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INSS DIREITO ADMINISTRATIVO AULA 10

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Aula 10
Direito Administrativo p/ INSS 2017/2018 (Técnico do Seguro Social) - Com videoaulas
Professor: Herbert Almeida
No›es de Direito Administrativo p/ INSS 
TŽcnico de Seguro Social 
Teoria e exerc’cios comentados 
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 10 
 
	 	 	 	 	 	 	 	 	
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AULA 10: Processo administrativo 
Sumário	
PROCESSO	ADMINISTRATIVO	.........................................................................................................................	2	
NOÇÕES	PRELIMINARES	............................................................................................................................................	2	
ABRANGÊNCIA	E	APLICAÇÃO	......................................................................................................................................	2	
PRINCÍPIOS	.............................................................................................................................................................	6	
DIREITOS	E	DEVERES	DOS	ADMINISTRADOS	..................................................................................................................	12	
INÍCIO	DO	PROCESSO	E	INTERESSADOS	(INSTAURAÇÃO)	..................................................................................................	15	
IMPEDIMENTO	E	SUSPEIÇÃO	.....................................................................................................................................	18	
FORMA,	TEMPO	E	LUGAR	DOS	ATOS	DO	PROCESSO	.......................................................................................................	20	
COMUNICAÇÃO	DOS	ATOS	.......................................................................................................................................	21	
INSTRUÇÃO	..........................................................................................................................................................	23	
DECISÃO	..............................................................................................................................................................	27	
DA	MOTIVAÇÃO	....................................................................................................................................................	27	
DESISTÊNCIA	E	OUTROS	CASOS	DE	EXTINÇÃO	DO	PROCESSO	............................................................................................	29	
RECURSO	ADMINISTRATIVO	E	REVISÃO	.......................................................................................................................	30	
PRAZOS	...............................................................................................................................................................	36	
DAS	SANÇÕES	.......................................................................................................................................................	37	
QUESTÕES	EXTRAS	.......................................................................................................................................	37	
QUESTÕES	COMENTADAS	NA	AULA	.............................................................................................................	57	
GABARITO	....................................................................................................................................................	68	
REFERÊNCIAS	................................................................................................................................................	68	
	
Ol‡ pessoal, tudo bem? 
Na aula de hoje vamos estudar o processo administrativo (Lei 
9.784/1999). 
Vamos ˆ aula que o tempo est‡ passando! 
Aproveitem! 
	 	
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PROCESSO	ADMINISTRATIVO	
Noções	preliminares	
O Estado realiza os seus fins por meio de processos. A elabora‹o de 
leis ocorre por meio do denominado processo legislativo. Da mesma forma, 
as decis›es judiciais s‹o tomadas por meio do processo judicial. Finalmente, 
as decis›es ou atos administrativos s‹o realizados por meio do processo 
administrativo. 
Nesse contexto, podemos definir processo administrativo como uma 
sucess‹o de atos coordenados entre si, tendo por fim uma decis‹o 
final a ser proferida pela Administra‹o. 
Por exemplo, o processo disciplinar Ž formado por um conjunto de atos 
que tem por fim apurar os fatos e, se necess‡rio, aplicar uma penalidade 
ao agente infrator. Da mesma forma, o processo licitat—rio tem como fim a 
sele‹o da proposta mais vantajosa para a Administra‹o. Esses dois 
exemplos s‹o formados por v‡rios atos coordenados, que culminam com 
um ato ou decis‹o final. 
Nesta aula, vamos estudar a Lei 9.784/19991, conhecida como Lei do 
Processo Administrativo Federal2. 
Abrangência	e	aplicação	
A Lei 9.784/1999 Ž uma lei administrativa federal e, portanto, sua 
aplica‹o Ž restrita ˆ Uni‹o. Nesse sentido, o art. 1¼3 da Lei disp›e que ela 
estabelece normas b‡sicas sobre o processo administrativo no ‰mbito da 
Administra‹o federal direta e indireta. 
																																																								
1
	A	Lei	9.784/1999,	apesar	de	ser	conhecida	como	Lei	do	Processo	Administrativo	Federal,	estabelece	normas	
que,	na	verdade,	aplicam-se	aos	atos	administrativos.	Assim,	alguns	assuntos	desta	Lei,	como,	por	exemplo,	a	
competência,	já	foram	abordados	na	aula	sobre	atos	administrativos	e,	por	conseguinte,	não	serão	novamente	
explorados.	
2
	 Por	 questões	 didáticas,	 vamos	 utilizar	 somente	 “Lei	 do	 Processo	 Administrativo”,	mas	 entenda	 implícito	 o	
“Federal”.	
3
		Art.	1o	Esta	Lei	estabelece	normas	básicas	sobre	o	processo	administrativo	no	âmbito	da	Administração	Federal	
direta	e	indireta,	visando,	em	especial,	à	proteção	dos	direitos	dos	administrados	e	ao	melhor	cumprimento	dos	
fins	da	Administração.	
§	1o	Os	preceitos	desta	Lei	também	se	aplicam	aos	órgãos	dos	Poderes	Legislativo	e	Judiciário	da	União,	quando	
no	desempenho	de	função	administrativa.	
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Por conseguinte, a Lei n‹o obriga os demais entes da Federa‹o, que 
dever‹o dispor de lei pr—pria para regular os processos administrativos em 
seu ‰mbito. 
A	Lei	9.784/1999	é	uma	lei	federal	e,	portanto,	aplica-
se	 somente	 à	 União	 no	 exercício	 de	 sua	 função	
administrativa.	Todavia,	o	STJ	já	entendeu	que	ela	pode	
ser	aplicada,	de	forma	subsidiária,	aos	estados	e	municípios	que	não	disponham	de	
legislação	própria	sobre	processo	administrativo4.	
Além	disso,	no	Distrito	Federal,	por	força	da	Lei	Distrital	2.834/20015,	aplicam-se,	no	
que	couber,	as	disposições	da	Lei	Federal	9.784/1999.	
Vale	 dizer,	 que	 essas	 situações	 são	 excepcionais.	 No	 primeiro	 caso,	 decorre	 de	
ausência	de	 legislação	própria,	 aplicando-se	a	 legislação	 federal	 apenas	de	 forma	
subsidiária.	No	segundo	caso,	foi	o	próprio	Distrito	Federal,	por	lei	própria,	editada	
no	exercício	de	sua	autonomia,	que	adotou	as	normas	da	Lei	Federal.	
A Lei 9.784/1999 Ž destinada ao exerc’cio da fun‹o administrativa. 
Portanto, ela n‹o se aplica ao exerc’cio das fun›es jurisdicional e 
legislativa. No entanto, as disposi›es da Lei do Processo Administrativo 
alcanam os —rg‹os dos Poderes Legislativo e Judici‡rio da Uni‹o, 
quando no desempenho da fun‹o administrativa (art. 1¼, ¤1¼). Com 
efeito,mesmo que a Lei n‹o seja expressa, ela tambŽm ser‡ aplicada ao 
Tribunal de Contas da Uni‹o e ao MinistŽrio Pœblico da Uni‹o quando 
estiverem no exerc’cio da fun‹o administrativa. 
Ademais, a aplica‹o da Lei do Processo Administrativo Ž de car‡ter 
supletivo e subsidi‡rio. Isso porque a norma n‹o alterou nem revogou 
as leis espec’ficas que disciplinavam processos administrativos 
determinados. Nesse contexto, o art. 69 da Lei 9.784/1999 estabelece que 
Òos processos administrativos espec’ficos continuar‹o a reger-se por lei 
pr—pria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta LeiÓ. 
Assim, se existirem leis pr—prias disciplinando processos 
administrativos determinados, a aplica‹o da Lei 9.784/1999 ser‡ 
subsidi‡ria. Por exemplo, a Lei 8.112/1992 disciplina o processo disciplinar 
federal Ð PAD; a Lei 8.666/1993 estabelece normas gerais para o processo 
																																																								
4
	REsp	1.148.460/PR:	“10.	A	Lei	9.784/99	pode	ser	aplicada	de	forma	subsidiária	no	âmbito	dos	demais	Estados-
Membros,	se	ausente	lei	própria	regulando	o	processo	administrativo	no	âmbito	local”.	
5
	Disponível	em	Lei	Distrital	2.834/2001.	
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licitat—rio; a Lei 9.430/1996 disp›e sobre o processo tribut‡rio federal de 
consulta. 
Dessa forma, nos casos em que existe lei espec’fica, a Lei 9.784/1999 
ser‡ aplic‡vel apenas em caso de omiss‹o de suas leis principais. Por isso 
que se diz que a aplica‹o da Lei do Processo Administrativo Ž subsidi‡ria. 
O	Tribunal	de	Contas	da	União	fixou	entendimento	de	
que	 a	 Administração	 deve	 julgar	 e	 responder	 as	
impugnações	 feitas	 por	 licitante	 contra	 edital	 de	
licitação	(art.	41,	§2º6,	da	Lei	8.666/1993)	em	até	cinco	dias,	conforme	prazo	previsto	
no	art.	24	da	Lei	9.784/19997.	Nesse	caso,	o	TCU	aplicou	a	Lei	9.784/1999	de	forma	
subsidiária,	 uma	 vez	 que	 a	 Lei	 8.666/1993	 não	 fixou	 prazo	 para	 o	 julgamento	 e	
resposta	dessas	impugnações.	
Por outro lado, para os casos n‹o abrangidos por lei espec’fica, o 
processo administrativo dever‡ ocorrer inteiramente nos termos da Lei 
9.784/1999. 
	
