Buscar

tFisiologia da Glândula Tireoide

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Glândula Tireoide 
Tutoria I – módulo Funções Biológicas IV. 
Capitulo 42 – Fisiologia Humana, Berny e Levy 
 
Essa glândula produz o hormônio T4 (Tiroxina ou 
tetraiodotironina) um pró-hormônio, e a T3 
(triiodotironina), que representa o hormônio 
ativo. Esses hormônios dependem do iodo para 
sua produção e parte de T3 é convertido 
perifericamente a partir de T4. 
 
ANATOMIA E HISTOLOGIA 
• lobos direito e esquerdo, 
anterolateralmente à traqueia, unidos pelo 
istmo. 
• Rico suprimento sanguíneo. 
• Drenada por três conjuntos de veias em 
cada lado: as veias tireóideas superior, 
média e inferior 
• inervação simpática, que é vasomotora, 
mas não secretomotora. 
 
 
UNIDADE FUNCIONAL – folículo tireoideano, esférico, 
cercado por camada de células epiteliais, situado 
sobre uma lâmina basal. A face apical do epitélio 
folicular está voltada para a luz do folículo. A luz 
do folículo em si é preenchida com coloide, que é 
composto por tireoglobulina. 
Essa grande proteína (660 kDa) é secretada na luz 
e iodada pelas células epiteliais da tireoide, 
servindo como um arcabouço para a produção dos 
hormônios tireoidianos. 
 
Dispersas no interior da glândula estão as células 
parafoliculares ou células C, que são a fonte do 
hormônio polipeptídico calcitonina. 
 
 
 
PRODUÇÃO DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS 
Os produtos de secreção da Tireoide são as 
iodotironinas (moléculas formadas pelo 
acoplamento entre iodo e tironina). 
- 90% da produção consiste em T4. 
- 10% consiste em T3. 
- 1% consiste em T3 reversa, ou inativa. 
 
Uma vez que o produto principal da glândula 
tireoide é T4, porém a forma ativa dos hormônios 
tireoidianos é T3, o eixo da tireoide depende 
intensamente da conversão periférica por meio 
da ação de desiodases específicas. 
 
- Desiodase tipo 1 (D1) -> conversão de T4 em T3 
tecidos de alto fluxo sanguíneo e rápida troca com 
o plasma (fígado e rins). 
Isso supre o T3 circulante basal para serem 
captados por tecidos. 
- D1 também é expressa na tireóide, mas a 
afinidade para T4 é baixa. 
 
- Desiodade tipo 2 (D2) é expressa nas células da 
glia do SNC, e permite que o encéfalo mantenha 
um nível de T3 sempre constante, mesmo na 
queda de T4. Funciona como um sensor do eixo 
tireoideano, na adenohipófise, sensibilizando para 
a produção de TSH. 
 
- Desioidase tipo 3 (D3) é inativadora, convertendo 
T4 em T3 inativa. 
 
EQUILÍBRIO DO IODETO 
O iodeto é concentrado ativamente na glândula 
tireoide, glândulas salivares, glândulas gástricas, 
glândulas lacrimais, glândulas mamárias e plexo 
corióideo. Aproximadamente 70 a 80 μg de iodeto 
são captados diariamente pela glândula tireoide. 
O teor total de iodeto na glândula tireoide 
corresponde em média a 7.500 μg, dos quais 
virtualmente a totalidade está na forma de 
iodotironina armazenada na tireoglobulina do 
coloide. 
 
No estado de equilíbrio, 70 a 80 μg de iodeto, ou 
aproximadamente 1% do total, são liberados 
diariamente da glândula. Dessa quantidade, 75% 
são secretados como hormônio tireoidiano e o 
restante como iodeto livre. 
 
A grande proporção de iodeto armazenado na 
forma de hormônio em relação à quantidade 
metabolizada diariamente protege contra a 
deficiência de iodeto por aproximadamente dois 
meses. O iodeto também é conservado por uma 
redução acentuada da excreção renal de iodeto 
quando sua concentração no soro diminui. 
 
 
VISAÕ GERAL DA SÍNTESE DOS HORMÔNIOS TIREOIDEANOS 
A síntese desses hormônios requer dois 
precursores: a tireoglobulina e o iodeto. Requer 
um movimento de basal para apical: 
O iodo é transportado da face basal para a face 
apical (luz) e a tireoglobulina é produzida na região 
basal e transportada para a parte apical na luz 
folicular. 
 
A secreção dos hormônios envolve um movimento 
de apical para basal, em que as tireoglobulinas são 
endocitadas e transportadas por vesículas 
endocíticas até a parte basal. 
 
Nos lisossomos a tireoglobulina é degradada pelas 
enzimas lisossomais, fazendo com que os 
hormônios sejam liberados dela. Os hormônios se 
movem pelas membranas basolaterais por meio 
de receptores específicos, e chegam ao sangue. 
 
