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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO BEATRIZ RIBEIRO JHON EVERTON MARISA SANTOS THAÍS LEITE LEAN MANUFACTURING: APLICAÇÃO NA ÁREA DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO EM UMA EMPRESA NO RAMO DE ELEVADORES EM SÃO PAULO São Paulo 2017 BEATRIZ RIBEIRO JHON EVERTON MARISA SANTOS THAÍS LEITE LEAN MANUFACTURING: APLICAÇÃO NA ÁREA DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO EM UMA EMPRESA NO RAMO DE ELEVADORES EM SÃO PAULO Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia de Produção da Universidade Cidade de São Paulo, como requisito parcial para obtenção do diploma de graduação. Orientador: João Carlos Correa São Paulo 2017 BEATRIZ RIBEIRO JHON EVERTON MARISA SANTOS THAÍS LEITE LEAN MANUFACTURING: APLICAÇÃO NA ÁREA DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO EM UMA EMPRESA NO RAMO DE ELEVADORES EM SÃO PAULO Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia de Produção da Universidade Cidade de São Paulo, como requisito parcial para obtenção do diploma de graduação. São Paulo 2017 AGRADECIMENTO(S) Agradecemos a Deus, pois sem ele não teríamos forças para essa longa jornada, aos nossos pais, amigos e professores pela paciência na orientação e incentivo que tornaram possível a conclusão deste trabalho. RESUMO Este trabalho mostra um estudo comparativo realizado durante a implantação de uma nova filosofia em uma das unidades de São Paulo de uma empresa de serviços no ramo de elevadores. Identifica atividades improdutivas e sem valor agregado. Explana o que é o Lean Manufacturing para entender como é possível melhorar o desempenho da unidade implantando essa nova filosofia. E detalha como é feito o uso de ferramentas utilizadas para essa implantação. Palavras Chaves: Lean Manufacturing; empresa de serviços; estudo comparativo; elevadores. ABSTRACT This work shows a comparative study carried out during the implementation of a new philosophy in one of the units in São Paulo of a service company in the field of elevators. Identifies unproductive and non-value-added activities. Explains Lean Manufacturing to understand how it is possible to improve the performance of the unit by implementing this new philosophy. And details how the tools were used for this deployment. KEYWORDS: Lean Manufacturing; company services; comparative study; lifts. LISTA DE QUADROS Quadro 1 - A matriz de processos de serviços ................................................. 32 Quadro 2 - Critérios de operações para operações de serviços. ..................... 37 Quadro 3 - Administração de Serviços. ............................................................ 39 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Fluxo de contratação ........................................................................ 49 Figura 2 - Análise de satisfação do cliente. ...................................................... 52 Figura 3 - Variações entre defeitos .................................................................. 53 Figura 4 - Gestão sem gerenciamento diário. .................................................. 56 Figura 5 - Gestão com gerenciamento diário. .................................................. 56 Figura 6 - Manutenção Preventiva. .................................................................. 61 Figura 7 – Chamados. ...................................................................................... 61 Figura 8 - TAC. ................................................................................................. 61 Figura 9 - Rechamados .................................................................................... 62 Figura 10 - Elevadores parados ....................................................................... 64 Figura 11 - Elevadores doentes ....................................................................... 64 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Desdobramento de estratégias ....................................................... 58 Tabela 2 - Gerenciamento Diário. .................................................................... 59 Tabela 3 - Rechamados por técnicos ............................................................... 63 ANEXOS Anexo A ............................................................................................................ 76 Anexo B ............................................................................................................ 85 Anexo C ........................................................................................................... 86 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ....................................................................................... 13 OBJETIVO GERAL ................................................................................ 14 OBJETIVO ESPECÍFICO ...................................................................... 15 METODOLOGIA .................................................................................... 15 1 MANUTENÇÃO ............................................................................... 16 1.1 Conceito .................................................................................... 18 1.2 Tipos de manutenção ................................................................ 19 1.2.1 Manutenção corretiva ........................................................... 19 1.2.2 Manutenção corretiva planejada .......................................... 20 1.2.3 Manutenção corretiva não planejada ................................... 20 1.2.4 Manutenção preventiva ........................................................ 21 1.2.5 Manutenção preditiva ........................................................... 22 2 FERRAMENTAS LEAN APLICADAS A MANUTENÇÃO ................. 23 2.1 A origem da TPM (Manutenção Produtiva Total) ...................... 23 2.2 Objetivos da TPM ...................................................................... 24 2.3 Mantenabilidade ........................................................................ 24 2.4 Manutenção autônoma .............................................................. 25 2.5 Motivo para se aplicar filosofia Lean numa Indústria ................. 25 2.6 Melhorias com a filosofia TPM .................................................. 25 2.7 Perdas a eliminar com o TPM ................................................... 26 3 EXCELÊNCIA EM QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO CLIENTE27 3.1 Qualidade .................................................................................. 27 3.2 Satisfação do cliente ................................................................. 27 3.3 Qualidade no atendimento ........................................................ 28 3.4 Clima organizacional ................................................................. 28 3.5 Motivação dos colaboradores .................................................... 29 3.6 Treinamento .............................................................................. 30 4 SERVIÇO ......................................................................................... 31 4.1 A natureza dos serviços............................................................ 31 4.2 Classificação dos serviços ........................................................ 32 4.3 Pacote de serviços .................................................................... 33 4.4 A importância dos serviços na economia .................................. 34 4.5 A nova economia ....................................................................... 35 4.6 Estratégia em Serviços .............................................................. 36 4.7 Objetivos da estratégia de operações ....................................... 36 4.8 Entendendo o ambiente competitivo dos serviços .................... 37 4.9 Ganhando clientes no mercado ................................................. 39 5 LEAN MANUFACTURING ............................................................... 42 5.1 As Origens do Lean ................................................................... 48 6 A EMPRESA .................................................................................... 49 6.1 Thyssenkrupp Elevadores ......................................................... 49 6.1.1 Thyssenkrupp Jabaquara ..................................................... 50 6.2 Lei regulamentadora em São Paulo .......................................... 50 7 ESTUDO DE CASO ......................................................................... 52 8 LEAN MANUFACTURING NA THYSSENKRUPP ........................... 55 8.1 A implantação ............................................................................ 57 8.2 Manutenção Preventiva ............................................................. 60 8.3 Os rechamados ......................................................................... 62 8.4 Elevadores Parados .................................................................. 63 8.5 Elevadores doentes ................................................................... 64 CONCLUSÃO ........................................................................................ 66 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 67 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 68 ANEXO(S) ............................................................................................. 