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As reformas na Eitiopia

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3
  
 As Reformas na Etiópia
 Licenciatura em Ensino de História
 
 
 
  Aventina Romão Manuel Cumbe
 
 
Extensão de Massinga
2021
 
FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS
As Reformas na Etiópia
Trabalho História de África do Século XVI a XVIII a ser apresentado ao Docente da cadeira na Faculdade de Letras e Ciências Sociais, no curso de História, para efeitos de avaliação
Docente: Professor Doutor Hipólito Sengulane 
Aventina Romão Manuel Cumbe 
Extensão de Massinga
2021
Índice 
1.Introdução	4
1.1.Objectivos	4
1.1.1.Geral	4
1.1.2.Específicos	4
1.2.Metodologia	4
2.As Reformas na Etiópia	5
2.1.Economia Etíope	6
2.2.Conflitos sociopolíticos e culturais	6
2.3.As reformas de Haile Selassie	10
2.3.1.Primeira modernização	11
2.3.1.1.Abolição da escravatura	12
2.3.2.Segunda modernização	13
2.4.Impacto sociopolítico das Reformas Etíopes	13
3.Conclusão	15
4.Referências Bibliográficas	16
1.Introdução
O presente trabalho tem como tema: As Reformas na Etiópia. Por mais de dois mil anos, a civilização da Etiópia manteve suas peculiaridades culturais frente á pressão de outros países. A unidade cultural do país, no entanto, sobrevive a um autêntico mosaico de línguas, raças e regiões, que contribuiu para agravar os choques armados entre seus habitantes nos últimos anos do século XX.
A Etiópia localiza-se no leste do continente africano, na região conhecida como chifre da África Ocupa uma superfície de 1.133.882km2 e limita-se a oeste com o Sudão, ao sul com o Quénia e a leste com a Somália e o Djibuti. Ao norte, o país é banhado pelo mar Vermelho, onde há cerca de 150 ilhas etíopes. A capital é Adis Abeba. O território da Etiópia é formado por rochas muito antigas, que datam da era pré-cambriana (entre 570 milhões e 4,6 bilhões de anos atrás), sobre as quais se depositaram sucessivamente materiais provenientes de vulcões. A maior parte desses vulcões se encontra extinta, embora alguns ainda manifestam actividade, o que se detecta pela existência de fontes termais.
1.1.Objectivos 
1.1.1.Geral 
· Contextualizar sobre as reformas na Etiópia
1.1.2.Específicos 
· Descrever o histórico sociopolítico dos etíopes;
· Descrever as principais reformas etíopes;
· Mencionar o impacto sociopolítico das reformas na Etiópia.
1.2.Metodologia
Para elaboração do presente trabalho recorreu-se a leitura de várias obras científicas que se encontram citadas e listadas na bibliografia do trabalho. 
2.As Reformas na Etiópia
Não há na Etiópia um tipo racial único, pois sua população resulta de uma mescla de grupos de diversas origens, distintos entre si no tocante língua, à religião e à cultura. O grupo mais numeroso é o dos Amhara, seguido pelo Gala, Tigré, Afar, Somali e Agau. As línguas também são múltiplas - nilético, tigré, somali, árabe - embora a língua oficial seja o amárico. Fala-se também Inglês e Italiano.
Nas décadas de 1970 e 1980, a Etiópia apresentou elevada taxa de natalidade, embora o crescimento da população tenha sido freado pelos altos índices de mortalidade, um dos maiores do mundo. Esses factores determinam uma população muito jovem. A esse facto se somou a emigração de grandes contingentes da população etíope para o Djibuti, entre meados da década de 1970 e o princípio da década de 1980, devido aos constantes conflitos internos. Durante esse período, a Etiópia era o terceiro país africano em número de habitantes. A população etíope é eminentemente rural, habita sobretudo os planaltos e se dedica às actividades agrícolas. Um importante segmento ocupa-se da pecuária e tem vida nómade (CARDOSO, 2012).