1. (Cespe - AJ/CNJ/2013) As normas básicas do processo administrativo não se 
aplicam ao Poder Judiciário da União, pois, no desempenho da função administrativa, 
devem ser observadas as regras dispostas nos regimentos internos de cada órgão 
integrante da sua estrutura. 
Comentário: a Lei 9.784/1999 aplica-se à administração direta e indireta da 
União, sendo que as disposições da Lei do Processo Administrativo alcançam 
os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no 
desempenho da função administrativa (art. 1º, §1º). Logo, o item está errado. 
Gabarito: errado. 
																																																								
6
	Art.	41.	[...]	§	2o		Decairá	do	direito	de	impugnar	os	termos	do	edital	de	licitação	perante	a	administração	o	
licitante	 que	 não	 o	 fizer	 até	 o	 segundo	 dia	 útil	 que	 anteceder	 a	 abertura	 dos	 envelopes	 de	 habilitação	 em	
concorrência,	 a	 abertura	 dos	 envelopes	 com	as	 propostas	 em	 convite,	 tomada	de	preços	 ou	 concurso,	 ou	 a	
realização	de	leilão,	as	falhas	ou	irregularidades	que	viciariam	esse	edital,	hipótese	em	que	tal	comunicação	não	
terá	efeito	de	recurso.	
7
	Acórdão	1201/2006	–	TCU/Plenário:	“9.3.	firmar	entendimento	de	que	o	prazo	para	que	a	Administração	julgue	
e	responda	à	impugnação	a	edital	feita	por	licitante,	nos	termos	do	art.	41,	§	2º,	da	Lei	n.	8.666/1993,	é	de	5	dias,	
segundo	o	art.	24	da	Lei	nº	9.784/1999”.	
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2. (Cespe - AUFC/TCU/2013) As disposições da referida lei aplicam-se aos órgãos 
e às entidades que integram o Poder Executivo federal, mas não aos órgãos dos 
poderes Legislativo e Judiciário, que dispõem de disciplina própria relativamente aos 
processos de natureza administrativa. 
Comentário: embora a Lei 9.784/1999 não se aplique ao exercício das funções 
jurisdicional e legislativa, as disposições da Lei do Processo Administrativo 
alcançam os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no 
desempenho da função administrativa (art. 1º, §1º). Com efeito, mesmo que a 
Lei não seja expressa, ela também será aplicada ao Tribunal de Contas da União 
e ao Ministério Público da União quando estiverem no exercício da função 
administrativa. 
Gabarito: errado. 
3. (Cespe - TJ/STJ/2012) A Lei n.º 9.784/1999 não se aplica aos órgãos dos 
Poderes Judiciário e Legislativo, ainda que no desempenho de funções de natureza 
administrativa. 
Comentário: para reforçar, vamos transcrever o art. 1º, caput e §1º, da Lei do 
Processo Administrativo Federal: 
Art. 1o Esta Lei estabelece normas b‡sicas sobre o processo administrativo 
no ‰mbito da Administra‹o Federal direta e indireta, visando, em especial, 
ˆ prote‹o dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos 
fins da Administra‹o. 
¤ 1o Os preceitos desta Lei tambŽm se aplicam aos —rg‹os dos Poderes 
Legislativo e Judici‡rio da Uni‹o, quando no desempenho de fun‹o 
administrativa. (grifos nossos) 
Portanto, a Lei aplica-se aos Poderes Judiciário e legislativo da União, quando 
no exercício da função administrativa. 
Gabarito: errado. 
4. (Cespe - AJ/STJ/2012) Os preceitos dessa lei aplicam-se à administração 
pública direta e indireta no âmbito do Poder Executivo federal, mas não alcançam os 
Poderes Legislativo e Judiciário da União, que dispõem de autonomia para editar atos 
acerca de sua organização e funcionamento quando no desempenho de função 
administrativa. 
Comentário: parou! Mais uma questão como essa, professor? Veja que a banca 
repetiu um item quase igual pelo menos três vezes em um único ano. Apesar 
de ser uma questão bem fácil, é importante reforçá-la. A Lei do Processo 
Administrativo é uma lei federal, aplicável no âmbito da administração pública 
direta e indireta, de todos os Poderes da União, no exercício da função 
administrativa. 
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Gabarito: errado. 
Princípios	
O art. 2¼ da Lei 9.784/1999 determina que a Administra‹o Pœblica 
obedecer‡, dentre outros, aos princ’pios da legalidade, finalidade, 
motiva‹o, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla 
defesa, contradit—rio, segurana jur’dica, interesse pœblico e 
eficincia. Alguns desses princ’pios constam expressamente na 
Constitui‹o Federal, enquanto os demais s‹o apenas impl’citos. 
Segue um mnem™nico para facilitar a 
memoriza‹o dos princ’pios da Lei 
9.784/1999: 
SER‡ FçCIL Pro MoMo 
 
 
SERá
Segurança	jurídica
Eficiência
Razoabilidade
FÁCIL
Finalidade
Ampla	defesa
Contraditório
Interesse	público
Legalidade
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AlŽm desses princ’pios que constam no art. 2¼ da Lei, a doutrina 
apresenta outros que decorrem implicitamente de suas normas ou que 
s‹o aplic‡veisaos processos em geral. Vejamos alguns exemplos: 
a) princ’pio da oficialidade (ou da impuls‹o de of’cio): o processo 
administrativo pode ser instaurado por iniciativa da pr—pria Administra‹o 
(de of’cio), independentemente de iniciativa dos particulares. Com efeito, 
uma vez iniciado, cumpre ˆ Administra‹o dar impulso ao processo, ou seja, 
moviment‡-lo atŽ a decis‹o final. AlŽm disso, este princ’pio ainda permite 
que a Administra‹o faa a revis‹o de suas decis›es, exercendo a 
autotutela por iniciativa pr—pria. Vejamos alguns dispositivos da Lei que 
representam o princ’pio da oficialidade: o art. 2¼, par‡grafo œnico, inc. XII, 
estabelece como um dos critŽrios do processo administrativo a: Òimpuls‹o, 
de of’cio, do processo administrativo, sem preju’zo da atua‹o dos 
interessadosÓ; o art. 5¼ determina que o processo administrativo pode se 
iniciar de of’cio ou a pedido de interessado; o art. 29 estabelece que as 
atividades de instru‹o destinadas a averiguar e comprovar os dados 
necess‡rios ˆ tomada de decis‹o devem se realizar de of’cio ou mediante 
impuls‹o do —rg‹o respons‡vel pelo processo, sem preju’zo do direito dos 
interessados de propor atua›es probat—rias; por fim, o art. 65 determina 
que os processos administrativos de que resultem san›es8 poder‹o ser 
revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de of’cio, quando surgirem fatos 
novos ou circunst‰ncias relevantes suscet’veis de justificar a inadequa‹o 
da san‹o aplicada. 
b) princ’pio da gratuidade: no processo administrativo, Ž vedada a 
cobrana de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei (art. 2¼, 
par‡grafo œnico, XI). 
																																																								
