Buscar

TTI - DIREITO E LEGISLAÇÃO nova (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 149 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 149 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 149 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIAS JR., Manoel Pereira. CIÊNCIAS IMOBILIÁRIAS – NÍVEL TÉCNICO, Direito e 
Legislação. Brasília: Editora, 2003. 
3 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................... 5 
1. DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942 - Lei de Introdução ao 
Código Civil Brasileiro. ............................................................................................................. 6 
2. DAS PESSOAS ............................................................................................................. 8 
2.1 - Das pessoas naturais .......................................................................................... 9 
2.1.1 - Dos Direitos da Personalidade ................................................................. 11 
2.1.2 - Da Ausência ............................................................................................. 11 
2.2 - Das Pessoas Jurídicas ...................................................................................... 12 
2.2.1 - Das associações e das sociedades .......................................................... 12 
2.2.2 – Das Fundações ....................................................................................... 12 
2.3 - O Domicílio ........................................................................................................ 13 
3. DOS BENS .................................................................................................................. 14 
3.1 - Dos bens considerados em si mesmos .......................................................... 15 
3.1.1 -Dos Bens Imóveis...................................................................................... 15 
3.1.2 - Dos Bens Móveis .................................................................................. 15 
3.1.3 - Dos Bens Fungíveis e Consumíveis ......................................................... 16 
3.1.4 - Dos Bens Divisíveis .................................................................................. 16 
3.1.5 - Dos Bens Singulares e Coletivos ............................................................. 16 
3.2 - Dos Bens Reciprocamente Considerados ...................................................... 17 
3.3 - Dos Bens Públicos ............................................................................................ 17 
4. FATOS JURÍDICOS ..................................................................................................... 19 
4.1 - Fatos, atos e negócios jurídicos. ....................................................................... 20 
4.2 - Da Representação ............................................................................................. 21 
4.3 - Da Condição, do Termo e do Encargo ............................................................... 21 
4.4 - Dos Defeitos do Negócio Jurídico ..................................................................... 23 
4.4.1 - Do Erro ou Ignorância .............................................................................. 23 
4.4.2 - Do Dolo .................................................................................................... 24 
4.4.3 - Da Coação ........................................................................................... 24 
4.4.4 - Do Estado de Perigo ............................................................................. 25 
4.4.5 - Da Lesão .................................................................................................. 25 
4.4.6 - Da Fraude Contra Credores ..................................................................... 25 
4.5 - Da Invalidade do Negócio Jurídico .................................................................... 25 
4 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
4.6 - Dos Atos Ilícitos ................................................................................................. 27 
4.7 - Da Prescrição e da Decadência ........................................................................ 27 
4.7-1 - Da Prescrição ...................................................................................................... 27 
4.7.2 - Da Decadência ..................................................................................................... 28 
5. DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES .............................................................................. 29 
5.1 - Das Modalidades das Obrigações ..................................................................... 30 
5.1.1 - Das Obrigações de Dar ........................................................................ 30 
5.1.1.1 - Das Obrigações de Dar Coisa Certa ................................................ 30 
5.1.1.2 - Das Obrigações de Dar Coisa Incerta .............................................. 31 
5.1.2 - Das Obrigações de Fazer ........................................................................ 32 
5.1.3 - Das Obrigações de Não Fazer ................................................................. 32 
5.1.4 - Das Obrigações Alternativas ................................................................. 33 
5.1.5 - Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis ............................................... 34 
5.1.6 - Das Obrigações Solidárias ....................................................................... 34 
5.1.6.1 - Da Solidariedade Ativa ..................................................................... 34 
5.1.6.2 - Da Solidariedade Passiva ................................................................ 35 
5.2 - Da Transmissão das Obrigações ...................................................................... 36 
5.2.1 - Da Cessão de Crédito .............................................................................. 36 
5.2.2 - Da Assunção de Dívida ........................................................................ 36 
5.3 - Do Adimplemento e Extinção das Obrigações .................................................. 37 
5.3.1 - Do Pagamento ......................................................................................... 37 
5.3.1.1 - De Quem Deve Pagar ...................................................................... 37 
5.3.1.2 - Daqueles a Quem se Deve Pagar .................................................... 38 
5.3.1.3 - Do Objeto do Pagamento e Sua Prova ............................................ 38 
5.3.1.4 - Do Lugar do Pagamento .................................................................. 39 
5.3.1.5 - Do Tempo do Pagamento ................................................................ 39 
5.3.2 - Pagamento em Consignação ................................................................... 40 
5.3.3 - Do Pagamento com Sub-Rogação ........................................................... 41 
5.3.4 - Da imputação do Pagamento ................................................................... 41 
5.3.5 - Da Dação em Pagamento ........................................................................ 41 
5.3.6 - Da Novação ............................................................................................. 42 
5.3.7 - Da Compensação .................................................................................... 43 
5.3.8 - Da Confusão ............................................................................................ 43 
5.3.9 - Da Remissão das Dívidas ........................................................................ 43 
5.4 - Do Inadimplemento das Obrigações ................................................................. 44 
5.4.1 - Da Mora ................................................................................................... 45 
5.4.2 - Das Perdas e Danos ................................................................................ 46 
5 Centro de EnsinoTecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
5.4.3 - Dos Juros Legais .................................................................................. 46 
5.4.4 - Da Cláusula Penal .................................................................................... 47 
5.4.5 - Das Arras ou Sinal .................................................................................... 47 
5.5 Dos Contratos em Geral ...................................................................................... 48 
5.5.1 - Da Formação dos Contratos ..................................................................... 49 
5.5.2 - Da Estipulação em Favor de Terceiro ...................................................... 50 
5.5.3 - Da Promessa de Fato de Terceiro ............................................................ 51 
5.5.4 - Dos Vícios Redibitórios ......................................................................... 51 
5.5.5 - Da Evicção ............................................................................................... 52 
5.5.6 - Dos Contratos Aleatórios .......................................................................... 53 
5.5.7 - Do Contrato Preliminar ............................................................................. 53 
5.5.8 - Do Contrato com Pessoa a Declarar ........................................................ 54 
5.5.9 - Da Extinção do Contrato .......................................................................... 54 
5.5.9.1 - Do Distrato ....................................................................................... 54 
5.5.9.2 - Da Cláusula Resolutiva .................................................................... 55 
5.5.9.3 - Da Exceção de Contrato não Cumprido ........................................... 55 
5.5.9.4 - Da Resolução por Onerosidade Excessiva ...................................... 56 
5.6 - Das Várias Espécies de Contrato ...................................................................... 56 
5.6.1 - Da Compra e Venda ................................................................................. 56 
5.6.1.1 - Da Retrovenda ................................................................................. 59 
5.6.1.2 - Da Venda a Contento e da Sujeita a Prova ...................................... 59 
5.6.1.3 - Da Preempção ou Preferência ......................................................... 59 
5.6.1.4 - Da Venda com Reserva de Domínio ................................................ 60 
5.6.1.5 - Da Venda Sobre Documentos .......................................................... 61 
5.6.2 - Da Troca ou Permuta ............................................................................... 61 
5.6.3 -Do Contrato Estimatório ............................................................................ 62 
5.6.4 - Da Doação ........................................................................................... 62 
5.6.5 - Da Locação de Coisas .......................................................................... 63 
5.6.6 - Do Empréstimo ......................................................................................... 64 
5.6.6.1 - Do Comodato ................................................................................... 64 
5.6.7.2 - Do Mútuo ........................................................................................................ 65 
5.6.8 - Da Prestação de Serviço .......................................................................... 65 
5.6.9 - Do Depósito .............................................................................................. 66 
5.6.9.1 - Do Depósito Voluntário ..................................................................... 66 
