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Logística Empresarial
Histórico, evolução e 
desenvolvimento
 
Rio de Janeiro
UVA
2017
Audemir Leuzinger de Queiroz
Logística Empresarial
Histórico, evolução e 
desenvolvimento
 
Rio de Janeiro
UVA
2017
Copyright © UVA 2017
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer 
meio sem a prévia autorização desta instituição.
Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico 
da Língua Portuguesa.
ISBN: 978-85-69287-42-1
Autoria do Conteúdo
Audemir Leuzinger de Queiroz
Projeto Gráfico
UVA
Diagramação
Cristina Lima
Revisão
Luiz Werneck Maia
Janaína Senna
Lydianna Lima
Ficha Catalográfica elaborada pelo Sistema de Bibliotecas da UVA.
Biblioteca Maria Anunciação Almeida de Carvalho.
Q3 Queiroz, Audemir Leuzinger de 
 
 Logística empresarial: histórico, evolução e 
 desenvolvimento [livro eletrônico] / Audemir Leuzinger 
 de Queiroz. – Rio de Janeiro : UVA, 2017. 
 
 1,7 MB. 
 
 ISBN 978-85-69287-42-1
 Disponível também impresso. 
 
 1. Logística empresarial. 2. Administração de 
 empresas. 3. Logística. I. Universidade Veiga de Almeida. 
 II. Título. 
 
 CDD – 658.78
SUMÁRIO
Apresentação...............................................................................................................7
Sobre o autor................................................................................................................8
Capítulo 1 - Histórico, evolução e desenvolvimento.......9
Evolução e desenvolvimento da logística...........................................16
Fundamentos da logística..........................................................................27
O papel da tecnologia da informação..................................................39
Referências......................................................................................................45
Capítulo 2 - Compreendendo a logística empresarial......47
Projeto de rede de uma cadeia de suprimentos......................49
Configuração de uma cadeia de suprimentos..................................58
Coordenação de uma cadeia de suprimentos..................................75
Referências......................................................................................................88
Capítulo 3 – Integração de marketing e logística..........91
Papel de logística e marketing - Níveis de serviços...........................93
Canais de distribuição.................................................................................102
Embalagem de marketing e logística...................................................113
Referências....................................................................................................124
Capítulo 4 - Organização e controle das operações 
logísticas....................................................................... 127
Organização das operações logísticas.................................................130
Fatores de custos das operações logísticas........................................140
Indicadores de desempenho em logística.........................................150
Referências....................................................................................................162
Considerações finais.....................................................165 
7
APRESENTAÇÃO
Este livro trata, conforme aponta o título, de Logística Empresarial e 
analisa seu histórico, evolução e desenvolvimento, trazendo um con-
junto de conhecimentos essenciais para profissionais e estudantes de 
logística e de áreas correlacionadas. O objetivo da logística é disponibi-
lizar produtos e serviços onde são necessários e no momento em que 
são desejados, com o melhor nível de atendimento e o menor custo 
possível.
Aqui, vamos apresentar um panorama das questões relacionadas à lo-
gística empresarial dentro de uma perspectiva contemporânea, que tra-
ta da desverticalização das tradicionais estruturas industriais e da im-
portância crescente da integração dos ciclos de atividades e atividades 
logísticas via tecnologia da informação, utilizando a visão de proces-
sos, com a integração em tempo real, sincronizada, com compartilha-
mento de todas as informações, disponíveis para todos os envolvidos, 
quebrando as barreiras de tempo e espaço geográfico. 
Esses conhecimentos, certamente, proporcionarão subsídios aos estu-
dantes, profissionais atuais e futuros, para a construção de soluções 
adequadas para a transformação das realidades como se apresentam. 
Entendemos que não é uma mera evolução da logística empresarial, 
pois envolve a coordenação dos fluxos físicos e digitais ao longo de 
toda a cadeia de suprimentos.
Desejamos que você aproveite ao máximo esta experiência, e que a 
leitura desta obra promova uma oportunidade de reflexão sobre os 
conteúdos abordados, contribuindo efetivamente para o seu enrique-
cimento acadêmico e profissional.
......................................................................................................................................................................................................................
8
SOBRE O AUTOR
Audemir Leuzinger de Queiroz é graduado em Ciências Econômicas 
pela Universidade Federal da Bahia – UFBA, pós-graduado em Enge-
nharia Econômica pela Pontifícia Universidade Católica – PUC-PE e em 
Ciências Contábeis pela Fundação Getúlio Vargas – FGV-RJ. É mestre 
em Logística pela PUC-RJ, além de possuir cursos de extensão univer-
sitária em Planejamento Estratégico, Marketing e Finanças, também 
pela PUC-RJ, onde criou e foi coordenador do curso de pós-graduação 
em Logística Empresarial. Foi coordenador nacional dos cursos de pós-
-graduação na área de Gestão da Universidade Estácio de Sá – Unesa 
e criador e coordenador geral do curso de Graduação Tecnológica em 
Logística. Atualmente é coordenador dos cursos de MBA em Adminis-
tração Estratégica e em Gerência de Operações, Produtos e Serviços.
Exerceu cargos de supervisão, gerência e direção no Grupo Souza Cruz 
e em empresas coligadas em várias partes do país ao longo de vários 
anos. Foi diretor executivo da Ediouro Publicações S.A. 
Para mais informações, acesse o currículo Lattes do autor, disponível 
em: <http://lattes.cnpq.br/8665913435065636>. 
9Evolução e desenvolvimento da logística
......................................................................................................................................................................................................................
CAPÍTULO 1 
HISTÓRICO, EVOLUÇÃO E 
DESENVOLVIMENTO
A década de 1990 foi marcada pela busca por maior com-
petitividade, desenvolvimento tecnológico, oferta de pro-
dutos e serviços adequados às expectativas dos clientes, 
bem como por maior desenvolvimento e motivação dos 
recursos humanos, identificando a logística como frontei-
ra empresarial capaz de possibilitar a exploração de novas 
vantagens competitivas.
Internacionalmente falando, a logística tem alcançado 
grande crescimento nos últimos anos, tanto no Brasil 
como no exterior. Todos os países estão tendo que apren-
der a lidar com a logística devido à total abertura do mer-
cado internacional. A globalização provocou a formação 
de blocos como a Alca e a União Europeia, impondo esse 
desafio às nações.
Seja para atenderem eficientemente ao mercado interno 
ou para serem capazes de competir no mercado interna-
cional, as empresas têm buscado o desenvolvimento de 
suas áreas de logística. Diz-se, inclusive, que a competição 
entre as empresas terá lugar, a partir de agora, na logística 
de seus negócios. E os desafios vão aumentar no futuro. O 
desenvolvimento da tecnologia da informação trouxeuma 
Histórico, evolução e desenvolvimento10
......................................................................................................................................................................................................................
mudança de paradigma para a logística. Isso significou 
considerá-la como um sistema dinâmico e integrado em 
tempo real, englobando todas as atividades logísticas que 
compõem o fluxo de produtos, desde o ponto de aquisição 
dos materiais até o ponto de consumo final, assim como 
os fluxos de informação que dão visibilidade aos produtos 
em movimento. Surgiu, então, o conceito de Supply Chain 
Management – SCM.
O campo da logística evoluiu de um tratamento mais res-
trito, voltado para a distribuição física de materiais e de 
bens, para um escopo mais abrangente, em que se consi-
dera a cadeia de suprimentos como um todo e as ativida-
des de compras, administração de materiais e distribuição 
em conjunto. Assim, não se limita a uma única função, 
mas representa, de fato, uma área de integração dessas 
distintas funções do passado, exigindo profissionais bem 
preparados.
O novo ambiente competitivo e a possibilidade de evolu-
ção do país trazem notáveis oportunidades no mercado 
de trabalho para profissionais de logística. À medida que 
as empresas planejam a modificação de suas bases em-
presariais, elas passam a demandar o desenvolvimento e a 
implementação de estratégias logísticas baseadas nos no-
vos conceitos e, obviamente, a requerer profissionais com 
uma formação consistente capazes de implementá-las. A 
demanda crescente pelo novo perfil contrasta com a evi-
dente carência de oferta de profissionais.
A evolução da logística vem ocorrendo tanto no mundo 
empresarial quanto no acadêmico. Os currículos, no mun-
11
......................................................................................................................................................................................................................
do acadêmico, sofrem mudanças decorrentes da dinâmica 
do pensamento logístico, tanto quanto a prática logística, 
nas empresas, reflete e, ao mesmo tempo, alimenta o pen-
samento logístico no mundo acadêmico, em uma criativa 
interação. 
