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Ecletismo no Brasil Panorama da arquitetura do século XIX DEPARTAMENTO DE TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA - THA DISCIPLINA ARQ&URB NO BRASIL CONTEMPORÂNEO PROFª DRA. ANA PAULA GURGEL SUMÁRIO 1. Contextualização 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil 3. Reforma urbana de Pereira Passos 4. As transformações residenciais 5. O ecletismo em São Paulo 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Considerações finais Referências ECLETISMO NO BRASIL - DISCIPLINA ARQ&URB NO BRASIL CONTEMPORÂNEO- PROF.ª DRª ANA PAULA GURGEL 1 . C O N TE X TU A LI ZA Ç Ã O 1790 1804 Máquina a vapor usada para puxar vagão Invenção do barco à vapor 1808 Iluminação à gás usada em Londres 1819 Fundada a École de Beaux- Arts 1825 Inaugurada a primeira estrada de ferro para passageiros na Inglaterra 1844 Morse envia a primeira mensagem telegráfica 1851 Construído o Palácio de Cristal em ferro e vidro na Inglaterra 1852 Otis inventa o elevador 1871 Grande incêndio de Chicago 1850 1871 Paris é transformada por Haussman ILLINOIS • Tradição eliminada por um grande incêndio em 1871 que destruiu a maior parte da cidade; 1879 1885 Edison inventa a luz elétrica Produção em larga escala de aço laminado 1886 Primeiro arranha-céu em estrutura metálica 1888 Abolição da escravidão 1889 Proclamação da República no Brasil 1900 Inaugurado o Palácio Rio Branco em Salvador/BA Inaugurado o Theatro da Paz em Belém/PA Construção da Torre Eiffel 1906 Gaudí constrói a casa Millá em Barcelona 1. CONTEXTUALIZAÇÃO • O uso do termo Ecletismo é introduzido na historiografia da arte no século XVIII pelo teórico alemão Johann Joachim Winckelmann (1717-1768) para designar uma espécie de sincretismo consciente. • A expressão “Ecletismo Historicizante Acadêmico” designa aquela mobília produzida entre 1850 e 1900. • O termo “Historicizante” resume a tendência geral de pegar como fonte de inspiração fases históricas e estilísticas do passado, enquanto o termo “Acadêmico” indica como os objetos produzidos nesse período chegam a receber o consenso das Academias de Arte, gozando da aprovação da crítica da época. Retrato de Johann Joachim Winckelmann Data entre 1761 e 1762 (shortly after 1755) Óleo sobre tela (64 × 49 cm) Metropolitan Museum of Art 1. CONTEXTUALIZAÇÃO •Não se trata de uma atitude de simples copista, mas da habilidade de combinar as características superiores desses estilos em construções que satisfaçam a demandas da época por todo tipo de edificação. •Na segunda metade do século XIX, o Ecletismo tem forte presença na Europa. •O estilo Segundo Império ou Napoleão III é caracterizado pela realização de importantes edifícios ecléticos, como o Teatro Ópera de Paris, projetado por Charles Garnier (1825-1898). 1. CONTEXTUALIZAÇÃO Segundo Fabris (1987) trazendo uma leitura de Pevsner (1970): • O ecletismo foi um rebatimento da Revolução Industrial, na ascensão de uma nova classe em busca de status, no crescente individualismo, na nostalgia do "longínquo" posta em voga pelo Romantismo. • O elemento determinante do ecletismo é a vontade do proprietário, em geral novo rico, despido de qualquer marca daquela cultura aristocrática que caracterizara o século anterior. 1. CONTEXTUALIZAÇÃO Segundo Fabris (1987) trazendo uma leitura de Pevsner (1970): • Antecedentes: a postura investigativa do lIuminismo, sua concepção da cultura como conquista, troca e mensagem, sua necessidade de rever os estilos do passado, inclusive o clássico, à luz do presente que permitirão a disponibilidade e a multiplicidade que caracterizarão o século seguinte – arqueologia, estudos do passado e divulgação por meio de revistas, encicopledias. • Os arquitetos experimentam os novos materiais e os novos programas da sociedade industrial e descobrirem ao mesmo tempo os valores arquitetônicos do passado, adaptados às exigências contemporâneas 1. CONTEXTUALIZAÇÃO “O Ecletismo era a cultura arquitetônica própria de uma classe burguesa que dava primazia ao conforto, amava o progresso, amava as novidades, mas rebaixava a produção artística e arquitetônica ao nível da moda e do gosto.” PATETTA, Luciano. Considerações sobre o ecletismo. In: Arquitetura brasileira, São Paulo:Nobel/Edusp, 1987. – p.13 TRÊS CORRENTES ESTILÍSTICAS: 1º-Composição Estilística imita as formas do passado (neogregos, neoegípcio e neogótico) 2°-Historicismo Tipológico relação estilo- função 3°-Pastiches Compositivos libertos inventavam soluções estilísticas. O pudor dos costumes burgueses impedem a “rude e vergonhosa” nudez estrutural que deveria está completamente escondida se revestidas por motivo de decoro. 1. CONTEXTUALIZAÇÃO • O ecletismo arquitetônico europeu difunde-se também pelas Américas, marcando as construções do mundo novo. • No Brasil, no período de transição para o século XX, o Ecletismo é acorrente dominante na arquitetura e nos planos de reurbanização das grandes cidades. 1. CONTEXTUALIZAÇÃO E no Brasil ? • 1888 Abolição da escravatura • 1889 Proclamação da república Derrubada da Monarquia por golpe militar sem participação popular Grupos atuantes: militares, cafeicultores, e profissionais liberais “Revolução?” • Sem transformação radical na estrutura social • Defesa da “ordem pública” e preservação da propriedade tal qual era característico no regime monárquico • Garantia dos compromissos e dívidas internacionais firmadas pela monarquia 1. CONTEXTUALIZAÇÃO Mas quais os estilos do passado que representam a nacionalidade do Brasil? 2 pontos são importantes nessa resposta: •No Rio imigrantes da Missão Francesa e em São Paulo os trabalhadores italianos. •Os cariocas e paulistas abastados, que iam com frequência ao Velho Mundo, admiravam em seu contexto natural, os chalés suíços, as velhas casas normandas, os palácios venezianos, mas não compreendiam que o encanto dessas casas provinha de sua autenticidade, de sua perfeita adaptação às condições do meio e, não raro, de sua inserção num conjunto do qual não podiam ser desvinculadas. presença dos imigrantes gosto da elite local 1. CONTEXTUALIZAÇÃO • Passados alguns anos da morte do grande patrono Grandjean de Montigny e com os abalos sentidos no país da efervescência revivalista ocorrida na Europa, o Brasil absorveu o Ecletismo. • Podemos ainda dizer que a passagem do Neoclassicismo para o Ecletismo é um processo gradual, gerado no interior da Academia. • Até os anos 1870, ainda podemos ver edifícios rigorosamente neoclássicos. 1. CONTEXTUALIZAÇÃO • Durante o século XIX, no Brasil o ecletismo foi apoiado e influenciado de maneira acadêmica pela Academia Imperial de Belas Artes , e pela Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. • A partir daí, o ecletismo vai aparecer, de maneira quase absoluta, até os anos 1930, deixando pouco espaço para outras manifestações como o Art Nouveau, o Neocolonial e as poéticas pré-modernas do Classicismo Tardio e do Art Déco. CONTEXTO SOCIAL • Mudança de hábitos e comportamentos; • Nova burguesia crescente se muda para o centro, abandonando a chácara para viver mais próximos dos negócios; • Segregação de funções: atividades ditas “insalubres”, que atentassem à estética e a saúde pública precisaram se mudar do centro – início de zoneamento urbano; • A higiene entendida pela elite dizia respeito sobretudo à aparência; • Essas práticas passaram a se associar à moral e ao bom costume, aumentando a barreira social aos pobres e “sujos”; 1. CONTEXTUALIZAÇÃO ECLETISMO NO BRASIL - DISCIPLINA ARQ&URB NO BRASIL CONTEMPORÂNEO- PROF.