5.6.9.2 - Do Depósito Necessário ................................................................... 67 
5.6.10 - Do Mandato ....................................................................................... 68 
5.6.10.1 - Das Obrigações do Mandatário ...................................................... 69 
5.6.10.2 - Das Obrigações do Mandante ........................................................ 69 
6 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
5.6.10.3 - Da Extinção do Mandato ................................................................ 69 
5.6.11 - Da Comissão .......................................................................................... 70 
5.6.12- Da Corretagem .................................................................................................... 71 
5.6.13 - Da Fiança....................................................................................................... 72 
5.6.14. - Da Transação .................................................................................................... 73 
5.6.15 - Do Compromisso ou Arbitragem ........................................................................ 73 
5.7 - Dos Atos Unilaterais .......................................................................................... 74 
5.7.1 - Da Promessa de Recompensa ................................................................ 74 
5.7.2 - Do Pagamento Indevido ........................................................................... 74 
5.7.3 - Do Enriquecimento Sem Causa ............................................................... 75 
6. DIREITO DAS COISAS ........................................................................................... 76 
6.1 - Da posse ........................................................................................................... 77 
6.1.1 - Da Posse e sua Classificação .................................................................. 77 
6.1.2 - Da Aquisição da Posse ............................................................................ 78 
6.1.3 - Dos Efeitos da Posse ............................................................................... 79 
6.1.4 - Da Perda da Posse .................................................................................. 79 
6.2 - Dos Direitos Reais ............................................................................................ 80 
6.3 - Da Propriedade ................................................................................................. 80 
6.3.1 - Da Aquisição da Propriedade Imóvel ..................................................... 81 
6.3.1.1 - Da Usucapião .................................................................................. 81 
6.3.1.2 - Da Aquisição pelo Registro do Título .............................................. 82 
6.3.1.3 - Da Aquisição por Acessão ............................................................... 83 
6.3.1.3.1 - Das ilhas ....................................................................................... 83 
6.3.1.3.2 - Da Aluvião ..................................................................................... 83 
6.3.1.3.3 - Da Avulsão .................................................................................... 84 
6.3.1.3.4 - Do Álveo Abandonado .................................................................. 84 
6.3.1.3.5 - Das Construções e Plantações ..................................................... 84 
6.3.2 - Da Perda da Propriedade ........................................................................ 85 
6.3.3 - Dos Direitos de Vizinhança ...................................................................... 85 
6.3.3.1 - Do Uso Anormal da Propriedade ...................................................... 85 
6.3.3.2 - Das Árvores Limítrofes ..................................................................... 85 
6.3.3.3 - Da Passagem Forçada .................................................................... 86 
6.3.3.4 - Da Passagem de Cabos e Tubulações ............................................ 86 
6.3.3.5 - Das Águas .......................................................................................86 
6.3.3.6 - Dos Limites entre Prédios e do Direito de Tapagem ...................................... 86 
6.3.3.7 - Do Direito de Construir ..................................................................... 87 
6.4 - Do Condomínio Geral........................................................................................ 87 
7 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
6.4.1 - Do Condomínio Voluntário ........................................................................ 87 
6.4.2 - Do Condomínio Necessário ...................................................................... 88 
6.5 - Do Condomínio Edilício ..................................................................................... 88 
6.6 - Da Propriedade Resolúvel ................................................................................. 89 
6.7 - Direitos Reais de Gozo ou Fruição sobre Coisas Alheias ........................................... 90 
6.8 - Da Superfície ..................................................................................................... 90 
6.9 - Das Servidões ................................................................................................... 91 
6.10 - Do Usufruto ..................................................................................................... 91 
6.11 - Do Uso ........................................................................................................ 92 
6.12 - Da Habitação ................................................................................................... 93 
6.13 - Do Direito do Promitente Comprador............................................................... 93 
6.14 - Direitos Reais de Garantia sobre Coisas Alheias ............................................ 93 
6.14.1 - Disposições gerais sobre o penhor, hipoteca e a anticrese................................ 93 
6.14.2 - Do Penhor .......................................................................................... 95 
6.14.3 - Da Hipoteca ............................................................................................ 95 
6.15 -Da Anticrese ........................................................................................................... 97 
7. LEI Nº 4.591, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1964........................................................... 98 
7.1 - Do Condomínio.................................................................................................. 99 
7.2 - Das Incorporações ............................................................................................ 99 
7.2.1 - Da Construção de Edificação em Condomínio ....................................... 100 
7.2.1.1 - Da Construção por Empreitada ...................................................... 101 
7.2.1.2 - Da Construção por Administração .................................................. 101 
7.2.2 - Das Infrações ......................................................................................... 102 
8. LEI No 6.766, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1979 - Dispõe sobre o Parcelamento do 
Solo Urbano e dá outras Providências ............................................................................. 103 
9.1 LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 - Dispõe sobre a proteção do consumidor 
109 
9.1 – Definições e Conceitos ................................................................................... 110 
9.2 - Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço ........................................ 110 
9.3 - Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço ......................................... 111 
9.4 - Da Decadência e da Prescrição ...................................................................... 112 
9.5 - Das Práticas Comerciais ................................................................................. 113 
9.5.1 – Da Oferta ............................................................................................ 113 
9.5.2 - Da Publicidade ....................................................................................... 113 
9.5.3 - Das Práticas Abusivas ............................................................................ 114 
8 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
9.5.4 - Da Cobrança de Dívidas ........................................................................ 115 
9.6 - Da Proteção Contratual ................................................................................... 115 
9.6.1 - Das Cláusulas Abusivas ......................................................................... 116 
9.6.2 - Dos Contratos de Adesão .................................................................... 116 
10. LEI No 8.245, DE 18 DE OUTUBRO DE 1991 - Dispõe sobre as locações dos 
imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes. .................................................. 118 
10.1 - Da locação em geral ..................................................................................... 119 
10.2 - Da locação residencial .................................................................................. 121 
10.3 - Da locação para temporada .......................................................................... 122 
10.4 - Da locação não residencial ........................................................................... 122 
11. LEI Nº 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973 - 
Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências ........................................... 125 
11.1 – Das atribuições ............................................................................................. 126 
11.2 - Da Publicidade .............................................................................................. 126 
11.3 - Do Registro Civil das Pessoas Naturais ........................................................ 127 
11.4 - Do Registro Civil de Pessoas Jurídicas ......................................................... 127 
11.5 - Do Registro de Títulos e Documentos ........................................................... 128 
11.6 - Do Registro de Imóveis ................................................................................. 129 
12. LEI Nº 6.530, DE 12 DE MAIO DE 1978 E SEU 
INSTRUMENTO. REGULAMENTADOR, 
13. O DECRETO Nº 81.871, DE 29 DE JUNHO DE 1978. ........................................... 131 
RESOLUÇÃO-COFECI Nº 146/82 - Aprova o Código de Processo Disciplinar ................... 136 
13.1 - Da jurisdição ................................................................................................. 137 
13.2 - Do Processo Disciplinar ................................................................................ 137 
13.2.1 - Do Auto de Infração ............................................................................. 138 
13.2.2 - Da Representação ............................................................................... 139 
13.3 – Dos Recursos ............................................................................................... 139 
Resolução-COFECI n.º 326/92 - Institui o Código de Ética Profissional............................. 141 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 172 
9 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
Destina-se, o presente trabalho, a introduzir aquele estudante ou o Técnico em 
Transações Imobiliárias nos fundamentos dos atos e fatos jurídicos relacionados 
exclusivamente com o exercício da profissão de Corretor de Imóveis. Justamente pelo 
modesto objetivo, aqui não se aprofundou em discussões doutrinárias e teóricas que 
sobram no mundo do direito. 
 