Assim, o mercado busca profissionais com competências 
de análise e de decisão em seu cotidiano de trabalho para 
dimensionar e desenvolver a organização e estruturar sis-
temas de estoque, armazenagem, transportes e tecnologia 
da informação aplicada, atuando de forma ética e respon-
sável em organizações dos setores industrial, comercial, 
de prestação de serviços, governamental e outros segmen-
tos, incluindo os voltados diretamente para o setor de lo-
gística.
Este livro, como explicaremos adiante, trata o tema de 
forma introdutória, mas essencial, para dar ao aluno uma 
visão abrangente. Neste primeiro capítulo, serão apresen-
tados os conceitos básicos e os fundamentos da logística. 
Visão geral
O objetivo da logística é disponibilizar produtos e servi-
ços onde são necessários e no momento em que são de-
sejados. Quando as pessoas vão a um shopping ou a uma 
loja, esperam encontrar os produtos que desejam. Quan-
do compram on-line, esperam que os produtos ou serviços 
sejam entregues no momento que desejam.
Podemos concluir que, dificilmente, qualquer atividade 
de produção ou comercial prescinda de logística. As prá-
Histórico, evolução e desenvolvimento12
......................................................................................................................................................................................................................
ticas logísticas tornaram-se desafiadoras nos ambientes 
comerciais e institucionais, seja no setor público, seja no 
privado. Como podemos ver, elas não são específicas des-
se último. A logística compreende os ciclos de atividades 
— suprimentos, produção e distribuição —, associados 
às atividades logísticas — informações, transportes, esto-
ques, armazenagem, canais de distribuição e embalagem 
—, compreendendo empresas públicas, privadas e do ter-
ceiro setor, nos ambientes nacionais e internacionais.
Na realidade, no âmbito das empresas e instituições, den-
tro de uma visão conjunta, é um desafio integrar ativida-
des com conhecimentos tão específicos e desenvolver um 
plano de atendimento aos clientes. Na maioria dos proje-
tos logísticos, as atividades transcendem o território das 
empresas e instituições, ultrapassando as fronteiras orga-
nizacionais, para incluir desde os fornecedores de mate-
riais e serviços, ampliando-se por meio da produção, até 
os clientes ou consumidores finais, estabelecendo o rela-
cionamento e integração na cadeia de suprimentos. É isso 
que faz a logística atual única, combinando integração in-
terna e externa em uma competência central da empresa.
A logística tem, portanto, essa responsabilidade de colo-
car à disposição matérias-primas e componentes, produ-
tos em processo e produtos acabados no local onde são 
necessários, ao menor custo possível, com o melhor nível 
de serviços. E, assim, a partir dos processos logísticos, os 
materiais fluem por meio dos fornecedores, dos sistemas 
de produção e da distribuição com a utilização dos canais 
de distribuição. Para termos uma ideia do mundo real, ve-
jamos a complexidade da logística da Ambev, que é extra-
ordinária!
13
......................................................................................................................................................................................................................
 
Fonte: Ambev.
A Ambev é sediada em São Paulo, mas com atuação em 
todo o Brasil e no continente. No total, opera em 19 países 
das Américas (Argentina, Brasil, Bolívia, Barbados, Cana-
dá, Chile, Colômbia, Cuba, El Salvador, Equador, Guatema-
la, Nicarágua, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uru-
guai, Dominica, Antigua e St. Vincent).
• Trinta e quatro cervejarias e maltarias no Brasil.
• Trinta e dois mil colaboradores no Brasil.
• Cem centros de distribuição direta e seis de exce-
lência no Brasil.
Histórico, evolução e desenvolvimento14
......................................................................................................................................................................................................................
O caminho da cerveja até o copo do consumidor brasilei-
ro, de fato, é extenso. Ele começa na lavoura, onde, atual-
mente, mais de 2,5 mil famílias, com o apoio da Ambev, 
dedicam-se ao cultivo da cevada no sul do país. A cerve-
jaria atua como uma espécie de incentivadora da cultu-
ra, fornecendo treinamento, sementes selecionadas e fer-
tilizantes para alguns agricultores de menor porte. Pelo 
menos 10 técnicos da companhia estão, literalmente, em 
campo para ajudar esses produtores.
Cada fábrica da Ambev conta com unidades capazes de 
envasar as bebidas que saem da linha de produção. Ao 
chegar às fábricas, todos os insumos são depositados em 
armazéns, que funcionam 24 horas em 90% dos casos. To-
das as fábricas contam com silos. Ao todo são 500 empi-
lhadeiras nas fábricas. 
Das fábricas, os produtos são distribuídos por meio de 
dois canais: os centros de distribuição direta – CDDs, to-
dos da Ambev (a exemplo do de Porto Alegre, Pelotas e 
Caxias), e as 165 revendas terceirizadas. São dois milhões 
de pontos de venda em 14 países, sendo um milhão so-
mente no Brasil.
O principal modal logístico é o transporte rodoviário. São 
3.100 caminhões. A frota é gerenciada com a utilização 
do software TMS (Transportation Management System). O 
pedido é processado no dia pelo vendedor por meio de um 
palm e repassado ao final do dia ao roteirizador, que, por 
meio de sistema integrado, informa o operador logístico, 
responsável pelo carregamento dos caminhões na madru-
gada, para que logo ao amanhecerestes saiam para a rota 
15
......................................................................................................................................................................................................................
a fim de fazer a entrega dos pedidos do dia anterior, com 
eficiência.
A Ambev conta com um roterizador que auxilia no melhor 
planejamento das entregas. O Tracking permite visualizar 
em tempo real o trajeto que está sendo feito pelos cami-
nhões. Uma central de monitoramento altera em tempo 
real as rotas a serem seguidas pelos caminhões, verifican-
do o melhor e mais eficiente trajeto e acompanhando o 
desempenho de cada veículo. Para gerenciar o serviço, a 
Ambev investe de forma contínua em tecnologia. As en-
tregas têm o suporte de softwares de gestão on-line (SAP, 
ERP, entre outros).
Histórico, evolução e desenvolvimento16
......................................................................................................................................................................................................................
EVOLUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA 
LOGÍSTICA
Os registros demonstram que logística teve origem na pa-
lavra grega logistikos e na latina logisticus, significando, 
em ambos os casos, “cálculo e raciocínio no sentido ma-
temático”.
Isso significa que ela existe desde os primórdios e que foi 
evoluindo ao longo do tempo, modificando nomes e deno-
minações diferentes, relacionando-se com suas principais 
atividades, como transportes, armazenagem, estoques e dis-
ponibilidade de produtos e materiais nos locais esperados. 
A palavra “logística” também teve origem militar, aplicada 
às suas atividades principais da época, como: transportes, 
abastecimento e alojamento de tropas, e assim por diante.
Em determinado período histórico, a evolução da logística 
ocorreu devido à sua utilização destacada como instru-
mento diferenciado nas guerras, ganhando elevada ampli-
tude. Até hoje é uma palavra sempre lembrada quando se 
trata das questões militares.
Os principais generais e comandantes do passado tive-
ram seus nomes ressaltados na história também devido 
às suas habilidades logísticas. Segundo Fernandez (2015), 
o grande destaque foi Alexandre, o Grande, da Macedônia, 
que enfatizou a estratégia com base na logística quando 
17Evolução e desenvolvimento da logística
......................................................................................................................................................................................................................
seu império alcançou diversos países e expandiu seu rei-
nado por quase toda a Ásia.
O império de Alexandre, o Grande, alcançou diversos 
países, incluindo Pérsia e Índia; nascido em 356 a.C., com 
16 anos já era general do exército macedônico e, aos 20 
anos, com a morte do seu pai, assumiu o império. Suas 
iniciativas bem-sucedidas não ocorreram por acaso, e po-
de-se dizer, resumidamente, que ele foi capaz de superar 
os exércitos inimigos e expandir seu império em função 
de alguns fatores, tais como: inclusão da logística no seu 
planejamento; conhecimentos dos exércitos inimigos, dos 
terrenos de batalha e dos períodos de intempéries; incor-
poração de novas tecnologias de armazenamento; e forma-
ção de alianças.
