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TFG _ ARQ E URB_J_GUERRA- EB

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1 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE QUIXADÁ 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
 
JÚLIO CESAR SILVA GUERRA 
 
 
 
 
 
 
INTERVENÇÃO URBANA, COMO RESPOSTA AO PROCESSO DE SEGREGAÇÃO 
SOCIOESPACIAL DO BAIRRO LUIZ ALMEIDA EM QUIXERAMOBIM-CE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUIXADÁ - CE 
2020 
2 
 
JÚLIO CÉSAR SILVA GUERRA 
 
 
 
 
INTERVENÇÃO URBANA, COMO RESPOSTA AO PROCESSO DE SEGREGAÇÃO 
SOCIOESPACIAL DO BAIRRO LUIZ ALMEIDA, EM QUIXERAMOBIM-CE 
 
 
 
 
 
Monografia submetida ao curso de Graduação 
em Arquitetura e Urbanismo do Centro 
Universitário Católica de Quixadá - 
Unicatólica, como requisito parcial da 
disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II 
(TCC II). 
 
Orientador(a): Prof. Me. Fernando Natale Rossi 
Mota Narbal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUIXADÁ - CE 
2020 
3 
 
JÚLIO CESAR SILVA GUERRA 
 
INTERVENÇÃO URBANA, COMO RESPOSTA AO PROCESSO DE SEGREGAÇÃO 
SOCIOESPACIAL DO BAIRRO LUIZ ALMEIDA, EM QUIXERAMOBIM-CE 
 
 
Monografia submetida ao curso de Graduação 
em Arquitetura e Urbanismo do Centro 
Universitário Católica de Quixadá - 
Unicatólica, como requisito parcial da 
disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II 
(TCC II). 
 
Orientador(a): Prof. Me. Fernando Natale Rossi 
Mota Narbal 
 
Aprovado em: 02 / 12 / 2020 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
_______________________________________ 
Prof. Me. Fernando Natale Rossi Mota Narbal 
(Orientador) 
 
 
 
 
________________________________________________ 
Prof. Me. Simone Farias Cabral de Oliveira 
(Membro Convidado) 
 
 
 
 
________________________________________________ 
Prof. Me. Diego Paim Silveira 
(Membro Convidado) 
 
 
 
 
 
QUIXADÁ - CE 
2020 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho de pesquisa a meus país, 
exemplos de força, superação e honestidade, 
principais responsáveis por meu êxito 
acadêmico; a minha filha, meu maior bem, 
fonte de amor, incentivo e motivação. 
 
 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Acima de todas as coisas a Deus, pelo dom da vida. 
A meus pais, Raimundo Guerra e Raimunda Gustavo, que me incentivaram para a 
conclusão deste trabalho. 
A minha filha Júlia Leticya, que sofreu com minha ausência quando precisei focar na 
realização deste trabalho, abdicando de lhe dar carinho, amor e atenção. 
A meu irmão Álvaro Pimentel, pelo incentivo e inspiração. 
A minha companheira Lara Leticya, que permaneceu ao meu lado durante a realização 
deste trabalho. 
A orientador, Professor Me. Fernando Natale Rossi Mota Narbal, por toda sua 
dedicação, apoio, amizade e competência na transmissão dos conhecimentos, durante todas as 
fases da orientação. 
A todo o corpo docente pelo conhecimento repassado com total empenho e dedicação 
ao longo dessa jornada acadêmica. 
 
 
6 
 
RESUMO 
 
A presente pesquisa busca apresentar a partir da temática de intervenção urbana, uma 
proposta que possa contribuir para o rompimento do processo de segregação socioespacial do 
Bairro Luiz Almeida, em Quixeramobim-CE, através da ressignificação do seu espaço público. 
O conceito de segregação socioespacial tem abrangido boa parte dos novos e velhos conjuntos 
habitacionais de baixa renda, afetando diretamente na qualidade de vida dos seus moradores. A 
pesquisa surgiu a partir da problemática encontrada através da desvalorização do espaço público 
do bairro, e que proporcionou o seguinte questionamento: Como uma proposta de intervenção 
urbana no bairro Luiz Almeida, em Quixeramobim-CE, poderá contribuir na sua reestruturação 
socioespacial, mediante ao contexto de segregação ocorrida ao longo de seu processo histórico 
de formação? Nesse sentido essa pesquisa objetiva compreender como uma intervenção urbana 
pode contribuir para a reestruturação socioespacial do Bairro Luiz Almeida. De uma maneira 
especifica através deste trabalho buscamos: conhecer o processo de origem, dinâmica e a forma 
de desenvolvimento ocorrida no bairro, mediante ao cenário urbano; identificar através dos 
aspectos urbanísticos, as circunstâncias que levaram o bairro a sofrer segregação socioespacial; 
apresentar uma proposta de intervenção urbana que contribua com o processo de regeneração 
urbana do Bairro Luiz Almeida, em Quixeramobim-CE; demonstrar a potencialidade que uma 
intervenção urbana pode inferir dentro da perspectiva de valorização do espaço público e como 
pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população. Os autores que embasaram 
teoricamente esta pesquisa, apresentam alternativas para a compreensão da temática e de sua 
relação com nossa proposta, no qual destacam-se: Jane Butzner Jacobs (2011) e Jan Gehl 
(2010). Visando a compreensão acerca da ótica sobre o processo de segregação socioespacial, 
e construção de conjuntos habitacionais, foram elencados autores como Cristina Maria 
Perissinotto Baron (2011) e Jimmy Lima de Oliveira (2011), sendo complementados por André 
Alves Prado (2012), em relação ao assentamento de conjuntos habitacionais em periferias. A 
metodologia realizada se baseia numa proposta de estudos dividas em etapas, iniciando desde 
a busca por referências teóricas, a busca por projetos de referências, e realização de diagnóstico 
urbano. Desta forma a pesquisa será realizada no Bairro Luiz Almeida, em Quixeramobim-CE. 
Diante das ações desenvolvidas neste estudo, como resultado, acredita-se que o uso de 
intervenção urbana trará muitos benefícios para a comunidade, alcançando o objetivo principal 
deste trabalho. 
 
Palavras-chave: Espaço urbano. Bairro. Reestruturação. Intervenção Urbana 
7 
 
ABSTRACT 
 
 
This research seeks to present, based on the theme of urban intervention, a proposal that 
can contribute to breaking the socio-spatial segregation process of Bairro Luiz Almeida, in 
Quixeramobim-CE, through the resignification of its public space. The concept of socio-spatial 
segregation has covered much of the new and old low-income housing developments, directly 
affecting the quality of life of its residents. The research arose from the problem found through 
the devaluation of the public space in the neighborhood, and which gave rise to the following 
question: As a proposal for urban intervention in the Luiz Almeida neighborhood, in 
Quixeramobim-CE, it may contribute to its socio-spatial restructuring, through the context of 
segregation that occurred throughout its historical formation process? In this sense, this research 
aims to understand how an urban intervention can contribute to the socio-spatial restructuring 
of Bairro Luiz Almeida. In a specific way through this work we seek: to know the process of 
origin, dynamics and the form of development that occurred in the neighborhood, through the 
urban scenario; to identify through urban aspects, the circumstances that led the neighborhood 
to suffer socio-spatial segregation; present a proposal for urban intervention that contributes to 
the urban regeneration process of Bairro Luiz Almeida, in Quixeramobim-CE; demonstrate the 
potential that an urban intervention can infer from the perspective of valuing public space and 
how it can contribute to improving the quality of life of the population. The authors who 
theoretically supported this research, present alternatives for understanding the theme and its 
relationship with our proposal, in which the following stand out: Jane Butzner Jacobs (2011) 
and Jan Gehl (2010). Aiming to understand the perspective on the process of socio-spatial 
segregation, and construction of housing estates, authors such as Cristina Maria Perissinotto 
Baron (2011) and Jimmy Lima de Oliveira (2011) were listed, being complemented by André 
Alves Prado (2012), in relation to the settlement of housing estates in peripheries. The 
methodology carried out is based on a proposal for studies dividedinto stages, starting from the 
search for theoretical references, the search for reference projects, and the realization of urban 
diagnostics. In this way the research will be carried out in Bairro Luiz Almeida, in 
Quixeramobim-CE. In view of the actions developed in this study, as a result, it is believed that 
the use of urban intervention will bring many benefits to the community, reaching the main 
objective of this work. 
 
 
Keywords: Urban space. Neighborhood. Restructuring. Urban Intervention. 
8 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: As primeiras manifestações de fixação, por intermédio da 
caverna...................................................................................................... 
 
 21 
Figura 2: Aldeias e primeiras cidades: Os primeiros registros da vida 
coletiva....................................................................................................... 
 
