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Aprendendo profissões pela prática - currículo, pedagogia e epistemologia da prática - STEPHEN BILLET

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APRENDENDO PROFISSÕES PELA 
PRÁTICA: CURRÍCULO, PEDAGOGIA 
E EPISTEMOLOGIA DA PRÁTICA
Stephen Billett, Education and Professional Studies, 
Griffith University, Australia
• Categorias de saberes requeridas para
atingir a performance profissional
• Definições de palavras chave
• Listas de contribuições e limitações dos
locais de trabalho como ambientes de
aprendizagem
• Descrição do currículo da prática e da
pedagogia da prática, e o papel das
epistemologias pessoais dos
aprendizes
• Tabelas que indicam considerações
para o currículo da prática, sugestões
para pedagogias da prática e como
aprendizes vêm a aprender
intencionalmente pelo trabalho.
Este documento fornece informações e 
orientações a respeito de como as pessoas 
aprendem suas capacidades laborais por 
meio do trabalho e como esta aprendizagem 
pode ser promovida. Em suma, ele:
• baseia-se em estudos e literatura vindas
de uma diversidade de disciplinas para
oferecer conselhos fundamentados e
práticos sobre este modo de
aprendizagem para educadores e também
aqueles que precisam dela em locais de
trabalho;
• visa orientar sobre como experiências de
aprendizagem no trabalho podem ser
efetivamente utilizadas; e
• busca ajudar a melhor compreender o
potencial de aprendizagem destas
experiências e a sua aceitação como
importantes e legítimas e, assim,
demonstrar como tanto a aprendizagem
inicial como a continuada de competências
profissionais podem ocorrer e serem
sustentadas.
POR QUE SE DEBRUÇAR SOBRE 
EXPERIÊNCIAS DE APRENDIZAGEM NO 
TRABALHO?
A aprendizagem pela prática (isto é, o 
trabalho) está há muito tempo a serviço da 
formação inicial e continuada de 
capacidades laborais. 
A forma mais comum de aprendizagem 
profissional ao longo da história humana é 
pela prática. 
Para a maioria das pessoas era, e para 
muitos continua sendo, o meio principal de 
aprendizagem de suas capacidades 
laborais.
Atividades e interações laborais provêem 
muitas das experiências necessárias à 
aprendizagem inicial e ao desenvolvimento 
de novas competências profissionais.
A efetividade destas experiências está 
ligada a como elas são organizadas, 
tornadas acessíveis, apoiadas e engajadas. 
Para otimizar esta aprendizagem, é preciso 
combinar o uso do currículo da prática, da 
pedagogia da prática e indivíduos 
empenhando seus saberes, fazeres e 
valores.
ESTE DOCUMENTO FORNECE:
Premissas para abordar a aprendizagem 
pelo trabalho
Grande parte do trabalho aqui é um produto do Future Fellowship do Australian Research Council -
Melhoria da aprendizagem baseada em práticas: Rumo a um currículo, pedagogia e epistemologia da prática
• 2 Aprendendo Profissões por meio da Prática
i) dos tipos de atividades laborais e
interações disponíveis às pessoas, e;
ii) de como as pessoas escolhem se
engajar com o seu trabalho e
aprendizagem.
Então, mais do que ter atividades 
laborais e apoio de outras pessoas, os 
trabalhadores precisam engajar-se ativa 
e intencionalmente no processo de 
aprendizagem. 
A aprendizagem pelo trabalho ou por 
intervenções no local de trabalho é 
melhor compreendida quando inclui:
• o que os locais de trabalho têm
para oferecer - sua atratividade
e
• o engajamento - como os
sujeitos resolvem engajar-se
com aquilo que eles têm à sua
disposição (Billett, 2002).
ALGUMAS PREMISSAS PARA 
ABORDAR A APRENDIZAGEM PELA 
PRÁTICA ... 
Não há separação entre a participação 
no trabalho e a aprendizagem; quando 
pessoas se engajam em atividades 
laborais e interações elas aprendem por 
meio deste engajamento.