75 13 INTRODUÇÃO O aumento da competição global e a busca da excelência operacional é um dos requisitos para qualquer organização no mundo atual dos negócios. Por este motivo, novas maneiras de prestar serviços estão sendo adotadas. Embora a empresa cujo o estudo foi realizado, Thyssenkrupp seja consolidada no mercado mundial de serviços no segmento de elevadores desde 1945, ainda almeja excelência. Na busca de condições para essa excelência e ascensão no mercado altamente competitivo das empresas prestadoras de manutenção de elevadores, notou-se que boa parte dos chamados de uma unidade aconteciam por conta de uma manutenção preventiva feita incorretamente, gerando uma perda significativa de clientes. Para diminuir o índice de solicitações de manutenção, foi adotada a filosofia Lean Manufacturing, objeto de estudo deste trabalho. 14 OBJETIVO GERAL Implantar a filosofia Lean Manufacturing nos processos de prestação de serviços de manutenção de elevadores. 15 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Reduzir os desperdícios, padronizar o processo na manutenção de elevadores e diminuir a quantidade de chamados de manutenção corretiva. METODOLOGIA 16 Primeiro foi feito um levantamento de dados em relação ao alto índice de chamados de manutenção corretiva. Segundo estes dados, a manutenção era feita de forma desordenada sendo prejudicial para o processo produtivo. Em seguida, foi realizado uma análise do estudo do assunto proposto, com pesquisas à livros, dissertações, artigos, internet e/ou utilização de outros recursos. Nesta etapa, contou-se com o auxílio do orientador, de professores e de profissionais da própria empresa. Paralelamente à análise do estudo proposto, foi feito o acompanhado da implantação do Lean Manufacturing diretamente na empresa em que foi realizado o estudo de caso. Através desta filosofia, um maior enfoque foi dado ao processo de manutenção preventiva e atendimento ao cliente, descrevendo as etapas da padronização do processo e relatando a aplicação das ferramentas de melhoria contínua 5S, GD e PDCA. Finalmente, foram tecidas conclusões sobre o tema em questão e acerca das melhorias proporcionadas pela ferramenta no processo em destaque. . 1 MANUTENÇÃO A manutenção sempre esteve presente no dia-a-dia do homem, desde os 17 cuidados com a própria moradia até reparos em veículos, mesmo que sem complexidade. Os primeiros registros de manutenção datam do século X, quando os vikings dependiam fortemente da manutenção para manter seus navios em perfeitas condições para as batalhas (PASCOLI apud SILVA, 2004). De acordo com Tavares (1987), a história da manutenção caminha com o desenvolvimento técnico-industrial da humanidade. A manutenção tinha importância secundária e era executada pelo mesmo efetivo de operação até 1914. Mas, com o advento da primeira guerra mundial e a implantação da produção em série, instituída por Ford, as empresas sentiram necessidade de criar equipes que pudessem efetuar reparos em máquinas no menor tempo possível. Assim surgiu um órgão subordinado à operação, cujo objetivo básico era de execução da manutenção, conhecida hoje como corretiva. A primeira geração abrange o período antes da segunda guerra mundial, quando a indústria era pouco mecanizada. Nesse período a manutenção era, fundamentalmente, corretiva, ou seja, o conserto era feito após a falha. Devido a conjuntura econômica da época, a produtividade não era prioritária. Logo, não era necessária uma manutenção sistematizada (PINTO; XAVIER, 1999). Na segunda geração, que vai desde a segunda guerra mundial até os anos 60, houve forte aumento da mecanização, bem como da complexidade das instalações industriais. Novas técnicas de manutenção começaram a serem utilizados, como computadores grandes e lentos, sistemas manuais de planejamento e controle do trabalho e monitoração por tempo. Neste período surgiu o conceito de manutenção preventiva, pois se evidenciou a necessidade de maior disponibilidade e confiabilidade, na busca de produtividade. A indústria estava bastante dependente do bom funcionamento das máquinas. Com isso se conquistou maior vida útil do equipamento. (PINTO; XAVIER, 1999). A terceira geração surgiu a partir da década de 70. Neste período o crescimento da automação e da mecanização passou a indicar que confiabilidade e disponibilidade tornaram-se pontos chave em setores tão distintos como o transporte, os serviços quanto à saúde, processamento de dados, telecomunicações e gerenciamento de edificações. De 1970 até aos dias de hoje, com o aumento da indústria e a expansão 18 dos computadores - que até então eram constituídos por enormes caixas do tamanho de uma casa - a manutenção passou a estar inserida nos processos mais sofisticados, não só utilizada para reparação das máquinas, mas também, para antecipar-se às falhas e determinar os melhores e mais econômicos períodos para a execução de manutenção preventiva. (PINTO; XAVIER, 1999). No início dos anos setenta com a tecnologia existente e com o desenvolvimento dos computadores, melhorou-se e modificou-se a manutenção. Nos anos setenta apareceu a manutenção preventiva condicionada que consiste em executar a manutenção só quando existe a necessidade. Trata- se de uma manutenção preventiva, subordinada a um tipo de acontecimento predeterminado. Nos anos oitenta, no Japão, apareceu a manutenção produtiva total conhecida pela sigla TPM, método de gestão que identifica e elimina perdas existentes nos processos produtivos. Nos anos noventa apareceu a gestão produtiva total, que é uma ferramenta de gestão na eliminação das perdas industriais. No ano dois mil apareceu a e-Maintenance, é a aplicação do TIC (informação e comunicação de tecnologias) na indústria dentro da estratégia de manutenção. (PINTO; XAVIER, 1999). 1.1 Conceito Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 5462/1994, "manutenção é a combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a 'manter' ou 'recolocar' um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida". Baseando-se pelo dicionário a manutenção pode ser definida como "o conjunto de cuidados e procedimentos técnicos necessários ao bom funcionamento e também ao reparo de máquinas, equipamentos, peças, moldes, estampos, ferramentas e instalações". A palavra é derivada do latim manus tenere, que significa "manter o que se tem". Manutenção é o termo usado para abordar a forma pela qual as 19 organizações tentam evitar as falhas ao cuidar de suas instalações (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002) Para Mishawka e Olmedo (1993), manutenção é o conjunto de atividades e recursos aplicados aos sistemas ou equipamentos, visando garantir a consecução de sua função dentro de parâmetros de disponibilidade, de qualidade, de prazos, de custos e de vida úteis adequados. Já Tavares (1987), define manutenção como todas as ações necessárias para que um item seja conservado ou restaurado de modo a poder permanecer de acordo com uma condição especificada. 1.2 Tipos de manutenção Segundo Viana (2002), os tipos de manutenção são as formas de encaminhar as intervenções nos instrumentos de produção, ou seja, nos equipamentos que compõem uma determinada planta. Os tipos de manutenção são: corretiva, preventiva, preditiva e manutenção produtiva total (conhecida pela sigla TPM - Total Produtive Maintenance). Atualmente a gestão da manutenção utiliza a série de normas da ISO (sigla do inglês International Organization for Standardization -Organização Internacional para Padronização), a ISO 55000. 1.2.1 Manutenção corretiva De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 5462/1994, "Manutenção corretiva é aquela efetuada após a ocorrência de uma pane e é destinada a recolocar um item em condições de executar uma função requerida". “Segundo Almeida (2015), manutenção corretiva é um conjunto de procedimentos que são executados com a finalidade de atender imediatamente a produção, ou seja, a máquina ou equipamento que parou”. Dessa forma, pode-se verificar que a principal função da manutenção corretiva é restaurar ou corrigir as condições de funcionamento de um 20 determinado equipamento ou sistema. E baseado nisto, a manutenção corretiva se divide em: planejada ou não planejada. 1.2.2 Manutenção corretiva planejada Quando a manutenção é preparada. Ocorre, por exemplo, pela decisão gerencial de operar até a falha ou em função de um acompanhamento preditivo. Otani e Machado (2008, p. 4) apontam que “pelo seu próprio nome 23 planejado, indica que tudo o que é planejado, tende a ficar mais barato, mais seguro e mais rápido”. Poucas plantas industriais usam uma filosofia verdadeira de gerência por manutenção corretiva. Em quase todos os casos, as plantas industriais realizam tarefas preventivas básicas, como lubrificação e ajustes da máquina, mesmo em um ambiente de manutenção corretiva. (ALMEIDA 2000, p. 2). Entretanto, o mais importante, segundo Almeida (2000), é que ao adotar esse tipo de filosofia, as máquinas e equipamentos da planta não são revisados e não passam por grandes reparos até a falha. Esse tipo de gerência de manutenção, apesar de simples, pode requerer custos altíssimos, associados a: estoque de peças sobressalentes, trabalho extra, custo ociosidade de máquina e baixa disponibilidade de produção. E os custos tendem a aumentar ainda mais caso o tempo de reação se prolongue, seja por falha da equipe de manutenção, seja por falta de peça de reposição. (...) O resultado líquido deste tipo reativo de gerência de manutenção é o maior custo de manutenção e menor disponibilidade de maquinaria de processo. A análise dos custos de manutenção indica que um reparo realizado no modo corretivo-reativo terá em média um custo cerca de 3 vezes maior que quando o mesmo reparo for feito dentro de um modo programado ou preventivo (ALMEIDA, 2000, p. 2) 1.2.3 Manutenção corretiva não planejada A correção da falha ou do desempenho abaixo do esperado é realizada 21 sempre após a ocorrência do fato, sem acompanhamento ou planejamento anterior, aleatoriamente. Implica em altos custos e baixa confiabilidade de produção, já que gera ociosidade e danos maiores aos equipamentos, muitas vezes irreversíveis (OTANI; MACHADO, 2008). 