Fonte: MYWEB. Maps Page on Ethiopia. Disponível em: <http://myweb.unomaha.edu/-tdoerr/geog3000/maps.htm>. Acesso em 06 Jul. 2021.
2.1.Economia Etíope 
A economia etíope é eminentemente agrícola e, embora centralizada e planificada, se encontra entre as mais atrasadas do mundo. Como ocorre com a maior parte dos países africanos, a Etiópia tem no subdesenvolvimento e na fome seus grandes problemas. As condições naturais são favoráveis à agricultura, mas as técnicas agrícolas são arcaicas e a produção, consequentemente, se limita ao nível de subsistência. Os principais produtos agrícolas são cereais, principalmente trigo, milho, sorgo, cevada e o teff (Eragrostis abyssinica), cereal nativo que constitui a base da alimentação no país. Cultivam-se também café, importante produto de exportação, e cana-de-açúcar.
Os camponeses foram reunidos em cooperativas e granjas do estado, mas essas medidas oficiais destinadas a melhorar a produção agrícola tiveram pouco êxito. A pesca, a pecuária e as actividades extractivas também apresentam problemas relacionados com métodos rudimentares de produção. A Etiópia dispõe de recursos minerais como ouro, platina, tungsténio e cobre, mas seu aproveitamento é precário devido à ausência de infra-estrutura adequada para a extracção. O sector industrial - alimentos, couro, calçados, produtos têxteis, metalúrgicos e químicos - é Incipiente. O governo procurou incentivar o turismo com a melhoria dos parques nacionais e da infra-estrutura hoteleira. Além do café, os produtos de exportação mais importantes são o couro e os legumes. A Etiópia importa petróleo, maquinaria, motores, produtos químicos e alimentícios. Seus principais fornecedores são os Estados Unidos, Itália, Alemanha e Japão.
2.2.Conflitos sociopolíticos e culturais 
Os constantes conflitos internos ocorridos durante o século XX abalaram a já frágil estrutura económica da Etiópia. No principio da década de 1990, agravaram-se as dificuldades económicas com a queda nas exportações e o aumento dos gastos militares. A acidentada topografia do país cria obstáculos à construção de rodovias e estradas de ferro, o que encarece os transportes. efetuados em grande parte por via aérea. História. Os primeiros habitantes da Etiópia tenham sido os cushitas, povo hamito-semítico ao qual se uniram diversas tribos procedentes da Arábia. A história antiga da Etiópia tem estreita ligação com a do Egipto, pois os dois países mantiveram intenso intercâmbio comercial. Há registos dessa relação em textos egípcios, que mencionam a antiga civilização etíope e chamam seus habitantes de habashat, origem do vocábulo Abissínia, nome pelo qual o país foi conhecido no passado (CHAZAN, 1992).
No século II da era cristã instaurou-se o reino de Aksum, o que foi possível pelo progressivo domínio das tribos semitas, procedentes do sul da Arábia, sobre as tribos autóctones. Segundo a lenda, o reino aksmita remontaria a um estado anterior, fundado por Menelik I, filho do rei Salomão e da rainha de Sabá. Distinguem-se duas etapas na história desse reino: o período hebreu, caracterizado pelo apogeu económico e cultural, e o penado cristão, com início no século 1V, quando são Frumêncio, enviado do patriarca de Alexandria, empreendeu a evangelização do país que ficou assim unido à Igreja Copta do Egipto.
O reino de Aksum prosperou até o século IX, quando entrou em decadência. No século XI, o poder passou à dinastia Zague, que durou até século XIII, quando Yekuno Amlak, suposto descendente do rei Salomão e da rainha de Sabá, restaurou a dinastia de Aksum.
No período das cruzadas, disseminou-se entre os europeus a lenda de um grande reino cristão na África e muitos portugueses partiram em busca da figura legendária do preste João. Em 1520, chegaram ao reino da Etiópia e posteriormente ajudaram os etíopes a repelir urna invasão muçulmana. Com os portugueses vieram também os jesuítas, que tentaram converter todo o reino á fé católica e quase tiveram êxito.
