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Análise da Imagem Nível Técnico

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Linguagem Fotográfica
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Rita Garcia Jimenez
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Análise da Imagem – Nível Técnico
• Análise da Imagem – Nível Técnico;
• Anexo.
 · Conhecer os elementos básicos para a leitura de uma imagem 
fotográfica no nível técnico;
 · Identificar em fotografias os elementos que compõem o nível técnico 
de análise de uma imagem;
 · Realizar análise de imagem fotográfica a partir do uso de fichas 
específicas para o nível técnico.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Análise da Imagem – Nível Técnico
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
Introdução
Figura 1 – Paul Lowe. Sem título, s/d. “Ao analisar imagens noticiosas é fácil esquecer que os fotógrafos não são 
invisíveis. Na verdade, eles são tão protagonistas na situação como as pessoas que são o tema de sua reportagem”
Fonte: Lowe, 2017
Não são apenas as imagens que são importantes – também é importante 
estar em sintonia com o momento da sociedade que as fotos mostram. 
Se você entender isso, não haverá limites para você. Sebastião Salgado 
(Lowe, 2017, pagina 219)
As teorias linguísticas atuais vêm ampliando o conceito de texto como sendo uma 
produção verbal, sonora, gestual, imagética, em qualquer situação de comunicação 
humana, estruturada com coerência e coesão. A partir dessa premissa, passamos a 
entender que as imagens se estruturam na forma de um texto visual, que pode ser 
lido. A questão passa a ser, então, como é possível lermos esse texto imagético?
Os textos visuais, como a fotografia, por exemplo, são resultado de um conteúdo 
que envolve, necessariamente, três componentes básicos: o autor, o texto visual 
propriamente dito (imagem) e o leitor/espectador. De acordo com Mauad (2005), 
Cada um desses três elementos integra o resultado final à medida que 
todo o produto cultural envolve um locus de produção e um produtor, que 
manipula técnicas e detém saberes específicos à sua atividade; um leitor 
ou destinatário, concebido como um sujeito transindividual cujas respostas 
estão diretamente ligadas às programações sociais de comportamento do 
8
9
contexto histórico no qual se insere; e, por fim, um significado aceito 
socialmente como válido, resultante do trabalho de investimento de 
sentido (MAUD, 2005),.
A fotografia comunica-se, portanto, por meio de mensagens não-verbais, cujo signo 
que a constitui é a imagem. Como resultado de um trabalho humano de comunicação, 
ela está associada a códigos convencionalmente aceitos nos contextos em que está 
inserida como mensagem. É inquestionável, também, que somos reféns de nossos 
próprios olhos e de nosso referencial teórico e repertório cultural. Analisar uma imagem 
é muito mais do que simplesmente reconhecer seu traço. Durante anos privilegiou-se o 
autor, em seguida, a obra e, por fim, o espectador. Todos estes conceitos, na verdade, 
podem ser resumidos em um único: ler imagem é atribuir significados.
Em relação ao autor, temos, além do olhar – elemento fundamental – o dispositivo 
de caráter tecnológico (câmera) que intermedia a relação entre o sujeito que olha 
e a imagem elaborada. Sobre o produto resultante se processada em uma dada 
temporalidade, que conta histórias (fatos/acontecimentos), registra memórias, 
inventa, imagina... E, na parte final desse processo está a recepção, o leitor/
espectador, que, em geral, tem uma relação simplesmente estética com a imagem, 
atribuindo-lhe valor informativo, artístico, pessoal, etc. Entretanto, para aqueles 
que vão além desses aspectos, existem as questões de análise da imagem, como, 
por exemplo, os níveis técnico e morfológico, compositivo e narrativo.
Figu’ra 2 – Wang Qingsong. Siga-me, 2003. Fotografi a encenada pelo artista chinês Wang Qingsong (1966-)
Fonte: Hacking, 2012 
Nesta unidade, estudaremos a análise de imagem com base no nível técnico; 
posteriormente, nos níveis morfológico e compositivo; e, adiante, no nível narrativo. 
O material tem como base o método proposto por Felici (2004), a partir de dados 
disponíveis como, por exemplo, nome do autor, título, data de sua produção, etc. 
Na verdade, esta última informação não é, segundo Felici, estritamente necessária 
– embora não seja a circunstância ideal –, uma vez que uma análise de imagem 
pode ser realizada sem serem conhecidos a autoria, o título ou o ano da fotografia.