1.2.4 Manutenção preventiva Segundo Paulo Samuel de Almeida, a manutenção preventiva foi desenvolvida para evitar os prejuízos causados por paradas imprevistas e evitar que defeitos de pequeno impacto causem danos maiores nas máquinas. A manutenção preventiva visa eliminar ou reduzir as probabilidades de falhas por manutenção (limpeza, lubrificação, substituição e verificação das instalações) em intervalos pré-agendados. De acordo com Almeida (2000, p.3) “todos os programas de gerência de manutenção preventiva assumem que as máquinas degradarão com um quadro típico de sua classificação em particular”. Ou seja, os reparos e recondicionamentos de máquinas, na maioria das empresas, são planejados a partir de estatísticas, sendo a mais largamente usada a curva do tempo médio para falha. O grande problema deste tipo de abordagem, no entanto, é basear-se em estatísticas para programação de paradas sem, no entanto, avaliar as variáveis específicas da planta que afetam diretamente a vida operacional normal da maquinaria. Almeida (2000, p.3) cita 24 como exemplo que “o tempo médio entre as falhas não será o mesmo para uma bomba que esteja trabalhando com água e bombeando polpas abrasivas de minério”. Tais generalizações são as principais responsáveis pelos dois problemas mais comuns ao se adotar a manutenção preventiva: reparos desnecessários ou bastante antecipados e falhas inesperadas (ALMEIDA, 2000). No primeiro caso, adota-se um horizonte temporal conservador, sendo o reparo realizado muito antes do necessário, desperdiçando peças e trabalho. Já no segundo caso, o mais crítico, apesar dos esforços para prevenir a falha, esta acabou acontecendo, associando gastos preventivos aos corretivos que, conforme mostrado anteriormente, são bem maiores. Antes de examinar as diversas abordagens para a manutenção, é o valioso considerar de forma 22 sistemática. (ALMEIDA, 2000). 1.2.5 Manutenção preditiva Manutenção que permite garantir a qualidade de serviço desejada, com base na aplicação sistemática de técnicas de análise, utilizando-se meios de supervisão centralizados ou de amostragem para reduzir ao mínimo a manutenção preventiva e diminuir a manutenção corretiva (ABNT-NBR- 5462/1994). Manutenção preditiva é um método de administração da manutenção desenvolvido com a finalidade de verificar reais condições das peças e dos componentes de uma determinada máquina, equipamento ou instalação e,com isso, acompanhar os fenômenos decorrentes dos efeitos e planejar uma operação de manutenção corretiva para saná-lo (ALMEIDA, 2015) 23 2 FERRAMENTAS LEAN APLICADAS A MANUTENÇÃO 2.1 A origem da TPM (Manutenção Produtiva Total) A manutenção preventiva teve sua origem nos Estados Unidos e foi introduzida no Japão em 1950. Até então, a indústria japonesa trabalhava apenas com o conceito corretivo, isto é, reparar após a falha do equipamento. Isso representava um custo e um obstáculo para a melhoria da qualidade. Toa Nenryo Kogyo (em 1951) foi a primeira indústria japonesa a aplicar e obter os melhores efeitos do conceito de manutenção preventiva. São dessa época as primeiras discussões a respeito da importância da mantenabilidade e suas consequências para o trabalho de manutenção (PEREIRA, 2011). Com o término da Segunda Guerra Mundial, empresas japonesas criaram várias ferramentas administrativas para reestruturar sua infraestrutura, suas finanças e, acima de tudo, gerar empregos para o povo. Surge, então, uma modalidade de manutenção que tinha como modelo as manutenções preventiva e preditiva e contava também com a capacitação dos operadores de máquina para participarem de maneira ativa em procedimentos de manutenção, visando ao aproveitamento máximo da mão de obra. Foi desenvolvido o conceito de manutenção produtiva total, conhecido pela sigla TPM. Esse conceito inclui um programa de treinamento para os operadores, que passam a auxiliar no monitoramento da máquina no exercício das atividades (pratica de manutenção preditiva) e executam operações de manutenção que não exigem muito domínio, como troca de filtro de óleo (prática de manutenção preventiva), (ALMEIDA, 2015). Segundo Ribeiro, (2007), traduzindo TPM para a língua inglesa Total Productive Maintenance. Total – quer dizer que todos os colaboradores são envolvidos em todas as atividades com o objetivo de eliminar todos os acidentes, defeitos e falhas (desperdícios). Productive – as ações são realizadas enquanto a produção é contínua, os problemas para a produção são minimizados. Maintenance – mantém uma boa condição dos equipamentos reparando, limpando e lubrificando. 24 Com estes procedimentos consegue-se aumentar a produção e simultaneamente levantar a moral e a satisfação no trabalho dos colaboradores. Os tempos de paragem para a manutenção são planeados com o processo produtivo e em conjunto encontra-se o tempo ideal para se parar a produção e proceder-se à manutenção dos equipamentos. Desta forma pretende-se transformar ou reduzir ao mínimo possível à manutenção de urgência (manutenção corretiva). Consegue-se evitar gastos desnecessários, normais num ambiente constante de mudança econômica, produzir bens sem reduzir a qualidade dos mesmos, reduzir custos e produzir mais quantidade em menos tempo. Os produtos entregues aos clientes não contêm defeitos (RIBEIRO, 2007). 2.2 Objetivos da TPM Segundo Almeida (2015), o principal objetivo da TPM é a melhoria da estrutura da empresa em termos materiais (máquinas, equipamentos, ferramentas, matéria-prima, produtos etc.) e em termos humanos (aprimoramento das capacitações pessoais envolvendo conhecimentos, habilidades e atitudes). A meta a ser alcançada é o rendimento operacional global. Algumas melhorias que devem ser adotadas: Motivar e capacitar os operadores de manutenção constantes no programa, de forma voluntária. Criar um programa de treinamento para os mecânicos se tornarem capazes de executar a manutenção em sistemas mecânicos e eletrônicos Incentivar estudos e sugestões para modificação dos equipamentos existentes, a fim de melhorar seu rendimento. 2.3 Mantenabilidade É a medida do grau de facilidade para se fazer o reparo em um equipamento, quando este é realizado, de acordo com os procedimentos definidos (PEREIRA, 2011). 25 2.4 Manutenção autônoma A Nippon Denso KK (empresa fornecedora de componentes à Toyota), que então já seguia a manutenção preventiva, adicionou a manutenção autônoma, designada por ser realizada pelos próprios trabalhadores dos equipamentos (ROBINSON; GINDER, 1995). Segundo Seiichi Nakajima o fundador do TPM cita de uma forma simples que a “Manutenção Produtiva Total é levada a cabo por todos os trabalhadores em pequenas atividades de grupo”. De acordo com os princípios da filosofia TPM, a responsabilidade pela otimização dos equipamentos não reside apenas no departamento de manutenção, mas em todos os trabalhadores. 2.5 Motivo para se aplicar filosofia Lean numa Indústria Segundo Suzuki (1992), a adoção de uma abordagem de ciclo de vida na melhoria do desempenho global dos equipamentos de produção, prolonga a vida dos equipamentos. A melhoria da produtividade é alcançada através de colaboradores altamente motivados, resultado do alargamento das suas responsabilidades. Qualquer que seja o seu ramo de atividade, o método Lean Manufacturing (Manufatura Enxuta) é o caminho comprovado para a melhoria da qualidade, a redução dos custos e dos prazos (PEREIRA, 2011). 2.6 Melhorias com a filosofia TPM A implementação do TPM acabou por trazer mais-valias para indústria, assim se mostra nos pontos seguintes (NAKASATO, 1994): Aumento da confiança entre todos os trabalhadores Locais de trabalho mais, limpos, arrumados, organizados, e atrativos. Mudança favorável na atitude dos trabalhadores. Alcançar objetivos através do trabalho em equipe. Expansão horizontal de um novo conceito em todas as áreas da organização. Troca de conhecimentos e experiências. 26 Os trabalhadores ficam com um sentimento de posse relativamente aos equipamentos. 