Alguns temas da disciplina Direito de Legislação coincidem com os de outras 
disciplinas. Nesse caso procurou-se conceituar e discorrer sobre as conseqüências sob o 
ponto de vista estritamente jurídico, deixando o ensino da práticaa essas outras disciplinas. 
 
Dado ao foco, procurou-se incluir os tópicos diretamente relacionados à profissão de 
Corretor de Imóveis, deixando de lado temas não menos importantes. Nesse sentido, certas 
disposições, direitos e obrigações não foram sequer analisadas, ou o foram superficialmente, 
considerando que o objeto profissional do Corretor é o imóvel. Deve-se, claro, recomendar 
a continuação dos estudos jurídicos, mesmo como forma de aperfeiçoamento pessoal. 
 
 
 
 
O autor. 
10 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
DECRETO-LEI Nº 4.657, 
DE 4 DE SETEMBRO DE 
1942 - Lei de Introdução ao 
Código Civil Brasileiro. 
11 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
O tema central da Lei de Introdução do Código Civil é a própria lei, na medida em que 
versa sobre a vigência dela, sua revogação, da impossibilidade de alegar-se o seu 
desconhecimento, da aplicação da lei e de suas lacunas, da interpretação da lei e sua eficácia 
no tempo e no espaço. 
 
Apublicação no Diário Oficial é a forma de tornar a lei pública e, portanto, de conhecimento 
geral. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. A presunção de que 
todos conhecem a lei não corresponde à realidade, dada a quantidade de leis existentes e à 
sanha legiferante do executivo. 
 
A lei, para ser imperativa, deve estar em vigor. A maioria delas costuma indicar a data 
da partir de quando entrará em vigor. Todavia, se uma lei nada dispuser a respeito, entrará 
ela em vigor 45 dias após a publicação oficial, no território nacional, e em 3 meses nos países 
estrangeiros onde se admite a legislação pátria. 
 
O intervalo de tempo compreendido entre a data da publicação da lei e sua entrada em 
vigor denomina-se vacatio legis. O instituto da vacância da lei objetiva a concessão de prazo 
para que todos se adaptem à nova lei. O novo Código Civil passou a vigorar após um período 
de vacatio legis. 
 
Via de regra a lei vigorará por tempo indeterminado, até que uma outra lei posterior a 
modifique ou revogue. Mas a lei nova deve ter hierarquia igual ou superior a da lei modificada 
ou revogada. Há casos em que a lei é de vigência temporária, principalmente para atender 
situações extremes, mas passageira. 
 
A lei não é capaz de prever todas as situações jurídicas, e sendo omissa deve o juiz 
decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. A 
aplicação da lei ao caso concreto deve sempre atender aos fins sociais a que ela se dirige e 
às exigências do bem comum. 
 
Uma vez em vigor, a lei tem efeito imediato e geral, mas deve respeitar o ato jurídico 
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Ato jurídico perfeito é o já consumado segundo 
a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Direito adquirido é aquele que o seu titular pode 
exercer, pessoalmente ou por terceiros, ou aquele cujo começo do exercício tenha termo pré- 
fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. Chama-se coisa julgada 
ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. 
12 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
DAS PESSOAS 
13 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
2.1 - Das pessoas naturais 
 
 
 
 
 
Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na vida civil, ou seja, tem personalidade 
que a autoriza a ser titular de deveres e direitos nas relações jurídicas entre os homens. A 
personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida e termina com a morte. A 
respiração é considerada como sendo a prova mais eficaz do nascimento com vida. 
 
Todavia, desde a concepção a lei põe a salvo os direitos do nascituro, ser já concebido, 
mas que está por nascer. Nesse sentido, o nascituro pode herdar, receber doações e 
legados, ser adotado, figurar como sujeito ativo e passivo de diretos e obrigações. 
 
A capacidade civil é a aptidão da pessoa para ser titular, ou seja, exercer direitos e 
assumir obrigações na ordem civil. Apesar de toda pessoa ser titular de diretos e deveres, 
necessariamente não significa que ela possa exercê-los plenamente. Há casos em que a lei 
protege determinados grupos de pessoas, considerando a idade, saúde e o desenvolvimento 
intelectual, impedindo-os de exercer pessoalmente seus direitos. A esse grupo de pessoas 
dá-se a denominação de incapazes. 
 
Assim, a incapacidade pode ser entendida como a vedação imposta pela lei para a 
prática pessoal de direitos e obrigações, não obstante a pessoa ser titular desses direitos e 
deveres. Ela pode ser absoluta ou relativa. 
 
São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os 
menores de dezesseis anos, os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para a prática desses atos, e os que, mesmo por causa transitória, 
não puderem exprimir sua vontade. 
 
A determinação da capacidade da pessoa é de suma importância para a validade do 
negócio jurídico, pois ele é nulo quando celebrado por pessoa absolutamente incapaz. E 
sendo nulo não gera nenhum efeito. 
 