9
UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
Análise da Imagem – Nível Técnico
“O primeiro problema que enfrentamos é a constatação de que o investigador 
projeta sempre sobre a imagem uma carga importante de ideias feitas e de 
convicções particulares, gostos e preferências” (FELICI, 2004, on-line). 
O alerta do autor é para que o analista da imagem reconheça a existência desse 
“condicionamento inevitável”, mas que trate de corrigi-lo para que este fator 
não distorça a análise.
O nível técnico recolhe as informações necessárias sobre a(s) técnica(s) utilizadas(s), 
o(a) autor(a) da obra, o momento a que se reporta a imagem, a origem da imagem 
(livro, catálogo, internet, etc.), seu formato original, a câmera, objetivas, o movimen-
to artístico ou escola fotográfica a que pertence, assim como a pesquisa de outros 
estudos críticos sobre o trabalho analisado, entre outros dados. 
Finalmente, a própria experiência vem demonstrando que, a cada novo 
tipo de fotografia e objeto a ser estudado a partir da imagem fotográfica, 
o pesquisador vê-se obrigado a atualizar o método de análise e adequá-lo 
à sua matéria significante, guardando os imperativos metodológicos 
apresentados. Nesse sentido, é sempre importante lembrar que toda a 
metodologia, longe de ser um receituário estrito, aproxima-se mais de 
uma receita de bolo, na qual, cada mestre-cuca adiciona um ingrediente a 
seu gosto. (MUAD, 2005)
Dados Gerais
Título e Data da Fotografia
O título da fotografia costuma vincular o sentido da fotografia a partir da 
perspectiva do autor. Entretanto, devemos estar atentos em relação a refle-
xões realizadas pelo autor da fotografia, uma vez que quase sempre a análise 
textual permite chegar muito além em significado que aquilo que o autor pos-
sa dizer sobre a sua própria obra. Um exemplosão as fotografias de Duane 
Michals (1932-), nas quais as legendas se constituem em uma boa reflexão so-
bre o sentido da imagem a partir da dimensão do autor. Em As coisas são es-
tranhas (1973) (Fig. 3), o fotógrafo apresenta nove imagens sequenciais nas 
quais histórias são encenadas, registrando sua visão do mundo interior por 
meio de narrativas psicológicas. “Sempre afirmei que eu quero que minhas 
fotografias sussurrem. Enquanto um monte de fotografias grita para chamar a 
atenção”, relatou. Neste momento, também pode ser incluída a data em que 
foi tirada a fotografia. 
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Figura 3 – Duane Michals. As coisas são estranhas, 1973. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
Autor(a), Nacionalidade, Nascimento/Morte
Estas informações registram a autoria da imagem, a nacionalidade do 
fotógrafo e o ano de produção da fotografia, o que permite situá-la geográfica 
e historicamente. Esses dados nos auxiliam no relacionamento da fotografia 
com o conjunto da obra do autor, se ele é conhecido, ou com outras produções 
artísticas do período e do país. O conhecimento prévio do autor e da sua obra 
é importante para possibilitar o reconhecimento de seu estilo. Neste item 
pode ser incluída uma foto do artista/fotógrafo. 
Entretanto, é frequente não dispormos dessas informações, especialmente no 
mundo digital onde as imagens são reproduzidas sem nenhum crédito ou informação 
sobre sua origem ou autoria. Mas, mais uma vez, nada disso deve ser obstáculo 
para analisarmos uma imagem. 
Fonte da Imagem 
Também é interessante especificarmos a fonte da imagem: museu, galeria, 
livro, catálogo ou documento eletrônico, etc. Nesse aspecto, é importante 
tentarmos encontrar uma origem (fonte) extremamente confiável para que 
tenhamos certeza da veracidade dessas informações. Com o advento da 
internet ficou muito mais fácil chegarmos a esses dados, entretanto, todo 
cuidado é pouco, será preciso confirmar as informações coletadas, sob pena 
de nossa análise ficar comprometida. Um exemplo é a fotografia Guerrilheiro 
heroico (1960) (Fig. 4), de Alberto Korda (1928-2001). A imagem, uma das 
mais reproduzidas no mundo, foi recortada pelo próprio Korda (Fig. 5). 