2.7 Perdas a eliminar com o TPM Identificam-se vários tipos de perdas existentes numa indústria: Perda por quebras - Quantidade de itens que deixam de ser produzidos porque o equipamento quebrou. Caso tivesse sido realizada a manutenção preventiva, provavelmente esse problema não ocorreria. Perdas por mudança de produto - Perdas por pausa devido à necessidade de mudança de produto. Em geral é necessário afinar-se os equipamentos para o novo produto. Perdas por pequenas paradas - Quantidade de itens que deixam de ser produzidos devido a paradas no processo para pequenos ajustes. Perdas por quebra de velocidade - Resulta da diminuição da velocidade de processamento relativamente à velocidade nominal. O tempo de ciclo irá aumentar, refletindo-se por menor produção por unidade de tempo. Perdas por produtos com defeitos - Perdas originadas pela detecção de produtos sem qualidade. Pode ser consequência de uma má afinação do equipamento ou desgaste nas ferramentas. Perdas com start-up - É a quantidade de itens perdidos, quando o processo ainda não entrou em regime (quando é identificado problema com os insumos, o que impede sua entrada no processo e gera sua perda). As perdas definem: As perdas 1 e 2 definem o índice de disponibilidade do equipamento; As perdas 3 e 4 definem o índice de eficiência do equipamento; As perdas 5 e 6 definem o índice de qualidade do equipamento. 27 3 EXCELÊNCIA EM QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO CLIENTE 3.1 Qualidade A norma ISO 8402-94 estabelece a qualidade como "conjunto das características de uma entidade que lhe conferem a aptidão para satisfazer necessidades expressas e implícitas". A norma ISO 9000:2000, por sua vez, a explica assim: "aptidão de um conjunto de características intrínsecas para satisfazer exigências". Segundo Jenkis, (1971) “Qualidade é o grau de ajuste de um produto a demanda que pretende satisfazer”. Completando o pensamento, Juran e Gryna,(1991) completam o pensamento dizendo “Qualidade é a adequação ao uso”. Ainda existe um vinculo entre os colaboradores da organização e a comunidade ao seu redor que são levados em conta no quesito qualidade. A qualidade começa a acontecer antes de qualquer processo e deve ser bem planejada, viabilizando assim a descoberta de defeitos caso eles ocorram. Assim entende-se que a qualidade relacione-se diretamente com satisfação. 3.2 Satisfação do cliente Satisfazer o cliente é se atentar a suas necessidades O consumidor sabe identificar o produto que melhor lhe servirá. Com base nisto, segundo Karsaklian (2004), o consumidor tem uma personalidade que faz com que ele sinta um maior interesse por um produto do que outros, e também cresce algumas ações que podem ser positivas e negativas em relação aos produtos. 28 Santos (1995, p 31) Ressalta que “as organizações precisam analisar continuamente, quem são os clientes, quais suas expectativas e o como estes podem ser satisfeitos, da melhor maneira possível”. 3.3 Qualidade no atendimento O atendimento ao cliente é a ação de atender alguém, mas engloba muitos fatores, incluindo a rapidez, a conveniência, o local ou ambiente físico, os produtos de qualidade, está diretamente ligado aos negócios que uma organização pode ou não realizar, de acordo com suas normas e regras. Ele estabelece dessa forma uma relação de dependência entre o atendente, a organização e o cliente (CARVALHO, 1999). 3.4 Clima organizacional O clima organizacional é um dos princípios essenciais na convivência entre os líderes e seus liderados que pode intervir na qualidade do atendimento ao cliente. Quando as pessoas percebem que o seu trabalho e reconhecido, tornam-se mais produtivas e engajadas nos objetivos da empresa. O ambiente da empresa deve prover condições para que esse reconhecimento seja entendido como uma necessidade organizacional, criando um clima favorável para a formulação de estratégicas internas orientadas para o cliente externo, fator crítico do sucesso numa época de grandes desafios pela conquista do consumidor. (FIDELIS,BANDOV, 2007,p. 27) O relacionamento entre empresas e clientes externos passa a valer na dinâmica de funcionamento interno das organizações, o que é apontado como uma possibilidade para o sucesso. A satisfação das expectativas das pessoas que adicionam seus quadros baseia-se no fato de que para atender bem um cliente, o funcionário tem de poder e querer fazê-lo. O clima é formado pelos sentimentos que as pessoas partilham a respeito da organização e que afetam de maneira positiva ou negativa sua satisfação e motivação para o trabalho. Sentimentos negativos exercem impacto negativo sobre o desempenho. Sentimentos positivos exercem impacto positivo. (MAXIMIANO, 2000, p.260). 29 O clima organizacional é uma causa muito importante na motivação de pessoas, fazendo com que as mesmas se vejam motivadas no desempenho de suas atividades, ou não, contudo, o administrador deverá utilizar de vários instrumentos para criar um ambiente produtivo e harmonioso, dentre elas, está à ferramenta do saber ouvir, identificar problemas que venham a interferir no andamento do cotidiano. O clima organizacional refere-se as relações humanas dentro do trabalho, que contribuem para a insatisfação ou insatisfação com o trabalho (...). Estar atento ao clima organizacional é buscar alternativas para que a insatisfação não ocorra e a produtividade continue. (FIDELIS,BANDOV, 2007,p. 142,143) Ainda assim, observa-se que em um clima propício, as pessoas tendem a se sentirem valorizadas e motivadas a cumprirem seus deveres, trabalhem mais satisfeitas refletindo diretamente na qualidade do atendimento prestados pelos colaboradores. 3.5 Motivação dos colaboradores A qualidade do desempenho das atividades depende de quão motivado está o colaborador, pois se tratando de comportamento, a motivação pode ser conceituada como esforço e apego exercido pela pessoa para fazer alguma coisa, por isso estar motivado são um das principais razões que contribuem no desempenho das tarefas (CHIAVENATO, 1993). Kotler e Keller (2006, p. 183) referem-se a três princípios motivacionais para uma boa estratégia de marketing no auxilio da análise do consumidor. Sobre a teoria de Freud dizem: “as forças psicológicas que formam o comportamento dos indivíduos são basicamente inconscientes e que ninguém chega a entender por completo as próprias motivações”. Entende-se que são vários os motivos que estimulam as emoções, por isso o profissional de marketing deve criar mecanismos a fim de passar a mensagem de apelo do produto de forma que consiga tocar os pontos motivacionais. Motivação abrange as causas ou motivos que produzem determinado comportamento, seja ele qual for. No campo da administração, pessoa motivada usualmente significa alguém que demonstra alto grau de disposição para realizar 30 uma tarefa ou atividade de qualquer natureza. KOTLER KELLER (2006, p. 183). 3.6 Treinamento Para Fidelis e Banov (2007, p. 86) “Treinar tem sentido de qualificar, suprir crises profissionais, capacitar a pessoa para desempenhar tarefas especificas do cargo que ocupa (...)”. Conclui-se que treinamento é um processo que visa instruir reciclar e suprir necessidades profissionais. A diferença entre treinamento e desenvolvimento pode ser constatada através de quatro sentidos que são: o que é aprendido, como é aprendido, como ocorre à aprendizagem e quando ela acontece, onde: O treinamento é um processo educacional de curto prazo com procedimentos sistemáticos que utiliza procedimentos sistemáticos e organizados pelos quais as pessoas de nível não gerencial aprendem conhecimentos e habilidades técnicas para um propósito definido. Por outro lado, o desenvolvimento é um processo educacional de longo prazo que utiliza procedimento sistemático e organizado pelo qual o pessoal gerencial aprende conhecimentos conceituais e teóricos para propósitos genéricos. CHIAVENATO (2009, p. 40) 31 4 SERVIÇO Fitzsimmons e Fitzsimmons, (2000). Um serviço é uma experiência perecível, intangível, desenvolvida para um consumidor que desempenha o papel de coprodutor. Serviço é uma atividade ou uma série de atividades de natureza mais ou menos intangível que normalmente, mas não necessariamente, ocorre em interações entre consumidores e empregados de serviços e/ou recursos físicos ou bens e/ou sistemas do fornecedor do serviço, que são oferecidos como soluções para problemas do consumidor. GRONROOS, Christian. Service Management and Marketing. Lexington Books, Mass. (1990, p. 27, apud FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010, p. 26). 4.1 A natureza dos serviços Uma análise da natureza dos serviços começa com a percepção de que um serviço consiste de um pacote de benefícios implícitos e explícitos, executado dentro de instalações de suporte e utilizando-se de bens facilitadores. Estas múltiplas dimensões de um serviço são fundamentais para o projeto e controle de um sistema de atendimento. As características diferenciadoras das operações de serviços são discutidas e as implicações para o gerenciamento são evidenciadas. Com base nestas características, o papel do gerente de serviços é visto a partir de uma perspectiva de sistema aberto. Isto é, o gerente de serviços deve lidar com um ambiente em que os clientes estão presentes no sistema de atendimento. Os gerentes de serviços, que frequentemente operam como centro de lucros, precisam se adequar uma prestação de serviços que seja tão eficiente quanto efetiva. (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000) Uma operação de serviços é mais bem-definidaem termos residuais: isto é, o que ela não é em vez do que é. Formalmente, o governo dos Estados Unidos define o setor de serviços como residual, ou seja, desvinculado na 32 agricultura ou do setor industrial. (Para alguns, isso também significa desvinculá-los do setor público.) Tipicamente, portanto, o setor de serviços inclui a hotelaria, restaurantes e lojas de manutenção e consertos em geral; a área de entretenimento com suas salas de cinema e parques de diversões; a área da saúde com seus hospitais e consultórios médicos; o setor de serviços profissionais, que