Por meio do trabalho e da 
aprendizagem, as práticas profissionais 
também são remodeladas e 
transformadas em resposta às 
mudanças nas exigências laborais.
O saber profissional é produto da 
história, da cultura e da situação, e as 
pessoas precisam entrar em contato e 
engajar-se para aprendê-lo.
A aprendizagem efetiva de saberes 
profissionais, ao que tudo indica, 
depende:
• níveis canônicos (isto é,
ocupacionais) e
• níveis situacionais (isto é, que
variam de acordo com os locais de
trabalho).
As pessoas constroem estes saberes 
enquanto um saber profissional pessoal.
Saberes conceituais específicos de um 
domínio - o "saber que" (Ryle, 1949) (isto 
é, os conceitos profissionais, os fatos, as 
proposições - saberes conceituais de 
superfície e mais profundos) (Glaser, 
1989)
Saberes procedimentais específicos de 
um domínio - o "saber como" (Ryle, 
1949) (isto é, como alcançamos objetivos 
por meio do pensamento e da ação - 
ambos sendo procedimentos 
profissionais específicos e estratégicos) 
(Anderson, 1993; Sun, Merrill e Peterson, 
2001)
Saberes disposicionais - o "saber 
para" (isto é, valores, atitudes) ligado às 
instâncias profissionais e situadas da 
prática (Perkins, Jay, & Tishman, 1993), 
incluindo a criticidade.
DEFINIÇÕES
O currículo da prática - a sequência de 
atividades e interações no local de trabalho 
que propicia experiências para aprender 
efetivamente os requisitos da prática 
profissional.
Pedagogias da prática - atividades ou 
interações capazes de aumentar ou 
enriquecer estas experiências de 
aprendizagem, frequentemente 
implementadas por trabalhadores mais 
experientes, mas que incluem artefatos e 
atividades laborais particulares.
Práticas epistemológicas - como as pessoas 
se engajam em atividades e interações 
laborais, e chegam a interpretar e construir o 
conhecimento (isto é, aprendem) com base 
no que elas sabem, conseguem fazer e 
valorizar.
Pedagogia - o tipo de orientação dada para 
auxiliar a aprendizagem dos outros, na forma 
de compromissos didáticos, fontes de 
informação, apoio à aprendizagem e 
interações, inclusive promovendo o papel do 
aprendiz como agente do processo de 
aprendizagem.
Aprendizagem mimética - o processo de 
observação, imitação e ensaios, que 
compreende bases inatas e fundantes para a 
construção e interpretação que os seres 
humanos produzem de sua experiência.
Epistemologias pessoais - como as pessoas 
chegam a interpretar e construir os saberes a 
partir daquilo que experienciam, com base 
em seus interesses, intencionalidades (isto é, 
como eles orientam suas energias e 
interesses) e subjetividades (isto é, 
consciência de si), suas compreensões e 
habilidades procedimentais que moldam o 
processo de experienciar e aprender.
Zona de desenvolvimento proximal - a zona 
de aprendizagem que os indivíduos 
conseguem alcançar por meio de suas 
capacidades, energias e agência (isto é, as 
epistemologias pessoais), além das quais é 
requerida uma orientação muito próxima para 
ampliar esta aprendizagem.
OS SABERES A SEREM APRENDIDOS
Os saberes requeridos para um trabalho 
eficiente incluem os saberes conceituais, 
procedimentais e disposicionais do 
âmbito específico da ocupação e estes 
possuem:
• Currículo, Pedagogia e Epistemologia da Prática 3
i) o engajamento em tarefas laborais
("apenas fazendo") - o resultado da
implicação em atividades e interações
profissionais com objetivos definidos;
ii) orientação indireta fornecida pelo
ambiente ("apenas estando lá") -
observação e imitação de
colaboradores, peritos, artefatos e o
ambiente físico e social;
iii) a prática dentro deste ambiente -a
prática leva ao ensaio, ao refinamento
de procedimentos e à construção de
associações conceituais;
iv) orientação muito próxima por
outros profissionais e peritos - o que
auxilia no desenvolvimento de
saberes que não se pode aprender
somente por descoberta (Billett,
2001).