ª DRª ANA PAULA GURGEL 2 . A In tr o d u çã o d o E cl e ti sm o n o B ra si l 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil • Opondo-se à sobriedade do neoclássico, o ecletismo abarcava inúmeras variações de fantasia estilística que, nas primeiras décadas do século XX, pontificaram em importantes edifícios e intervenções urbanísticas da capital federal: oRio de Janeiro. http://www.histeo.dec.ufms.br/ 1858: Antigo Palácio do Catete (Museu da República). Projeto Carl F. G. Waehneldt 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil 1858: Antigo Palácio do Catete (Museu da República). Projeto Carl F. G. Waehneldt 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil Segundo França: • No ano de 1854, Antonio Clemente Pinto, rico fazendeiro da região de Cantagalo e Campos, no Rio de Janeiro, recebe do Imperador o título de Barão de Nova Friburgo pelos serviços prestados à região norte fluminense. • Em 1858, compra a casa de número 159 da Rua do Catete e um terreno de fundos que vai até o número 18-A da Praia do Flamengo e encomenda ao arquiteto alemão Carl Friedrich Gustav Waehneldt (1830-1873) a construção de sua nova residência. • Traz influência da arquitetura italiana, mais precisamente dos palácios urbanos de Florença do final do século XV e dos palácios à beira do Grande Canal de Veneza. • O prédio é concluído em 1867, mas o Barão muda-se para lá em 1 de julho de 1866, ainda em obras de acabamento. 1858: Antigo Palácio do Catete (Museu da República). Projeto Carl F. G. Waehneldt 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil 1858: Antigo Palácio do Catete (Museu da República). Projeto Carl F. G. Waehneldt 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil 1858: Antigo Palácio do Catete (Museu da República). Projeto Carl F. G. Waehneldt 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil 1858: Antigo Palácio do Catete (Museu da República). Projeto Carl F. G. Waehneldt 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil 1858: Antigo Palácio do Catete (Museu da República). Projeto Carl F. G. Waehneldt 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil 1858: Antigo Palácio do Catete (Museu da República). Projeto Carl F. G. Waehneldt 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil u m p a rê n te si s • Jardins do Palácio do Catete - Auguste Marie Francisque Glaziou Em 1858, Glaziou veio para o Rio de Janeiro, onde durante longo período acumulou os cargos de Diretor dos Parques e Jardins da Casa Imperial e Inspetor dos Jardins Municipais, além de integrar a Associação Brasileira de Aclimação. Seus postos, e sua ligação com o imperador, lhe permitiram estar ligado à maior parte de projetos paisagísticos acontecidos na Corte durante o Segundo Império. 1858: Antigo Palácio do Catete (Museu da República). Projeto Carl F. G. Waehneldt 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil u m p a rê n te si s • Jardins do Palácio do Catete - Auguste Marie Francisque Glaziou 1887: Real Gabinete de Leitura projetado por Raphael de Castro 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil • O Gabinete de Leitura (depois elevado a Real) foi fundado em 1837 por um grupo de 43 portugueses. • Inspiração para os Gabinetes nos remete à França revolucionária, às chamadas “boutiques a lire”, que apareceram após a revolução de 1789. • O lançamento da pedra fundamental do prédio, assistido por D.Pedro II, ocorreu em 1880 durante a celebração dos 300 anos do autor de “Os Lusíadas”. • O edifício, em estilo neomanuelino, foi projetado por Rafael da Silva e Castro, inspirado em uma das alas do Mosteiro dos Jerônimos, de Lisboa. 1887: Real Gabinete de Leitura projetado por Raphael de Castro 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil “Projectado por Diogo de Boitaca, que iniciou os trabalhos no começo do século XVI, foi continuado por João de Castilho a partir de 1517 e concluído por Diogo de Torralva entre 1540 e 1541. Pelo seu valor e simbologia, o claustro do Mosteiro dos Jerónimos representa um dos monumentos mais significativos da arquitectura manuelina.” http://www.mosteirojeronimos.pt u m p a rê n te si s 1887: Real Gabinete de Leitura projetado por Raphael de Castro 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil u m p a rê n te si s Gabinete Português de Leitura de Salvador 1887: Real Gabinete de Leitura projetado por Raphael de Castro 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil Representa o espírito romântico em que o historicismo e o patriotismo português se apresentavam de mãos dadas. “Os Gabinetes Portugueses de Leitura no Brasil apresentam-se como referenciais urbanos, conformados às aspirações sociais da época, expressos nos novos centros de convívio, cultura e lazer. A sociedade formava-se, os homens aproximavam-se para trocar idéias, e uma nova vida associativa se viu desabrochar, resgatando, por meio de seus edifícios, a memória e a formação da identidade nacional, preservando uma história cuja experiência vivida o tempo poderia pôr a perder.”(MATOS, 2007) 1887: Real Gabinete de Leitura projetado por Raphael de Castro 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil “A cantaria da fachada aparelhada em pedra de lioz, foi contratada em Lisboa com o “canteiro” e marmorista Germano José Salles, pela qual recebeu onze contos de réis (TAVARES, 1977, p.80). As estátuas e os medalhões ornamentais foram contratados em Lisboa, com o escultor José Simões de Almeida Junior, para representarem o Infante D.Henrique, Luís de Camões, Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral; nos medalhões, os bustos de Fernão Lopes, Gil Vicente, Alexandre Herculano e Almeida Garrett.” (MATOS, 2007) TAVARES, A. R. (Dir); SILVA, P. F. (Coord). Fundamentos e Actualidades do Real Gabinete Português de Leitura. Edição comemorativa do 140º aniversário de Fundação. Rio de Janeiro: Real Gabinete Português de Leitura, 1977. 1887: Real Gabinete de Leitura projetado por Raphael de Castro 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil 1887: Real Gabinete de Leitura projetado por Raphael de Castro 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil 1887: Real Gabinete de Leitura projetado por Raphael de Castro 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil 1889: Pavilhão da Ilha Fiscal. Neogótico. Projeto Adolfo José del Vecchio. 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil Depois de ter percorrido em todos os sentidos e de ter apreciado o belo panorama que se descortina de todos os seus pontos, o imperador de cabeça descoberta, recebendo o ar fresco que vinha do lado da Barra, parou, e depois de alguns instantes de contemplação, disse-me: Seu De Vecchi- era assim que ele costumava chamar-me, confundindo meu nome com o de outra família que ele tinha conhecido- isto é um delicado estojo digno de uma brilhante jóia. (Citado em DEL BRENNA, 1987, p. 45) 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil 1889: Pavilhão da Ilha Fiscal. Neogótico. Projeto Adolfo José del Vecchio. 1889: Pavilhão da Ilha Fiscal. Neogótico. Projeto Adolfo José del Vecchio. 2. A Introdução do Ecletismo no Brasil ECLETISMO NO BRASIL - DISCIPLINA ARQ&URB NO BRASIL CONTEMPORÂNEO- PROF.