 O imperador Sussênio estava disposto a se converter, mas as exigências dos jesuítas e o descontentamento da população, arraigada à antiga fé, forçaram o monarca a abdicar em 1632. Os missionários católicos leram expulsos e a capital do império transferiu-se para Gondar.
Nos séculos seguintes instaurou-se na Etiópia um sistema Feudal em que o poder era exercido por grandes senhores, denominadosras[footnoteRef:1]. Nesse período, a influência portuguesa aumentou e os ataques egípcios tornaram-se mais frequentes. Em meados do século XIX, um chefe da guerrilha contra os egípcios, Kassa, se fez proclamar imperador, sob o nome de Teodoro II, recuperou territórios perdidos e restabeleceu a ordem no país. Começava, então, a unificação da Etiópia moderna. Para modernizar seu reino, o imperador estabeleceu relações com os ingleses, mas vários conflitos – incidentes diplomáticos e actividades dos missionários protestantes - levaram a ruptura com o Reino Unido. Em 1867, tropas inglesas invadiram o país e, no ano seguinte, ante a iminência da derrota, o imperador suicidou-se. [1: Ras – substantivo masculino para designar um Chefe Etíope ] 
O turbulento período que sobreveio à morte de Teodoro II durou até 1889, ano em que Menelik II ocupou o trono. O imperador concluiu a unificação territorial, cuidou da modernização do país e fundou uma nova capital em Mis Abeba. Nessa época, os italianos já haviam começado a controlar a Eritréia, mas Menelik II conseguiu detê-los na batalha de Adua em 1896. Em 1906, França, Reino Unido e Itália assinaram um acordo pelo qual dividiam a Etiópia em três zonas de influência económica, embora se respeitasse a integridade do território etíope. Hemiplégico, Menelik II abdicou em 1907 e voltaram as desordens. Morta a imperatriz Zauditu, filha de Menelik, o ras Talan, sobrinho-neto de Menelik, foi coroado imperador em 1930, sob o nome de Hailé Selassié J, que significa “a força da Trindade”.
Em 1931, o imperador proclamou uma constituição que lhe outorgava poder absoluto por direito divino e estabeleceu um parlamento consultivo bicameral. A Itália invadiu a Etiópia em 1935 e ocupou a maior parte do país até 1941, ano em que ocorreu a libertação pelas tropas inglesas e francesas. Hailé Selassié reassumiu o governo e começou então urna fase de reformas políticas e de modernização económica. Em 1952, a Eritréia uniu-se à Etiópia como estado federado, transformado em província do reino em 1962. O imperador manteve seu programa de modernização do país e, em 1955, proclamou nova constituição.
Em 1973 o descontentamento era geral. A existência de vários tocos de conflito na Eritréia e na fronteira com a Somália, o castigo da seca e da fome, a corrupção governamental e a dureza de que lançou mão o imperador para reprimir os conflitos criaram uma situação de frequentes choques políticos. O Exército, que aos poucos aumentara sua influência no governo, destituiu o imperador em 12 de Setembro de 1974. Em 1975, a monarquia foi abolida e proclamou-se a república socialista. A partir desse momento, instaurou-se um Conselho Administrativo Militar Provisório (CAMP), popularmente chamado de Deurg, presidido pelo chefe de estado, general Teten Senti.
O governo adoptou uma ideologia marxista-leninista e, em 1977, Mengistu Hailé Mariam tornou-se chefe de estado.
Uma vez constituído o governo militar, este realizou uma reforma agrária e nacionalizou as empresas, mas logo surgiram complicações, como o descontentamento de chefes provinciais e os conflitos na Eritréia e Ogaden, que provocaram uma sangrenta guerra civil. Diante dos contínuos ataques da Somália, a Etiópia recorreu à ajuda soviética e cubana e assim conseguiu derrotar o país vizinho.