No exercício de diretos e deveres os absolutamente incapazes são representados 
14 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
pelo pai, tutor ou curador, que pratica ato jurídico em nome ou pelo absolutamente incapaz. 
 
 
São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer, os maiores 
de dezesseis e menores de dezoito anos, os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os 
que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido, os excepcionais, sem 
desenvolvimento mental completo, os pródigos. O negócio jurídico celebrado por pessoa 
relativamente incapaz é anulável. 
 
A lei permite aos relativamente incapazes a prática de atos jurídicos, mas condiciona 
essa prática a assistência do pai, tutor ou curador, ou seja, de uma pessoa plenamente 
capaz, que se posta ao lado do relativamente incapaz, auxiliando-o na prática do ato jurídico 
e integrando-lhe a capacidade. 
 
A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à 
prática de todos os atos da vida civil. Todavia, cessará, para os menores, a incapacidade 
pela emancipação concedida pelos pais, pelo casamento, pelo exercício de emprego público 
efetivo, pela colação de grau em curso de ensino superior, pelo estabelecimento civil ou 
comercial, ou pela existência de relação de emprego no qual, o menor, com dezesseis anos 
completos tenha economia própria. 
 
Uma vez ocorrida a emancipação ela se torna irrevogável e definitiva. Quem se 
emancipou pelo exercício do comércio e depois faliu, quem se casou e depois ficou viúvo 
ou se divorciou não retorna à condição de incapaz. 
 
A existência da pessoa natural termina com a morte. Pode-se presumir a assim 
declará-la, sem decretação de ausência, depois de esgotadas as buscas e averiguações, 
nos casos em que é extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida, se 
o desaparecido em campanha ou feito prisioneiro não for encontrado até dois anos após o 
término da guerra. 
 
A morte presumida tem como conseqüência a abertura da sucessão definitiva quanto 
aos bens e a dissolução da sociedade conjugal. 
 
 
Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar 
se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
15 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
2.1.1 - Dos Direitos da Personalidade 
 
 
Os direitos da personalidade são a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, o nome e o pseudônimo. Eles são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo 
o seu exercício sofrer limitação voluntária. Isto significa que o titular de direitos de 
personalidade não pode, exceto em casos específicos previstos em lei, transmitir esses 
diretos a outrem, não pode renunciar ou deles dispor voluntariamente.Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar 
perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
 
Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. O 
nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações 
que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória, nem se 
pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
 
 
 
2.1.2 - Da Ausência 
 
 
A ausência ocorre quando uma pessoa desaparece do seu domicílio e dela não se tem 
mais notícia ou não tenha deixado representante ou procurador. Ao ausente será nomeado 
curador, que procederá a arrecadação dos bens. 
 
Os interessados poderão requerer a declaração de ausência e a abertura as sucessão 
provisória depois de decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou três anos 
se ele deixou representante ou procurador. São considerados interessados na declaração 
de ausência o cônjuge não separado judicialmente, os herdeiros presumidos, legítimos ou 
testamentários, os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte, 
e os credores de obrigações vencidas e não pagas. 
 
Dez anos depois da abertura da sucessão provisória poderão os interessados requerer 
a sucessão definitiva. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o 
ausente conta oitenta anos de idade e que as últimas notícias dele remontam a cinco anos. 
16 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
2.2 - Das Pessoas Jurídicas 
 
 
Pessoa jurídica é a entidade constituída de homens ou bens com vida, direitos, 
obrigações e patrimônio próprios. São de direito público, interno ou externo, e de direito 
privado. A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição 
do ato constitutivo no respectivo registro. 
 
São pessoas jurídicas de direito público interno a União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Territórios, os Municípios, as autarquias, e qualquer outra entidade de caráter público 
criada por lei. 
 
São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as 
pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 
 
São pessoas jurídicas de direito privado as associações, as sociedades, e as fundações. 
Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. 
 
2.2.1 - Das associações e das sociedades 
 
 
As associações são constituídas pela união de pessoas que se organizem para fins 
não econômicos, exercendo via de regra, atividades culturais, religiosas ou beneficentes. 
 
As sociedades são constituídas pela união de pessoas que se organizam visando fins 
econômicos, ou seja, visando o lucro. São exemplos a sociedade civil, a sociedade limitada, 
a sociedade anônima de economia mista. 
 
 
 
 
2.2.2 – Das Fundações 
17 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
Fundação é a pessoa jurídica composta pela organização de um patrimônio, destacado 
pelo seu instituidor para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. A fundação 
possui apenas patrimônio gerido por curadores e não tem proprietário, nem titular, nem 
sócios. 
 
 
 
2.3 - O Domicílio 
 
 
O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo 
definitivo. Todavia, se a pessoa tiver diversas residências, vivendo nelas alternadamente, 
qualquer delas poderá ser considerada seu domicílio. 
 
O domicílio também pode ser o local de trabalho ou o lugar onde a pessoa mantém o 
centro de suas ocupações, ou, ainda, o lugar onde for encontrada, se não tiver residência 
fixa ou centro de ocupações habituais. 
 
O domicílio das pessoas jurídicas é o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias 
e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 
Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles 
será considerado domicílio para os atos nele praticados. 
 
O domicílio pode ser classificado como voluntário, legal e de eleição. Voluntário é 
aquele estabelecido por critério exclusivo do indivíduo, sem qualquer interferência exceto 
sua manifestação de vontade. Legal ou necessário é aquele fixado por lei para 
determinadas pessoas. Domicílio de eleição é aquele especificado por comum acordo das 
partes contratantes. 
18 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
DOS BENS 
19 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
Bens são as coisas de quantidades limitadas com utilidade ao homem e que nele provoca 
o desejo de possuí-las. Conforme as suas características têm diversas classificações, a 
saber. 
 
 
 
 
3.1 - Dos bens considerados em si mesmos 
 
 
 
 
 
3.1.1 -Dos Bens Imóveis 
 
 
São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. 
Também são considerados imóveis, para efeitos legais, os direitos reais sobre imóveis e as 
ações que os asseguram e o direito à sucessão aberta. 
 
Não perdem o caráter de imóveis as edificações que, separadas do solo, mas 
conservando a sua unidade, forem removidas para outro local, e os materiais provisoriamente 
separados de um prédio, para nele se reempregarem. 
 
 
 
 
3.1.2 - Dos Bens Móveis 
 
 
São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força 
alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. Também são 
considerados móveis, para efeitos legais, as energias que tenham valor econômico, os 
direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes, e os direitos pessoais de 
caráter patrimonial e respectivas ações. 
 
Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, 
conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da 
20 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
demolição de algum prédio. 
 