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UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
Figura 4 – Alberto Korda. Guerrilheiro heroico, 1960. Fotografia
Fonte: Hacking, 2012
Figura 5 – Alberto Korda. Guerrilheiro heroico, 1960. Fotografia
Fonte: Hacking, 2012
Gênero e Local Onde Foi Tirada a Fotografia
Outro aspecto importante é a classificação do gênero da fotografia, um aspecto 
muitas vezes difícil porque uma mesma fotografia pode apresentar vários atributos 
genéricos ao mesmo tempo, o que pode causar alguma polêmica. Assim, podemos 
classificar as imagens em gêneros básicos como retrato, conforme a fotografia de 
Malick Sidibé (1936-2016), A most seul (1978) (Fig. 6); paisagem, natureza-morta 
e documental, além de fotografia de arte, publicitária, de eventos, gastronomia, 
entre tantos outros. 
Muitas fotografias contemplam simultaneamente vários gêneros e subgêne-
ros, por isso, na análise da imagem é importante registrarmos esse aspecto. 
Frederick Sommer (1905-1999), em seu trabalho Max Ernest (1946) (Fig. 7), 
mostra claramente isso com o gênero retrato e o subgênero fotografia de arte, 
juntos. Ele imprimiu dois negativos em um só papel fotográfico. Neste mo-
mento também pode ser incluída a informação sobre o local onde foi tirada a 
fotografia, se estiver disponível.
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Figura 6 – Malick Sidibé. A most seul, 1978. Fotografi a. Gênero: retrato
Fonte: Lowe, 2017
Figura 7 – Frederick Sommer. Max Ernest, 1946. Gênero retrato e subgênero fotografi a de arte.
Fonte: Hacking, 2012
Estilo, Escola ou Movimento Artístico
Em alguns casos, é possível inclusive situar a fotografia ou o autor da imagem em uma 
determinada corrente ou movimento artístico, escola fotográfica, etc., cujo conhecimen-
to pode ser de grande utilidade para a análise textual da fotografia. Neste caso, é impor-
tante apresentar, na análise, uma breve descrição dos principais pontos do movimento 
artístico e a sua época de ocorrência. Normalmente, características de um movimento 
artístico são observadas na fotografia, auxiliando o observador na leitura da imagem, a 
partir das características pertencentes a esses movimentos, no caso a ideia e o conceito. 
Entretanto, não é uma informação que impeça a realização da análise.
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UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
Cena de perseguição (1969), de Vito Acconci (1940-2017) (Fig. 8), por 
exemplo, está ligada à arte conceitual – conjunto de práticas artísticas ocorrida nos 
anos 1960/1970, no qual o conceito e as ideias e não o meio (formalismo da arte) 
são a essência do movimento. Acconci trabalhou o papel da fotografia como um 
meio de vigilância e controle social. Em Cena de perseguição o artista seguia um 
estranho escolhido por acaso, em Nova York, até essa pessoa entrar em um espaço 
privado. As fotografias – que não foram tiradas por Acconci, que aparece de costas 
– documentam uma performance do artista.
Figura 8 – Vito Acconci. Cena de perseguição, 1969. Fotografia conceitual
Fonte: Hacking, 2012
Parâmetros Técnicos
P/B, Cor
A fotografia pode ser em preto e branco ou em cores; ser originalmente em 
preto e branco e ter sido colorizada posteriormente ou ser originalmente em cores 
e ter sido transformada em preto e branco. Nesses dois últimos casos, o ideal é que 
essas informações estejam disponíveis, pois, caso contrário, não teremos como 
concluir que essas técnicas foram utilizadas. Uma fotografia também pode ser, 
simultaneamente, em preto e branco e em cores, caso tenha algum elemento ou 
parte da imagem com essas características. 
Formato Original
Outro aspecto igualmente importante é o tamanho original da imagem que 
analisamos. Por vezes, esta informação está presente na própria legenda da 
imagem. É obvio que as condições de recepção de uma fotografia por parte do 
espectador se alteram de forma substancial quando as imagens são de grandes 
dimensões ou quando apresentam dimensões muito reduzidas. Este aspecto 
apresenta importantes consequências na análise, quando se estuda a relação da 
imagem com o espectador.
14
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Câmera
O tipo de câmara utilizada é outro aspecto igualmente relevante. Nas fotografias 
analógicas, caso não consigamos essa informação junto à imagem ou em bancos de 
dados, fica praticamente impossível identificar a câmera utilizada. Já nas imagens 
digitais, normalmente, essa informação está em “Informações do arquivo” ou em 
“Propriedades”, da fotografia. 