A reforma agrária se apresentou como uma iniciativa imprescindível para o melhoramento social e económico no longo prazo. Entretanto, no curto prazo, resultou em uma diminuição dramática da produção rural. Como aponta Schwab (1985), em 1977, dois anos após a implementação do programa de reforma agrária, o volume total das exportações havia despencado 34,7%, enquanto as exportações de café — principal produto do país — caíram 13%. Além dos problemas domésticos, questões internacionais como a queda do preço das commodities e o choque do petróleo desequilibraram a balança comercial, já que a pauta de exportações era majoritariamente composta por produtos primários.
Em 1990, com a dissolução da União Soviética, Mengistu perdeu seu principal aliado internacional. No ano seguinte, teve de deixar o país em consequência do avanço das forças da Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope (FDRPE).
Um governo provisório assumiu o controlo de todo o país, mas permitiu uma administração autónoma na Eritréia, então dominada pela Frente Popular de Libertação da Eritréia. Em Maio de 1993 a Eritréia tornou-se independente, depois de um plebiscito em que 99,8% dos votantes optaram pela separação.
Instituições políticas. Em 1991, o poder executivo, que no regime de Mengistu era exercido pelo comité central do CAMP, passou a um governo provisório assistido por uma câmara legislativa, o Conselho de Representantes. Meles Zenawi, dirigente da FDRPE, assumiu a presidência da república
A Etiópia se divide em regiões administrativas, que se subdividem em províncias e distritos, Cada região desfruta de certa autonomia, que se deve mais às dificuldades topográficas e de comunicação que a uma verdadeira política descentralizadora.
O predomínio da agricultura de subsistência, o subdesenvolvimento, a precária Infra-estrutura, as exportações pouco diversificadas e a ausência de capital nacional são factores de pauperismo no país. Além do subdesenvolvimento, o flagelo da seca e os permanentes conflitos internos, em particular os movimentos separatistas, e externos, como os que ocorrem na fronteira com a Somália, dizimam e consomem a população etíope (CARDOSO, 2012).
O sistema de saneamento básico é restrito às grandes cidades, apesar dos esforços para melhorar as condições de salubridade das zonas rurais. Um dos grandes problemas enfrentados pelas autoridades sanitárias etíopes é a resistência da população aos modernos métodos de saneamento. As práticas curandeiristas, os parcos hábitos de higiene e a escassez de água potável contribuem para a propagação de doenças tropicais e contagiosas.
O governo criou uma série de serviços sociais para ajudar os desempregados e os mais pobres. Existem nas cidades várias organizações de assistência à mulher, creches e centros comunitários para Jovens delinquentes. Na educação, o principal problema é a elevado taxa de analfabetismo, que persiste apesar das campanhas oficiais, O sistema educativo abrange desde o ensino básico até o universitário, no qual se destaca a Universidade Nacional de Adis Abeba.
Grande parte da população pertence à Igreja Ortodoxo da Etiópia, antes associado é Igreja Copta do Egipto, que professo um cristianismo monofisista (defende o natureza única de Jesus Cristo). Existe, além disso, um grupo importante de muçulmanos e outros menores de animistas, cristãos não-ortodoxos e judeus. Os meios de comunicação, tonto os jornais, cuja publicação se centralizo em Adis Abeba, como a televisão e o ródio, se acham sob controlo do governo. O mais popular deles ê o rádio, que juntamente com a televisão transmite programas em vários idiomas - amárico, inglês, somali e árabe.
A religião cristã nacional dominou historicamente a vida cultural etíope. Tanto na pintura como na literatura abundam os temas religiosos. As línguas dominantes na literatura etíope foram os cães, que continua sendo utilizado na liturgia da igreja, e o amárico, língua tradicional da corte, oficial no país. O governo militar tentou criar condições propícias para o uso de todas as línguas e a prática de hábitos culturais próprios de coda grupo, a fim de fortalecer a unidade nacional e desencorajar o separatismo.