 
Membrana basolateral tem o receptor NIS, que é 
um cotransportador (simporter de sódio-iodeto) 
que coloca um iodo para dentro junto com 2 Na+, 
e a força determinante para este transportador 
ativo secundário é fornecida pela Na+, K+-ATPase 
na membrana plasmática. 
 
NIS é altamente expresso na glândula tireoide, 
mas também é expresso em níveis mais baixos na 
placenta, glândulas salivares e mamas em lactação 
ativa 
 
A expressão de NIS é diminuída pelo iodeto e 
aumentada pelo TSH. Uma redução da ingestão 
dietética de iodeto causa depleção 
do pool circulante de iodeto e aumenta muito a 
atividade do transportador de iodeto. Quando a 
ingestão dietética de iodeto é baixa, a 
porcentagem de captação de iodeto na tireoide 
pode chegar a 80% a 90% 
 
O iodeto quando entra na célula vai para a 
membrana apical e é transportado para a luz do 
folículo por um transportador de iodo/cloreto 
independente de sódio, chamado de pendrina. 
 
O iodeto sofre oxidação pela Tireoperoxidase 
(TPO), para que possa ser incorporado em 
resíduos de tirosina, no interior da TG. Nesse 
momento temos a formação do MIT 
(monoidodotirosina) se for feita apenas uma 
oxidação, ou DIT (diiodotirosina), caso sejam feitas 
duas oxidações. 
 
Duas molúculas de DIT são acopladas para formar 
a T4 e uma MIT+DIT juntas formam a T3. Esse 
acoplamento ocorre entre tirosinas isolads que 
form a TG. 
 
As reações seguintes são catalisadas pela tireoide 
peroxidase (TPO), um complexo enzimático que se 
espalha na membrana apical. E o aceptor de o 
peróxido de hidrogênio, que é formado pelas 
enzimas oxidases duais (DUOX1 e DUOX2). 
 
 
Na ausência de Iodo ou no aumento de TSH, há o 
favorecimento da formação de T3. 
 
SECREÇÃO DE HORMÔNIOS TIREOIDIANOS 
Quando a tireoglobulina é iodada, ela é 
armazenada na luz do folículo como coloide. A 
liberação de T4 e T3 na corrente sanguínea é 
iniciada por endocitose da forma coloide a partir 
da luz folicular pelos processos de macro e 
micropinocitose. Esse complexo se liga a um 
receptor Megalina para ser endocitado. As 
vesículas endocitóticas fundem-se então com 
lisossomos e a tireoglobulina é degradada. 
 
O MIT e o DIT que também são liberados pela 
proteólise da TG, sobre desiodação pela enzima 
iodotirosina desiodase. Essa enzima é específica 
para MIT e DIT e não atua com T3 e T4 como 
substrato. 
 
O iodeto é então reciclado na síntese de T4 e T3. Os 
aminoácidos derivados da clivagem da 
tireoglobulina entram novamente no pool de 
aminoácidos intratireoidianos e podem ser 
reutilizados para síntese proteica. Apenas 
quantidades mínimas de tireoglobulina intacta 
deixam a célula folicular em circunstâncias 
normais. T4 e T3 liberadas enzimaticamente são 
transportadas pelo lado basal da célula e entram 
no sangue. 
 
TRANSPORTE E METABOLISMO DOS HORMÔNIOS 
TIREOIDIANOS 
T3 e T4 circulam na corrente sanguínea, ligados a 
proteínas. Apenas 0,03% de T4 e 0,3% de T3 
circulam na forma livre. (T3 livre é biologicamente 
ativa e medeia os efeitos do hormônio tireoidiano 
sobre tecidos periféricos, além de exercer uma 
retroalimentação negativa sobre a hipófise e o 
hipotálamo). 
 
A principal proteína de transporte é a TGB – 
globulina de ligação a tiroxina, que se liga tanto a 
T3 quanto a T4 em 70% das vezes. 
10 a 15% são ligados a TTR – transtirretina. 
15-20% são ligados na albumina 
3% ligados a lipoproteínas. 
 
Funções da TGB: 
1. manter uma reserva de T4 circulante para 
tamponar qualquer alteração aguda da 
tireoide. 
2. Previne a perda de T3 e T4 pela urina 
(aumento de meia vida do hormônio) e 
ajuda a conservar o iodeto. 
 
TTR – transporta T4 no líquido cefalorraquidiano e 
fornece hormônios tireoideanos ao SNC. 
 
 
RETROALIMENTAÇÃO DA LIBERAÇÃO DE TSH . 
Os hormônios tireoidianos circulantes 
retroalimentam a hipófise para diminuir asecreção de TSH, principalmente pela repressão 
da expressão gênica da subunidade TSH-β. 
➔ O hormônio tireoestimulante (TSH) 
é produzido pela hipófise e tem como 
finalidade estimular a tireoide a produzir 
os hormônios T3 e T4. Quando os valores 
de TSH se encontra aumentado no sangue, 
significa que a concentração de T3 e T4 no 
sangue está baixa 
 
A hipófise expressa D2 de alta afinidade, que 
converte T4 que entra nestas células em T3. 
Portanto, a retroalimentação nos tireotrofos, 
mediada por T3 intracelular, representa uma 
medida integrada de T4 e T3 livres circulantes. Uma 
vez que a variação diurna da secreção de TSH é 
pequena, a secreção do hormônio tireoidiano e 
suas concentrações plasmáticas são relativamente 
constantes. Ocorrem apenas pequenos aumentos 
noturnos na secreção de TSH e liberação de T4. 
 