1. A imersão em atividades e
interações laborais - a
aprendizagem por meio do
engajamento em experiências
vividas numa comunidade
profissional (Bunn, 1999; Jordan,
1989; Lave, 1990; Rogoff, 1990).
2. Estruturação deliberada das
experiências de aprendizagem para
organizar e sequenciar experiências
que fornecem acesso aos saberes
profissionais e que auxiliam as
pessoas a aprender estes saberes.
O ordenamento das experiências
O termo currículo se refere a "uma trilha 
pela qual avançar" ou "um caminho a 
seguir". Em locais de trabalho, este 
caminho é acessado por meiodo 
sequenciamento do currículo do local de 
trabalho (Billett, 2006).
O sequenciamento de atividades - de 
atividades de menor risco até aquelas 
cujas consequências dos erros são 
maiores, como com alfaiates (Lave, 1990), 
cabeleireiros (Billett, 2001), trabalhadores 
da produção (Billett, 2002), médicos 
(Sinclair, 1997) e ceramistas (Singleton, 
1989).
Veja Tabela 1 para mais detalhes sobre 
estas práticas de currículo.
A APRENDIZAGEM PELO TRABALHO
Estudos em diferentes locais de 
trabalho e profissões identificaram 
contribuições para uma aprendizagem 
por meio da prática profissional 
cotidiana, tais como:
PROMOVENDO A APRENDIZAGEM PELO 
TRABALHO
A aprendizagem pelo trabalho e pela 
prática laboral pode ser promovida 
levando em consideração: o currículo da 
prática; pedagogia da prática e 
epistemologias pessoais.
Currículo da prática
A aprendizagem pelo trabalho realiza-se 
talvez melhor por meio da combinação do 
acesso a e do engajamento em 
atividades e interações no local de 
trabalho, e uma forma sequenciada 
adequada, e, quando necessário, suporte 
e orientação para aprender os saberes 
requeridos para o trabalho. O currículo da 
prática tem dois elementos. 
As limitações da aprendizagem por 
meio de atividades laborais cotidianas 
incluem:
• aprendizagens inapropriadas (isto
é, saberes ruins e inúteis e
maneiras perigosas de fazer
coisas);
• falta de acesso por trabalhadores a
orientação nas atividades e locais
de trabalho;
• trabalhadores que não entendem
os objetivos das tarefas realizadas;
• relutância de colaboradores/
peritos/supervisores em fornecer
orientação a trabalhadores;
• ausência de orientação de peritos
no local de trabalho;
• relutância de trabalhadores de se
dedicar a aprender (Billett, 2001).
Então é preciso inspirar-se nestas 
contribuições e remediar as limitações 
listadas acima.
• 4 Aprendendo Profissões por meio da Prática
• Narrativas profissionais pessoais
(Jordan, 1989)
• Verbalização (Gowlland, 2012)
• Atividades pedagogicamente ricas
(Billett; Sweet; Glover, 2013)
• Aprendizagem guiada/orientação
proximal (Billett, 2000; Rogoff, 1995)
• Instrução direta e orientação "mão
na massa" (Gowlland, 2012;
Makovichy, 2010; Singleton, 1989)
• Orientação indireta/a distância
(Billett, 2001; Gowlland, 2012;
Jordan, 1989; Singleton, 1989)
• Heurística (Billett, 1997) e
mnemônica (Rice, 2010; Sinclair,
1997)
• Exemplos parcialmente trabalhados
(Makovichy, 2010)
Além disso, há práticas pedagógicas 
particulares associadas ao 
desenvolvimento de tipos de saberes 
particulares. 
O desenvolvimento procedimental 
pode ser promovido por meio de: 
modelamento, mentoria e suporte 
(Collins; Brown; Newman, 1989). 
O desenvolvimento conceitual pode 
ser desenvolvido por meio de: 
perguntas, diagramas e explicações 
(Billett, 2001).
Ver Tabela 2 para mais detalhes sobre 
estas pedagogias da prática.