2.3.As reformas de Haile Selassie
Muitas mudanças foram feitas durante o reinado de Haile Selassie em direcção à modernização da Etiópia após sua ascensão como Imperador (Rei dos Reis) em 2 de Novembro de 1930, bem como antes, a partir do momento em que ele efectivamente controlava a Etiópia em 1916 como Plenipotenciário Regente, Ras Tafari. 
2.3.1.Primeira modernização 
Muitos dos detalhes das modernizações feitas antes da invasão fascista durante a Segunda Guerra Ítalo-Etíope estão escritos na autobiografia de Haile Selassie I, My Life and Ethiopia'sProgress Vol. I (escrito em 1938), particularmente no Capítulo 12, "Sobre a melhoria, por decreto e proclamação, da administração interna e sobre os esforços para permitir que a civilização estrangeira entre na Etiópia". Entre os esforços de seu programa, conforme ele os listou no capítulo: 
· Estabelecimento de redes eléctricas nas principais cidades a partir de 1916. Restrição do regime feudal hereditário de nobreza em províncias remotas e substituição de nomeados com base no mérito, a partir de 1917.
· Criação de um colégio militar e do movimento da Associação Escoteira da Etiópia em 1918 Criação de ministérios de gabinete a partir de 1920, com base em modelos europeus Revisão do sistema judicial; nomeação de tribunais especiais para casos envolvendo estrangeiros em 1920; acabar com punições desactualizadas impostas pelo código legal Fetha Nagast de 500 anos, como amputação de mãos por condenação por roubo por Proclamação Imperial em 1921; estabelecimento de um Código Penal moderno em 1930. Como resultado, nas palavras de Haile Selassie, "a justiça agora tomou um caminho que tinha honra." Criação de impressoras de 1921.
· Taxa de juros máxima legal fixada em 9% em 1921; usurários cobraram até 30%. Introdução generalizada de carros, motocicletas, caminhões e bicicletas a partir de 1922 Estabelecimento de hospitais modernos nas principais cidades a partir de 1922;
· Estabelecimento de escolas de línguas estrangeiras nas principais cidades a partir de 1924 Estabelecimento de um sistema de estradas com manutenção adequada ligando as cidades por volta de 1925 Introdução de um hino nacional (o Marche Tafari ) em 1927 Criação do Banco Nacional da Etiópia em 1927 Introdução de aviões em 1927 Estabelecimento de embaixadas e consulados etíopes em países estrangeiros a partir de 1928 Nomeação de cinco Bispos Ortodoxos Etíopes nativos em 1928. 
Os etíopes anteriormente nativos nunca tiveram permissão de se tornar bispos pela Igreja Copta Ortodoxa de Alexandria, mas nas discussões, o Imperador ganhou essa concessão enfatizando que "os crentes em Cristo não são assim por distinção inata, mas em virtude da conduta. " Abolição do lebasha, uma superstição retrógrada em que charlatões viajantes afirmavam ter a capacidade de encontrar um ladrão administrando drogas potentes a um menino e depois acusando de roubo quem quer que o atacasse. "Consequentemente, houve grande alegria em todas as províncias, pois havíamos protegido o povo das iniquidades que caíram sobre eles neste assunto." Estabelecimento da Constituição da Etiópia de 1931, a primeira Constituição moderna da Etiópia Estabelecimento de serviços de telefone e sem fio em toda a Etiópia desde 1931 Criação de uma prisão moderna em 1932.
2.3.1.1.Abolição da escravatura 
A escravidão praticada no que é a moderna Etiópia e Eritreia era essencialmente doméstica. Os escravos serviam, portanto, nas casas de seus senhores ou amantes e não eram empregados de maneira significativa para fins produtivos. Entre os escravos Amhara e Tigray, eram normalmente considerados membros de segunda classe da família de seus proprietários. e foram alimentados, vestidos e protegidos. Eles geralmente vagavam livremente e conduziam os negócios como pessoas livres. Eles tinham total liberdade de religião e cultura (SANTOS, 2011).