8
	Apesar	de	a	Lei	limitar	a	revisão	aos	processos	administrativos	que	resultem	sanções,	a	Prof.	Maria	Di	Pietro	
entende	que	ela	se	aplica	a	qualquer	ato	da	Administração,	sempre	que	for	reconhecido	que	ele	foi	praticado	
com	inobservância	da	lei	(Di	Pietro,	2014,	p.	702).	
Pro	MoMo
Proporcionalidade
Moralidade
Motivação
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c) princ’pio do informalismo: em regra, o processo administrativo 
n‹o est‡ sujeito a formas r’gidas, limitando a exigncia de formas 
determinadas para quando houver expressa previs‹o em lei. No entanto, 
isso n‹o significa ausncia absoluta de forma, uma vez que, em geral, os 
processos administrativos devem ser escritos e documentados. Na Lei 
9.784/1999, dois dispositivos representam este princ’pio: art. 2¼, par‡grafo 
œnico: ÒVIII Ð observ‰ncia das formalidades essenciais ˆ garantia dos 
direitos dos administradosÓ; ÒIX - ado‹o de formas simples, suficientes 
para propiciar adequado grau de certeza, segurana e respeito aos direitos 
dos administradosÓ. 
d) princ’pio da razo‡vel dura‹o do processo: decorre do art. 5¼, 
LXXVIII, da Constitui‹o da Repœblica, que determina que Òa todos, no 
‰mbito judicial e administrativo, s‹o assegurados a razo‡vel dura‹o do 
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramita‹oÓ. 
Por conseguinte, o art. 49 da Lei 9.784/1999 determina que ap—s ser 
conclu’da a instru‹o do processo administrativo, a Administra‹o tem o 
prazo de atŽ trinta dias para decidir, salvo prorroga‹o por igual per’odo 
expressamente motivada. 
e) princ’pio da publicidade: o princ’pio da publicidade consta 
expressamente na Constitui‹o Federal (art. 37, caput) e, portanto, deve 
ser aplicado ˆ Administra‹o em geral. Ressalvamos, no entanto, que ele 
n‹o consta expressamente no art. 2¼, caput, da Lei 9.784/1999, mas Ž 
igualmente aplic‡vel por fora constitucional ou de outros dispositivos da 
pr—pria Lei do Processo Administrativo, como o art. 2¼, par‡grafo œnico, inc. 
V, que exige a: Òdivulga‹o oficial dos atos administrativos, ressalvadas as 
hip—teses de sigilo previstas na Constitui‹oÓ. 
AlŽm disso, o princ’pio da impessoalidade tambŽm n‹o consta 
expressamente na Lei 9.784/1999, mas se apresenta em uma de suas 
facetas, que Ž o princ’pio da finalidade. Nesse contexto, o art. 2¼, par‡grafo 
œnico, inclui como critŽrios a serem observados nos processos 
administrativos o Òatendimento a fins de interesse geralÓ (inc. II) e a 
Òobjetividade no atendimento do interesse pœblico, vedada a promo‹o 
pessoal de agentes ou autoridadesÓ (inc. III). 
Adicionalmente, podemos falar ainda no princ’pio da verdade 
material, o que permite que se busque apurar os fatos que efetivamente 
ocorreram. Esse princ’pio permite, em regra, que se traga aos autos provas 
relevantes produzidas atŽ mesmo depois da fase destinada ˆ apresenta‹o 
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de provas9, desde que ajude a apurar a verdade material sobre os fatos. 
Com efeito, a Administra‹o Pœblica tem o poder dever de produzir 
provas com o fim de atingir a verdade dos fatos, n‹o devendo, por isso, 
ficar restrita ao que as partes demonstrarem no procedimento. 
AlŽm dos princ’pios previstos no caput do art. 2¼, o par‡grafo œnico do 
mesmo artigo apresenta os critŽrios a serem observados nos processos 
administrativos. Cada um desses critŽrios Ž fundamento ou se relaciona 
com algum dos princ’pios do processo administrativo. Assim, emprestando-
nos dos ensinamentos de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, vamos 
transcrever a lista de critŽrios, juntamente com os princ’pios relacionados10. 
Par‡grafo œnico. Nos processos administrativos ser‹o observados, entre outros, os 
critŽrios de: 
I - atua‹o conforme a lei e o Direito [legalidade]; 
II - atendimento a fins de interesse geral [impessoalidade/finalidade], vedada a 
renœncia total ou parcial de poderes ou competncias, salvo autoriza‹o em lei 
[indisponibilidade do interesse pœblico]; 
III - objetividade no atendimento do interesse pœblico [impessoalidade/finalidade], 
vedada a promo‹o pessoal de agentes ou autoridades [impessoalidade]; 
IV - atua‹o segundo padr›es Žticos de probidade, decoro e boa-fŽ [moralidade]; 
V - divulga‹o oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hip—teses de sigilo 
previstas na Constitui‹o [publicidade]; 
VI - adequa‹o entre meios e fins, vedada a imposi‹o de obriga›es, restri›es e 
san›es em medida superior ˆquelas estritamente necess‡rias ao atendimento do 
interesse pœblico [razoabilidade e proporcionalidade]; 
VII - indica‹o dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decis‹o 
[motiva‹o]; 
VIII Ð observ‰ncia das formalidades essenciais ˆ garantia dos direitos dos 
administrados [segurana jur’dica/informalismo]; 
IX - ado‹o de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de 
certeza, segurana e respeito aos direitos dos administrados [segurana 
jur’dica/informalismo]; 
X - garantia dos direitos ˆ comunica‹o, ˆ apresenta‹o de alega›es finais, ˆ 
produ‹o de provas e ˆ interposi‹o de recursos, nos processos de que possam 
resultar san›es e nas situa›es de lit’gio [ampla defesa e contradit—rio]; 
XI - proibi‹o de cobrana de despesas processuais, ressalvadas as previstas em 
lei [gratuidade dos processos administrativos]; 
XII - impuls‹o, de of’cio, do processo administrativo, sem preju’zo da atua‹o dos 
interessados [oficialidade]; 
XIII - interpreta‹o da norma administrativa da forma que melhor garanta o 
atendimento do fim pœblico a que se dirige [impessoalidade e finalidade], vedada 
aplica‹o retroativa de nova interpreta‹o [segurana jur’dica]. 
																																																								
9
	Alexandrinoe	Paulo,	2011,	p.	909.	
10
	Alexandrino	e	Paulo,	2011,	p.	909-910	–	com	algumas	adaptações	de	conteúdo	e	forma.	
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Vejamos como isso pode ser cobrado em prova. 
	
5. (Cespe - AnaTA/MDIC/2014) Em razão da simetria com o processo judicial, 
vigora, no processo administrativo, o princípio do formalismo procedimental, em que 
se afasta a flexibilização na tramitação do processo para evitar os arbítrios das 
autoridades e garantir a legitimidade das decisões administrativas. 
Comentário: é o princípio do informalismo que vigora nos processos 
administrativos. Para tanto, os atos do processo administrativo não dependem 
de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. Contudo, 
esse informalismo não é absoluto, sendo que os atos do processo devem ser 
produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e 
a assinatura da autoridade responsável, além da paginação sequencial e 
rubricada. 
Gabarito: errado. 
6. (Cespe - AJ/TRE MS/2013) No processo administrativo, a administração pública 
tem o poder dever de produzir provas com o fim de atingir a verdade dos fatos, não 
devendo, por isso, ficar restrita ao que as partes demonstrarem no procedimento. 
Esse pressuposto, conforme a doutrina pertinente, refere-se ao princípio da 
a) da gratuidade. 
b) oficialidade. 
c) lealdade e boa-fé. 
d) do informalismo. 
e) da verdade material. 
Comentário: pelo princípio da gratuidade, é vedada a cobrança de despesas 
processuais, ressalvadas as previstas em lei (art. 2º, parágrafo único, XI). 
O princípio da oficialidade, por outro lado, permite que a Administração inicie 
o processo de ofício, além de dar o devido impulso ao processo até a decisão 
final. Além disso, o princípio da oficialidade permite ainda que a Administração 
faça a revisão de ofício de seus atos administrativos. 
Segundo o princípio da lealdade e boa-fé, a Administração, em todo o 
transcurso do processo, deverá agir de maneira sincera, sendo vedado 
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Comentário: conforme consta no art. 2º, parágrafo único, XIII, da Lei 9.784/1999, 
um dos critérios que devem ser observados no processo administrativo é a 
“interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o 
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova 
interpretação”. Esse dispositivo reforça os princípios da 
impessoalidade/finalidade e da segurança jurídica. Dessa forma, o item está 
correto. 
Gabarito: correto. 
9. (Cespe - AJ/STJ/2012) Considerando-se que o processo administrativo gera 
ônus para a administração pública, a regra é a cobrança de despesas processuais, 
as quais somente poderão ser afastadas nos casos expressamente previstos em lei. 
Comentário: o art. 2º, parágrafo único, II, estabelece como critério dos 
processos administrativos a “proibição de cobrança de despesas processuais, 
ressalvadas as previstas em lei”. Trata-se de manifestação do princípio da 
gratuidade. Dessa forma, podemos perceber que o item inverteu o caso, sendo 
a regra a ausência de cobrança e a exceção a cobrança, só admitida nos casos 
expressamente previstos em lei. 
Gabarito: errado. 
10. (Cespe - AA/IBAMA/2013) O administrado pode acompanhar os trâmites de 
processo administrativo que o envolva, com exceção de processos que tramitem em 
segredo de justiça. 
Comentário: o princípio da publicidade confere a todo particular que estiver 
envolvido com o processo o acesso a tramitação dos processos 
administrativos. Além disso, poderá ele ter vista aos autos, obter cópias de 
documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas. Logo, o item 
está errado. 
Gabarito: errado. 
Direitos	e	deveres	dos	administrados	
Direitos	dos	administrados	
O art. 3¼ enumera, a t’tulo exemplificativo, sem preju’zo de outros que 
lhe sejam assegurados, os direitos dos administrados perante a 
Administra‹o Pœblica. 
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advogado constitu’do ou defensor pœblico nomeado. Portanto, o 
verbete da Sœmula Vinculante n¼ 5 n‹o se aplica aos processos 
administrativos disciplinares para apurar faltas graves dos presos em 
estabelecimentos prisionais. Isso porque esses procedimentos podem 
influenciar na progress‹o do regime dos presos, de tal forma que haver‡ 
impacto no direito de liberdade dos detentos. Dessa forma, nos processos 
administrativos por faltas graves, no ‰mbito penitenci‡rio, h‡ necessidade 
de defesa por advogado, constituindo essa uma exce‹o ˆ aplica‹o da 
Sœmula Vinculante n¼ 5 do STF. 
Neste momento, podemos aproveitar para abordar o direito a regime 
de tramita‹o priorit‡ria, que consta no art. 69-A, inclu’do na Lei de 
Processo Administrativo pela Lei 12.008/2009. 
Segundo a Lei, ter‹o prioridade na tramita‹o, em qualquer —rg‹o 
ou inst‰ncia, os procedimentos administrativos em que figure como parte 
ou interessado: 
a) pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; 
b) pessoa portadora de deficincia, f’sica ou mental; 
c) pessoa portadora de doena grave13. 
Nesse œltimo caso, a Lei lista, no inc. IV, art. 69-A, como pessoas que 
possuem prioridade na tramita‹o as portadoras de tuberculose ativa, 
esclerose mœltipla, neoplasia maligna, hansen’ase, paralisia irrevers’vel e 
incapacitante, cardiopatia grave, doena de Parkinson, espondiloartrose 
anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avanados da 
doena de Paget (oste’te deformante), contamina‹o por radia‹o, 
s’ndrome de imunodeficincia adquirida. Ao final, o dispositivo outorga o 
direito de tramita‹o priorit‡ria ao portador de Òoutra doena grave, com 
base em conclus‹o da medicina especializadaÓ. Com efeito, a prioridade se 
aplica mesmo que a doena tenha sido contra’da ap—s o in’cio do 
processo. 
Para usufruir da prioridade, a pessoa interessada na obten‹o do 
benef’cio, juntando prova de sua condi‹o, dever‡ requer-lo ˆ autoridade 
administrativa competente, que determinar‡ as providncias a serem 
cumpridas (art. 69-A, ¤1¼). Ap—s o deferimento da prioridade, os autos 
																																																								
