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Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

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Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal 
Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 2 
Direito Constitucional 
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
Professor: Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal 
Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
 
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2 
 
 
 
Aula 00 Fala pessoal, tudo certo com vocês? Hoje vamos começar a adentrar 
nos assuntos que considero mais importantes em qualquer concurso: os direitos 
fundamentais, gênero que engloba 5 espécies: os direitos individuais, os 
sociais, os da nacionalidade, os políticos e os dos partidos políticos. 
Antes de dissecarmos e analisarmos todas as células de cada uma dessas 
espécies nesse nosso “laboratório”, veremos agora uma teoria geral desse gênero 
“direitos fundamentais”. 
Preparados? Então vamos ao trabalho! 
 
Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais: 
Mas qual a diferença entre direitos e garantias? 
Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou deixar de fazer 
algo, ou até mesmo possuir, trata-se de uma liberdade positiva. 
As garantias não se referem às ações ou “posses”, mas sim às proteções que 
as pessoas possuem frente ao Estado ou mesmo frente às demais 
pessoas, de modo que possam proteger seus direitos, ou até mesmo os meios 
para reivindicar tais direitos. Por isso, diz-se que as garantias são proteções 
para que se possa exercer um direito1. 
José Afonso da Silva faz o delineamento da diferença com uma frase 
exaustivamente usada pelas bancas de concurso: "Em suma (...) os direitos são 
bens e vantagens conferidos pela norma, enquanto as garantias são os meios 
destinados a fazer valer esses direitos, são instrumentos pelos quais se 
asseguram o exercício e o gozo daqueles bens e vantagens"2. 
 
1. (FCC/ Analista Judiciário- TRE-RR/ 2015) São consideradas garantias 
fundamentais, dentre outras, 
(a) os direitos à igualdade, à fraternidade e a dignidade da pessoa humana. 
(b) a vedação da pena de morte, o direito de petição e à liberdade. 
(c) os direitos à vida, à saúde e à segurança. 
(d) a inafastabilidade da jurisdição, o devido processo legal e o mandado de 
segurança. 
(e) a ação popular, o direito à crítica e a vedação de retrocesso. 
 
1 CRUZ, Vítor. Vou Ter que Estudar Direito Constitucional! E Agora? São Paulo: Método. 2011. Pg. 30. 
2 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros. pg. 412. 
Aula 2 
Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal 
Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
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3 
Comentários: 
Tá aí uma bela questão sobre a diferença entre direito e garantia... veja que 
somente na opção D há exemplos de garantias, meio de acesso a um direito fim, 
ou seja, a inafastabilidade da jurisdição, o devido processo legal e o mandado de 
segurança são meios para se alcançar direitos. 
Gabarito: Letra D. 
 
2. (CESPE/Analista Processual - MPU/2010) Considerando que os 
direitos sejam bens e vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias 
sejam os instrumentos que asseguram o exercício de tais direitos, a garantia do 
contraditório e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de natureza 
criminal de forma exclusiva. 
Comentários: 
A consideração inicial da questão está correta: direitos são bens e vantagens 
prescritos no texto constitucional e as garantias são os instrumentos que 
asseguram o exercício de tais direitos, é isso que importa neste momento. A 
questão erra ao dizer que a garantia do contraditório e da ampla defesa ocorre 
nos processos judiciais de natureza criminal de forma exclusiva. Veremos que o 
contraditório e a ampla defesa (CF, art. 5º, LV) são garantias asseguradas em 
qualquer processo judicial ou administrativo. 
Gabarito: Errado. 
 
Qual o campo de abrangência da expressão "Direitos e Garantias 
Fundamentais? 
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direitos e garantias 
fundamentais: 
 1ª - direitos e deveres individuais e coletivos (CF, art. 5º); 
 2ª - direitos sociais (CF, art. 6º ao 11); 
 3ª - direitos de nacionalidade (CF, art. 12 e 13); 
 4ª - direitos políticos (CF, art. 14 a 16); e 
 5ª - direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos 
(CF, art. 17). 
 
Importante ainda é salientar que esses direitos e garantias não se constituem 
em uma relação fechada, exaustiva, mas sim em um rol exemplificativo, 
aberto para novas conquistas e reconhecimentos futuros. Vejamos: 
Art. 5º, § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, 
ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil 
seja parte. 
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 A doutrina faz a seguinte classificação: 
 
Direitos Formalmente Fundamentais  São todos Direitos Fundamentais 
que se encontram arrolados do art. 5º ao art. 17 da Constituição. A 
Constituição expressamente estabeleceu tais direitos sob o título de “Direitos 
Fundamentais”. 
 
Direitos Materialmente Fundamentais  São os Direitos que, 
independentemente de onde estão elencados, possuem conteúdo de direito 
fundamental, protegendo os particulares contra o arbítrio do Estado. Exemplo: 
as limitações ao poder de tributar do art. 150 da Constituição. 
Pessoal, guarde essa dica pois isso é bem fácil... Sempre que estiver na dúvida 
entre “formal x material”, lembre-se que “formal” é tudo aquilo que tem 
“aparência”, “jeito”, “forma” de alguma coisa! “Material” seria tudo aqui que tem 
“matéria”, “teor”, “conteúdo” inerente a alguma coisa... 
 
3. (CESPE/ AJAJ- Oficial Avaliador- TRT-17/ 2013) As normas 
definidoras dos direitos individuais são especificamente determinadas em 
números fechados e não admitem interpretação extensiva ou ampliativa. 
Comentários: 
Errado, o rol de direitos e garantias é aberto, e admitem interpretação extensiva 
ampliativa. Lembrando ainda que o art. 5º § 2º, os direitos e garantias expressos 
na Constituição não excluem os outros que decorrerem do regime e dos 
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
Direitos Humanos x Direitos Fundamentais 
A doutrina costuma salientar que: embora "direitos humanos" e "direitos 
fundamentais" sejam termos comumente utilizados como sinônimos, a distinção 
ocorre pelo fato de que o termo "direitos humanos" é de aspecto universal, 
supranacional, enquanto "direitos fundamentais" são aqueles direitos do ser 
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humano que foram efetivamente reconhecidos e positivados na Constituição de 
um determinado Estado. 
A doutrina também costuma elencar como características destes direitos: 
 historicidadee mutabilidade - São históricos porque que foram 
conquistados ao longo dos tempos. Esse caráter histórico também remete a uma 
ideia cíclica de nascimento, modificação e desaparecimento, o que nos impede 
de considerar tais direitos como imutáveis. 
 inalienabilidade - pois são intransferíveis e inegociáveis; 
 imprescritibilidade - podem ser invocados independentemente de lapso 
temporal, eles não prescrevem com o tempo; 
 irrenunciabilidade - podem até não estar sendo exercidos, mas não 
poderão ser renunciados; 
 universalidade - são aplicáveis a todos, sem distinção. 
 relatividade ou limitabilidade - Os direitos fundamentais não são 
absolutos, são relativos, pois existem limites ao seu exercício. Este limite 
pode ser de ordem constitucional (decretação de Estado de Sítio ou de 
Defesa) ou encontrar-se no dever de respeitar o direito da outra pessoa. 
 indivisibilidade, concorrência e complementaridade - Os direitos 
fundamentais formam um conjunto que deve ser garantido como um todo, 
e não de forma parcial. Um direito não excluiu o outro, eles são 
complementares, se somam, concorrendo para dotar o indivíduo da ampla 
proteção; 
 Interdependência - Pode ser empregada em dois sentidos: 
1º - Em um primeiro momento levaria à noção de indivisibilidade, já que a 
garantia de um direito fundamental dependeria da garantia conjunta de 
outro direito fundamental (exemplo: não se pode querer garantir os direitos 
sociais, sem garantir os direitos econômicos); 
2º - Em uma segunda acepção também é lembrada como a relação que 
deve existir entre as normas (sejam elas constitucionais ou 
infraconstitucionais) e os direitos fundamentais, de forma que as primeiras 
(normas constitucionais e infraconstitucionais) devem traçar os caminhos 
para que efetivamente se concretizem tais direitos. 
 