inclui áreas como engenharia, assessoria jurídica e contabilidade, os setores educacional, financeiro, imobiliário e de seguros; o comércio atacadista e varejista, e os transportes em geral. (ROGER, 1999) 4.2 Classificação dos serviços Quadro 1 - A matriz de processos de serviços. (SCHMENNER, 1986, p.25) O eixo horizontal mede o grau de intensidade de trabalho, que é definido como a proporção entre o custo do trabalho e o custo do capital. Assim, serviços que exigem muito capital, como empresas aéreas e hospitais, aparecem no alto da tabela, por causa dos altos investimentos em instalações e equipamentos em relação aos custos de trabalho. Serviços de trabalho intenso, como escolas e assistência jurídica, figuram nas linhas de baixo, porque seus custos de trabalho são altos em relação às suas necessidades de capital. O eixo vertical mede o grau de interação do cliente e de personalização, uma variável de marketing que descreve a capacidade do cliente de interferir 33 pessoalmente na natureza do serviço que está sendo prestado. Uma pequena interação entre o consumidor e o prestador de serviços é necessária quando o serviço é padronizado ao invés de personalizado. (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000) 4.3 Pacote de serviços O pacote de serviços é definido como um conjunto de mercadorias e serviços que são fornecidos em um ambiente. Este conjunto consiste das seguintes características: Instalações de apoio: representam recursos físicos que devem estar disponíveis antes de se oferecer um serviço. Exemplos: campos de golfe, estações de esqui, hospitais e aviões. (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000) São as instalações nas quais o serviço vai ser prestado e os equipamentos utilizados para prestar o serviço. Num cabeleireiro as instalações de apoio seriam o prédio, incluindo sua decoração, o estacionamento, os espelhos, as pias nas quais se lavam os cabelos dos clientes, os secadores de cabelo, entre outros. As instalações de apoio são evidências físicas e, como tal, são consideradas pelos clientes na avaliação do serviço; ainda que possam não representar a parte fundamental do serviço, seu aspecto, caso inadequado, pode comprometer a avaliação do cliente. (GIANESI, CORRÊA, 1996) Bens facilitadores: o material adquirido ou consumido pelo comprador, ou os itens fornecidos pelo cliente. Exemplo: cursos de golfe, esqui, itens de alimentação, substituição de autopeças, documentos legais e suprimentos médicos. (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000). São os itens físicos fornecidos ao cliente para serem consumidos ou utilizados no processo de prestação do serviço. Numa viagem aérea, os bens facilitadores seriam a comida e a bebida servidas, as revistas e os jornais oferecidos a bordo, entre outros. Os bens facilitadores também são evidências físicas do serviço e, portanto, chamam a atenção do cliente. (GIANESI, CORRÊA, 1996) 34 Serviços explícitos: benefícios facilmente sentidos pelo cliente, ou características essenciais ou intrínsecas dos serviços. Exemplo: a ausência de dor após a restauração de um dente. Um automóvel rodando suavemente após um conserto e o tempo de resposta dos bombeiros a um chamado. (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000). São as principais (embora este conceito seja questionável em alguns casos) razões para a prestação do serviço. São também chamados de benefícios sensoriais, pois são claramente percebidos pelos sentidos. No caso da linha aérea, trata-se do transporte e da pontualidade com que ele ocorre. Num cabeleireiro, é a lavagem, o corte, o penteado e a tintura dos cabelos. (GIANESI, CORRÊA, 1996) Serviços implícitos: Benefícios psicológicos que o cliente pode sentir apenas vagamente, ou características extrínsecas dos serviços. Exemplo: saber que está sendo atendido por profissionais formados em universidades de prestígio nacional, a privacidade de um escritório de empréstimos e a despreocupação ao usar uma oficina que garante os reparos. (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000) São os serviços normalmente considerados como acessórios (embora em muitas situações sejam decisivos para a escolha do cliente) no pacote. São também chamados de benefícios psicológicos, muitas vezes não identificados prontamente pelo cliente. Numa linha aérea, a sensação de conforto e segurança, a cortesia e amabilidade da tripulação, o ambiente interno, os outros passageiros e outros aspectos que possam causar benefícios psicológicos ao cliente. (GIANESI, CORRÊA, 1996) Todas estas características são notadas pelo cliente e formam a base para a sua percepção do serviço. É importante que o gerente de serviços ofereça ao cliente uma experiência que seja condizente com o pacote de serviços desejado. (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000). 4.4 A importância dos serviços na economia A importância das atividades de serviços em nossa sociedade pode ser demonstrada, por um lado, pela posição que ocupam na economia, seja através da participação no Produto Interno Bruto, seja na geração de 35 empregos, e pela análise das tendências e transformações que a economia mundial está experimentando. Alguns fatores que propiciam o aumento da demanda por serviços são: Desejo de melhor qualidade de vida; A urbanização, tornando necessários alguns serviços (como segurança, por exemplo); Mudanças demográficas que aumentam a quantidade de crianças e/ou idosos, os quais consomem maior variedade de serviços; Mudanças socioeconômicas como o aumento da participação da mulher no trabalho remunerado e pressões sobre o tempo pessoal; Aumento da sofisticação dos consumidores, levando a necessidade mais ampla de serviços; Mudanças tecnológicas (como o avanço dos computadores e das telecomunicações) que têm aumentado a qualidade dos serviços, ou ainda criado serviços completamente novos. 4.5 A nova economia Nova economia é um termo crescentemente usado por gestores e acadêmicos em vários países do mundo para refletir a nova realidade encarada por eles, em termos de: globalização acelerada, novíssimas tecnologias (incluído aí, mas não exclusivamente, a tecnologia da informação), em que os principais produtos e ativos são principalmente intelectuais (intensivos em informação e conhecimento), mais que físicos. Muitas vezes, o que se vê é a discussão em torno dessas novíssimas tecnologias centrar-se nas tecnologias baseadas na internet. Entretanto, o escopo da discussão é muito mais amplo. Inclui desenvolvimento de software crescentemente sofisticado e customizado, telecomunicações que possibilitam transmissões de informações com riqueza, velocidade e interatividade nunca antes vistas (os fluxos beiram o imediato), o 36 que permite novas formas de produção e distribuição de produtos na indústria de entretenimento, uma indústria que floresce e tende a crescer no futuro, motivadas por aumentos de produtividade industrial, o que aparentemente pode refletir em jornadas menores de trabalho e mais tempo livre. Além disso, o aumento da população fará com que mais e mais pessoas tenham maior porção de tempo para gastar em atividades de entretenimento, tanto enquanto sua vida profissional ativa decorrer (com jornadas menores), como em seuperíodo de aposentadoria. (CORRÊA; CAON, 2002). 4.6 Estratégia em Serviços As maiorias das empresas de serviços competem em um ambiente econômico em geral composto por grande número de pequenas e médias empresas, a maioria delas de propriedade privada. Naturalmente, grandes empresas de serviços, como companhias aéreas e hospitais, também existem. Neste tipo de ambiente econômico, nenhuma empresa tem fatia significativa do mercado; portanto nenhuma empresa pode dominar uma área de atividade (com exceção dos serviços do governo, televisão a cabo e serviços como água, esgoto e energia). Entretanto, desde a desregulamentação de vários tipos de atividades, nos anos 80, tem havido a consolidação de algumas de serviços, particularmente em relação às empresas aéreas e instituições financeiras. Em qualquer caso, é necessário um entendimento completo das dimensões competitivas e das limitações das atividades antes que uma empresa comece a formular sua estratégia de serviços. (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000) 4.7 Objetivos da estratégia de operações Os objetivos da estratégia de operações referem-se aos critérios competitivos que devem ser estabelecidos e priorizados pelas necessidades e/ou expectativas do mercado, nos quais o sistema de operações deve atingir excelência. Entenda-se por atingir excelência ser seguramente melhor que a concorrência naqueles critérios. Esses critérios competitivos devem refletir os fatores que determinam a satisfação do cliente, ou em outras palavras, a qualidade do projeto e do fornecimento do serviço. (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000) 37 Quadro 2 - Critérios de operações para operações de serviços. (FITZSIMMONS,FITZSIMMONS,2000). 