 A primeira tentativa de abolir a escravidão na Etiópia foi feita pelo imperador Tewodros II (r. 1855–1868), mas o comércio de escravos não foi abolido completamente até 1923 com a adesão da Etiópia à Liga das Nações. 
A Sociedade Antiescravidão estimou que havia 2 milhões de escravos no início dos anos 1930 de uma população estimada entre 8 e 16 milhões. Ele descreveu em todo o capítulo 14 seus esforços para erradicar a escravidão, que observou ser um costume persistente na Etiópia decorrente de guerras intertribais, onde os escravos capturados dificilmente podiam ser distinguidos na aparência de seus proprietários e às vezes até mesmo se casavam com eles.
 O comércio de escravos já havia sido proibido sem sucesso por seus antecessores Tewodros II, Yohannes IV e Menelik II . A partir de 1924, Haile Selassie I começou a fazer todo o possível para libertar todos os escravos restantes na Etiópia, matriculando muitos deles em programas de educação. Apesar de tudo isso, Haile Selassie afirmou que os agentes de propaganda de Benito Mussolini (Haile Selassie destacou o cônsul italiano em Harar em particular) estavam constantemente transmitindo ao mundo muitos relatos falsos de que a escravidão ainda estava sendo promovida na Etiópia, em uma tentativa de influenciar opinião mundial contra a Etiópia, acusar a Etiópia na Liga das Nações e criar um casus belli pela invasão, genocídio e tentativa de recolonização da Etiópia com os italianos. "Mais uma vez, quando em 1923 (= 1931) uma delegação, enviada pela Sociedade Antiescravidão[footnoteRef:2] Britânica, veio a Addis Abeba, nós os informamos oralmente e por escrito, após muita discussão, que cuidaremos de que dentro daqui a quinze ou, no máximo, vinte anos, todos os escravos seriam libertados e a escravidão seria totalmente eliminada da Etiópia (idem, 2011). [2: Termo utilizado para referir oposição à escravidão ] 
Mas em qualquer país, alguns infractores sempre devem ser esperados, e se alguns homens forem encontrados transgredindo a proclamação que foi promulgada, todos os enviados estrangeiros sabem que os castigamos até com a pena de morte. Portanto, a nossa consciência não nos repreende, pois fizemos incessantemente todo o possível pela libertação dos escravos ”. A instituição da escravidão foi novamente abolida por ordem das forças de ocupação italianas. Em 26 de agosto de 1942, durante a Segunda Modernização, Haile Selassie emitiu uma proclamação proibindo completamente toda a escravidão. 
2.3.2.Segunda modernização
 Após a Segunda Guerra Mundial, Haile Selassie abriu a primeira universidade da Etiópia. A University College of Addis Ababa foi fundada em 1950. Em 1962, foi renomeada para Universidade Haile Selassie I, mas atualmente é conhecida como Universidade de Addis Ababa. 
Em 1955, a Constituição de 1931 da Etiópia foi substituída pela Constituição de 1955 da Etiópia, estendendo o poder do Parlamento. Haile Selassie melhorou os laços diplomáticos com os Estados Unidos, bem como o relacionamento da Etiópia com o resto da África. Ele iniciou a Organização da Unidade Africana em 1963 (CARDOSO, 2012).
2.4.Impacto sociopolítico das Reformas Etíopes
De acordo com SARAIVA (2008), as pequenas reformas modernizantes do governo de Hailé Selassié acabaram contribuindo para a ascensão de novos sectores da sociedade, que começaram a demonstrar descontentamento em relação ao império. Também os militares, principalmente os de baixa patente, perceberam que possuíam peso político no país.