Os hormônios da tireoide também 
retroalimentam os neurônios hipotalâmicos que 
secretam o hormônio liberador de tireotrofina 
(TRH). Nesses neurônios, T3 inibe a expressão do 
gene de pré-pró-TRH. 
 
A autorregulação da função da glândula tireoide é 
promovida pelo próprio iodeto, que tem uma 
ação bifásica. 
Em níveis relativamente baixos de ingestão de 
iodeto, a taxa de síntese de hormônio tireoidiano 
está diretamente relacionada à de iodeto. 
Contudo, se a ingestão de iodeto ultrapassar 
2 mg/dia, a concentração intraglandular de iodeto 
atinge um nível que, paradoxalmente, suprime a 
atividade de TPO, bloqueando a biossíntese 
hormonal. Esse fenômeno é conhecido 
como efeito de Wolff-Chaikoff. 
 
A adaptação a uma alta ingestão de iodeto 
normalmente ocorre pela redução da expressão 
de NIS, o que faz que os níveis intratireoidianos de 
iodeto diminuam. A atividade de TPO volta então 
ao normal e a síntese de hormônio da tireoide é 
reiniciada dentro de dias a semanas. Em 
circunstâncias incomuns, a falha da 
infrarregulação por NIS provoca uma inibição 
prolongada da síntese hormonal por iodeto e 
hipotireoidismo resultante. A redução temporária 
na síntese hormonal pelo excesso de iodeto 
também é usada terapeuticamente no 
hipertireoidismo. 
 
Controle 
• Feedback negativo – T3 e T4 após agirem 
na célula alvo, sensibilizam a hipófise, 
inibindo a produção de TSH e no 
hipotálamo, inibindo a produção de TRH. 
• Efeito Wolff-Chaikolf – aumento 
exagerado na ingestão de iodo -> redução 
de produção de hormônio, pois o corpo 
entende que será prejudicial se todo esse 
iodo for usado para a síntese de hormônio. 
Logo há a redução de NIS. 
Se houver redução da ingestão de iodo-> 
há o estímulo da produção de hormônios, 
na tentativa de prevenir uma futura falta 
(estocagem). 
 
REGULAÇÃO DA FUNÇÃO DA TIREOIDE 
O regulador mais importante da função e do 
crescimento da glândula tireoide é o eixo do 
hormônio liberador da tireoide-hormônio 
estimulante da tireoide 
 
O Hipotálamo libera o TRH que age na hipófise, 
estimulando na produzir TSH, que atuará na 
glândula, estimulando a produção de T3 e T4. 
 
TSH estimula todos os aspectos da função 
tireoidiana. TSH tem ações imediatas, 
intermediárias e de longo prazo sobre o epitélio da 
tireoide. 
 
Os efeitos rápidos incluem: 
1. Pinocitose de gotículas de coloide no 
citoplasma, que representam 
tireoglobulina no interior de vesículas 
endocitóticas. 
2. Proteólise de tireoglobulina e a liberação 
de T4 e T3 da glândula. 
3. Captação de iodeto e a atividade de TPO 
aumentam 
4. Entrada de glicose na via de shunt da 
hexose monofosfato, que gera 
dinucleotídeo de nicotinamida adenina 
fosfato reduzido (NADPH) necessário para 
a reação de peroxidase. 
 
Os efeitos intermediários: 
1. Ocorrem após horas a dias e envolvem a 
síntese e a expressão de proteínas de 
numerosos genes, incluindo aqueles que 
codificam NIS, tireoglobulina e TPO. 
(dependem de transcrição gênica) 
 
Ao efeitos a longo prazo: 
1. Hipertrofia e hiperplasia das células 
foliculares. 
2. Os capilares proliferam e o fluxo sanguíneo 
na tireoide aumenta. 
• O bócio endêmico é decorrente da 
ausência do iodo inadequado na dieta, 
provocando baixos níveis de hormônios 
tireoidianos e elevação de TSH. 
 
METABOLISMO DOS HORMÔNIOS TIREOIDEANOS . 
 
Ocorre por via hepática, transformados em sulfato 
e glicuronídeos, e serão depurados na bile. Passam 
ao sistema intestinal e são liberados nas fezes. 
 