Suporte
Em certas ocasiões, pode-se dispor de informação sobre o tipo de formato foto-
gráfico empregado, como o universal ou 35 mm, o formato médio ou grande for-
mato. Essas informações podem apresentar muitas alternativas, inclusive identificar 
a marca e o tipo de película utilizada, no caso de fotografia analógica. Estas informa-
ções possibilitam a compreensão sobre como o autor conseguiu obter determinados 
efeitos visuais, mas, sobretudo, as condições de produção da fotografia.
Objetiva(s)
Esta informação, quando disponível, permite que conheçamos se foi utilizada 
uma teleobjetiva, uma lente grande-angular, uma objetiva normal, uma objetiva 
olho de peixe, etc. A seleção da objetiva produz importantes consequências na 
construção do ponto de vista físico da fotografia. Uma objetiva grande-angular, 
por exemplo, pode auxiliar o fotógrafo na inclusão de muitas informações no 
quadro ou destacar o primeiro plano, fazendo com que ele pareça enorme em 
comparação com o fundo. Já uma teleobjetiva pode compactar uma imagem e 
dar a impressão de que objetos aparentemente distantes estejam próximos um do 
outro. Henri Cartier-Bresson (1908-2004), por exemplo, fotografou quase todos 
os seus trabalhos com uma objetiva padrão de 50 mm.
Foco 
Dentro das questões técnicas, o foco é um elemento que deve ser analisado. 
O fotógrafo tem a possibilidade de controlar a localização do foco e também os 
objetos que ficarão nítidos. Um elemento da fotografiapode ser destacado sobre 
os demais como ponto de maior nitidez dentro do quadro. A força da mensagem 
se deve muito ao foco. Conforme Feijó (2018), uma “pequena falta de foco de 
todos os elementos que compõem a imagem pode servir para a suavização dos 
traços, o contrário acontece quando há total nitidez que demonstra a rudeza ou 
brutalidade da realidade”.
Paolo Pellegrin (1964-), em Civis chegando a Tiro depois de fugir de suas 
aldeias no sul do Líbano (2006) (Fig. 9), mostra uma imagem sob condições 
precárias de luz, proporcionando desfoque e embaçamento devido à vibração 
da câmera causada por longas exposições. Ele procura intensificar o drama e a 
expressividade da cena.
15
UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
Figura 9 – Paolo Pellegrin. Civis chegando a Tiro depois de fugir 
de suas aldeias no sul do Líbano, 2006. Fotografia
Fonte: Lowe, 2017
Ângulo/Ponto de Vista
A câmera pode ser situada na mesma altura do sujeito ou objeto a ser fo-
tografado, como também abaixo ou acima dele. Feijó (2018) observa que, ao 
fotografarmos com a máquina de um ângulo superior (de cima para baixo) ou de 
um ângulo inferior (de baixo para cima) temos que nos preocupar com a impres-
são subjetiva causada por esta visão. Segundo ele, a máquina na posição de um 
ângulo superior (Fig. 10) tende a diminuir o sujeito em relação ao espectador e 
pode significar derrota, opressão, submissão, fraqueza do fotografado; enquanto 
que em um ângulo inferior (Fig. 11) pode ressaltar a sua grandeza, sua força, seu 
domínio. Evidentemente, que essa análise vai depender do contexto em que a 
altura da câmera for usada.
Figura 10 – Cindy Sherman. Sem título nº 92 (série Centerfolds), 1981. Fotografia
Fonte: Lowe, 2017
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Figura 11 – Dmitri Baltermants. Ataque, 1941. Fotografi a
Fonte: Hacking, 2012
Dados Biográficos e Comentários Críticos Sobre o Autor
Também é importante dispormos de informações sobre o fotógrafo como, por 
exemplo, uma pequena biografia e de comentários críticos e técnicos realizados 
por especialistas – e também realizados pelo próprio autor da imagem – sobre a 
obra fotográfica em análise. Esses dados podem auxiliar na melhor compreensão 
da imagem, ainda que uma crítica ou análise possam vir acompanhados de 
interpretações pessoais, mas, neste caso, é fundamental que fique claro sua intenção 
de personalizar a análise. 
Outras Informações
Nesta seção, podem ser incluídos dados disponíveis como, por exemplo, a 
utilização de filtros fotográficos (ópticos ou digitais), utilização de imagens negativas, 
técnicas de revelação ou pós-produção, entre outras informações que podem estar 
disponíveis em catálogos ou nas fontes de origem da fotografia.