23 
Figura 3: Influencias colônias sobre o Brasil.......................................................... 24 
Figura 4: Igreja matriz de Quixeramobim.............................................................. 28 
Figura 5: Quixeramobim atual................................................................................ 30 
Figura 6: Complexo Cantinho do Céu pré intervenção......................................... 54 
Figura 7: Complexo Cantinho do Céu pré intervenção 2....................................... 55 
Figura 8: 
Figura 9: 
 
Figura 10: 
Figura 11: 
Figura 12: 
Figura 13: 
Figura 14: 
Figura 15: 
Figura 16: 
Figura 17: 
Figura 18: 
Figura 19: 
Figura 20: 
Figura 21: 
Figura 22: 
Figura 23: 
Figura 24: 
Figura 25: 
Figura 26: 
Figura 27: 
Figura 28: 
Medellín e as divisões de PUI´s............................................................... 
Delimitação da área de intervenção PUI-NOR, bairro La 
Herrera...................................................................................................... 
Delimitação do bairro La Herrera.......................................................... 
La Herrera antes das intervenções urbanas.......................................... 
Componentes do MIB.............................................................................. 
Parque Linear........................................................................................... 
Deck, Parque Linear................................................................................. 
Deck Parque Linear 2.............................................................................. 
Cinema Parque Linear............................................................................. 
Banco, Parque Linear.............................................................................. 
Churrasqueira em área livre, La Herrera............................................. 
Ponte do M, La Herrera........................................................................... 
Trechos de intervenção antes/depois...................................................... 
Trechos de intervenção antes/depois...................................................... 
Ações no uso solo...................................................................................... 
Especificação do estado das habitações.................................................. 
Ação no uso do solo.................................................................................. 
Ação no uso do solo 2............................................................................... 
Horta comunitária................................................................................... 
Salão comunitário.................................................................................... 
Quadra poliesportiva............................................................................... 
57 
 
58 
59 
60 
61 
62 
63 
64 
64 
65 
66 
66 
67 
67 
69 
70 
71 
72 
84 
85 
86 
9 
 
Figura 29: 
Figura 30: 
Figura 31: 
Figura 32: 
Figura 33: 
Figura 34: 
Figura 35: 
Figura 36: 
Figura 37: 
Figura 38: 
Figura 39: 
Figura 40: 
Figura 41: 
 
Figura 42: 
Figura 43: 
Figura 44: 
Figura 45: 
Figura 46: 
Figura 47: 
Figura 48: 
Figura 49: 
Figura 50: 
Figura 51: 
Figura 52: 
Figura 53: 
Figura 54: 
Figura 55: 
Figura 56: 
Figura 57: 
Figura 58: 
Figura 59: 
Figura 60: 
Modelo de padronização de quadras e lotes............................................ 
Residência com dois pavimentos, comercial e residencial.................... 
Residência com fachadas em alto estado se conservação...................... 
Residência em médio estado de conservação......................................... 
Residência em baixo estado de conservação......................................... 
Único ponto de ônibus.............................................................................. 
Vias pavimentas com infraestrutura precária....................................... 
Neem no Luiz Almeida............................................................................. 
Sempre verde no Luiz Almeida............................................................... 
Centro cultural......................................................................................... 
Zonas do Bairro Luiz Almeida................................................................ 
Malha urbana do Bairro Luiz Almeida.................................................. 
Integração e restauração da malha urbana do Bairro Luiz 
Almeida..................................................................................................... 
Parque linear............................................................................................ 
Implantação comercial parque linear.................................................... 
Partido do parque linear – Serra Santa Maria...................................... 
Locas de implantação de praças............................................................. 
Diagrama conceitual praças ................................................................... 
Praça 01..................................................................................................... 
Praça 02..................................................................................................... 
Praça 03..................................................................................................... 
Implantação conceitual............................................................................ 
Terreno para implantação de pista de Bicicross................................... 
Volumetria da Serra de Santa Maria..................................................... 
Implantação conceitual pista de Bicicross.............................................. 
Ciclofaixa como elemento vivo................................................................. 
Casa popular com fachada em duas águas............................................ 
Terreno para a implantação de Arena Society..................................... 
Diagrama conceitual................................................................................ 
Partido Arquitetônico Arena Society..................................................... 
Implantação conceitual da Arena Society.............................................. 
Encontro da Rua Jurandir com a Avenida José Gonsalves Pinheiro... 
88 
92 
96 
96 
97 
100 
102 
105 
106 
118 
137 
137 
 
138 
139 
140 
140 
141 
142 
143 
144 
145 
146 
146 
147 
148 
149 
150 
150 
151 
151 
152 
153 
10 
 
Figura 61: 
Figura 62: 
Acesso atual a CE -0-60............................................................................ 
Croqui da disposição da Avenida, sentido Norte-Sul............................ 
153 
154 
Figura 63: 
Figura 64: 
Figura 65: 
Figura 66: 
Figura 67: 
Figura 68: 
Figura 69: 
Figura 70: 
Figura 71: 
Figura 72: 
Figura 73: 
Figura 74: 
Figura 75:Figura 76: 
Figura 77: 
Sistema de Dreno para ruas em mesmo nível de piso............................ 
Modelo de poste com placa de Energia solar......................................... 
Modelo de poste para iluminação pública.............................................. 
Inserção de canteiro Central.................................................................... 
Modelo de Assentamento de piso intertravado..................................... 
Divisão de faixas....................................................................................... 
Ilustração de Modelo de canteiro........................................................... 
Parque Linear.......................................................................................... 
Topografia parque.................................................................................. 
Pedra Calcária Vermelha........................................................................ 
Deck pinus seco madeir........................................................................... 
Modelo de Banco...................................................................................... 
Modelo de Playground............................................................................. 
Modelo de gangorra................................................................................. 
Bicicletário Projetado.............................................................................. 
157 
158 
158 
159 
160 
161 
161 
163 
164 
165 
165 
168 
168 
168 
172 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 1: 
Tabela 2: 
Tabela 3: 
Tabela 4: 
Tabela 5: 
Tabela 6: 
Tabela 7: 
Tabela 8: 
Tabela 9: 
Tabela 10: 
Tabela 11: 
Tabela 12: 
Tabela 13: 
Critérios para mapeamento do solo....................................................... 
Instituições dentro do Bairro Luiz Almeida.......................................... 
Estado de conservação das fachadas...................................................... 
Quantitativo de tipologia de pavimentação........................................... 
Aspectos Ambientais................................................................................ 
Parametros para porte de vegetação...................................................... 
Tabela de Problemas............................................................................... 
Tabela de Potencialidades....................................................................... 
Ações a serem desenvolvidas................................................................... 
Quadro de Vegetação Parque.................................................................. 
Quadro de Vegetação Praça 01................................................................ 
Quadro de Vegetação Praça 02................................................................ 
Quadro de Vegetação Praça 03................................................................ 
81 
85 
94 
100 
105 
106 
112 
116 
121 
166 
170 
173 
176 
 
 
 
 
 
12 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1: Comparativo do quantitativo de pavimentos das edificações............. 93 
Gráfico 2: Estado de conservação de fachadas....................................................... 96 
Gráfico 3: Tipos de pavimentação de vias............................................................... 101 
Gráfico 4: Vias pavimentadas e não pavimentadas................................................ 101 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
LISTA DE MAPAS 
 
MAPA 1: Zonas de ocupação................................................................................... 40 
MAPA 2: Principais Vias.......................................................................................... 46 
MAPA 3: Tipologia e Uso dos solos......................................................................... 82 
MAPA 4: Testadas..................................................................................................... 88 
MAPA 5: 
MAPA 6: 
MAPA 7: 
MAPA 8: 
MAPA 9: 
MAPA 10: 
MAPA 11: 
MAPA 12: 
MAPA 13: 
MAPA 14: 
MAPA 15: 
MAPA 16: 
Volumetria................................................................................................. 
Estado de conservação de fachadas......................................................... 
Sistema Viário........................................................................................... 
Pavimentação das vias.............................................................................. 
Aspectos Ambientais................................................................................. 
Bairro x Cidade......................................................................................... 
Entorno do Bairro Luiz Alemida............................................................ 
Problemas.................................................................................................. 
Potencialidades.......................................................................................... 
Ações Básicas............................................................................................. 
Ações Inovadoras 1................................................................................... 
Ações Inovadoras 2................................................................................... 
90 
94 
98 
103 
106 
108 
111 
114 
116 
124 
126 
128 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
EDU Empresa de Desenvolvimento Urbano 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
MEC 
MIB 
QGIS 
Ministério de Educação e Cultura 
Melhoramento Integral dos bairros 
Quantum GIS 
TCC 
PDDU 
PRIMED 
PUI 
PTDRS 
SABESP 
SEHAB 
SMA 
ZEIS 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano 
Programa de Melhoramento Integral do Bairros Desenvolvidos 
Projetos Urbanos Integrais 
Plano Territorial de Desenvolvimento Rural e Sustentável 
Companhia Brasileira de Saneamento Básico 
Secretaria Municipal de Habitação 
Secretaria do Meio Ambiente 
Zona Especial de Interesse Social 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 17 
2 ESPAÇOS URBANOS...................................................................................... 20 
2.1 O PROCESSO HISTÓRICO DE FORMAÇÃO DAS 
CIDADES............................................................................................................ 
 
20 
2.1.1 A origem das cidades......................................................................................... 20 
2.1.2 A formação das cidades no Brasil, e os primeiros sinais da segregação 
socioespacial....................................................................................................... 
 
24 
2.1.3 
 
O surgimento das cidades no Sertão Central: O surgimento de 
Quixeramobim-CE............................................................................................ 
 