Gradativamente, a importância da logística começou a ser 
sentida, notadamente, durante as guerras; isso foi o que 
aconteceu durante a retirada de Napoleão Bonaparte da 
Rússia, quando o exército francês, reconhecidamente o 
mais eficiente da Europa, foi derrotado, exclusivamente, 
por falta de um apoio logístico, por não ter recebido o 
material de frente de batalha, de infraestrutura, no local 
certo e no tempo adequado.
As principais fases da evolução da logística 
Estamos iniciando com uma análise das várias fases pelas 
quais as atividades logísticas passaram, desde sua con-
cepção inicial até sua última fase, de integração total e 
sincronizada de todos os processos em tempo real, com 
compartilhamento de todas as informações, disponíveis 
Histórico, evolução e desenvolvimento18
......................................................................................................................................................................................................................
para todos os envolvidos, quebrando as barreiras de tem-
po e espaço geográfico, tão presentes nos dias atuais, com 
a introdução do SCM.
No passado, as atividades humanas e sociais eram de-
senvolvidas com o objetivo de garantir as necessidades 
de sobrevivência das populações locais. Os produtos de 
consumo, alimentos ou bens materiais, eram geralmente 
produzidos em lugares específicos e disponibilizados em 
quantidades suficientes somente em determinadas épocas 
do ano. Não havia uma ampla variedade de produção. De-
vido à ausência de uma logística integrada, as mercadorias 
precisavam ser consumidas nos pontos de coleta, ou en-
tão transportadas por meios próprios dos consumidores 
para locais onde pudessem ser armazenadas.
A partir do momento em que o homem passou a realizar a 
troca de excedentes da produção especializada, foram in-
troduzidas três das mais importantes funções logísticas: 
estoque, armazenagem e transporte. O excesso da produ-
ção gerada e não vendida transformava-se em estoque, o 
qual precisava ser armazenado e, mais tarde, transportado
até o local de consumo.
Um estudo feito por John Kent e Daniel Flint (apud FIGUEI-
REDO; ARKADER, 1998) analisa a evolução do pensamento 
logístico em cinco etapas principais, conforme apresenta-
do na figura a seguir e detalhado em seguida:
19Evolução e desenvolvimento da logística
......................................................................................................................................................................................................................
Era do campo ao mercado
O pensamento logístico teve sua introdução no início do 
século XX, em uma época em que prevalecia a economia 
agrária, de modo que as atividades logísticas desenvolvi-
das até então limitavam-se ao transporte e à distribuição 
física da produção agrícola.
Era da especialização – Sistemas desintegrados
Durante a Segunda Guerra Mundial, na produção bélica, no 
período pós-guerra, pôde-se verificar, como decorrência, 
a formação de grandes lacunas de demandas, sobretudo 
no mercado de automóveis, eletrodomésticos e bebidas. 
Preocupadas em atender a essas novas necessidades, as 
empresas promoveram um considerável aumento no nível 
de produção.
Histórico, evolução e desenvolvimento20
......................................................................................................................................................................................................................
Assim, surgiu um problema. Por um lado, a produção em 
grande quantidade deixou de ser problema, mas o pro-
cesso de transporte e de distribuição ainda se mostrava 
bastante precário e insuficiente para a nova realidade que 
se apresentava (BOWERSOX; CLOSS, 2001).
Uma vez que não havia ainda sofisticados sistemas de 
comunicação e informática disponíveis, as vendas eram 
feitas de forma manual. O vendedor analisava a disponi-
bilidade do produto solicitado no depósito, preenchendo 
em seguida uma nota de venda ou pedido, o qual era en-
caminhado, via papel, ao depósito. A partir de então, era 
programada a entrega do pedido na casa do cliente. Na 
busca pelas menores despesas, buscavam-se os fornece-
dores com base nos parâmetros de menores preços e me-
lhores condições de fornecimento. Os meios de comunica-
ção disponíveis eram baseados em telefonemas, envio de 
correios ou mesmo em visitas e entrevistas marcadas com 
os fornecedores. Como se pode verificar, somente o ato 
de se fazer o pedido consumia bastante tempo e custos. 
Além disso, grandesvolumes de estoques eram gerados 
ao longo de toda a cadeia logística, levando a um cresci-
mento ainda maior dos custos (NOVAES, 2014).
Ainda segundo Novaes (2014), os produtos eram transpor-
tados em lotes econômicos. Economias eram realizadas, 
recorrendo-se a modos de transportes mais econômicos, 
menores fretes, assim como melhor utilização da capaci-
dade de cada veículo. O nível de estoque era controlado de 
forma periódica por meio de práticas como a “quantidade 
econômica de pedido”. Por meio desta, os estoques tinham 
reposição de forma a minimizar o valor total gasto com 
custo de inventário e transporte e para elaborar o pedido. 
21Evolução e desenvolvimento da logística
......................................................................................................................................................................................................................
Se já havia uma preocupação com os custos logísticos, esta 
era ainda sob o enfoque puramente interno. Cada empresa 
buscava reduzir ao máximo seus custos, mesmo em detri-
mento de outros membros da cadeia de suprimentos.
Era da integração interna – Busca da eficiência
Tal fase é definida como “Era de Integração Interna” e 
caracteriza um período no qual o pensamento logístico 
começou a assumir uma abordagem sistêmica com abran-
gência interna. As atenções começaram a se voltar espe-
cialmente para a distribuição física, migrando para um 
enfoque mais amplo de funções, motivadas, sobretudo, 
pela economia industrial. Algumas atividades, como o ge-
renciamento de transporte, suprimentos, distribuição, ar-
mazenagem, controle de estoque e de manuseio de mate-
riais, já começaram a ser colocadas na prática nessa época 
(FIGUEIREDO; ARKADER, 1998).
Inclusive, já a década de 1960 foi bastante influenciada pela 
necessidade de especialização de cada tipo de produção 
a nível mundial. Cada produto era fabricado na área que 
melhor conciliasse as questões de baixo custo e localização 
geográfica, o que por sua vez conduziu ao aperfeiçoamento 
dos sistemas de distribuição. O excesso da produção gerado 
nas regiões especializadas pôde, desse modo, ser transpor-
tado de forma econômica para outras áreas produtivas e 
consumidoras. Da mesma forma, a ausência de mercadorias 
necessárias era contornada pelas importações.
Ainda na década de 1960, teve início a influência da in-
formática nos processos produtivos, com a introdução 
de cartões perfuradores e fitas magnéticas, que foram aos 
Histórico, evolução e desenvolvimento22
......................................................................................................................................................................................................................
poucos substituindo alguns procedimentos manuais. O 
emprego de computadores trouxe grandes progressos ao 
tratamento de problemas de sequenciamento da produção, 
localização otimizada de centros de distribuição, otimiza-
ção de estoques, entre outras atividades (NOVAES, 2014).
Era do foco no cliente – Busca por eficácia
Nessa fase, começou a se verificar certa inversão de valo-
res no contexto social. A sociedade não se mostrava mais 
satisfeita com a padronização de produtos, exigindo, por-
tanto, uma maior variedade de opções.
Dessa forma, aos poucos foram sendo verificadas mudan-
ças nos sistemas produtivos, que foram se tornando mais 
flexíveis, de forma a proporcionar maior leque de opções. 
No passo em que cresceram as variedades de cada produ-
to, aumentaram também as suas concentrações em esto-
ques. Maiores estoques, por sua vez, implicavam aumento 
nos custos de armazenagem. Diante de todas essas mu-
danças, os elementos-chave passaram a ser a otimização 
de atividades, assim como seu planejamento, na busca da 
racionalização integrada da cadeia de suprimentos.
A mesma década é definida, segundo o estudo proposto 
por John Kent e Daniel Flint (apud FIGUEIREDO; ARKADER, 
1998), como um período com foco no cliente. Período esse 
no qual a logística passou a assumir uma forte preocupa-
ção não só relacionada ao produto, mas também à quali-
dade de serviços prestados. As operações logísticas busca-
vam, dessa forma, conciliar baixo custo com melhora do 
nível de serviço. Nesse sentido, a logística voltou-se para 
questões de produtividade e custos de estoque.
23Evolução e desenvolvimento da logística
......................................................................................................................................................................................................................
Segundo Novaes (2014), outro fato característico desse pe-
ríodo foram as relativas melhoras verificadas nos fluxos 
logísticos, com a utilização intensiva da multimodalidade 
de transporte. Por meio do uso combinado de transporte 
aéreo, marítimo e terrestre, as empresas conseguiram ob-
ter redução de custos, assim como melhor aproveitamento 
de capacidade de transporte, com otimização dos custos.
