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Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 1 Aula 2 Direito Constitucional Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Professor: Vítor Cruz e Rodrigo Duarte Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 2 Aula 00 Fala pessoal, tudo certo com vocês? Hoje vamos começar a adentrar nos assuntos que considero mais importantes em qualquer concurso: os direitos fundamentais, gênero que engloba 5 espécies: os direitos individuais, os sociais, os da nacionalidade, os políticos e os dos partidos políticos. Antes de dissecarmos e analisarmos todas as células de cada uma dessas espécies nesse nosso “laboratório”, veremos agora uma teoria geral desse gênero “direitos fundamentais”. Preparados? Então vamos ao trabalho! Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais: Mas qual a diferença entre direitos e garantias? Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou deixar de fazer algo, ou até mesmo possuir, trata-se de uma liberdade positiva. As garantias não se referem às ações ou “posses”, mas sim às proteções que as pessoas possuem frente ao Estado ou mesmo frente às demais pessoas, de modo que possam proteger seus direitos, ou até mesmo os meios para reivindicar tais direitos. Por isso, diz-se que as garantias são proteções para que se possa exercer um direito1. José Afonso da Silva faz o delineamento da diferença com uma frase exaustivamente usada pelas bancas de concurso: "Em suma (...) os direitos são bens e vantagens conferidos pela norma, enquanto as garantias são os meios destinados a fazer valer esses direitos, são instrumentos pelos quais se asseguram o exercício e o gozo daqueles bens e vantagens"2. 1. (FCC/ Analista Judiciário- TRE-RR/ 2015) São consideradas garantias fundamentais, dentre outras, (a) os direitos à igualdade, à fraternidade e a dignidade da pessoa humana. (b) a vedação da pena de morte, o direito de petição e à liberdade. (c) os direitos à vida, à saúde e à segurança. (d) a inafastabilidade da jurisdição, o devido processo legal e o mandado de segurança. (e) a ação popular, o direito à crítica e a vedação de retrocesso. 1 CRUZ, Vítor. Vou Ter que Estudar Direito Constitucional! E Agora? São Paulo: Método. 2011. Pg. 30. 2 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros. pg. 412. Aula 2 Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 3 Comentários: Tá aí uma bela questão sobre a diferença entre direito e garantia... veja que somente na opção D há exemplos de garantias, meio de acesso a um direito fim, ou seja, a inafastabilidade da jurisdição, o devido processo legal e o mandado de segurança são meios para se alcançar direitos. Gabarito: Letra D. 2. (CESPE/Analista Processual - MPU/2010) Considerando que os direitos sejam bens e vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias sejam os instrumentos que asseguram o exercício de tais direitos, a garantia do contraditório e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de natureza criminal de forma exclusiva. Comentários: A consideração inicial da questão está correta: direitos são bens e vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias são os instrumentos que asseguram o exercício de tais direitos, é isso que importa neste momento. A questão erra ao dizer que a garantia do contraditório e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de natureza criminal de forma exclusiva. Veremos que o contraditório e a ampla defesa (CF, art. 5º, LV) são garantias asseguradas em qualquer processo judicial ou administrativo. Gabarito: Errado. Qual o campo de abrangência da expressão "Direitos e Garantias Fundamentais? A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direitos e garantias fundamentais: 1ª - direitos e deveres individuais e coletivos (CF, art. 5º); 2ª - direitos sociais (CF, art. 6º ao 11); 3ª - direitos de nacionalidade (CF, art. 12 e 13); 4ª - direitos políticos (CF, art. 14 a 16); e 5ª - direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos (CF, art. 17). Importante ainda é salientar que esses direitos e garantias não se constituem em uma relação fechada, exaustiva, mas sim em um rol exemplificativo, aberto para novas conquistas e reconhecimentos futuros. Vejamos: Art. 5º, § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 4 A doutrina faz a seguinte classificação: Direitos Formalmente Fundamentais São todos Direitos Fundamentais que se encontram arrolados do art. 5º ao art. 17 da Constituição. A Constituição expressamente estabeleceu tais direitos sob o título de “Direitos Fundamentais”. Direitos Materialmente Fundamentais São os Direitos que, independentemente de onde estão elencados, possuem conteúdo de direito fundamental, protegendo os particulares contra o arbítrio do Estado. Exemplo: as limitações ao poder de tributar do art. 150 da Constituição. Pessoal, guarde essa dica pois isso é bem fácil... Sempre que estiver na dúvida entre “formal x material”, lembre-se que “formal” é tudo aquilo que tem “aparência”, “jeito”, “forma” de alguma coisa! “Material” seria tudo aqui que tem “matéria”, “teor”, “conteúdo” inerente a alguma coisa... 3. (CESPE/ AJAJ- Oficial Avaliador- TRT-17/ 2013) As normas definidoras dos direitos individuais são especificamente determinadas em números fechados e não admitem interpretação extensiva ou ampliativa. Comentários: Errado, o rol de direitos e garantias é aberto, e admitem interpretação extensiva ampliativa. Lembrando ainda que o art. 5º § 2º, os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem os outros que decorrerem do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Gabarito: Errado. Direitos Humanos x Direitos Fundamentais A doutrina costuma salientar que: embora "direitos humanos" e "direitos fundamentais" sejam termos comumente utilizados como sinônimos, a distinção ocorre pelo fato de que o termo "direitos humanos" é de aspecto universal, supranacional, enquanto "direitos fundamentais" são aqueles direitos do ser Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 5 humano que foram efetivamente reconhecidos e positivados na Constituição de um determinado Estado. A doutrina também costuma elencar como características destes direitos: historicidadee mutabilidade - São históricos porque que foram conquistados ao longo dos tempos. Esse caráter histórico também remete a uma ideia cíclica de nascimento, modificação e desaparecimento, o que nos impede de considerar tais direitos como imutáveis. inalienabilidade - pois são intransferíveis e inegociáveis; imprescritibilidade - podem ser invocados independentemente de lapso temporal, eles não prescrevem com o tempo; irrenunciabilidade - podem até não estar sendo exercidos, mas não poderão ser renunciados; universalidade - são aplicáveis a todos, sem distinção. relatividade ou limitabilidade - Os direitos fundamentais não são absolutos, são relativos, pois existem limites ao seu exercício. Este limite pode ser de ordem constitucional (decretação de Estado de Sítio ou de Defesa) ou encontrar-se no dever de respeitar o direito da outra pessoa. indivisibilidade, concorrência e complementaridade - Os direitos fundamentais formam um conjunto que deve ser garantido como um todo, e não de forma parcial. Um direito não excluiu o outro, eles são complementares, se somam, concorrendo para dotar o indivíduo da ampla proteção; Interdependência - Pode ser empregada em dois sentidos: 1º - Em um primeiro momento levaria à noção de indivisibilidade, já que a garantia de um direito fundamental dependeria da garantia conjunta de outro direito fundamental (exemplo: não se pode querer garantir os direitos sociais, sem garantir os direitos econômicos); 2º - Em uma segunda acepção também é lembrada como a relação que deve existir entre as normas (sejam elas constitucionais ou infraconstitucionais) e os direitos fundamentais, de forma que as primeiras (normas constitucionais e infraconstitucionais) devem traçar os caminhos para que efetivamente se concretizem tais direitos. 4. (ESAF/ATRFB/2012) Os direitos fundamentais se revestem de caráter absoluto, não se admitindo, portanto, qualquer restrição. Comentários: Nenhum direito fundamental é absoluto, devendo o seu exercício ser harmonizado com diversos aspectos condicionadores, como, por exemplo, em face dos direitos fundamentais de outras pessoas. Gabarito: Errado. Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 6 5. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) Os direitos fundamentais não têm caráter absoluto e, por isso, não podem ser utilizados para justificar atividades ilícitas ou afastar as penalidades delas decorrentes. Comentários: Os direitos fundamentais não são absolutos, são relativos, pois existem limites ao seu exercício. Esse limite pode ser de ordem constitucional (decretação de Estado de Sítio ou de Defesa) ou quando em colisão com os direitos de outro particular. Além disso, é pacífico no Supremo que nenhum direito fundamental pode ser utilizado para acobertar atividades ilícitas, motivo pelo qual o STF considerou lícita a instalação de escutas ambientais em período noturno em escritório de advocacia que estava servindo de reduto para práticas criminosas. Gabarito: Correto. 6. (ESAF/ATRFB/2012) O estatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas, permite que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros. Comentários: Correto. O item reafirma a relatividade dos direitos fundamentais, ao passo que expõe que nenhum direito fundamental é absoluto, devendo o seu exercício ser harmonizado com diversos aspectos condicionadores, como, por exemplo, em face dos direitos fundamentais de outras pessoas. Gabarito: Correto. É importante salientar que estes direitos não se restringem a particulares, podendo, alguns, ser garantidos também a pessoas jurídicas, até mesmo de direito público, como, por exemplo, o direito de propriedade, bem como a proteção de determinados direitos ás pessoas jurídicas, como o bom nome e a reputação, como no exemplo trazidos pela jurisprudência do STJ - Súmula nº 227: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. 7. (FCC/APOFP-SEFAZ-SP/2010 - Adaptada) As pessoas jurídicas, por serem distintas das pessoas físicas, têm direito a indenização por danos materiais, mas não por danos morais. Comentários: Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 7 Como vimos, diversos direitos são extensíveis às pessoas jurídicas: pessoa jurídica faz jus a sigilo bancário, sigilo fiscal, direito de propriedade... até mesmo o direito à honra. Gabarito: Errado. 8. (CESPE/MPS/2010) De acordo com a sistemática de direitos e garantias fundamentais presente na CF, as pessoas jurídicas de direito público podem ser titulares de direitos fundamentais. Comentários: Os direitos fundamentais não são aplicáveis somente aos particulares, alguns deles podem ser garantidos também a pessoas jurídicas, até mesmo de direito público, como o direito de propriedade. Gabarito: Correto. 9. (CESPE/Analista Administrativo - MPU/2010) Sendo os direitos fundamentais válidos tanto para as pessoas físicas quanto para as jurídicas, não há, na Constituição Federal de 1988 (CF), exemplo de garantia desses direitos que se destine exclusivamente às pessoas físicas. Comentários: Em uma primeira visão, os destinatários dos direitos fundamentais são as pessoas físicas. Porém, percebe-se que alguns princípios são também extensíveis as jurídicas. Nem todo direito fundamental, porém, pode ser exercido por pessoas jurídicas, como por exemplo o direito de "ir e vir" ou de "que os presos permaneçam com os filhos durante a amamentação". Assim, alguns direitos fundamentais são, logicamente, inviáveis de serem exercidos por pessoas jurídicas. Gabarito: Errado. 10. (ESAF/ATRFB/2009 - Adaptada) Pessoas jurídicas de direito público não podem ser titulares de direitos fundamentais. Comentários: Vários deles que são extensíveis às pessoas jurídicas, inclusive de direito público, como o direito ao sigilo bancário, sigilo fiscal, direito de propriedade, entre outros. Gabarito: Errado. Eficácia Vertical e Eficácia Horizontal. Historicamente, estes direitos se constituem em uma conquista de uma proteção do cidadão em face do poder autoritário do Estado (daí serem classificado como elementos limitativos da Constituição). Porém, atualmente, já se vislumbra o uso Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 8 de tais direitos nas relações entre os próprios particulares, no que chamamos de eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Desta forma, temos: Eficácia vertical Proteção do particular em face do Estado. Eficácia horizontal Proteção do particular em face de outro particular. 11. (CESPE/ Superior- TCE-ES/ 2013) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que os direitos e garantias fundamentais se aplicam apenas às relações entre o particular e o Poder Público, e são inaplicáveis às relações privadas.Comentários: Errado, o STF já reconhece a eficácia de tais direitos nas relações entre os próprios particulares, no que chamamos de eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Gabarito: Errado. 12. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) A eficácia horizontal dos direitos fundamentais pressupõe plena incidência desses direitos nas relações entre particulares. Comentários: Correto, tal ideia rompe com o paradigma de que os direitos fundamentais somente tem eficácia nas relações entre particular e Estado, considerando que o STF vem reiteradamente reconhecendo sua eficácia perante particulares (eficácia horizontal, privada ou externa), como por exemplo, as célebres decisões nos casos da Air France, reconhecendo a discriminação de empregado brasileiro em relação ao francês na empresa, que mesmo realizando atividades idênticas tinham os salários diferentes, determinando assim a observância do princípio da isonomia (RE 161.243-6) e no RE 201.819 — exclusão de membro de sociedade sem a possibilidade de sua defesa — violação do devido processo legal, contraditório e ampla defesa. Gabarito: Correto. 13. (FGV/ Auditor- Cuiabá/ 2014) Sobre os direitos e garantias fundamentais, assinale a afirmativa correta. (a) Os direitos e garantias fundamentais estão taxativamente previstos na Constituição de 1988. (b) Os direitos fundamentais de caráter prestacional não são exigíveis do Estado. (c) Os direitos e garantais fundamentais não se aplicam às relações privadas. (d) Os direitos e garantias fundamentais são inalienáveis e indisponíveis. Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 9 (e) Os direitos e garantias fundamentais podem sofrer limitações que atinjam seu núcleo essencial. Comentários: Letra A. Errado, o rol não é taxativo, conforme estabelece o art. 5º §2º, segundo o qual, os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Letra B. Errado, os prestacionais são por natureza exigíveis do Estado. Letra C. Errado, aplicam-se sim, é a chamada eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Letra D. Correto. Dentre as características dos direitos fundamentais estão a inalienabilidade e a indisponibilidade. Letra E. Não podem sofre tal espécie de limitação. Gabarito: Letra D. Dimensões dos Direitos Fundamentais É comum a doutrina classificar os direitos fundamentais em dimensões, principalmente em 1ª, 2ª e 3ª dimensões (antes o termo usado era gerações, mas atualmente o uso deste termo é repudiado pelo fato de induzir ao pensamento de que uma geração acabaria por substituir a outra - o que é incorreto - e, ainda, que os direitos foram conquistados exatamente na ordem exposta, o que não é exatamente verdade em muitos países). É importante que revisemos aqui um pouco da "evolução do Estado" para entendermos melhor a questão dos direitos fundamentais: "Junto com o constitucionalismo temos a evolução do conceito de Estado. Com a Revolução Francesa e pela Independência dos Estados Unidos temos o início do Estado Liberal, já que se asseguraram as liberdades individuais, que vieram a ser chamadas de "direitos de primeira geração". Segundo os conceitos do liberalismo, o homem é naturalmente livre, então, buscou-se limitar o poder de atuação dos Estados para dotar de maior força a autonomia privada e deixar o Estado apenas como força de harmonização e consecução dos direitos. Na Constituição mexicana de 1917 e na de Weimar (Alemanha) em 1919, que nascem logo após a 1ª Guerra Mundial, temos um estilo de Constituição que prega não mais os direitos individuais em sentido estrito, mas uma visão mais ampla, do indivíduo em sociedade. Não