27 
2.2 BAIRROS HABITACIONAIS NO CONTEXTO DE UM PAÍS 
SUBDESENVOLVIDO..................................................................................... 
 
30 
2.2.1 A teorização dos bairros, conceitos e perspectivas....................................... 30 
2.2.2 
 
Degeneração Urbana de Conjuntos Habitacionais em face do processo de 
segregação socioespacial................................................................................. 
 
32 
2.3 BAIRRO LUIZ ALMEIDA, EM QUIXERAMOBIM-CE............................... 35 
2.3.1 Origem .............................................................................................................35 
2.3.2 Dinâmica .......................................................................................................... 39 
2.3.3 Evolução ........................................................................................................... 48 
3 PROJETOS DE REFERÊNCIA .................................................................... 54 
4 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 77 
4.1 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................ 77 
4.2 MÉTODOS E TÉCNICAS DOS DADOS ........................................................ 77 
4.3 PROCEDIMENTOS .......................................................................................... 78 
5 PROPOSITURA DO PROJETO .................................................................... 81 
5.1 
5.1.1 
5.1.2 
5.1.3 
5.1.4 
5.1.5 
5.1.6 
5.1.7 
DIAGNÓSTICO URBANO DO BAIRRO LUIZ ALMEIDA ........................... 
Uso do solo.......................................................................................................... 
Testadas.............................................................................................................. 
Volumetria.......................................................................................................... 
Estado de conservação das fachadas............................................................... 
Sistema viário.................................................................................................... 
Pavimentação de vias........................................................................................ 
Aspectos Ambientais......................................................................................... 
81 
82 
87 
90 
93 
98 
101 
105 
16 
 
5.1.8 
5.1.9 
Entorno.............................................................................................................. 
Problemas e Potencialidade............................................................................. 
108 
112 
5.2 
5.2.1 
5.2.2 
5.2.3 
5.2.4 
DIRETRIZES..................................................................................................... 
Espaço público.................................................................................................. 
Uso do solo......................................................................................................... 
Visão interna a intervenção............................................................................. 
Visão externa a intervenção............................................................................. 
120 
130 
132 
134 
135 
5.3 
5.3.1 
5.3.2 
2.3.2.1 
5.3.2.2 
5.3.2.3 
5.3.2.4 
5.3.2.5 
5.3.2.6 
6 
6.1 
6.2 
6.3 
PARTIDO....... ................................................................................................... 
Partido geral...................................................................................................... 
Partidos específicos........................................................................................... 
Parque Linear...................................................................................................... 
Implantação de praças na zona habitada............................................................. 
Pista de bicicross................................................................................................. 
Inserção de ciclofaixas........................................................................................ 
Arena Society...................................................................................................... 
Extensão da Avenida José Gonçalves................................................................. 
MEMORIAL DESCRITIVO........................................................................... 
INTERVENÇÕES GERAIS................................................................................ 
SETORES............................................................................................................ 
POSSIBILIDADES............................................................................................. 
136 
136 
139 
139 
141 
146 
149 
150 
152 
156 
156 
162 
176 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 180 
 REFERENCIAS ................................................................................................ 182 
 APÊNDICES ..................................................................................................... 186 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho apresenta como proposta uma intervenção urbana, que parte da 
ressignificação do espaço urbano de um conjunto habitacional, de baixa renda, por intermédio 
do Urbanismo, sendo intitulado como: Intervenção Urbana, como resposta ao processo de 
segregação socioespacial do Bairro Luiz Almeida em Quixeramobim-CE. 
Esse trabalho monográfico se propõe a intervir no Bairro Luiz Almeida, localizado no 
município de Quixeramobim-CE, um conjunto habitacional de baixa renda, que deixou de fazer 
parte das políticas públicas municipais, provocando a desvalorização do bairro e problemas 
sociais e ambientais, fazendo com que o mesmo e seus moradores sejam discriminados, devidos 
as características periféricas, com a ocorrência de eventos relacionados a criminalidade, tráfico 
de drogas, alto índice de vulnerabilidade, além das precariedades encontradas em sua estrutura. 
A pesquisa parte da seguinte problemática: Como uma proposta de intervenção urbana 
no bairro Luiz Almeida, em Quixeramobim-CE, poderá contribuir na sua reestruturação 
socioespacial, mediante ao contexto de segregação ocorrida ao longo de seu processo histórico 
de formação? 
Diante desta problemática, outras questões se mostram de grande relevância, das quais 
destacam-se: Quais são os meios necessários para a realização de intervenção urbana nesta 
área? De que forma a segregação urbana norteou a ocupação do bairro Luiz Almeida, 
direcionando posteriormente o seu desenvolvimento? Qual o tipo de intervenção urbana 
adequada para contribuir com o cenário presente, identificado por intermédio dos aspectos 
urbanísticos deste local? Como uma intervenção urbana pode inferir sobre a concepção e 
requalificação do espaço público? 
Desta forma o objetivo geral deste trabalho é: Compreender como uma intervenção 
urbana no bairro Luiz Almeida, em Quixeramobim-CE, pode contribuir no processo de 
reestruturação socioespacial do mesmo 1. 
Diante das questões especificas apresentadas, como objetivos específicos desta pesquisa 
pretendemos: conhecer o processo de origem, dinâmica e a forma de desenvolvimento ocorrido 
no bairro, mediante ao cenário urbano; identificar através dos aspectos urbanísticos, as 
circunstâncias que levaram o bairro a sofrer segregação sócio espacial; apresentar uma proposta 
 
1 GUERRA, Júlio Cesar Silva. Intervenção Urbana, como resposta ao processo de segregação socioespacial do 
bairro Luiz Almeida em Quixeramobim-CE. (Monografia de bacharelado em Arquitetura e Urbanismo – 
Orientador: Me. Fernando Natale Rossi Mota Narbal) - Centro Universitário Católica de Quixadá. Quixadá - CE, 
2020. 
18 
 
de intervenção urbana que contribua com o processo de regeneração urbana do Bairro Luiz 
Almeida, em Quixeramobim-CE; demonstrar a potencialidade que uma intervenção urbana 
pode inferir dentro da perspectiva de valorização do espaço público. 
A escolha pela abordagem se dá por meio de dois fatos, o primeiro diz respeito a forma 
economista atual em que se tem abordado a Arquitetura e Urbanismo, algo meramente ligado a 
interesses financeiros, fugindo do proposito utilitário que é de servir as pessoas, do qual, a 
Arquitetura assim surgiu na história, não em cimado que as pessoas podem pagar e sim sobre 
o que elas realmente precisam ter. 
O segundo diz respeito aos problemas sociais presentes em nossa sociedade de uma 
maneira global, no qual destacam-se: desigualdade e segregação social, precariedade na 
infraestrutura urbana e segurança pública, rompimento dos direitos fundamentais, habitações 
de risco, ausência de saneamento básico e degradação do meio ambiente. Somado a isso, assim 
surgiu a oportunidade de juntar os dois fatores em um único tema, esse que viria a ser trabalhado 
em uma comunidade de baixa renda que apresenta os problemas relatados. 
Este trabalho analisará o bairro mediante ao seu contexto histórico, da sua origem aos 
dias atuais. De uma maneira geral a proposta iniciará com o entendimento das transformações 
ocorridas no bairro através de uma linha do tempo. Posteriormente, será realizada uma análise 
acerca da atual situação da área, no qual serão produzidos mapas tipológicos acerca de quadras, 
lotes e vias. 
Ao analisar o bairro será possível realizar a produção de diagnósticos, bem como, 
compreender o contexto interno vivido em épocas distintas durante seu processo de origem e 
formação, resultando assim na compreensão de quando e como a segregação urbana passou a 
direcionar o desenvolvimento do bairro. 
Os problemas e potencialidades encontrados serão subsidio para identificar as reais 
necessidades, e direcionar possíveis intervenção no bairro, buscando traçar ações para a 
resolução dos problemas, e intensificação das potencialidades, de modo a conseguir o objetivo 
secundário deste trabalho que é promover propostas de intervenções urbanas que contemplem 
as necessidade do bairro, para desenvolver-se, através da descoberta dos fatores que levaram 
ao surgimento e propagação da segregação social e física do bairro conjunto esperança. 
Compreender os aspectos sociais, econômicos e culturais dessa área, são de suma 
importância para poder adequar a realidade, a necessidade. Bem como, serão subsidio para a 
produção das tipologias que representem como se deu a segregação urbana nesta área diante do 
seu processo de formação. 
19 
 
Desenvolver essa pesquisa permitiria compreender como se deu o processo de 
segregação do bairro, em qual momento ela passou a inferir sobre o seu desenvolvimento, bem 
como contribuir diretamente com a sociedade, mediante as possíveis intervenções que podem 
ser realizadas. As possibilidades de melhoria dão margem a demonstrar como a arquitetura e 
urbanismo podem influenciar na ressignificação de espaços já existentes, tendo como foco 
principal, a melhoria da qualidade de vida e valorização dos espaços sobe a perspectiva interna 
e externa. 
Além de enfatizar a temática acerca de Intervenção Urbana, esta pesquisa relaciona-se 
com a temática do planejamento Urbano e Regional, desta forma, este material traria 
consequentemente uma reflexão da composição urbana de elementos físicos e sociais para o 
poder público, tendo como ênfase como se deu o processo de segregação nessa área, e como 
isso norteou no desenvolvimento e na qualidade de vida de seus moradores. 
Tal contemplação apresentaria as diversas relutâncias acerca da segregação urbana, 
gerando uma reflexão quanto ao processo de planejamento e ações a serem desenvolvidas nos 
demais bairros do município que apresentem características semelhantes, embora com suas 
particularidades. Além de trazer uma reflexão, no que diz respeito ao planejamento de futuros 
conjuntos habitacionais, o que tornaria este estudo piloto para iniciativa de um planejamento 
urbano e regional, sob uma nova perspectiva mediante aos demais bairros, cidades e regiões. 
20 
 