 
 
 
 
3.1.3 - Dos Bens Fungíveis e Consumíveis 
 
 
São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, 
qualidade e quantidade. Infungíveis são os que não podem ser substituídos, valendo pela 
sua individualidade. 
 
São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria 
substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Inconsumíveis, 
são os bens móveis de natureza durável. 
 
 
 
 
3.1.4 - Dos Bens Divisíveis 
 
 
Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, 
diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. É exemplo a gleba 
de lote rural, a barra de ouro. Indivisíveis são os bens que não admitem divisão. 
 
 
 
 
3.1.5 - Dos Bens Singulares e Coletivos 
 
 
São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, 
independentemente dos demais. São coletivos os bens singulares que, pertinentes à 
mesma pessoa, tenham destinação unitária. 
21 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
3.2 - Dos Bens Reciprocamente Considerados 
 
 
Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente. Acessório é aquele 
cuja existência supõe a do principal. 
 
São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de 
modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
 
Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, 
salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do 
caso. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser 
objeto de negócio jurídico. 
 
As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. São voluptuárias as de 
mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem 
mais agradável ou sejam de elevado valor. São úteis as que aumentam ou facilitam o uso 
do bem. São necessárias as quetêm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. 
Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem 
a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. 
 
 
 
 
3.3 - Dos Bens Públicos 
 
 
São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito 
público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. 
 
Também são bens públicos os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, 
ruas e praças, os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou 
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de 
suas autarquias, e os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de 
direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
22 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, 
enquanto conservarem a sua qualificação. Os bens públicos dominicais podem ser alienados 
desde que observadas as exigências da lei. Em qualquer hipótese os bens públicos não 
estão sujeitos a usucapião. 
23 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
 
 
 
4 
FATOS JURÍDICOS 
24 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
4.1 - Fatos, atos e negócios jurídicos. 
 
 
 
Fato jurídico é o acontecimento que produz conseqüências jurídicas. O fato jurídico 
pode decorrer da natureza, como os efeitos de uma ventania, ou de uma ação humana, 
criando, transferindo, modificando, ou extinguindo direitos e obrigações. 
 
É importante diferenciar ato jurídico de negócio jurídico. O primeiro é o acontecimento 
que tem seus limites estabelecidos pela lei, tanto na forma, nos termos quanto nos efeitos. 
O segundo, o negócio jurídico, é o ato lícito que faculta às partes de estabelecerem a 
fixação dos termos e dos efeitos, de acordo com seus interesses particulares. 
 
A validade do negócio jurídico requer agente capaz, objeto lícito, possível, determinado 
ou determinável, e forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
A realização de negócio jurídico tem como pressuposto uma declaração de vontade. 
Aquele que a emite deve ter capacidade, ou seja, estar consciente da declaração de vontade 
e das suas conseqüências. Havendo incapacidade absoluta ou relativa, deve o agente ser 
representando ou suprido. 
 
A liceidade do objeto visa garantir a obediência dos negócios ao ordenamento jurídico 
na medida em que não permite negócios jurídicos que vão encontro à lei, a moral ou aos 
bons costumes. Ressalta-se que a impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio 
jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver 
subordinado. 
 
Por fim, na realização do negócio jurídico é imprescindível a obediência à forma, ou 
seja, o meio pelo qual se ele exterioriza. A regra geral é de que a validade da declaração de 
vontade dependerá de forma especial somente quando a lei expressamente a exigir, sendo 
livre a forma nos demais casos. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer 
sem instrumento público, a sua ausência o invalida. 
 
A manifestação de vontade, mesmo que o autor haja feito a reserva mental de não 
querer o que manifestou, têm validade, exceto de o destinatário da manifestação tinha 
25 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
conhecimento do desejo do declarante. 
 
 
Quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração 
de vontade expressa, o silêncio importa anuência. 
 
Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do 
que ao sentido literal da linguagem. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme 
a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. 
 
Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. 
 
 
 
 
 
4.2 - Da Representação 
 
 
Os poderes de representação são conferidos pela lei ou pelo interessado. A 
manifestação de vontade do representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em 
relação ao representado. 
 
O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do 
representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, 
responder pelos atos que a estes excederem. 
 
É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o 
representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. 
Realizado o negócio, o prazo de decadência para pleitear sua anulação é de cento e oitenta 
dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade. 
 
 
 
 
4.3 - Da Condição, do Termo e do Encargo 
 
 
Considera-se condição a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a evento 
26 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
futuro e incerto. Deriva exclusivamente da vontade das partes. 
São lícitas todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons 
costumes. São proibidas as condições que privarem o negócio jurídico de todo efeito o 
sujeitar ao puro arbítrio de uma das partes. 
 
Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados as condições impossíveis 
(quando suspensivas), as ilícitas, as de fazer coisa ilícita, e as condições incompreensíveis 
ou contraditórias. 
 
A condição impossível é aquele em que o acontecimento necessário para a eficácia 
do ato jurídico é inatingível, inalcançável ou legalmente proibida. 
 
 
Condições suspensivas são aquelas em que a aquisição do direito fica na dependência 
de um evento futuro e incerto; enquanto este se não verificar, não se terá adquirido o direito. 
Condições resolutivas são aquelas em que o direito adquirido se desfaz quando ocorrer 
determinado evento; enquanto este não se realizar, vigorará o negócio jurídico. 
 
Termo é a definição do momento, do dia em que começam ou terminam os efeitos do 
negócio jurídico. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. 
 
 
Para estabelecimento do termo, salvo disposição legal ou convencional em contrário, 
computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. Se o dia 
do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil. 
Meado é considerado, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia. Os prazos de meses e 
anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata 
correspondência. Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. 
 
Estabelecido um negócio jurídico entre vivos sem fixação de prazo, ele é exeqüível 
desde logo, exceto se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo. 
 
 
O encargo é cláusula acessória que impõe um a obrigação ao beneficiário do ato 
jurídico. Não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente 
imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva. 
 
O encargo ilícito ou impossível será considerado não escrito, liberando o ato negocial 
27 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
de qualquer restrição. Todavia, se constituir o motivo determinante da liberalidade será 
invalidado o negócio jurídico. 
 
 
 
 
4.4 - Dos Defeitos do Negócio Jurídico 
 
 
O negócio jurídico tem como fundamento a livre e consciente manifestação de vontade 
com vistas a atingir os fins pretendidos. Se ela não é consciente ou o querer não se 
manifestou livremente, como nos casos de erro ou ignorância, dolo, coação, estado de 
perigo e lesão, o negócio jurídico pode ser anulado porque defeituoso. Há, também, 
manifestação de vontade que o agente quis e estava consciente, mas a fez em desacordo 
com as disposições legais ou do boa-fé, como no caso da fraude contra credores. 
 