EFEITOS FIS IOLÓGICOS DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS 
Os hormônios tireoidianos atuam essencialmente 
em todas as células e tecidos, e desequilíbrios da 
função da tireoide constituem algumas das 
doenças endócrinas mais comuns. O hormônio da 
tireoide tem muitas ações diretas, mas também 
age de formas mais sutis para otimizar as ações de 
vários outros hormônios e neurotransmissores. 
 
Os hormônios são transportados pela corrente 
sanguínea até a célula alvo, entram na célula por 
transportadores monocarboxilato MCT8 e MCT10, 
que são capazes de transportar tanto T4 quanto 
T3 pela membrana plasmática, sendo que os 
receptores tireoideanos são Receptores 
intracelulares nucleares genômicos 
 
O T3 entra diretamente pela membrana e atua no 
receptor, e o T4 ao entrar na célula sofre a ação de 
uma desiodase para transformar em T3. Os 
hormônios estimulam diretamente a transcrição 
gênica. 
 
EFEITOS CARDIOVASCULARES 
- T3 aumenta o débito cardíaco, favorecendo o 
fornecimento de O2 para os tecidos. 
 
- Aumenta a frequência cardíaca e o volume 
sistólico em repouso. 
 
- Encurta o tempo de relaxamento diastólico. 
 
- Aumento da pressão sistólica e o aumento da 
força de contração e redução da pressão 
diastólica. 
 
- Aumenta a produção de calor e CO2 nos tecidos, 
promove a vasodilatação da pele, músculos e 
coração. 
 
- Pressão de pulso ampliada (aumento do volume 
sistólico + redução da resistência vascular). 
 
- volume sanguíneo total aumenta pela ativação 
do eixo renina-angiotensina-aldosterona. 
 
- Os efeitos indiretos são devido a sensibilidade a 
catecolaminas. 
 
EFEITOS SOBRE A TAXA METABÓLICA BASAL E TERMOGÊNESE 
- T3 aumenta o metabolismo de carboidratos, a 
absorção de glicose no TGI e aumenta o 
metabolismo de glicose (captação, oxidação e 
síntese). 
 
- Estimula o metabolismo de lipídeos. Induz 
enzimas para a síntese de ácido graxo, no tecido 
adiposo, e aumenta a lipólise. Isso resulta em 
redução do colesterol plasmático e aumento do 
receptor de LDL no fígado. 
 
- Induz o aumento do metabolismo de proteínas 
(liberação de aminoácidos musculares, a 
degradação de proteínas e, em menor grau, a 
síntese proteica e a formação de ureia). Em geral 
estimula o anabolismo. Quando há excesso de 
hormôos tireoidianos (hipertireoidismo) há 
aumento do catabolismo. 
 
- Aumento do consumo basal de O2 e aumenta o 
substrato ara a formação de O2 (glicose) . 
 
- aumenta a produção de calor. 
 
- Vasodilatação periférica reflexo para tentar 
manter o equilíbrio. 
 
EFEITOS NO S ISTEMA RESPIRATÓRIO 
- aumento da frequencia respiratória 
 
- aumento da ventilação por minuto. 
 
- aumento da eritropoietina renal – estimula a 
produção de hemácias e facilita o transporte de 
oxigênio. 
 
Efeitos sobre o sistema muscular esquelético 
- aumento do tônus muscular, aumento do 
desempenho. 
 
- Aumento sustentado dos hormônios há uma 
ação reversa de catabolismo muscular, fraqueza. 
 
- desenvolvimento e maturação dos ossos do feto, 
estimula o crescimento endocondral, a maturação 
dos centros epifisário. 
 
- estimula a remodelação óssea, T3 estimula tanto 
osteoblasto, quanto osteoclasto. 
 
- o aumento exagerado dos hormônios, gera 
estimulo maiso de degradação óssea. 
 
EFEITOS SOBRE O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO. 
- sinergismo com catecolaminas (não aumenta a 
produção, apenas que o organismo se torma mais 
sensível a elas) 
 
- tremores nas extremidades. 
 
- SNC – depende do tempo de vida do individuo 
 
• Auxiliam no desenvolvimento do SN fetal, 
estimula o brotamento e estimulação das 
estruturas, proliferação dos axônios, 
formação das sinapses e migração celular. 
• No adulto aumenta as funçõesde estado 
de alerta, memorização, vivacidade, fome 
e audição. Em aso de aumento exagerado, 
há hiperexcitação (como insônia, por 
exemplo) 
 
EFEITOS SOBRE O SISTEMA GASTROINTESTINAL 
- Aumento do apetite. 
- Aumento da secreção de sucos digestivos. 
- aumento da motilidade 
- aumento do plexo mioentérico 
 
EFEITOS SOBRE O SISTEMA REPRODUTOR E GLÂNDULAS 
ENDÓCRINAS. 
- Auxilia no desenvlvimento da maturação dos 
folículos ovarianos e espermatogênese. 
 
- Mantém a gravidez saudável (estimula produção 
de proteínas transportadores de esteroides que 
mantém a gravidez saudável). 
 
- Estimula o Gh e o cortisol 
 
- Diminui o paratormônio (compensar a 
degradação óssea) e a prolactina. 
 