2 ESPAÇOS URBANOS 
 
A fundamentação teórica desta pesquisa, debruça-se sobre a busca por compreender 
como uma intervenção urbana poderá inferir sobre o processo de segregação socioespacial de 
um bairro. Para tal, é necessário recorremos a uma revisão bibliográfica, que nos embase, acerca 
dos temas a virem ser apresentados nas seguintes sessões. Serão apresentadas fontes de autores, 
que possibilitem a fundamentação desta pesquisa, no qual tomaremos como ideia central que o 
bairro, é um objeto pertencente a uma rede maior, a cidade. 
 Sendo assim, faz necessário compreender o processo de origem, dinâmica e evolução 
da cidade, e posteriormente o surgimento dos bairros, a partir destas. Posterior a isso, 
buscaremos compreender o fenômeno de degeneração urbana e segregação socioespacial de 
conjuntos habitacionais, e então, será apresentado o objeto central deste estudo, o Bairro Luiz 
Almeida, para isso, faz-se necessário a revisão da literatura e documental. 
 
 
2.1 O PROCESSO HISTÓRICO DE FORMAÇÃO DAS CIDADES 
 
 
2.1.1 A origem das cidades 
 
Segundo Santos (2014), as cidades são formadas por intermédio das realizações 
humanas, das quais, vão se estabelecendo ao longo de um processo histórico, resultando em 
assentamentos humanos com variadas características, formas e funções. Segundo Cerdà (1867), 
a urbanização se inicia com a busca e desenvolvimento de abrigos pelo homem, até da mais 
rudimentar forma, como por exemplo o uso de cavernas. O desenvolvimento da urbis, assim 
como é conhecido hoje por cidades, tem sua gênese ainda no paleolítico com as primeiras 
manifestações da fixação do homem, que se desenvolveu junto à evolução das técnicas 
construtivas, sendo possível o estabelecimento das primeiras cidades. (SANTOS, A. 2014). 
De acordo com Spósito (1988): 
 
“O período paleolítico é marcado pela não fixação do homem, pelo 
nomadismo enfim. Contudo, as suas primeiras manifestações de interesse em 
se relacionar com algum lugar são deste período, e podemos reconhecê-las por 
dois fatos. Primeiro, pela respeitosa atenção que o homem paleolítico 
dispensava a seus mortos, preocupando-se com que eles tivessem um lugar, 
21 
 
uma "moradia", apesar do caráter itinerante e inquieto dos vivos”. (SPÓSITO, 
1988, s/p). 
 
Ainda segundo Spósito (1988), deve-se ressaltar a importância do período paleolítico, 
para a construção da identidade do homem primitivo, sendo esse período, destacado como a 
“primeira semente” para o surgimento das cidades. Destaca-se principalmente a relação do 
homem com a caverna, por essa ter sido o primeiro lugar onde o mesmo, praticava seus rituais 
e suas artes. Impulsos este que posteriormente, acabaram se tornando também, o motivo de sua 
fixação nas cidades. 
 
Figura 01 - As primeiras manifestações de fixação, por intermédio da caverna. 
 
Fonte: 
 http://fabiopestanaramos.blogspot.com/2011/08/o-surgimento-do-homem-os-primeiros.html 
 
Segundo Spósito (1988), a transição do período paleolítico para o período mesolítico, 
possibilitou ao homem nômade, uma nova perspectiva sobre a sobrevivência. O homem agora, 
passava a ser um descobridor, e em constante movimento, buscando agora a sobrevivência 
estática, através da sua fixação e exploração da terra. Com a exploração continua da terra, o 
homem passou a extrair sua sobrevivência, por intermédio da produção agrícola, através do 
plantio de frutas e legumes, bem como a exploração pecuária, por intermédio da criação de 
animais. Isso permitiu que o homem em movimento constante, inicia-se a se fixar, o que o 
possibilitou o desenvolvimento de assentamentos, sendo essa fixação, paço primordial para o 
http://fabiopestanaramos.blogspot.com/2011/08/o-surgimento-do-homem-os-primeiros.html
22 
 
início da vida coletiva em assentamentos, posteriormente o surgimento das cidades. (CERDÀ, 
1867) 
 
“Se a "semente" fora lançada durante o paleolítico, é efetivamente no período 
seguinte, mesolítico, que se realiza a primeira condição necessária para o 
surgimento das cidades: a existência de um melhor suprimento de alimentos 
através da domesticação dos animais, e da prática de se reproduzirem os 
vegetais comestíveis por meio de mudas. Isto se deu há cerca de 15 mil anos 
e todo esseprocesso foi muito lento, porque somente três ou quatro mil anos 
mais tarde essas práticas se sistematizaram, através do plantio e da 
domesticação de outras plantas com sementes, e da criação de animais em 
rebanhos”. (SPÓSITO, 1988, s/p). 
 
A transição do período Paleolítico para o período Mesolítico, possibilitou ao homem 
nômade, uma nova perspectiva, sobre a sobrevivência, o homem descobridor e em movimento 
constate, passara procurar uma sobrevivência fixa e exploratória. (SPÓSITO, 1988, s/p). 
Como decorrência disso, o período Neolítico, foi marcado pelo início da vida estável, 
que se buscava proporcionar melhores condições de vida (quando comparados com a vida 
nômades), para a fecundidade (mais tempo e energia para a reprodução), a nutrição (abdicando 
das atividades predatórias, concentrando para acompanhar e aprimorar as técnicas de 
exploração e cultivo da terra), e a proteção. Neste contexto, surgem então os primeiros 
grupamentos habitacionais, sendo denominadas como por aldeias. Sendo a sua formação, 
baseada na fixação de moradias, por intermédio do interesse da sobrevivência, através da 
exploração da agricultura e pecuária. (Idem. 1988, n.p.) 
No período neolítico já havia se realizado a primeira condição para o surgimento das 
cidades, atribuindo a fixação do homem a terra, através da agricultura e pecuária, mas ainda 
faltava a concretização da segunda condição, sendo ela, uma organização social mais complexa. 
(Idem. 1988, n.p.) 
 
[...] a cidade é mais que o aglomerado humano que se formou historicamente 
num ponto do território, cuja razão de ser era o desenvolvimento da 
agricultura. Mas, sabemos também, que o sedentarismo e o próprio 
desenvolvimento da agricultura, traços da aldeia, são pré-condições 
indispensáveis, mas não suficientes, para as origens das cidades. (Idem. 
1988, n.p.). 
 
Pode-se destacar que as aldeias, foram objetos primordiais para o desenvolvimento da 
primeira ideologia de organização social, entretanto, esse foi apenas o primeiro sinal, de o 
quanto dinâmico se tornaria o objeto que asseguraria a vida coletiva em sociedade. (Idem. 1988, 
n.p.). 
23 
 
Contudo, nota-se na própria literatura, dificuldades em conseguir precisar o momento 
exato da origem das primeiras cidades. Embora a maioria dos autores concordem em apontar 
que tenha sido em meados de 3500 A.C, tendo origem na Mesopotâmia (área compreendida 
pelos rios Tigre e Eufrates), e surgido posteriormente no vale do rio Nilo (3100 a.C), no vale 
do rio Indo (2500 a.C.) e no rio Amarelo (1550 A.C). (Idem. 1988, n.p.) 
 
Figura 02- Representação dos primeiros indícios de Cidades - Os primeiros registros da vida 
coletiva 
 
Fonte: 
http://liceu1e.blogspot.com/2012/02/aldeias-e-primeiras-cidades-catal-huyuk.html 
 
Compreender o processo de origem da cidade e o fenômeno da urbanização, associados 
a sociedade urbana industrial (esta que influenciou sobre os primeiros pensamentos acerca das 
cidades modernas), significa entender as várias etapas atingidas pela sociedade, por intermédio 
do desenvolvimento político, social, urbano e econômico ao longo da história humana no 
planeta. Requer, também, um breve histórico a título de compreensão dos processos e relações 
sociais que criaram as condições necessárias para a existência das cidades como produto das 
sociedades humanas. (CASTRO, 2014, p. 40). 
http://liceu1e.blogspot.com/2012/02/aldeias-e-primeiras-cidades-catal-huyuk.html
24 
 
O processo de origem das cidades, sob a ótica de Castro (2014), é relativamente 
proporcional aos avanços do homem, sendo que, o conceito de cidade, antes mesmo de se 
estabelecer-se como propriamente dito, sofrera modificações implícitas, decorrentes das mais 
variadas formas, pelo qual o homem passará. 
Pode-se apontar a necessidade básica de abrigo, destacada por Cerdà (1867) na 
formulação do contexto do Urbanismo do século XIX, classificado como sendo uma realidade 
complexa, devido a sua formação orgânica e sem infraestruturas básicas e complicadas, 
justificada pela dificuldade da realização de intervenções por falta de recursos financeiros e 
pouca atenção do Poder Público, em regiões/cidade de países em desenvolvimento, como é o 
caso de Quixeramobim-CE. 
 