podemos associá-la, do ponto de vista histórico, ao conceito de “constituição liberal” expresso pela Revolução Francesa. Ela vai além do “Estado liberal”. A Constituição Mexicana de 1917 passa a trazer em seu texto mais do que simples liberdades (direitos de 1ª geração - liberdades individuais - direitos políticos e civis). Ela traz os direitos econômicos, culturais e Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 10 sociais (direitos de segunda geração - relacionados à igualdade), surgindo então o conceito de “Estado Social”. Desta forma, possui como característica a mudança da concepção de constituição sintética para uma constituição analítica, mais extensa, capaz de melhor conter os abusos da discricionariedade. Aumenta assim a intervenção do Estado na ordem econômica e social, dizendo-se que a democracia liberal-econômica passa a ser substituída pela democracia social. Esse estado social é superado com o fim da 2ª Guerra Mundial, temos então o surgimento do Estado Democrático de Direito marcado pelas iniciativas relacionadas à solidariedade e aos direitos coletivos". Grosso modo, podemos fazer uma correlação de que forma esses direitos foram surgindo e a fase pela qual o mundo passava. Fase Marco Mundial Dimensão dos direitos Direitos Marco no Brasil Estado Liberal Revolução Francesa e Independência dos EUA 1ª Liberdade: Direitos civis e políticos Incipiente na CF/1824 e fortalecido na CF/1891 Estado Social Pós 1ª Guerra Mundial - Constituição Mexicana (1917) e Weimar (1919). 2ª Igualdade: Direitos Sociais, Econômicos e Culturais. CF/1934 Estado Democrático Pós 2ª Guerra Mundial. 3ª Solidariedade (fraternidade): Direitos coletivos e difusos. CF/1988 Pulo do Gato: As dimensões estão na ordem do lema da Revolução Francesa: liberdade, igualdade, e fraternidade. Os direitos Políticos são os de Primeira dimensão. Os direitosSociais, Econômicos e Culturais (SEC - Lembre-se de "second") são os de segunda dimensão. Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 11 Os direitos de “Todos” (difusos e coletivos) – seriam os de Terceira dimensão. A primeira dimensão dos direitos são as chamadas liberdades negativas, clássicas ou formais, pois foram as primeiras conquistas de libertação do povo em face do Estado. Eram protetoras. Eram formais pois via o homem como um ser genérico, abstrato, todos iguais, mas sem enxergar as verdadeiras diferenças materiais (econômica, cultural...) entre as pessoas. A segunda dimensão reflete a busca da igualdade material, é também o que se chama das liberdades positivas, pois pressupõem não só uma proteção individual em face do Estado, mas uma efetiva ação estatal para que se concretizassem a igualdade econômica, social e cultural. A terceira dimensão enxerga o homem em sociedade. Desta forma, se preocupa com os direitos coletivos (pertencentes a um grupo determinado de pessoas) e os direitos difusos (pertencentes a uma coletividade indeterminada). São exemplos destes direitos o direito à paz, ao meio ambiente equilibrado, ao progresso e desenvolvimento, o direito de propriedade ao patrimônio comum da humanidade, o direito de comunicação, entre outros. Nesta 3ªdimensão podemos incluir ainda o que se chama de "direitos republicanos". Estes seriam os direitos do cidadão pensando no patrimônio público comum (res publica - coisa pública). Assim, o cidadão age ativamente para defender as instituições da sociedade reprimindo danos ao meio ambiente, ao patrimônio histórico-cultural, práticas de corrupção, nepotismo, e imoralidades administrativas. O principal instrumento deste exercício é a ação popular que veremos à frente. Podemos expor aqui, ainda, posicionamentos sobre a quarta e quinta dimensões: 4ª dimensão - O professor Paulo Bonavides também propôs que já existiria a 4ª dimensão dos direitos, ou seja, os direitos que se vinculam à ideia de democracia, especialmente a democracia direta, incluindo o direito à informação e o direito ao pluralismo. Esta dimensão foi alcançada através da universalização dos direitos promovida pela globalização. Noberto Bobbio também já faz alusão a uma possível quarta dimensão dos direitos fundamentais, mas, de forma diversa de Bonavides. Para o autor, a quarta dimensão estaria materializada nos direitos relativos à biotecnologia e ao patrimônio genético dos indivíduos. 5ª dimensão - O professor Bonavides ainda vislumbra a quinta dimensão dos direitos fundamentais, segundo ele, pela necessidade de se colocar em maior destaque o direito à paz, principalmente devido aos recentes atentados terroristas a partir do 11 de Setembro nos Estados Unidos. Outros diversos autores tratam dos direitos de quinta geração como os direitos “virtuais” ou “cibernéticos”, ou seja, aqueles relativos ao comércio e contratos eletrônicos, Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 12 publicidade virtual, e os interligados à defesa da honra e da dignidade da pessoa humana no meio da internet, entre outros correlatos. Questões sobre dimensões/gerações dos direitos: 14. (FCC/ Técnico Controle Externo- TCE-CE/ 2015)São exemplos de direitos fundamentais difusos, denominados de terceira geração, previstos na Constituição Federal: (a) a liberdade de reunião e as normas de proteção trabalhista. (b) o meio ambiente e a defesa dos consumidores. (c) a saúde e a educação. (d) a liberdade de reunião e a assistência social. (e) as liberdades de expressão e de credo. Comentários: Os direitos de terceira dimensão sãodireitos transindividuais destinados à proteção do gênero humano, nas palavras de Celso de Mello, “materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais”, nesse sentido, se enquadram da terceira dimensão o direito ao meio ambiente e a defesa do consumidor. Gabarito: Letra B. 15. (FCC/Analista TRF 4ª/2010) São direitos fundamentais classificados como de segunda geração a) os direitos econômicos e culturais. b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos. c) as liberdades públicas. d) os direitos e garantias individuais clássicos. e) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado. Comentários: Olha o macete: Segunda dimensão é o "SECond" - sociais, econômicos e culturais. Gabarito: Letra A. 16. (CESPE/AJAA-TJAL/2012) São direitos de quarta geração o direito à democracia, o direito à informação e o direito ao pluralismo. Comentários: O CESPE, nesta questão, segue a doutrina do professor Paulo Bonavides que apresenta a 4ª dimensão dos direitos como sendo aqueles que se vinculam à ideia de democracia, especialmente a democracia direta, incluindo o direito à Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 13 informação e o direito ao pluralismo. Esta dimensão foi alcançada através da universalização dos direitos promovida pela globalização. Gabarito: Correto. 17. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Direitos humanos de terceira geração, por seu ineditismo e pelo caráter de lege ferenda que ainda comportam, não recebem tratamento constitucional. Comentários: Por "lege ferenda" entenda-se como algo ainda sem vigor, que será aplicado no futuro. Está errada a assertiva já que os direitos de "terceira geração" são os direitos coletivos e difusos e estão positivados na Constituição Federal. Gabarito: Errado. 18. (ESAF/ATRFB/2012)Enquanto os direitos de primeira geração realçam o princípio da igualdade, os direitos de segunda geração acentuam o princípio da liberdade. Comentários: Errado. Os direitos de primeira dimensão compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais e não os direitos de igualdade. A igualdade seria a segunda dimensão dos direitos. Lembre-se que as três dimensões estão na ordem do lema da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. 19. (ESAF/ATRFB/2012) Os direitos fundamentais de defesa geram uma obrigação para o Estado de se abster, ou seja, implicam numa postura de natureza negativa do Poder Público. Assim, impõe-se ao Estado um dever de abstenção em relação à liberdade, à intimidade e à propriedade do cidadão, permitindo-se a intervenção estatal apenas em situações excepcionais, onde haja, ainda, o pleno atendimento dos requisitos previamente estabelecidos nas normas. Comentários: Correto. Os direitos de defesa são os direitos negativos, as liberdades em sentido estrito. Tais liberdades referem-se à visão clássica dos direitos fundamentais, aqueles da 1ª dimensão, onde o Estado deveria "não fazer" algo contra o particular. Depois, com a 2ª dimensão surgiram os prestacionais, onde o estado além de "não fazer" certas coisas, deveria agir com prestando políticas públicas à sociedade. A questão falou somente dos de defesa, ou seja, da 1ª dimensão. Gabarito: Correto. 