Hipotireoidismo 
 
O hipotireoidismo refere-se à produção 
insuficiente de hormônios da tireoide e pode 
ocorrer como doença endócrina primária, 
secundária ou terciária. 
 
Na doença primária, T3 e T4 estão reduzidos, 
enquanto TSH está alta, já na secundária e 
terciária, os três hormônios estão baixos. 
 
Quando acomete o feto gera o hipotireoidismo 
congênito - incapacidade intelectual grave, baixa 
estatura com desenvolvimento esquelético 
incompleto, alterações faciais grosseiras e 
protrusão da língua. A causa mais comum do 
hipotireoidismo em crianças no mundo todo é a 
deficiência de iodo. 
 
O hipotireoidismo endêmico pode ser prevenido 
por programas de saúde pública que adicionem 
iodo ao sal de mesa ou forneçam injeções anuais 
de uma preparação de iodeto absorvida 
lentamente. 
 
Outras causas seriam: alguma alteração congênita 
da tireoide, como a disgenesia da glândula 
tireoide, mutações em genes de produção de 
proteínas hormonais, anticorpos bloqueadores de 
TSH. 
 
A gravidade dos defeitos neurológicos e 
esqueléticos está intimamente ligada ao momento 
do diagnóstico e da reposição do hormônio 
tireoidiano (T4), com o tratamento precoce 
produzindo capacidade cognitiva normal e déficits 
neurológicos sutis. Por outro lado, se o 
hipotireoidismo ao nascimento permanecer sem 
tratamento por apenas duas a quatro semanas, o 
SNC não amadurecerá normalmente no primeiro 
ano de vida. Bebês com hipotireoidismo 
geralmente parecem normais ao nascimento 
devido à proteção dos hormônios tireoidianos 
maternos. Portanto, a triagem neonatal (níveis de 
T4 e TSH) tem um papel crítico no diagnóstico e na 
prevenção do hipotireoidismo congênito. 
 
O hipotireoidismo em adultos que não tenham 
deficiência de iodeto na maioria das vezes é o 
resultado de outro distúrbio autoimune conhecido 
como doença de Hashimoto (anteriormente 
chamada de tireoidite linfocítica). Os anticorpos 
produzidos nessa doença causam apoptose das 
células da tireoide e destruição dos folículos da 
tireoide. Esses anticorpos fixam o complemento e 
promovem a lise de células da tireoide, causando 
liberação de tireoglobulina na circulação. A 
glândula tireoide torna-se infiltrada por linfócitos 
B e T, o que pode causar um aumento da glândula. 
 
Outras causas de hipotireoidismo incluem causas 
iatrogênicas (por ex., lesão radioquímica ou 
remoção cirúrgica para tratamento de 
hipertireoidismo), bócios nodulares e doença 
hipofisária ou hipotalâmica. O tratamento de 
pacientes com o medicamento antiarrítmico 
amiodarona, que contém uma grande quantidade 
de iodo, pode causar hipo ou hipertireoidismo 
 
O quadro clínico do hipotireoidismo em adultos 
em muitos aspectos é o exato oposto ao 
observado no hipertireoidismo. A taxa metabólica 
menor que a normal provoca ganho de peso sem 
um aumento apreciável na ingestão calórica. A 
diminuição da termogênese reduz a temperatura 
corporal e causa intolerância ao frio, diminuição 
da sudorese e pele seca. A atividade adrenérgica 
diminui e, portanto, pode ocorrer bradicardia. O 
movimento, a fala e os pensamentos são 
lentificados e ocorre letargia, sonolência e um 
rebaixamento das pálpebras superiores (ptose). 
Um acúmulo de mucopolissacarídeos de carga 
negativa nos tecidos conjuntivos atrai sódio e 
líquido. O mixedema não depressivo resultante 
produz aspecto túrgido, aumento da língua, 
rouquidão, rigidez articular, derrames nos espaços 
pleurais, pericárdicos e peritoneais e pressão 
sobre os nervos periféricos e cranianos 
aprisionados por um excesso de substância 
sedimentada. Constipação, perda de cabelo, 
disfunção menstrual e anemia são outros sinais. 
Em adultos que não contam com o hormônio 
tireoidiano, a tomografia por emissão de pósitrons 
demonstra uma redução generalizada do fluxo 
sanguíneo cerebral e metabolismo da glicose. Essa 
anormalidade pode explicar o comprometimento 
psicomotor e o afeto deprimido dos indivíduos 
com hipotireoidismo. 
 
A terapia de reposição com uma dose diária de 
T4 que normalize os níveis de TSH geralmente é 
curativa em adultos. Na maioria dos pacientes, 
T3 não é necessária porque é gerada quando 
necessário por D1 e D2 periféricas. Além disso, a 
administração de T3 é complicada por sua alta 
potência e meia-vida curta, exigindo 
administração frequente e causando dificuldade 
para manter níveis fisiológicos constantes de T3. 
 