Uma fotografia também pode incorporar inscrições de letras, palavras, textos, 
frases ou outros elementos verbais (Figs. 12 e 13) em duas dimensões diferentes: 
como objeto, resultado da presença de marcas, calendários, cartas, anúncios 
luminosos, etc., ou como componente conceitual relativamente à expressão 
direta de uma palavra ou frase sub ou sobreposta. A legenda da foto pode ter sido 
deliberadamente inscrita pelo autor em algum lugar do texto fotográfico como um 
título. Este espaço também fica reservado para a inclusão de outros conceitos que 
podem estar relacionados com o nível morfológico da análise da fotografia.
17
UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
De 1977 a 1985, o fotógrafo norte-americano Jim Goldberg (1953-) documentou a vida de 
pessoas afetadas pela crise econômica e social nos Estados Unidos, na época. Ele fotografou 
hóspedes temporários em um hotel onde famílias viviam em situação de pobreza e também 
casas de ricos. Ele questionou as pessoas sobre suas vidas, esperanças e medos, perguntando: 
“Se você morresse ou deixasse este espaço amanhã, e se esta foto fosse colocada na porta 
como uma lembrança de você, o que você diria?” (LOWE, 2017, p. 247). Na figura 12 lemos: 
“I love David. But he is to fragile for a rough father like me.” (“Eu amo David. Mas ele é frágil 
para um pai áspero como eu.”). E, na figura 13: “I wish I could see more softness within myself. 
Most of the time, as though in limbo, I feel caught between an iceberg and a desert.” (“Eu queria 
poder ver mais suavidade dentro de mim. Na maioria das vezes, como no limbo, eu me senti 
atrapalhada entre um iceberg e um deserto.”). Conforme Lowe (2017), “a justaposição do 
texto escrito à mão e da imagem faz a conexão com as pessoas parecer tangível e visceral; 
ela explora o espaço entre o que pode ser visto e o que está sendo dito”.
Figura 12 – Jim Goldberg. 
Ricos e pobres, 1979. Fotografia
Fonte: Lowe, 2017
Figura 13 – Jim Goldberg. 
Ricos e pobres, 1983. Fotografia
Fonte: Lowe, 2017
Ex
pl
or
18
19
Anexos
Ficha Para Análise Fotográfica – Nível Técnico
Há uma grande quantidade de propostas de metodologias para a análise fo-
tográfica, que contemplam várias etapas, desde a análise técnica até a narrativa. 
A partir do estudo de Felici (2004), e de sua proposta de fichas para esse tipo 
de análise, apresentamos, a seguir, a ficha 1 que contempla elementos do nível 
técnico, apresentados nesta unidade. A adaptação busca o desenvolvimento de 
uma análise fotográfica básica, por meio da identificação dos principais elemen-
tos constantes nas imagens.
ANÁLISE FOTOGRÁFICA
FOTOGRAFIA
Ficha 1 – Nível técnico
ELEMENTO SIM / NÃO ANÁLISE
1. Dados gerais
Título e data da fotografia
Autor(a), nacionalidade, nascimento/morte
Fonte da imagem
Gênero(s) e local da fotografia
Estilo, escola ou movimento artístico
2. Parâmetros técnicos
P/B, cor
Formato original
Câmera
Suporte
Objetiva(s)
Foco
Ângulo/ponto de vista
Dados biográficos sobre o autor
Comentários críticos sobre o autor
Outras informações:
Análise realizada por:
Fonte: ficha adaptada de Felici (2004)
19
UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
Análise Fotográfica – Nível Técnico – Exemplo 
ANÁLISE FOTOGRÁFICA
FOTOGRAFIA
Figura1 – Ansel Adams. Tempestade de inverno se dissipando, Yosemite Valley, c.1935. Fotografia
Fonte: Lowe, 2017
Ficha 1 – Nível técnico
ELEMENTO SIM / NÃO ANÁLISE
1. Dados gerais
Título e data da fotografia Tempestade de inverno se dissipando,Yosemite Valley, 1944.
Autor(a), nacionalidade, nascimento/morte
Ansel Adams, norte-americano, 1902-1984
Figura 12 – Malcolm Greany. Ansel Adams, 1950
Fonte: Wikimedia Commons
Fonte da imagem LOWE, Paul. Mestres da fotografia. São Paulo: Gustavo Gili, 2017. 