Tal fase, na qual se desenvolveu o importante conceito de 
logística integrada, foi bastante influenciada pelo empre-
go de poderosas tecnologias de informação e sistemas de 
comunicações, que contribuíram para uma grande revolu-
ção na forma de se tratar as informações. A mudança no 
nível de integração foi favorecida pela adoção de sistemas 
integrados, que conduziu à flexibilização do processo de 
programação. As informações, que antes só apresentavam 
alguma funcionalidade no tratamento histórico, passaram 
a ser essenciais para atualização de dados em tempo real.
Grandes mudanças no sistema de controle de estoque fo-
ram propiciadas pela introdução do código de barras em 
supermercados. Tal tecnologia possibilitou o aumento do 
nível de integração em tempo real entre o setor de vendas 
com depósitos e centros de distribuições. A coleta de dados, 
assim como a troca de informações, antes realizadas de for-
ma manual, sujeitas a procedimentos demorados e muitas 
fontes de erro, passaram a ser realizadas de forma auto-
mática, com o emprego de tecnologias de captura de dados 
operantes em radiofrequência (BOWERSOX; CLOSS, 2001).
A interligação entre os elementos da cadeia já adquiriu, nes-
sa fase, certo grau de flexibilidade, possibilitando respon-
der de forma instantânea a eventuais mudanças externas.
Histórico, evolução e desenvolvimento24
......................................................................................................................................................................................................................
Era do SCM – Vantagem competitiva
Na última era, que se estende até os dias atuais, o pensa-
mento logístico assumiu uma visão mais estratégica no 
meio intra e interempresarial, abrangendo toda a cadeia 
de suprimentos.
Diante dos efeitos da globalização, em que a logística pas-
sou a ser vista como poderosa arma estratégica na con-
quista de novos mercados, desenvolveu-se o importante 
conceito de SCM. Conceito esse, que propiciou uma inte-
gração total entre todos os elementos da cadeia produtiva, 
levando-os a atuar de forma integrada, visando alcançar 
um objetivo comum, que gerasse benefícios a todos. Des-
sa forma, pretendia-se diminuir custos e desperdícios; re-
duzir estoques que se acumulavam ao longo dos vários 
elos da cadeia de suprimentos; melhorar a qualidade de 
serviços ao consumidor final e minimizar o ciclo de vida 
do pedido.
Enquanto nas fases anteriores da evolução logística po-
dia-se perceber um papel bem delimitado entre os vários 
elementos que compunham a cadeia logística, nessa fase, 
tal separação já não é mais tão nítida. 
Tal fase é denominada, segundo o estudo proposto por 
John Kent e Daniel Flint, como a “Era do Supply Chain”. 
Na medida em que a logística abandonou seu caráter ope-
racional, migrando para o nível estratégico, passou a ser 
denominada logísticaintegrada. Verificou-se, assim, uma 
maior preocupação do processo logístico como um todo, 
envolvendo maior controle de toda a cadeia produtiva en-
tre fornecedores, distribuidores e consumidores.
25Evolução e desenvolvimento da logística
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Segundo Novaes (2014), outros aspectos que ganharam 
maior relevância nessa nova fase são os seguintes:
Preocupação com os impactos logísticos no meio am-
biente, assim como com o tratamento atribuído à ques-
tão da logística reversa.
Em uma fase bastante marcada pelos efeitos da globali-
zação, que contribuíram para o aumento da circulação de 
mercadorias por meios terrestres, os congestionamentos 
de trânsito tornaram-se mais frequentes, elevando bastan-
te o nível de poluição atmosférica.
Diante do aumento do movimento da sociedade em de-
fesa do meio ambiente, começou-se a refletir mais sobre 
os agentes poluentes envolvidos em operações logísticas. 
Houve uma maior preocupação também com o descarte 
de alguns produtos finais, muitas vezes maléficos ao meio 
ambiente e à saúde, no processo produtivo. 
Descobriu-se que muito dessas matérias-primas, após se-
rem submetidas a uma série de tratamentos ou operações 
de reciclagem, poderiam ser reaproveitadas. Tentava-se 
reduzir, dessa forma, os desperdícios de materiais, o que 
por sua vez possibilitaria uma diminuição de custos.
Abertura das fronteiras organizacionais, seja por meio da 
formação de parcerias com fornecedores e clientes, seja 
pela prática da terceirização de uma série de atividades.
 
Dessa forma, cresceu de forma intensiva a circulação da 
informação por toda a cadeia produtiva, possibilitando o 
acesso mútuo de informações organizacionais e estraté-
gicas. Consequentemente, um maior grau de sincronismo 
26
......................................................................................................................................................................................................................
Histórico, evolução e desenvolvimento
foi verificado na cadeia de suprimentos, em toda a sua ex-
tensão. As diversas operações logísticas deixaram, assim, 
de atuar isoladamente, não sendo mais exclusivas de um 
setor específico. Pode-se perceber o grande grau de rele-
vância que foi atribuído aos canais de comunicação, assim 
como aos novos sistemas de informações, ao propiciar um 
fluxo de informações mais eficiente. A questões como in-
tegridade da informação e confiabilidade de transmissão, 
foi dedicada uma atenção especial.
Houve uma preocupação com a satisfação plena do consu-
midor, seja ele intermediário ou final, fato esse que, por 
sua vez, conduziu a uma progressiva melhora na presta-
ção de serviços em termos de eficiência, qualidade, redu-
ção de preços e otimização de tempo.
Diante da forte pressão por redução de estoque, os clien-
tes institucionais foram induzidos a realizar compras de 
forma mais frequente e em menores quantidades, exi-
gindo, portanto, o cumprimento de prazos menores de 
entrega, não sujeitos a eventuais erros ou atrasos e por 
meio de contratos. Já o consumidor final, com um estilo 
de vida bastante marcado pelas pressões do trabalho, con-
sidera mais relevantes questões de qualidade de serviço 
e atendimento, capazes de proporcionar maior conforto, 
confiança e cumprimento fiel de prazos. Tais exigências 
tornam-se mais críticas e, portanto, mais complexas de se-
rem gerenciadas e otimizadas perante o tempo com a prá-
tica progressiva do comércio eletrônico (FLEURY; WANKE, 
2003). Pode-se imaginar a verdadeira situação caótica que 
surgiu nas operações logísticas, na medida em que os pro-
dutos precisavam ser entregues diretamente na casa de 
uma infinidade de consumidores finais, em vez de em um 
único centro de distribuição.
27Fundamentos da logística
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FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
No contexto do desempenho geral das empresas, a lo-
gística existe para permitir que os produtos ofereçam as 
vantagens de posse, tempo e lugar desejados pelo menor 
custo total. Nesse sentido, os produtos têm pouco valor 
até que sejam posicionados no momento e no local cer-
tos para transferência de propriedade ou criação de valor 
agregado. Uma empresa não tem o que vender se não for 
capaz de atender de maneira consistente às exigências de 
prazo e lugar. 
Então, a logística deve ser posicionada nas empresas como 
uma das competências que contribuem para o processo 
de criação de valor para o cliente. A convicção de que um 
desempenho integrado produz melhores resultados está 
relacionada ao pleno conhecimento da missão da logística, 
competência logística, níveis de serviço e custos logísticos.
Missão da logística
A logística parece que nunca para. Sempre está ocorrendo 
em todo o mundo, operando 24 horas por dia, sete dias 
por semana, durante 52 semanas por ano. Praticamente 
nenhuma área de operações envolve essa complexidade 
ou abrange esse escopo geográfico. A missão da logística 
é tornar disponíveis produtos e serviços no local em que 
são desejados. Quando os consumidores vão ao varejo, es-
peram encontrar os produtos disponíveis recém-fabrica-
dos. Com esse exemplo, é difícil a realização de qualquer 
28
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Histórico, evolução e desenvolvimento
atividade de suprimentos, produção e distribuição sem o 
apoio logístico.
Podemos dizer que a logística existe para atender às ne-
cessidades dos clientes, com o menor custo possível.
 
Podemos dizer que a missão da logística está relacionada 
com a disponibilidade de matérias-primas, produtos em 
processo ou semiacabados, componentes e estoque de 
produtos acabados no local onde são requisitados, ao me-
nor custo possível. É por meio desse fluxo logístico que os 
materiais e produtos fluem pelos sistemas de produção e 
são distribuídos para os consumidores por meio dos ca-
nais de distribuição.