4. (ESAF/ATRFB/2012) Os direitos fundamentais se revestem de caráter 
absoluto, não se admitindo, portanto, qualquer restrição. 
Comentários: 
Nenhum direito fundamental é absoluto, devendo o seu exercício ser 
harmonizado com diversos aspectos condicionadores, como, por exemplo, em 
face dos direitos fundamentais de outras pessoas. 
Gabarito: Errado. 
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5. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) Os direitos fundamentais 
não têm caráter absoluto e, por isso, não podem ser utilizados para justificar 
atividades ilícitas ou afastar as penalidades delas decorrentes. 
Comentários: 
Os direitos fundamentais não são absolutos, são relativos, pois existem limites 
ao seu exercício. Esse limite pode ser de ordem constitucional (decretação de 
Estado de Sítio ou de Defesa) ou quando em colisão com os direitos de outro 
particular. Além disso, é pacífico no Supremo que nenhum direito fundamental 
pode ser utilizado para acobertar atividades ilícitas, motivo pelo qual o STF 
considerou lícita a instalação de escutas ambientais em período noturno em 
escritório de advocacia que estava servindo de reduto para práticas criminosas. 
Gabarito: Correto. 
 
6. (ESAF/ATRFB/2012) O estatuto constitucional das liberdades públicas, 
ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas, permite que sobre elas 
incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a 
integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa 
das liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento 
da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros. 
Comentários: 
Correto. O item reafirma a relatividade dos direitos fundamentais, ao passo que 
expõe que nenhum direito fundamental é absoluto, devendo o seu exercício ser 
harmonizado com diversos aspectos condicionadores, como, por exemplo, em 
face dos direitos fundamentais de outras pessoas. 
Gabarito: Correto. 
 
 É importante salientar que estes direitos não 
se restringem a particulares, podendo, alguns, ser garantidos também a 
pessoas jurídicas, até mesmo de direito público, como, por exemplo, o 
direito de propriedade, bem como a proteção de determinados direitos 
ás pessoas jurídicas, como o bom nome e a reputação, como no exemplo 
trazidos pela jurisprudência do STJ - Súmula nº 227: “A pessoa jurídica pode 
sofrer dano moral”. 
 
7. (FCC/APOFP-SEFAZ-SP/2010 - Adaptada) As pessoas jurídicas, por 
serem distintas das pessoas físicas, têm direito a indenização por danos 
materiais, mas não por danos morais. 
Comentários: 
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Como vimos, diversos direitos são extensíveis às pessoas jurídicas: pessoa 
jurídica faz jus a sigilo bancário, sigilo fiscal, direito de propriedade... até mesmo 
o direito à honra. 
Gabarito: Errado. 
 
8. (CESPE/MPS/2010) De acordo com a sistemática de direitos e garantias 
fundamentais presente na CF, as pessoas jurídicas de direito público podem ser 
titulares de direitos fundamentais. 
Comentários: 
Os direitos fundamentais não são aplicáveis somente aos particulares, alguns 
deles podem ser garantidos também a pessoas jurídicas, até mesmo de direito 
público, como o direito de propriedade. 
Gabarito: Correto. 
 
9. (CESPE/Analista Administrativo - MPU/2010) Sendo os direitos 
fundamentais válidos tanto para as pessoas físicas quanto para as jurídicas, não 
há, na Constituição Federal de 1988 (CF), exemplo de garantia desses direitos 
que se destine exclusivamente às pessoas físicas. 
Comentários: 
Em uma primeira visão, os destinatários dos direitos fundamentais são as pessoas 
físicas. Porém, percebe-se que alguns princípios são também extensíveis as 
jurídicas. Nem todo direito fundamental, porém, pode ser exercido por pessoas 
jurídicas, como por exemplo o direito de "ir e vir" ou de "que os presos 
permaneçam com os filhos durante a amamentação". Assim, alguns direitos 
fundamentais são, logicamente, inviáveis de serem exercidos por pessoas 
jurídicas. 
Gabarito: Errado. 
 
10. (ESAF/ATRFB/2009 - Adaptada) Pessoas jurídicas de direito público 
não podem ser titulares de direitos fundamentais. 
Comentários: 
Vários deles que são extensíveis às pessoas jurídicas, inclusive de direito público, 
como o direito ao sigilo bancário, sigilo fiscal, direito de propriedade, entre outros. 
Gabarito: Errado. 
 
Eficácia Vertical e Eficácia Horizontal. 
Historicamente, estes direitos se constituem em uma conquista de uma proteção 
do cidadão em face do poder autoritário do Estado (daí serem classificado como 
elementos limitativos da Constituição). Porém, atualmente, já se vislumbra o uso 
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de tais direitos nas relações entre os próprios particulares, no que chamamos de 
eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Desta forma, temos: 
Eficácia vertical 
Proteção do particular em face do Estado. 
 
Eficácia horizontal 
Proteção do particular em face de outro 
particular. 
 
11. (CESPE/ Superior- TCE-ES/ 2013) A jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal firmou o entendimento de que os direitos e garantias 
fundamentais se aplicam apenas às relações entre o particular e o Poder Público, 
e são inaplicáveis às relações privadas.Comentários: 
Errado, o STF já reconhece a eficácia de tais direitos nas relações entre os 
próprios particulares, no que chamamos de eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais. 
Gabarito: Errado. 
 
12. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) A eficácia horizontal dos 
direitos fundamentais pressupõe plena incidência desses direitos nas relações 
entre particulares. 
Comentários: 
Correto, tal ideia rompe com o paradigma de que os direitos fundamentais 
somente tem eficácia nas relações entre particular e Estado, considerando que o 
STF vem reiteradamente reconhecendo sua eficácia perante particulares (eficácia 
horizontal, privada ou externa), como por exemplo, as célebres decisões nos 
casos da Air France, reconhecendo a discriminação de empregado brasileiro em 
relação ao francês na empresa, que mesmo realizando atividades idênticas 
tinham os salários diferentes, determinando assim a observância do princípio da 
isonomia (RE 161.243-6) e no RE 201.819 — exclusão de membro de sociedade 
sem a possibilidade de sua defesa — violação do devido processo legal, 
contraditório e ampla defesa. 
Gabarito: Correto. 
 
13. (FGV/ Auditor- Cuiabá/ 2014) Sobre os direitos e garantias 
fundamentais, assinale a afirmativa correta. 
(a) Os direitos e garantias fundamentais estão taxativamente previstos na 
Constituição de 1988. 
(b) Os direitos fundamentais de caráter prestacional não são exigíveis do Estado. 
(c) Os direitos e garantais fundamentais não se aplicam às relações privadas. 
(d) Os direitos e garantias fundamentais são inalienáveis e indisponíveis. 
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(e) Os direitos e garantias fundamentais podem sofrer limitações que atinjam seu 
núcleo essencial. 
Comentários: 
Letra A. Errado, o rol não é taxativo, conforme estabelece o art. 5º §2º, segundo 
o qual, os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
Letra B. Errado, os prestacionais são por natureza exigíveis do Estado. 
Letra C. Errado, aplicam-se sim, é a chamada eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais. 
Letra D. Correto. Dentre as características dos direitos fundamentais estão a 
inalienabilidade e a indisponibilidade. 
Letra E. Não podem sofre tal espécie de limitação. 
Gabarito: Letra D. 
 
Dimensões dos Direitos Fundamentais 
É comum a doutrina classificar os direitos fundamentais em dimensões, 
principalmente em 1ª, 2ª e 3ª dimensões (antes o termo usado era gerações, 
mas atualmente o uso deste termo é repudiado pelo fato de induzir ao 
pensamento de que uma geração acabaria por substituir a outra - o que é 
incorreto - e, ainda, que os direitos foram conquistados exatamente na ordem 
exposta, o que não é exatamente verdade em muitos países). 
 
