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Aula 6 - O farmacêutico e a infecção hospitalar

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O farmacêutico e a infecção hospitalar
Profa. Mariana C Figueiredo
Infecção hospitalar
Qualquer tipo de infecção adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta quando essa infecção estiver diretamente relacionada om a internação ou procedimento hospitalar, como , por exemplo, uma cirurgia
As infecções hospitalares podem ser causadas por falta de assepsia:
No meio ambiente;
Do material e medicamentos;
No paciente;
Da equipe que o atende
EXEMPLOS DE ASSEPSIA:
o ato de lavar as mãos impede a transferência de microrganismos presentes na mão do agente de saúde para o paciente:
A esterilização dos materiais;
Não tossir, espirras, e nem falar sobre material esterilizado;
Uso de papel toalha para as mãos;
Não sentar nas camas dos pacientes;
Não colocar materiais no chão (comadre, bacias);
Remoção das bactérias da pele (banho, limpeza)
Histórico
1854 – implantação de medidas de higiene e limpeza no hospital que assistia os militares feridas (guerra) 
Fim do século XIX e no inicio do século XX – implantou os princípios de assepsia (manter livres de germes os centros cirúrgicos) -LAVAGEM DAS MÃOS
Louis Pasteur – descobriu algumas bactérias causadoras de doença e observou que muitas morriam quando aquecia – pasteurização
Desenvolvimento de microbiologia como ciência de apoio no combate as infecções
Histórico
Inicio sec XX – Introdução do uso de luvas nos procedimentos hospitalares
Principio do século XX : descobertas as sulfonamidas
1929- obtenção PENICILINA – (Alexandre Fleming), seguida pelos demais antibióticos (corrida indústria farmacêutica)
Resistencia Bacteriana – CONTROLE!!!! (CCIH)
Histórico - BRASIL
1963- 1 CCIH - Hospital RS – Hospital Ernesto Dorneles
1970 – HC –USP
1987 – APECIH (Associação Paulista de Epidemiologia e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde)
1998- Atual portaria 2616/98 – reitera os programas de CIH em todos os hospitais
Portaria 2.616/98 (12 de maio de 98)
Esta portaria consta por 5 anexos
I – trata da organização e competência da CCIH
II – Trata de conceitos e critérios diagnósticos das infecções hospitalares
III– Trata de Orientações sobre vigilância epidemiológica das infecções hospitalares e seus indicadores
IV e V – Trata das recomendações sobre lavagem das mãos e de outros temas como: uso de germicidas, microbiologia.
Os hospitais deverão constituir CCIH para produzir normas para orientar a execução da Programa de controle de infecções 
De acordo com a portaria 2.616/98 , as cirurgias são classificadas em:
Limpas: realizadas em tecidos estéreis ou de fácil descontaminação, sem penetração nos tratos digestório, respiratório ou urinário EX: cirurgia de ovário
Potencialmente contaminadas: realizada em tecidos de difícil descontaminação, com penetração nos tratos digestório, respiratório ou urinário. EX redução de fratura exposta
Contaminadas: realizadas em tecidos recentemente traumatizados e abertos, de difícil descontaminação, com processo inflamatório. Ex: apendicite 
Infectadas: realizada em tecido com supuração local, tecido necrótico, feridas traumáticas sujas
Pacientes em maior risco:
Recém –nascidos;
Acidentados;
Pacientes com neoplasias malignas;
Receptores de órgãos;
Diabéticos;
Idosos;
Aidéticos
Diagnóstico de infecção hospitalar
Observação direta do paciente ou analise do prontuários
Resultados de exames de laboratório;
Quando não houver evidência clinica ou laboratorial da infecção no momento da internação no hospital, relaciona-se infecção hospitalar toda manifestação clinica de infecção que se apresentar após 72 horas da admissão no hospital
Infecções de recém nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas pela placenta ou associadas 
Como se trata?
Após o diagnostico de infecção hospitalar, o tratamento é feito sempre com antibióticos injetáveis e por período de 14 a 30 dias.
Como se previne?
Depende em muitos quesitos da instituição hospitalar e de seus trabalhadores do que dos pacientes, ja que ninguém se interna com intenção de contrair doença 
Os cuidados para não ocorrer elevado número de infecções e a sua prevenção envolvem medidas de qualificação da Assitencia hospitalar, de vigilância sanitária
INFECÇÕES MAIS IMPORTANTES
Infecção trato urinário
Mais comum
Idade avançada e sexo feminino
Uso indiscriminado de antimicrobianos
Instrumentação trato urinário
 sonda vesical – 80%
Infecção de sitio cirúrgico
Tempo de internação;
Condições pré-operatórias e técnicas cirúrgicas;
Drenos, próteses
Antibioticoprofilaxia
INFECÇÕES MAIS IMPORTANTES
Infecção trato respiratório
Idade e patologia base
Colonização orofaringe
Broncoaspiração
Infecção de corrente sanguínea
Hospedeiro –doença base
Insumos contaminados e técnicas
Acesso vascular :
 tipo cateter, curativo, tempo, local
PRINCIPAIS BACTERIAS CAUSADORAS IH 
STAPHYLOCOCCUS AUREUS
Grupo dos cocos gram + e catalase +
Infecções simples como: espinhas, furúnculos e celulites;
Infecções graves : meningites, pneumonia, endocardite;
Reservatórios: pacientes colonizados, funcionários e pelo próprio ambiente;
Responsável por mais de 30% dos casos de infecção hospitalares
PRINCIPAIS BACTERIAS CAUSADORAS IH 
STAPHYLOCOCCUS EPIDERMIDIS
ESCHERICHIA COLI
Pacientes com baixa resistência podem sofrer septicemia e endocardites relacionada a implantes, próteses e cateteres
Bacilo gram -, podem ser aeróbicas e anaeróbias facultativas;
Parte da microbiota normal no intestino;
UTI;
Septicemia
PRINCIPAIS BACTERIAS CAUSADORAS IH 
KLEBSIELA PNEUMONIAE
Pacientes imunocomprometidos
Infecções pediátricas relevantes
PSEUDOMONAS AERUGINOSA
Bacilo gram -, tolerância grandes variações temperaturas, preferência por ambientes úmidos
Causador de infecções em diversas regiões do corpo
PRINCIPAIS BACTERIAS CAUSADORAS IH 
ENTEROCOCCUS
Bactérias gram +, presentes aparelho digestivo (intestino) e urinário
Endocardites
Infecção urinaria
septcemia
ACINOBACTER BAUMANNII
Bactéria gram -, com distribuição cosmopolita
Elevada patogenicidade: vias respiratórias e trato urinário
SEPSES OU SEPTICEMIA
Septicemia ou sepse é uma infecção generalizada grave que ocorre devido à presença de microrganismos patogênicos e suas toxinas na corrente sanguínea.