A satisfação dos clientes depende do nível que o serviço 
é ofertado, e a geração de lucros depende do custo total 
incorrido para ofertar esse serviço. Nesse sentido, dois pi-
lares sustentam a fundamentação da logística integrada: 
nível de serviço e custo total. A aplicação dos conceitos e 
das técnicas de logística integrada busca a solução ótima 
29Fundamentos da logística
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de um processo logístico, que é aquela que melhor atende 
à equação nível de serviço.
Considerando o que já foi exposto, constata-se que a mis-
são da logística é planejar e coordenar todas as atividades 
necessárias para alcançar níveis dos serviços esperados e 
ao custo mais baixo possível. Portanto, a logística deve ser 
vista como o vínculo relacionando o mercado e a ativida-
de operacional da empresa. As atividades da logística es-
tendem-se sobre toda a organização, do gerenciamento de 
matérias-primas até a entrega do produto final. Os princí-
pios de gerenciamento logístico levaram uns 70 anos ou 
mais para ser claramente definidos. Segundo Christopher 
(2014), o gerenciamento logístico, do ponto de vista de 
sistemas totais, é o meio pelo qual as necessidades dos 
clientes são satisfeitas por meio da coordenação dos flu-
xos de materiais e de informaçõesque vão do mercado até 
a empresa, suas operações e, posteriormente, para seus 
fornecedores. Para o autor, o gerenciamento logístico tem 
potencial para auxiliar a organização a alcançar tanto a 
vantagem em custo/produtividade como a vantagem em 
valor. Em síntese, as organizações que serão líderes de 
mercado no futuro serão aquelas que procurarão e atin-
girão os picos gêmeos da excelência: conseguirão tanto a 
liderança de custos como a liderança de serviços. Dessa 
forma, as empresas reconhecem que devem estar pron-
tas para enfrentar desafios logísticos, pois o impacto nas 
mudanças do conteúdo competitivo é muito grande, tra-
zendo, com isso, novas complexidades e problemas para a 
gerência. Em verdade, dos muitos problemas estratégicos 
que as organizações enfrentam, talvez o mais desafiante 
seja o da logística. 
30
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Histórico, evolução e desenvolvimento
Competência logística
Para aqueles que estão iniciando os seus estudos ou estão 
estudando e um dia vão trabalhar em logística, é muito 
importante que tenham um conhecimento pelo menos bá-
sico de como as atividades se encaixam no todo. Também 
é muito importante que os profissionais envolvidos nas 
atividades compreendam que a logística pode ser a base 
de construção de vantagens competitivas.
A competência logística está diretamente relacionada com 
o nível de capacidade da empresa de oferecer ao clien-
te uma qualidade de serviço superior com o menor custo 
possível.
A abrangência das atividades logísticas compreende des-
de o pedido dos clientes até a entrega dos produtos soli-
citados, incluindo os fornecedores de matérias-primas e 
componentes. Isso tem as seguintes características:
a) É impossível a supervisão direta de todas as ope-
rações logísticas diante da ampla dispersão geográ-
fica operacional.
b) A grande variedade de atividades logísticas exige 
o emprego de muitas tarefas especializadas.
c) Cada uma das operações pode ser estudada e tem 
potencial para que seja efetuada padronização, sim-
plificação ou, às vezes, eliminação.
31Fundamentos da logística
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Competência logística e competitividade
A demonstração da competência logística como diferen-
cial competitivo está relacionada com a avaliação do nível 
de capacidade de fornecer um produto ou serviço supe-
rior ao cliente ao menor custo possível. Isso quer dizer 
que, quando uma empresa decide por diferenças competi-
tivas com base nas operações logísticas, objetiva superar a 
concorrência também nas operações logísticas:
a) A empresa pode usar as competências para ele-
var o nível de desempenho logístico na entrega dos 
seus produtos, dando apoio a todas as necessidades 
da produção e distribuição.
b) Fornecer um nível mais elevado de serviço com o 
menor custo possível é a principal estratégia logísti-
ca de uma empresa. 
c) Os serviços disponibilizados por empresas com 
características de uma logística de vanguarda têm 
aspectos como: três fatores fundamentais de servi-
ço ao cliente: disponibilidade, desempenho e con-
fiabilidade.
d) As expectativas referentes à competência logísti-
ca são relacionadas diretamente ao posicionamento 
estratégico de cada empresa. O nível de importância 
que hoje é dado à logística, dentro da perspectiva 
estratégica, é ditado pela utilização proativa dessa 
competência com o objetivo de manter uma vanta-
gem competitiva.
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Histórico, evolução e desenvolvimento
Níveis de desenvolvimento de competências logísticas 
O Fritz Institute, sediado na cidade estadunidense de São 
Francisco, apresentou, em 1998, com base em suas pes-
quisas, que o desenvolvimento de competências é carac-
terizado em três níveis no mercado, assim descritos e pu-
blicados.
No nível de competência logística considerado no primeiro 
nível, de nível I, as empresas estão buscando desenvolver 
competências na execução de atividades como transporte, 
armazenagem, controle e administração de estoques. Ou-
tra característica é que as companhias ainda têm barreiras 
internas significativas em suas estruturas organizacionais 
para possibilitar uma integração na cadeia, e muitas des-
sas barreiras estão sendo reforçadas em vez de removidas. 
Para passar para uma categoria de nível II, as empresas 
precisam, principalmente, ultrapassar essas barreiras in-
ternas e combater seus inimigos reais. As companhias que 
se situam no nível I têm competências básicas em serviço, 
eficiência e flexibilidade, e o planejamento estratégico não 
abrange a cadeia.
Na competência logística de nível II, atividades globais 
estão sendo integradas, e os desempenhos, combinados 
desde a aquisição, produção, entrega e assistência técnica, 
de forma a possibilitar processos otimizados em escala 
global.
A logística é percebida como uma série de fluxos integra-
dos ao longo de toda cadeia de suprimentos, em que cada 
fluxo requer a análise do equilíbrio e um planejamento 
33Fundamentos da logística
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integrado entre os parceiros. As empresas parceiras no ca-
nal enfatizam o foco em competências centrais por meio 
da combinação do melhor em relação ao produto, posição 
geográfica e serviços compartilhados ou terceirizados no 
atendimento aos recursos de: transportes, armazenagem, 
instalações e equipamentos, tecnologia de informação e 
pessoal. O planejamento estratégico passa a ter um valor 
formal ao longo da cadeia. 
As empresas de nível II têm alcançado uma sofisticação 
intermediária, em que o custo tem reduzido, e o serviço e 
a flexibilidade têm ficado acima da média das indústrias, 
com uma melhora significativa em relação ao nível básico.
A competência logística de nível III representa a integra-
ção do canal com o mercado. Esse nível requer que empre-
sas liguem seus processos de Supply Chain – SC internos 
com fornecedores de toda a cadeia da matéria-prima até 
o consumidor final. O canal transforma-se, agora, em uma 
empresa integrada com: metas comuns, sistemas, estru-
tura organizacional, instalações e gerência compartilhada. 
O gerenciamento da SC passa a se dar de forma integral, 
como se esta fosse uma empresa virtual, e a competição 
não se dá mais entre empresas individualmente, mas en-
tre cadeias.
Somente um pequeno grupo de empresas consegue atingir 
o nível III, e não mais do que 5% conseguem atingir uma 
posição de classe mundial. Dentre estas, pode-se citar 
como empresas de classe mundial por meio da realização 
de melhores práticas com ênfase em um processo com 
nível superior: a Procter e Gamble, Walmart — no aspecto 
34
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Histórico, evolução e desenvolvimento
do controle de estoques para atender à demanda, a Intel, 
em relação à manufatura, a Dell e a Becton Dickinson, no 
que se refere à entrega, a Xerox e a HP, com os serviços 
de pós-venda, e a Federal Express, quanto ao comprometi-
mento com a entrega.
Avançar do nível I para uma competência de classe mun-
dial nãoé possível sem dominar as práticas dos processos 
de cada nível. A excelência é atingida por meio de um de-
senvolvimento comum do valor de serviço e mobilização 
na execução dos recursos em três dimensões: processos, 
sistemas e organização (FRITZ INSTITUTE, 1998).