Unidos, esses sectores da sociedade teceram a Revolução Etíope de 1974, evento caracterizado como único no Terceiro Mundo. A sociedade, liderada pelos militares, derrubou o regime absolutista, substituindo-o por um governo de orientação marxista-leninista. Dessa forma, esse evento se assemelha ao da Revolução de 1917, na Rússia, e se distancia de outros casos contemporâneos ao seu, mais voltados aos ideais nacionalistas e anticolonialistas. 
Apesar de ter destruído em definitivo as estruturas feudais e o governo absolutista, a Revolução Etíope inaugurou um período de grande instabilidade, tanto interna quanto externa. Enquanto o governo socialista se consolidava, a luta da Eritreia para separar-se da Etiópia se tornou mais forte, e a região de Ogaden converteu-se no motivo da guerra entre etíopes e somalis. Somando-se a essas questões, a Guerra Fria, a partir da década de 1970, direccionou-se para o Terceiro Mundo. Por conseguinte, os dois blocos influenciaram nas hostilidades da região, fortalecendo as insurgências já existentes, e contribuindo para seu armamento (CLAPHAM, 1992).
Os conflitos regionais e falhas nas reformas implementadas pelo governo acabaram ocasionando o fim do regime socialista, em 1991. Mengistu Haile Mariam,que governou os etíopes durante os dezassete anos de marxismo-leninismo, foi deposto por uma coalizão de movimentos insurgentes. Mesmo após o fim da Guerra Fria e o desengajamento das superpotências na região, permaneceram as tensões entre Etiópia, Eritreia e Somália ao longo das últimas duas décadas. O novo governo instaurado na Etiópia interpretou os problemas domésticos do país como causados pela opressão das etnias. Assim, foi implementado o federalismo étnico, concedendo ampla autonomia aos diferentes grupos. Essa foi a primeira das diversas medidas que buscavam contrapor-se às acções do governo anterior.
3.Conclusão 
Findo trabalho conclui-se que, como Imperador, Haile Selassie deu a milhares de jovens a oportunidade de estudar no estrangeiro. Mas foram estes mesmos estudantes que, mais tarde, pediram a sua destituição, perante o insucesso da reforma do país. O descontentamento com a sua monarquia culminou numa tentativa de golpe de estado em 1960, a maior ameaça ao seu governo até à data, até que foi derrubado pelo regime comunista de Derg.
Selassie foi criticado por alguns historiadores por sua supressão das rebeliões entre a aristocracia latifundiária (o mesafint), que consistentemente se opôs às suas reformas; alguns críticos também criticaram o fracasso da Etiópia em se modernizar com rapidez suficiente. Durante seu governo, o povo Harari foi perseguido e muitos deixaram a região de Harari . Seu regime também foi criticado por grupos de direitos humanos, como a Human Rights Watch , como autocrático e iliberal. 
4.Referências Bibliográficas
1. CARDOSO, Nilton César Fernandes. Conflito armado na Somália : análise das causas da desintegração do país após 1991. Trabalho de conclusão de graduação (Graduação em Relações Internacionais) - Faculdade de Ciências Económicas. Curso de Relações Internacionais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2012
2. CHAZAN, Naomi et al. Politics and society in contemporary Africa. Boulder: Lynne Rienner Publishers, 1992.
3. CLAPHAM, Christopher. The Socialist Experience in Ethiopia and its Demise. The Journal of Communist Studies, y. 8, n. 2, 1992.
4. DIAS, Alexandra Magnólia. A reconstrução da Etiópia e influência regional na era Meles Zenawi. Janus Anuário, Lisboa 2013
5. SANTOS, Luiz Ivaldo V. G.. A arquitectura da paz e segurança africana. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2011. 
6. SARAIVA, José Flávio Sombra. A África na ordem internacional do século XXI: mudanças epidérmicas ou ensaios de autonomia decisória?. Rev, bras. polIt. mt. Brasília, y. 51, n. 1, 2008. 
7. SCHWAB, Peter. Ethiopia: Politics, Economics and Society. London: Francis Pinter Publisher, 1985.

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