ª DRª ANA PAULA GURGEL 3 . R ef o rm a u rb an a d e P e re ir a P as so s 3. Reforma urbana de Pereira Passos • No início do século XX, o Rio de Janeiro passava por graves problemas sociais, decorrentes, em grande parte de seu rápido e desordenado crescimento, alavancado pela imigração europeia e pela transição do trabalho escravo para o trabalho livre. • Na ocasião em que Pereira Passos assume a Prefeitura da cidade, o Rio de Janeiro, com sua estrutura de cidade colonial, possuía quase um milhão de habitantes carentes de transporte, abastecimento de água, rede de esgotos, programas de saúde e segurança. • No centro do Rio de janeiro – a Cidade Velha e adjacências – eclodiam habitações coletivas insalubres (cortiços), epidemias de febre amarela, varíola, cólera, conferindo à cidade a fama internacional de porto sujo ou "cidade da morte", como se tornara conhecida. • A reforma urbana de Pereira Passos, período conhecido popularmente como “Bota-abaixo”, visou o saneamento, o urbanismo e o embelezamento, dando ao Rio de Janeiro ares de cidade moderna e cosmopolita. 3. Reforma urbana de Pereira Passos • O engenheiro Francisco Pereira Passos (1836- 1913) estudou nas mais expressivas escolas de engenharia do Brasil e da França. • Acompanhou, entre 1857 até 1860, areforma urbana de Haussmann de Paris. • Na passagem do Império para a República, foi um das expressivas figuras da tecnologia brasileira. • Realizou a sua obra máxima como prefeito da Capital Federal entre 1902 até 1906 quando deu outra feição para a antiga capital colonial e imperial. Foram, entre 1903 e 1906, duas grandes reformas: uma modernização da zona portuária degradada , e em seguida uma intervenção maior no Centro histórico. Ruas estreitas e insalubres sumiram do mapa, cortiços e casas pobres foram postas abaixo, e surgiu no Centro a Avenida Central (atual Avenida Rio Branco), assim como a Francisco Bicalho, a Rodrigues Alves, a Avenida Maracanã e a Avenida Beira-Mar, que se propunham a facilitar a ligação entre o Centro e os bairros residenciais mais abastados. Destacam-se também nessa época que revolucionou a malha urbana do Rio os alargamentos de vias como a Marechal Floriano, a Rua do Catete, a Uruguaiana, a Rua da Carioca, entre tantas outras; e a construção de obras importantíssimas como o Theatro Municipal, uma das marcas da administração de Pereira Passos. 3. Reforma urbana de Pereira Passos 3. Reforma urbana de Pereira Passos Nesse período inúmeros moradores do Centro receberam ordens de despejo, e seus cortiços foram postos abaixo para a construção de avenidas, praças e novos edifícios. 3. Reforma urbana de Pereira Passos 3. Reforma urbana de Pereira Passos 3. Reforma urbana de Pereira Passos 3. Reforma urbana de Pereira Passos 3. Reforma urbana de Pereira Passos 3. Reforma urbana de Pereira Passos 3. Reforma urbana de Pereira Passos 3. Reforma urbana de Pereira Passos 3. Reforma urbana de Pereira Passos 3. Reforma urbana de Pereira Passos 3. Reforma urbana de Pereira Passos 3. Reforma urbana de Pereira Passos A periferização da população pobre ocorreu através da autoconstrução (feita em placas e chapas de madeira, em geral resíduos da demolição de cortiços e da construção de novos edifícios) nas bases dos morros impôs seu contraste em meio às elegantes avenidas traçadas pelos engenheiros e urbanistas a serviço de Pereira Passos. Morro da Providência (então Morro da Favela) no início de sua ocupação, no fim do século XIX 3. Reforma urbana de Pereira Passos Vista do Morro da Favela (Morro da Providência), Centro. Rio de Janeiro, década de 1920. 3. Reforma urbana de Pereira Passos u m p a rê n te si s 3. Reforma urbana de Pereira Passos u m p a rê n te si s PORTO MARAVILHA PRA QUEM? “A segregação socioespacial é um processo vivenciado no espaço carioca a partir da especulação imobiliária e injusta distribuição dos equipamentos urbanos, cujo principal agente condutor é o Estado. No Morro da Providência, a renovação, modernização e criação de novos equipamentos no espaço em questão irão agregar valor às moradias e acabarão culminando na marginalização da população mais pobre, impotente de arcar com os “benefícios” da urbanização, cujo ônus será ver sua favela e sua identidade anuladas. Os fins turísticos pensados para a comunidade são alguns dos mecanismos capazes de provocar o impacto negativo descrito.” (RAINHA; FONSECA, 2013. ) 3. Reforma urbana de Pereira Passos REVOLTA DA VACINA • Ocorreu na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 10 e 16 de novembro de 1904. • A principal causa foi a campanha de vacinação obrigatória contra a varíola, realizada pelo governo brasileiro e comandada pelo médico sanitarista Dr. Oswaldo Cruz. • O clima de descontentamento popular com outras medidas como a reforma urbana da cidade que desalojou milhares de pessoas para que cortiços e habitações populares fossem colocados abaixo 3. Reforma urbana de Pereira Passos • a Escola e Museu Nacional de Belas Artes - MNBA (1908), obra de Adolfo Morales de Los Rios (1858 - 1928), cuja pluralidade de estilos remete às construções francesas ecléticas, no caso diretamente à fachada do Louvre. • O Teatro Municipal, projetado por Francisco de Oliveira Passos e edificado na Avenida Central, entre 1903 e 1909, é claramente inspirado na Ópera de Paris e aparece como o maior símbolo do ecletismo no Brasil. • Destaca-se também na época a atuação do engenheiro militar Souza Aguiar, responsável pelo projeto da Biblioteca Nacional (1910) na mesma avenida, e de Heitor de Mello, em atividade no Rio de Janeiro de 1898 a 1920, autor de diversos projetos de edifícios públicos e residências particulares, como o Derby Clube (1914) e o prédio da Prefeitura (1920), na praça Floriano. EM TERMOS DE EDIFÍCIOS: 3. Reforma urbana de Pereira Passos Teatro MNBA Biblioteca Prefeitura • Arquiteto espanhol que estudou em Paris. • Sua produção arquitetônica ocorre em meio a muitas atividades. • Projeta em Salvador, Recife, Maceió e Rio de Janeiro grande número de edifícios residenciais, comerciais, institucionais, educacionais, religiosos, industriais, hospitalares, monumentos públicos e funerários, além de cartazes, ilustrações e capas de livros. • Entre seus projetos se destacam a - Enba, 1906/1908 3. Reforma urbana de Pereira Passos Adolpho Morales de los Rios Adolpho Morales de los Rios 3. Reforma urbana de Pereira Passos Escola Nacional de Belas Artes – Adolfo M. de los Rios 3. Reforma urbana de Pereira Passos Segundo Bruand: “construído em 1908 para abrigar a venerável instituição acadêmica e suas coleções, que já não cabiam no elegante palácio neoclássico de Grandjean de Montigny, a nova edificação era uma imitação do Louvre de Visconti e Lefeul, imitação especialmente visível na ala principal, cuja fachada dá para Avenida Rio Branco.” (p.34) 3. Reforma urbana de Pereira Passos Escola Nacional de Belas Artes – Adolfo M. de los Rios mansardas Arcadas em arco pleno 3. Reforma urbana de Pereira Passos Escola Nacional de Belas Artes – Adolfo M. de los Rios 3. Reforma urbana de Pereira Passos Escola Nacional de Belas Artes – Adolfo M. de los Rios 3. Reforma urbana de Pereira Passos Escola e Museu Nacional de Belas Artes Escola Nacional de Belas Artes – Adolfo M. de los Rios 3. Reforma urbana de Pereira Passos Escola e Museu Nacional de Belas Artes Escola Nacional de Belas Artes – Adolfo M. de los Rios 3. Reforma urbana de Pereira Passos Francisco de Oliveira Passos • Nasceu no Rio de Janeiro, então capital do Império, no dia 2 de julho de 1878, filho de Francisco Pereira Passos e de Maria Rita de Andrade Passos. • Estudou na Alemanha, onde se formou engenheiro civil em março de 1901 pela Real Escola Superior Politécnica da Saxônia, em Dresden. • De volta ao Brasil, trabalhou como engenheiro na Leopoldina Railway e, mais tarde, na Estrada de Ferro Central do Brasil. • De 1904 a 1908, foi consultor técnico da Prefeitura do Distrito Federal. Seus dois primeiros anos de consultoria ocorreram durante a gestão de Pereira Passos, seu pai, cuja administração transformou profundamente a cidade. • Sob o pseudônimo de Áquila, obteve o primeiro lugar na concorrência efetuada pela prefeitura para a escolha do projeto do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Seu projeto, com algumas alterações, foi finalmente aprovado em novembro de 1904. Em julho de 1909, já no governo de Nilo Peçanha, inaugurou-se o Teatro Municipal. http://www.theatromunicipal.rj.gov.br/sobre/historia/ Theatro Municipal - Projeto Francisco de Oliveira Passos. 