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Difusão e transporte dos gases ▪ DEFINIÇÃO: As trocas gasosas no organismo ocorrem por meio do fluxo de gases, do fluxo de soluções de gases e da difusão gasosa através dos tecidos. Para tornar mais fácil o aprendizado da importância dessa difusão, é necessário antes rever algumas propriedades físicas dos gases e das soluções de gases no sangue. ▪ FATORES QUE AFETAM A DIFUSÃO DOS GASES A DIFUSÃO DOS GASES Pode ser modificada quando há alterações na área de superfície alveolar, nas propriedades físicas da membrana ou na oferta dos gases. Nesse contexto, a capacidade de difusão cresce com a elevação do volume pulmonar, sendo máxima na capacidade pulmonar total. Entretanto, somente os alvéolos que são adequadamente ventilados e perfundidos contribuirão para a troca gasosa. A postura também influencia a difusão dos gases, e indivíduos em decúbito dorsal têm maior capacidade de difusão que aqueles em posição sentada. Tal fato provavelmente decorre do aumento do fluxo sanguíneo e de uma distribuição mais uniforme da perfusão pulmonar quando em decúbito dorsal. A área total da superfície alveolar pode apresentarse diminuída em situações como enfisema pulmonar, em que existe significativa queda no número de alvéolos por destruição do septo alveolar. Consequentemente, menor será a capacidade de difusão. Qualquer situação patológica na qual haja espessamento da barreira alveolocapilar reduz a difusão de gases. Pacientes idosos, mulheres e tabagistas também apresentam menor capacidade de difusão. ▪ TRANSPORTE DE GASES NO SANGUE. 1. Oxigênio Oxigênio dissolvido: Quando o oxigênio se difunde dos alvéolos para o sangue, quase todo ele vai penetrar nas hemácias, onde se combina à hemoglobina. Apenas uma pequena porção permanece no plasma e no líquido intracelular eritrocitário, além de ser transportada para os tecidos em solução simples. Este é o denominado oxigênio dissolvido, também dito oxigênio em solução física. Este modo de transporte obedece à lei de Henry, antes descrita. Assim sendo, a quantidade de oxigênio dissolvido é diretamente proporcional à sua pressão parcial no sangue. Para cada mmHg de PO2 , há 0,003 mℓ de O2 /100 mℓ de sangue (frequentemente expresso como 0,003 vol%). Logo, no sangue arterial normal (considerandose a PO2 igual a 100 mmHg) existe somente 0,3 vol% de oxigênio dissolvido. Quando um indivíduo hígido respira O2 puro ao nível do mar, a PO2 elevase para um máximo teórico de 673 mmHg, a PO2 arterial excede 600 mmHg e seu O2 dissolvido se aproxima de 2 vol%. Por outro lado, as câmaras hiperbáricas aumentam a pressão total para valores muitas vezes acima da pressão atmosférica. Por conseguinte, durante a oxigenação hiperbárica a concentração de O2 dissolvido aumenta proporcionalmente de acordo com a lei de Henry e passa, assim, a representar uma significativa fração da quantidade total de O2 transportado no sangue. Alguém que respirasse oxigênio puro sob pressão de três atmosferas teria uma PO2 alveolar de cerca de 2.000 mmHg, e seu sangue arterial conteria aproximadamente 6 vol% de O2 dissolvido. O oxigênio em altas concentrações é, todavia, extremamente tóxico, podendo levar à morte. Consequentemente, a administração de O2 deve sempre ser feita sob criteriosa supervisão médica. Oxigênio combinado com a hemoglobina :A quantidade de O2 dissolvida não é, entretanto, suficiente para manter funcionante o organismo de um indivíduo normal. No repouso, mais de 95% do oxigênio fornecido aos tecidos são transportados em associação com a hemoglobina, e este valor ultrapassa 99% durante exercício físico. Cerca de um terço do volume da hemácia corresponde à hemoglobina. A porção polipeptídica da molécula da hemoglobina normal do adulto (HbA) é composta por quatro cadeias de aminoácidos: duas cadeias alfa (cada uma constituída por 141 resíduos de aminoácidos) e duas beta (cada uma formada por 146 resíduos de aminoácidos). A sequência desses aminoácidos é extremamente importante para determinar as propriedades da hemoglobina. Assim, a hemoglobina fetal (HbF) é formada por duas cadeias alfa e duas gama, além de apresentar uma afinidade muito maior pelo oxigênio, em relação à HbA. Um outro exemplo pode ser dado pelas hemoglobinas anormais. Atualmente, já são conhecidas mais de 30 hemoglobinas anormais, que chegam a diferir da HbA por apenas um único aminoácido na cadeia alfa ou beta. A mais conhecida é a HbS, presente nos pacientes portadores de anemia falciforme, um distúrbio de origem genética. A doença recebeu esse nome porque a hemácia adquire a forma de foice quando a hemoglobina se desoxigena e, anormalmente, se cristaliza. 2. Dióxido de carbono : Uma vez que o organismo humano produz em média 200 mℓ de CO2 por minuto, este gás precisa ser eliminado das células produtoras para o exterior do organismo. A captação de CO2 criado pelas células e seu transporte até o pulmão, onde é liberado para o gás alveolar e daí para o meio ambiente, são feitos pelo sangue. Naturalmente, a PCO2 é maior nas células ativas que no sangue a fluir pelos capilares. Por conseguinte, ele se difunde dessas células para o plasma. O dióxido de carbono é transportado no sangue como: (1) CO2 dissolvido; (2) íons bicarbonato (HCO3 – ); (3) carbaminohemoglobina e outros compostos carbamínicos; (4) quantidades diminutas de ácido carbônico (H2CO3) e íons carbonato (CO3 2– ); Quando se analisa o sangue para determinar seu teor total de CO2 , estão incluídas todas essas formas moleculares.
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