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Peça - Direito civil - Seção 3 - Agravo de instrumento

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AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Processo de origem nº xxxx
EMPRESA BELA MUSA, pessoa jurídica de direito privado, detentora do CNPJ nº XXXX, com sede no endereço XXX, por meio de seu procurador que esta subscreve, inconformada com a R. Decisão Interlocutória, que versa sobre a inversão do ônus da prova proferida nos autos da Ação de indenização proposta sob o Processo de nº XXXXX em trâmite na 3ª Vara Cível da comarca de Florianópolis/SC, o vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência interpor 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
com fulcro no artigo 1015 e seguintes do Código de Processo Civil, apresenta recurso dentro do prazo legal de 15 dias úteis, portanto tempestivo. Requer-se o recebimento do presente recurso de agravo de instrumento, com as razões anexas, COM CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO, na forma do art. 1019, I, do CPC, intimando-se o agravado para oferecer contrarrazões, no prazo de 15 dias. Como se trata de processo eletrônico, deixa de juntar os documentos previstos no art. 1017 do CPC, na medida do permissivo legal existente em seu parágrafo 5º (“Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput, facultando ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia”). 
Nesses termos, pede deferimento.
Local, data ____de _____de _____.				
ASSINATURA ADVOGADO
OAB Nº
AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA
RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
Agravante: EMPRESA BELA 
Agravado: GABRIELA 
Processo de origem nº 
 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS/SC
COLENDA CÂMARA,
1. DO CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Perfeitamente cabível esse tipo de recurso, contra decisão proferida pelo juízo a quo, pois conforme dispõe o artigo 1015, inciso XI, CPC, é possível o ingresso do agravo de instrumento todas as vezes que a decisão interlocutória versar sobre redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º , vejamos:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373. 
Portanto pertinente ao presente caso o cabimento o agravo de instrumento.
2. DA TEMPESTIVIDADE E DO PREPARO
O presente Agravo de Instrumento é tempestivo visto que a intimação ocorreu em xxx (segunda-feira). Assim, como previsto no art. 1.003, § 5º, 219 e 231, o prazo de 15 dias úteis para interposição do recurso termina no dia xxxx.
A agravante informa que efetuou o preparo, nos moldes do artigo 1.007 CPC, anexando o comprovante de pagamento.
3. BREVE RELATO DOS FATOS
A parte Agravada ingressou com a Ação de Indenização com a alegação de que por negligência na prestação de serviços da Empresa Agravante, teve queimaduras na sua perna direita e que sofreu danos em virtude do tratamento realizado.
Posteriormente a Agravante apresentou a contestação, com as provas de que a Agravada foi orientada e mesmos com os avisos da Empresa recebidos por e-mail para que não tomasse sol na região que seria submetida ao tratamento a laser pelo período de uma semana antes da sessão. Mas Gabriela não respeitou as recomendações– como perceptível por fotografias em redes sociais que demonstram idas frequentes à praia e piscinas na semana anterior –, e mesmo orientada a adiar a sessão, optou por prosseguir. Entende a Bela Musa que a parte autora, com sua conduta desidiosa, deu causa à queimadura, pois se a pele da requerente não estivesse tão sensível, nada disso teria ocorrido.
Pleiteou na exordial a condenação da Agravante ao pagamento de indenização por danos patrimoniais, extrapatrimoniais e também a inversão do ônus da prova. 
Em decisão interlocutória o magistrado responsável pelo processo, proferiu a seguinte decisão:
1) reconheço a presença das condições da ação e dos pressupostos processuais; de modo que afasto a preliminar arguida, referente à litispendência, eis que a ação anteriormente ajuizada foi extinta pelo Juízo da 2ª Vara Cível desta Comarca, cf. certidão deste Cartório nos presentes autos; 2) quanto à gratuidade da justiça, diante das provas suficientes apresentadas pela parte requerida, revogo o benefício e determino ao Cartório a realização de cálculos para recolhimento e posterior intimação da parte autora para pagamento das custas processuais, sob pena de extinção do processo; 3) fixo os seguintes pontos controvertidos: a) atribuição de responsabilidade à empresa Bela Musa, por falha na prestação dos serviços; b) atribuição de responsabilidade exclusiva à consumidora Gabriela, por desrespeito às orientações pré-procedimentais; c) constatação de danos patrimoniais e a respectiva extensão; d) configuração de danos estéticos e morais e as respectivas extensões; 4) defiro a produção de prova pericial, assim como a testemunhal, a ser colhida esta última em audiência de instrução e julgamento; 5) decido pela inversão do ônus da prova, com base nos artigos 373, § 1º, do CPC/15 e 6º, inciso VIII, do CDC, impondo-se à empresa Bela Musa demonstrar que prestou os serviços adequadamente e que a consumidora desrespeitou orientações; além disso, cabe à requerida demonstrar que a consumidora não sofreu os danos extrapatrimoniais alegados na exordial; 6) recolhidas as custas processuais, como determinado no item 2 acima, determino a intimação das partes para apresentação do rol de testemunhas, no prazo comum de 15 (quinze) dias, contados da intimação da presente decisão; 7) Intimem-se.”