• Imitação (Gardner, 2004; Jordan,
1989)
• Processos de observação
(Singleton, 1989)
• Aprendizagem mimética (Billett,
2014)
• Ritualização ontogenética
(Tomasello, 2004)
• Engajamento ativo e apreensão dos
saberes (Marchand, 2008; Webb,
1999), os conhecimentos a aprender
• A prontidão (Bunn, 1999; Singleton,
1989) e assentimento (Mishler,
2004) dos aprendizes
• Engajamento crítico (Dewey, 1977)
Ver Tabela 3 para mais detalhes a 
respeito destas práticas pessoais de 
aprendizagem.
PEDAGOGIAS DA PRÁTICA
IMPLICAÇÕES PARA O 
DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES 
OCUPACIONAIS NO AMBIENTE 
LABORAL...
Ambientes de trabalho são locais 
legítimos para a aprendizagem inicial e 
continuada das práticas laborais. 
Assim como em ambientes 
educacionais, eles trazem contribuições 
particulares que precisam ser 
otimizadas.
A otimização da aprendizagem por meio 
do trabalho requer que se considere e 
adote concepções distintas de currículo 
e das pedagogias, e enfatiza as práticas 
pessoais, tais como a aprendizagem 
mimética.
Identificar como se pode auxiliar a 
aprendizagem de ocupações 
particulares e em ambientes de trabalho 
específicos é algo a ser empreendido 
localmente.
Importa situar os trabalhadores/
estudantes como interdependentes, não 
como aprendizes independentes - quer 
estejam engajados com outros, com 
textos, tecnologias ou artefatos.
PRÁTICAS EPISTEMOLÓGICAS
As práticas epistemológicas que as 
pessoas adotam e costumam aprender 
por meio do seu trabalho incluem 
aquelas que identificamos a seguir.
• Currículo, Pedagogia e Epistemologia da Prática 5
TABELA 1: PRÁTICAS CURRICULARES DO AMBIENTE LABORAL - QUALIDADES E 
ORDENAMENTO DAS EXPERIÊNCIAS PARA O TRABALHO E A APRENDIZAGEM EFETIVOS
Prática Descrição Objetivos Saberes
A aprendizagem 
como modo de 
vida
O engajamento dos indivíduos nas experiências vividas no 
ambiente de trabalho pela participação nas suas atividades e 
interações diárias (Jordan 1989, Bunn 1999) para 
compreender as práticas e requisitos de desempenho 
(Makovicky 2010, Lave 1990).
Identificar objetivos para o 
desempenho no trabalho e a 
aprendizagem de saberes 
conceituais e procedimentais, 
incluindo os procedimentos de 
aprimoramento formando 
associações proposicionais e 
desenvolvendo procedimentos 
estratégicos.
DP/C; PS/H; 
CS/D
O ordenamento 
das 
experiências
Prover acesso às e ordenar as experiências requeridas para 
aprender capacidades ocupacionais não adquiridas ao longo 
do trabalho diário. Pode implicar a aquisição de habilidades 
de forma sequencial, das mais fáceis às mais difíceis.
Oferecer um percurso de 
experiências através do qual 
as capacidades ocupacionais 
(isto é, conceituais, 
procedimentais e 
disposicionais) podem ser 
desenvolvidas.
DP/C; PS/H; 
CS/D
Currículo de 
aprendizagem
Organizar o acesso a atividades laborais, desde aquelas 
que têm menores consequências quando ocorrem erros, até 
aquelas em que os erros custam caro. Isso inicia com 
observações para compreender os objetivos e, em seguida, 
progride através de atividades cada vez mais exigentes 
(Lave 1990). Em atividades cujos componentes possuem 
todos a mesma preponderância - por exemplo, obstetrícia 
(Jordan, 1989), médicos residentes (Sinclair 1997) - a 
aprendizagem pode acontecer em ordem linear.
Organizar um percurso de 
experiências cujo 
ordenamento é baseado em 
considerações pedagógicas e 
na prática, tais como 
complexidade crescente ou o 
custo do erro.