É importante que revisemos aqui um pouco da "evolução do Estado" para 
entendermos melhor a questão dos direitos fundamentais: 
"Junto com o constitucionalismo temos a evolução do conceito de Estado. Com a 
Revolução Francesa e pela Independência dos Estados Unidos temos o início do 
Estado Liberal, já que se asseguraram as liberdades individuais, que vieram a ser 
chamadas de "direitos de primeira geração". Segundo os conceitos do liberalismo, 
o homem é naturalmente livre, então, buscou-se limitar o poder de atuação dos 
Estados para dotar de maior força a autonomia privada e deixar o Estado apenas 
como força de harmonização e consecução dos direitos. 
Na Constituição mexicana de 1917 e na de Weimar (Alemanha) em 1919, que 
nascem logo após a 1ª Guerra Mundial, temos um estilo de Constituição que 
prega não mais os direitos individuais em sentido estrito, mas uma visão mais 
ampla, do indivíduo em sociedade. Não podemos associá-la, do ponto de vista 
histórico, ao conceito de “constituição liberal” expresso pela Revolução Francesa. 
Ela vai além do “Estado liberal”. A Constituição Mexicana de 1917 passa a trazer 
em seu texto mais do que simples liberdades (direitos de 1ª geração - liberdades 
individuais - direitos políticos e civis). Ela traz os direitos econômicos, culturais e 
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10 
sociais (direitos de segunda geração - relacionados à igualdade), surgindo então 
o conceito de “Estado Social”. Desta forma, possui como característica a 
mudança da concepção de constituição sintética para uma constituição analítica, 
mais extensa, capaz de melhor conter os abusos da discricionariedade. Aumenta 
assim a intervenção do Estado na ordem econômica e social, dizendo-se que a 
democracia liberal-econômica passa a ser substituída pela democracia social. 
Esse estado social é superado com o fim da 2ª Guerra Mundial, temos então o 
surgimento do Estado Democrático de Direito marcado pelas iniciativas 
relacionadas à solidariedade e aos direitos coletivos". 
Grosso modo, podemos fazer uma correlação de que forma esses direitos foram 
surgindo e a fase pela qual o mundo passava. 
Fase Marco 
Mundial 
Dimensão 
dos 
direitos 
Direitos Marco no 
Brasil 
Estado 
Liberal 
Revolução 
Francesa e 
Independência 
dos EUA 
1ª Liberdade: 
Direitos civis e 
políticos 
Incipiente 
na 
CF/1824 e 
fortalecido 
na 
CF/1891 
Estado 
Social 
Pós 1ª Guerra 
Mundial - 
Constituição 
Mexicana 
(1917) e 
Weimar 
(1919). 
2ª Igualdade: 
Direitos Sociais, 
Econômicos e 
Culturais. 
CF/1934 
Estado 
Democrático 
Pós 2ª Guerra 
Mundial. 
3ª Solidariedade 
(fraternidade): 
Direitos coletivos 
e difusos. 
CF/1988 
 
 
Pulo do Gato: 
 As dimensões estão na ordem do lema da Revolução Francesa: 
liberdade, igualdade, e fraternidade. 
 Os direitos Políticos são os de Primeira dimensão. 
 Os direitosSociais, Econômicos e Culturais (SEC - Lembre-se de 
"second") são os de segunda dimensão. 
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 Os direitos de “Todos” (difusos e coletivos) – seriam os de Terceira 
dimensão. 
 
 
A primeira dimensão dos direitos são as chamadas liberdades negativas, 
clássicas ou formais, pois foram as primeiras conquistas de libertação do povo 
em face do Estado. Eram protetoras. Eram formais pois via o homem como um 
ser genérico, abstrato, todos iguais, mas sem enxergar as verdadeiras diferenças 
materiais (econômica, cultural...) entre as pessoas. 
A segunda dimensão reflete a busca da igualdade material, é também o que se 
chama das liberdades positivas, pois pressupõem não só uma proteção individual 
em face do Estado, mas uma efetiva ação estatal para que se concretizassem a 
igualdade econômica, social e cultural. 
A terceira dimensão enxerga o homem em sociedade. Desta forma, se 
preocupa com os direitos coletivos (pertencentes a um grupo determinado de 
pessoas) e os direitos difusos (pertencentes a uma coletividade indeterminada). 
São exemplos destes direitos o direito à paz, ao meio ambiente equilibrado, ao 
progresso e desenvolvimento, o direito de propriedade ao patrimônio comum da 
humanidade, o direito de comunicação, entre outros. 
Nesta 3ªdimensão podemos incluir ainda o que se chama de "direitos 
republicanos". Estes seriam os direitos do cidadão pensando no patrimônio 
público comum (res publica - coisa pública). Assim, o cidadão age ativamente 
para defender as instituições da sociedade reprimindo danos ao meio ambiente, 
ao patrimônio histórico-cultural, práticas de corrupção, nepotismo, e 
imoralidades administrativas. O principal instrumento deste exercício é a ação 
popular que veremos à frente. 
 
Podemos expor aqui, ainda, posicionamentos sobre a quarta e quinta 
dimensões: 
4ª dimensão - O professor Paulo Bonavides também propôs que já existiria a 
4ª dimensão dos direitos, ou seja, os direitos que se vinculam à ideia de 
democracia, especialmente a democracia direta, incluindo o direito à informação 
e o direito ao pluralismo. Esta dimensão foi alcançada através da universalização 
dos direitos promovida pela globalização. Noberto Bobbio também já faz alusão 
a uma possível quarta dimensão dos direitos fundamentais, mas, de forma 
diversa de Bonavides. Para o autor, a quarta dimensão estaria materializada nos 
direitos relativos à biotecnologia e ao patrimônio genético dos indivíduos. 
5ª dimensão - O professor Bonavides ainda vislumbra a quinta dimensão dos 
direitos fundamentais, segundo ele, pela necessidade de se colocar em maior 
destaque o direito à paz, principalmente devido aos recentes atentados 
terroristas a partir do 11 de Setembro nos Estados Unidos. Outros diversos 
autores tratam dos direitos de quinta geração como os direitos “virtuais” ou 
“cibernéticos”, ou seja, aqueles relativos ao comércio e contratos eletrônicos, 
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publicidade virtual, e os interligados à defesa da honra e da dignidade da pessoa 
humana no meio da internet, entre outros correlatos. 
 
Questões sobre dimensões/gerações dos direitos: 
14. (FCC/ Técnico Controle Externo- TCE-CE/ 2015)São exemplos de 
direitos fundamentais difusos, denominados de terceira geração, previstos na 
Constituição Federal: 
(a) a liberdade de reunião e as normas de proteção trabalhista. 
(b) o meio ambiente e a defesa dos consumidores. 
(c) a saúde e a educação. 
(d) a liberdade de reunião e a assistência social. 
(e) as liberdades de expressão e de credo. 
Comentários: 
Os direitos de terceira dimensão sãodireitos transindividuais destinados à 
proteção do gênero humano, nas palavras de Celso de Mello, “materializam 
poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações 
sociais”, nesse sentido, se enquadram da terceira dimensão o direito ao meio 
ambiente e a defesa do consumidor. 
Gabarito: Letra B. 
 
15. (FCC/Analista TRF 4ª/2010) São direitos fundamentais classificados 
como de segunda geração 
a) os direitos econômicos e culturais. 
b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos. 
c) as liberdades públicas. 
d) os direitos e garantias individuais clássicos. 
e) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado. 
Comentários: 
Olha o macete: Segunda dimensão é o "SECond" - sociais, econômicos e 
culturais. 
Gabarito: Letra A. 
 
16. (CESPE/AJAA-TJAL/2012) São direitos de quarta geração o direito à 
democracia, o direito à informação e o direito ao pluralismo. 
Comentários: 
O CESPE, nesta questão, segue a doutrina do professor Paulo Bonavides que 
apresenta a 4ª dimensão dos direitos como sendo aqueles que se vinculam à 
ideia de democracia, especialmente a democracia direta, incluindo o direito à 
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informação e o direito ao pluralismo. Esta dimensão foi alcançada através da 
universalização dos direitos promovida pela globalização. 
Gabarito: Correto. 
 
17. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Direitos humanos de terceira 
geração, por seu ineditismo e pelo caráter de lege ferenda que ainda comportam, 
não recebem tratamento constitucional. 
Comentários: 
Por "lege ferenda" entenda-se como algo ainda sem vigor, que será aplicado no 
futuro. Está errada a assertiva já que os direitos de "terceira geração" são os 
direitos coletivos e difusos e estão positivados na Constituição Federal. 
Gabarito: Errado. 
18. (ESAF/ATRFB/2012)Enquanto os direitos de primeira geração realçam 
o princípio da igualdade, os direitos de segunda geração acentuam o princípio da 
liberdade. 
Comentários: 
Errado. Os direitos de primeira dimensão compreendem as liberdades clássicas, 
negativas ou formais e não os direitos de igualdade. A igualdade seria a segunda 
dimensão dos direitos. Lembre-se que as três dimensões estão na ordem do lema 
da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. 
 