4.8 Entendendo o ambiente competitivo dos serviços As competições entre as empresas de serviços ocorrem em um ambiente econômico de dificuldades, e há muitas razões para este quadro: Relativamente poucas barreiras à entrada de competidores: Inovações em serviços não são patenteáveis, e, na maioria dos casos, os serviços não necessitam de grandes investimentos de capital. Assim, inovações podem ser facilmente copiadas por competidores. Entretanto, existem outros tipos de barreiras à entrada, como construir um hotel na melhor praia de uma ilha (por exemplo, o Club Med localizado em Moorea, na Polinésia Francesa). (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000) Oportunidades mínimas para economias de escala: Devido ao processo simultâneo de produção e consumo, o cliente precisa se deslocar até a sede da empresa de serviços, ou o prestador do serviço deve deslocar-se até o cliente. A necessidade de deslocamento físico limitada a área de mercado e, como resultado disso, o escoamento dos serviços ocorre em pequena escala. Empresas com franquias podem realizar algumas economias de escala dividindo os custos de compras e de propaganda: em outros casos, as 38 comunicações eletrônicas podem substituir os deslocamentos físicos (por exemplo, pedidos por telefone). Flutuações erráticas das vendas: A demanda de serviços varia em função da hora do dia e do dia da semana (e, às vezes, sazonalmente), com chegadas aleatórias de clientes. Desvantagem de parte ao negociar com compradores ou fornecedores: O pequeno porte de muitas empresas de serviços as coloca em desvantagem ao negociar com poderosos vendedores ou fornecedores. Existem muitas exceções, entretanto, tais como a McDonald’s comprando carne e a Marriot* comprando colchões. (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000) Substituição de produtos: Produtos inovadores podem substituir serviços (por exemplo, o teste de gravidez feito em casa). Assim, as empresas de serviços precisam observar não apenas os outros competidores na área de serviços mas, também, antecipar inovações em produtos capazes de tornar os seus serviços obsoletos. Fidelidade dos clientes: Organizar empresas usando serviços personalizados cria uma base de clientes fiéis, o que se torna uma barreira à entrada de novos serviços. Por exemplo, uma empresa fornecedora de material hospitalar pode colocar os seus próprios terminais de computador para pedidos nas instalações dos clientes. Estes terminais facilitam a solicitação dos pedidos e contribuem para eliminar a concorrência. Barreiras à saída: Empresas de serviços marginais podem continuar a operar, mesmo com lucros baixos ou inexistentes. Por exemplo, uma empresa privada pode ter como objetivo, tais como lojas de antiguidades e lojas de equipamentos de mergulho, podem ter no hobby ou no lado romântico a plena satisfação dos seus donos, o que compensa a baixa lucratividade. Assim, os competidores motivados pelo lucro encontrariam dificuldades para afastar essas empresas do mercado. 39 Em todas as atividades de serviços, existem empresas que superaram as dificuldades competitivas e prosperaram. Por exemplo, a McDonald’s alcançou uma posição dominante na indústria de fast-food pela superação de muitas das dificuldades listadas anteriormente. Novos empreendimentos, entretanto, devem desenvolver uma estratégia de serviços adequada às características competitivas de suas respectivas atividades. 4.9 Ganhando clientes no mercado Dependendo da competição e das necessidades pessoais, os clientes selecionam um prestador de serviços usando os critérios listados aqui. Esta listagem não pretende ser completa, pois a própria inclusão de uma nova dimensão por uma empresa representa uma tentativa de envolver-se em uma estratégia de diferenciação. Por exemplo, a criação do programa “AAdvantage” para passageiros frequentes pela American Airlines foi uma tentativa de inserir a dimensão “fidelidade do cliente” à competição entre as empresas aéreas. (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000). Quadro 3 - Administração de Serviços. (FITZSIMMONS,FITZSIMMONS,2000). Disponibilidade: O uso de caixas eletrônicas pelos bancos criou uma disponibilidade de 24 horas para alguns serviços bancários (isto é, serviços além do tradicional “horário bancário”). O uso de números telefônicos 0800 (discagem gratuita) por muitas empresas de serviços facilita o acesso após o horário normal de funcionamento. 40 Conveniência: a localização do serviço define a conveniência para os clientes que precisam se deslocar até lá. Postos de gasolina, restaurante fast- food e lavagens a seco são exemplos de serviços que devem selecionar a localização em ruas movimentadas para serem bem-sucedidos. Confiabilidade: Uma vez que o dedetizador acabou o seu trabalho, em quanto tempo os insetos retornarão? A maior reclamação a respeito de manutenção de automóveis é com a incapacidade de solucionar o problema na primeira visita. Para empresas aéreas, o cumprimento de horários é uma estatística coletada pela FAA*. Personalização: você está sendo tratado como um indivíduo? Os hotéis, por exemplo, descobriram que seus clientes respondem satisfatoriamente ao serem cumprimentados pelos seus nomes. O grau de personalização permitido na prestação de serviços, por menor que ele seja, pode ser percebido como mais personalizado. Preço: competir em preço não é tão eficaz em serviços quando em produtos, pela dificuldade de comparar os custos dos serviços de forma objetiva. Pode ser fácil comparar custos no atendimento de serviços rotineiros, tais como troca de óleo, mas, em serviços profissionais, a competição em preço pode ser considerada contraproducente porque, muitas vezes, é vista como uma substituta da qualidade. Qualidade: a qualidade dos serviços é uma função da relação entre as expectativas prévias dos clientes e as suas percepções durante e após a respectiva prestação. Ao contrário da qualidade de um produto, a qualidade de um serviço é julgada pelo processo de atendimento e pelos resultados. Reputação: A incertezana escolha de um prestador de serviços é muitas vezes resolvida em conversas com outras pessoas a respeito de suas experiências antes da decisão ser tomada. Ao contrário do que ocorre com um produto, uma má experiência com um serviço não pode ser devolvida ou 41 trocada por um modelo diferente. A propaganda “boca-a-boca” positiva é a forma de publicidade mais eficaz. Rapidez: Para serviços de emergência, tais como combate a incêndios e proteção policial, o tempo de resposta é o principal critério de desempenho. Em outros serviços, a espera pode ser compensada pela recepção de serviços mais personalizados, bem como por taxas reduzidas. (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000). 42 5 LEAN MANUFACTURING O Lean Manufacturing é chamado também de filosofia que busca eliminar desperdícios, melhorando a produção de forma a atender as necessidades do cliente ao menor prazo possível, na mais alta qualidade e o mais baixo custo, aumentando a eficiência e a eficácia, eliminando os principais problemas industriais como; a superprodução, gargalos, ou inventários desnecessários, isto é, excluir totalmente o que não tem valor para o cliente e imprimir velocidade à empresa. A filosofia visa à redução de sete tipos de desperdícios que segundo Taiichi Ohno são, defeitos, excesso de produção de mercadorias desnecessárias, estoques de mercadorias à espera de processamento ou consumo, processamento desnecessário, movimento desnecessário, transporte desnecessário e espera. O conceito deste se revelou pelo mundo e várias são as definições desta filosofia, conforme apresentadas abaixo: A eliminação de desperdícios e elementos desnecessários a fim de reduzir custos; a ideia básica é produzir apenas o necessário, no momento necessário e na quantidade requerida (OHNO, 1997). A busca de uma tecnologia de produção que utilize a menor quantidade de equipamentos e mão de obra para produzir bens sem defeitos no menor tempo possível, com o mínimo de unidades intermediárias, entendendo como desperdício todo e qualquer elemento que não contribua para o atendimento da qualidade, preço ou prazo requeridos pelo cliente. Eliminar todo desperdício através de esforços concentrados da administração, pesquisa e desenvolvimento, produção, distribuição e todos os departamentos da companhia (SHINOHARA, 1988). Há de conferir o máximo número de funções e responsabilidades a todos os trabalhadores que adicionam valor ao produto na linha, e a adotar um sistema de tratamento de defeitos imediatamente acionado a cada problema identificado, capaz de alcançar a sua causa raiz (WOMACK,1992). 43 A produção enxuta estabelece a vantagem da produção artesanal, evitando o alto custo, com a produção em massa, evitando a inflexibilidade. Para atingir esses objetivos de produção, a gerência reúne equipes de trabalhadores com várias competências em cada nível da organização, para trabalharem ao lado de máquinas, produzindo grandes quantidades de bens com variedades de escolha. A produção é enxuta porque usa menos de tudo se comparada com a produção em massa, menos esforço humano na fábrica, espaço físico menor, menor investimento em equipamentos. Algumas ferramentas são usadas para colocar em prática os princípios do LeanThinking como; Kaizen, Gestão visual, PDCA, Os 5S e o Lead Time. Masaaki Imai, afirma que as pessoas podem melhorar continuamente no desenvolvimento de suas atividades. Ainda conforme o autor, o trabalho coletivo deve prevalecer sobre o individual; o ser humano é visto como um dos bens mais valiosos de uma organização, e que deve ser incentivado a direcionar seu trabalho para as metas compartilhadas da empresa. (WOMACK,1992).” Ainda conforme, Masaaki Imai, todos os colaboradores devem estar envolvidos, de gestores do topo até pessoal de base. Acredita-se que o esforço principal de melhoria deve vir de uma nova mentalidade e de um estilo de trabalho diferente por parte das pessoas, é baseado em uma estratégia barata; sem investimentos significativos, sem a necessidade de se aplicar somas astronômicas em tecnologias e consultores. Pode ser aplicado em qualquer lugar e não somente dentro da cultura japonesa. Apoia-se no princípio de uma gestão visual, de total transparência de procedimentos, processos e valores, tornando os problemas e os desperdícios visíveis aos olhos de todos. A Gestão Visual busca mostrar informação devida em locais apropriados, com o objetivo de melhorar a eficiência do processo, garantir a correta execução, ou distribuir a informação de forma mais efetiva, que pode ser feito, por exemplo, meio de painéis de produção semanal, com problemas detectados, ações, datas, responsáveis pela execução, indicadores de qualidade, com os objetivos da organização e seus resultados, e ou por editais com os valores, a missão e a visão da empresa, entre outros. 