20. (ESAF/Analista Administrativo- DNIT/2013) Os direitos fundamentais de primeira geração são titularizados pelos indivíduos em oposição ao Estado, sendo eles, entre outros, o direito à vida, à liberdade e à propriedade. Comentários: Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 14 Correto. Os direitos de primeira dimensão ou geração compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais, são aqueles direitos individuais civis e políticos que se consubstanciam em uma abstenção do Estado em interferir na esfera privada. Gabarito: Correto. DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS EM GERAL: O art. 5º da Constituição nos traz 4 parágrafos com disposições aplicáveis aos direitos fundamentais. Sabemos, pelo §2º deste art. 5º, que os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Agora vamos estudar os outros 3 parágrafos: Sobre as normas dos direitos e garantias fundamentais: Art. 5º § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. O texto se refere aos direitos fundamentais em geral, não se restringindo apenas aos direitos individuais. O significado essencial dessa cláusula é ressaltar que as normas que definem direitos fundamentais são normas de caráter preceptivo, e não meramente programático. Explicita-se, além disso, que os direitosfundamentais se fundam na Constituição, e não na lei — com o que se deixa claro que é a lei que deve mover-se no âmbito dos direitos fundamentais, não o contrário. Os direitos fundamentais não são meramente normas matrizes de outras normas, mas são também, e sobretudo, normas diretamente reguladoras de relações jurídicas3. Segundo Gilmar Mendes, o art. 5º, § 1º, da CF autoriza que os operadores do direito, mesmo à falta de comando legislativo, venham a concretizar os direitos fundamentais pela via interpretativa. Os juízes, mais do que isso, podem dar aplicação aos direitos fundamentais mesmo contra a lei, se ela não se conformar ao sentido constitucional daqueles. Este dispositivo mostra a preocupação com a efetividade dos direitos e garantias fundamentais. O que ele quer dizer na verdade, Vítor? Quer dizer que "em regra" devemos aplicar imediatamente todos dos direitos e garantias, não ficando parados, sentados, dormindo, esperando que venha uma lei para regulamentá-los. Pode haver regulamentação legal? Sim, mas esta não é essencial para a sua efetividade quando for possível aplicar desde logo o direito. 3 Miranda, Manual, cit., p. 276; Canotilho, Direito constitucional, cit., p. 400. Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 15 Isso não quer dizer que as normas ali sejam todas de eficácia plena. Na verdade, trata-se apenas um apelo para que se busque efetivamente aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da sociedade. 21. (FCC/Técnico-TRE-PI/2009) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais não têm aplicação imediata, submetendo- se à regulamentação legislativa. Comentários: Isso contraria o disposto no art. 5º, §1º da Constituição. Gabarito: Errado. 22. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Comentários: É a literalidade da Constituição Federal em seu art. 5º §1º. Ressalta-se, porém, que esta disposição é somente um apelo para que o Poder Público busque efetivamente concretizar tais normas. Não podemos dizer que pela simples previsão de que elas tenham aplicação imediata, algumas normas venham a ser efetivamente passíveis de aplicação, nem que tais normas constituam, em sua totalidade, normas de eficácia plena. Gabarito: Correto. 23. (CESPE/PM-DF/2010) Segundo a CF, as normas constitucionais que prescrevem direitos e garantias fundamentais têm eficácia contida e dependem de regulamentação. Comentários: Segundo a Constituição (CF, art. 5º, §1º) elas têm aplicação imediata refletindo-se num apelo para que se busque efetivamente aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da sociedade. Gabarito: Errado. Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos: § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela EC 45/04) A EC 45/04 abriu a possibilidade de ampliar a relação dos direitos fundamentais de status constitucional através da aprovação de tratados internacionais pelo mesmo rito de emendas constitucionais. Vamos entender melhor isso: Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 16 A regra é que os tratados internacionais são equivalentes às leis ordinárias. A exceção é essa acima - eles vão estar equiparados às Emendas Constitucionais caso cumpram estes requisitos acima, ou seja, versem sobre direitos humanos e o decreto legislativo relativo a ele seja aprovado pelo mesmo rito exigido para as emendas à Constituição. Ainda que não aprovados pelo rito das Emendas, se versarem sobre direitos humanos, o STF entende que possuem “supralegalidade” podendo revogar leis anteriores e devendo ser observados pelas leis futuras. É assim, por exemplo, que vigora em nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa Rica" - status acima das leis e abaixo da Constituição. Lembrando que (CF, art. 49, I e 84, VII) cabe ao Congresso Nacional – por meio de Decreto Legislativo – resolver definitivamente sobre tratados internacionais (seja sobre direitos humanos ou não), referendando-os e, após isso, estes passarão a integrar o ordenamento jurídico nacional entrando em vigor após a edição de um decreto presidencial. Esquematizando, um tratado pode adquirir 3 status hierárquicos: 1- Regra: Status de lei ordinária. Caso seja um tratado que não verse sobre direitos humanos. 2- Exceção 1: Status Supralegal. Caso seja um tratado sobre direitos humanos não votado pelo rito de emendas constitucionais, mas pelo rito ordinário; 3- Exceção 2: Status constitucional. Caso seja um tratado sobre direitos humanos votado pelo rito de emendas constitucionais (3/5 dos votos, em 2 turnos de votação em cada Casa). Essa possibilidade só passou a existir com a EC 45/04. Mais observações: Com base neste parágrafo, vigora com força de Emenda Constitucional o Decreto Legislativo nº 186/08 que ratificou o texto da convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência e de seu protocolo facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007. Não precisa necessariamente ser direito individual, perceba que a norma fala direitos humanos. Segundo o STF, como os tratados internacionais são equiparados às leis ordinárias, não podem versar matéria sob reserva constitucional de lei complementar,pois em tal situação, a própria Carta Política subordina o tratamento legislativo de determinado tema ao exclusivo domínio normativo da Lei Complementar. 24. (FCC/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2012) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 17 Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por dois quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Comentários: Para que alcancem esse status precisam de 3/5 dos votos e não 2/5. Gabarito: Errado. 