 
Sinais clínicos por sisntma 
Sistema cardiovascular 
A redução do débito cardíaco durante o repouso, 
a periferia gelada devido à redução do fluxo 
sanguíneo cutâneo, a dilatação 
cardíaca observada ao raio-X de tórax em 
associação a efusão pericardial, que 
ocasionalmente leva à disfunção do 
miocárdio, são observadas durante o 
hipotireoidismo. Dor isquêmica no peito é 
incomum, ocorrendo em pacientes que 
apresentam hipotireoidismo e doença isquêmica 
do coração no momento em que recebem a 
primeira reposição com hormônios 
tireoidianos. As alterações cardíacas são 
revertidas com a correta terapia de reposição de 
hormônios tireoidianos. 
Sistema gastrintestinal 
A maioria dos indivíduos mostra ganho de peso 
moderado apesar de redução do apetite, devido 
primariamente a retenção de 
fluidos. A absorção intestinal de nutrientes pode 
ser afetada tanto pela redução da absorção como 
pelo aumento do trânsito 
intestinal. Os resultados bioquímicos da função 
hepática são usualmente normais. 
Sistema nervoso periférico e central 
Deficiência de hormônios tireoidianos no feto ou 
na vida neonatal, se não prontamente tratados, 
resulta em prejuízo 
irreversível para o sistema nervoso central (SNC), 
com anormalidades estruturais evidentes no 
exame histológico. O quadro 
clássico de hipotireoidismo congênito é felizmente 
raramente visto devido à introdução de testes em 
neonatos e da eficiência 
do tratamento, se iniciada logo cedo. 
Em adultos, os defeitos neurológicos resultantes 
do hipotireoidismo são usualmente reversíveis. As 
características clínicas 
são retardo da função intelectual, com inanição, 
atividade mental lenta, sonolência e, 
ocasionalmente, um estado psicótico. A 
linguagem se torna mais lenta e a voz grossa o que 
ocorre devido ao edema das cordas vocais. Ataxia 
cerebelar pode ser 
observada em pacientes com hipotireoidismo 
prolongado e podem-se tornar irreversíveis se 
houver atraso no tratamento. 
Convulsões também podem ocorrer em casos 
severos. As manifestações do sistema nervoso 
periférico são comuns, com 
compressão do nervo mediano do pulso, sendo 
talvez o sinal mais conhecido (síndrome do túnel 
do carpo). O relaxamento dos 
tendões também ocorre com atraso. 
Sistema locomotor 
A rigidez muscular é uma reclamação comum no 
hipotireoidismo e se relaciona com a diminuição 
da frequência de 
relaxamento. Os músculos apresentam estrutura 
anormal ao microscópio, com perda das estrias, 
edema, tumefação das fibras e 
relativa deficiência de fibras do tipo II. A fraqueza 
muscular é com frequência evidente clinicamente 
e a atividade de enzimas 
musculares como a creatina quinase está 
aumentada. 
Sistema respiratório 
Alterações similares às descritas anteriormente 
também ocorrem com os músculos respiratórios, 
com função anormal dos 
músculos, levando em pacientes com doença 
pulmonar preexistente, à exacerbação da 
retenção de dióxido de carbono e 
apneiado sono. O raio-X do peito mostra derrame 
pleural. 
Pele e cabelo 
Aumento da ligação da água ocorre como 
resultado do depósito de mucopolissacarídeos na 
pele, como ocorre em outros 
tecidos. O edema resultante dá origem ao 
“mixedema”, o que é característico do paciente 
com hipotireoidismo. Anemia e 
hipercarotenemia estão associadas devido à 
ineficiência da conversão de β-caroteno em 
retinol, o que torna a pele pálida ou 
amarela, respectivamente. Os pelos do corpo 
caem, embora hoje em dia seja raro observar a 
perda do terço externo das 
sobrancelhas. 
O esqueleto 
A deficiência de hormônios tireoidianos no início 
da vida leva a anormalidades na epífise com 
redução acentuada do 
crescimento e diminuição da altura final. A baixa 
estatura pode ser uma característica isolada do 
hipotireoidismo na infância. 
Em comum com todas as doenças sistêmicas, o 
hipotireoidismo prolongado leva ao retardo do 
crescimento ósseo. A 
frequência de reciclagem óssea também é 
reduzida, causando diminuição do estoque de 
cálcio permutável. A concentração 
plasmática de cálcio e fosfato continuam normais. 
A atividade da fosfatase alcalina tende a ser baixa 
em crianças com 
hipotireoidismo. 
Os rins: balanço entre água e minerais 
O fluxo sanguíneo renal e a filtração glomerular 
estão ambos diminuídos, mas a quantidade total 
de água no corpo aumenta 
com o hipotireoidismo, levando ao prejuízo da 
excreção renal de água. A função 
osmorregulatória do hipotálamo e da 
glândula pituitária posterior estão anormais, 
contribuindo para a diminuição da excreção renal 
de água. Apesar das 
concentrações corpóreas de sódio aumentarem, o 
efeito de diluição leva à leve hiponatremia. Os 
níveis plasmáticos de 
creatinina e ureia se mantêm normais. 
Sistema reprodutor 
Em adultos de ambos os sexos, o hipotireoidismo 
leva à redução da libido e à infertilidade. A 
menorragia devido à falha na 
secreção de progesterona com ciclos 
anovulatórios é comum em fêmeas, bem como a 
oligospermia em machos. Tais 
modificações estão relacionadas à redução da 
secreção do hormônio luteinizante, 
particularmente nos casos de longa data. A 
concentração de gonadotrofina basal está, no 
entanto, dentro dos limites de normalidade, a não 
ser que alguma desordem da 
pituitária seja responsável pelo hipotireoidismo. A 
redução da globulina ligadora de hormônios 
sexuais leva ao aumento da concentração de 
hormônios sexuais livres, com diminuição da 
quantidade de estrógeno e testosterona e 
alterações na síntese 
de hormônios esteroidais. 
Outros sistemas 
A reciclagem de cortisol está frequentemente 
reduzida e, em alguns pacientes, a resposta do 
cortisol a hipoglicemia está atenuada, no entanto, 
a resposta ao ACTH administrado exogenamente é 
normal. A hiperprolactinemia é um achado 
normal, resultante do aumento da secreção do 
TRH. A hiperprolactinemia está correlacionada ao 
grau de elevação do TSH, apesar de 
galactorreia ser infrequente. 
A anemia normocrômica, a qual pode ser normo- 
ou macrocítica, é frequentemente observada e 
reflete a diminuição da produção de eritropoetina. 
A macrocitose e a deficiência de vitamina B12 
ocorrem concomitantemente devido à anemia 
perniciosa autoimune, mas a deficiência em 
resposta à vitamina B12 disponível e a má 
absorção de folato podem contribuir. Se a 
menorragia for prolongada ou severa, a 
microcitose, mais do que a macrocitose, podem 
estar presentes como parte do quadro de 
deficiência de ferro. A concentração plasmática do 
fator de coagulação VIII e IX pode estar reduzida, 
causando sangramento leve que pode exacerbar a 
anemia. A absorção de glicose a partir do intestino 
e a captação pelos tecidos a partir do plasma são 
prejudicados, mas em pacientes com diabetes, a 
sensibilidade à insulina exógena é observada, 
provavelmente devido a redução da remoção da 
insulina. 
 