19. (ESAF/ATRFB/2012) Os direitos fundamentais de defesa geram uma 
obrigação para o Estado de se abster, ou seja, implicam numa postura de 
natureza negativa do Poder Público. Assim, impõe-se ao Estado um dever de 
abstenção em relação à liberdade, à intimidade e à propriedade do cidadão, 
permitindo-se a intervenção estatal apenas em situações excepcionais, onde 
haja, ainda, o pleno atendimento dos requisitos previamente estabelecidos nas 
normas. 
Comentários: 
Correto. Os direitos de defesa são os direitos negativos, as liberdades em sentido 
estrito. Tais liberdades referem-se à visão clássica dos direitos fundamentais, 
aqueles da 1ª dimensão, onde o Estado deveria "não fazer" algo contra o 
particular. Depois, com a 2ª dimensão surgiram os prestacionais, onde o estado 
além de "não fazer" certas coisas, deveria agir com prestando políticas públicas 
à sociedade. A questão falou somente dos de defesa, ou seja, da 1ª dimensão. 
Gabarito: Correto. 
 
20. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) Os direitos fundamentais 
de primeira geração são titularizados pelos indivíduos em oposição ao Estado, 
sendo eles, entre outros, o direito à vida, à liberdade e à propriedade. 
Comentários: 
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14 
Correto. Os direitos de primeira dimensão ou geração compreendem as 
liberdades clássicas, negativas ou formais, são aqueles direitos individuais civis 
e políticos que se consubstanciam em uma abstenção do Estado em interferir na 
esfera privada. 
Gabarito: Correto. 
 
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS EM GERAL: 
O art. 5º da Constituição nos traz 4 parágrafos com disposições aplicáveis aos 
direitos fundamentais. Sabemos, pelo §2º deste art. 5º, que os direitos e 
garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime 
e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a 
República Federativa do Brasil seja parte. Agora vamos estudar os outros 3 
parágrafos: 
 
Sobre as normas dos direitos e garantias fundamentais: 
Art. 5º § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata. 
O texto se refere aos direitos fundamentais em geral, não se restringindo apenas 
aos direitos individuais. 
O significado essencial dessa cláusula é ressaltar que as normas que definem 
direitos fundamentais são normas de caráter preceptivo, e não meramente 
programático. Explicita-se, além disso, que os direitosfundamentais se fundam 
na Constituição, e não na lei — com o que se deixa claro que é a lei que deve 
mover-se no âmbito dos direitos fundamentais, não o contrário. Os direitos 
fundamentais não são meramente normas matrizes de outras normas, mas são 
também, e sobretudo, normas diretamente reguladoras de relações jurídicas3. 
Segundo Gilmar Mendes, o art. 5º, § 1º, da CF autoriza que os operadores do 
direito, mesmo à falta de comando legislativo, venham a concretizar os direitos 
fundamentais pela via interpretativa. Os juízes, mais do que isso, podem dar 
aplicação aos direitos fundamentais mesmo contra a lei, se ela não se conformar 
ao sentido constitucional daqueles. 
Este dispositivo mostra a preocupação com a efetividade dos direitos e garantias 
fundamentais. O que ele quer dizer na verdade, Vítor? 
Quer dizer que "em regra" devemos aplicar imediatamente todos dos direitos e 
garantias, não ficando parados, sentados, dormindo, esperando que venha uma 
lei para regulamentá-los. 
Pode haver regulamentação legal? Sim, mas esta não é essencial para a sua 
efetividade quando for possível aplicar desde logo o direito. 
 
3 Miranda, Manual, cit., p. 276; Canotilho, Direito constitucional, cit., p. 400. 
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Isso não quer dizer que as normas ali sejam todas de eficácia plena. Na verdade, 
trata-se apenas um apelo para que se busque efetivamente aplicá-las e assim 
não sejam frustrados os anseios da sociedade. 
 
21. (FCC/Técnico-TRE-PI/2009) As normas definidoras dos direitos e 
garantias fundamentais não têm aplicação imediata, submetendo- se à 
regulamentação legislativa. 
Comentários: 
Isso contraria o disposto no art. 5º, §1º da Constituição. 
Gabarito: Errado. 
 
22. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009) As normas definidoras dos direitos e 
garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
Comentários: 
É a literalidade da Constituição Federal em seu art. 5º §1º. Ressalta-se, porém, 
que esta disposição é somente um apelo para que o Poder Público busque 
efetivamente concretizar tais normas. Não podemos dizer que pela simples 
previsão de que elas tenham aplicação imediata, algumas normas venham a ser 
efetivamente passíveis de aplicação, nem que tais normas constituam, em sua 
totalidade, normas de eficácia plena. 
Gabarito: Correto. 
 
23. (CESPE/PM-DF/2010) Segundo a CF, as normas constitucionais que 
prescrevem direitos e garantias fundamentais têm eficácia contida e dependem 
de regulamentação. 
Comentários: 
Segundo a Constituição (CF, art. 5º, §1º) elas têm aplicação imediata 
refletindo-se num apelo para que se busque efetivamente aplicá-las e assim 
não sejam frustrados os anseios da sociedade. 
Gabarito: Errado. 
 
Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos: 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos 
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela EC 45/04) 
A EC 45/04 abriu a possibilidade de ampliar a relação dos direitos fundamentais 
de status constitucional através da aprovação de tratados internacionais pelo 
mesmo rito de emendas constitucionais. Vamos entender melhor isso: 
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 A regra é que os tratados internacionais são equivalentes às leis 
ordinárias. 
 A exceção é essa acima - eles vão estar equiparados às Emendas 
Constitucionais caso cumpram estes requisitos acima, ou seja, versem 
sobre direitos humanos e o decreto legislativo relativo a ele seja 
aprovado pelo mesmo rito exigido para as emendas à Constituição. 
 Ainda que não aprovados pelo rito das Emendas, se versarem sobre direitos 
humanos, o STF entende que possuem “supralegalidade” podendo revogar 
leis anteriores e devendo ser observados pelas leis futuras. É assim, por 
exemplo, que vigora em nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa 
Rica" - status acima das leis e abaixo da Constituição. 
 Lembrando que (CF, art. 49, I e 84, VII) cabe ao Congresso Nacional – por 
meio de Decreto Legislativo – resolver definitivamente sobre tratados 
internacionais (seja sobre direitos humanos ou não), referendando-os e, 
após isso, estes passarão a integrar o ordenamento jurídico nacional 
entrando em vigor após a edição de um decreto presidencial. 
 
Esquematizando, um tratado pode adquirir 3 status hierárquicos: 
1- Regra: Status de lei ordinária. Caso seja um tratado que não verse sobre 
direitos humanos. 
2- Exceção 1: Status Supralegal. Caso seja um tratado sobre direitos humanos 
não votado pelo rito de emendas constitucionais, mas pelo rito ordinário; 
3- Exceção 2: Status constitucional. Caso seja um tratado sobre direitos 
humanos votado pelo rito de emendas constitucionais (3/5 dos votos, em 2 turnos 
de votação em cada Casa). Essa possibilidade só passou a existir com a EC 45/04. 
Mais observações: 
 Com base neste parágrafo, vigora com força de Emenda Constitucional o 
Decreto Legislativo nº 186/08 que ratificou o texto da convenção sobre os 
direitos das pessoas com deficiência e de seu protocolo facultativo, 
assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007. 
 Não precisa necessariamente ser direito individual, perceba que a norma 
fala direitos humanos. 
 Segundo o STF, como os tratados internacionais são equiparados às leis 
ordinárias, não podem versar matéria sob reserva constitucional de 
lei complementar,pois em tal situação, a própria Carta Política subordina 
o tratamento legislativo de determinado tema ao exclusivo domínio 
normativo da Lei Complementar. 
 
24. (FCC/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2012) Os tratados e 
convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada 
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Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por dois quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Comentários: 
Para que alcancem esse status precisam de 3/5 dos votos e não 2/5. 
Gabarito: Errado. 
 