13
	Mais	especificamente	(art.	69-A):		
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receber‹o identifica‹o pr—pria que evidencie o regime de tramita‹o 
priorit‡ria (art. 69-A, ¤2¼). 
Deveres	dos	administrados	
Por outro lado, o art. 4¼ apresenta alguns dos deveres do administrado 
perante a Administra‹o: 
I - expor os fatos conforme a verdade; 
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fŽ; 
III - n‹o agir de modo temer‡rio; 
IV - prestar as informa›es que lhe forem solicitadas e colaborar para o 
esclarecimento dos fatos.	
Início	do	processo	e	interessados	(instauração)	
Inicialmente, vale informar que o processo administrativo possui as 
seguintes fases: 
a) instaura‹o; 
b) instru‹o; 
c) defesa;d) relat—rio; e 
e) decis‹o. 
Alguns doutrinadores consideram que a fase de defesa ocorre somente 
nos processos de car‡ter punitivo. Entretanto, o art. 44 estabelece que, 
encerrada a instru‹o, o interessado ter‡ o direito de manifestar-se no 
prazo m‡ximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. 
Dessa forma, ainda que n‹o seja chamado de ÒdefesaÓ em casos n‹o 
punitivos, a regra geral Ž que o interessado dever‡ receber o direito de se 
manifestar. Portanto, ao tŽrmino do relat—rio, o processo n‹o ser‡ 
encaminhado diretamente ˆ autoridade respons‡vel por decidir, devendo 
primeiro ser oportunizado o direito de manifesta‹o do interessado. 
O processo administrativo poder‡ ser iniciado de of’cio (pela pr—pria 
Administra‹o) ou a pedido do interessado (por provoca‹o) (art. 5¼). 
Com efeito, o requerimento inicial do interessado, salvo casos em que 
for admitida solicita‹o oral, deve ser formulado por escrito e conter 
os seguintes dados (art. 6¼): 
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a) —rg‹o ou autoridade administrativa a que se dirige; 
b) identifica‹o do interessado ou de quem o represente; 
c) domic’lio do requerente ou local para recebimento de 
comunica›es; 
d) formula‹o do pedido, com exposi‹o dos fatos e de seus 
fundamentos; 
e) data e assinatura do requerente ou de seu representante.	
ƒ vedada a simples recusa imotivada do recebimento dos 
documentos, sendo que o servidor respons‡vel dever‡ orientar o 
interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas (art. 6¼, par‡grafo 
œnico). Ademais, para facilitar os pedidos dos interessados, os —rg‹os e 
entidades administrativas dever‹o elaborar modelos ou formul‡rios 
padronizados para assuntos que importem pretens›es equivalentes (art. 
7¼). 
AlŽm disso, a Lei permite que uma pluralidade de interessados 
formule um œnico requerimento quando o pedido tiver conteœdo e 
fundamentos idnticos, salvo preceito legal em contr‡rio (art. 8¼). 
De acordo com o art. 9¼ da Lei, s‹o legitimados como interessados 
no processo administrativo: 
a) pessoas f’sicas ou jur’dicas que o iniciem como titulares de direitos 
ou interesses individuais ou no exerc’cio do direito de representa‹o; 
b) aqueles que, sem terem iniciado o processo, tm direitos ou 
interesses que possam ser afetados pela decis‹o a ser adotada; 
c) as organiza›es e associa›es representativas, no tocante a direitos 
e interesses coletivos; 
d) as pessoas ou as associa›es legalmente constitu’das quanto a 
direitos ou interesses difusos. 
Para fins de processo administrativo, s‹o considerados capazes os 
maiores de dezoito anos, ressalvada previs‹o especial em ato normativo 
pr—prio (art. 10). 
	