25. (FCC/Analista Judiciário – Biblioteconomia – TRT 24ª/2011) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados: a) pela Câmara dos Deputados, por maioria absoluta, mediante aprovação prévia da Advocacia Geral da União, serão equivalentes à Lei ordinária. b) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente aprovada pelo Presidente da República e Senado Federal, serão equivalentes às Leis ordinárias. c) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente aprovada pelo Presidente da República e Senado Federal, serão equivalentes às Leis complementares. d) em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. e) pelo Presidente da República serão equivalentes à Medida Provisória e serão levados à Câmara dos Deputados, para, mediante aprovação por maioria dos votos, serem convertidas em Leis ordinárias. Comentários:A questão queria, simplesmente, cobrar do candidato o conhecimento sobre a disposição constitucional do art. 5º, §3º, inserida pela EC 45/04 que passou a admitir tratados internacionais de status constitucional, desde que fossem aprovados pelo mesmo rito de uma emenda constitucional, ou seja, aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Gabarito: Letra D. 26. (ESAF/Procurador PGFN/2012) Sobre a relação entre direitos expressos na Constituição de 1988 e tratados internacionais, especialmente à luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é incorreto afirmar que: a) as normas de direitos humanos contidas em convenções internacionais pactuadas no âmbito da Organização das Nações Unidas, mesmo que a República Federativa do Brasil delas não seja parte, se incorporam ao direito pátrio de forma equivalente às emendas constitucionais. b) os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 18 c) da disposição contida no § 2o do art. 5o da Constituição não resulta que os direitos e garantias decorrentes dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte ostentem o nível hierárquico de norma constitucional. d) da disposição contida no § 3o do art. 5o da Constituição, decorrente da Emenda Constitucional n. 45 de 2004, resulta que as normas de direitos humanos contidas em convenções internacionais de que a República Federativa do Brasil seja parte, quando aprovadas pelo Congresso Nacional na forma ali disposta, sejam formalmente equivalentes àquelas decorrentes de emendas constitucionais. e) especialmente da disposição contida no § 2o do art. 5o da Constituição resulta que as normas de direitos humanos contidas em convenções internacionais de que a República Federativa do Brasil seja parte, mesmo quando não aprovadas pelo Congresso Nacional na forma disposta no § 3o do mesmo dispositivo, tenham status de normas jurídicas supralegais. Comentários: a) Errado, se o Brasil não fizer parte da convenção, não se incorporarão ao nosso direito. b) Correto. É o que diz o § 2º do Art. 5º da CF-88, vejamos: “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”. c) Correto. Veja que a questão fala que não serão de nível hierárquico de norma constitucional. Para que tais direitos sejam elevados à status constitucional é necessário o quórum de aprovação de emenda à Constituição, aprovada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros d)Correto, este é o teor do art. 5º, § 3º. e) Correto. Este é o entendimento atual do Supremo, que decidiu os tratados sobre direitos humanos, ainda que não aprovados pelo rito das emendas constitucionais, se versarem sobre direitos humanos, o atual entendimento da corte é que tais tratados teriam status de “supralegalidade”, podendo revogar leis anteriores e devendo ser observados pelas leis futuras. É assim, por exemplo, que vigora em nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa Rica"status” acima das leis e abaixo da Constituição. Gabarito: Letra A. 27. (FGV/ XIII Exame de Ordem- OAB/ 2014) Considere a seguinte informação jurisprudencial: “Súmula Vinculante nº 25 do STF: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito”. Os debates no STF que levaram à alteração de sua própria jurisprudência e à adoção da Súmula acima consagraram a prevalência do Pacto de São José da Costa Rica Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 19 e de sua proibição de prisão civil (Artigo 7º, item 7, do Pacto). Assinale a opção que contém a tese majoritária que fundamentou a decisão do STF. (A) A natureza supraconstitucional das Convenções de Direitos Humanos já que estas são universais e possuem força vinculante. (B) A natureza constitucional das Convenções de Direitos Humanos que no Brasil decorre do Artigo 5º, § 2°, da Constituição de 1988. (C) A natureza supralegal das Convenções de Direitos Humanos que faz com que elas sejam hierarquicamente superiores ao código civil e ao de processo civil. (D) A natureza de lei ordinária das Convenções de Direitos Humanos, considerando que lei posterior revoga lei anterior. Comentários: Gabarito: Em regra, os tratados internacionais de DH têm status de norma supralegal, acima das leis e abaixo da Constituição. Só para lembrar, de a norma de DH for votada nos termos do art. 5º, §3º da Constituição, terá status de norma constitucional. Letra C. Tribunal Penal Internacional: § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela EC 45/04) Outra inovação da EC 45/04. Esse dispositivo tem sido cobrado apenas literalmente nos concursos, independente do nível. 28. (FCC/Analista - TJ-PI/2009) O Brasil se submete à jurisdição do Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. Comentários: Isso aí. Literalidade do art. 5º, §4º da Constituição. Gabarito: Correto 29. (CESPE/Técnico-TRT 17ª/2009) O Brasil se submeterá à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação manifestar adesão. Comentários: Literalidade do art. 5º §4º da Constituição. Essa foi uma inovação trazida pela EC 45/04. Gabarito: Correto. Direitos e Deveres Individuais e Coletivos: Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 20 Esses direitos estão presentes no art. 5º da Constituição Federal. A Constituição dá o nome de "Direitos e Deveres", porém, não há "deveres individuais" propriamente ditos expressos no texto, os deveres são, na verdade, o de respeitar o direito do outro. Também não há segregação expressa daqueles que seriam direitos individuais e os que seriam direitos coletivos. Os direitos individuais são uma cláusula pétrea de nossa Constituição (CF, art. 60 §4º) – isso quer dizer que não podem ser abolidos ou ter a sua eficácia reduzida por uma emenda constitucional. Eles são “de pedra”, permanentes, uma modificação poderá fortalecê-los, mas nunca enfraquecê-los. Sabemos que a relação não é exaustiva, pois por força do § 2º do art. 5º, não se excluem outros direitos decorrentes dos regimes e princípios adotados pela Constituição ou decorrentes de tratados internacionais em que o Brasil seja parte. Assim, existem diversos outros direitos individuais e coletivos também protegidos como cláusula pétrea, espalhados ao longo do texto constitucional, como, por exemplo, as limitações ao poder de tributar do art. 150. 30. (CESPE/Agente-Hemobrás/2008) Dos direitos fundamentais, apenas os direitos e garantias individuais podem ser considerados como cláusulas pétreas. Comentários: Não existe exata delimitação das cláusulas pétreas formadas pelosdireitos e garantias fundamentais. Alguns autores defendem que os direitos sociais também seriam cláusulas pétreas, outros defendem que não. Nos afastando desta polêmica, a questão se resolve pelo fato de o voto direto, secreto, universal e periódico também ser um direito fundamental (CF, art. 14) e também ser uma cláusula pétrea, que segundo o art. 60 §4º, são: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. Gabarito: Errado. 31. (CESPE/AJAA-STF/2008) Todos os direitos e garantias fundamentais previstos na CF foram inseridos no rol das cláusulas pétreas. Comentários: Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 21 Dentre os direitos e garantias fundamentais, a CF só previu como cláusula pétrea os direitos e garantias individuais e o voto com as suas características de ser "direto, secreto, universal e periódico". Gabarito: Errado. Caput do art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Doutrina: Segundo o prof. Manuel Gonçalves Ferreira Filho, o critério usado para classificar os direitos do art. 5º (direitos e deveres individuais e coletivos) foi o critério do objeto imediato do direito assegurado4. Isso quer dizer que eles foram divididos em 5 “objetos imediatos”: vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade. Assim, os diversos incisos presentes no art. 5º são usados para definir direitos e garantias que, não obstante tenham um fim traçado na norma, possuem como “objeto imediato” o alcance do direito à vida, da liberdade, da igualdade, da segurança ou da propriedade. Podemos assim agrupar cada um dos incisos de acordo com o seu objeto imediato. Ex.: Direitos cujo objeto imediato é a “liberdade” - Direito de locomoção (CF, art. 5º, XV e LXVIII), Liberdade de pensamento e religião (CF, art. 5º, IV, VI, VII, VIII, IX), liberdade de reunião (CF, art. 5º, XVI), etc. Jurisprudência: - Segundo o Supremo, as pesquisas com células-tronco embrionárias não violam o direito à vida ou o princípio da dignidade da pessoa humana5. - No mesmo julgado, que se referia proteção do direito à vida, e a constitucionalidade da lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005), o STF entendeu que a Constituição Federal, quando se refere à “dignidade da pessoa humana” e à proteção dos direitos e garantias individuais não se estaria se referindo a todo e qualquer estágio da vida humana, mas da vida que já é própria de 4 Manuel Gonçalves Ferreira Filho apud José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo (33ª Ed.), pg. 194. 