida seja 
feita com o braço na altura do átrio direito (meio do osso esterno) 
 Checar se a mulher ingeriu álcool, café, coca e/ ou fumou cigarro antes e na hora de 
verificar a PA, pois isto deve ser evitado 
 Se possível, realizar controle de PA no mínimo três a cinco dias no domicílio da 
gestante, no caso de hipertensão leve. Constatado o quadro realizar os devidos 
encaminhamentos 
 Observar peso e medida do IMC verificando a presença de edema. Orientar para er-
guer as pernas no máximo 15 minutos, algumas vezes ao dia, para reduzir o edema, 
caso a paciente não

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