25. (FCC/Analista Judiciário – Biblioteconomia – TRT 24ª/2011) Os 
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados: 
a) pela Câmara dos Deputados, por maioria absoluta, mediante aprovação prévia 
da Advocacia Geral da União, serão equivalentes à Lei ordinária. 
b) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente aprovada 
pelo Presidente da República e Senado Federal, serão equivalentes às Leis 
ordinárias. 
c) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente aprovada pelo 
Presidente da República e Senado Federal, serão equivalentes às Leis 
complementares. 
d) em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
e) pelo Presidente da República serão equivalentes à Medida Provisória e serão 
levados à Câmara dos Deputados, para, mediante aprovação por maioria dos 
votos, serem convertidas em Leis ordinárias. 
Comentários:A questão queria, simplesmente, cobrar do candidato o conhecimento sobre a 
disposição constitucional do art. 5º, §3º, inserida pela EC 45/04 que passou a 
admitir tratados internacionais de status constitucional, desde que fossem 
aprovados pelo mesmo rito de uma emenda constitucional, ou seja, aprovados 
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos 
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Gabarito: Letra D. 
 
26. (ESAF/Procurador PGFN/2012) Sobre a relação entre direitos 
expressos na Constituição de 1988 e tratados internacionais, especialmente à luz 
da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é incorreto afirmar que: 
a) as normas de direitos humanos contidas em convenções internacionais 
pactuadas no âmbito da Organização das Nações Unidas, mesmo que a 
República Federativa do Brasil delas não seja parte, se incorporam ao direito 
pátrio de forma equivalente às emendas constitucionais. 
b) os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros 
decorrentes dos tratados internacionais em que a República Federativa do 
Brasil seja parte. 
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c) da disposição contida no § 2o do art. 5o da Constituição não resulta que os 
direitos e garantias decorrentes dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte ostentem o nível hierárquico de norma 
constitucional. 
d) da disposição contida no § 3o do art. 5o da Constituição, decorrente da 
Emenda Constitucional n. 45 de 2004, resulta que as normas de direitos humanos 
contidas em convenções internacionais de que a República Federativa do Brasil 
seja parte, quando aprovadas pelo Congresso Nacional na forma ali disposta, 
sejam formalmente equivalentes àquelas decorrentes de emendas 
constitucionais. 
e) especialmente da disposição contida no § 2o do art. 5o da Constituição resulta 
que as normas de direitos humanos contidas em convenções internacionais de 
que a República Federativa do Brasil seja parte, mesmo quando não aprovadas 
pelo Congresso Nacional na forma disposta no § 3o do mesmo dispositivo, 
tenham status de normas jurídicas supralegais. 
Comentários: 
a) Errado, se o Brasil não fizer parte da convenção, não se incorporarão ao nosso 
direito. 
b) Correto. É o que diz o § 2º do Art. 5º da CF-88, vejamos: “Os direitos e 
garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do 
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que 
a República Federativa do Brasil seja parte”. 
c) Correto. Veja que a questão fala que não serão de nível hierárquico de norma 
constitucional. Para que tais direitos sejam elevados à status constitucional é 
necessário o quórum de aprovação de emenda à Constituição, aprovada em cada 
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros 
d)Correto, este é o teor do art. 5º, § 3º. 
e) Correto. Este é o entendimento atual do Supremo, que decidiu os tratados 
sobre direitos humanos, ainda que não aprovados pelo rito das emendas 
constitucionais, se versarem sobre direitos humanos, o atual entendimento da 
corte é que tais tratados teriam status de “supralegalidade”, podendo revogar leis 
anteriores e devendo ser observados pelas leis futuras. É assim, por exemplo, 
que vigora em nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa Rica"status” 
acima das leis e abaixo da Constituição. 
Gabarito: Letra A. 
 
27. (FGV/ XIII Exame de Ordem- OAB/ 2014) Considere a seguinte 
informação jurisprudencial: “Súmula Vinculante nº 25 do STF: É ilícita a prisão 
civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito”. Os 
debates no STF que levaram à alteração de sua própria jurisprudência e à adoção 
da Súmula acima consagraram a prevalência do Pacto de São José da Costa Rica 
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e de sua proibição de prisão civil (Artigo 7º, item 7, do Pacto). Assinale a opção 
que contém a tese majoritária que fundamentou a decisão do STF. 
(A) A natureza supraconstitucional das Convenções de Direitos Humanos já que 
estas são universais e possuem força vinculante. 
(B) A natureza constitucional das Convenções de Direitos Humanos que no Brasil 
decorre do Artigo 5º, § 2°, da Constituição de 1988. 
(C) A natureza supralegal das Convenções de Direitos Humanos que faz com que 
elas sejam hierarquicamente superiores ao código civil e ao de processo civil. 
(D) A natureza de lei ordinária das Convenções de Direitos Humanos, 
considerando que lei posterior revoga lei anterior. 
Comentários: 
Gabarito: Em regra, os tratados internacionais de DH têm status de norma 
supralegal, acima das leis e abaixo da Constituição. Só para lembrar, de a norma 
de DH for votada nos termos do art. 5º, §3º da Constituição, terá status de norma 
constitucional. 
Letra C. 
 
Tribunal Penal Internacional: 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a 
cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela EC 45/04) 
Outra inovação da EC 45/04. Esse dispositivo tem sido cobrado apenas 
literalmente nos concursos, independente do nível. 
 
28. (FCC/Analista - TJ-PI/2009) O Brasil se submete à jurisdição do 
Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. 
Comentários: 
Isso aí. Literalidade do art. 5º, §4º da Constituição. 
Gabarito: Correto 
 
29. (CESPE/Técnico-TRT 17ª/2009) O Brasil se submeterá à jurisdição de 
Tribunal Penal Internacional a cuja criação manifestar adesão. 
Comentários: 
Literalidade do art. 5º §4º da Constituição. Essa foi uma inovação trazida pela EC 
45/04. 
Gabarito: Correto. 
 
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos: 
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Esses direitos estão presentes no art. 5º da Constituição Federal. 
A Constituição dá o nome de "Direitos e Deveres", porém, não há "deveres 
individuais" propriamente ditos expressos no texto, os deveres são, na verdade, 
o de respeitar o direito do outro. 
Também não há segregação expressa daqueles que seriam direitos individuais e 
os que seriam direitos coletivos. 
Os direitos individuais são uma cláusula pétrea 
de nossa Constituição (CF, art. 60 §4º) – isso quer dizer que não podem ser 
abolidos ou ter a sua eficácia reduzida por uma emenda constitucional. Eles são 
“de pedra”, permanentes, uma modificação poderá fortalecê-los, mas nunca 
enfraquecê-los. 
Sabemos que a relação não é exaustiva, pois por força do § 2º do art. 5º, não se 
excluem outros direitos decorrentes dos regimes e princípios adotados pela 
Constituição ou decorrentes de tratados internacionais em que o Brasil seja parte. 
Assim, existem diversos outros direitos individuais e coletivos também protegidos 
como cláusula pétrea, espalhados ao longo do texto constitucional, como, por 
exemplo, as limitações ao poder de tributar do art. 150. 
 
30. (CESPE/Agente-Hemobrás/2008) Dos direitos fundamentais, apenas 
os direitos e garantias individuais podem ser considerados como cláusulas 
pétreas. 
Comentários: 
Não existe exata delimitação das cláusulas pétreas formadas pelosdireitos e 
garantias fundamentais. Alguns autores defendem que os direitos sociais 
também seriam cláusulas pétreas, outros defendem que não. Nos afastando 
desta polêmica, a questão se resolve pelo fato de o voto direto, secreto, 
universal e periódico também ser um direito fundamental (CF, art. 14) e 
também ser uma cláusula pétrea, que segundo o art. 60 §4º, são: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
Gabarito: Errado. 
 
31. (CESPE/AJAA-STF/2008) Todos os direitos e garantias fundamentais 
previstos na CF foram inseridos no rol das cláusulas pétreas. 
Comentários: 
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21 
Dentre os direitos e garantias fundamentais, a CF só previu como cláusula pétrea 
os direitos e garantias individuais e o voto com as suas características de ser 
"direto, secreto, universal e periódico". 
Gabarito: Errado. 
 
Caput do art. 5º: 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança 
e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
Doutrina: 
Segundo o prof. Manuel Gonçalves Ferreira Filho, o critério usado para classificar 
os direitos do art. 5º (direitos e deveres individuais e coletivos) foi o critério do 
objeto imediato do direito assegurado4. Isso quer dizer que eles foram 
divididos em 5 “objetos imediatos”: vida, liberdade, igualdade, segurança e 
propriedade. Assim, os diversos incisos presentes no art. 5º são usados para 
definir direitos e garantias que, não obstante tenham um fim traçado na norma, 
possuem como “objeto imediato” o alcance do direito à vida, da liberdade, da 
igualdade, da segurança ou da propriedade. 
Podemos assim agrupar cada um dos incisos de acordo com o seu objeto 
imediato. Ex.: 
Direitos cujo objeto imediato é a “liberdade” - Direito de locomoção (CF, 
art. 5º, XV e LXVIII), Liberdade de pensamento e religião (CF, art. 5º, IV, VI, 
VII, VIII, IX), liberdade de reunião (CF, art. 5º, XVI), etc. 
 