44 Todo processo de uma empresa é formado por várias ações que por meio dos recursos oferecidos pela instituição se transformam em produtos ou serviços para os clientes, com a utilização do PDCA, cada processo realizado origina-se em um novo processo até que o produto ou serviço chegue ao cliente. Com isso, o ciclo está constantemente se renovando e melhorando, pois cada etapa do processo é analisada. O método PDCA, que significa Plan, Do, Check, Action (Planejar, Fazer, Verificar e Agir), foi criado por Walter A. Shewart, na década de 20, com o objetivo de garantir que a empresa organizasse seus processos, não importando a sua natureza. Quando William Edward Deming, especialista em gestão de qualidade, espalhou o conceito pelo mundo, o ciclo PDCA ficou conhecido também como ‘Ciclo Deming’. Com esse ciclo cada processo da empresa passa por quatro fases; Primeira: Planejar, nesta fase são definidos os objetivos de cada processo até chegar ao produto serviço finais requeridos pelo cliente, levando em consideração a política da empresa Baseado nesta política, o planejamento deve ser composto pelos seguintes passos: • Identificação do Problema • Estabelecimento de Metas • Análise do Fenômeno • Análise do Processo • Plano de Ação Segunda: Fazer, quando o plano será executado, assim os indivíduos que participarem da implantação do ciclo PDCA deverão realizar treinamentos de acordo com o método. Cada processo é realizado, conforme aquilo que foi definido na primeira fase. Assim são coletados dados para uma análise posterior. Terceira: Checar, os processos são analisados através de ferramentas próprias, para verificar se cada processo cumpre aquilo que foi proposto no 45 planejamento. É nessa fase que poderão ser encontrados erros ou falhas no processo. Quarta: Agir, de acordo com o resultado na etapa ‘checar’, serão observados as falhas nos processos e se os objetivos foram atingidos, caso não forem, estes devem ser melhorados e as etapas se reiniciam. Os 5S, Seu nome provém de palavras que, em Japonês, começam com a letra “S”: Seiri(Senso de Utilização), Seiton(Senso de Organização), Seiso(Senso de Limpeza), Seiketsu(Senso de Saúde e Segurança), S hitsuke(Senso de Auto-disciplina), que colocam-se em prática por; Seiri = Saber diferenciar o útil do inútil, somente a quantidade certa deve estar disponível e ainda diferenciar o que tem uso diário do que tem uso esporádico. Seiton = Uitilizar a forma mais adequada de organização, de modo que todos os objetos possam ser encontrados, retirados e recolocados em seus devidos lugares, cada coisa deve estar em seu lugar, cada coisa tem que ter seu único e exclusivo lugar. Seiso = Manter sempre limpo todo o ambiente de trabalho, o que está visívele o que não está, além dos locais de fácil e difícil acesso, e também ajudar a conservar limpos os locais de uso comum sem deixar de estar atento às normas de segurança ao executar as atividades. Seiketsu = Cuidar da própria saúde, manter higiene pessoal, hábitos saudáveis e eliminar os prejudiciais. Respeitar as regras de segurança, zelando pela sua segurança e do outro. Shitsuke = Empenhar-se na busca da satisfação dos 4 itens anteriores, sempre Obedecer os regulamentos da empresa, trabalhando em equipe, respeitando os outros colaboradores e suas opiniões, buscando assim a melhoria constantemente. Criar rotina das melhorias alcançadas e zelar pelo ambiente de trabalho. 46 Um termo bastante usado e de suma importância é o Lead time, ferramenta importantíssima para execução da filosofia Lean. Entende-se por lead time um intervalo de tempo compreendido entre o início e o término de uma atividade. Como já mencionado na filosofia Lean, todas as informações são processadas, conhecendo assim as necessidades dos clientes, da empresa e também dos fornecedores. No processamento dessas informações, um dos dados relevantes é o lead time. O lead time é um componente do planejamento e constitui-se em uma informação primordial no processo de atendimento ao cliente. O tempo, é um dos fatores de maior relevância, pois é determinante na elaboração do custo. No mercado competitivo, ser mais rápido é o que todos buscam. A área comercial, por exemplo, precisa saber quando o cliente necessita ser atendido; conhecer o lead time de fabricação para com precisão determinar o prazo de atendimento que satisfaça a necessidade do cliente e o lead time de suprimento dos fornecedores para praticar o just in time. Já na área de Compras, as pessoas envolvidas nos processos devem saber claramente qual é o intervalo de tempo para comprar os materiais necessários para a sua produção, desde a emissão do pedido até realmente o material estar a sua disposição para uso. (WOMACK,1992).” Na produção, o lead time é o intervalo de tempo necessário para que o material passe pela fabricação, do primeiro até o último processo e estar pronto para outra etapa. Ou ainda, o lead time de entrega, intervalo de tempo necessário desde o momento que o cliente adquiriu a mercadoria até realmente tê-las em mãos. E assim por diante. O conhecimento do lead time, garante que a empresa seja mais rápida e alcance estabilidade nos processos e consiga introduzir o trabalho padronizado (TP), em busca da excelência. A Produção Enxuta surgiu como um sistema de manufatura cujo foco é otimizar os processos e procedimentos através da redução contínua de desperdícios, como, por exemplo, excesso de inventário entre as estações de trabalho, bem com o tempos de espera elevados. Seus objetivos fundamentais são: Otimização e a Integração do sistema de manufatura: é preciso integrar todas as partes do sistema de manufatura, buscando sempre a otimização do sistema como um todo. Qualquer processo ou atividade que não agrega valor 47 envolvido no processo produtivo, seja educado e treinado para aceitar a responsabilidade do produto, é desperdício e precisa ser eliminado. A integração e otimização de um sistema de manufatura é um processo contínuo de redução do número de etapas estanques, necessárias para completar um processo em particular; Qualidade: o sistema puxado precisa e exige um ambiente produtivo que forneça produtos com qualidade. Cada processo de produção deve passar produtos com qualidade para a etapa seguinte, ou seja, a qualidade deve ser assegurada ao longo de todo o processo. A Manufatura Enxuta exige que cada pessoa dar-se pelo nível de qualidade do seu trabalho; Flexibilidade do processo: é minimizar os fatores de restrição na produção. Ser flexível é a capacidade de obter materiais rapidamente e de preparar um processo de produção em curto espaço de tempo e a custo mínimo, ou seja, é ser capaz de suportar variações na demanda; Produção de acordo com a demanda: A empresa tem que organizar sua produção de acordo com os pedidos dos clientes, pois são eles a razão de ser de uma empresa. Não faz sentido produzir o que os clientes não querem. Manter o compromisso com clientes e fornecedores: manter os compromissos é o elo final que permite que as empresas fabricantes individuais se juntem em um processo industrial contínuo. Os fornecedores, clientes e funcionários precisam de uma posição clara da alta administração de que a empresa pretende permanecer competitiva no mercado. Planejar para manter os compromissos é um processo de determinar as etapas necessárias para atender aos planos de entrega, níveis de qualidade e margens de lucro; Redução do custo de produção: é o objetivo mais evidente e factível com a implementação da Manufatura Enxuta, que declara “guerra” ao desperdício e busca de forma determinada e contínua a redução dos custos do processo de manufatura como um todo. Todos os objetivos acima foram estabelecidos visando ampliar a capacidade de produção de uma empresa para que ela possa competir neste cenário globalizado. As metas colocadas pela Produção Enxuta em relação aos vários problemas de produção são: zero defeitos; tempo zero de preparação (setup); estoque zero; movimentação zero; quebra 48 zero lote unitário (uma peça) e lead time zero. Dessa forma, a essência do Sistema Toyota de Produção é a busca incessante da eliminação de toda e qualquer perda. Na Toyota se conhece esse princípio como “princípio do não- custo”. Pela lógica tradicional, o preço era estabelecido pela empresa em que se somava o custo de produção ao lucro estimado (Preço = Custo + Lucro). Entretanto, com a concorrência cada vez mais acirrada e os consumidores cada vez mais exigentes, o preço passa a ser determinado pelo mercado (Preço –Custo = Lucro). Analisando a segunda fórmula, chega-se a conclusão que a única maneira de se aumentar ou manter o lucro é reduzindo-se os custos. Para eliminação destes desperdícios e alcance das metas estabelecidas a Produção Enxuta lança mão de um conjunto de técnicas e ferramentas como o Layout Celular, o Kanban, o Mapa do Fluxo de Valor (VSM - Value Stream Mapping), dentre outras. De acordo com o Lean Institute Brasil, nos últimos anos, o número de empresas praticantes do Lean Manufacturig vem aumentando significativamente em todos os setores industriais e de serviços. No entanto, a adoção do Lean Manufacturing representa um processo de mudança de cultura da organização e, o que não é algo fácil de ser alcançado. O fato de a empresa utilizar ferramentas Lean não significa, necessariamente, que foi obtido pleno sucesso na implementação do Lean Manufacturing. 