CAUSAS- A avaliação da concentração plasmática de 
TSH é o principal teste bioquímico para determinar 
o hipotireoidismo. À medida que a concentração 
dos hormônios tireoidianos diminui, a secreção de 
TSH aumenta e é usada para monitorar o estado 
da tireoide. A secreção de T3 é preferencialmente 
mantida na presença de altas concentrações de 
TSH que acompanham a diminuição da atividade 
da tireoide. A razão T3/T4, no entanto, aumenta e 
a concentração plasmática de T4 está melhor 
correlacionada com a atividade da tireoide do que 
os níveis de T3. A terapia de reposição do 
hipotireoidismo primário pode ser monitorada 
avaliando-se a concentração plasmática do TSH. 
 
Mixoedema primário 
Em uma grande proporção de pacientes com 
hipotireoidismo primário, o bócio ou histórico de 
bócio não estará presente. Estes indivíduos 
possuem altas concentrações plasmáticas de TSH 
com baixos níveis de T4 total e livre, e a maioria 
apresenta anticorpos antiperoxidade e/ou 
antitireoglobulina. Anticorpos que bloqueiam o 
crescimento da tireoide também foram descritos 
nestes pacientes. Enquanto a maioria dos 
pacientes poder apresentar o último estágio da 
tireoidite de Hashimoto com ausência de 
reconhecimento clínico nas fases iniciais da 
doença, claramente outros processos 
imunológicos podem ser 
responsáveis por alguns deles. 
Pós-cirurgia e pós-radioiodo 
Apesar de o desenvolvimento de hipotireoidismo 
após a cirurgia ou tratamento com 131Iodo na 
Doença de Graves ser 
usualmente permanente, ele pode ser 
temporário, especialmente nos primeiros 3-4 
meses. Se for sintomático neste estágio inicial, os 
pacientes devem ser tratados com pequenas 
doses de tireoxina (50-75μg diariamente) e a 
necessidade de um tratamento contínuo avaliado 
em seis meses. Se as concentrações séricas de TSH 
permanecerem elevadas, a terapia com tireoxina 
será necessária pela vida toda e a dose precisa ser 
aumentada. Se os níveis séricos estão normais ou 
indetectáveis, a interrupção do tratamento com 
tireoxina por quatro semanas e a reavaliação da 
função tireoidiana são as ações apropriadas. 
Hipotireoidismo congênito 
A detecção clínica de hipotireoidismo em 
neonatos pode ser difícil. Em muitos países 
desenvolvidos, programas de avaliação dos níveis 
de TSH ou T4 (realizados aos 6 dias de vida quando 
o teste para fenilcetonúria também é realizado) 
ficaram em operação por alguns anos com 
considerável sucesso. O desenvolvimento anormal 
da tireoide é responsável pela maioria dos casos 
de hipotireoidismo congênito. A cintilografia pode 
ser usada para ajudar no diagnóstico. 
 