11. (Cespe - AA/ICMBio/2014) Considere que, ao conferir o conteúdo de 
requerimento apresentado por um cidadão ao ICMBio, o analista responsável tenha 
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Impedimento	e	suspeição	
Tanto o impedimento quanto a suspei‹o reforam os princ’pios da 
impessoalidade e da moralidade, impedindo que pessoas sem a devida 
imparcialidade atuem no processo administrativo. 
O impedimento trata de hip—teses objetivas, em que a lei j‡ 
determina que a autoridade n‹o possuir‡ imparcialidade para decidir ou 
atuar e, por conseguinte, n‹o dever‡ atuar no processo administrativo. 
Conforme consta no art. 18 da Lei 9.784/1999, Ž impedido de atuar em 
processo administrativo o servidor ou autoridade que: 
I - tenha interesse direto ou indireto na matŽria; 
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou 
representante, ou se tais situa›es ocorrem quanto ao c™njuge, 
companheiro ou parente e afins atŽ o terceiro grau; 
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou 
respectivo c™njuge ou companheiro. 
Nessa linha, a autoridade ou servidor que incorrer em impedimento 
dever‡ comunicar o fato ˆ autoridade competente, abstendo-se de atuar no 
processo administrativo (art. 19). Eventual omiss‹o do dever de comunicar 
o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares (art. 19, 
par‡grafo œnico). 
A suspei‹o, por sua vez, possui natureza subjetiva, relacionada com 
amizade ’ntima ou inimizade not—ria. Nesse caso, Ž dif’cil de diagnosticar 
de pronto quais pessoas s‹o amigas ’ntimas ou inimigas not—rias, por isso 
o seu car‡ter subjetivo. Por consequncia disso, a autoridade n‹o Ž 
obrigada a declarar sua suspei‹o. Vale destacar, no impedimento a 
autoridade possui o dever de se declarar impedida, coisa que n‹o ocorre na 
suspei‹o. 
Nesse contexto, pode ser arguida a suspei‹o de autoridade ou 
servidor que tenha amizade ’ntima ou inimizade not—ria com algum dos 
interessados ou com os respectivos c™njuges, companheiros, parentes e 
afins atŽ o terceiro grau (art. 20). O indeferimento de alega‹o de suspei‹o 
poder‡ ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo (art. 21). 
Outra diferena do impedimento e da suspei‹o Ž que o primeiro gera 
presun‹o absoluta de incapacidade, enquanto a suspei‹o produz 
d
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membro do órgão responsável pela investigação servidor que tenha interesse direto 
na matéria ou que venha a participar como testemunha no processo. 
Comentário: de acordo com o art. 18 da Lei 9.784/1999, é impedido de atuar em 
processo administrativo o servidor ou autoridade que: 
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; 
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou 
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro 
ou parente e afins até o terceiro grau; 
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou 
respectivo cônjuge ou companheiro. 
Assim, o servidor que tenha interesse direto na matéria ou que venha a 
participar como testemunha no processo não poderá atuar como membro do 
órgão responsável pela investigação. Com isso, o item está errado. 
Gabarito: errado. 
18. (Cespe - AJ/STJ/2012) Estará impedido de atuar no processo administrativo o 
servidor que estiver litigando administrativamente com o interessado, hipótese em 
que a comunicação do fato deverá ser dirigida à autoridade competente, sob pena de 
configurar-se a prática de falta grave, para fins disciplinares. 
Comentário: nos termos do art. 18, III, da Lei 9.784/1999, estará impedido de 
atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que “esteja litigando 
judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou 
companheiro”. Com efeito, a autoridade ou servidor que incorrer em 
impedimento deverá comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se 
de atuar no processo administrativo, sendo que eventual omissão do dever de 
comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares (art. 
19, caput e parágrafo único). Assim, a questão está perfeita. 
Gabarito: correto. 
Forma,	tempo	e	lugar	dos	atos	do	processo	
Conforme observamos acima, vige no processo administrativo o 
princ’pio do informalismo. Nessa esteira, o art. 22 da Lei 9.784/1999 
determina que Òos atos do processo administrativo n‹o dependem de forma 
determinada sen‹o quando a leiexpressamente a exigirÓ. 
Todavia, esse informalismo n‹o Ž absoluto, sendo que os atos do 
processo devem ser produzidos por escrito, em vern‡culo, com a data e 
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o local de sua realiza‹o e a assinatura da autoridade respons‡vel (art. 22, 
¤1¼). AlŽm disso, o processo dever‡ ter suas p‡ginas numeradas 
sequencialmente e rubricadas (art. 22, ¤4¼). 
A Lei disp›e que o reconhecimento de firma, salvo imposi‹o legal, s— 
poder‡ ser exigido quando houver dœvida de autenticidade (art. 22, ¤2¼). 
Ademais, a autentica‹o de documentos exigidos em c—pia poder‡ ser feita 
pelo —rg‹o administrativo, dispensando a necessidade de reconhecimento 
em cart—rio (art. 22, ¤3¼). 
Ainda de acordo com a Lei do Processo Administrativo, os atos do 
processo devem ser realizados em dias œteis, no hor‡rio normal de 
funcionamento da reparti‹o na qual tramitar o processo. Contudo, ser‹o 
conclu’dos depois do hor‡rio normal os atos j‡ iniciados, cujo adiamento 
prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado 
ou ˆ Administra‹o (art. 23, caput e par‡grafo œnico). AlŽm disso, os atos 
do processo devem ser realizados preferencialmente na sede do —rg‹o, 
mas podem ser feitos em outro local, desde que o interessado seja 
cientificado (art. 25). 
No processo administrativo, inexistindo disposi‹o espec’fica, os atos 
do —rg‹o ou autoridade respons‡vel pelo processo e dos administrados que 
dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo 
de fora maior (art. 24). Esse prazo poder‡ ser dilatado atŽ o dobro, 
mediante comprovada justifica‹o (art. 24, par‡grafo œnico). 
Comunicação	dos	atos	
Para tomar cincia dos atos praticados no processo ou de alguma 
providncia que dever‡ ser adotada, o interessado dever‡ ser comunicado. 
Essa comunica‹o Ž chamada de intima‹o. Nesse contexto, devem ser 
objeto de intima‹o os atos do processo que resultem para o interessado 
em imposi‹o de deveres, ™nus, san›es ou restri‹o ao exerc’cio de 
direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse (art. 28). 
O art. 26 da Lei 9.784/1999 disp›e que o —rg‹o competente perante o 
qual tramita o processo administrativo determinar‡ a intima‹o do 
interessado para cincia de decis‹o ou a efetiva‹o de diligncias. A 
intima‹o dever‡ conter (art. 26, ¤1¼): (a) identifica‹o do intimado e nome 
do —rg‹o ou entidade administrativa; (b) finalidade da intima‹o; (c) data, 
hora e local em que deve comparecer; (d) se o intimado deve comparecer 
pessoalmente, ou fazer-se representar; (e) informa‹o da continuidade do 
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processo independentemente do seu comparecimento; e (f) indica‹o dos 
fatos e fundamentos legais pertinentes. 
Quando for exigido o comparecimento do interessado, a intima‹o 
observar‡ a antecedncia m’nima de trs dias œteis (art. 26, ¤2¼). 
O ¤3¼ do art. 26 apresenta as formas que podem ser utilizadas para a 
intima‹o: 
a) por cincia no processo; 
b) por via postal com aviso de recebimento; 
c) por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da cincia 
do interessado. 
Cumpre notar que a Lei n‹o apresentou uma hierarquia de preferncia 
para os meios de notifica‹o, podendo ser adotadas qualquer uma dessas. 
Especificamente no caso de interessados indeterminados, 
desconhecidos ou com domic’lio indefinido, a intima‹o deve ser efetuada 
por meio de publica‹o oficial (art. 26, ¤4¼). 
Em regra, as intima›es ser‹o nulas quando feitas sem observ‰ncia 
das prescri›es legais, mas o comparecimento do administrado supre sua 
falta ou irregularidade (art. 26, ¤5¼). Conforme ensinam os professores 
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, essa disposi‹o tem fundamento 
imediato no princ’pio da instrumentalidade das formas, segundo o qual 
a forma de um ato processual destina-se a assegurar que ele cumpra os 
seus fins. Logo, se trata de mero instrumento, que tem por objetivo 
assegurar sua finalidade. Dessa forma, se a finalidade for alcanada mesmo 
sem observ‰ncia da norma prescrita, considera-se sanada a 
irregularidade15. 
De qualquer forma, devemos reforar que a regra Ž a nulidade em 
decorrncia da ausncia de intima‹o. Sendo que ela s— ser‡ suprida 
de forma excepcional, com o comparecimento do administrado. 
AlŽm disso, o art. 27 da Lei 9.784/1999 afasta a possibilidade de a 
Administra‹o considerar como verdadeiros os fatos pelo simples motivo de 
o interessado desatender a intima‹o. Em outras palavras, se o interessado 
n‹o apresentar nenhuma contesta‹o, n‹o significa que ele est‡ 
concordando com o que foi alegado. AlŽm disso, ainda que n‹o atenda ˆ 
intima‹o, ele n‹o estar‡ renunciando ao seu direito, podendo faz-lo em 
																																																								