 
 
 
4.4.1 - Do Erro ou Ignorância 
 
 
Erro é a falsa noçãosobre alguma coisa, enquanto a ignorância é o desconhecimento 
acerca de algo. Ambos viciam o consentimento do declarante, que teria se manifestado de 
outra maneira de conhecesse a realidade. 
 
São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem 
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das 
circunstâncias do negócio. 
 
Erro substancial ou essencial é aquele que recai sobre a natureza do negócio, sobre 
o objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais. Da mesma 
forma, erro substancial é aquele que recai sobre a identidade ou à qualidade essencial da 
pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo 
relevante. Ainda, erro substancial é aquele que ocorre quando for o motivo único ou 
principal do negócio jurídico, sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei. 
28 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
O ato jurídico somente é anulado por erro substancial ou essencial. Não acarreta 
nulidade o erro acidental ou secundário. 
 
O erro de indicação da pessoa ou da coisa, denominado erro acidental, a que se referir 
a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas 
circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada. 
 
 
 
 
4.4.2 - Do Dolo 
 
 
Dolo é o artifício ou expediente usado para enganar alguém. Os negócios jurídicos 
são anuláveis quando o dolo for a sua causa. Diferencia o dolo do erro porque a vontade 
neste é enganada espontaneamente, enquanto que naquele ela é provocada. 
 
O dolo é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro 
modo. Ele só obriga à satisfação das perdas e danos. 
 
Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito 
de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se 
que sem ela o negócio não se teria celebrado. Se ambas as partes procederem com dolo, 
nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização. 
 
 
 
 
4.4.3 - Da Coação 
 
 
Coação é a violência física ou moral que impede alguém de dispor livremente de sua 
vontade. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente 
fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus 
bens. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples 
temor reverencial. 
29 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
 
 
 
4.4.4 - Do Estado de Perigo 
 
 
Ocorre o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou 
a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação 
excessivamente onerosa. 
 
 
 
 
4.4.5 - Da Lesão 
 
 
Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, 
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 
 
 
 
 
4.4.6 - Da Fraude Contra Credores 
 
 
Pratica fraude contra credores o devedor insolvente, ou na iminência de o ser, que 
onera ou aliena seus bens, desfalcando seu patrimônio em detrimento dos credores. Nesse 
caso, os credores poderão anular os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão 
de dívida. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando 
a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante. 
 
 
 
 
4.5 - Da Invalidade do Negócio Jurídico 
 
 
A desobediência quanto a forma prescrita em lei acarreta uma sanção que impede o 
negócio jurídico de produzir efeitos. Essa sanção é denominada nulidade, que pode ser 
30 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
absoluta ou relativa. 
 
 
A nulidade absoluta caracteriza-se pela falta de algum elemento substancial do negócio 
jurídico, como, por exemplo, quando for celebrado por pessoa absolutamente incapaz, for 
ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto, quando o motivo determinante das partes 
for ilícito. Da mesma forma, nulo é o negócio jurídico quando não se reveste da forma 
prescrita em lei, tiver por objetivo fraudar lei imperativa, e quando a lei taxativamente o 
declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. 
 
Também é nulo negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se 
válido for na substância e na forma. A simulação ocorre nos casos de declaração, confissão, 
condição ou cláusula não verdadeira, ao se antedatar ou pós-datar escritos particulares, ou, 
ainda, quando aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às 
quais realmente se conferem, ou transmitem. 
 
A nulidade absoluta, por ser matéria de ordem pública, pode ser levantada a qualquer 
tempo, por qualquer pessoa; e não admite convalidação ou ratificação e não se sujeita a 
prescrição. 
 
A nulidade relativa caracteriza-se pela incapacidade relativa do agente ou por vício 
resultante de manifestação de vontade. A nulidade relativa só levantada pelo interessado 
direto. Pode ser convalidada com a ocorrência da prescrição, pela correção do vício, pela 
revogação da exigência legal ou pela ratificação. 
 
O prazo decadencial para anulação do negócio jurídico decorrente e vício de vontade 
é de quatro anos, contados conforme o vício. Quando a lei dispuser que determinado ato é 
anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a 
contar da data da conclusão do ato. 
 
Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se 
achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente. 
 
A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder 
provar-se por outro meio. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um 
negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da 
31 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da 
obrigação principal. 
 
 
 
 
4.6 - Dos Atos Ilícitos 
 
 
A distinção entre ato ilícito e negócio ilícito observa-se, sobretudo, quanto aos efeitos. 
O primeiro é punido com a ineficácia, enquanto o segundo gera a obrigação de reparar o 
dano. 
 
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito 
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Também 
comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites 
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
Não são considerados atos ilícitos aqueles praticados em legítima defesa ou no 
exercício regular de direito ou a promoção da deterioração ou destruição da coisa alheia, 
ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente, observados as circunstâncias e o 
limites. 
 
 
 
 
4.7 - Da Prescrição e da Decadência 
 
 
O titular de direitos deve exercê-los no tempo e na forma estabelecida pela lei ou 
estabelecida particularmente, sob pena de caducidade e, de conseqüência, o perecimento 
do direito ou da possibilidade de cobrá-lo. 
 
 
 
 
4.7-1 - Da Prescrição 
32 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
 
A prescrição é a extinção de uma ação ajuizável em decorrência da inércia do seu 
titular, durante certo lapso de tempo. A prescrição extingue a pretensão e de conseqüência 
a possibilidade de se exigir um direito. 
 
A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. 
Especificamente afeta ao direito imobiliário, prescrevem em três anos a pretensão relativa 
a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos, a pretensão para receber prestações vencidas 
de rendas temporárias ou vitalícias, a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer 
prestaçõesacessórias, a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa, a 
pretensão de reparação civil, a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro 
prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório. 
 
Prescrevem em cinco anos a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de 
instrumento público ou particular, a pretensão dos profissionais liberais, contado o prazo da 
conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato, a pretensão 
do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo. 
 
 
 
4.7.2 - Da Decadência 
 
 
Decadência e extinção do direito em decorrência da inércia do seu titular, que deixa 
escoar o prazo legal ou convencionado, para o seu exercício. Enquanto a prescrição 
extingue a pretensão, pois o inerte perde a possibilidade de ajuizar ação para fazer valer 
um direito, na decadência ele perde o próprio direito e extingue-se não só a pretensão, mas 
o próprio direito pelo não exercício. 
33 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
 
 
5 
DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
34 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
“Obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e 
credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, 
devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através do seu patrimônio” 
(Washington de Barros Monteiro). 
 
A prestação ou contraprestação deve ser possível, licita, determinada ou determinável, 
e traduzível em dinheiro. 
 
 
 
 
5.1 - Das Modalidades das Obrigações 
 
 
As obrigações dividem-se em obrigações de dar ou restituir, obrigações de fazer, ou 
de não fazer. 
 