5 ADI 3.510, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 28 e 29-5-08, Plenário, Informativo 508 Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 22 uma concreta pessoa, porque nativiva, e que a inviolabilidade de que trata o art. 5º diria respeito exclusivamente a um indivíduo já personalizado6. 32. (FCC/AJ-Arquivologia-TRT-19/2011) A Constituição Federal, ao classificar os direitos enunciados no artigo 5º, quando assegura a inviolabilidade do direito à vida, à dignidade, à liberdade, à segurança e à propriedade, adota o critério do a) perigo subjetivo do direito assegurado. b) objeto imediato do direito assegurado. c) alcance relativo do direito assegurado. d) plano mediato do direito assegurado. e) alcance subjetivo do direito assegurado. Comentário: O critério foi o do objeto imediato do direito assegurado. Eles foram divididos em 5 “objetos imediatos”: vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade. Assim, os diversos incisos presentes no art. 5º são usados para definir direitos e garantias que, não obstante tenham um fim traçado na norma, possuem como “objeto imediato” o alcance do direito à vida, da liberdade, da igualdade, da segurança ou da propriedade. Gabarito: Letra B. Extensão da expressão “residentes País” do art. 5º: Embora a literalidade do caput expresse o termo “residente”, o STF promoveu uma mutação constitucional, ampliando o escopo desses direitos. O Supremo decidiu que deve ser entendido como todo estrangeiro que estiver em território brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito. Assim o estrangeiro em trânsito estará amparado pelos direitos individuais, e poderá inclusive fazer uso de “remédios constitucionais” como habeas corpus e mandado de segurança. Ressalva-se que o estrangeiro não poderá fazer uso de todos os direitos, pois alguns são privativos de brasileiros como, por exemplo, o uso da ação popular. Vale dizer que esta extensão não deve ser entendida como apenas aos direitos individuais, mas todos os direitos fundamentais, na medida em que forem possíveis de serem aplicados. 33. (CESPE/ Especialista- Enfermagem- DEPEN/ 2015) O direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade é assegurado a todos os 6 ADI 3.510, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 28 e 29-5-08, Plenário, Informativo 508 Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 23 brasileiros, sem distinção, mas existem ressalvas quanto a essa garantia para os estrangeiros residentes no país. Comentários: Tais direitos são extensíveis não só aos estrangeiros aqui residentes, mas também aos que aqui se encontrarem, como por exemplo turistas. Gabarito: Errado. 34. (CESPE/ Especialista- DEPEN/ 2015) O direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade é assegurado a todos os brasileiros, sem distinção, mas existem ressalvas quanto a essa garantia para os estrangeiros residentes no país. Comentários: Errado, a Constituição não faz qualquer, assegurando que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, dentre outros direitos. Não custa lembrar que quanto a expressão “estrangeiros residentes no país”, a orientação adotada pelo Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que a condição jurídica de estrangeiro aliada ao fato de não possuir domicílio no Brasil não inibe, só por si, o acesso aos instrumentos processuais de tutela da liberdade nem subtrai o Poder Público do dever de respeitar as prerrogativas de ordem jurídica e as garantias de índole constitucional que o ordenamento positivo brasileiro assegura a qualquer pessoa (STF – HC 94.477/PR). Gabarito: Errado. 35. (CESPE/AJAJ-TRE-MS/2013) O estrangeiro residente no Brasil, por não ser cidadão brasileiro, não possui o direito de votar e de impetrar habeas corpus. Comentários: Embora realmente o estrangeiro não tenha direito a voto, pois é ato privativo de brasileiros (natos ou naturalizados), no que tange à impetração de habeas corpus não é possível negar tal direito aos estrangeiros,visto ser pacífico no STF que o estrangeiro, ainda que em mero trânsito em território brasileiro, faz jus aos direitos fundamentais expressos na Magna Carta, com exceção apenas daqueles privativos de brasileiros tal como o de impetrar ação popular e votar. Gabarito: Errado. 36. (ESAF/ATRFB/2012)O súdito estrangeiro, mesmo aquele sem domicílio no Brasil, tem direito a todas as prerrogativas básicas que lhe assegurem a preservação da liberdade e a observância, pelo Poder Público, da cláusula constitucional do devido processo legal. Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 24 Comentários: Correto. Embora a literalidade do caput do art. 5º expresse o termo “residente”, o STF decidiu que deve ser entendido como todo estrangeiro que estiver em território brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito. Perfeito o item. Gabarito: Correto. 37. (ESAF/AFC-CGU/2012) A Constituição assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país, em igualdade de condições, os direitos e garantias individuais tais como: a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, mas aos estrangeiros não se estende os direitos sociais destinados aos brasileiros. Comentários: Segundo o STF, o estrangeiro, que estiver sob as leis brasileiras, ainda que em mero trânsito pelo país, teria os mesmos direitos, garantias e deveres individuais que os brasileiros possuem, salvo aqueles direitos que a Constituição reserva somente a brasileiros, como o caso da impetração de ação popular, e esta extensão não deve ser entendida como apenas aos direitos individuais, mas todos os direitos fundamentais, na medida em que forem possíveis de serem aplicados. Assim, erra a questão ao dizer que os direitos sociais não podem ser aplicados aos estrangeiros. Gabarito: Errado. Igualdade (ou Isonomia): Art. 5º, I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; O caput também faz menção a este princípio, quando diz: todos são iguais perante a lei. Este princípio pode ser entendido como: “a lei não pode fazer distinção, deve tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais na medida de suas desigualdades”. Desta forma, temos dois diferentes tipos de isonomia: Isonomia formal Todos poderão igualmente buscar os direitos expressos na lei. Isonomia material É a igualdade real, vai além da igualdade formal. A busca da igualdade material acontece quando são tratadas desigualmente as pessoas que estejam em situações desiguais. Geralmente usada para favorecer Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 25 alguns grupos que estejam em posição de desvantagem. Obviamente ela só será válida se for pautada em um motivo lógico e justificável. Ex. Destinação de vagas especiais para deficientes físicos em concursos públicos. Discriminação Reversa - A isonomia material acaba gerando uma discussão sobre a chamada "discriminação reversa". Este tema foi muito debatido no caso de cotas raciais em faculdades públicas. A adoção do sistema de cotas iria, para alguns, gerar uma “discriminação reversa” na medida que uma ação estatal com objetivo de ajudar uma parcela da população a alcançar a isonomia material acabaria por gerar um preterimento de uma outra parcela, que seria, assim, prejudicada. Oportuno destacar aqui que, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, o tema já está pacificado, haja vista que o STF julgou IMPROCEDENTE, por unanimidade, a ADPF nº 186, proposta pelo DEM, contra o sistema de cotas existente na Universidade de Brasília- UnB. Em breve síntese, com base nos fundamentos trazidos pelo relator Ministro Ricardo Lewandowski: Igualdade formal versus igualdade material (...) Para possibilitar que a igualdade material entre as pessoas seja levada a efeito, o