Jurisprudência: 
- Segundo o Supremo, as pesquisas com células-tronco embrionárias não violam 
o direito à vida ou o princípio da dignidade da pessoa humana5. 
- No mesmo julgado, que se referia proteção do direito à vida, e a 
constitucionalidade da lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005), o STF entendeu 
que a Constituição Federal, quando se refere à “dignidade da pessoa humana” e 
à proteção dos direitos e garantias individuais não se estaria se referindo a 
todo e qualquer estágio da vida humana, mas da vida que já é própria de 
 
4 Manuel Gonçalves Ferreira Filho apud José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo (33ª Ed.), 
pg. 194. 
5 ADI 3.510, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 28 e 29-5-08, Plenário, Informativo 508 
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uma concreta pessoa, porque nativiva, e que a inviolabilidade de que trata o 
art. 5º diria respeito exclusivamente a um indivíduo já personalizado6. 
 
32. (FCC/AJ-Arquivologia-TRT-19/2011) A Constituição Federal, ao 
classificar os direitos enunciados no artigo 5º, quando assegura a inviolabilidade 
do direito à vida, à dignidade, à liberdade, à segurança e à propriedade, adota o 
critério do 
a) perigo subjetivo do direito assegurado. 
b) objeto imediato do direito assegurado. 
c) alcance relativo do direito assegurado. 
d) plano mediato do direito assegurado. 
e) alcance subjetivo do direito assegurado. 
Comentário: 
O critério foi o do objeto imediato do direito assegurado. 
Eles foram divididos em 5 “objetos imediatos”: vida, liberdade, igualdade, 
segurança e propriedade. Assim, os diversos incisos presentes no art. 5º são 
usados para definir direitos e garantias que, não obstante tenham um fim traçado 
na norma, possuem como “objeto imediato” o alcance do direito à vida, da 
liberdade, da igualdade, da segurança ou da propriedade. 
Gabarito: Letra B. 
 
Extensão da expressão “residentes País” do art. 5º: 
Embora a literalidade do caput expresse o termo “residente”, o STF promoveu 
uma mutação constitucional, ampliando o escopo desses direitos. O Supremo 
decidiu que deve ser entendido como todo estrangeiro que estiver em território 
brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito. Assim o estrangeiro 
em trânsito estará amparado pelos direitos individuais, e poderá inclusive fazer 
uso de “remédios constitucionais” como habeas corpus e mandado de segurança. 
Ressalva-se que o estrangeiro não poderá fazer uso de todos os direitos, pois 
alguns são privativos de brasileiros como, por exemplo, o uso da ação popular. 
Vale dizer que esta extensão não deve ser entendida como apenas aos direitos 
individuais, mas todos os direitos fundamentais, na medida em que forem 
possíveis de serem aplicados. 
 
33. (CESPE/ Especialista- Enfermagem- DEPEN/ 2015) O direito à vida, 
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade é assegurado a todos os 
 
6 ADI 3.510, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 28 e 29-5-08, Plenário, Informativo 508 
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23 
brasileiros, sem distinção, mas existem ressalvas quanto a essa garantia para os 
estrangeiros residentes no país. 
Comentários: 
Tais direitos são extensíveis não só aos estrangeiros aqui residentes, mas 
também aos que aqui se encontrarem, como por exemplo turistas. 
Gabarito: Errado. 
 
34. (CESPE/ Especialista- DEPEN/ 2015) O direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade é assegurado a todos os brasileiros, sem 
distinção, mas existem ressalvas quanto a essa garantia para os estrangeiros 
residentes no país. 
Comentários: 
Errado, a Constituição não faz qualquer, assegurando que todos são iguais 
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros 
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, dentre outros direitos. Não 
custa lembrar que quanto a expressão “estrangeiros residentes no país”, a 
orientação adotada pelo Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que a 
condição jurídica de estrangeiro aliada ao fato de não possuir domicílio no Brasil 
não inibe, só por si, o acesso aos instrumentos processuais de tutela da liberdade 
nem subtrai o Poder Público do dever de respeitar as prerrogativas de ordem 
jurídica e as garantias de índole constitucional que o ordenamento positivo 
brasileiro assegura a qualquer pessoa (STF – HC 94.477/PR). 
Gabarito: Errado. 
 
35. (CESPE/AJAJ-TRE-MS/2013) O estrangeiro residente no Brasil, por não 
ser cidadão brasileiro, não possui o direito de votar e de impetrar habeas corpus. 
Comentários: 
Embora realmente o estrangeiro não tenha direito a voto, pois é ato privativo de 
brasileiros (natos ou naturalizados), no que tange à impetração de habeas corpus 
não é possível negar tal direito aos estrangeiros,visto ser pacífico no STF que o 
estrangeiro, ainda que em mero trânsito em território brasileiro, faz jus aos 
direitos fundamentais expressos na Magna Carta, com exceção apenas daqueles 
privativos de brasileiros tal como o de impetrar ação popular e votar. 
Gabarito: Errado. 
 
36. (ESAF/ATRFB/2012)O súdito estrangeiro, mesmo aquele sem domicílio 
no Brasil, tem direito a todas as prerrogativas básicas que lhe assegurem a 
preservação da liberdade e a observância, pelo Poder Público, da cláusula 
constitucional do devido processo legal. 
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Comentários: 
Correto. Embora a literalidade do caput do art. 5º expresse o termo “residente”, 
o STF decidiu que deve ser entendido como todo estrangeiro que estiver em 
território brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito. Perfeito o 
item. 
Gabarito: Correto. 
 
37. (ESAF/AFC-CGU/2012) A Constituição assegura aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no país, em igualdade de condições, os direitos e 
garantias individuais tais como: a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, mas aos estrangeiros não se estende os 
direitos sociais destinados aos brasileiros. 
Comentários: 
Segundo o STF, o estrangeiro, que estiver sob as leis brasileiras, ainda que em 
mero trânsito pelo país, teria os mesmos direitos, garantias e deveres individuais 
que os brasileiros possuem, salvo aqueles direitos que a Constituição reserva 
somente a brasileiros, como o caso da impetração de ação popular, e esta 
extensão não deve ser entendida como apenas aos direitos individuais, mas todos 
os direitos fundamentais, na medida em que forem possíveis de serem aplicados. 
Assim, erra a questão ao dizer que os direitos sociais não podem ser aplicados 
aos estrangeiros. 
Gabarito: Errado. 
 
Igualdade (ou Isonomia): 
Art. 5º, I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos 
termos desta Constituição; 
O caput também faz menção a este princípio, quando diz: todos são iguais 
perante a lei. 
Este princípio pode ser entendido como: “a lei não pode fazer distinção, deve 
tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais na medida de 
suas desigualdades”. Desta forma, temos dois diferentes tipos de isonomia: 
 
Isonomia formal 
Todos poderão igualmente buscar 
os direitos expressos na lei. 
Isonomia material 
É a igualdade real, vai além da 
igualdade formal. A busca da 
igualdade material acontece 
quando são tratadas 
desigualmente as pessoas que 
estejam em situações desiguais. 
Geralmente usada para favorecer 
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alguns grupos que estejam em 
posição de desvantagem. 
Obviamente ela só será válida se 
for pautada em um motivo lógico 
e justificável. Ex. Destinação de 
vagas especiais para deficientes 
físicos em concursos públicos. 
 