2.1.2 A formação das cidades no Brasil, e os primeiros sinais da segregação socioespacial 
 
O processo de formação das cidades brasileiras, está diretamente associado a forma 
como o país foi colonizado, portanto, notaremos por intermédio da literatura, os traços das 
influencias dos países colonizadores, sobre a estrutura urbana das cidades do Brasil. 
 
Figura 03 - Influencias colônias sobre o Brasil 
 
25 
 
Fonte: 
https://brainly.com.br/tarefa/22037065 
 
A cidade brasileira tem sua origem no modelo adaptado da cidade europeia portuguesa 
(influência dos colonizadores), que por sua vez decorre do encontro histórico da idade média 
com a modernidade do primeiro Estado Nacional da Europa. (VAL, 2010, p. 01) 
As cidades europeias, e as suas dinâmicas, pouco se havia mudado com a chegada do 
renascimento e o eclodir da modernidade dos Estados Nacionais, onde eles se estabeleceram. 
(Idem. 2010, p. 03). 
Nos dois primeiros séculos, os principais centros urbanos são litorâneos e nordestinos; 
sendo exceção meridional, Rio de Janeiro e Fortaleza, esta última, por ser ponto estratégico de 
ligação com o sul. (Idem. 2010, p. 04). 
 
Com a descoberta do ouro no interior da província de Minas Gerais, a exploração do 
interior pelas drogas do sertão, as missões jesuítas e caça aos índios pelos colonos o 
eixo urbano se deslocou momentaneamente, inclusive com a perda gradual do 
prestígio de Salvador que deixaria sua posição de capital para Cidade de São Sebastião 
do Rio de Janeiro, principal ponto de escoamento da produção aurífera e importação 
da colônia, em 1763. Entretanto, as cidades de Salvador e Recife, emancipada de 
Olinda após a Guerra dos Mascates, continuariam a ter um peso populacional e para 
o comércio Atlântico superior ao Rio de Janeiro. (Idem. 2010, p. 04). 
 
 O princípio do desenvolvimento das cidades, segundo Val (2010), se deu por 
intermédio da expansão da produção agrícola e pecuária, sendo a geração da rede de comercio, 
o objeto que desta vez, se fazia necessário para aglomerar as pessoas em determinado ponto, 
além das áreas de produção. Em meados do século XVIII com a concentração dos centros 
comercias, ouve centralização econômica, e posteriormente o desenvolvimento de outras 
atividades comercias. A valorização destas áreas, fez com que a povoação se estabelecesse e se 
tornasse atrativa, além disso, os donos de fazendas, proprietários de dotes também nas cidades, 
tornaram como residência principal, suas casas localizadas na zona urbana, fazendo com que 
as propriedades rurais passassem a ser usada, apenas para acompanhamento de produção. 
Os aspectos urbanos das principais cidades coloniais portuguesas se assemelham a 
cidade europeia, tendo como fortes características a presença de igrejas e praças centrais, 
concentrando os prédios, habitações mais importantes e as fortalezas nas partes altas. Ainda 
segundo Val (2010), ao observar os caminhos do porto Vale em Salvador, nota-se que a elite se 
aglomera na parte alta onde a proteção é melhor, e a parte baixa fica para o resto da população; 
já no Rio de Janeiro ocorre ao contrário, sendo que apenas uma pequena parte se desloca para 
https://brainly.com.br/tarefa/22037065
26 
 
o interior da cidade. Já em Recife, o rio principal é o divisor de águas, deixando a margem 
esquerda até ao estuário parte mais “nobre” da cidade, o que repete até os dias presentes. 
Vale destacar que a revolução industrial, foi o movimento que culminou no avanço do 
processo de urbanização das cidades europeias, não atingiu o Brasil, antes do século XX. (Idem, 
2010, p. 06). 
Os aspectos econômicos foram fatores determinantes para a demora no 
desenvolvimento das áreasurbanas no Brasil, característica similar á países com longo período 
de colonização, sendo este, refém da coroa portuguesa, que impedia principalmente a chegada 
de industrias e empresas externas, no qual a economia era baseada na exploração de recursos 
naturais, além do mais, o interesse se dava em cidades que pudessem servir como ponte para 
recursos para a sede do império português, as chamadas cidades litorâneas. (Idem. 2010, p. 07). 
Já independente, durante o segundo reinado, foi que se desencadeou o desenvolvimento 
da industrial no Brasil, através do surgimento de algumas industrias, o que refletiu na 
valorização das cidades, proporcionando assim, um lugar para a crescente produção e se 
autopromovendo como mercadoria, por intermédio do surgimento e valorização do capital 
imobiliário. Entretanto, o crescimento da indústria e do comercio, gerou uma crescente 
ocupação do território nas cidades, como por exemplo: São Paulo (Idem. 2010, p. 07) 
Esse crescimento desencadeado, acarretou na super-ocupação dos espaços da cidade, o 
que gerou a necessidade de se repensar o planejamento do espaço urbano, já que a tendência 
urbanística do Brasil, não seguiu diretamente as tendências, europeias. Do qual pode-se destacar 
que “[...] pela primeira vez na história do homem como colonizador, as cidades não eram mais 
construídas com como aglomerações de espaço público e edifícios, mas como construções 
individuais”. (GEHL, 2010, p. 03) 
O crescimento desencadeado, manteve-se, gerando alguns dos problemas urbanísticos 
presentes ainda no contexto socioespacial, dos quais, serão abordados ao longo deste trabalho, 
com ênfase na perspectiva de Jan Gehl em sua obra “Cidade para pessoas”, como também na 
ótica crítica de Jane Jacobs, em, “Morte e Vida nas grandes cidades”. 
 
O tema da Segregação Socioespacial urbana merece destaque no início do 
século XXI pelo agravamento das mazelas sociais em todos os países do 
mundo globalizado. Os grupos sociais atingidos com maior intensidade 
geralmente são as camadas mais carentes, que, quase sempre são confinadas 
em favelas, cortiços e bairros pobres, e sofrem com a constante escassez de 
água, falta de coleta de lixo, esgoto, deslizamento de encostas e 
transbordamentos de rios e córregos. Isso acontece, principalmente, porque o 
modelo de ocupação do espaço urbano reproduz o modelo excludente de 
desenvolvimento socioeconômico global. Nessa sociedade segregada, os 
27 
 
elementos básicos para a sobrevivência como água potável, escola, moradia, 
hospitais e transporte são concebidos como fontes de lucros”. (RAUBER; 
LEME, 2009, s/p). 
 
Segundo Rauber; Leme (2009), o espaço urbano sofre mutações, e pode ser articulado 
e modificado conforme a atuação e interesses das lideranças políticas que integram as 
administrações públicas. Expresso através da projeção dos conjuntos habitacionais, podendo 
estes, serem determinantes para a origem de um padrão segregador de estruturação do espaço 
urbano, marcado pela produção residencial, de certa forma, pela moderna produção residencial 
no centro ou na periferia, resultando na expulsão das classes sociais mais humildes para a 
periferia ou para os morros, longe dos centros urbanos, gerando assim a segregação 
socioespacial. 
 
2.1.3 O surgimento das cidades no Sertão Central: O surgimento de Quixeramobim-CE 
 
Segundo os estudos de Silva (2010) sobre o processo de sesmeiros nos sertões de 
Mombaça, foi constatado que a formação do sertão cearense, está marcada por ciclos 
econômicos, sendo que estes, foram os responsáveis diretos por conduzirem e direcionar as 
fases e os processos de origem, dinâmica e formação das cidades do sertão central. A ocupação 
do território da capital do Ceará ocorreu por intermédio subvenção de terras para sesmarias, 
visando a atividade pastoril. 
De acordo com o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural e Sustentável Sertão 
Central (PTDRS-2010), as atividades pastoris, se distribuíram por intermédio da necessidade 
hídrica e de pasto, seguindo os caminhos dos principais rios: Jaguaribe, Banabuiú, Salgado, 
dentre outros. A formação de adensamentos populacionais e vilas, esteve diretamente ligada ao 
movimento de concessão de terras para a criação de fazendas de gado, como também dos 
centros comercias, que surgirão em função da pecuária. 
Ainda segundo o PTDRS-2010, os municípios se formaram a partir das fazendas que 
eram compostas pelas sesmarias, onde eram construídas capelas e igrejas católicas. Os 
municípios mais antigos são Quixadá, Quixeramobim e Senador Pompeu, cujos primeiros 
registros datam-se no século XVIII. Com o desmembramento dos seus distritos, passaram a se 
constituírem os demais municípios. 
O processo de origem, ocupação e formação do município de Quixeramobim, está 
relacionado ao processo de colonização do estado do Ceará, e em especial do Sertão Central. 
Assim como no surgimento das primeiras cidades, segundo Costa (2017), o primeiro marco 
28 
 
para o início da ocupação do território da cidade de Quixeramobim, foi a construção da igreja 
Matriz, sendo que a partir desta, assim como nas cidades europeias, como relata Spósito (1988), 
o núcleo urbano do município passou a desenvolver-se em suas adjacências. 
 