A necessidade de se compreender a SCM como uma gestão 
baseada em processos de negócios, ativos fixos, capital 
intelectual, tecnologia da informação, iniciativas, práticas 
e sistemas — em seus eixos de abrangência — potencia-
liza os seus ganhos quando estiver focada em suas core 
competences por cada parceiro e estas fizerem parte da 
estratégia competitiva do canal, tornando-se efetivamente 
uma cadeia de suprimentos integrada.
Custo total x nível de serviços
Cada nível de serviço origina diferentes receitas e diferen-
tes custos, determinando os lucros. Se nenhum serviço é 
ofertado, incorre-se em baixos custos, mas não se criam 
as utilidades de tempo e de lugar e não se concretizam 
as vendas. À medida que o nível de serviço alcança o ní-
vel oferecido pelos concorrentes, aumentam-se os custos, 
mas criam-se as utilidades de tempo e de lugar e estimu-
lam-se as vendas (BALLOU, 2001).
35Fundamentos da logística
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Fonte: Bio, Robles e Faria (2003).
Para Ballou (2001), o custo total logístico é a soma dos 
custos de transporte, estoque e processamento do pedi-
do, sob a perspectiva da cadeia de suprimentos. Decisões 
tomadas com base no conceito de custo total logístico não 
conseguem enxergar os custos existentes fora da empresa. 
Esse tipo de análise torna-se um tanto quanto restritivo, 
por não conseguir gerenciar os custos gerados pelas ati-
vidades desempenhadas por uma cadeia de suprimentos. 
Pelo fato de estar restrita a aspectos internos da empresa, 
tal análise não permite uma visão estratégica dos custos.
Segundo Ballou (2001), uma administração eficaz e econo-
mias reais de custos serão obtidas analisando a logística 
como um sistema integrado e minimizando o custo total.
As categorias de custo logístico a serem analisadas, se-
gundo Lambert, Stock e Vantine (2000), são:
Custos de vendas perdidas: são associados aos níveis de 
serviço ao cliente. Normalmente de difícil mensuração, ser-
vem de parâmetro para determinação dos demais custos.
36
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Histórico, evolução e desenvolvimento
Custos de transporte: o transporte de mercadoria envolve 
não apenas os custos de frete, mas também os aspectos 
que sustentam essa atividade, como terceirização de ser-
viço, agentes, despesas alfandegárias, movimentação de 
materiais etc.
Custos de armazenagem: referentes à estocagem e variam 
de acordo com o nível de estoques em poder de um depósito.
Custos de processamento de pedidos: incluem os custos 
de transmissão de pedidos, entrada, processamento e mo-
vimentação, bem como os custos de comunicação interna 
e externa.
Custos de lotes: são relativos à produção interna ou à 
aquisição externa. Referem-se ao custo de preparação da 
produção (setup de máquinas, inspeção, refugo e inefici-
ências), movimentação, programação e expedição de ma-
teriais.
Custos de manutenção de estoques: incluem os custos 
de capital (custo financeiro de oportunidade da empre-
sa multiplicado pelo investimento variável em estoques), 
custos de serviços de inventário (seguros, impostos etc.), 
custos de espaço de armazém e os custos de riscos de in-
ventário (obsolescência, roubo, avarias e realocação).
O nível adequado de custos logísticos está relacionado 
com o desempenho desejado de serviços. A obtenção si-
multânea de grande disponibilidade, confiabilidade e de-
sempenho operacional tem um alto custo. A dificuldade 
de aplicar o conceito é decorrente do fato de que a rela-
37Fundamentos da logística
......................................................................................................................................................................................................................
ção entre o custo logístico e um melhor desempenho não 
é diretamente proporcional. É possível que uma empresa 
que assume compromisso com seus clientes com relação 
à disponibilidade de estoque, com a promessa de entregas 
consistentes, duplique o seu custo logístico. Podemos di-
zer que a chave para alcançar a excelência logística é do-
minar a arte de combinar competência com expectativas e 
necessidades básicas dos clientes.
Nível de serviços
Na realidade, considerando o ambiente tecnológico, o fa-
tor que oferece restrições não é a tecnologia, mas o fator 
econômico. É sempre impossível ter disponibilidade dos 
recursos para todas as situações desejadas. Em última 
análise, o nível de serviço logístico representa um equilí-
brio entre nível de serviços e custos.
Preliminarmente, para obter resultados em níveis de ser-
viços, é necessário grande flexibilidade logística e grande 
disponibilidade de produto. Também para novos produ-
tos, o planejamento de apoio deverá permitir que a empre-
sa forneça um rápido e consistente ressuprimento. 
Também devemos observar a qualidade da gestão da de-
manda, compreendendo, assim, um sistema sustentável 
de previsões da demanda, com acompanhamento perma-
nente da trajetória da demanda, em tempo real, com utili-
zação da tecnologia da informação, ajustando as variações 
ocorridas imediatamente. Como a posição do mercado 
não está totalmente assegurada, as empresas poderão op-
tar por remessas pequenas com maior frequência.
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38
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Histórico, evolução e desenvolvimento
Existem várias maneiras como o serviço ao cliente pode 
ser visto, entre elas: 
(1) Como uma atividade gerencial: uma visão de 
serviço ao cliente como uma atividade gerencial sig-
nifica que as operações podem ser gerenciadas. 
(2) Em termos de níveis de desempenho: pensar 
no serviço ao cliente em termos de níveis de desem-
penho significa que o serviço pode ser mensurado 
com precisão, inclusive com a utilização de indica-
dores. 
(3) Como uma filosofia de gestão: a noção de servi-
ço ao cliente como uma filosofia de gestão demons-
tra uma preocupação permanente com a atividade 
orientada para o consumidor. 
39O papel da tecnologia da informação
............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
O PAPEL DA TECNOLOGIA DA 
INFORMAÇÃO
O impacto da nova tecnologia da informação no desen-
volvimento da logística provocou uma mudança de para-
digmas na coordenação e integração ao longo de toda a 
cadeia após os anos 1990.
Já na década de 1980, tiveram início as aplicações iniciais 
do código de barras, acarretando o aprimoramento do de-
sempenho logístico. Também teve início o uso de sistemas 
integrados com o intercâmbio eletrônico de dados (ele-
tronic data interchange – EDI), para facilitar a integraçãodas empresas. A existência de sistemas e dispositivos na 
leitura e transferência imediatas de informações, com ple-
na integração e disponibilidade de informações em tempo 
real, tornou o desempenho logístico mais eficiente. Veio, 
também, a integração de redes de computadores, internas 
e externas, facilitando a disponibilidade de informações 
40
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Histórico, evolução e desenvolvimento
precisas e em tempo hábil, tanto para clientes como para 
fornecedores.
Já no início dos anos 1990, apareceram as tecnologias 
mais avançadas e disponíveis no mercado. Estava claro 
que a capacidade de transmissão de mensagens gravadas, 
som e imagem já disponíveis iriam evoluir e ficar viáveis 
economicamente. Então, essa evolução que proporcionou 
a capacidade de se obter informações em tempo real por 
meio de comunicação via satélite ganhava um padrão “su-
perstar” ou de “empresa de ponta”. Já se podia empre-
gar os resultados da aplicação de uma tecnologia de in-
formações rápidas, em tempo real, precisa e abrangente, 
quebrando paradigmas, introduzindo uma concepção da 
logística baseada no tempo, com fluxos de informações e 
produtos sincronizados. 
Nos anos vindouros, o desenvolvimento contínuo da tec-
nologia da informação sobre as atividades logísticas ofe-
receu oportunidades contínuas para a integração de pro-
cessos logísticos. Também continuou em declínio o custo 
de aquisição e implantação de sistemas de informações 
para logística, o que favoreceu a continuação do seu de-
senvolvimento. 
Desse modo, a tecnologia da informação tornou-se a chave 
para a evolução e desenvolvimento da logística, permitin-
do que a gestão tome decisões sobre amplas atividades 
operacionais, atravessando funções e empresas, desde 
fornecedores a clientes. É importante ter informações pre-
cisas e oportunas sobre todas as funções e organização da 
empresa ao longo da cadeia de suprimentos, uma vez que 
41O papel da tecnologia da informação
......................................................................................................................................................................................................................
está disponível em tempo real. Ao tentar determinar os 
cronogramas de produção, não basta que o fabricante sai-
ba quanto de estoque a empresa tem disponível. Também 
precisa saber a demanda a jusante e também os tempos de 
espera e variabilidade do fornecedor a montante.