DP/C; PS/H; 
CS/D
Atividades 
de aprendizagem 
permitidas pelas 
condições de 
trabalho
Aprender em torno de condicionantes do ambiente laboral 
(por exemplo, aprender cerâmica com base na premissa do 
acesso ao torno ceramista): i) observação anterior à prática 
com o engajamento do aprendiz em atividades menores do 
trabalho; ii) experimentos livres com o torno (sem fins 
produtivos); iii) prática regular prescrita no torno; iv) tarefas 
de produção demandadas no torno; e v) um período de 
trabalho para pagar o treinamento (Singleton, 1989).
Um percurso de experiências 
baseado no acesso a outros 
trabalhadores, equipamentos, 
recursos que agrega as 
condicionantes do trabalho, o 
ambiente laboral e a 
aprendizagem.
DP/C; PS/H; 
CS/D
Prática paralela As pessoas engajadas em uma prática laboral, monitoradas 
e supervisionadas por um colega mais experiente em 
momentos chaves na finalização de tarefas (Billett & Sweet 
2015). (Por exemplo, médicos residentes - recebendo 
pacientes, fazendo anamnese e realizando exames, 
frequentemente em paralelo ao que foi feito por um 
preceptor (Sinclair, 1997).
Oportunidades para engajar-
se em atividades autênticas 
sendo monitorado e 
supervisionado por um 
profissional qualificado.
PS/H; CS/D
Nota: Conhecimentos conceituais factuais (CS); Conhecimentos conceituais aprofundados ou interligados (CD); Conhecimento procedimental 
específico (PS); Ordenamento estratégico ou superior (PH); Disposições pessoais (DP); Normas culturais, valores sociais ou sentimentos (DC).
• 6 Aprendendo Profissões por meio da Prática
TABELA 2: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO TRABALHO - ATIVIDADES E INTERAÇÕES QUE PERMITEM 
ALCANÇARO DESEMPENHO E ENRIQUECER A APRENDIZAGEM
Prática Descrição Objetivos Saberes
Aprendizagem 
mimética
Contar histórias a respeito de eventos e incidentes 
laborais (Jordan, 1989).
Ilustrar ou capturar conceitos ou 
formulações hipotéticas para 
auxiliar a tomada de decisão; 
legitimar o profissional enquanto 
perito.
DC; PS/H; 
CS/D
Verbalização Falar alto enquanto se desempenha uma tarefa 
laboral como uma forma de orientação direta pode 
ser relacionado ao engajamento "mãos na 
massa" (Gowlland 2012).
Explicar a forma de pensar e agir 
empregada durante o 
desempenho de uma atividade 
laboral.
DC/DP; 
CS/D; PH
Atividades 
pedagogicamente 
ricas
Atividades no ambiente de trabalho que são 
inerentemente ricas em termos pedagógicos, como 
trocas de turno (Billett, 2010) ou conferências de 
mortalidade e morbidade.
Desenvolver capacidades 
conceituais e procedimentais 
específicas e estratégicas.
DP/C; PS/H; 
CS/D
Aprendizagem 
pedagogicamente 
(orientação 
proximal)
Interação direta entre colaboradores mais ou menos 
experientes, para promover a aprendizagem em 
ambientes de trabalho. Uso de modelamento, 
demonstração, prática orientada, monitoramento de 
avanços e retirada gradual de orientação direta (Billett 
2001, Collins Brown & Newman 1989, Rogoff 1995), o 
mestre colocando suas mãos nas dos aprendizes para 
ajudar a ganhar o "sentimento" da cerâmica (Gowlland 
2012), descoberta guiada - colocando os novatos em 
situações em que possam praticar, aprimorar 
habilidades, ou ganhar experiência de forma 
independente, podendo ainda ter orientação direta 
(Ingold, 2000). 
Ampliar aquilo que os indivíduos 
podem aprender pela descoberta 
apenas, modelando atividades a 
serem aprendidas, e 
supervisionando a fim de auxiliar 
no alcance do desempenho 
modelizado e oferecendo 
possibilidades para refinar e 
aprimorar as competências.