Figura 04 - Igreja Matriz de Quixeramobim no século XVIII 
 
Fonte: 
http://leiturafiel.blogspot.com/2017/05/quixeramobim-em-fotos-antigas.html 
 
A origem deste município, foi decorrente de outros acontecimentos, dos quais, se faz 
necessário revisarmos com atenção este processo, para podermos compreender como a cidade 
formou-se, e como este processo influenciou em seu desenvolvimento. 
 
“O passado de um povo marca a sua posição para sempre na história.... Essa cidade, 
nascida entre as matas verdejantes das margens de belo rio, numa planície, onde ao 
longe se recortam as cumeadas altaneiras da Serra de Santa Maria, e, bem próximo a 
abertura do Boqueirão, por onde as águas vazam, no seu extenso curso, em direção ao 
mar, essa cidade de clima tão saudável e de habitantes generosos, foi o centro de um 
agrupamento cristão, que honra e enaltece o patrimônio da nacionalidade”. 
(FURTADO, A. 1955, p. 88). 
 
Na região do qual hoje compreende o território municipal de Quixeramobim, antes do 
povoamento dos portugueses, segundo Sousa (1913), era habitada por tribos indígenas, das 
quais podemos destacar: os Tapus e os Quixarás. 
Vale destacar que a expansão do processo dos sesmeiros pelo sertão central, fez com 
que Quixeramobim, entrasse na rota de interesse para a instalação de fazendas sesmeiras, 
objetivando a produção agrícola. Do qual ressalta-se que este acontecimento foi primordial para 
http://leiturafiel.blogspot.com/2017/05/quixeramobim-em-fotos-antigas.html
29 
 
o estabelecimento de uma rede comercial, gerando assim o primeiro grande movimento 
econômico deste município, além da construção das primeiras habitações para os trabalhadores 
da fazenda. 
Um nome muito mencionado na literatura do processo de origem do município de 
Quixeramobim é de Dias Ferreira, segundo Simão (1996), foi um dos primeiros exploradores 
desta terra, sendo ele, o responsável por organizar o sistema de trabalho e terras daquela época, 
além de ter construído a capela de Santo Antônio, esta que viria a se tornar o centro do processo 
de urbanização do município. 
 
O território de Quixeramobim pertencia à sesmaria adquirida por Francisco Ribeiro 
de Sousa e sua esposa Teresa de Jesus, posteriormente doado ao casal Gil de Miranda 
e Ângela de Barros, dos quais foi comprado em 1710 pelo português Antonio Dias 
Ferreira, que fundou a fazenda Santo Antonio do Boqueirão, em 1712. (LEMOS, M. 
2013, p. 130). 
 
As mudanças no processo de salga das carnes, produziram nos núcleos urbanos 
mudanças ainda não vivenciadas. Sendo que, estas, possibilitaram o crescimento da população 
urbana, devido as constantes críticas dos administradores devido ao adensamentopopulacional 
ainda presente nesta área, do qual exigiam-se medidas que assegurassem a produção, mão de 
obra. (COSTA, 2017, p. 17) 
 
Quixeramobim foi aos poucos sendo sedimentado como entreposto dos tangerinos, 
tornando-se ponto de descanso, de comercialização, em fim, de negócios em geral. 
Tal desenvolvimento resultou da elevação de vila para cidade em 14 de Agosto de 
1856, tendo como o autor do projeto o deputado provincial, Desembargador Américo 
Militão de Freitas Guimarães, que era filho natural da Vila. Assim estava criada a 
Cidade de Quixeramobim. (Idem. 2017, p. 17) 
 
Com o crescimento populacional, nas proximidades da fazenda, constituiu-se a 
povoação denominada “Povoação de Santo Antônio do Boqueirão” e ainda “Povoação de Santo 
Antônio de Quixeramobim”. (LEMOS, 2013, p. 130). 
Na segunda metade do século XIX, o território da cidade de Quixeramobim havia 
diminuído, devido ao desmembramento de Canindé, em 1846, e Maria Pereira (Mombaça), em 
1851. A sede possuía, até então, apenas algumas ruas, cujas denominações estavam 
relacionadas a elementos da natureza e localização de igrejas. (Idem. 2013, p. 134.). 
 
Em 1856, a Vila de Campo Maior foi elevada à cidade e passou a usar oficialmente o 
topônimo Quixeramobim. No entanto, mesmo quando Vila, em alguns ofícios as 
autoridades não usavam o nome determinado por Portugal, Vila de Campo Maior, e 
sim Vila de Quixeramobim, o que indica resistência na aceitação deste nome imposto 
pela legislação portuguesa, que obrigava as vilas criadas no Brasil a receber nomes de 
localidades existentes em Portugal. (LEMOS, M. 2013, p. 135 
30 
 
Figura 05 - Quixeramobim Atual 
 
 
Fonte: 
https://ipgc.com.br/post_publicacao/desenvolvendo-cidades-inteligentes-quixeramobim-ce-sera-a-primeira-
prefeitura-do-brasil-abastecida-por-energia-solar/ 
 
2.2 BAIRROS HABITACIONAIS NO CONTEXTO DE UM PAÍS EM 
DESENVOLVIMENTO 
 
2.2.1 A teorização dos bairros 
Jacobs (2014), aborda em sua obra “morte e vida das grandes cidades”, assuntos sobre 
o planejamento urbano das cidades, do qual, destacamos diante dessa perspectiva, a forma em 
que se busca mecanizar a expansão urbana e a tentativa de organizar as cidades, da mesma 
forma padronizada que uma indústria. O pensamento do urbanismo moderno, buscava pela 
setorização da cidade em áreas para determinadas atividades predominantes em seu uso do solo, 
classificadas em: residencial, comercial, industrial, entre outras. Buscando a idealização por 
uma setorização que contribuísse para a organização da cidade, refletindo na forma tipológica 
de bairro. 
Jacobs (2014), ainda argumenta de maneira crítica a setorização urbana com a lógica de 
que esta, acaba se transformando em um formador de problemas e segregação socioespacial, e 
https://ipgc.com.br/post_publicacao/desenvolvendo-cidades-inteligentes-quixeramobim-ce-sera-a-primeira-prefeitura-do-brasil-abastecida-por-energia-solar/
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31 
 
como estes, influenciam diretamente sobre o funcionamento das cidades na prática. Estes 
problemas urbanos, como acessibilidades, transporte público e instalação de infraestruturas, 
ainda são de destaque na questão urbana brasileira socioespacial. 
Segundo Teixeira e Machado, (1986, p. 66) um bairro se define ou se individualiza por 
três elementos: paisagem urbana, conteúdo social e função. Sendo a paisagem urbana 
representada através tipo, estilo e idade das construções, bem como no desenho e topografia de 
suas quadras e ruas, de uma maneira geral, são as características geográficas da área, naturais 
ou não. O conteúdo social, é o representativo do modo e padrão de vida dos seus moradores, 
expresso através das crenças, culturas e costumes. A função é referente ao papel que o bairro 
desempenha dentro da malha urbana, podendo essa ser: residencial, comercial ou 
administrativo. 
 
Uma cidade é um conjunto de bairros, cada um com sua fisionomia própria, resultante 
de sua função, de seus habitantes e de sua idade. Todos esses bairros, mais ou menos 
integrados entre si, formam a cidade. Um bairro urbano tem uma feição que só a ele 
pertencente, uma vida particular, uma alma. (TEXEIRA; MACHADO, 1986, p.67). 
 
Ainda segundo Teixeira e Machado (1986) o reconhecimento de um bairro e o seus 
limites, está diretamente ligado ao sentimento de percepção da população, sendo que esta, se 
modifica ao longo do tempo. De acordo com a sua evolução, os bairros vão se expandindo em 
espaço e população, tornando-se mais complexos, tendenciados a uma subdivisão através da 
origem de sub-unidades ou sub-bairros. Fato é, que o ao longo deste processo, a percepção dos 
moradores passa por estágio de indefinição, no que diz respeito ao novo bairro e seus limites, 
enquanto isso, outros bairros vão surgindo e se firmando dentro de seus limites em pouco 
tempo. 
Devido a isso, entende-se porque os órgãos encarregados de elaborarem plantas de 
cidade e delimitação de bairros, utilizam na produção de seus trabalhos, fontes de informações 
relacionadas ao reconhecimento da população. (TEIXARA; MACHADO, 1986, p. 67). 
Segundo o Estatuto da Cidade (2001), no que diz respeito a execução das políticas 
urbanas, institui na produção do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, a gestão 
democrática, onde este, deve ser participativo, sendo a participação da popular, fundamental no 
seu processo de formulação. 
O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, de Quixeramobim (2000), não apresenta 
uma definição para bairro, entretanto, trata as diferentes áreas povoadas por unidades de 
vizinhança, definidas como: 
 
32 
 
Unidade física de planejamento para subdividir a zona urbana em núcleos de até 
12.000 habitantes, com um raio de caminhabilidade médio de 600,00 m (seiscentos 
metros), onde o foco central de cada uma delas também denominado Centro Focal de 
Vizinhança, agrega funções cívicas, comerciais, sociais, de lazer e estação de 
transporte público, conectada as demais por um sistema de transporte coletivo, 
promovendo a descentralização do trabalho e reduzindo os custos de transportes para 
seus habitantes. (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, de Quixeramobim. 2000, 
p, 41). 
 