Considerando incorreção ou injustiça quanto à inversão do ônus da prova, e que a parte autora não sofreu o dano extrapatrimonial, porquanto inadmissível a distribuição do ônus probante dessa maneira, impondo-se prova de impossível ou excessivamente difícil realização pela parte requerida no processo – trata-se da “prova diabólica”. Assim sendo, passa-se à explicação sobre os elementos que compõem a peça recursal.
4. DO MÉRITO E DAS RAZÕES RECURSAIS
Com fulcro no artigo 1.015, inc. XI, CPC o presente recurso versará especificamente sobre a inversão do ônus da prova, e no que diz respeito à imposição para que a empresa Bela Musa demonstre que a parte autora não sofreu o dano extrapatrimonial, porquanto inadmissível a distribuição do ônus probante dessa maneira.
O Juízo a quo, em sua decisão interlocutória entendeu pela inversão do ônus da prova de maneira inadequada, eis que impôs à empresa agravante, ônus extremamente difícil ou impossível de desincumbência. Até mesmo porque, a prova de fato negativo, ou a “prova diabólica”, afigura-se pouco razoável, sobretudo no caso concreto, no qual teria a agravante que demonstrar não ter a parte agravada sofrido danos morais ou extrapatrimoniais.
O dano extrapatrimonial, ou moral, é aquele resultante da constatação de dor, sofrimento, angústia ou tristeza profunda, da violação à dignidade humana ou da afronta a direitos da personalidade. 
É certo que a demonstração desses danos significa tarefa complexa à parte que alega, imagina a imposição à parte contrária do dever de demonstrar que a outra não sofreu o dano extrapatrimonial alegado; ou seja, a empresa deverá demonstrar que seu consumidor não sofreu angústia ou tristeza alguma, sendo assim uma tarefa impossível. 
O legislador dispôs no artigo 373, § 2º, do CPC, que não poderá a inversão do ônus da prova realizada pelo Juízo resultar em imposição que seja de impossível ou excessivamente difícil cumprimento.
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.Nesse sentido necessária a reforma da decisão proferida pelo Juízo a quo mantendo o ônus da prova a parte Agravada. 
5. DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO AO PRESENTE AGRAVO
Pelo que acima foi explicitado, verifica-se a presença, sem sombra de dúvida, dos pressupostos ensejadores da concessão do efeito suspensivo ativo ao presente recurso, com base no art. 1019, I do CPC, na medida em que será realizada audiência de instrução e julgamento, e se mantida a distribuição do ônus da prova como está, restará impossibilitada a tarefa de produção de provas por parte da agravante, ao menos quando ao ponto sob discussão no agravo.
6. PEDIDOS:
Diante de todo exposto, requer:
a) Conhecimento do recurso, pois cabível e tempestivo, em harmonia com os artigos nos artigos 1.015, inc. XI, 1.003, § 5º, 219 e 231, todos do Código de Processo Civil;
b) Pugnar pela atribuição de efeito suspensivo ao agravo, com fulcro no artigo 1.019, I, CPC;
c) A intimação da parte agravada a apresentar resposta em até 15 (quinze) dias, conforme dispõe o artigo 1.019, inc. II, CPC; e
d) Requerimento pelo provimento do recurso e reforma da decisão interlocutória agravada, para que não seja imposta à empresa agravante, Bela Musa, o ônus de demonstrar que a agravada não sofreu os danos extrapatrimoniais – não se lhe impondo a prova de fato negativo, portanto.
Por fim, esclarece que deixa de juntar os documentos previstos no art. 1017 do CPC por ser o processo eletrônico.
Por oportuno, o Agravante informa que estão constituídos nos autos da ação, ou seguintes advogados: 
ADVOGADO AGRAVANTE: Nome e endereço completo 
ADVOGADO AGRAVADO: Nome e endereço completo 
Nesses termos, pede deferimento.
Local, data ____de _____de _____.				
ASSINATURA ADVOGADO
OAB Nº

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