1905-9. 3. Reforma urbana de Pereira Passos • O Theatro Municipal foi inaugurado em 14 de julho de 1909 na Praça Floriano, conhecida como Cinelândia. • Em 1903, o prefeito Pereira Passos, nomeado pelo presidente Rodrigues Alves, lançou um edital com um concurso para a apresentação de projetos para a construção do Theatro Municipal – o filho dele “ganha” • O resultado deste concurso foi motivo para uma longa polêmica na Câmara Municipal e como decisão final resolveu-se pela fusão de dois projetos pois, na verdade, os dois projetos ganhadores correspondiam a uma mesma tipologia.3. Reforma urbana de Pereira Passos Projeto de Victor Dubugras • o estilo fortemente Art- Noveau do projeto de Dubugras era de difícil digestão para um corpo julgador, que saia da cidade colonial rumo às reformas de Napoleão III. • O Art-Noveau era um estilo industrial, uma semente da arquitetura moderna e certamente suas formas não eram palatáveis aos julgadores que escolheriam um prédio público de tamanha importância numa cidade que queria ser francesa. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Theatro Municipal - Projeto Francisco de Oliveira Passos. 1905-9. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Theatro Municipal - Projeto Francisco de Oliveira Passos. 1905-9. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Theatro Municipal - Projeto Francisco de Oliveira Passos. 1905-9. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Theatro Municipal - Projeto Francisco de Oliveira Passos. 1905-9. O vão palco é vencido por tesouras de telhado de 32 m e a boca de cena possui as dimensões de 32 x 22m, considerada uma das maiores do mundo. A capacidade inicial foi de 1739 espectadores, mas em 1934, esse número aumentou para 2205 espectadores com a ampliação da sala. Atualmente, após outras modificações, possui 2361 lugares. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Theatro Municipal - Projeto Francisco de Oliveira Passos. 1905-9. Biblioteca Nacional 3. Reforma urbana de Pereira Passos Biblioteca Nacional 3. Reforma urbana de Pereira Passos • O arquiteto carioca que ocupou o 1° plano foi sem dúvida Heitor de Mello (1875-1920) • Sua atividade profissional desenvolve-se desde sua diplomação pela Escola Nacional de Belas Artes no início desse século até sua morte prematura em 15 de agosto de 1920. • Em seus 22 anos de atuação produziu 83 projetos. • Foi responsável pelo Palácio da Justiça e a Prefeitura do Rio e do Jockey e Derby Club da mesma cidade. • recebeu o Grande Prêmio de Arquitetura da Exposição Internacional de 1908 3. Reforma urbana de Pereira Passos 3. Reforma urbana de Pereira Passos Palácio Pedro Ernesto foi construído entre 1919 e 1923, sendo projetado pelo arquiteto Heitor de Mello e desenvolvido, após a sua morte, por Archimedes Memória e Francisco Couchet. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Sede do Jóquei Clube Brasileiro Polícia Central, atualmente é a sede do Museu da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro 3. Reforma urbana de Pereira Passos 3. Reforma urbana de Pereira Passos projeto do Palácio do Congresso Nacional, Rio, 1907, (não realizado) Todos os tipos estilísticos são aqui representados, havendo uma predominância do Barroco francês, que se constata no centro monumental eclético da cidade do Rio de Janeiro – a Praça Marechal Floriano –, e em outros edifícios importantes como o Palácio Tiradentes e o Palácio das Laranjeiras. Além disso, todos os programas – residências, equipamentos públicos como teatros, escolas, bibliotecas, museus e quartéis, edifícios comerciais e estações – foram projetados e construídos segundo os princípios ecléticos, principalmente nas grandes metrópoles, onde ainda se conseguiu preservar um grande acervo desta arquitetura. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Palácio Tiradentes – Neobarroco francês. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Palácio Tiradentes – Neobarroco francês. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Palácio Tiradentes – Neobarroco francês. 3. Reforma urbana de Pereira Passos 1904: Palácio Monroe. Projeto: Mal. Francisco Marcelino de Souza Aguiar 3. Reforma urbana de Pereira Passos 1904: Palácio Monroe. Projeto: Mal. Francisco Marcelino de Souza Aguiar 3. Reforma urbana de Pereira Passos Entregue aos cariocas e ao Brasil em 1906 por ocasião da Terceira Conferencia Pan Americana que foi sediada nele. Em 1925, foi transformado em sede do Senado Federal. Com a transferência da capital federal do Rio para Brasília, o Monroe passou a sediar o Estado Maior das Forças Armadas. 1904: Palácio Monroe. Projeto: Mal. Francisco Marcelino de Souza Aguiar 3. Reforma urbana de Pereira Passos 1904: Palácio Monroe. Projeto: Mal. Francisco Marcelino de Souza Aguiar 3. Reforma urbana de Pereira Passos 1904: Palácio Monroe. Projeto: Mal. Francisco Marcelino de Souza Aguiar 3. Reforma urbana de Pereira Passos 1904: Palácio Monroe. Projeto: Mal. Francisco Marcelino de Souza Aguiar 3. Reforma urbana de Pereira Passos 1904: Palácio Monroe. Projeto: Mal. Francisco Marcelino de Souza Aguiar 3. Reforma urbana de Pereira Passos 1906-11 : Estação das Barcas. 3. Reforma urbana de Pereira Passos aproveitou-se o arcabouço da velha estação das barcas Ferry, tendo o arquiteto Adolpho José Dell Vecchio, que projetou anos antes o palacete da Ilha Fiscal, refeito a fachada em estilo eclético, com vistosa cúpula bulbosa e pavilhões anexos no mesmo estilo. Foi inaugurada em 1911, tornando-se logo ponto de referência na Praça XV. 3. Reforma urbana de Pereira Passos 1906-11 : Estação das Barcas. Fundação Oswaldo Cruz. Arquiteto Luiz Moraes Junior. c. 1904. 3. Reforma urbana de Pereira Passos O Conjunto Arquitetônico Histórico de Manguinhos foi construído no início do século XX. Seu fundador, Osvaldo Cruz contratou o arquiteto Luiz de Moraes Júnior para projetar o “Pavilhão”. Moraes era português, nascido em Faro, e acostumado ao modismo Europeu, do então estilo neo-mourisco. O processo de projeto do “Pavilhão” teve início em 1904 e sua construção em 1908, sofrendo alterações que partiram de ideias conjuntas e discussões entre arquiteto e cliente, durante todo seu período de concepção até sua conclusão em 1918. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Fundação Oswaldo Cruz. Arquiteto Luiz Moraes Junior. c. 1904. Fundação Oswaldo Cruz. Arquiteto Luiz Moraes Junior. c. 1904. Pavilhão Mourisco, como é mais conhecido o prédio central da Fiocruz, começou a ser construído em 1905, pelo arquiteto português Luiz Moraes Júnior, com base em desenhos do próprio Oswaldo Cruz. Nenhum recurso foi poupado na construção. Com 50 metros de altura e 45 de largura, assenta-se sobre uma base de granito negro 3. Reforma urbana de Pereira Passos O mourisco era um dos muitos estilos que, surgidos no século XIX, estavam relacionados a uma estética do insólito e a ideias exóticas e românticas de ambientação. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Fundação Oswaldo Cruz. Arquiteto Luiz Moraes Junior. c. 1904. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Fundação Oswaldo Cruz. Arquiteto Luiz Moraes Junior. c. 1904. As varandas são revestidas com azulejos portugueses e mosaicos franceses nos pisos que imitam tapetes orientais. O hall da escada principal possui painéis de madeira e gesso trabalhados em baixo relevo, originalmente folhados a ouro. • O seu principal objetivo, entretanto, era o de apresentar a nova capital da República - urbanizada pelo então Prefeito Francisco Pereira Passos e saneada pelo cientista Oswaldo Cruz - às diversas autoridades nacionais e estrangeiras que a visitaram. • O mandato de Pereira Passo com prefeito já havia passado. • As feiras mundiais estavam na ordem do dia de todos os recantos do planeta - moda e glória foi até 1914. 3. Reforma urbana de Pereira Passos EXPOSIÇÃO CENTENÁRIO DA ABERTURA DOS PORTOS 1908 Com a Exposição Nacional de 1908 que aconteceria ali, novas obras tiveram de ser realizadas para aumentar a área, originalmente acanhada: foi iniciado o aterro entre a pedreira da Urca e a atual Avenida Pasteur 3. Reforma urbana de Pereira Passos EXPOSIÇÃO CENTENÁRIO DA ABERTURA DOS PORTOS 1908 Pavilhão São Paulo “faz pirraça lá do alto ao embasamento de estilo híbrido” na expressão de Morales de los Rios. • Pirraça entre tendências estéticas as mais contraditórias possíveis. Pirraça que não encontrava outra lógica ou função além do o efêmero de uma exposição que deseja impressionar pela forma, artesanato e pelo gasto suntuário para o poder originário e para o gáudio dos fornecedores.• Estes, além disto, encontravam um ótimo meio para a propaganda e o marketing dos seus produtos e técnicas para todo mundo e especialmente para o Brasil. • Neste, as cidades movidas pelas fortunas acumuladas pelo café, borracha, fumo, cacau e algodão, foram ávidos em seguir esta moda de aparência de acumulação. 3. Reforma urbana de Pereira Passos EXPOSIÇÃO CENTENÁRIO DA ABERTURA DOS PORTOS 1908 EXPOSIÇÃO CENTENÁRIO DA ABERTURA DOS PORTOS 1908 3. Reforma urbana de Pereira Passos EXPOSIÇÃO CENTENÁRIO DA ABERTURA DOS PORTOS 1908 3. Reforma urbana de Pereira Passos 3. Reforma urbana de Pereira Passos EXPOSIÇÃO CENTENÁRIO DA ABERTURA DOS PORTOS 1908 EXPOSIÇÃO CENTENÁRIO DA ABERTURA DOS PORTOS 1908 3. Reforma urbana de Pereira Passos EXPOSIÇÃO CENTENÁRIO DA ABERTURA DOS PORTOS 1908 3. Reforma urbana de Pereira Passos EXPOSIÇÃO CENTENÁRIO DA ABERTURA DOS PORTOS 1908 3. Reforma urbana de Pereira Passos Pavilhão do Estado da Bahia Pavilhão do Estado de Minas Gerais Pavilhão da Fábrica de Tecidos Bangu 3. Reforma urbana de Pereira Passos EXPOSIÇÃO CENTENÁRIO DA ABERTURA DOS PORTOS 1908 Pavilhão dos Estados 3. Reforma urbana de Pereira Passos EXPOSIÇÃO CENTENÁRIO DA ABERTURA DOS PORTOS 1908 Em novembro de 1909, um ano após o término da Exposição Nacional o Serviço Geológico instalou-se, junto com outros órgãos do Ministério da Agricultura. Hoje Museu de Ciências da Terra 3. Reforma urbana de Pereira Passos Depois da 1° Guerra Mundial, a influência francesa foi reforçada pela presença, no Rio, de vários arquitetos vindos da França. É dessa época o Hotel Copacabana Palace projetado por Joseph Gire (1872-1933), ex-aluno da Beaux-Arts de Paris. Veio ao Brasil a convite de Eduardo Guinle (cuja família tornou-se uma de suas principais clientes), que lhe encomendou uma casa, depois transformada no Palácio Laranjeiras. São dele: • Palácio Laranjeiras (1909) e o palacete Lineu de Paula Machado (1912), em Botafogo – em ambos, Armando da Silva Telles assina as plantas com o construtor • Palácio de Brocoió (1930), na Ilha de Brocoió, usado pelo governador como residência de férias. • Edifício Joseph Gire, mais conhecido como “A Noite”, arranha-céu localizado na Praça Mauá 1909-12: Palácio das Laranjeiras. Neobarroco francês. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Atual residência oficial dos governadores do Estado do Rio de Janeiro, situado no Parque Guinle, no bairro das Laranjeiras. foi construído entre os anos de 1909 e 1914 para servir de residência à família de Eduardo Guinle, um empresário da Primeira República que almejava projetar-se na alta sociedade carioca e afirmar-se socialmente entre seus pares. (CARMO, 2011) 1909-12: Palácio das Laranjeiras. Neobarroco francês. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Embora as intervenções da reforma urbana tenham se concentrado basicamente na velha área central da cidade, elas tiveram um importante efeito na dinâmica espacial da cidade ao reafirmarem o sentido centro-sul como área privilegiada da expansão do tecido urbano. Os bairros dessa área, Catete, Santa Tereza, Flamengo, Laranjeiras, Botafogo, e mais tarde Copacabana, Ipanema e Leblon, tornar-se-iam gradativamente os endereços mais nobres da cidade, onde as classes mais ricas afixariam residência.(CARMO, 2011) 1909-12: Palácio das Laranjeiras. Neobarroco francês. 3. Reforma urbana de Pereira Passos 1909-12: Palácio das Laranjeiras. Neobarroco francês. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Palacete Lineu de Paula Machado, em Botafogo 3. Reforma urbana de Pereira Passos A casa é composta por dois volumes prismáticos, o primeiro de maior porte e melhor acabamento, ao qual está adossado o menor, menos visível, do lado dos fundos do terreno. O bloco principal possui cobertura em mansarda, com um torreão central, e a porte- cochère com terraço projetada em relação à fachada principal. O acesso à casa se dá através da porte-cochère, por uma escada central e duas rampas laterais. Palacete Lineu de Paula Machado, em Botafogo 3. Reforma urbana de Pereira Passos Armando Carlos da Silva Telles (arquiteto construtor) e Joseph Gire. • Mansão eclética de feições neorrenascentistas ao estilo francês, com porte-cochère aterraçada, telhado em mansarda e um torreão central coberto de telhas de ardósia. • O conjunto era composto pela casa principal, por uma edícula com cocheira e serviços, e pelo jardim e pomar. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Hotel Copacabana Palace 3. Reforma urbana de Pereira Passos Hotel Copacabana Palace 3. Reforma urbana de Pereira Passos Hotel Copacabana Palace A planta, perfeitamente acadêmica e simétrica, resolvia de modo prático os principais problemas funcionais do complexo programa, dado que era um hotel e cassino. 3. Reforma urbana de Pereira Passos Hotel Copacabana Palace 3. Reforma urbana de Pereira Passos Hotel Copacabana Palace 3. Reforma urbana de Pereira Passos Hotel Copacabana Palace ECLETISMO NO BRASIL - DISCIPLINA ARQ&URB NO BRASIL CONTEMPORÂNEO- PROF.