5.1 As Origens do Lean O conceito do lean manufacturing, ou Sistema Toyota de Produção (também conhecido como Produção Just-in-Time), surgiu do sistema Toyota Sakichi Toyoda (1867-1930), fundado na Toyoda Teares (Toyoda Automatic Loom), inicio , em 1924, o primeiro tear automatizado em que, além de fazer as trocas automaticamente, também parava a produção, caso o fio arrebentasse. Esse é o conceito jidoka (capacidade do equipamento parar e sinalizar em caso de problema), que é um dos pilares do Sistema Toyota de Produção. (WOMACK,1992 49 6 A EMPRESA A thyssenKrupp Elevadores é uma empresa do Grupo thyssenkrupp, holding com sede na Alemanha. O Grupo é um dos líderes mundiais no segmento de elevadores. Sua produção é descentralizada com fábricas na Europa, Ásia e América. 6.1 Thyssenkrupp Elevadores ThyssenKrupp Elevadores foi fundada em 4 de fevereiro de 1945, na cidade de Porto Alegre (RS), pelo Sr. Danilo Lopes. Chama-se Nogueira Lopes Cia Ltda. e era dedicado à fabricação de relógios-ponto. Após três anos, a companhia passoua representar a Elevadores Bandeirantes de São Paulo, iniciando suas atividades na área. Em 1964 assumiu a denominação de Elevadores Sur S/A Indústria e Comércio. Um ano depois, com o aumento da produção, transferiu-se para Guaíba (RS). Entre 1974 e 1977, a empresa esteve associada à Fujitec Company Ltda., fabricante japonesa de elevadores. Esse período foi marcado por grande evolução tecnológica. A partir de 1977, a organização passou a ter representatividade nacional com abertura de filiais nas principais capitais do país, aumentando sua atuação na área de assistência técnica. Em 1999 a companhia foi adquirida pelo grupo. Em setembro de 1999, a companhia foi adquirida pelo grupo alemão Thyssenkrupp e recebeu o nome de Thyssen Sûr Elevadores e Tecnologia. No inicio de 2002, a empresa passou a chamar-se ThyssenKrupp Elevadores S/A, fazendo parte do grupo Thyssenkrupp AG, multinacional alemã que atua em mais de 80 países com negócios nas áreas de Aço, Bens de Capital e Serviços, distribuídos em cinco segmentos de atuação: aço, aço inox, tecnologias, elevadores e serviços. Figura 1 - Fluxo de contratação (ThyssenKrupp (2017) Solicitação de serviço Analise / fabricação Prestação do serviço 50 6.1.1 Thyssenkrupp Jabaquara A Thyssenkrup em São Paulo é divida em unidades estrategicamente posicionadas das regiões da grande metrópole; Tatuapé, Barra Funda, Norte, Santo Amaro, Jabaquara, além das, Unidade Vip (Atende clientes que necessitam de amparo em tempo integral) e Unidade Especiais (Atende órgãos públicos). A unidade Jabaquara é responsável por 2000 equipamentos na Zona Sul da Cidade, atendidos por quatro equipes sub alocadas por proximidade para responder por em média 500 desses equipamentos. Cada equipe é constituída por um gestor, um consultor de serviços, um consultor técnico, 3 técnicos de manutenção corretiva, 6 técnicos de manutenção preventiva e um plantonista noturno designado para fazer a atendimento de emergência de todos os equipamentos da unidade . Conforme é possível verificar no anexo (Thyssenkrupp, 2016 ) 6.2 Lei regulamentadora em São Paulo A manutenção preventiva de elevadores, bem como a corretiva, dar-se-ão não apenas por interesse do cliente ou da prestadora de serviços mas por exigências regulamentadas e conferidas por lei, conforme decretou em sessão de 26 de agosto de 1987, o então Prefeito do Município de São Paulo, Jânio Quadros. A lei 10.348, de 4 de setembro de 1987, estabelece normas de instalação e conservação dos elevadores assim como de outros aparelhos de transporte, como escadas rolantes, elevadores de carga ou planos inclinados. Logo todos os elevadores da cidade são fiscalizados pela Prefeitura Municipal de São Paulo. Para instalação, é necessário alvará expedido pela Prefeitura Municipal de São Paulo que fornece uma chapa de identificação que deve ser afixada em local visível como prova do registro do aparelho. A lei exige da empresa conservadora, certificado de registro da Prefeitura Municipal de São Paulo de acordo com o decreto 33.948, a existência de plantão 24 horas, muito importante para o caso de ocorrências inesperadas, tais como pessoas reclusas no interior dos elevadores. A lei obriga, ainda, a 51 manutenção periódica mensal, devendo ser substituídos pelas empresas, sob sua responsabilidade, componentes originais ou equivalentes, apresentando certificado de qualidade. A empresa que faz a manutenção dos elevadores é obrigada ainda a apresentar anualmente ao CONTRU (Departamento de Controle de Uso de Imóveis), o Relatório de Inspeção Anual (RIA) nos termos do parágrafo único do artigo 9º da lei 10.348, de 4 de setembro de 1987 e artigo 3º - ítem 4 e artigo 6º, parágrafo único da lei 12.751, de 4 de novembro de 1998. O não cumprimento da lei sujeitará a empresa conservadora à multa estabelecida no inciso VI do artigo 14 da lei 10.348/87 para cada elevador, e até perda de concessão para exercício da atividade. 52 7 ESTUDO DE CASO Em meio a um cenário cada vez mais competitivo, a eficiência e qualidade na prestação de serviços é o que mantém a sobrevivência das empresas no mercado. O foco no atendimento cada vez mais próximo a perfeição é o objetivo, mas nem sempre alcançado pela maioria das empresas que ao tentar agradar o cliente, não consegue enxergar o que realmente agrega valor ao serviço prestado. Um estudo feito pela thyssenKrupp elevadores em São Paulo mostrou que 60% dos seus clientes estavam insatisfeitos o processo de manutenção. Sendo que 26% dessa insatisfação é com o TAC (Tempo de Atendimento ao Cliente), que é de no máximo 2 horas, 20% com a qualidade do serviço prestado e 14% com o tempo de resolução dos problemas, conforme o gráfico; Figura 2 - Análise de satisfação do cliente (Thyssenkrupp,2016). A partir desses dados foi feita uma analise dos processos de manutenção preventiva e corretiva, e foi possível notar falhas durante a execução do serviço, principalmente na manutenção preventiva, que quando mal executada gera chamados excessivos baixando a qualidade do serviço, uma vez que o número de chamados sai do controle o tempo de atendimento aumenta, pois a capacidade produtiva de cada técnico da corretiva é de 8 à 10 chamados por dia, com essa quantidade de chamados para cada técnico, é possível atender o JUL/2016 SATISFEITOS TAC QUALIDADE TEMPO DE RESOLUÇÃO 53 cliente dentro do TAC, porém, esse número aumenta quando a manutenção preventiva não é bem executada, o que gera diversos defeitos. O diagrama de pareto mostra variações entre os defeitos mais recorrentes, cerca de 60% dos chamados são provenientes de defeitos relacionadas a porta de cabina e pavimentos, defeitos esses que poderiam ter sido evitados com uma manutenção preventiva eficiente; Figura 3 - Variações entre defeitos (Thyssenkrupp,2016) A falta de padronização e de treinamento para execução de algumas atividades básicas como, limpeza, ajuste e lubrificação de partes move são também, alguns dos problemas detectados na manutenção preventiva. Sem a devida orientação de como ou quando realizar determinadas tarefas, o técnico pode acabar optando por fazer serviços desnecessários como, por exemplo, a lubrificação e ajuste de freio que é feito a cada 6 meses e leva em média 2 horas para ser executada, no caso dela ter sido realizada há 4 meses, o tempo de execução na tarefa repetida poderia ter sido investido em outro serviço, evitando atrasos e novos chamados. Como, cada técnico de manutenção preventiva tem cerca de 100 O.S. (Ordem de serviço) para ser executada no mês, se o técnico utiliza o mesmo tempo previsto na manutenção realizando 54 uma tarefa necessária, e em uma tarefa desnecessária acaba por cometer atrasos, dessa forma alguns clientes acabam não sendo atendidos dentro do prazo estipulado de 30 dias. Na tentativa de evitar esses atrasos e atender suas O.S. do mês ou semana e garantir que o cliente seja atendido, o técnico preventivo diminui o tempo de execução das manutenções posteriores o que gera baixa qualidade e aumenta a incapacidade produtiva do técnico corretivo de atender chamados. A manutenção corretiva é muito importante para a satisfação do cliente, nela é possível notar a qualidade e agilidade do serviço prestado, obviamente o cliente espera que seu equipamento nunca pare, mas se isso ocorrer ele tem expectativa de ser atendido no menor tempo possível, porém com manutenção preventiva mal executada, fora do prazo de atendimento, chamados excessivos, técnicos de corretiva que não conseguem atender o TAC
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