15
	Alexandrino	e	Paulo,	2011,	p.	946.	
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Quando a matŽria do processo envolver assunto de interesse geral, 
a Lei permite que o —rg‹o competente, mediante despacho motivado, abra 
um per’odo de consulta pœblica para manifesta‹o de terceiros, antes da 
decis‹o do pedido, se n‹o houver preju’zo para a parte interessada (art. 
31). A abertura da consulta pœblica dever‡ ser divulgada pelos meios 
oficiais, a fim de que pessoas f’sicas ou jur’dicas possam examinar os autos, 
fixando-se prazo para oferecimento de alega›es escritas (art. 31, ¤1¼). O 
comparecimento ˆ consulta pœblica n‹o confere, por si, a condi‹o de 
interessado do processo, mas confere o direito de obter da Administra‹o 
resposta fundamentada, que poder‡ ser comum a todas as alega›es 
substancialmente iguais. 
AlŽm disso, tambŽm Ž poss’vel a realiza‹o de audincia pœblica para 
debates sobre a matŽria do processo, antes da tomada de decis‹o, a ju’zo 
da autoridade, diante da relev‰ncia da quest‹o (art. 32). Tratando-se de 
matŽria relevante, os —rg‹os e entidades administrativas poder‹o 
estabelecer outros meios de participa‹o de administrados, 
diretamente ou por meio de organiza›es e associa›es legalmente 
reconhecidas (art. 33). 
Os resultados da consulta, da audincia pœblica e de outros meios de 
participa‹o dos administrados dever‹o ser apresentados com a indica‹o 
do procedimento adotado. 
O art. 35 da Lei 9.784/1999 permite tambŽm que seja realizada a 
audincia de outros —rg‹os ou entidades administrativas em reuni‹o 
conjunta, com a participa‹o de titulares ou representantes dos —rg‹os 
competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. 
Quanto ao ™nus da prova, a Lei do Processo Administrativo determina 
que cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem 
preju’zo do dever atribu’do ao —rg‹o competente para a instru‹o (art. 36). 
Todavia, quando o interessado declarar que fatos e dados est‹o registrados 
em documentos existentes na pr—pria Administra‹o respons‡vel pelo 
processo ou em outro —rg‹o administrativo, o —rg‹o competente para a 
instru‹o prover‡, de of’cio, ˆ obten‹o dos documentos ou das respectivas 
c—pias (art. 37). 
Durante a fase instrut—ria e antes da tomada de decis‹o, o 
interessado poder‡ juntar documentos e pareceres, requerer diligncias e 
per’cias, bem como aduzir alega›esreferentes ˆ matŽria objeto do 
processo (art. 38). Com efeito, somente poder‹o ser recusadas, mediante 
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decis‹o fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando 
sejam il’citas, impertinentes, desnecess‡rias ou protelat—rias (art. 
38, ¤2¼). 
AlŽm disso, os elementos probat—rios dever‹o ser considerados na 
motiva‹o do relat—rio e da decis‹o. 
Se for necess‡ria a presta‹o de informa›es ou a apresenta‹o de 
provas pelos interessados ou terceiros, ser‹o expedidas intima›es para 
esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condi›es de atendimento. 
Caso a intima‹o n‹o seja atendida, o —rg‹o competente poder‡, se 
entender relevante a matŽria, suprir de of’cio a omiss‹o, n‹o se 
eximindo de proferir a decis‹o (art. 39, caput e par‡grafo œnico). 
No entanto, quando dados, atua›es ou documentos solicitados ao 
interessado forem necess‡rios ˆ aprecia‹o de pedido formulado, o 
n‹o atendimento no prazo fixado pela Administra‹o para a respectiva 
apresenta‹o implicar‡ arquivamento do processo (art. 40). Nesse caso, 
o arquivamento s— ocorre no caso de pedido formulado pelo interessado, 
mas que depende de informa›es que n‹o era poss’vel, ou n‹o havia 
relev‰ncia que justificasse, suprir de of’cio a omiss‹o. Assim, a decis‹o 
tomada ser‡ pelo arquivamento, que dever‡ ser devidamente motivado e 
informado ao interessado. 
Os interessados devem ser intimados de prova ou diligncia 
ordenada, com antecedncia m’nima de trs dias œteis, mencionando-se 
data, hora e local de realiza‹o. 
O art. 42 trata das situa›es em que devem ser ouvidos —rg‹os 
consultivos por meio de pareceres. Segundo o dispositivo, o parecer 
dever‡ ser emitido no prazo m‡ximo de quinze dias, salvo norma 
especial ou comprovada necessidade de maior prazo. 
Os ¤¤2¼ e 3¼ do art. 42 tratam das 
consequncias da n‹o emiss‹o de um parecer 
dentro do prazo fixado: 
a) se o parecer for obrigat—rio e vinculante: o processo n‹o ter‡ 
seguimento atŽ a respectiva apresenta‹o, responsabilizando-se 
quem der causa ao atraso; 
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b) se o parecer for obrigat—rio e n‹o vinculante: o processo poder‡ 
ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem preju’zo 
da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. 
Quando por disposi‹o de ato normativo devam ser previamente 
obtidos laudos tŽcnicos de —rg‹os administrativos e estes n‹o 
cumprirem o encargo no prazo assinalado, o —rg‹o respons‡vel pela 
instru‹o dever‡ solicitar laudo tŽcnico de outro —rg‹o dotado de 
qualifica‹o e capacidade tŽcnica equivalentes (art. 43). 
Uma vez encerrada a instru‹o, o interessado ter‡ o direito de 
manifestar-se no prazo m‡ximo de dez dias, salvo se outro prazo for 
legalmente fixado (art. 44). No entanto, em caso de risco iminente, a 
Administra‹o Pœblica poder‡ motivadamente adotar providncias 
acauteladoras sem a prŽvia manifesta‹o do interessado (art. 45). 
A Lei determina ainda que os interessados tm direito ˆ vista do 
processo e a obter certid›es ou c—pias reprogr‡ficas dos dados e 
documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de 
terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito ˆ privacidade, ˆ honra e ˆ 
imagem (art. 46). 
Por fim, se o —rg‹o de instru‹o n‹o for competente para emitir a 
decis‹o final, ele dever‡ elaborar relat—rio indicando o pedido inicial, o 
conteœdo das fases do procedimento e formular‡ proposta de decis‹o, 
objetivamente justificada, encaminhando o processo ˆ autoridade 
competente (art. 47). 
	
20. (Cespe - AJ/CNJ/2013) As atividades desenvolvidas na fase instrutória do 
processo administrativo destinam-se a averiguar e a comprovar os dados necessários 
à tomada de decisão e são realizadas pela administração em observância ao princípio 
da oficialidade, não competindo ao administrado a proposição de atos probatórios. 
Comentário: quase isso. As atividades de instrução destinadas a averiguar e 
comprovar os dados necessários à tomada de decisão devem se realizar de 
ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo 
do direito dos interessados de propor atuações probatórias (art. 29). 
Gabarito: errado. 
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21. (Cespe - Ana/BACEN/2013) Encerrada a instrução, o processo deverá ser 
imediatamente remetido à autoridade competente para julgá-lo, para decisão. 
Comentário: uma vez encerrada a instrução, o interessado terá o direito de 
manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente 
fixado e no caso previsto no art. 45 da Lei. Somente após esse procedimento é 
que o processo será remetido à autoridade para decisão. 
Gabarito: errado. 
Decisão	
A Administra‹o tem o dever de decidir nos processos 
administrativos e sobre solicita›es ou reclama›es, em matŽria de sua 
competncia (art. 48). O prazo para decidir Ž atŽ trinta dias ap—s a 
conclus‹o da instru‹o do processo administrativo, salvo prorroga‹o por 
igual per’odo expressamente motivada (art. 49). 
Da	motivação	
De acordo com o art. 50 da Lei 9.784/1999 os atos administrativos 
dever‹o ser motivados, com indica‹o dos fatos e dos fundamentos 
jur’dicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou san›es; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou sele‹o pœblica; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitat—rio; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de of’cio; 
VII - deixem de aplicar jurisprudncia firmada sobre a quest‹o ou 
discrepem de pareceres, laudos, propostas e relat—rios oficiais; 
VIII - importem anula‹o, revoga‹o, suspens‹o ou convalida‹o de ato 
administrativo. 
A motiva‹o deve ser expl’cita, clara e congruente, podendo 
consistir em declara‹o de concord‰ncia com fundamentos de anteriores 
pareceres, informa›es, decis›es ou propostas, que, neste caso, ser‹o 
parte integrante do ato (art. 50, ¤ 1¼) Ð Ž o que a doutrina chama de 
motiva‹o aliunde. 
A Lei disp›e ainda que, ÒNa solu‹o de v‡rios assuntos da mesma 
naturezaÓ, poder‡ ser utilizado meio mec‰nico que reproduza os 
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fundamentos das decis›es, desde que isso n‹o prejudique direito ou 
garantia dos interessados (art. 50, ¤2¼). 
Por fim, a motiva‹o das Òdecis›es de —rg‹os colegiados e 
comiss›es ou de decis›es oraisÓ dever‡ constar da respectiva ata ou de 
termo escrito (art. 50, ¤3¼). 
	