DP/C; PS/H; 
CS/D
Exemplo 
parcialmente 
trabalho - 
instrução direta e 
"mão na massa"
Combinação de supervisão e do uso de um exemplo 
trabalho. (Por exemplo: um fabricante de renda 
experiente que produz um pedacinho de renda simples 
e que mostra a um novato como são organizadas as 
bobinas e guia o novato no posicionamento das mãos 
no intuito de auxiliá-lo na aprendizagem da utilização 
destas últimas. Pedindo também aos novatos qual 
bobina eles deveriam utilizar para o próximo ponto antes 
que eles façam o movimento, instaurando a confiança 
na ação. O questionamento vai diminuindo à medida 
que as competências são demonstradas (Makovicky 
2010).
Disponibilizar modelos para o 
desempenho, a habilidade de 
engajar sujeitos em sub-
habilidades associadas com 
aquele desempenho e construir 
uma compreensão acerca das 
capacidades procedimentais.
PS/H
Heurística Astúcias da profissão (por exemplo: procedimentos 
que lhe trarão uma quase certeza) (Billett 1997).
PS/H
Mnemônica Desenvolver e utilizar a mnemotécnica (o uso dos 5 Fs 
por médicos, uso de acrônimos para lembrar de lesões 
cerebelares) e pacientes reais ("lembre-se do Sr. 
Leeming e você se lembrará de úlceras duodenais, de 
Freddie Mercury e da soroconversão perdida (Sinclair, 
1997) para a eficiência procedimental (Rice 2008; 
2010).
Um meio de se lembrar e de 
lembrar os outros acerca de 
proposições e assegurar a 
eficácia procedimental.
PS/H; CS
Artefatos Artefatos ou sistemas de notação, que ajudam a 
integrar os saberes requeridos em um contexto 
localizado, e auxiliam no desenvolvimento de 
habilidades e proficiência (Makovicky 2010).
Fornecer indícios e dicas de 
como proceder.
PS/H; CS
Nota: Conhecimentos conceituais factuais (CS); Conhecimentos conceituais aprofundados ou interligados (CD); Conhecimento procedimental 
específico (PS); Ordenamento estratégico ou superior (PH); Disposições pessoais (DP); Normas culturais, valores sociais ou sentimentos (DC).
• Currículo, Pedagogia e Epistemologia da Prática 7
TABELA 3: PRÁTICAS EPISTEMOLÓGICAS PESSOAIS - COM BASE NAS CAPACIDADES DAS PESSOAS, 
SUA AGÊNCIA, INTENCIONALIDADE E PERCEPÇÃO DE SI
Prática Descrição Objetivos Saberes
Aprendizagem 
mimética
Capacidade de imitar e interesse em fazê-lo no 
trabalho (Billett, 2014). É um processo fundamental da 
aprendizagem humana (Jordan, 1989), uma atividade 
de ordem superior, por meio de imitação implícita ou 
explícita do que é feito (Marchand, 2008), de 
perguntas e da escuta de pessoas mais sábias 
(Gardner, 2004).
Processo por meio do qual 
objetivos, procedimentos (tanto 
específicos quanto estratégicos), 
relações proposicionais e 
associações podem ser 
aprendidas pelo engajamento 
pessoal.
DP/C; PS/H; 
CS/D
Ritualização 
ontogenética
Um sistema de comunicação e de engajamento entre 
parceiros sociais negociado por meio de interações 
sociais repetidas (Tomasello 2004) que provê um 
suporte para uma orientação próxima e interações 
recíprocas em ambientes laborais permitindo que os 
colaboradores se engajem em uma aprendizagem 
recíproca.
Fundamentos para engajar-se com 
outros dos quais provém uma 
orientação indireta.
PS/H; CD
Conhecimen
to integrado
Capacidade de fazer mais do que falar sobre que 
emerge da prática (Jordan, 1989), torna inconsciente 
muito daquilo que é requerido para o desempenho 
profissional (constata-se que mais de 90% é não 
declarativo) (Reber 1992, Lakoff & Johnson 1999).