TRATAMENTO 
Terapia de reposição de hormônios tireoidianos 
O tratamento do hipotireoidismo primário ou 
secundário é por administração oral de 
levotireoxina. A dose de reposição usual é 
1.6μg/kg por dia, o que equivale a 100-125 μg 
diariamente. Aos pacientes é avisado que a 
levotireoxina deve ser tomada de 30-60 minutos 
antes do café da manhã, já que tanto a comida 
quanto a cafeína podem interferir na absorção. A 
administração do fármaco ao deitar também é 
efetiva e pode ser utilizada em pacientes que 
tomam outras medicações. O tratamento pode ser 
iniciado por doses de reposição completas, exceto 
em indivíduos idosos e em pacientes com 
problemas cardíacos que necessitam que as doses 
sejam administradas com mais cautela. TSH e T4 
séricos devem ser checados entre 6 e 8 semanas 
após o início do tratamento, momento em que 
qualquer ajuste de dose é necessário para 
restaurar os níveis de TSH. Em pacientes idosos 
com doença isquêmica do coração bem 
estabelecida, a reposição com levotireoxina deve 
ser iniciada com doses de 25μg diárias, 
aumentando 25μg a cada 4-6 semanas. 
 
Em pacientes com hipopituitarismo, com falência 
secundária da adrenal ou da tireoide, é importante 
que a terapia com levotireoxina não seja iniciada 
antes da reposição com hidrocortisona, já que isto 
pode precipitar a crise da adrenal por aumentar o 
metabolismo em pacientes incapazes de secretar 
cortisol. 
 
O objetivo do tratamento consiste em alcançar o 
bem-estar clínico e restaurar o eutireoidismo 
bioquímico, ou seja, o TSH sérico dentro dointervalo de referência de laboratório. Os 
pacientes que permanecem sintomáticos, apesar 
de doses de substituição total, poderão se 
beneficiar de aumentos de dose adicionais para 
manter a concentração de TSH na metade inferior 
do intervalo de referência. Abaixar o TSH para 
níveis inferiores ao intervalo de referência não é 
aconselhável, já que há evidência de que tais 
indivíduos com hipertireoidismo exógeno têm 
risco aumentado de fibrilação atrial e 
osteoporose. A resposta ao tratamento em 
pacientes com hipotireoidismo secundário deve 
basear-se nas avaliações de FT4 uma vez que a 
secreção de TSH é deficiente em doença da 
hipófise. O objetivo terapêutico em tais casos seria 
o FT4 no terço superior do 
intervalo de referência. 
 
Apesar de a reposição de hormônio tireoidiano 
com levotireoxina sintética ser eficaz na maioria 
dos casos, uma proporção significativa dos 
pacientes relata que permanecem sintomáticos. A 
administração destes pacientes pode ser um 
desafio e fatores que predispõe a substituição do 
hormônio tireoidiano inadequada incluem a baixa 
adesão do paciente, inadequada posologia e 
administração, uso concomitante de 
medicamentos que interferem com a 
disponibilidade da levotireoxina e a presença de 
comorbidades que prejudicam a absorção de 
levotireoxina. A combinação de T4 e TSH sérico 
elevado é sugestiva de baixa adesão, e o paciente 
é mais zeloso nos poucos dias antes do teste da 
função da tiroide em uma tentativa de compensar 
a falta de tratamento. Alguns indivíduos podem 
permanecer sintomáticos, mesmo após 
normalização da função da tireoide. Embora 
alguns pacientes possam se beneficiar de 
titulações de dose para níveis normais de TSH, é 
importante considerar causas alternativas dos 
sintomas persistentes, tais como diabetes, 
obesidade, doença de Addison, anemia, 
depressão, doença celíaca, apneia obstrutiva do 
sono e síndrome pós-virais. Na prática, os 
inquéritos são frequentement negativos e se 
existe a possibilidade de alguns indivíduos com 
sintomas persistentes se beneficiarem do 
tratamento combinado com T4 e T3 permanece 
controverso. O uso de T3 na reposição é muito 
mais difícil de titular e monitor, não é 
recomendado por profissionais e não deve ser 
conduzido fora de centros especializados com 
programas de acompanhamento a longo prazo. 
Delimitações recentes das variações genéticas 
comuns no gene da deiodinase e em genes de 
proteínas de transporte dos hormônios 
tireoidianos sugerem que tais polimorfismos 
podem explicar a variabilidade na resposta ao 
tratamento com os hormônios tireoidianos. 
 
 
.

Continue navegando