22. (Cespe - Ag Adm/SUFRAMA/2014) Considerando que uma empresa tenha 
solicitado à SUFRAMA a concessão de benefícios fiscais previstos em lei para as 
empresas da ZFM que observassem o processo produtivo básico previsto em 
regulamento, julgue o item abaixo. 
O eventual indeferimento do referido pedido, assim como os demais atos que neguem 
direitos à empresa, deverá ser necessariamente motivado. 
Comentário:isso mesmo. O art. 50 da Lei 9.784/1999 determina que sejam 
motivados os atos que neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses. Além 
disso, por imposição da Lei 9.784/1999 devem ser motivados os atos que: II - 
imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos 
administrativos de concurso ou seleção pública; IV - dispensem ou declarem a 
inexigibilidade de processo licitatório; V - decidam recursos administrativos; VI 
- decorram de reexame de ofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada 
sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios 
oficiais; VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de 
ato administrativo. 
Gabarito: correto. 
23. (Cespe - AA/IBAMA/2013) De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, serão sempre 
motivados os atos administrativos que decidam processos administrativos de seleção 
pública e recursos administrativos e revoguem ato administrativo anteriormente 
praticado. 
Comentário: vamos relembrar em quais situações os atos administrativos 
deverão ser motivados? 
Art. 50. Os atos administrativos dever‹o ser motivados, com indica‹o dos 
fatos e dos fundamentos jur’dicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou san›es; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou sele‹o 
pœblica; 
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Comentário: e interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total 
ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis 
(art. 51). Assim, o item está errado. 
 Todavia, caso haja vários interessados, essa desistência é vinculada apenas 
àquele que a solicitou. Ademais, mesmo com o pedido de desistência ou 
renúncia do interessado, a Administração pode prosseguir com o processo se 
julgar que ele é de interesse público. 
Gabarito: errado. 
26. (Cespe - TEFC/TCU/2012) O interessado pode renunciar ao processo 
administrativo ou dele desistir. Nesses casos, a administração poderá dar 
prosseguimento ao feito caso considere que o interesse público assim o exige. 
Comentário: o interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total 
ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis 
(art. 51). Porém, se a Administração considerar que o interesse público assim 
o exige, a desistência ou renúncia não prejudicará o prosseguimento do 
processo (art. 51, §2º). 
Gabarito: correto. 
Recurso	administrativo	e	revisão	
O recurso administrativo ocorre quando a parte interessada, 
discordando com a decis‹o administrativa, pede a sua reforma ou reexame, 
dentro do prazo legal. A revis‹o, por outro lado, ocorre quando, a qualquer 
tempo, a pedido do interessado ou de of’cio pela Administra‹o, procede-
se a adequa‹o de san‹o imposta, em decorrncia do surgimento de fatos 
novos ou circunst‰ncias relevantes suscet’veis de justific‡-la. 
De acordo com a Lei 9.784/1999, das decis›es administrativas cabe 
recurso, em face de raz›es de legalidade e de mŽrito (art. 57). 
A Lei determina que o recurso ser‡ dirigido ˆ autoridade que 
proferiu a decis‹o, a qual, se n‹o a reconsiderar no prazo de cinco dias, 
o encaminhar‡ ˆ autoridade superior (art. 56, ¤1¼). Percebe-se, portanto, 
que se trata de recurso hier‡rquico, uma vez que ser‡ apreciado por 
autoridade hierarquicamente superior ˆ que proferiu a decis‹o objeto do 
recurso. 
O ¤2¼ do art. 56 determina que, salvo exigncia legal, a interposi‹o 
de recurso administrativo independe de cau‹o (garantia de inst‰ncia). 
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e ¤1¼16). Acolhida pelo STF a reclama‹o fundada em viola‹o de 
enunciado da sœmula vinculante, dar-se-‡ cincia ˆ autoridade prolatora e 
ao —rg‹o competente para o julgamento do recurso, que dever‹o adequar 
as futuras decis›es administrativas em casos semelhantes, sob pena de 
responsabiliza‹o pessoal nas esferas c’vel, administrativa e penal (Lei 
9.784/1999, art. 64-B). 
O art. 58 trata de quem possui legitimidade para interpor recurso 
administrativo, s‹o eles: 
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; 
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela 
decis‹o recorrida; 
III - as organiza›es e associa›es representativas, no tocante a direitos 
e interesses coletivos; 
IV - os cidad‹os ou associa›es, quanto a direitos ou interesses difusos. 
Salvo disposi‹o legal espec’fica, Ž de dez dias o prazo para 
interposi‹o de recurso administrativo, contado a partir da cincia ou 
divulga‹o oficial da decis‹o recorrida (art. 59). Quando a lei n‹o fixar prazo 
diferente, o recurso administrativo dever‡ ser decidido no prazo m‡ximo de 
trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo —rg‹o competente (art. 
59, ¤1¼). Esse prazo poder‡ ser prorrogado por igual per’odo, ante 
justificativa expl’cita (art. 59, ¤2¼). Ressalva-se que o prazo para tomada 
de decis‹o (30 dias, prorrog‡veis por igual per’odo) Ž um prazo impr—prio 
(n‹o preclusivo), ou seja, se a decis‹o for tomada fora desse prazo, n‹o 
ocorrer‡ a nulidade da decis‹o. Nesse caso, a œnica consequncia poder‡ 
ser a responsabiliza‹o funcional do agente que deu causa ao atraso. 
Por outro lado, o prazo de dez dias para interposi‹o de recurso 
administrativo Ž preclusivo, ou seja, trata-se de prazo pr—prio, uma vez 
que o recurso interposto fora do prazo n‹o ser‡ reconhecido. Aproveitando, 
o art. 63 disp›e que n‹o ser‡ reconhecido recurso quando interposto: 
I - fora do prazo; 
II - perante —rg‹o incompetente; 
																																																								
16
	Art.	7o		Da	decisão	judicial	ou	do	ato	administrativo	que	contrariar	enunciado	de	súmula	vinculante,	negar-lhe	
vigência	ou	aplicá-lo	indevidamente	caberá	reclamação	ao	Supremo	Tribunal	Federal,	sem	prejuízo	dos	recursos	
ou	outros	meios	admissíveis	de	impugnação.	
§	1o		Contra	omissão	ou	ato	da	administração	pública,	o	uso	da	reclamação	só	será	admitido	após	esgotamento	
das	vias	administrativas.	
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III - por quem n‹o seja legitimado; 
IV - ap—s exaurida a esfera administrativa. 
No caso de recurso interposto perante —rg‹o incompetente, ser‡ 
indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o 
prazo para recurso (art. 63, ¤1¼). 
AlŽm disso, o n‹o conhecimento do recurso n‹o impede a 
Administra‹o de rever de of’cio o ato ilegal, desde que n‹o ocorrida 
preclus‹o administrativa Ð impossibilidade de apreciar a matŽria 
novamente na via administrativa. 
O recurso interp›e-se por meio de requerimento no qual o recorrente 
dever‡ expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os 
documentos que julgar convenientes (art. 60). 
Salvo disposi‹o legal em contr‡rio, o recurso n‹o tem efeito 
suspensivo (art. 61) Ð por consequncia, s— possuir‡ o denominado efeito 
devolutivo. 
Pelo efeito devolutivo, o recurso faz 
com que toda a matŽria seja ÒdevolvidaÓ 
para que a inst‰ncia superior anule, 
reformule ou mantenha a decis‹o. Entretanto, enquanto o recurso n‹o for 
conclu’do, os efeitosda decis‹o continuam em vigor. 
Por outro lado, o efeito suspensivo faz com que a decis‹o deixe de ser 
executada atŽ a an‡lise do recurso, ou seja, ele suspende os efeitos da 
decis‹o. 
Dessa forma, a regra Ž que os recursos administrativos n‹o possuam 
efeito suspensivo. Contudo, a Lei permite que, havendo justo receio de 
preju’zo de dif’cil ou incerta repara‹o decorrente da execu‹o, a 
autoridade recorrida ou a imediatamente superior poder‡, de of’cio ou a 
pedido, dar efeito suspensivo ao recurso (art. 61, ¤1¼). 
Interposto o recurso, o —rg‹o competente para dele conhecer dever‡ 
intimar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias œteis, 
apresentem alega›es (art. 62). 
O art. 64 confere os poderes para o —rg‹o competente decidir o 
recurso, que poder‡ confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou 
parcialmente, a decis‹o recorrida, se a matŽria for de sua competncia. O 
par‡grafo œnico do mesmo artigo permite ainda que a reforma de decis‹o 
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agrave a situa‹o do recorrente (reformatio in pejus), desde que ele seja 
cientificado para que formule suas alega›es antes da decis‹o. 
Os processos administrativos de que resultem san›es poder‹o ser 
revistos (revis‹o), a qualquer tempo, a pedido ou de of’cio, quando 
surgirem fatos novos ou circunst‰ncias relevantes suscet’veis de 
justificar a inadequa‹o da san‹o aplicada. Nesse caso, todavia, n‹o 
poder‡ resultar agravamento da san‹o. 
Assim, a lei permite o agravamento da situa‹o do recorrente 
(reformatio in pejus) somente nos recursos administrativos, mas veda 
expressamente no caso de revis‹o de processos que resultem san›es. 
 
A reformatio in pejus Ž poss’vel nos 
recursos administrativos, mas Ž vedada na 
revis‹o. 
	