Quais são as causa?
Pode se desenvolver a partir de qualquer foco infeccioso por bactérias, vírus ou fungos
CLASSIFICAÇÃO EM 3 DIFERENTES NIVEIS:
1- sepse – resposta inflamatória provocada pela infecção está associada a pelo menos dos sinais.
EX: febre geralmente maior que 38,5° C, calafrios e falta de ar ...
2 – Sepse grave: quando há comprometimento funcional de um ou mais órgãos;
3 – choque séptico: queda drástica de pressão arterial que não responde à administração de líquidos por via intravenosa
SINTOMAS
DIAGNÓSTICO
Variam de acordo com grau de evolução do quadro clinico
Mais comuns são: febre alta ou hipotermia, calafrios, baixa produção de urina, respiração acelerada dificuldade para respirar, ritmo cardíaco acelerado, agitação e confusão mental
São realizados exames de sangue, como hemograma e hemocultura, exames de urina e se necessários a cultura das secreções respiratórias e das lesões cutâneas pré-existentes
Exames de imagem como raio X, ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética
TRATAMENTO
Ocorre com uso de antibióticos, soro na veia para normalizar a pressão e combater a desidratação, além de remédios para controlar a febre e para vômito, caso necessário
COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
É um grupo composto por enfermeiros, farmacêuticos, médicos, biomédicos e outros profissionais de hospital, os quais tem por objetivo comum controlar e reduzir o índice de infecção hospitalar, através da implementação de medidas adequadas e capacitação de colaboradores
OBJETIVO CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
Prevenir e combater a infecção hospitalar e para isso são seguidas medidas:
Desenvolver ações na busca ativas das infecções hospitalares;
Avaliar e orientar as técnicas relacionadas com procedimentos invasivos;
Participar daequipe de padronização de medicamentos;
Prevenir e controlar as infecções hospitalares;
Controlar limpeza caixa d'água;
Controlar uso de antibióticos;
Implantar sistema vigilância epidemiológica de infecções hospitalares;
Elaborar treinamentos periódicos das rotinas do CCIH
Executar busca ativa aos pacientes com infecção
O PAPEL DO FARMACEUTICO NO CCIH
Participar das reuniões da CCIH, elaborar protocolos de tratamentos antimicrobianos;
Estabelecer intercambio entre CCIH, CFT (comissão farmácia e terapêutica), Comissão de suporte Nutricional e Comissão de Padronização de Material medico hospitalar;
Participar de investigação de casos suspeitos de contaminação por soluções parenterais e outros;
Estabelecer politicas internas na farmácia abrangendo procedimentos e programas para evitar a contaminação de medicamentos produzidos e dispensados;
Estimular uso embalagens em dose única para produtos estéreis;
Trabalhar em conjunto com laboratório de microbiologia;
O PAPEL DO FARMACEUTICO NO CCIH
Participar da padronização dos germicidas e saneantes;
Elaborar e desenvolver projetos de pesquisa em CCIH;
Participar de programas de Farmacoepidemiologia, principalmente aquelas relacionadas a estudos de utilização de medicamentos e Farmacovigilância;
Participar de investigação epidemiológica dos surtos ou suspeitas de surtos;
Desenvolver atividade de capacitação e atualização de recursos humanos e orientação de pacientes
SITUAÇÃO DO CONTROLE INFEÇÃO NO BRASIL
Apesar de muitos esforços, o brasil ainda enfrenta uma realidade adversa do que pode-se chamar satisfatório:
Carência de recursos humanos e materiais nas instituições de saúde (principalmente nas publicas),
Ausência de CCIHS atuantes em grande parte dos hospitais ou ainda,
Profissionais exercendo funções sem conhecimento adequado da atividade, o que resulta em elevadas taxas de infecção hospitalar,
Ocorrência de surtos não detectados em berçários e unidades de terapias intensiva
..............
Resistência bacteriana 
Uso excessivo de antibióticos em hospitais contribui para o desenvolvimento de resistência bacteriana, aumentando os custos hospitalares e os riscos de reações adversas a medicamentos. 
1993, o Ministério da Saúde estabeleceu a obrigatoriedade da criação e padronização CCIH nos hospitais brasileiros, para desenvolvimento de ações e prevenções e controle de infecções hospitalares.
Apenas 30% dos hospitais da rede pública e privada no Brasil possuem Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

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