 
 
 
5.1.1 - Das Obrigações de Dar 
 
 
Essas obrigações relacionam-se a obrigatoriedade de entregar alguma coisa, que 
poderá ser certa, determinada e específica ou incerta, indeterminada ou genérica. 
 
 
Via de regra as obrigações incertas tratam sobre coisas fungíveis, e as obrigações 
certas sobre coisas infungíveis. 
 
 
 
 
5.1.1.1 - Das Obrigações de Dar Coisa Certa 
 
 
A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela mesmo que não 
mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. O credor 
de coisa certa não está obrigado a receber outra, ainda que mais valiosa. 
35 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
As obrigações de dar e de restituir se resolvem conforme averiguação da existência 
de culpa do devedor. 
 
Nas obrigações de dar coisa certa, se a coisa se perder por culpa do devedor, 
responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. Se deteriorada, poderá o credor 
exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar 
indenização das perdas e danos. 
 
Nas obrigações de dar coisa certa, se a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes 
da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as 
partes. Se deteriorada a coisa, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, 
abatido de seu preço o valor que perdeu. 
 
Apenas para ilustrar, tradição é a entrega da coisa feita pelo devedor ao credor, e 
obrigação resolvida é a obrigação finda, extinta. 
 
 
Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder 
antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus 
direitos até o dia da perda. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá, este, 
pelo equivalente, mais perdas e danos. 
 
Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual 
se ache, sem direito a indenização; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá, 
este, pelo equivalente e mais perdas e danos. 
 
 
 
 
5.1.1.2 - Das Obrigações de Dar Coisa Incerta 
 
 
A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. Nas coisas 
determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário 
não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a 
prestar a melhor. 
36 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda 
que por força maior ou caso fortuito. 
 
 
 
 
5.1.2 - Das Obrigações de Fazer 
 
 
A obrigação de fazer relaciona-se com o encargo de prestar um serviço, um ato positivo, 
material ou imaterial, em benefício do credor ou terceiro. Bem exemplifica a obrigação de 
fazer o encargo aceito pelo pedreiro para construir um muro. 
 
O devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível incorrerá 
na obrigação de indenizar perdas e danos. 
 
Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a 
obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. 
 
Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar as 
custas do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. 
Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar 
ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. 
 
 
 
 
5.1.3 - Das Obrigações de Não Fazer 
 
 
A obrigação de não fazer relaciona-se com o encargo de abster-se obrigatoriamente 
de um fato que poderia praticar, de tolerar, consentir ou não impedir. 
 
Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne 
impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. 
 
Se aquele que se obrigou a abster-se de praticar o ato o fizer, o credor pode exigir seu 
37 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
desfazimento, sob pena de o próprio credor o desfazer a custa do devedor, que responderá 
também por perdas e danos. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar 
desfazer, sem prejuízo do ressarcimento devido. 
 
 
 
 
5.1.4 - Das Obrigações Alternativas 
 
 
Obrigação alternativa é aquela que tem por objeto duas ou várias prestações que são 
devidas de tal maneira que o devedor se libere inteiramente executando uma “só dentre 
elas” (Planiol). 
 
Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se 
estipulou, mas ele não pode obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em 
outra. Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser 
exercida em cada período. 
 
Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada 
inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra. 
 
Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não 
competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último 
se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. 
 
Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por 
culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, 
com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem 
inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização 
por perdas e danos. 
 
Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á 
a obrigação. 
38 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
5.1.5 - Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis 
 
 
Obrigação divisível é aquela cuja prestação o devedor pode cumprir a obrigação por 
partes. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta 
presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou 
devedores. 
 
A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não 
suscetíveis de divisão. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, 
cada um será obrigado pela dívida toda. O devedor,que paga a dívida, sub-roga-se no 
direito do credor em relação aos outros coobrigados. 
 
Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. 
 
 
 
 
 
5.1.6 - Das Obrigações Solidárias 
 
 
Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais 
de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. A solidariedade não se 
presume, resulta da lei ou da vontade das partes. 
 
A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co- 
devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. 
 
 
 
 
5.1.6.1 - Da Solidariedade Ativa 
 
 
Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da 
prestação por inteiro. 
39 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a 
qualquer daqueles poderá este pagar. O pagamento feito a um dos credores solidários 
extingue a dívida até o montante do que foi pago. 
 
Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a 
solidariedade. 
 
O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros 
pela parte que lhes caiba. 
 
 
 
 
5.1.6.2 - Da Solidariedade Passiva 
 
 
O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcialmente 
ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores 
continuam obrigados solidariamente pelo resto. 
 
O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não 
aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. 
 
A cláusula, condição ou obrigação adicional, qualquer que seja ela, estipulada entre 
um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem 
consentimento destes. 
 
Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste 
para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o 
culpado. 
 
Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido 
proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. 
 
O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os 
devedores. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos 
40 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
demais. 
 
 
 
 
 
5.2 - Da Transmissão das Obrigações 
 
 
5.2.1 - Da Cessão de Crédito 
 
 
Na cessão de crédito, o credor (cedente) pode transferir a terceiro (cessionário) o 
direito que possui em relação ao devedor (cedido), se a isso não se opuser à natureza da 
obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor. A cláusula proibitiva da cessão não poderá 
ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação. 
 
A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este 
notificada. 
 
Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor. O 
cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do 
que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da 
cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança. 
 
O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver 
conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica 
exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro. 
 
 
 
 
5.2.2 - Da Assunção de Dívida 
 
 
É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso 
do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, 
era insolvente e o credor o ignorava. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor 
41 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. 
 
 
Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da 
assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor. 
 
Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as 
suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício 
que inquinava a obrigação. 
 
 
 
 
5.3 - Do Adimplemento e Extinção das Obrigações 
 
 
O ato de cumprir a obrigação é denominado adimplemento. A obrigação pode ser 
extinta com o pagamento, com a dação em pagamento, com a novação, a compensação, a 
transação, confusão e a remissão de dívidas. 
 
 
 
 
5.3.1 - Do Pagamento 
 
 
O pagamento é o cumprimento dado a uma obrigação, em dinheiro ou coisa. 
 
 
 
 
 
5.3.1.1 - De Quem Deve Pagar 
 
 
Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se 
opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Igual direito cabe ao terceiro não 
interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. 
 
Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito 
42 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu. Se se der em pagamento coisa 
fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, 
ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la. 
 
 
 
 
5.3.1.2 - Daqueles a Quem se Deve Pagar 
 
 
O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de 
só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. O pagamento 
feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. 
 
Não tem validade o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o 
devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. 
 
 
 
 
5.3.1.3 - Do Objeto do Pagamento e Sua Prova 
 
 
O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que 
mais valiosa. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor 
ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. 
 