O PDDU de Quixeramobim (2000), refere-se ao termo bairro, no seu plano de 
estruturação urbana, em seu parágrafo três, inciso dois, no que diz respeito as diretrizes básicas, 
quanto a habitação e o desenvolvimento das comunidades, no qual destaca-se: “estabelecer que 
o centro do bairro será o ponto focal da convergência da comunidade e o elemento de conexão 
com o circuito de transporte e acessibilidade”. (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, de 
Quixeramobim. 2000, p, 17). 
 
2.2.2 Degeneração Urbana de Conjuntos Habitacionais, e o fenômeno de Segregação 
 
A degeneração urbana de conjuntos habitacionais, segundo Jacobs (2014), é resultado 
da falta de planejamento no processo de desenvolvimento destes, uma vez que, ao analisar os 
diversos tipos já construídos observa-se que independente do porte social deste, os conjuntos 
habitacionais, não conseguem atender as perspectivas do ideário urbanístico. Denotados pela 
crítica ao comparar os conjuntos habitacionais das diversificadas rendas: baixa, média e alta. 
Jacobs (2014), ainda desta que a ausência de planejamento nos conjuntos habitacionais, 
recai diretamente no resultado de suas implantações, como por exemplo: os de baixa renda se 
tornaram núcleos de delinquência, vandalismo e desesperança social generalizada, piores do 
que os cortiços; os conjuntos habitacionais de renda média, são reflexos de uma representação 
padrão e monótona, o que de certa forma os fecham a qualquer tipo de exuberância ou 
vivacidade da vida urbana, de certa forma, se auto segrega; os conjuntos habitacionais de luxo 
representam uma busca pela exclusividade,mas são barrados pela falta de conteúdo, dos quais 
são representados pela subjetividade forçada. 
 
A necessidade de construir habitações em grandes quantidades está diretamente 
relacionada com o processo de urbanização das cidades e consequente crescimento 
populacional. Em muitos países os processos de urbanização e industrialização se 
misturam. A produção de conjuntos habitacionais foi uma das soluções fornecidas 
pelo poder público, como também, por empreendedores privados, tanto no Brasil 
como na Europa para suprir a demanda habitacional. (BARON, 2011, p. 103.) 
 
Segundo Baron (2011), proporcionar Habitação para a população urbana não significa 
somente possibilitar o acesso a unidades habitacionais, entendidas simplesmente como abrigos. 
33 
 
O conceito de conjuntos habitacionais representados por “unidade + infraestrutura urbana + 
serviços urbanos” sempre estiveram presentes nas discussões sobre a produção habitacional, 
embora, nem sempre foram efetivadas. 
 
A Habitação constitui um conjunto de elementos além da unidade propriamente dita, 
supondo a existência de infraestrutura urbana (redes de água e esgoto, iluminação 
pública, drenagem pluvial, pavimentação, redes de informação, etc.) e serviços 
urbanos (transporte, saúde, educação, coleta de lixo, lazer, cultura, etc.). (BARON, 
2011, p. 106). 
 
As críticas sobre a ausência de planejamento urbano, antes das medidas de urbanização 
são reforçadas por Carrilho (2014), no qual, o mesmo argumenta que o processo de urbanização, 
a cada ano que se passa ganha novas perspectivas, através da ação popular, o que acaba 
prendendo e direcionando esse processo. 
Segundo Carrilho (2014), por volta do século passado, apenas 18% da população vivia 
em cidades, entretanto 50 anos depois já eram 40%, com prognóstico que por volta de 2030 
esse valor ultrapasse 60%. Esses números representam o crescimento em constância do 
processo de urbanização das cidades. Para Jacobs (2014), a urbanização desencadeada 
provocou um colapso no planejamento urbano já limitado, sendo que esse, jamais conseguira 
voltar a acompanhar ou atender a sua demanda. 
Os conjuntos habitacionais, são representados por sua particularidade, embora siga a 
mesma perspectiva dinâmica da cidade, no que diz respeito a sua constante mudança. 
Entretanto, a sua dinâmica segundo Jacobs (2014) está diretamente ligada as pessoas que o 
habitam. Sendo exemplificado por questões e sensações particulares. 
Então, como os Conjuntos Habitacionais, sofrem degeneração urbana, e se tornam 
vítimas da segregação socioespacial? 
 
O comprometimento ambiental e urbano dos grandes conjuntos habitacionais 
periféricos se dá a partir de três situações distintas que se somam e se sobrepõem. Em 
primeiro lugar pela sua condição periférica em relação ao espaço urbano tomado como 
um todo. Dessa situação decorrem as dificuldades com a mobilidade urbana em 
função do distanciamento das centralidades urbanas onde se concentram o comércio, 
os serviços públicos e os equipamentos comunitários. Além disso, a constituição dos 
espaços urbanos das grandes metrópoles brasileiras se dá de forma que, na medida em 
que se vai afastando dos centros (do centro principal e das centralidades locais) em 
direção às franjas, gradativamente vão ficando cada vez mais precárias as condições 
da infraestrutura urbana, entendida como o conjunto de sistema viário, redes de água 
e esgoto, sistemas de drenagem urbana e demais redes urbanas. Desta forma, os 
conjuntos habitacionais que se situam no limite do espaço urbano convivem, muitas 
vezes, com o grau máximo de precariedade de infraestrutura urbana que existe. 
(PRADO, 2012, p.02) 
 
Segundo Prado (2012), a escolha da área para a implantação dos conjuntos 
habitacionais, muitas vezes são afastados dos núcleos urbanos da cidade, e quase sempre, 
34 
 
próximo a áreas não urbanizadas, o que de formas distintas contribui para o seu 
comprometimento ambiental. Dos quais esse espaço não-urbano, pode ser cortado por alguma 
fluente de rio, ter área verde, ter algum riacho que receba esgotos, e este não tenha tratamento 
adequado. 
Conforme Jacobs (2014), a reflexão acerca sobre os conjuntos habitacionais, são 
pautadas sobe aquilo que eles podem oferecer aos moradores, uma vez que a preocupação gira 
em torno único e exclusivamente das habitações sócias, entretanto, a garantia de uma moradia 
boa, não é a garantia de bom comportamento. A ausência de mobiliários urbanos nos conjuntos 
habitacionais, principalmente nos de baixa renda, são pilares para fatores como violência e 
delinquência, embora, não sejam fatores únicos. 
 
A condição de precariedade urbana e ambiental de muitos desses conjuntos 
habitacionais é clara e agrava-se por estarem somadas circunstâncias originadas por 
sua condição periférica em relação à cidade, por sua proximidade com um território 
muitas vezes ambientalmente degradado e por sua própria condição de conjunto 
habitacional. Mas essa condição de precariedade, como descrita até aqui, diz respeito 
mais aos lugares do que às populações. Pode-se dizer que alguns conjuntos 
habitacionais são precários, mas não o são as pessoas que ali moram. A categoria 
analítica de “precariedade urbana e ambiental” é bastante utilizada na área de 
arquitetura e urbanismo, como instrumento para balizar ações de intervenção no 
espaço, mas não consegue aprofundar o olhar sobre as populações que vivem nesses 
lugares “precários”. Para esse campo, o olhar sobre o ambiente construído é o foco 
principal de interesse e, assim, um estudo mais aprofundado sobre os grupos sociais 
que ali constituem seu espaço de reprodução é deixado de lado”. (PRADO, 2012, 
p.03). 
 
Sobe a perspectiva de Gehl (2010), cabe a cidade intervir no sentido de evitar esse 
cenário de degeneração urbana dos conjuntos habitacionais, uma vez que a cidade viva, muito 
diferentemente do que se idealizam os urbanistas modernos, é um objeto dinâmico, entretanto, 
não se delimita apenas a uma causa. O uso do espaço público é o seu cartão de entrada, para 
um conceito composto daquilo em que a mesma se propõe. Em uma cidade viva, necessita de 
uma grande densidade construída, além de um grande número de moradias e posteriormente. 
De acordo com Gehl (2010), podemos compreender a cidade viva como um organismo 
dinâmico, a mesma necessita está constante adequação e evolução para atender a sua população. 
Com o crescimento populacional, outros fatores, também elevam-se sendo por exemplo, as 
necessidades por: serviços de saúde, empregos, moradias, opções de lazer, dentre outros. O 
que a torna viva, é fato da sua constante busca, por evoluir para atender a sua população, tendo 
em vista, que o crescimento dessa, é objetivo constante. 
35 
 
A segregação socioespacial está situada como questão de destaque e ganha relevância 
enquanto problema à medida que o poder público implanta políticas que produzem e 
reproduzem a pobreza, a desigualdade e a exclusão social. (RAUBER, 2009, s/p). 
 