ª DRª ANA PAULA GURGEL 4 . A s tr an sf o rm aç õ e s re si d e n ci ai s 4. As transformações residenciais Segundo Reis Filho (2004): • Com a decadência do trabalho escravo e o início da imigração europeia, desenvolveu-se o trabalho remunerado e aperfeiçoaram-se as técnicas construtivas. • As cidades e as residências são dotadas de serviços de água e esgoto, valendo- se de equipamentos importados. • Surgem nessa época as casas urbanas com novos esquemas de implantação: Afastados dos vizinhos e com jardins laterais. • As primeiras transformações verificadas nas soluções de implantação visavam à libertação das construções dos limites do terreno. • O esquema consistia em recuar o edifício dos limites laterais, conservando-o frequentemente sobre o alinhamento da via pública. • Comumente o recuo era apenas de um dos lados; do outro, quando existia, reduzia-se ao mínimo. 4. As transformações residenciais • As residências maiores eram enriquecidas com um jardim do lado. • Esta novidade, que vinha introduzir um elemento paisagístico na arquitetura residencial, oferecia amplas possibilidades de arejamento e de iluminação, até então desconhecidas nas tradições construtivas do Brasil. predominância de assimetria (exceto nos casos de forte influência neoclassicista) e de linhas e planos verticais. 4. As transformações residenciais Desaparece a uniformidade – marcante no período colonial – na tentativa de acompanhar as transformações das tecnologias e dos costumes 4. As transformações residenciais 4. As transformações residenciais “o aperfeiçoamento dos hábitos higiênicos coincidia com a instalação dos primeiros banheiro com água corrente e com o aparecimento das venezianas. O emprego de madeiras serradas, com junções mais perfeitas, difundiu o uso de assoalhos encerados[...] iniciando-se, em decorrência o uso de tapetes e móveis mais finos” (REIS FILHO, 2004, p. 50) 4. As transformações residenciais Entre finais do séc. XIX e inicio do XX fundem-se duas tradições: a chácara + o sobrado = chalé isolado no centro do terreno e com aguas para as laterais (REIS FILHO, 2004, p. 50/51) 4. As transformações residenciais 4. As transformações residenciais 4. As transformações residenciais 4. As transformações residenciais Palacete Franco de Mello – São Paulo, 1905 A residência é obra do construtor português Antônio Fernandes Pinto. Sua fachada possui influências francesas do período, de Luís XV nos enfeites do frontão e no caixilho das janelas, além de uma mansarda renascentista. O palacete burguês • Semelhantes aos antigos solares aristocráticos, moradias do tipo chácara, erguidas pela elite imperial. • As casas apalacetadas construídas nas primeiras décadas do século XX, símbolos da ascensão econômica e social dos “novos homens” da república, representam a fusão de duas tradições construtivas:a do sobrado urbano e a da chácara (FILHO, 2002: p. 56). 4. As transformações residenciais Palacete do Parque Lage – Rio de Janeiro, 1927 O palacete foi projetado pelo arquiteto Italiano Mario Vodret em 1927. Foi residência de um casal formado por um rico empresário brasileiro e uma cantora de ópera italiana. O palacete possui um pátio interno com piscina ao centro e um terraço aberto sobre o mesmo. O palacete burguês • apresentavam uma nova implantação, em centro de terreno, com a fachada principal distante da testada do terreno, o que assegurava a privacidade dos moradores, longe dos olhos indiscretos vindos da rua. • Cercadas por jardins, estas casas herdaram das chácaras uma grande área de serviços nos fundos, com telheiros, edículas, galinheiros, hortas e pomares. • A maioria dos palacetes republicanos reproduzia também os programas de necessidades dos hôtels privés e villas francesas. 4. As transformações residenciais Palacete do Parque Lage – Rio de Janeiro, 1927 4. As transformações residenciais O palacete burguês “Fundamentados nas noções de privacidade e higiene, popularizadas ao longo do século XIX, estes programas evidenciam o aprofundamento da cisão entre dois espaços domésticos: a “zona de representação”, destinada ao convívio em sociedade e onde – como o próprio termo informa – os proprietários e seus convidados representam os papéis sociais estabelecidos; e a área privativa, íntima, destinada ao convívio estritamente familiar.” (CARMO, 2014) Palacete Scholz (Manaus, 1903) Construído pelo arquiteto italiano Antonio Jannuzzi (1855-1949) para alemão Waldemar Scholz, considerado o "Barão da Borracha". Teve o nome alterado para Palácio Rio Negro em 1918 após autorizada a compra pelo governador do Amazonas ECLETISMO NO BRASIL - DISCIPLINA ARQ&URB NO BRASIL CONTEMPORÂNEO- PROF.ª DRª ANA PAULA GURGEL 5 . O E cl et is m o e m S ão P au lo 5. O Ecletismo em São Paulo CONTEXTUALIZAÇÃO • Cidade do café • Os modelos classicizantes chegam mais tarde – até 1880 a cidade tinha o aspecto colonial • Grande influência italiana – imigrações • Inspiração na renascença e no maneirismo • Em São Paulo o ecletismo arquitetônico teve em Ramos de Azevedo seu principal nome 5. O Ecletismo em São Paulo • As casas que projetou são algo novo e estranho ao padrão vigente até então. • A noção de habitar que Ramos de Azevedo trouxe de sua formação europeia: hábitos, necessidades, ideias, aspirações e costumes burgueses. • Em seus projetos, Ramos de Azevedo utiliza o zoneamento, a compartimentação, as peças e a denominação que são encontrados nas residências projetadas por arquitetos europeus na segunda metade do século XIX Ramos de Azevedo 5. O Ecletismo em São Paulo Ramos de Azevedo “o repertório da habitação burguesa europeia: na composição do programa, na implantação dos edifícios, nos desenhos de plantas, na organização das áreas social, íntima e de serviço; nas volumetrias, nos desenhos de fachadas e nos detalhes de decoração. Está nos materiais utilizados e no modo do seu emprego. Está, ainda, na atmosfera, que tanto pode ser entendida como a marca do estrangeirismo como a assinatura do arquiteto que os projetou” (CARVALHO, 1996) 5. O Ecletismo em São Paulo Ramos de Azevedo Palacete Marquesa de Itu 5. O Ecletismo em São Paulo Ramos de Azevedo Palacete Marquesa de Itu 5. O Ecletismo em São Paulo Ramos de Azevedo Palacete Marquesa de Itu • No volume principal cúbico, o corpo saliente da frente, em semicírculo, se projetava para o alto terminando em uma cúpula • A planta térrea mostra um arranjo quase simétrico a partir de um eixo central dividindo ao meio os espaços do terraço, da loggia, do salão, da sala de jantar e do, jardim de inverno, numa sucessão de formas diferenciadas em ampliação. 5. O Ecletismo em São Paulo Ramos de Azevedo Palacete do Conde Alexandre Siciliano – 1896 5. O Ecletismo em São Paulo Ramos de Azevedo Residência de Maria Augusta Borges Figueiredo – 1915 5. O Ecletismo em São Paulo Ramos de Azevedo Residência de Mário Dias de Castro – 1923 5. O Ecletismo em São Paulo Ramos de Azevedo Residência de Horácio Espíndola – 1925 5. O Ecletismo em São Paulo Ramos de Azevedo Projeto da fachada do edifício do Liceu de Artes e Ofícios (atual Pinacoteca do Estado), realizado pelo escritório técnico de Ramos de Azevedo e executado por Domiciano Rossi, c. 1897. - Acervo do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. 5. O Ecletismo em São Paulo Ramos de Azevedo u m p a rê n te si s Entre 1994 e 1998, a Pinacoteca do Estado passou por uma grande reforma, orçada em aproximadamente dez milhões de reais, para adaptar-se aos padrões museológicos internacionais. O projeto da reforma foi concebido por Paulo Mendes da Rocha, com o qual o arquiteto ganhou o Prêmio Internacional Mies van der Rohe para a América Latina, em junho de 2000. 