Para preencher as necessidades de informações na logísti-
ca, estas precisam ter as características a seguir para que 
sejam úteis no cumprimento da missão da logística.
Os sistemas de informação logísticos podem ser definidos 
como o nível de integração das atividades logísticas, em 
tempo real, capazes de criar um processo integrado. A fim 
de atender às necessidades de informação, assim como ser 
capaz de apoiar o planejamento e operações das empresas, 
os sistemas de informação devem abranger alguns princí-
pios básicos, tais como disponibilidade, precisão, atuali-
zação em tempo hábil e flexibilidade. Esses princípios são 
definidos a seguir (BOWERSOX; CLOSS, 2001):
Disponibilidade: por muitos anos, as informações cos-
tumavam ser documentadas em papel, o que conduzia a 
procedimentos de lenta transferência e baixa confiabili-
dade, assim como uma maior propensão a erros. Pode-se 
imaginar o baixo grau de satisfação do cliente, em virtude 
de operações de compra e venda limitadas pela velocidade 
dos procedimentos dependentes do fluxo de papéis. Nes-
se sentido, mais tarde, diante dos efeitos da mudança de 
paradigmas da produção, houve necessidade de disponi-
bilizar as informações logísticas em tempo hábil e de for-
ma consistente. A própria natureza descentralizada das 
operações logísticas torna necessário o acesso imediato 
à informação em qualquer área geográfica. Informações 
42
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Histórico, evolução e desenvolvimento
como prazo e status do pedido e do estoque devem estar 
disponíveis não só ao acesso interno da empresa, como 
também aos clientes finais.
Precisão: as informações disponíveis pelos sistemas de in-
formação em uma base de dados centralizada devem ser 
precisas, ou seja, devem apresentar conformidade com as 
novas informações que entram no sistema, tais como sta-
tus atualizado e contagens físicas. A consistência entre o 
nível de estoque físico e o estoque disponibilizado pelos 
sistemas de informação elimina a necessidade de manter 
estoques de segurança, o que gera, em decorrência, redu-
ção de custos de armazenagem.
Atualização em tempo hábil: o tempo de atualização 
pode ser definido como a diferença entre o momento em 
que determinada atividade ocorre e o tempo em que ela é 
disponibilizada no sistema de informação. A atualização 
de informações em tempo hábil proporciona um feedback 
rápido de informações a nível gerencial. Eventuais atra-
sos em tal atualização ocasionam inconsistência entre a 
demanda real e a registrada no sistema, o que muitas ve-
zes implica perda de vendas e aumento de estoque. A dis-
posição de informações em tempo real já é possível hoje 
graças à adoção de poderosas tecnologias de captura de 
dados em radiofrequência, tais como os códigos de barras 
e etiquetas eletrônicas.
Flexibilidade: por fim, os sistemas logísticos de informa-
ção devem ser flexíveis o suficiente para que promovam a 
satisfação do cliente e atendam às suas necessidades mais 
específicas. Assim, por exemplo, em algumas aplicações, o 
43O papel da tecnologia da informação
......................................................................................................................................................................................................................
cliente é capaz de realizar o acesso a informações restritas 
a determinada área geográfica.
Os sistemas de informação oferecem uma ampla variedade 
de aplicações, mediante o emprego de tecnologias, abran-
gendo tanto a parte de software quanto a de hardware, 
por meio dos quais se pode gerenciar, controlar e medir as 
atividades logísticas. Enquanto o hardware abrange com-
putadores, dispositivos periféricos de entrada e saída e 
meios de armazenagem de dados, o software inclui siste-
mas e programas aplicativos, empregados nas operações 
transacionais e gerenciais, bem como na análise de deci-
são e planejamento estratégico.
Essas tecnologias apresentaram uma grande evolução, so-
bretudo nas últimas décadas, produzindo impactos posi-
tivos sobre o planejamento, execução e controle logístico.
Neste capítulo, você estudou o histórico, evolução e desen-
volvimento da logística por meio de três tópicos: evolução 
e desenvolvimento da logística, fundamentos da logística 
e o papel da tecnologia da informação. 
Entendemos que, primeiramente, fazendo uma retrospec-
tiva da trajetória da logística empresarial, podemos com-
preender melhor a sua evolução e desenvolvimento, com 
elevado impacto da tecnologia da informação e suas re-
percussões no ambiente de negócios.
No segundo tópico, abordamos os fundamentos da logís-
tica, iniciando com a sua missão como um esforço inte-
grado com o objetivo de criar valor para o cliente. Depois, 
44
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Histórico, evolução e desenvolvimento
abordamos as competências logísticas, o que significa de-
senvolveruma estrutura que relaciona os aspectos mais 
básicos da logística com a estratégia logística da empresa. 
Abordamos, também, a necessidade de obter o menor ní-
vel de serviços com o menor custo possível nas operações 
logísticas.
Finalmente, explicamos o desenvolvimento da tecnologia 
da informação e seu papel na integração de todos os pro-
cessos logísticos, em tempo real, com compartilhamento 
de todas as informações.
45
......................................................................................................................................................................................................................
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Histórico, evolução e desenvolvimento
NOVAES, A. G. Logística e Gerenciamento da cadeia de 
distribuição. São Paulo: Elsevier, 2014.
PEDREIRA, L. N. Tecnologia da informação. In: . Pro-
posta para um sistema de controle de armazéns (WCS) 
com aplicação em uma empresa de pequeno porte. 2006. 
114 f. Dissertação (Mestrado em Gerência de Produção) 
– Programa de Pós-Graduação em Engenharia Industrial, 
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de 
Janeiro, 2006.
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CAPÍTULO 2 
COMPREENDENDO A LOGÍSTICA 
EMPRESARIAL
Neste capítulo, apresentaremos os conceitos de uma rede 
logística ou uma cadeia de suprimentos e os aspectos 
relacionados com o seu projeto, configuração e coorde-
nação. Discutiremos o significado da configuração dos 
componentes da cadeia de suprimentos e do impacto da 
coordenação no seu desempenho para o sucesso de uma 
empresa, apresentando diversos exemplos para ilustrar os 
assuntos tratados.
Projeto de rede de uma cadeia de suprimentos
Começamos com os estudos sobre um projeto de rede ou 
cadeia de suprimentos, observando os requisitos impor-
tantes em um projeto de rede e as características para 
cada caso.
Configuração de uma cadeia de suprimentos
Neste tópico, discutiremos a estrutura de uma cadeia de 
suprimentos e o papel de cada um dos seus componentes 
principais: os ciclos de atividades e as atividades logísticas.
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 Compreendendo a logística empresarial
Coordenação de uma cadeia de suprimentos
Neste tópico, será discutido como a falta de coordenação 
traz problemas e leva a uma queda de eficiência e a um 
aumento de custo dentro de uma cadeia de suprimentos. 
Serão descritos os vários obstáculos que poderão levar a 
essa queda no desempenho.
49Projeto de rede de uma cadeia de suprimentos
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PROJETO DE REDE DE UMA CADEIA DE 
SUPRIMENTOS
O que é uma cadeia de suprimentos?
Uma cadeia de suprimentos consiste em todas as partes 
envolvidas, direta ou indiretamente, na realização de um 
pedido do cliente. Ela inclui não apenas o fabricante e os 
fornecedores, mas também transportadoras, centros de 
distribuição, varejistas e, às vezes, os próprios clientes. 
Dentro de cada organização, assim como em um fabrican-
te, a cadeia de suprimentos inclui todas as funções envol-
vidas na recepção e na realização de uma solicitação do 
cliente. 
Considere um cliente entrando em um supermercado para 
comprar detergente, por exemplo. A cadeia de suprimen-
tos começa com o cliente e sua necessidade por detergente. 
O estágio seguinte é a loja de supermercado que o cliente 
visita para atender às suas necessidades. O supermercado 
abastece as suas prateleiras usando os produtos em es-
toque, que pode ter sido fornecido por um armazém ou 
centro de distribuição ou por um distribuidor usando ca-
minhões fornecidos por terceiros. O distribuidor, por sua 
vez, é abastecido pelo fabricante de detergente. A fábrica 
de detergente recebe matéria-prima de diversos fornece-
dores, que, por sua vez, podem ter sido abastecidos por 
fornecedores de camadas inferiores. O material de emba-
lagem pode vir de um outro fornecedor que, por sua vez, 
recebe de outros fornecedores matéria-prima para fabri-
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 Compreendendo a logística empresarial
car a embalagem. Assim, cada cadeia de suprimentos tem 
os seus fluxos para atender às necessidades dos clientes. 