As desigualdades sociais se materializam na paisagem urbana. Quanto maiores as 
disparidades entre os diferentes grupos sociais, maiores as desigualdades de moradia, 
de acesso aos serviços públicos e de qualidade de vida, e portanto, maior é a 
segregação espacial. No entanto, mesmo num bairro de população pobre, essa 
qualidade de vida pode ser melhorada, caso os serviços públicos de educação, saúde, 
transporte coletivo, entre outros, passem a funcionar de forma adequada. Essas 
mudanças positivas têm maiores chances de se concretizarem quando a comunidade 
se organiza para melhorar o seu cotidiano e reivindicar os seus direitos, ou ainda 
quando o poder público oferece uma educação de qualidade de cunho crítico e 
libertador. Quando isso não acontece, as desigualdades e a exclusão socioespacial 
tendem a se manter, e muitas vezes a aumentar. (Idem. 2009, s/p). 
 
A segregação socioespacial está situadacomo questão de destaque e ganha relevância 
enquanto problema à medida que o poder público implanta políticas que produzem e 
reproduzem a pobreza, a desigualdade e a exclusão social. (RAUBER, 2009, s/p). 
Para Rauber (2009), as desigualdades sociais se materializam na paisagem urbana, 
sendo resultantes da discrepância econômica entre as mais variadas classe sociais da cidade, 
das quais são relativamente proporcionais as desigualdades das moradias, da infraestrutura, bem 
como o bem-estar social. 
Falamos aqui, de um fenômeno resultante de fatores socioeconômicos, dos quais, a sua 
existência infere diretamente sobre a qualidade de vida das pessoas, bem como a valorização 
do espaço público. Diante da crítica de Jacobs (2011), compreendemos como fundamental para 
o rompimento do processo de segregação socioespacial, a recuperação da arquitetura do 
cotidiano. 
A busca pelo ideal de um conjunto habitacional, seguiria os conceitos idealizados por 
Jacobs (2011), sendo: o exercício de função do bairro no complexo organismo que é a cidade, 
a segurança nas suas ruas, a sua integração de funções na cidade e os usos das áreas públicas 
(parques e praças). 
 
2.3 O BAIRRO LUIZ ALMEIDA, EM QUIXERAMOBIM-CE 
 
2.3.1 Origem 
 
O processo de origem do Bairro Luiz Almeida em Quixeramobim-CE, popularmente 
conhecido como Conjunto Esperança, se deu por intermédio da benfeitoria de um empresário 
36 
 
da cidade de Quixeramobim, o Sr. Luiz Prata Girão. Este, sensibilizado com os frequentes 
pedidos para a doação de terrenos para a construção de moradia, por parte de habitantes de 
Quixeramobim, que não detinham condições financeiras para adquirirem lotes. (informação 
verbal) 2 
De acordo com os moradores mais antigos, por volta do ano de 1988, a área hoje 
ocupada pelo bairro, fazia parte da denominada Fazenda Betânia, e se desvinculou desta, por 
intermédio da doação, no qual Luiz Prata Girão, nomeou o Sr. Argemiro da Silva Coutinho 
(conhecido popularmente como Coutinho - topografo informal) e sua esposa, Maria Ildjan 
Bezerra de Sousa (conhecida popularmente como Índia), como encarregados por lotear e 
distribuir a área. Ambos já haviam inclusive sidos responsáveis pelo loteamento que deu origem 
a outros bairros, como por exemplo a Cohab, loteada por meados de 1982, outra área 
proveniente de doação do empresário. 
No início de 1989, foram iniciados os trabalhos que deram origem ao que se constitui 
hoje ao bairro Luiz Almeida, nisso se inseria por parte dos encarregados (Coutinho e Índia), o 
dimensionamento das quadras, bem como das ruas, e seus traçados. Inicialmente foram traçadas 
as oito primeiras ruas do bairro no sentindo nascente-poente, sendo as ruas em sentido paralelos, 
oriundas a partir do distanciamento entre as quadras. 
A conquista do tão sonhado local para construção de moradia, se dava por intermédio 
de pedido direto ao Sr. Luiz Prata Girão, ou por solicitação indireta aos encarregados Coutinho 
e Índia, estes que passaram a ser um dos fundadores do bairro, sendo responsáveis 
principalmente pela subdivisão dos lotes e quadras. A única restrição a aquisição destes, era a 
construção imediata dentro do lote, sendo que, se não fosse possível a construção da residência 
completa, fosse construído pelo menos um ambiente ou parte desta. 
Vale destacar, que quando se iniciou o traçado das ruas e quadras, já constava na área, 
a primeira edificação da área que hoje compreende o bairro, como também a primeira moradora, 
sendo a proprietária a senhora Francisca Peronca (popularmente, chica das broas), residência 
essa, ocupada até os dias atuais, além da fábrica e galpões do grupo Betânia Laticínios. 
Os primeiros três moradores do bairro, foram respectivamente a Sra. Francisca Peronca, 
o Sr. José Liberato e Sra. Antônia Raimunda. Sendo que, Coutinho e Índia, após realizarem o 
parcelamento do solo, acabaram ficando no bairro, e sendo um dos principais gestores e 
 
2 Informação Fornecida pela senhora Maria Ildjan, líder comunitária durante o processo de formação do bairro 
Luiz Almeida; foi responsável pelo auxilio na realização do loteamento, bem como uma das primeiras moradoras. 
Quixeramobim-CE, 08/03/2020. 
37 
 
responsáveis pelo surgimento, reconhecimento e desenvolvimento do bairro. (informação 
verbal) 3 
Data-se segundo fontes populares, que o bairro foi inaugurado informalmente no dia 31 
de agosto de 1990, data em que a primeira etapa de loteamento foi concluída e iniciada a 
ocupação por intermédio das pessoas. Entretanto oficialmente o bairro passou a compor de 
maneira formal o mapa do município no ano de 1991, segundo a Lei de nº 1.502, de 20 de 
agosto de 1991. Além do reconhecimento formal das suas primeiras três ruas: José Adolfo 
Nogueira, João Crisostomo de Assis (atualmente, Rua Francisco de Assis Crisostomo) e 
Liberato José de Freitas (Paço Municipal de Quixeramobim, 1991, Lei de nº 1.502, de 20 de 
agosto de 1991). 
Vale ressaltar que segundo o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural e Sustentável 
Sertão Central (PTDRS-2010), que 84,6% dos municípios em 1991, apresentam uma proporção 
de pobres acima de 80%, dentre eles: Ibaretama, Ibicuitinga, Choró, Quixeramobim, Banabuiú, 
Mombaça, Pedra Branca, Piquet Carneiro, Deputado Irapuan Pinheiro, Milhã e Solonópole. 
No ato de doação das áreas pertencente a sua fazenda, , a intenção por parte de Luiz 
Girão, era impulsionar o processo de desenvolvimento urbano do município de Quixeramobim-
CE, vale destacar que nessa época, sua indústria de laticínios, já funcionava e tinha sede na área 
que corresponde o bairro. Entretanto, com os problemas econômicos já enfrentados naquela 
época, muitas pessoas não detinham poder financeiro para a construção de suas casas. 
O rápido crescimento desta área se deu por intermédio de um projeto de cem casas, 
conseguidos através da então primeira dama Sra. Aldenora Machado, esse projeto era destinado 
para a construção de um conjunto habitacional, sendo essa verba conseguida, por intermédio de 
uma pareceria de Aldenora Machado com a então Ministra de Ação Social do Governo Collor, 
a Sra. Margarida Procópio. 
Inicialmente, a proposta seria para a construção de cem casas, entretanto, além disso, o 
programa conseguiu auxiliar a conclusão de casa que foram iniciadas, mas não haviam sido 
concluídas, e mesmo assim eram habitadas. Dentre as quais haviam ausência de portas, janelas, 
revestimentos de piso, coberta, entre outros. Cada morador contemplado por este programa, 
recebia além do auxílio para a construção da casa, e um kit para captação e tratamento de águas 
pluviais. 
 
3 Informação Fornecida pela senhora Antônia Raimunda Gustavo da Silva, a terceira moradora do bairro Luiz 
Almeida; Quixeramobim, 08/03/2020. 
 
38 
 
O programa das cem casas, colaborou com o aumento das habitações no bairro, 
consequentemente aumento o número de moradores, bem como com o desenvolvimento do 
bairro, no que diz respeito a conquista de marcos significantes como por exemplo a instalação 
de rede, elétrica e hidráulica, além da contribuição no seu processo de avanço ao que tange a 
ocupação, infraestrutura, mobilidade e equipamentos urbanos. Além deste, outro programa 
habitacional também foi de grande relevância para a ocupação do bairro, sendo denominado 
por PROUP, que concedeu a formação de um subconjunto, o mutirão, denominado por Luiz 
Prata Girão, entretanto que está dentro da área do bairro Luiz Almeida, sendo este outro ponto 
importante para o desenvolvimento do bairro. 
De uma maneira geral o processo de origem do bairro Luiz Almeida, em 
Quixeramobim-CE, se deu de forma compassada, sendo percebido de uma maneira geral uma 
divergência de contextos, por um lado temos a perspectiva de humanidade acerca da doação de 
terras para que pessoas necessitadas pudessem construir suas habitações, como também, essa 
ação foi em prol do desenvolvimento urbano do município, por parte

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