As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo 
valor nominal. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. 
 
Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da 
prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da 
parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. 
 
São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem 
como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados 
os casos previstos na legislação especial. 
43 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
 
O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto 
não lhe seja dada. A quitação designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do 
devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do 
credor, ou do seu representante. 
 
Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até 
prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores. 
 
Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio 
das partes, que aceitaram os do lugar da execução. 
 
 
 
 
5.3.1.4 - Do Lugar do Pagamento 
 
 
Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem 
diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias. 
Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles. 
 
Dívida quérable é a pagável no domicílio do devedor. Dívida portable é a pagável no 
domicíliodo credor. Sendo o contrato omisso prevalecerá o domicílio do devedor como 
lugar do pagamento. 
 
Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a 
imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem. 
 
Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, 
poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor. O pagamento reiteradamente 
feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. 
 
 
 
 
5.3.1.5 - Do Tempo do Pagamento 
44 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
 
Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, 
pode o credor exigi-lo imediatamente. 
 
As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo 
ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor. 
 
Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no 
contrato ou definido no Código Civil, desde que no caso de falência do devedor, ou de 
concurso de credores; se os bens hipotecados ou empenhados forem penhorados em 
execução por outro credor; ou, ainda, se cessarem ou se tornarem insuficientes as garantias 
do débito e o devedor se negar a reforçá-las. 
 
 
 
 
5.3.2 - Pagamento em Consignação 
 
 
Pode o devedor efetuar o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa 
devida, sendo o ato considerado pagamento, extinguindo-se a obrigação. Pode ocorrer nos 
casos em que o credor não puder ou recusar, sem justa causa, receber o pagamento dar 
quitação na devida forma. Da mesma forma, cabe o pagamento em consignação caso o 
não for ou não mandar receber a coisa no lugar, no tempo e condição devidos; se ele for 
incapaz de receber; for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de 
acesso perigoso ou difícil; se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o 
objeto do pagamento ou, ainda, se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
 
Para que a consignação tenha força de pagamento é imprescindível a observância 
dos requisitos do pagamento, ou seja, feita observando a identidade do credor, a prestação 
deve ser integral e efetuada na época acordada, ou se feita com atraso, acompanhada dos 
encargos da mora. Por fim, deve ocorrer no lugar estipulado para o pagamento. 
 
Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o 
devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a 
obrigação para todas as conseqüências de direito. 
45 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
5.3.3 - Do Pagamento com Sub-Rogação 
 
 
Sub-rogar tem o significado de trocar, substituir, colocar uma coisa ou pessoa no lugar 
de outra. 
 
 
A sub-rogação deve ser declarada expressamente no contrato, não se presumindo. 
Ocorre quando o credor recebe o pagamento de terceiro e lhe transfere todos os seus 
direitos. Ela transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do 
primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. 
 
Ela pode ser pessoal ou real. Na sub-rogação pessoal a dívida é paga por um co- 
devedor ou terceiro interessado. Na sub-rogação real substitui-se a coisa devida. A sub- 
rogação também pode ser legal ou convencional. No primeiro caso decorre de imposição 
legal e se manifesta nos casos em que o credor paga a dívida do devedor comum; em que 
terceiro efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel, em que terceiro 
interessado paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. No 
segundo caso, a sub-rogação convencional, decorre de estipulação de vontades entre o 
credor e terceiro ou entre o devedor e terceiro. 
 
 
 
 
5.3.4 - Da imputação do Pagamento 
 
 
Imputar o pagamento significa indicar o que se está pagando. Ocorre quando a pessoa 
obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, indica a qual deles 
oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. 
 
São requisitos a dualidade ou pluralidade de dívidas, a identidade do credor e devedor, 
débitos de natureza igual e suficiência de pagamento para qualquer das dívidas. 
 
 
 
 
 
5.3.5 - Da Dação em Pagamento 
46 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
O credor de coisa certa não pode ser obrigado a receber outra coisa, ainda que mais 
valiosa. Todavia, a coisa dada em pagamento, mesmo que diversa do estipulado, pode 
extinguir a obrigação desde que o credor concorde com a substituição. 
 
Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes 
regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda. 
 
Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em 
cessão. 
 
Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação 
primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvo os direitos de terceiros. 
 
 
 
 
 
5.3.6 - Da Novação 
 
 
A novação é a substituição de uma obrigação por outra. Ocorre a novação pela 
substituição do sujeito ativo ou do sujeito passivo ou do objeto da obrigação, surgindo uma 
nova relação jurídica, que extingue e substitui a anterior. 
 
A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de 
consentimento deste. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor direito de ação 
regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição. 
 
A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver 
estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca 
ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na 
novação. 
 
A novação feita sem o consentimento fiador o exonera com o devedor principal. 
 
 
Não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas, exceto as obrigações 
simplesmente anuláveis, 
47 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
5.3.7 - Da Compensação 
 
 
A compensação é uma modalidade de extinção de obrigação recíproca. Se duas 
pessoas forem, ao mesmo tempo, credores e devedores uma da outra, as duas obrigações 
extinguem-se, até onde se compensarem. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, 
vencidas e de coisas fungíveis. 
 
A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto se provier de 
esbulho, furto ou roubo, se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos, ou se uma 
for de coisa não suscetível de penhora. 
 
As partes podem, de comum acordo, estipular a exclusão da compensação, ou, ainda, 
no caso de renúncia prévia de uma delas. 
 
 
 
 
5.3.8 - Da Confusão 
 
 
Se na mesma pessoa se confundir as qualidades de credor e devedor a obrigação 
será extinta. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela. 
Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação 
anterior. 
 
 
 
 
5.3.9 - Da Remissão das Dívidas 
 
 
A remissão é o ato pelo qual o credor dispensa graciosamente o devedor de pagar a 
dívida. É um ato de liberalidade do credor, e bilateral, pois depende da concordância do 
devedor. A remissão pode ser total ou parcial, e pode produzir os mesmos efeitos que a 
transação. 
48 Centro de Ensino Tecnológico de Goiás - CETEG 
 
 
 
A remissão da dívida extingue a obrigação, mas não pode prejudicar terceiro. 
 
 
 
 
 
5.4 - Do Inadimplemento das Obrigações 
 
 
Inadimplir significa descumprir uma obrigação assumida. Essa inexecução gera uma 
série de conseqüências jurídicas, conforme a obrigação. Pelo inadimplemento das 
obrigações respondem todos os bens do devedor. 
 
O inadimplemento pode ser relativo ou absoluto. Relativo, também denominado mora, 
ocorre quando a obrigação não foi cumprida no tempo, lugar e formas estipuladas, mas 
sua execução ainda pode ser aproveitada pelo credor. A inadimplência

Outros materiais