Gênero(s) e local da fotografia Paisagem, Parque Nacional de Yosemite, Califórnia (Estados Unidos)
Estilo, escola ou movimento artístico Não
20
21
2. Parâmetros técnicos
P/B, cor P/B
Formato original 39,5 x 48,5 cm
Câmera Grande formato. Exposição 1/5 segundos e abertura f/16. Marca da câmera não identificada. 
Suporte Película negativa Isopan de 64 ASAde 8” x 10” (20 x 25 cm)
Objetiva(s) Objetiva Cooke Series XV de 12 ¼ polegadas
Foco Extremo
Ângulo/ponto de vista Central
Dados biográficos sobre o autor
Após uma viagem ao Yosemite National Park, então com 14 anos, Adams 
começou a experimentar a fotografia. A partir de 1937, viveu por dez 
anos no parque onde conheceu profundamente sua geografia e condições 
meteorológicas de forma que sabia exatamente quando e onde fotografar 
para alcançar o resultado que queria. Ele era membro da organização 
ambiental Sierra Club, onde pode atuar pela preservação de áreas naturais 
americanas como um ativo ambientalista. Juntamente com Paul Strand e 
Edward Weston, fundou o influente Grupo f/64, nome referente à abertura 
mínima de uma objetiva que dá maior profundidade de campo.
Comentários críticos sobre o autor
Juntamente com o fotógrafo Fred Archer, Adams desenvolveu a 
ideia do Sistema de Zonas, método para exposição e revelação 
da fotografia em preto e branco, com dez zonas de densidade, de 
preto puro a branco puro com uma graduação sutil de tons de cinza 
no intervalo. Em algarismos romanos, 0 representa preto puro; X, 
branco puro; e V, cinza médio. 
Outras informações:Não
Análise realizada por: Rita Jimenez
Fonte: ficha e conteúdo adaptados de Felici (2004 e 2009)
Figura 3 – Peter Fraser
Fonte: Lowe, 2017
Com base na fi cha 1 – Análise fotográfi ca – Nível técnico, apresentada nesta unidade, 
analise a fotografi a de Peter Fraser (Figra 3), uma construção que parece estar viva. 
Dicas: confi ra o site do fotógrafo e também o livro Mestres da Fotografi a, de Peter Lowe 
(Gustavo Gili, 2017, p. 106-107). https://goo.gl/BMya65
Ex
pl
or
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UNIDADE Análise da Imagem – Nível Técnico
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Calendário de concursos de fotografia
https://goo.gl/S4u45c
 Vídeos
Ansel Adams a documentary film
Escrito e dirigido por Ric Burns, 2002. Documentário dedicado ao fotógrafo e 
ambientalista norte-americano Ansel Adams (1902-1984), mestre nos aspectos 
técnicos e estéticos da fotografia de paisagem em preto e branco.
https://youtu.be/hNvMBvkmjvU
 Leitura
Como descobrir informações técnicas de uma foto pelo PC
https://goo.gl/Z6Wbo4
Da fotografia analógica à ascensão da fotografia digital
https://goo.gl/X2QXn2
22
23
Referências
FEIJÓ, Cláudio. Linguagem fotográfica. Universidade Estadual de Londrina/
Especialização em Fotografia [2018]. Disponível em: http://www.uel.br/pos/
fotografia/wp-content/uploads/downs-uteis-linguagem-fotografica.pdf. Acesso 
em: 13 mar. 2018.
FELICI, Javier Marzal. Cómo se lee una fotografia – Interpretaciones de la 
mirada. Madri: Cátedra, 2009.
________, Javier Marzal. Proposta de modelo de análise da imagem fotográfica 
– Descrição dos conceitos contemplados. In: I Congresso de Teoria e Técnica 
dos Meios Audiovisuais, Castellón (Espanha), 2004. Disponível em: http://www.
analisisfotografia.uji.es/root2/meto_por.html. Acesso em: 25 fev. 2018. 
HACKING, Juliet (ed.). Tudo sobre fotografia. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.
LOWE, Paul. Mestres da fotografia. São Paulo: Gustavo Gili, 2017.
MAUAD, Ana Maria. Na mira do olhar: um exercício de análise da fotografia nas 
revistas ilustradas cariocas, na primeira metade do século XX. In: Anais do Museu 
Paulista. v. 13. n.1. Jan.-Jun. 2005. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/
anaismp/article/view/5417/6947. Acesso em: 26 fev. 2018
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