Discriminação Reversa - A isonomia material acaba gerando uma discussão 
sobre a chamada "discriminação reversa". Este tema foi muito debatido no caso 
de cotas raciais em faculdades públicas. A adoção do sistema de cotas iria, para 
alguns, gerar uma “discriminação reversa” na medida que uma ação estatal com 
objetivo de ajudar uma parcela da população a alcançar a isonomia material 
acabaria por gerar um preterimento de uma outra parcela, que seria, assim, 
prejudicada. 
Oportuno destacar aqui que, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, o tema já 
está pacificado, haja vista que o STF julgou IMPROCEDENTE, por unanimidade, a 
ADPF nº 186, proposta pelo DEM, contra o sistema de cotas existente na 
Universidade de Brasília- UnB. Em breve síntese, com base nos fundamentos 
trazidos pelo relator Ministro Ricardo Lewandowski: 
 
 Igualdade formal versus igualdade material 
(...) Para possibilitar que a igualdade material entre as pessoas seja levada a 
efeito, o Estado pode lançar mão de ações afirmativas, que atingem grupos 
sociais determinados, de maneira pontual, atribuindo a estes certas vantagens, 
por um tempo limitado, de modo a permitir-lhes a superação de desigualdades 
decorrentes de situações históricas particulares. 
 Justiça distributiva 
A transformação do direito à isonomia em igualdade de possibilidades, sobretudo 
no tocante a uma participação equitativa nos bens sociais, apenas é alcançado, 
segundo John Rawls, por meio da aplicação da denominada “justiça distributiva”. 
Só ela permite superar as desigualdades que ocorrem na realidade fática, 
mediante uma intervenção estatal determinada e consistente para corrigi-las, 
realocando-se os bens e oportunidades existentes na sociedade em benefício da 
coletividade como um todo. (...) 
 
 Ações afirmativas 
São medidas especiais e concretas para assegurar o desenvolvimento ou a 
proteção de certos grupos raciais de indivíduos pertencentes a estes grupos com 
o objetivo de garantir-lhes, em condições de igualdade, o pleno exercício dos 
direitos do homem e das liberdades fundamentais (art. 2°, II, da Convenção para 
a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, da Organização das 
Nações Unidas, ratificada pelo Brasil em 1968). 
 
 Adoção do critério étnico-racial 
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O uso do termo “raça” é justificável nas políticas afirmativas em razão deste 
“fator” ter sido utilizado, historicamente, para a construção de “hierarquias” entre 
as pessoas. Assim, se a raça foi utilizada para construir hierarquias, deverá 
também ser utilizada para desconstruí-las. 
Após serem “desconstruídas” estas hierarquias, as ações afirmativas baseadas 
na raça podem ser abandonadas, adotando-se então apenas políticas 
universalistas materiais. 
 
 O papel integrador da Universidade 
Todos sabem que as universidades, em especial as universidades públicas, são 
os principais centros de formação das elites brasileiras. Não constituem apenas 
núcleos de excelência para a formação de profissionais destinados ao mercado 
de trabalho, mas representam também um celeiro privilegiado para o 
recrutamento de futuros ocupantes dos altos cargos públicos e privados do País. 
Dentre outros argumentos, tais como a transitoriedade das políticas de ação 
afirmativa, e que a própria CF já prevê reservas de cotas para deficientes. 
A doutrina também costuma diferenciar outras duas formas de isonomia (ambas 
comportadas pela Constituição): 
Igualdade perante a lei 
Com a lei já elaborada, esta igualdade 
direciona o aplicador da lei para que a aplique 
sem fazer distinções (isonomia formal). 
Igualdade na lei 
É o princípio que direciona o legislador a 
não fazer distinções entre as pessoas no 
momento de se elaborar uma lei. 
Jurisprudência: 
STF - Súmula nº 339 - Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função 
legislativa, aumentar vencimentos dos servidores públicos sob fundamento de 
isonomia. 
Não afronta o princípio da isonomia a adoção de critérios distintos para a 
promoção de integrantes do corpo feminino e masculino da Aeronáutica7. 
 
 
38. (CESPE/ TJAA/ 2015) Ações afirmativas são mecanismos que visam 
viabilizar uma isonomia material em detrimento de uma isonomia formalpor meio 
do incremento de oportunidades para determinados segmentos. 
Comentários: 
Esse foi o entendimento do STF no julgamento da ADPF nº 186. 
Gabarito: Correto. 
 
7 AI 443.315-AgR, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 16.02.07 e RE 316.882-AgR, Relator o 
Ministro Carlos Velloso, DJ de 30.09.05 
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39. (CESPE/ Técnico- TJ- CE/ 2014) Conforme disposições da CF, assinale 
a opção correta a respeito da administração pública. A lei deverá reservar parte 
dos cargos e empregos públicos para afrodescendentes e pessoas portadoras de 
deficiência. 
Comentários: 
Errado. O art. 37, VII da Constituição somente prevê expressamente que a lei 
reservará percentual de cargos e empregos públicos para pessoas portadoras de 
deficiência. No que se refere às cotas, a possibilidade de lei criar cotas decorre 
da jurisprudência do STF, principalmente após o julgamento da ADPF 168 que 
declarou a constitucionalidade das políticas afirmativas de cotas na Universidade 
de Brasília-UnB. Recentemente foi publicada a Lei nº 12.990/ 2014, que reserva 
vagas aos negros nos concursos públicos federais e o CNJ em 06/06/2015 
aprovou resolução criando cotas de 20% para cargos de juízes e servidores do 
judiciário. 
 
40. (CESPE/Analista-EBC/ 2011) O Poder Judiciário não pode, sob a 
alegação do direito a isonomia, estender a determinada categoria de servidores 
públicos vantagens concedidas a outras por lei. 
Comentários: 
É pacífico na jurisprudência do Supremo a impossibilidade do Poder Judiciário 
atuar como legislador positivo, ou seja, basear-se na isonomia para estender 
a categorias não contempladas benefícios que deveriam ser veiculados por lei. 
Assim, nos termos da Súmula 339 do STF - Não cabe ao Poder Judiciário, que 
não tem função legislativa, aumentar vencimentos dos servidores públicos sob 
fundamento de isonomia. 
Gabarito: Correto. 
 
41. (ESAF/ATRFB/2012) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal, o foro especial para a mulher nas ações de separação judicial e de 
conversão da separação judicial em divórcio ofende o princípio da isonomia entre 
homens e mulheres ou da igualdade entre os cônjuges. 
Comentários: 
Trata-se de uma busca pela igualdade material (tratar desigualmente os 
desiguais para igualar condições). 
Gabarito: Errado. 
 
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42. (ESAF/ATRFB/2012) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal 
firmou entendimento no sentido de que afronta o princípio da isonomia a adoção 
de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino e 
masculino da Aeronáutica. 
Comentários: 
A jurisprudência do Supremo está firmada no sentido oposto, já tendo se 
manifestado sobre o tema em diversas oportunidades. (AI 443.315-AgR, Relatora 
a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 16.02.07 e RE 316.882-AgR, Relator o Ministro 
Carlos Velloso, DJ de 30.09.05). 
Gabarito: Errado. 
 
43. (ESAF/ATRFB/2012) O princípio da isonomia, que se reveste de 
autoaplicabilidade, não é suscetível de regulamentação ou de complementação 
normativa. Esse princípio deve ser considerado sob duplo aspecto: (i) o da 
igualdade na lei; e (ii) o da igualdade perante a lei. 
Comentários: 
O princípio da isonomia é autoaplicável e pode ser entendido como: “a lei não 
pode fazer distinção, deve tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os 
desiguais na medida de suas desigualdades”. Desta forma, temos dois diferentes 
tipos de isonomia: Isonomia formal- Todos poderão igualmente buscar os 
direitos expressos na lei. Isonomia material - É a igualdade real, vai além da 
igualdade formal. A busca da igualdade material acontece quando são tratadas 
desigualmente as pessoas que estejam em situações desiguais. Geralmente 
usada para favorecer alguns grupos que estejam em posição de desvantagem. 
Obviamente ela só será válida se for pautada em um motivo lógico e justificável. 
Ex. Destinação de vagas especiais para deficientes físicos em concursos públicos. 
A doutrina também costuma diferenciar outras duas formas de isonomia (ambas 
comportadas pela Constituição) e que foram cobradas na prova: Igualdade 
perante a lei - Com a lei já elaborada, esta igualdade direciona o aplicador da 
lei para que a aplique sem fazer distinções (isonomia formal). Igualdade na lei 
- É o princípio que direciona o legislador a não fazer distinções entre as pessoas 
no momento de se elaborar uma lei. 
Gabarito: Correto. 
 
Liberdade (legalidade na visão do cidadão): 
Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa senão em virtude de lei; 
Doutrinariamente, chama-se de "liberdade" (uma de suas faces) o princípio que 
está expresso no art. 5º, II, já que somente a lei (legítima) pode obrigar que 
alguém faça ou deixe de fazer algo contra sua vontade. 
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Este princípio também é conhecido como a faceta da legalidade para o cidadão, 
isso porque a legalidade pode ser entendida de 2 formas: 
 Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíba; 
 Para o administrador público - O administrador público só pode fazer 
aquilo que a lei autorize ou permita. 
 