Uma cadeia de suprimentos é dinâmica e envolve o fluxo 
constante e contínuo de informações, produtos e servi-
ços ao longo da cadeia de suprimentos. Na descrição ci-
tada, o supermercado oferece o produto ao cliente, além 
de informações de preços e disponibilidade. O cliente 
efetua a compra e o pagamento, e o supermercado con-
duz dados do ponto de vendas e pedido de reposição dos 
estoques da loja. O supermercado efetua o pagamento ao 
fornecedor após a reposição, e o fornecedor também ofe-
rece informações de preços e a programação de entrega. 
O supermercado pode retornar o material descartado de 
embalagem para ser reciclado.
51Projeto de rede de uma cadeia de suprimentos
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Projeto de rede
O projeto de rede é uma responsabilidade básica da gestão 
logística, visto que as instalações da empresa são usadas 
para fornecer produtos e materiais para os clientes. Fábri-
cas, armazéns, instalações, lojas de varejo etc. constituem 
também típicas operações logísticas. A determinação da 
quantidade necessária de cada tipo de instalação, sua lo-
calização geográfica e os processos que serão realizados 
em cada um são algumas das questões mais importantes 
no projeto de rede. Em situações específicas, a operação 
pode ser terceirizada, delegada a especialistas em serviços 
logísticos. Independentemente de quem executa as ope-
rações, todas as instalações devem ser gerenciadas como 
uma parte integrante da rede logística da empresa.
O objetivodo projeto de rede é determinar a quantidade e 
a localização de todos os tipos de instalações necessárias 
para a execução dos processos logísticos. Também é pre-
ciso determinar o tipo de estoque e o volume a ser arma-
zenado em cada instalação, assim como é preciso vincular 
os pedidos dos clientes aos locais de onde deve ser feita 
a expedição. A rede de instalações forma uma estrutura 
a partir da qual as operações logísticas são executadas. 
Assim, a rede incorpora capacidades relacionadas com a 
informação e o transporte. Todas as tarefas específicas 
associadas ao processamento de pedidos dos clientes, à 
manutenção dos estoques e ao manuseio de materiais são 
executadas da estrutura do projeto de rede.
O projeto de uma rede deve considerar as diferenças geo-
gráficas. A existência de grande diferença entre mercados 
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 Compreendendo a logística empresarial
geográficos é de fácil explicação. Portanto, uma empresa 
que atua em escala nacional deve desenvolver capacidades 
e competências logísticas para atender aos mercados es-
pecíficos. Quando uma empresa tem operações globais, as 
questões relacionadas ao projeto de rede tornam-se cada 
vez mais complexas. 
a) A importância da modificação da rede de insta-
lações, visando adaptá-la às mudanças nas infraes-
truturas da oferta e da demanda, deve estar sempre 
presente. 
b) A variedade de produtos, a demanda dos clientes 
e as necessidades de produção estão em constante 
mudança em um ambiente dinâmico e competitivo. 
c) Embora a realocação simultânea de todas as ins-
talações logísticas seja inconcebível, existe uma li-
berdade de ação considerável na realocação ou na 
revisão de instalações existentes. 
d) Ao longo do tempo, todas as instalações devem 
ser reavaliadas para determinar se sua localização 
ainda é a mais adequada. 
e) A seleção de uma melhor rede em termos de lo-
calização pode significar o primeiro passo para a 
obtenção de vantagem competitiva. A eficiência da 
logística é, ao mesmo tempo, dependente e limitada 
pela estrutura da rede. 
Papel do projeto de rede na cadeia de suprimentos
Decisões de projeto de rede de cadeia de suprimentos in-
cluem a atribuição a cada instalação do papel de instala-
ções, da localização de instalações relacionadas à produ-
53Projeto de rede de uma cadeia de suprimentos
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ção, do armazenamento e do transporte e da alocação ou 
do transporte e da alocação de capacidade e mercados. 
Decisões de projetos de rede têm um impacto significa-
tivo no desempenho, pois determinam a configuração da 
cadeia de suprimentos e estabelecem restrições dentro 
das quais outras atividades na cadeia podem ser usadas 
ou para diminuir os seus custos ou para aumentar a sua 
responsividade. Todas as decisões relacionadas ao proje-
to de rede afetam umas às outras e precisam ser feitas 
levando esse fato em consideração. Decisões com relação 
ao papel de cada uma das instalações são significativas, 
pois determinam a quantidade de flexibilidade que a ca-
deia de suprimentos tem em mudar a forma como atende 
à demanda. 
A Toyota tem fábricas localizadas pelo mundo afora, em 
cada mercado que atende. Antes de 1997, cada fábrica era 
capaz de atender somente ao seu mercado local. Isso pre-
judicou a Toyota quando a economia asiática entrou em 
recessão no final da década de 1990. As fábricas locali-
zadas na Ásia tinham capacidade ociosa, que não poderia 
ser usada para atender a outros mercados, que estavam 
experimentando demanda em excesso. A Toyota aumen-
tou a flexibilidade de cada fábrica para poder atender a 
mercados outros que não os locais. Essa flexibilidade adi-
cional ajuda a empresa a lidar de modo mais eficaz com 
mudanças em condições de mercado global. 
De modo semelhante, a flexibilidade das fábricas da Hon-
da nos Estados Unidos de produzir tanto utilitários quan-
to carros de passeio na mesma fábrica foi muito útil em 
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 Compreendendo a logística empresarial
2008, quando a demanda por utilitários caiu, exceção a 
carros pequenos.
Decisões de fontes de suprimentos, capacidade e locali-
zação das instalações exercem um impacto a longo prazo 
sobre o desempenho de uma cadeia de suprimentos, pois 
é muito caro fechar uma instalação ou mudá-la para um 
local diferente. 
Aprendendo com uma descrição real do projeto de rede 
da Dell Computer Corporation
“O modelo Dell de negócios” é tema de interesse de di-
ferentes setores industriais pelo fato de a empresa não 
possuir quase estoque, não produzindo seus produtos e 
não possuindo lojas, trocando estoques por informações.
A organização Dell Computer Corporation, uma empresa 
de computadores de uso pessoal e corporativo, foi fun-
dada em 1984, com plano arrojado, fazendo negócios 
diretamente para o cliente, eliminando revendedores, 
distribuidores, varejistas e atacadistas de sua cadeia de 
suprimentos, garantindo uma relação sem precedentes 
entre o cliente e o fabricante, relação essa que permite 
estender o ciclo de vida do produto e prioriza a satisfação 
do cliente.
Beneficia-se do conhecimento adquirido por seus parcei-
ros da área de tecnologia, e seus parceiros se beneficiam 
pelo retorno em vendas e suporte tecnológico.
Michael Dell tornou on-line o negócio da Dell em 1994. 
Três anos depois, apresentava um catálogo eletrônico que 
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permitia aos clientes adquirir computadores pela internet. 
Porém, até a metade dos anos 2000, a Dell reduziu seus 
custos com pedidos via funcionários. Investiu na constru-
ção do seu próprio canal direto com o cliente, podendo 
visualizar informações, conseguindo, assim, responder às 
mudanças com maior rapidez.
Ele chama esse seu modelo de negócios de “integração vir-
tual”, em que a empresa está voltada ao consumidor indi-
vidual e integra a cadeia de suprimentos com foco mais no 
fluxo de informação do que no tradicional fluxo físico de 
materiais. A filosofia de negócios se baseia em construir 
sob encomenda (built-to-order), combinada com exigên-
cias dos clientes. Por possuir uma estrutura de manufa-
tura flexível e administração de estoques, permite atender 
rapidamente a pedidos únicos de diferentes tamanhos e 
complexidade.
A Dell acredita em uma abordagem baseada na relação di-
reta com o cliente, uma estratégia de distribuição e foco 
em operar eficientemente. Como resultado, possuem pro-
dutos com qualidade elevada, alta flexibilidade, custos 
reduzidos, entrega rápida e capacidade de adaptação da 
produção.
A Dell oferece uma solução personalizada para atender 
a suas necessidades empresariais ou pessoais. Por meio 
do site, o cliente pode ter uma resposta imediata sobre 
configurações e preços do produto; isso possibilita que a 
Dell crie uma configuração personalizada para todo com-
prador. Seus produtos são customizados e montados por 
módulos após a confirmação da compra, enviados ao cen-
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