5. O Ecletismo em São Paulo Ramos de Azevedo Vista exterior do Theatro Municipal e arredores 1917 - Acervo FAU-USP 5. O Ecletismo em São Paulo Ramos de Azevedo 5. O Ecletismo em São Paulo Ramos de Azevedo 5. O Ecletismo em São Paulo Ramos de Azevedo 5. O Ecletismo em São Paulo Ramos de Azevedo • Francês, criado em Buenos Aires, esteve em São Paulo até 1902 • Dubugras muda-se para São Paulo, e trabalha até 1894 na carteira imobiliária do Banco União, dirigida por Ramos de Azevedo (1851-1928), e, em 1894, 1895 e 1897, no Departamento de Obras Públicas de São Paulo - DOP • As referências ao gótico foram usadas em igrejas, casas, escolas e até em presídios 5. O Ecletismo em São Paulo Victor Dubugras 5. O Ecletismo em São Paulo Victor Dubugras “Victor Dubugras é representativo das várias etapas e transformações pelas quais passou a arquitetura dos países latino-americanos entre 1890 e o início da década de 1930 e não apenas do Protomodernismo. O modo como vivenciou essas mudanças nos obriga a reconhecê-las não como um salto súbito mas como um lento processo de experimentação, gerado por uma contínua preocupação com a racionalidade e modernização.” (REIS FILHO, 2005, p.14) 5 residência José Tomaselli, 1916, São Paulo 6 residência Elias Calfat, 1916, São Paulo 7 projeto para Prefeitura (perspectiva), 1903, Santos- SP 5. O Ecletismo em São Paulo Victor Dubugras 5. O Ecletismo em São Paulo Victor Dubugras Residência Tomaselli – 1904, engenheiro Eduardo Loschi e 1916 reforma e ampliação por Victor Dubugras 5. O Ecletismo em São Paulo 5. O Ecletismo em São Paulo 5. O Ecletismo em São Paulo No início da década de 1980, Ruy Ohtake, então presidente do Condephaat, confirmou publicamente que estava em andamento um projeto para tombar os 31 casarões que ainda resistiam na avenida Paulista. Vários proprietários se juntaram e começaram a demolir suas propriedades, antes que fossem protegidas pelo tombamento. O gesto triste, porém não ilegal, deferido pelos donos dos imóveis levou a mudanças na lei de tombamento. 5. O Ecletismo em São Paulo Catedral Metropolitana de São Paulo arquiteto alemão Maximilian Emil Hehl – estilo neogótico 5. O Ecletismo em São Paulo Catedral Metropolitana de São Paulo arquiteto alemão Maximilian Emil Hehl – estilo neogótico 5. O Ecletismo em São Paulo Palacete Tereza Toledo Lara – arquiteto alemão August Fried (1910) ECLETISMO NO BRASIL - DISCIPLINA ARQ&URB NO BRASIL CONTEMPORÂNEO- PROF.ª DRª ANA PAULA GURGEL 6 . A d if u sã o d o E cl e ti sm o n o B ra si l 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Sudeste 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Belo Horizonte • Projetada por Aarão Reis (Belém/PA 1853 - Rio de Janeiro/RJ 1936), Belo Horizonte foi fundada em 1897 • Com as limitações que a sede administrativa, Ouro Preto, tem para atender às recentes necessidades econômicas e políticas decorrentes da cafeicultura e da proclamaçãoda república, em 1889, a nova capital começa a ser concebida quando, em 1891, Aarão Reis assume a direção da Comissão d'Estudo das Localidades Indicadas para a Nova Capital, • O planejamento da cidade recebeu grandes influências europeias, especialmente francesas, com características modernas para a época, como: criação de grandes boulevards e divisão das zonas central, suburbana e rural da cidade. 6. A difusão do Ecletismo no Brasil http://jornalistabrunomoreno.blogspot.com.br/ “[...] absorção, pelos nossos engenheiros, do urbanismo monumental embelezador de origem barroca” (p.178) Não possui a componente de “continuidade de ação” Muito recorrente no Brasil 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Belo Horizonte Praça da Liberdade Reynaldo Dierberger • Vindo de uma família de paisagistas, é um dos nomes mais atuantes em SP no início do século XX • Em 1928 publica o livro “Arte e jardim” • Entendia a pratica paisagística como exercício profissional autônomo e especializado. • Para ele , os jardins deviam ser entendidos como uma representação simbólica da cultura do povo ou do proprietário (para jardins privados) Principais projetos • Jardins de residências, como a do Conde Crespi, Henrique Villares • parques como Araxá, Poços de Caldas, • Jardim do Ipiranga, • Palácio da Guanabara, • Praça da Liberdade em Belo Horizonte. 6. A difusão do Ecletismo no Brasil u m p a rê n te si s u m p a rê n te si s 6. A difusão do Ecletismo no Brasil u m p a rê n te si s 6. A difusão do Ecletismo no Brasil 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Belo Horizonte Palácio da Liberdade (1897) 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Belo Horizonte Palácio da Liberdade (1897) 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Belo Horizonte Palácio da Liberdade (1897) 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Belo Horizonte Atual CCBB O prédio foi projetado pelo arquiteto Luiz Signorelli no ano de 1926, foi a antiga Secretaria de Segurança e Assistência Pública. 6. A difusão do Ecletismo no Brasil 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Belo Horizonte Theatro Municipal (1909) Funcionou até 1940, quando foi vendido à empresa Cine teatral Ltda., que o transformou em Cine-Teatro Metrópole. Até sua demolição em outubro de 1983, várias tentativas frustradas de manter o prédio do nosso teatro aconteceram. 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Belo Horizonte Palacete Dantas - arquiteto Luís Signorelli (1915) 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Belo Horizonte Palacete Dantas - arquiteto Luís Signorelli (1915) 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Belo Horizonte Centro de Referência da Moda de Belo Horizonte Localizado no centro de Belo Horizonte. O prédio neogótico, em estilo manuelino foi construído em 1914, já abrigou instituições de grade importância, como o Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães, hoje CRModa Centro Cultural. 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Belo Horizonte Igreja Nossa Senhora da Boa viagem inaugurada em 1923 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Belo Horizonte Igreja Nossa Senhora da Boa viagem 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Belo Horizonte Basílica Nossa Senhora de Lourdes • Localizada na Rua da Bahia, com seu estilo neogótico é uma igreja católica, ela é composta por três naves e possui 47 metros de comprimento e 17 de largura. • Sua construção foi concluída em 1923 e elevada a categoria Basílica por ato Papa Pio XII. 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Belo Horizonte Basílica Nossa Senhora de Lourdes 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Belo Horizonte Basílica Nossa Senhora de Lourdes 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Norte e Nordeste De acordo com o Inventário de uma herança ameaçada: registro e estudo de centros históricos do Seridó, as características exteriores dominantes no Nordeste para este estilo são: • construção recuada em relação à testada do lote, os recuos podendo ser FRONTAL-LATERAL, FRONTALBILATERAL ou, menos frequentemente apenas FRONTAL • caixa mural apresenta volumetria SIMPLES ou COMPOSTA por AJUNTAMENTO, INTERPENETRAÇÃO e/ou JUSTAPOSIÇÃO; • coberturas, em DUAS, QUATRO ÁGUAS, recobertas de telhas cerâmicas planas, as chamadas "telhas francesas" ou de "capa e canal"; com empenas FRONTAIS, LATERAIS ou ENCOBERTAS por platibandas; destacam-se, elementos decorativos nas platibandas que são frequentemente recortadas em linhas sinuosas e, mais tardiamente, em recortes escalonados; • na modenatura das fachadas predominam CHEIOS sobre VAZIOS, embora a presença de elementos