Doutrina: 
Cabe-nos agora, expor uma outra discussão doutrinária relevante para 
concursos: a diferenciação dos termos "legalidade" e "reserva legal" (reserva de 
lei). Embora, não seja pacífico tal distinção, muitos juristas (inclusive o próprio 
STF8) consideram importante diferenciar tais institutos: 
1- Reserva legal - É um termo mais específico. Ocorre quando a Constituição 
estabelece um comando, mas faz uma "reserva" para que uma lei 
(necessariamente uma lei formal - emanada pelo Poder Legislativo - ou então, 
uma lei delegada ou medida provisória) estabeleça algumas situações. Ex. Art. 
5º, XIII – É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas 
as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Veja que a Constituição 
garantiu uma liberdade, porém, reservou à lei, e somente à lei (formal), a 
possibilidade de estabelecer restrições à norma. Esta reserva feita à lei, pode 
ocorrer de duas formas: 
 Reserva legal absoluta - Quando será a própria lei que irá atender o 
mandamento. Ex. Os casos constitucionais que venham com as expressões 
"a lei estabelecerá", "a lei regulará", " a lei disporá"... veja que é a própria 
lei, diretamente, que atenderá o comando constitucional; 
 Reserva legal relativa - Quando não é a lei que irá, diretamente, 
atender ao comando constitucional, mas estabelecerá os limites, ou os 
termos, dentro dos quais um ato infralegal irá atuar. Ex. Os casos 
constitucionais que venham com as expressões "nos termos da lei", "na 
forma da lei", "nos limites estabelecidos pela lei"... veja que não será a lei 
que atenderá ao comando, porém, esta estará traçando os limites para tal. 
2- Legalidade - É um termo mais genérico, também conhecido como 
"reserva da norma". Grosso modo, a legalidade (reserva de norma) pode ser 
atendida tanto com o uso de leis formais, quanto pelo uso de atos infralegaisemanados nos limites da lei. Legalidade, então, seria simplesmente "andar dentro 
dos limites traçados pelo Legislador". Seja com o uso direto de uma lei, seja o 
uso de um ato, nos limites da lei, ambos conseguiriam perfeitamente cumprir o 
comando da "legalidade". 
 
Jurisprudência: 
 
8 HC 85.060, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 23-9-2008, Primeira Turma, DJE de 13-2-2009. 
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O STF tem entendido que o princípio da legalidade expresso no art. 5º, II da 
Constituição seria meramente uma "reserva de norma", ou seja, uma legalidade 
ampla e não uma reserva de lei (formal) em sentido estrito9. Assim, tal dispositivo 
poderia ser cumprido tanto através de uma lei formal como também por outros 
atos expressa ou implicitamente autorizados por ela. 
 
44. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) A aplicação do 
princípio da legalidade não distingue o particular do administrador público. 
Comentários: 
Ao contrário, a ideia de legalidade para o particular e par a Administração tem 
conotação distinta, confira: 
 Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíba; 
 Para o administrador público - O administrador público só pode fazer 
aquilo que a lei autorize ou permita. 
Gabarito: Errado. 
 
45. (CESPE/TFCE-TCU/2012) Quando se afirma que a regulamentação de 
determinadas matérias há de se fazer necessariamente por lei formal, há 
referência expressa ao princípio da legalidade lato sensu. 
Comentários: 
Quando se diz "necessariamente por lei formal" estamos falando sobre a 
legalidade em sentido "estrito" (stricto sensu) e não sobre a legalidade em 
sentido amplo (lato sensu), que seria atendida tanto com o uso de leis formais, 
quanto pelo uso de atos infralegais emanados nos limites da lei. 
Gabarito: Errado. 
 
46. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) O preceito constitucional 
que estabelece que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
senão em virtude de lei veicula a noção genérica do princípio da legalidade. 
Comentários: 
Trata-se da norma do art. 5º, II, que traz o chamado princípio da liberdade, ou 
o princípio da legalidade na visão do cidadão. Este princípio é conhecido como a 
faceta da legalidade para o cidadão porque a legalidade pode ser entendida de 2 
formas: 
 Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíba; 
 Para o administrador público - O administrador público só pode fazer 
aquilo que a lei autorize ou permita. 
 
9 HC 85.060, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 23-9-2008, Primeira Turma, DJE de 13-2-2009. 
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Gabarito: Correto. 
 
Desdobramento da dignidade da pessoa humana: 
Art. 5º, III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante; 
Súmula Vinculante nº 11 → Só é lícito o uso de algemas em casos de 
resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física 
própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a 
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e 
penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a 
que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
 
47. (CESPE/ Especialista- DEPEN/ 2015) Ninguém pode ser submetido a 
tortura ou a tratamento desumano ou degradante, salvo em situação de guerra 
externa ou em caso de traição nacional. 
Comentários: 
Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. 
Ponto e acabou, não há qualquer exceção, ninguém será submetido a tortura 
nem a tratamento desumano ou degradante (Art. 5º, III). 
Gabarito: Errado. 
 
48. (CESPE/AJAA-TJES/2011) O princípio da dignidade da pessoa humana 
possui um caráter absoluto, sendo um princípio primordial presente na 
Constituição Federal de 1988. 
Comentários: 
A dignidade da pessoa humana é um princípio fundamental de nosso 
ordenamento. Este princípio, bem como qualquer outro direito fundamental 
previsto na Constituição não pode ser considerado absoluto. A característica da 
“relatividade” é inerente a eles, pois ainda que aparentem ser absolutos, eles 
poderão, diante de um caso concreto, colidir com outros direitos fundamentais, 
e assim serem relativizados. 
Gabarito: Errado. 
 
Manifestação do pensamento: 
Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o 
anonimato; 
Obviamente, a manifestação do pensamento não é absoluta, deve-se respeitar 
os outros princípios, como a intimidade, privacidade etc. 
 
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 No julgamento da ADI 4815, Rel. Min. Cármen Lúcia, 
julgado em 10/06/2015, o STF decidiu que para que seja publicada uma biografia 
NÃO é necessária autorização prévia do indivíduo biografado, das demais 
pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa autorização prévia seria uma 
forma de censura, não sendo compatível com a liberdade de expressão 
consagrada pela CF/88. Segundo o Tribunal, acaso o biografado ou qualquer 
outra pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos foram violados pela 
publicação, ele terá direito à reparação, que poderá ser feita não apenas por meio 
de indenização pecuniária, como também por outras formas, tais como a 
publicação de ressalva, de nova edição com correção, de direito de resposta etc. 
O caso em tela retrata o caso envolvendo o cantor Roberto Carlos, que processou 
o jornalista e escritor Paulo Cesar de Araújo, autor de sua biografia não-
autorizada chamada de “Roberto Carlos em detalhes” e que havia sido lançada 
em dezembro de 2006 pela Editora Planeta, sendo proibida pela Justiça em abril 
de 2007. 
Outro importante julgado do STF se refere à impossibilidade da utilização da 
denúncia anônima como ato formal de instauração do procedimento 
investigatório, quando isoladamente consideradas, já que as peças futuras não 
poderiam, em regra, ser incorporadas formalmente ao processo. Nada impede, 
porém, que o Poder Público seja provocado pela delação anônima e, com isso, 
adote medidas informais para que se apure a possível ocorrência da ilicitude 
penal10. E ratifica:não serve à persecução criminal notícia de prática criminosa 
sem identificação da autoria, consideradas a vedação constitucional do anonimato 
e a necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, nos campos 
cível e penal, de quem a implemente11. 
O STF também decidiu, sobre a manifestação do pensamento, que a defesa da 
legalização das drogas em espaços públicos constitui exercício legítimo do direito 
à livre manifestação do pensamento, sendo, portanto, permitida pelo 
ordenamento jurídico pátrio12. 
 
49. (FCC/ Técnico Judiciário- CNMP/ 2015) É assegurada na Constituição 
Federal a seguinte garantia fundamental: É livre a manifestação do pensamento, 
inclusive pelo anonimato. 
Comentários: 
A manifestação de pensamento é livre, sendo VEDADO o anonimato. 
 
10 Inq 1.957, Rel. Min. Carlos Velloso,

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