27. (Cespe - Ag Adm/SUFRAMA/2014) Considerando que uma empresa tenha 
solicitado à SUFRAMA a concessão de benefícios fiscais previstos em lei para as 
empresas da ZFM que observassem o processo produtivo básico previsto em 
regulamento, julgue o item abaixo. 
Em caso de indeferimento do pedido da empresa, caberá recurso administrativo, que 
será dirigido à autoridade que proferiu a decisão. Se não a reconsiderar no prazo de 
cinco dias, a autoridade o encaminhará à autoridade superior. 
Comentário: o recurso administrativo ocorre quando a parte interessada, 
discordando com a decisão administrativa, pede a sua reforma ou reexame, 
dentro do prazo legal. Dessa forma, o art. 56 da Lei 9.784/1999 estipula que esse 
recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a 
reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. 
Portanto, o item está correto. 
Gabarito: correto. 
28. (Cespe - TEFC/TCU/2012) Cidadãos ou associações têm legitimidade para 
interpor recurso administrativo para a defesa de direitos ou interesses difusos. 
Comentário: segundo o art. 58 da Lei, têm legitimidade para interpor recurso (1) 
os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; (2) aqueles 
cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão 
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recorrida; (3) as organizações e associações representativas, no tocante a 
direitos e interesses coletivos; e (4) os cidadãos ou associações, quanto a 
direitos ou interesses difusos. 
Gabarito: correto. 
29. (Cespe - AUD/TCE ES/2012) Com base na jurisprudência do STF e do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ), julgue o próximo item, que versa sobre direito 
administrativo. 
É permitido à administração pública exigir do administrado, para a admissibilidade de 
recurso administrativo, depósito prévio em dinheiro. 
Comentário: não é permitido à administração pública exigir do administrado, 
para admissibilidade de recurso administrativo, depósito prévio em dinheiro. 
Nesse sentido, o STF possui entendimento constante na Súmula Vinculante nº 
21, nos seguintes termos: “É inconstitucional a exigência de depósito ou 
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso 
administrativo”. Portanto, o item está errado. 
Gabarito: errado. 
A respeito do processo administrativo no âmbito da administração pública federal, 
conforme disposições da Lei n.º 9.784/1999, julgue o item abaixo. 
30. (Cespe - TA/ANCINE/2012) Se de processo administrativo resultar punição, o 
servidor punido poderá solicitar revisão do processo, desde que apresente novos 
fatos. 
Comentário: de acordo com o art. 65 da Lei 9.784/1999, os processos 
administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer 
tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias 
relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. Assim, 
o item está correto, pois o servidor punido poderá solicitar revisão do processo, 
desde que apresente novos fatos. 
Gabarito: correto. 
31. (Cespe - AJ/STJ/2012) Os processos administrativos de que resultem sanções 
podem ser revistos a qualquer tempo, a pedido ou de ofício; dessa revisão pode 
resultar o agravamento da sanção, diferentemente do que ocorre na esfera judicial. 
Comentário: o art. 65, parágrafo único, não permite o agravamento da sanção 
em revisão. Ou seja, por meio de revisão não se admite a reformatio in pejus. 
Logo, o item está errado. 
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Lembramos, porém, que, por meio de recurso administrativo, é possível 
agravar a situação do administrado, desde que ele seja cientificado para 
formular suas alegações antes da decisão. 
Gabarito: errado. 
32. (Cespe – DP DF/2013) Considere que, negado o pleito de um indivíduo perante 
a administração pública, o chefe da respectiva repartição pública tenha inadmitido o 
recurso administrativo sob a alegação de que o recorrente não teria apresentado 
prévio depósito ou caução, exigidos por lei. Nessa situação hipotética, o agente 
público agiu de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, visto que, segundo 
entendimento do STF, a exigência de depósito ou caução pode ser realizada desde 
que amparada por lei. 
Comentário: na situação apresentada, o agente público não agiu segundo os 
preceitos brasileiros, visto que o STF, por meio da Súmula Vinculante nº 21, 
considerou que é inconstitucional a exigência de garantia de instância para 
interposição de recurso administrativo. Logo, a cobrança não deveria ocorrer. 
Gabarito: errado. 
Prazos	
As regras sobre os prazos constam no art. 66, e seus par‡grafos, e no 
art. 67 da Lei 9.784/1999, que, sinteticamente, estabelecem o seguinte: 
a) os prazos comeam a correr a partir da data da cientifica‹o 
oficial, excluindo-se da contagem o dia do comeo e incluindo-se o 
do vencimento (art. 66, caput); 
b) considera-se prorrogado o prazo atŽ o primeiro dia œtil seguinte se 
o vencimento cair em dia em que n‹o houver expediente ou este for 
encerrado antes da hora normal (art. 66, ¤1¼); 
c) os prazos expressos em dias contam-se de modo cont’nuo (art. 
66, ¤2¼); 
d) os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se 
no ms do vencimento n‹o houver o dia equivalente ˆquele do in’ciodo prazo, tem-se como termo o œltimo dia do ms (art. 66, ¤3¼); 
e) os prazos processuais n‹o se suspendem, salvo motivo de fora 
maior devidamente comprovado (art. 67). 
Vejamos como isso j‡ foi cobrado em prova. 
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a) pelo contrário, inexistindo competência legal específica, o processo 
administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau 
hierárquico para decidir (art. 17) – ERRADA; 
b) nos termos do art. 12 da Lei de Processo Administrativo, um órgão 
administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar 
parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe 
sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de 
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. 
Portanto, a delegação pode ocorrer com ou sem subordinação hierárquica – 
CORRETA; 
c) a competência é irrenunciável. Contudo, são admitidas a delegação e a 
avocação, mas isso não representa renúncia de competência (art. 11). Ademais, 
um dos critérios aplicáveis ao processo administrativo é o atendimento a fins 
de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou 
competências, salvo autorização em lei – ERRADA; 
d) é vedada a delegação em três situações (art. 13): (i) edição de atos de caráter 
normativo; (ii) decisão de recursos administrativos; (iii) matérias de 
competência exclusiva do órgão ou autoridade. Assim, não existe possibilidade 
de se delegar a atribuição de decidir recursos administrativos – ERRADA; 
e) o ato de delegação poderá conter ressalva de exercício da atribuição 
delegada. Ademais, o ato de delegação deverá especificar as matérias e poderes 
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da 
delegação e o recurso cabível – ERRADA. 
Gabarito: alternativa B. 
35. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-PI/2016) No curso de um processo 
administrativo, poderá ser arguida a suspeição de servidor que 
a) tiver participado como perito. 
b) estiver litigando administrativamente com o companheiro do interessado. 
c) estiver litigando judicialmente com o interessado. 
d) tiver amizade íntima com o cônjuge do interessado. 
e) tiver interesse indireto na matéria. 
Comentário: a suspeição decorre de causas subjetivas, podendo ser arguida 
caso a autoridade ou o servidor tenha amizade íntima ou inimizade notória com 
algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, 
parentes e afins até o terceiro grau (art. 20). Assim, está correta a alternativa D. 
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As demais opções representam causa de impedimento, nos termos do art. 18 da 
Lei 9.784/1999. 
Gabarito: alternativa D. 
36. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-PI/2016) A respeito das normas insertas na 
Lei n.° 9.784/1999, que disciplina o processo administrativo no âmbito da 
administração pública federal, assinale a opção correta. 
a) O direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram 
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em 
que forem praticados, salvo comprovada má-fé. 
b) Quem é ouvido na qualidade de testemunha acerca de faltas disciplinares pode ser 
membro da comissão formada para apurá-las, se não for apresentada impugnação a 
tempo e modo. 
c) A participação de membro de comissão disciplinar na apuração de fatos que 
resultarem na pena de suspensão do servidor impedirá que esse membro integre nova 
comissão disciplinar em processo para apuração de outros fatos que possam resultar 
em nova apenação ao mesmo servidor. 
d) O ato administrativo de remoção de servidor público independe de motivação, pois 
envolve juízo de conveniência e oportunidade. 
e) As normas da lei em apreço não podem ser aplicadas de forma subsidiária no 
âmbito dos estados-membros, porque disciplinam o processo administrativo apenas 
no âmbito da administração pública federal. 
Comentário: 
a) de acordo com o art. 54 da Lei 9.784/1999, o direito da Administração de anular 
os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os 
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, 
salvo comprovada má-fé – CORRETA; 
b) consoante o art. 18, II, da Lei 9.784/1999, é impedido de atuar em processo 
administrativo o servidor ou autoridade que tenha participado ou venha a 
participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações 
ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau 
– ERRADA; 
c) além da situação mencionada na alternativa anterior, também representa 
hipótese de impedimento, de acordo com o art. 18 da Lei 9.784/1999: (i) ter 
interesse direto ou indireto na matéria; (ii) estar litigando judicial ou 
administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. 
Como se nota, a legislação não enumera como causa de impedimento o fato de 
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Teoria e exerc’cios comentados 
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já ter apurado em comissão anterior que ensejou a aplicação de alguma sanção 
disciplinar para o mesmo agente investigado – ERRADA; 
d) a remoção ocorre quando um servidor público é deslocado, a pedido ou de 
ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Com efeito, 
a Lei 9.784/1999 dispõe que os atos administrativos devem ser motivados, entre 
outras situações, quando negar, limitar ou afetar direitos ou interesses. No caso 
da remoção, em que o servidor está sendo deslocado, nitidamente estão sendo 
afetados os seus direitos ou interesses. Portanto, o ato de remoção deve ser 
motivado, mesmo quando praticado dentro da esfera discricionária da 
autoridade pública – ERRADA; 
e) de fato, a Lei 9.784/1999 é uma lei federal e, por conseguinte, aplica-se aos 
órgãos da Administração Pública federal. Todavia, o STJ possui entendimento 
pacífico de que é possível aplicara Lei 9.784/1999, de forma subsidiária, nos 
estados e municípios que não dispõem de legislação própria de processo 
administrativo. Exemplo da aplicação desse entendimento ocorreu no REsp 
1.148.460/PR, em que se entendeu que “A Lei 9.784/99 pode ser aplicada de 
forma subsidiária no âmbito dos demais Estados-Membros, se ausente lei 
própria regulando o processo administrativo no âmbito local” – ERRADA. 
Gabarito: alternativa A. 
37. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-PI/2016) Ainda à luz das disposições da Lei 
n.º 9.784/1999, assinale a opção correta. 
a) A administração, no exercício da atividade punitiva, submete-se à observância das 
garantias subjetivas consagradas no processo penal contemporâneo. 
b) Em atenção ao devido processo legal, no processo administrativo haverá 
testemunhas de defesa e testemunhas de acusação. 
c) A ciência dos atos praticados em processo administrativo, a ser dada ao 
interessado, deve ser pessoal, e o comparecimento voluntário da parte não suprirá a 
falta ou irregularidade da intimação. 
d) Não é admitida a instauração de ofício de processo administrativo disciplinar com 
base em denúncia anônima. 
e) É de cinco dias

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