decorativos, geralmente adornos em massa ou estuque, contribua para disfarçar a continuidade dos cheios; • vãos SEMELHANTES ou DISTINTOS, dispostos a intervalos regulares ou irregulares nas fachadas; • vergas RETAS, em ARCO PLENO, em ARCO OGIVAL, RECORTADAS, MISTAS; molduras em reboco acompanhando o contorno do vão ou a eles acrescentando elementos decorativos no topo e laterais; • superfícies da fachada entre os vãos, preenchidas com adornos segundo a(s) inspiração(ções) estilística(s) adotada(s); • predominância de assimetria (exceto nos casos de forte influência neo-clacissista) e de linhas e planos verticais. (TRIGUEIRO & CAVALCANTI, [s.d]; s.p) 6. A difusão do Ecletismo no Brasil C as ar io – Ic ó /C E Fo to : A n a Pa u la G u rg el , 20 12 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Casario – Quixadá /CE Foto: acervo NIPHAS, 2012 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Chalé da pedra – Quixadá/CE Foto: Ana Paula Gurgel, 2012 Fo to : F e lip e M u ss e , 20 12 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Museu – Quixadá/CE Foto: Ana Paula Gurgel, 2012 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Casa – Crato/CE Foto: Ana Paula Gurgel, 2008 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Casa – Crato/CE Foto: Ana Paula Gurgel, 2008 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Prefeitura- Paus dos Ferros/RN 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Loja (atualmente) – Caruaru/PE Foto: Rodrigo Macedo, gentilmente cedido por Amanda Casé Podemos ainda dizer que a passagem do Neoclassicismo para o Ecletismo é um processo gradual, gerado no interior da Academia. Até os anos 1870, ainda podemos ver edifícios rigorosamente neoclássicos. Durante o século XIX, no Brasil o ecletismo foi apoiado e influenciado de maneira acadêmica pela Academia Imperial de Belas Artes , e pela Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. A partir daí, o ecletismo vai aparecer, de maneira quase absoluta, até os anos 1930, deixando pouco espaço para outras manifestações como o Art Nouveau, o Neocolonial e as poéticas pré-modernas do Classicismo Tardio e do Art Déco 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Teatro Amazonas (Manaus - 1896) • Símbolo do apogeu do ciclo da borracha, situa-se na transição do neoclássico para o ecletismo. • Edificado numa época em que Manaus contava com apenas cem mil habitantes e vivia um período de rara prosperidade, pode-se perceber as dificuldades na obtenção de materiais nobres pela pintura ilusionista que, em fingimento de mármore, recobre diversos elementos de estuque ou reboco na construção. 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Teatro Amazonas (Manaus - 1896) 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Teatro Amazonas (Manaus - 1896) 6. A difusão do Ecletismo no Brasil • O Projeto do Frontispício do TEATRO, de autoria de Crispim do Amaral. • O grupo do elevado do frontão não foi colocado por excesso de peso e os florões dos acrotérios desapareceram. Teatro Amazonas (Manaus - 1896) 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Teatro Amazonas (Manaus - 1896) 6. A difusão do Ecletismo no Brasil 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Salvador Palácio Rio Branco 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Salvador Palácio Rio Branco 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Salvador Palácio da Aclamação 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Salvador Palácio da Aclamação 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Fortaleza Catedral metropolitana- arquiteto francês George Maunier 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Fortaleza - Theatro José de Alencar 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Fortaleza - Theatro José de Alencar 6. A difusão do Ecletismo no Brasil Fortaleza - Theatro José de Alencar • O conjunto original do Teatro José de Alencar é de autoria do engenheiro militar Bernardo José de Melo, e foi construído entre os anos 1908 - 1910 • O conjunto é formado por duas construções: a primeira trata-se de um "foyer" com dois pavimentos, construído em alvenaria e pedra; e a construção localizada na parte posterior é formada pela sala de espetáculos propriamente dita. • sua estrutura constituída de peças de ferro fundido importadas de Glasgow, na Escócia 6. A difusão do Ecletismo no Brasil A Reforma Urbana no bairro do Recife (1909-1913) 6. A difusão do Ecletismo no Brasil A Reforma Urbana no bairro do Recife (1909-1913) A execução das obras resultou em grandes demolições, inclusive de monumentos históricos. A proposição de facilitar o acesso ao porto seria realizada com o alargamento da rua lateral à igreja do Corpo Santo, destruindo os sobrados que perfilavam-se junto ao monumento. A ideia central do projeto era criar duas avenidas convergentes à faixa portuária. 6. A difusão do Ecletismo no Brasil A Reforma Urbana no bairro do Recife (1909-1913) 6. A difusão do Ecletismo no Brasil 6. A difusão do Ecletismo no Brasil 6. A difusão do Ecletismo no Brasil 6. A difusão do Ecletismo no Brasil ECLETISMO NO BRASIL - DISCIPLINA ARQ&URB NO BRASIL CONTEMPORÂNEO- PROF.ª DRª ANA PAULA GURGEL C O N SI D ER A Ç Õ ES F IN A IS No Brasil este período tem início em 1889, com a Proclamação da República, e vai até 1922, quando explode o Movimento Modernista, com a realização da Semana da Arte Moderna na cidade de São Paulo. A Belle Époque brasileira é, no entanto, instaurada lentamente no país, por meio de uma breve introdução que começa em meados de 1880, e depois ainda sobrevive até 1925, sendo aos poucos minada por novos movimentos culturais. No Brasil este período tem início em 1889, com a Proclamação da República, e vai até 1922, quando explode o Movimento Modernista, com a realização da Semana da Arte Moderna na cidade de São Paulo. A Belle Époque brasileira é, no entanto, instaurada lentamente no país, por meio de uma breve introdução que começa em meados de 1880, e depois ainda sobrevive até 1925, sendo aos poucos minada por novos movimentos culturais. PALAVRAS- CHAVE: EMBELEZAMENTO URBANO Reformas urbanas ECLÉTICO ECLETISMO NO BRASIL - DISCIPLINA ARQ&URB NO BRASIL CONTEMPORÂNEO- PROF.ª DRª ANA PAULA GURGEL R EF ER ÊN C IA S REFERÊNCIAS BENEVOLO, Leonardo. História da Arquitetura Moderna. São Paulo: Perspectiv a, 1976. BRUAND, Yves. Arquitetura contemporânea no Brasil. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1981. CARMO, Gustavo Reinaldo Alves do. O Palácio das Laranjeiras e a Belle Époque no Rio de Janeiro (1909-1914) / Gustavo Reinaldo Alves do Carmo In: A Casa Senhorial em Lisboa e no Rio de Janeiro : Anatomia dos Interiores / coord. Isabel Mendonça, Hélder Carita, Marize Malta. - Lisboa : Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Instituto de História da Arte, 2014. - p. 292-317 CARVALHO, Maria Cristina Wolff de Bem-morar em São Paulo, 1 880-1910: Ramos de Azevedo e os modelos europeus. In Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.4 p.165-200 jan./dez. 1996 CASTRO. José Liberal de. Arquitetura eclética no Ceará. In: Arquitetura brasileira, São Paulo: Nobel/Edusp, 1987. FABRIS, Annatereza (org.) Ecletismo na Arquitetura Brasileira. São Paulo: Nobel & EDUSP, 1987 FRANÇA, Renata Reinhoefer Ferreira. Arquitetura, imaginário e poder no Palácio do Barão de Nova Friburgo. 19&20, Rio de Janeiro, v. III, n. 1, jan. 2008. 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