Aprendizagem procedimental 
derivada da prática e do experimento 
que se torna suscetível de ser 
aplicada sem recorrer à consciência.
DP; CS; PS/H
Prática 
autodirigida
Praticar habilidades e monitorar seus avanços 
(Gardner, 2004), enquanto meio pelo qual a 
agência, a intencionalidade focada e o ato de 
ensaiar, juntam-se para assegurar um desempenho 
efetivo (Anderson, 2006). 
Processo de praticar, integralmente, 
refinando e monitorando o 
desempenho pessoal e os esforços 
conscientes para aprimorar o 
desempenho.
DP; CS; PS
Redescoberta 
orientada
Os novatos se engajam em situações em que 
podem praticar, aprimorar habilidades, 
ganhar experiência por si mesmos, mas ainda 
assim com acesso direto à orientação 
(Makovichy 2010, Ingold 2000).
Processo de reconstrução dos 
saberes por meio de oportunidades 
de observação, escuta e outras 
formas de engajamento social e de 
prática.
DC; PS/H; 
CS/D
Engajamento e 
construção 
ativos
Importância do engajamento ativo (ou seja, a 
observação, a escuta e o mimetismo). A 
aprendizagem significa apprehendere (ou seja, 
agarrar, apegar-se a, apreender) apropriar-se com a 
mente (isto é, informar, dar forma) (Webb 1999).
Por meio da participação em 
atividades dirigidas a determinados 
objetivos, a aprendizagem emerge 
ao buscar, construir ativamente e 
apropriar-se dos saberes 
acessíveis.
DC; PS/H; 
CS/D
Observação A palavra japonesa para aprendiz é "minarai" - alguém 
que aprende pela observação - e também a 
observação discreta "minarai kyooiku" - a 
aprendizagem séria progride sem instrução didática 
(Singleton, 1989).
Dá acesso a objetivos, modelos 
para procedimentos e bases para 
desenvolver capacidades 
procedimentais.
DP/C; PS/H; 
CS/D
Olhar prevenido
Trata-se de filtrar contribuições externas, 
ignorando ativamente sugestões errôneas com 
vistas a assegurar o alcance de um objetivo e 
evitar que as atividades produtivas sejam 
afetadas.
Engajamento intencional com 
aquilo que precisa ser aprendido.
PS; CS
Prontidão O nível e as qualidades daquilo que os indivíduos 
sabem e podem fazer.
Medeia as capacidades de 
aprendizagem como resultado de 
experiências (e aprendizagens) 
anteriores.
Assentimento A vontade das pessoas de assentir a uma 
aprendizagem que requer esforços (Mishler 2004).
Medeia como os indivíduos se 
engajam com sugestões e suporte 
externo.
DP/C
Nota: Conhecimentos conceituais factuais (CS); Conhecimentos conceituais aprofundados ou interligados (CD); Conhecimento procedimental 
específico (PS); Ordenamento estratégico ou superior (PH); Disposições pessoais (DP); Normas culturais, valores sociais ou sentimentos (DC).
REFERÊNCIAS
Anderson, J. R. (1993). Problem solvingand learning. 
American Psychologist, 48(1), 35-44. 
Billett, S. (1997). Dispositions, vocational knowledge and 
development: sources and consequences. Australian and 
New Zealand Journal of Vocational Education Research, 
5(1), 1-26. 
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PROFESSOR STEPHEN BILLETT
O Dr. Stephen Billett é professor de Educação Profissional e 
de Adultos na Griffith University, em Brisbane, Austrália, e 
pesquisador no Australian Research Council Future Fellow. 
Tem trabalhado como professor na educação profissional, 
gestor educacional, formador de professores, desenvolvedor 
de carreira e de políticas no sistema de educação profissional 
da Austrália e, ainda, como docente e 
Contato: s.billett@griffith.edu.au
O professor Stephen Billett recebeu uma bolsa do Australian 
Research Council Future Fellowship (FT100100143).
Traduzido por Olivier Allain, Crislaine Gruber e Paulo Wollinger
Centro de Referência em Formação e EaD - Instituto Federal de Santa Catarina Brasil