Estado pode lançar mão de ações afirmativas, que atingem grupos sociais determinados, de maneira pontual, atribuindo a estes certas vantagens, por um tempo limitado, de modo a permitir-lhes a superação de desigualdades decorrentes de situações históricas particulares. Justiça distributiva A transformação do direito à isonomia em igualdade de possibilidades, sobretudo no tocante a uma participação equitativa nos bens sociais, apenas é alcançado, segundo John Rawls, por meio da aplicação da denominada “justiça distributiva”. Só ela permite superar as desigualdades que ocorrem na realidade fática, mediante uma intervenção estatal determinada e consistente para corrigi-las, realocando-se os bens e oportunidades existentes na sociedade em benefício da coletividade como um todo. (...) Ações afirmativas São medidas especiais e concretas para assegurar o desenvolvimento ou a proteção de certos grupos raciais de indivíduos pertencentes a estes grupos com o objetivo de garantir-lhes, em condições de igualdade, o pleno exercício dos direitos do homem e das liberdades fundamentais (art. 2°, II, da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, da Organização das Nações Unidas, ratificada pelo Brasil em 1968). Adoção do critério étnico-racial Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 26 O uso do termo “raça” é justificável nas políticas afirmativas em razão deste “fator” ter sido utilizado, historicamente, para a construção de “hierarquias” entre as pessoas. Assim, se a raça foi utilizada para construir hierarquias, deverá também ser utilizada para desconstruí-las. Após serem “desconstruídas” estas hierarquias, as ações afirmativas baseadas na raça podem ser abandonadas, adotando-se então apenas políticas universalistas materiais. O papel integrador da Universidade Todos sabem que as universidades, em especial as universidades públicas, são os principais centros de formação das elites brasileiras. Não constituem apenas núcleos de excelência para a formação de profissionais destinados ao mercado de trabalho, mas representam também um celeiro privilegiado para o recrutamento de futuros ocupantes dos altos cargos públicos e privados do País. Dentre outros argumentos, tais como a transitoriedade das políticas de ação afirmativa, e que a própria CF já prevê reservas de cotas para deficientes. A doutrina também costuma diferenciar outras duas formas de isonomia (ambas comportadas pela Constituição): Igualdade perante a lei Com a lei já elaborada, esta igualdade direciona o aplicador da lei para que a aplique sem fazer distinções (isonomia formal). Igualdade na lei É o princípio que direciona o legislador a não fazer distinções entre as pessoas no momento de se elaborar uma lei. Jurisprudência: STF - Súmula nº 339 - Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos dos servidores públicos sob fundamento de isonomia. Não afronta o princípio da isonomia a adoção de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino e masculino da Aeronáutica7. 38. (CESPE/ TJAA/ 2015) Ações afirmativas são mecanismos que visam viabilizar uma isonomia material em detrimento de uma isonomia formalpor meio do incremento de oportunidades para determinados segmentos. Comentários: Esse foi o entendimento do STF no julgamento da ADPF nº 186. Gabarito: Correto. 7 AI 443.315-AgR, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 16.02.07 e RE 316.882-AgR, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 30.09.05 Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 27 39. (CESPE/ Técnico- TJ- CE/ 2014) Conforme disposições da CF, assinale a opção correta a respeito da administração pública. A lei deverá reservar parte dos cargos e empregos públicos para afrodescendentes e pessoas portadoras de deficiência. Comentários: Errado. O art. 37, VII da Constituição somente prevê expressamente que a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos para pessoas portadoras de deficiência. No que se refere às cotas, a possibilidade de lei criar cotas decorre da jurisprudência do STF, principalmente após o julgamento da ADPF 168 que declarou a constitucionalidade das políticas afirmativas de cotas na Universidade de Brasília-UnB. Recentemente foi publicada a Lei nº 12.990/ 2014, que reserva vagas aos negros nos concursos públicos federais e o CNJ em 06/06/2015 aprovou resolução criando cotas de 20% para cargos de juízes e servidores do judiciário. 40. (CESPE/Analista-EBC/ 2011) O Poder Judiciário não pode, sob a alegação do direito a isonomia, estender a determinada categoria de servidores públicos vantagens concedidas a outras por lei. Comentários: É pacífico na jurisprudência do Supremo a impossibilidade do Poder Judiciário atuar como legislador positivo, ou seja, basear-se na isonomia para estender a categorias não contempladas benefícios que deveriam ser veiculados por lei. Assim, nos termos da Súmula 339 do STF - Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos dos servidores públicos sob fundamento de isonomia. Gabarito: Correto. 41. (ESAF/ATRFB/2012) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o foro especial para a mulher nas ações de separação judicial e de conversão da separação judicial em divórcio ofende o princípio da isonomia entre homens e mulheres ou da igualdade entre os cônjuges. Comentários: Trata-se de uma busca pela igualdade material (tratar desigualmente os desiguais para igualar condições). Gabarito: Errado. Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 28 42. (ESAF/ATRFB/2012) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que afronta o princípio da isonomia a adoção de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino e masculino da Aeronáutica. Comentários: A jurisprudência do Supremo está firmada no sentido oposto, já tendo se manifestado sobre o tema em diversas oportunidades. (AI 443.315-AgR, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 16.02.07 e RE 316.882-AgR, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 30.09.05). Gabarito: Errado. 43. (ESAF/ATRFB/2012) O princípio da isonomia, que se reveste de autoaplicabilidade, não é suscetível de regulamentação ou de complementação normativa. Esse princípio deve ser considerado sob duplo aspecto: (i) o da igualdade na lei; e (ii) o da igualdade perante a lei. Comentários: O princípio da isonomia é autoaplicável e pode ser entendido como: “a lei não pode fazer distinção, deve tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais na medida de suas desigualdades”. Desta forma, temos dois diferentes tipos de isonomia: Isonomia formal- Todos poderão igualmente buscar os direitos expressos na lei. Isonomia material - É a igualdade real, vai além da igualdade formal. A busca da igualdade material acontece quando são tratadas desigualmente as pessoas que estejam em situações desiguais. Geralmente usada para favorecer alguns grupos que estejam em posição de desvantagem. Obviamente ela só será válida se for pautada em um motivo lógico e justificável. Ex. Destinação de vagas especiais para deficientes físicos em concursos públicos. A doutrina também costuma diferenciar outras duas formas de isonomia (ambas comportadas pela Constituição) e que foram cobradas na prova: Igualdade perante a lei - Com a lei já elaborada, esta igualdade direciona o aplicador da lei para que a aplique sem fazer distinções (isonomia formal). Igualdade na lei - É o princípio que direciona o legislador a não fazer distinções entre as pessoas no momento de se elaborar uma lei. Gabarito: Correto. Liberdade (legalidade na visão do cidadão): Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; Doutrinariamente, chama-se de "liberdade" (uma de suas faces) o princípio que está expresso no art. 5º, II, já que somente a lei (legítima) pode obrigar que alguém faça ou deixe de fazer algo contra sua vontade. Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 29 Este princípio também é conhecido como a faceta da legalidade para o cidadão, isso porque a legalidade pode ser entendida de 2 formas: Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíba; Para o administrador público - O administrador público só pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita. Doutrina: Cabe-nos agora, expor uma outra discussão doutrinária relevante para concursos: a diferenciação dos termos "legalidade" e "reserva legal" (reserva de lei). Embora, não seja pacífico tal distinção, muitos juristas (inclusive o próprio STF8) consideram importante diferenciar tais institutos: 1- Reserva legal - É um termo mais específico. Ocorre quando a Constituição estabelece um comando, mas faz uma "reserva" para que uma lei (necessariamente uma lei formal - emanada pelo Poder Legislativo - ou então, uma lei delegada ou medida provisória) estabeleça algumas situações. Ex. Art. 5º, XIII – É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Veja que a Constituição garantiu uma liberdade, porém, reservou à lei, e somente à lei (formal), a possibilidade de estabelecer restrições à norma. Esta reserva feita à lei, pode ocorrer de duas formas: Reserva legal absoluta - Quando será a própria lei que irá atender o mandamento. Ex. Os casos constitucionais que venham com as expressões "a lei estabelecerá", "a lei regulará", " a lei disporá"... veja que é a própria lei, diretamente, que atenderá o comando constitucional; Reserva legal relativa - Quando não é a lei que irá, diretamente, atender ao comando constitucional, mas estabelecerá os limites, ou os termos, dentro dos quais um ato infralegal irá atuar. Ex. Os casos constitucionais que venham com as expressões "nos termos da lei", "na forma da lei", "nos limites estabelecidos pela lei"... veja que não será a lei que atenderá ao comando, porém, esta estará traçando os limites para tal. 2- Legalidade - É um termo mais genérico, também conhecido como "reserva da norma". Grosso modo, a legalidade (reserva de norma) pode ser atendida tanto com o uso de leis formais, quanto pelo uso de atos infralegaisemanados nos limites da lei. Legalidade, então, seria simplesmente "andar dentro dos limites traçados pelo Legislador". Seja com o uso direto de uma lei, seja o uso de um ato, nos limites da lei, ambos conseguiriam perfeitamente cumprir o comando da "legalidade". Jurisprudência: 8 HC 85.060, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 23-9-2008, Primeira Turma, DJE de 13-2-2009. Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 30 O STF tem entendido que o princípio da legalidade expresso no art. 5º, II da Constituição seria meramente uma "reserva de norma", ou seja, uma legalidade ampla e não uma reserva de lei (formal) em sentido estrito9. Assim, tal dispositivo poderia ser cumprido tanto através de uma lei formal como também por outros atos expressa ou implicitamente autorizados por ela. 44. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) A aplicação do princípio da legalidade não distingue o particular do administrador público. Comentários: Ao contrário, a ideia de legalidade para o particular e par a Administração tem conotação distinta, confira: Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíba; Para o administrador público - O administrador público só pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita. Gabarito: Errado. 45. (CESPE/TFCE-TCU/2012) Quando se afirma que a regulamentação de determinadas matérias há de se fazer necessariamente por lei formal, há referência expressa ao princípio da legalidade lato sensu. Comentários: Quando se diz "necessariamente por lei formal" estamos falando sobre a legalidade em sentido "estrito" (stricto sensu) e não sobre a legalidade em sentido amplo (lato sensu), que seria atendida tanto com o uso de leis formais, quanto pelo uso de atos infralegais emanados nos limites da lei. Gabarito: Errado. 46. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) O preceito constitucional que estabelece que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei veicula a noção genérica do princípio da legalidade. Comentários: Trata-se da norma do art. 5º, II, que traz o chamado princípio da liberdade, ou o princípio da legalidade na visão do cidadão. Este princípio é conhecido como a faceta da legalidade para o cidadão porque a legalidade pode ser entendida de 2 formas: Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíba; Para o administrador público - O administrador público só pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita. 9 HC 85.060, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 23-9-2008, Primeira Turma, DJE de 13-2-2009. Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 31 Gabarito: Correto. Desdobramento da dignidade da pessoa humana: Art. 5º, III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; Súmula Vinculante nº 11 → Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 47. (CESPE/ Especialista- DEPEN/ 2015) Ninguém pode ser submetido a tortura ou a tratamento desumano ou degradante, salvo em situação de guerra externa ou em caso de traição nacional. Comentários: Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. Ponto e acabou, não há qualquer exceção, ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante (Art. 5º, III). Gabarito: Errado. 48. (CESPE/AJAA-TJES/2011) O princípio da dignidade da pessoa humana possui um caráter absoluto, sendo um princípio primordial presente na Constituição Federal de 1988. Comentários: A dignidade da pessoa humana é um princípio fundamental de nosso ordenamento. Este princípio, bem como qualquer outro direito fundamental previsto na Constituição não pode ser considerado absoluto. A característica da “relatividade” é inerente a eles, pois ainda que aparentem ser absolutos, eles poderão, diante de um caso concreto, colidir com outros direitos fundamentais, e assim serem relativizados. Gabarito: Errado. Manifestação do pensamento: Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; Obviamente, a manifestação do pensamento não é absoluta, deve-se respeitar os outros princípios, como a intimidade, privacidade etc. Direito Constitucional- Polícia Rodroviária Federal Aula 02–Teoria Geral dos Direitos Fundamentais Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 32 No julgamento da ADI 4815, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/06/2015, o STF decidiu que para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do indivíduo biografado, das demais pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa autorização prévia seria uma forma de censura, não sendo compatível com a liberdade de expressão consagrada pela CF/88. Segundo o Tribunal, acaso o biografado ou qualquer outra pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos foram violados pela publicação, ele terá direito à reparação, que poderá ser feita não apenas por meio de indenização pecuniária, como também por outras formas, tais como a publicação de ressalva, de nova edição com correção, de direito de resposta etc. O caso em tela retrata o caso envolvendo o cantor Roberto Carlos, que processou o jornalista e escritor Paulo Cesar de Araújo, autor de sua biografia não- autorizada chamada de “Roberto Carlos em detalhes” e que havia sido lançada em dezembro de 2006 pela Editora Planeta, sendo proibida pela Justiça em abril de 2007. Outro importante julgado do STF se refere à impossibilidade da utilização da denúncia anônima como ato formal de instauração do procedimento investigatório, quando isoladamente consideradas, já que as peças futuras não poderiam, em regra, ser incorporadas formalmente ao processo. Nada impede, porém, que o Poder Público seja provocado pela delação anônima e, com isso, adote medidas informais para que se apure a possível ocorrência da ilicitude penal10. E ratifica:não serve à persecução criminal notícia de prática criminosa sem identificação da autoria, consideradas a vedação constitucional do anonimato e a necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, nos campos cível e penal, de quem a implemente11. O STF também decidiu, sobre a manifestação do pensamento, que a defesa da legalização das drogas em espaços públicos constitui exercício legítimo do direito à livre manifestação do pensamento, sendo, portanto, permitida pelo ordenamento jurídico pátrio12. 49. (FCC/ Técnico Judiciário- CNMP/ 2015) É assegurada na Constituição Federal a seguinte garantia fundamental: É livre a manifestação do pensamento, inclusive pelo anonimato. Comentários: A manifestação de pensamento é livre, sendo VEDADO o anonimato. 10 Inq 1.957, Rel. Min. Carlos Velloso,
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